Buscar

S9P1 - Meningites

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

· Morfofisio meninges
· Padrão 
· Condutas pré e pós exposição
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Meningite é uma inflamação da pia-máter, da aracnoide e do espaço subaracnoide preenchido por LCS. A inflamação é causada geralmente por uma infecção, mas pode ocorrer meningite química. Existem dois tipos de meningite infecciosa aguda: meningite purulenta aguda (bacteriana) e meningite linfocítica aguda (viral). 
Meningite bacteriana 
A maioria dos casos de meningite bacteriana é causada por Streptococcus pneumoniae (pneumococo) ou Neisseria meningitidis (meningococo), exceto em recém-nascidos (na maioria das vezes infectados por estreptococos do grupo B). Outros agentes patogênicos causadores de infecções em adultos são bacilos gram-negativos e Listeria monocytogenes. Haemophilus influenzae.
Os fatores de risco associados à contração de meningite são traumatismo craniano com fratura de base de crânio, otite média, sinusite ou mastoidite, neurocirurgia, fístula dérmica, septicemia sistêmica ou imunossupressão.
Fisiopatologia 
No processo fisiopatológico da meningite bacteriana, os microrganismos bacterianos se replicam e são submetidos à lise no LCS, liberando endotoxinas ou fragmentos da parede celular. Essas substâncias incitam a liberação de mediadores inflamatórios, o que desencadeia uma complexa sequência de eventos que possibilita o movimento de patógenos, neutrófilos e albumina através da parede capilar até o LCS. À medida que os agentes patogênicos entram no espaço subaracnoide, causam uma inflamação que se caracteriza por um exsudato purulento. Pode se desenvolver uma tromboflebite nas veias da ponte e nos seios durais ou a obliteração das arteríolas por inflamação, provocando congestão vascular e infarto nos tecidos circundantes. Em última análise, as meninges se tornam espessas e formam aderências. Essas aderências podem invadir os nervos cranianos, dando origem à paralisia de nervos cranianos, ou podem prejudicar o escoamento de LCS, causando hidrocefalia.
Manifestações clínicas 
Os sintomas mais comuns de meningite bacteriana aguda são febre e calafrios; cefaleia; rigidez da nuca; dores nas costas, no abdome nos membros; além de náuseas e vômitos. Outros sinais incluem convulsões, paralisia de nervos cranianos e sinais cerebrais focais. Na maioria dos indivíduos, a meningite meningocócica causa uma erupção petequial com púrpura palpável. Pessoas infectadas pelo H. influenzae ou S. pneumoniae apresentam dificuldades para reagir a estímulos e convulsões, enquanto aquelas com infecção por N. meningitidis apresentam delirium ou coma. O desenvolvimento de edema encefálico, hidrocefalia ou aumento do fluxo sanguíneo cerebral pode suscitar a elevação da PIC.
Podem também existir os sinais de meningite (fotofobia e rigidez da nuca), como aqueles observados na hemorragia subaracnoide. Duas técnicas de avaliação são capazes de ajudar a determinar se existe irritação das meninges. 
O sinal de Kernig é a resistência à extensão do joelho, enquanto o indivíduo está deitado com o quadril flexionado em um ângulo reto. O sinal de Brudzinski é provocado quando a flexão do pescoço induz à flexão do quadril e joelho. 
Uma complicação temida é a síndrome de Waterhouse-Frederichsen, que resulta da septicemia associada a meningite e infarto hemorrágico das glândulas suprarrenais. 
Diagnóstico 
Os resultados de uma punção lombar, necessários para um diagnóstico preciso, incluem LCS purulento e turvo sob pressão crescente. Tipicamente, o LCS contém um grande número de neutrófilos polimorfonucleares (até 90k), elevado teor de proteína e baixo teor de açúcar. As bactérias são observadas em esfregaços e facilmente cultivadas em meios apropriados. Ocasionalmente, o uso anterior de antibióticos limita a sensibilidade da cultura, e, nesse caso, pode ser usado o teste de aglutinação do látex ou PCR. 
Tratamento 
A escolha inicial dos antibióticos abrange a cobertura de largo espectro com cefalosporina de terceira geração, vancomicina e algumas vezes ampicilina. O ajuste posterior da terapia com antibióticos deve ser direcionado pelo resultado das culturas liquóricas. Antibióticos efetivos produzem rapidamente a lise do agente patogênico, que produz mediadores inflamatórios com potencial para exacerbar as anormalidades da barreira hematencefálica. Para suprimir essa inflamação patológica, a terapia adjuvante com corticosteroides deve ser conjuntamente administrada.
