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Facilitadora: Raianne Monteiro Soares Equilíbrio ácido-básico e interpretação da Gasometria Arterial Caruaru 2023 Caruaru 2024 O QUE É A GASOMETRIA ARTERIAL? A análise dos gases no sangue arterial faz parte da rotina diária na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Emergências. Essa avaliação é voltada, principalmente, aos valores de potencial hidrogeniônico (pH), pressão parcial de oxigênio (PaO2), pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) e íon bicarbonato (HCO3), Saturação da oxi-hemoglobina, fundamentais para fins de diagnóstico e direcionamento de condutas. (PINTO, 2022; PROENF/ABEN 2020-2022) É um exame de sangue invasivo, feito através da coleta de sangue arterial. RESOLUÇÃO COFEN 703/22 Art. 1º No âmbito da equipe de enfermagem, a punção arterial tanto para a coleta de sangue para gasometria, quanto para a instalação de cateter intra- arterial para a monitorização da pressão arterial invasiva (PAI), é procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão. INDICAÇÕES A va lia çã o Distúrbio do equilíbrio ácido-básico Oxigenação pulmonar no sangue arterial Ventilação alveolar • Portadores de distúrbios metabólicos; • Cetoacidose diabética; • Doença renal crônica; • Pancreatite aguda; • Insuficiência respiratória; • Doença pulmonar obstrutiva crônica; • Pneumonia grave; • Em uso de ventilação mecânica, ou O2 em alto fluxo; CONTRAINDICAÇÕES Absolutas • Teste de allen negativo; • Infecção no local de coleta; • Anatomia alterada; • Trombo; • Doença vascular periférica grave. Relativas • Anticoagulantes; • Portadores de coagulopatias e trombocitopenias; • INR acima ou igual a 3; • Sinais de má perfusão periférica; ESCOLHA E AVALIAÇÃO DO LOCAL DE PUNÇÃO Facilidade de acesso; Integridade e sensibilidade dolorosa das estruturas adjacentes à artéria; Proximidade de vasos sanguíneos; Presença de circulação colateral; (OGLIARI, 2021) Artéria radial Artéria dorsalis pedis Artéria braquial Artéria femoral ESCOLHA E AVALIAÇÃO DO LOCAL DE PUNÇÃO Radial Pediosa FemoralBraquial Seringa 1 ml Agulha 0,45x13 30º Seringa 1 ml Agulha 0,45x13 30º Seringa 3 ml Agulha 25x0,70 45º Seringa 3 ml Agulha 25x0,70 90º TESTE DE ALLEN Quando, negativo este resultado contraindica a realização de punção na artéria radial, pois caso ocorra obstrução do fluxo sanguíneo como complicação, não haverá irrigação sanguínea suficiente para a mão. MATERIAIS NECESSÁRIOS • Par de luvas para procedimento; • Algodão; • Gaze estéril; • Solução alcoólica a 70%; • Seringa heparinizada com 0,1 mL de heparina; • Agulha para punção (13x0,45 ou 25x0,7); • Material para curativo (avaliar). RECURSOS MATERIAIS Fonte: Google imagens COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL-PACIENTE Fonte: Google imagens DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO ANÁLISE DA AMOSTRA NO GASÔMETRO 1. Aparelho em Stand By calibrado; 2. Retirar todo o ar da seringa; 3. Retirar a agulha; 4. Abrir a tampa do gasômetro; 5. Posicionar a seringa sob o sensor do gasômetro, inserir a amostra lentamente até que o aparelho sinalize a retirada da seringa. 6. Informar condições respiratórias e temperatura do paciente. OBSERVAÇÕES • Quantidade de heparina; • Tentativas; • Aspiração com pressão negativa; • Bolhas de ar; • Rotacionar a seringa; • Esperar 10 a 20 min após manobras fisioterápicas, aspiração, ou utilização de pressão positiva; • Temperatura corporal; • Analisar amostras em temperatura ambiente em até 10 a 15 min. • Em até 1 hora sob conservação; • Geladeiras com temperaturas médias de 4ºC; • Coletas em linhas arteriais. COMPLICAÇÕES Trombose; Embolização; Hematomas; Formação de aneurismas; Formação de fístulas arteriovenosas; Infecção local; Infecção sistêmica; Necrose distal. As complicações da punção arterial vão da dor local até casos graves como síndrome compartimental por hematoma periarterial. Geralmente, estão relacionadas à infecção e isquemia da artéria puncionada. FATORES QUE PODEM ALTERAR OS RESULTADOS • Bolhas de ar na seringa; • Quantidade excessiva de heparina; • Temperatura da amostra; • Volume insuficiente de sangue; • Falta de calibração adequada do aparelho. Noções básicas O pH é discretamente alcalino, com valores homeostáticos entre 7,35 e 