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RESUMO O presente trabalho apresenta o funcionamento, a diversidade de tipos de diuréticos, seu mecanismo de ação e suas indicações de uso. Diuréticos são fármacos que promovem a excreção renal aumentando a eliminação de água e eletrólitos, mantem bons resultados no tratamento de edematosos e hipertensão arterial. O objetivo do estudo foi avaliar o tratamento, sua origem através da história até suas aplicabilidades e, ainda sobre o mecanismo de funcionamento, eficácia clínica, e segurança. As informações foram obtidas por meio de pesquisas bibliográficas em sites e artigos científicos Palavras-chave: Diuréticos; Hipertensão; Rins SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 4 2. DESENVOLVIMENTO........................................................................................... 5 2.1 Diurético de alça...................................................................................................... 6 2.2 Diurético inibidor da anidrase carbônica............................................................. 6 2.3 Diurético osmótico................................................................................................... 6 2.4 Diurético poupador de potássio.............................................................................. 7 2.5 Diurético tiazídico.................................................................................................... 7 3. CONCLUSÃO........................................................................................................... 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 9 4 1. INTRODUÇÃO O corpo humano depende de um principal fator para que haja equilíbrio e harmonia no funcionamento de todos os sistemas, denominado homeostase. Quando não há tal estabilidade, ocorre desregulação dos tecidos e sistemas, resultando em diversas patologias como a hipertensão arterial, edema (que é descrito como o acúmulo patológico de líquido no espaço vascular), entre outros. O presente estudo visa apresentar as vias de tratamento com diferentes tipos de diuréticos para que haja a normalização da perfusão apropriada dos tecidos, estabelecendo a homeostase. As terapias existentes atuam diminuindo o acúmulo, complementando a base terapêutica para outros tratamentos como IC (Insuficiência Respiratória), Síndrome Nefrônica e HA (Hipertensão Arterial) pois reduzem tanto a pressão sistólica quanto a diastólica. Nas condutas terapêuticas os diuréticos podem ser regidos de forma individual ou em combinação com outros fármacos, principalmente os que atuam no sistema cardiovascular. Porém, para que haja a realização dessa ação é primordial o conhecimento sobre a diferença de cada classe de diurético. Dessa forma, o foco desse trabalho acadêmico é abordar os mecanismos de ação das diferentes classes de diuréticos, e porque é a classe de fármacos mais considerada para conduzir o tratamento das patologias citadas acima (MARTELLI et al., 2008). 5 2. DESENVOLVIMENTO Os diuréticos são fármacos que podem ser usados associados a outros medicamentos ou sozinhos e atuam no aumento de excreção de eletrólitos e de água do nosso sistema urinário, com diferentes usos clínicos, tais como: hipertensão arterial, cirrose hepática e glaucoma. Estes fármacos possuem mecanismos de ação diferenciados através da diminuição da reabsorção de sódio (Na+) e cloro (Cl-) do filtrado renal e o aumento da eliminação de água do organismo, diminuindo então a retenção de fluido e consequentemente ajudando na rigidez dos vasos e a reatividade neural (MOREIRA, 2013). Levando em consideração o surgimento destes, foi com a descoberta da acetazolamida (inibidora da enzima anidrase carbônica) em 1950 que os estudos iniciaram-se com a observação da diminuição do ácido carbônico e alcalinização da urina. Já em 1959, a clorotiazida foi analisada e percebeu-se seu potencial de tratamento para uma quantidade maior de enfermidades. Então, no início de 1965, a furosemida surgiu como protótipo poderoso dos diuréticos de alça. Desde então, os fármacos mais utilizados na prática clínica são as tiazidas, que há mais de 40 anos fazem parte da primeira linha de medicamentos, tanto em monoterapia como em associação. São medicamentos de baixo custo com uma boa eficácia, tanto que não se pensa em outro medicamento para essa finalidade (DA SILVA, 2013). Os diuréticos são divididos em classes, sendo: os diuréticos de alça, tiazídicos, poupadores de potássio, osmóticos e