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TRABALHO ESCRITO_DIURÉTICOS_

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RESUMO 
 
O uso de diuréticos é bastante difundido na rotina de clínica de animais 
domésticos em especial cães e gatos, principalmente em pacientes com cardiopatias 
ou outras doenças que levam à formação de edema ou acúmulo de líquido em várias 
partes do corpo. 
Os diuréticos são classificados de acordo com sua localização e função, 
podendo ser usados isoladamente ou em combinação. As drogas mais utilizadas são 
os diuréticos de alça, que contêm a furosemida como importante representante 
desse grupo. Devido às suas propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas, os 
diuréticos podem ser ativados em minutos, proporcionando ao paciente uma rápida 
melhora das manifestações clínicas. Métodos de classificação de medicamentos 
orais e caninos, bem como aplicações clínicas, benefícios e efeitos colaterais 
promovem a remoção do excesso de água como sal, toxinas e produtos metabólicos 
acumulados, como a uréia, do corpo que se acumulam nos tecidos devido a várias 
doenças (edema). 
Existem muitos tipos de diuréticos, mas a maioria funciona reduzindo a 
quantidade de líquido reidratado pelos tubos renais, onde o líquido retorna à corrente 
sanguínea. Os diuréticos mais comumente usados (por exemplo, clorotiazida) 
interferem na reabsorção de sal e água através dos tubos renais. Em vez de serem 
absorvidos, o sal e a água são extraídos, aumentando assim o fluxo de urina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os diuréticos são uma classe de fármacos utilizados na clínica veterinária em 
casos de cardiopatias, edemas ou afecções líquidas. São utilizados para aumentar 
excreção urinária de água e eletrólitos pelos rins provocando diminuição do volume 
do líquido extracelular, nesse caso de grande importância no tratamento de quadros 
de hipovolemia, além de representar a classe farmacológica mais usual em 
pacientes hipertensivos. 
 A absorção acontece no néfron e dependendo da composição química do 
fármaco, potência e local de ação definirão a sua classificação. Ao total são seis 
classes de diuréticos: mercuriais, inibidores da anidrase carbônica, diuréticos de 
alça, tiazídicos, diuréticos poupadores de potássio e os diuréticos osmóticos e cada 
um atua numa região específica: túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo 
contorcido distal e ductos coletores desencadeando sua finalidade terapêutica. 
Apesar dessas diferenças, os diuréticos possuem capacidade de eliminação de 
sódio pela urina e podem ter sua ação na filtração glomerular, reabsorção tubular ou 
na excreção tubular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS DIURÉTICOS 
 
1. TIAZÍDICOS: São diuréticos saluréticos (eliminação de sódio por meio da urina) 
de potência moderada com local de ação nos túbulo contorcido distal e em menor 
intensidade na alça de Henle e túbulo contorcido proximal. Inibem o cotransportador 
sódio (Na+) /Cl− (cloreto) que agem impedindo na reabsorção de sódio, cloreto e 
potássio promovendo o aumento de excreção urinária de leve à moderada. Sendo a 
hidroclorotiazida o principal fármaco que pertence a esta classe. Pode ser associado 
com a furosemida (diurético de alça). 
Sofre biotransformação hepática, eliminação hepática e principalmente renal 
(filtração glomerular e secreção tubular ativa). 
 
2. POUPADORES DE POTÁSSIO: São diuréticos de baixa potência com o local de 
ação nos túbulos contorcidos distais e ductos coletores. Age bloqueando os canais 
de sódio inibindo a reabsorção de sódio (Na+) e diminuição de potássio (K+) ou atua 
ligando-se competitivamente aos sítios de ligação da aldosterona no túbulo distal, 
por este motivo é considerado um fármaco antagonista da aldosterona. Também é 
considerado um inibidor do SRAA (sistema renina-angiotensina-aldosterona) e, 
portanto, um modelador neuroendócrino. Por isso, possuem potência natriurética 
fraca. Foram desenvolvidos pela necessidade de poupar a perda de K+ mas se 
mantém capazes de eliminar Na+ e água. 
Espironolactona é o principal fármaco que pertence a esta classe. 
 