Pessoas expostas anteriormente a alguém com meningite meningocócica devem ser tratadas profilaticamente com antibióticos. Vacina contra os grupos de meningococos A, C, Y e W-135. 
Meningite viral
A meningite viral de muitas maneiras se manifesta como a meningite bacteriana, mas o curso é menos grave e os achados no LCS são significativamente diferentes. Existem linfócitos no líquido, em vez de células polimorfonucleares, o teor de proteínas é apenas moderadamente elevado e o teor de açúcares é geralmente normal. As meningites virais agudas são autolimitadas e muitas vezes requerem apenas um tratamento sintomático, com exceção para os casos de infecção pelo herpes-vírus simples do tipo 2, que responde ao tratamento intravenoso com aciclovir. A meningite viral pode ser causada por vários vírus diferentes, na maioria das vezes enterovírus, incluindo vírus Coxsackie, poliovírus e vírus ECHO. Outras incluem o vírus Epstein-Barr, vírus da caxumba, HSV e vírus do Nilo Ocidental. 
Encefalite
Encefalite representa uma infecção generalizada do parênquima do encéfalo ou da medula espinal. Um vírus geralmente é a causa, mas a encefalite também pode ser causada por bactérias, fungos e outros microrganismos. O sistema nervoso é sujeito à invasão por vários vírus, como arbovírus, poliovírus e vírus da raiva. O
O quadro patológico da encefalite necrosante inclui hemorragia local, que acaba por se tornar generalizada, com edema proeminente. Ocorre uma degeneração progressiva dos corpos das células nervosas. 
Como nos casos de meningite, a encefalite se caracteriza por febre, cefaleia e rigidez da nuca. No entanto, os indivíduos também são acometidos por transtornos neurológicos, como letargia, desorientação, convulsões, paralisia focal, delirium e coma. 
Infecções supurativas focais agudas
As infecções supurativas focais são tipicamente causadas por bactérias piogênicas ou fungos, e podem surgir em vários compartimentos diferentes incluindo o parênquima cerebral, espaço subdural e espaço extradural.
Abscesso cerebral
Um abscesso cerebral é um foco localizado de necrose do tecido cerebral com inflamação associada, geralmente causada por uma infecção bacteriana. Abscessos cerebrais podem surgir por implantação direta de organismos, extensão local de focos adjacentes (mastoidite, sinusite paranasal) ou propagação hematogênica. 
Empiema subdural
Infecções bacterianas, e raramente fúngicas, dos ossos do crânio ou dos seios aéreos podem se espalhar para o espaço subdural, produzindo um empiema subdural. 
Abscesso extradural
O abscesso extradural, comumente associado a osteomielite, muitas vezes surge de um foco infeccioso adjacente, como sinusite ou após um procedimento cirúrgico. Quando o processo ocorre no espaço epidural espinal, pode causar compressão da medula espinal e constituir uma emergência neurocirúrgica.
Meningoencefalite bacteriana crônica
A infecção bacteriana crônica das meninges e do cérebro pode ser causada por Mycobacterium tuberculosis, Treponema pallidum e espécies de Borrelia.
Tuberculose
Pacientes com meningite tuberculosa geralmente apresentam cefaleia, mal-estar, confusão mental e vômitos. O LCR normalmente apresenta uma pleocitose composta de células mononucleares ou uma mistura de neutrófilos e células mononucleares, uma elevada concentração de proteína (muitas vezes altíssima), e níveis de glicose moderadamente reduzidos ou normais. As complicações mais sérias da meningite tuberculosa crônica são fibroseda aracnoide produzindo hidrocefalia e endarterite obliterativa produzindo oclusão arterial e infarto cerebral. Os tuberculomas produzem sintomas típicos de lesões que ocupam espaço do cérebro e devem ser distinguidos de neoplasias do SNC.
Neurossífilis
A neurossífilis é uma manifestação de estágio terciário da sífilis e ocorre em cerca de 10% dos indivíduos com infecção não tratada. Os principais padrões de envolvimento do SNC são neurossífilis meningovascular, neurossífilis parética e tabes dorsalis. 
Neuroborreliose (doença de Lyme)
A doença de Lyme é causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi, transmitida por várias espécies de carrapato do gênero Ixodes. Os sintomas neurológicos são altamente variáveis e incluem meningite asséptica, paralisia do nervo facial e outras polineuropatias, bem como encefalopatia.

Continue navegando