inibidores da anidrase carbônica. Cada tipo de diurético tem um efeito específico que auxilia no tratamento de alguma determinada doença, como o da hipertensão arterial com efeitos como: eliminação de água, sódio e cloreto. É habitual a indicação clínica dos diuréticos com a finalidade de reduzir o volume de líquido extracelular, principalmente em situações associadas a hipertensão e edema, dificultando a reabsorção tubular em locais diferentes ao longo do néfron renal pois cada um deles atua de forma diferente nos quatros segmentos do túbulo renal (túbulo distal, alça de Henle, túbulo proximal e túbulo coletor) (MARTELLI et al., 2008). Utilizados em associações terapêuticas, é importante considerar o efeito que terá na excreção hidrossalina e os efeitos atribuídos nos rins. Os diuréticos são fármacos que causam um balanço hídrico e possuem diversos mecanismos de ação, uma vez que as diferentes classes agem em diferentes segmentos do néfron renal e proporcionam diferentes efeitos. Mas em contrapartida tem alterações nos balanços de outros elementos causando desequilíbrios bioquímicos e metabólicos, tais como hiponatremia, hipomagnesemia, hipocaliemia e hiperuricemia, aumento do colesterol e dos triglicerídeos, intolerância à glicose e resistência à insulina. É uma seleção exigente em muitos casos atendendo aos múltiplos fatores associados 6 às características individuais e ao estado clínico de cada doente (DA SILVA, 2013). 2.1 Diurético de alça Nessa classe de diuréticos ocorre a diminuição de edema, sendo diuréticos potentes, que atuam na porção ascendente da alça de Henle, inibindo a reabsorção ativa de sódio ao bloquear o co transportador NKCC2 (Na+, K+, 2Cl-). Por conta deste bloqueio ocorre o aumento da excreção de sódio e cloro e esta queda de concentração de solutos faz com que reduza a reabsorção tubular de água. Mesmo assim, em relação ao objetivo dos anti-hipertensivos o mesmo não apresenta a mesma ação das tiazidas. Sendo que uma dose diária cria poliúria intensa durante algumas horas com o intuito de compensar os mecanismos para assim obter a recuperação bem como a restauração do nível hemodinâmico. A furosemida é tida como principal fármaco desta categoria (Almeida et al, 2017). Porém, a utilização de um diurético de alça (furosemida 80 a 240 mg/dia, via oral) em associação com um tiazídico (hidroclorotiazida ou clortalidona 25 a 50 mg/dia, via oral) é uma técnica extremamente eficaz no controle do quadro de doença renal crônica (DRC), uma vez que essa terapêutica trata quadros que proporcionam a progressão da DRC, como o edema e a HA. Para um acompanhamento eficaz, faz-se necessário a monitoração do equilíbrio hidroeletrolítico para a manutenção e controle desses fatores (CASTRO, 2019). 2.2 Diurético inibidor da anidrase carbônica Anidrase carbônica é uma enzima que catalisa a reação química que envolve a hidratação do dióxido de carbono e a desidratação do ácido carbônico. Essa classe de diuréticos inibe a anidrase carbônica inibem a enzima anidrase, diminuindo a reabsorção de sódio e aumentandoo aporte de bicarbonato de sódio nas porções mais distais do néfron. A acetazolamida, cujo medicamento de referência é o Diamox, é o medicamento mais utilizado dessa categoria e com aplicação no tratamento de glaucoma (Almeida et al, 2017). Contudo, após diversos dias de tratamento o estudo aponta que, o efeito diurético do fármaco é moderado por suprarregulação compensatória, através de mecanismos que ainda não estão claros. Logo, conclui-se que o uso constante de inibidores da anidrase carbônica está ligado ao desenvolvimento de acidose metabólica controlada. Portanto, deve-se ter cautela no que se diz respeito ao uso clínico dos inibidores dessa categoria de diuréticos, pois há situações que necessitam da anidrase carbônica seja para restaurar o equilíbrio ácido-base, ou como pacientes com IC (Insuficiência cardíaca) que apresentam alcalose metabólica causada pelo tratamento com diuréticos de alça (MARTELLI et al., 2008). 7 2.3 Diurético osmótico Esses diuréticos são filtrados no glomérulo, mas não são absorvidos pelo néfron, aumentando a osmolaridade do filtrado glomerular. Os diuréticos osmóticos aumentam o volume de água na urina, pois a reabsorção de água é reduzida pela presença de soluto não reabsorvível. Eles alteram a reabsorção em segmentos permeáveis à água, como o túbulo proximal, a porção descendente da alça de Henle e os túbulos coletores, reduzindo a reabsorção de Na+. São usados para o tratamento de edema cerebral e pressão intraocular elevada. O principal exemplo de medicamento dessa classe é o Manitol (LINDNER et al., 2012). 