3. OSMÓTICOS: São diuréticos responsáveis pelo aumento da pressão osmótica na 
filtração glomerular induzindo a passagem de água no meio intracelular para o 
extracelular e vascular, ou seja, retém água nos ductos coletores com menor 
reabsorção sódio e maior de eliminação (Na+) e outros eletrólitos K+, Ca+, Mg2+, 
Cl-, HCO3 - e fosfato. Esse processo resulta no aumento de volume da água 
excretada na urina denominada de diurese osmótica. Os diuréticos osmóticos não 
realizam a absorção apenas a filtragem nas áreas que são permeáveis a água: 
túbulo contorcido proximal e ramo descendente da alça de Henle. Glicose e manitol 
são as substâncias representantes desta classe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVO 
 
Dentre os objetivos desse estudo, o principal é uma pesquisa mais 
aprofundada em relação aos principais fármacos diuréticos tiazídicos poupadores de 
potássio osmóticos na medicina veterinária. Destacando sua atuação, sua indicação, 
sua contra-indicação e sua posologia. 
 
RESULTADOS 
 
1. TIAZÍDICOS 
 
Indicações: Pressão alta, ICC, nefrolitíase e diabetes nefrogênico. Toxicidade: 
Alcalose metabólica, hiperuricemia, hiperlipidemia, hiponatremia, alergias. 
Contraindicação: Cirrose do fígado e insuficiência renal na fronteira. 
Efeitos Adversos: 
- Menor tolerância à glicose e pode expor o DM oculto durante o tratamento. Isso 
parece ser devido à diminuição da produção de insulina e alterações no metabolismo 
da glicose. 
- A hiperglicemia pode estar relacionada à diminuição de K e diuréticos. 
- Eles também podem aumentar os níveis plasmáticos de LDL, colesterol total e 
triglicerídeos totais. 
- Aumentam ligeiramente o risco de morte súbita e carcinoma de células renais, mas 
são seguros 
e redução da morbidade e mortalidade em pacientes com HAS. 
- Os efeitos colaterais aumentam com a dose, portanto, doses menores são 
necessárias para a HAS. 
Posologia (Hidroclorotiazida): Via Oral (VO), Cão: 2 - 4 mg/kg 
 Via Oral (VO), Gato: 1 - 2 mg/kg 
Apresentação: Hidroclorotiazida 25/50mg, comprimido 
 Moduretic 25/50mg, comprimido 
 Clorana 25/50mg, comprimido. 
Posologia (Furosemida): Vias - Intramuscular (IM), Intravenoso (IV), Oral (VO) e 
Subcutânea (SC). 
Cão: 2 - 6 mg/kg, Pacientes com ICC 1 - 3 mg/kg 
Gato: 1 - 4 mg/kg, Pacientes com ICC 1 - 2 mg/kg 
Apresentação: Furosemida 10/20/40/80mg, comprimido 
 10 mg/mL, solução injetável 
 530mg /10 mL,frasco-ampola. 
 Lasix 10 mg/mL, solução injetável 
 Diurax 50 mg/mL, solução injetável. 
Posologia (Clortalidona): Via Oral (VO), Cães e Gatos: 2 - 4 mg/kg. 
Apresentação: Clortalidona 12,5 25 50mg, comprimido 
 Higroton 12,5 25 50mg, comprimido 
 