7,45, sendo 7,40 o valor de neutralidade. Faixas de pH menores do que 6,8 pH maiores do que 7,8, em geral, são referenciadas como incompatíveis com a vida. EAB Controle metabólico Controle renal Controle respiratório VIANA, 2020 Sistema Respiratório • O sistema respiratório compensa a concentração de CO2 plasmático, estimulando o centro respiratório a aumentar ou diminuir a frequência respiratória, o que causa excreção ou retenção de ácidos potenciais, normalizando o pH. • O sistema compensatório respiratório age após minutos da instalação do distúrbio ácido-básico (DAB). VIANA, 2020 Sistema Renal • O sistema renal é mais lento, iniciando sua compensação horas ou dias após a instalação do DAB. • O controle renal só é eficaz mediante função renal adequada. Excreção de íons de H+ Reabsorção de bicarbonato Distúrbios Primários • Envolve alteração de pH associada à alteração de apenas um sistema orgânico (respiratório ou metabólico). • PaCO2 alterada, distúrbio respiratório; • HCO3 alterado, distúrbio metabólico; VIANA, 2020 Acidose respiratória Alcalose respiratória Acidose metabólica Alcalose metabólica Distúrbios Mistos VIANA, 2020 Envolve alteração de pH e de dois sistemas orgânicos (respiratório e/ou metabólico) proporcionalmente. Fonte: Google imagens Valores de referência Sangue Arterial Cor Vermelho rutilante pH 7,35 a 7,45 PaO2 80 a 100 mmHg PaCO2 35 a 45 mmHg HCO3 22 a 26 mEq/L BE -4 a +4 SpO2 95 a 100% ANÁLISE DA GASOMETRIA ARTERIAL 1º pH ANÁLISE DA GASOMETRIA ARTERIAL 2º HCO3 Acidose Alcalose22mEq/L > HCO3 > 26mEq/L ANÁLISE DA GASOMETRIA ARTERIAL 3º PaCO2 Alcalose Acidose35mmHg > PaCO2 > 45mmHg ACIDOSE METABÓLICA pH HCO3 -Cetoacidose diabética-Diarréia severa -Fístulas do TGI ALCALOSE METABÓLICA pH HCO3 -Excesso de HCO3 ACIDOSE RESPIRATÓRIA pH PaCO2 -Pneumonia -EAP -Depressão do SNC ALCALOSE RESPIRATÓRIA pH PaCO2 -Ansiedade -Dor -Hipoxemias -Sepse Hipoventilação HCO3 normal Hiperventilaçã o HCO3 normal ACIDOSE MISTA pH HCO3 -PCR -DPOC com falência circulatória ou sepse -EAP grave -IRA +IRpA ALCALOSE MISTA pH HCO3 -Doença hepática crônica -Vômitos -Doença renal avançada PaCO2 PaCO2 Paciente III pH: 7,50 HCO3: 28 PaO2: 105 PaCO2: 28 Paciente I pH: 7,29 HCO3: 20 PaO2: 95 PaCO2: 40 Paciente II pH: 7,62 HCO3: 25 PaO2: 100 PaCO2: 30 VAMOS PRATICAR! Sinais e sintomas Alcalose metabólica Hipóxia Hipercapnia - a frequência respiratória Turgor diminuído Hipotensão Alcalose respiratória Arritmias cardíacas Parestesias faciais e periféricas Câimbras, confusão mental Síncope e crises convulsivas Acidose respiratória Rubor facial e de extremidade Dispneia ou bradipneia Delírio e tremores Crises convulsivas e coma Acidose metabólica Respiração de Kussmaul Redução da contratilidade cardíaca Arritmias cardíacas • Corrigir déficit de volemia; • Administração de bicarbonato de sódio (NaHCO3). Em pacientes com acidose grave (pH < 7,20; bicarbonato < 8), a depressão miocárdica e as disfunções enzimáticas são significativas. FURONI, 2010 Acidose Metabólica Alcalose Metabólica Quando a alcalose resulta de perda gástrica excessiva, o distúrbio deverá ser tratado a partir da correção da hipovolemia e da hipocloremia, com solução de NaCl 0,9%, bem como pela correção da hipocalemia comumente associada por meio da administração de cloreto de potássio. A perda de H pelo estômago ou pelos rins pode ser reduzida pelo uso de inibidores da bomba de prótons ou pela suspensão dos diuréticos. FURONI, 2010 • Édirigido à causa da hipoventilação alveolar, mantendo uma oxigenação e ventilação adequadas: manutenção das vias aéreas livres, correção da hipóxia, remoção de secreções e tratamento das infecções respiratórias quando presentes. A administração de O2 deve ser cuidadosamente ajustada para os pacientes com doença pulmonar obstrutiva grave e retenção crônica de CO2 que estão respirando espontaneamente. FURONI, 2010 Acidose Respiratória Alcalose respiratória É dirigido ao distúrbio que originou a hiperventilação alveolar. Neste caso, deve-se regular adequadamente a assistência por ventilação mecânica. Os pacientes com síndrome de hiperventilação podem beneficiar-se com a tranquilização, a respiração dentro de um saco de papel durante os episódios sintomáticos e a atenção para o estresse psicológico subjacente. FURONI, 2010