2.4 Diurético poupador de potássio Nessa classe os fármacos atuam no túbulo distal e no túbulo coletor. Eles apresentam- se em duas formas de ação: os fármacos que inibem os canais de sódio no túbulo coletor e bloqueiam a reabsorção de sódio e os antagonistas da aldosterona que inibem a excreção de potássio nos segmentos dos túbulos, agindo, em conjunto com outras drogas, no tratamento da hipertensão arterial e no manejo da insuficiência cardíaca congestiva. Um exemplo dessa classe é a espironolactona (NIGRO e FORTES, 2005). Com base nos estudos, é importante ressaltar que a individualização e dosagem desses fármacos é um ato necessário bem como o conhecimento do seu mecanismo de ação podendo assim desenvolver estratégias de acompanhamento adequado de pacientes que estão com o tratamento de diuréticos em andamento. 2.5 Diurético tiazídico Essa classe de fármacos têm sido utilizados no tratamento da HA por muitos anos, tendo a hidroclorotiazida como principal fármaco e ainda hoje permanecem primordiais como medicamentos anti-hipertensivos (PIMENTA, 2008). Os diuréticos tiazídicos atuam na parte proximal do túbulo contorcido distal, bloqueando o cotransportador de sódio-cloreto (NCC), inibindo a reabsorção. Eles também aumentam a reabsorção transcelular de cálcio. Com isso conclui-se que esses tipos de diurético têm sido utilizado também a fim de diminuir a perda urinária de Ca2+ na osteoporose (Almeida et al, 2017). 8 3. CONCLUSÃO Através das revisões realizadas, conclui-se que, os diuréticos tem sido um recurso amplamente utilizado em quadros de HA devido ao seu fácil manejo e baixo custo, edema (situação decorrente ao acúmulo de líquido entre os tecidos e cavidades no corpo humano sucedendo em inchaço), como também é empregue em situações de ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva), Insuficiência Renal Crônica e Glaucoma. Relacionado a sua ação, os diuréticos são substâncias que tem atuação sobre os rins, ocasionando uma elevação na taxa do débito e volume urinário, portanto a excreção urinária é aumentada com a presença de solutos em seu meio como o sódio (Na+) e cloreto (Cl-). Esse desempenho tem como intuito gerar a diminuição da reabsorção de sódio por via dos túbulos, ocasionando maior débito de sódio citado como natriurese, o que por sua vez decorre em diurese, aumentando a perda de água segundo à eliminação aumentada de sódio, já que o sódio restante nos túbulos age por osmose, restringindo a reabsorção de água. No que se refere a classe dos diuréticos temos uma ampla variedade, sendo eles: diuréticos de alça, tiazídicos, poupadores de potássio, osmóticos e inibidores da anidrase carbônica. A individualização e dosagem desses fármacos é um ato necessário, pois doses elevadas podem desencadear reações adversas como alterações eletrolíticas e metabólicas. Por exemplo, os diuréticos poupadores de potássio podem produzir hipercalemia que é potencialmente fatal. Já um dos efeitos dos diuréticos tiazídicos é a disfunção erétil. Assim como os dois citados, a atenção para o mecanismo de ação é fundamental, podendo assim desenvolver estratégias de acompanhamento adequado e eficaz para os pacientes. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTRO, Manuel Carlos Martins. Tratamento conservador de paciente com doença renal crônica que renuncia à diálise. Braz. J. Nephrol. (J. Bras. Nerol.) 2019;41 (1): 95-102 DA SILVA, Joel Abreu. Avaliação da importância dos diuréticos no controlo da Hipertensão Arterial. Porto: Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências da Saúde, 2013 LINDNER, G; SCHWARZ, C; FUNK, GC. Osmotic diuresis due to urea as the cause of hypernatraemia in critically ill patients. Nephrol Dial Transplant 2012; 27:962-7. MARTELLI, Anderson; LONGO, Marco Aurélio Tosta; SERIANI, Cleber. Aspectos clínicos e mecanismos de ação das principais classes farmacológicas usadas no tratamento da hipertensão arterial sistêmica. 30. ed. São Paulo: Estud. Biol, 2008 MOREIRA, Gisela Cipullo. Existem diferenças entre os diversos diuréticos? 20 (2). São Paulo: Rev. Bras. Hipertens, 2013 NIGRO, Dorothy; FORTES, Zuleica Bruno. Efeitos farmacológicos dos diuréticos e dos bloqueadores dos canais de cálcio/ Pharmacological effects of diuretics and calcium channel blockers. 12 (2): 103-107. São Paulo: Rev. Bras. Hipertens, 2005 10
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