2. POUPADORES DE POTÁSSIO 
 
 Espironolactona 
Indicação: hipertensão essencial, distúrbios edematosos, tais como: edema e ascite 
da insuficiência cardíaca congestiva; cirrose hepática; síndrome nefrótica; edema 
idiopático; hipocalemia. 
Contraindicação: Deve ser usada com cautela em pacientes que recebem 
inibidores da ECA ou suplementação desse elemento. Contraindicada para 
pacientes hiperglicêmicos ou com insuficiência renal aguda. Não deve ser usada em 
fêmeas gestantes ou lactantes. 
Efeitos adversos: relacionados a retenção excessiva de potássio e distúrbios 
gastrointestinais. hipercalemia em alguns pacientes. 
Posologia: Via oral (VO), Cães: 1-2mg/kg, a cada 12 horas. 
 Via oral (VO), Gatos: 1-2mg/kg, a cada 12 horas. 
Apresentação: Cardalis 2,5mg/20mg cães 5 a 10kg, Frasco com 30 comprimidos 
● Triantereno e a Amilorida 
Indicação: Estados Edematosos,Hipertensão. 
Contraindicação: Excesso de potássio no organismo, anúria, diabetes, 
hiponatremia, disfunção renal. 
Efeitos Adversos: Náuseas, Tonturas, Cãibras, Vômito. 
Posologia (Triantereno): Via Oral (VO) 1 a 2 mg/kg a cada 12 horas 
Posologia (Amilorida): ainda não determinada para os animais. 
 
3. OSMÓTICOS 
 
 Manitol 
Indicação: em condições agudas de diurese, glaucoma, edema cerebral, 
insuficiência renal oligúria, hipertensão intracraniana, nefrotoxicidade 
Contraindicação: pacientes apresentando edema pulmonar, insuficiência cardíaca 
congestiva (icc), anúria, hipovolemia grave, hemorragia intracraniana ativa. 
Efeitos adversos: aumenta a desidratação (pré-existente), hipervolemia, 
Hiponatremia. 
Posologia (Manitol): 1g/kg de solução a 5 - 25%, IV (Intravenoso) 
Glaucoma e Edema Cerebral: 0,25 a 2g/kg de solução a 15 - 25%, IV (Intravenoso) 
durante 15 - 60 min (Repetir se necessário a cada 4 - 6 Hrs). 
Apresentação: Manitol 200 mg/ml, Solução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONCLUSÃO 
 
Os diuréticos estão entre os tratamentos mais prescritos em diversas situações 
clínicas. A compreensão da sua farmacologia e dos mecanismos fisiopatológicos 
envolvidos no seu modo de ação permite escolher de forma coerente o tipo de 
diurético adequado a cada situação clínica e adaptar o tratamento em caso de 
resistência aos diuréticos. Alguns efeitos colaterais são frequentes e justificam o 
monitoramento biológico regular dos pacientes em benefício do tratamento diurético 
de longa duração. 
● A resposta aos diuréticos é variável; a dose e a frequência de administração 
devem ser adaptadas individualmente de acordo com a resposta clínica e 
tendo em conta a patologia inicial e as comorbidades 
● A resistência aos diuréticos é comum, especialmente na insuficiência 
cardíaca. Pode ser superado administrando o diurético via parenteral, 
aumentando a dose e a frequência de administração e adicionando um 
segundo diurético inibindo a reabsorção de sódio em um segmento a jusante. 
● Os inibidores do receptor V2 da vasopressina (vaptans) atuam aumentando a 
depuração da água livre e seu benefício clínico no controle do volume 
sanguíneo na insuficiência cardíaca ou cirrose é limitado 
● Devido ao hiperaldosteronismo secundário associado a doenças edematosas 
(cirrose, insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica), os antagonistas dos 
receptores de aldosterona são a classe diurética de escolha no tratamento em 
longo prazo da retenção de líquidos e sódio 
● Diuréticos não alteram o prognóstico de pacientes com insuficiência renal 
aguda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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<https://consultadogvet.wordpress.com/2017/02/23/diureticos/>. Acesso em 18 de 
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em:<https://slideplayer.com.br/amp/3261696/>. Acesso em 18 de maio de 2022. 
 
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Tradução: Ademar Valadares Fonseca et al. 13. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2017. E-
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https://www.revmed.ch/auteurs/waeber-bernard
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