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Transmissão das obrigações (Cessão de crédito, assunção de débito e cessão de contrato)

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16. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
. 
TRANSMISSÃO DAS 
OBRIGAÇÕES 
CESSÃO DE CRÉDITO 
CESSÃO DE DÉBITO (ASSUNÇÃO) 
CESSÃO DE CONTRATO 
 
17. CESSÃO DE CRÉDITO (art. 286 – 298) 
A cessão de crédito consiste em um negócio jurídico por meio do qual o credor (cedente) transmite total ou parcialmente o 
seu crédito a um terceiro (cessionário), mantendo-se a relação obrigacional primitiva com o mesmo devedor (cedido). Em geral, 
é negócio jurídico oneroso, pactuado com propósito lucrativo, embora nada obste a transmissão gratuita do crédito. 14 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a NATUREZA da obrigação, a LEI, ou a CONVENÇÃO com o 
devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da 
obrigação. 
 O credor pode ceder o seu crédito, ainda que a isso se oponha a natureza da obrigação, não se admitindo cláusula proibitiva da cessão por 
se tratar de condição protestativa. (errada) FCC - 2009 - DPE-MT 
 A cessão de crédito pode ocorrer independentemente da vontade do devedor, salvo estipulação em contrário no contrato originário. (certa) 
2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL 
 É nula a cessão de crédito celebrada de modo verbal. (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 
Ex.: Suponha que um fazendeiro, mediante contrato escrito, tenha doado 10% da safra produzida em sua fazenda para uma 
instituição de caridade que, posteriormente, havia transferido essa vantagem para terceira pessoa. Nessa situação, o segundo 
negócio se configura como cessão de crédito. (certa) CESPE - 2013 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL 
17.1 CRÉDITOS INSUCETÍVEIS DE CESSÃO 
Ex.: É o caso do direito aos alimentos. O menor/alimentando não pode “negociar” com um terceiro, e ceder o crédito que tenha 
em face do seu pai/alimentante. Da mesma forma, não se admite a cessão de direitos da personalidade, como a honra, o nome, a 
intimidade etc. 15 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível 
de cessão, compensação ou penhora. 
 O crédito decorrente da obrigação alimentar não pode ser objeto de cessão. (certa) 2012 - MPE-RS 
 Os créditos de alimentos podem ser objeto de cessão. (errada) VUNESP - 2015 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO 
Outro exemplo é o crédito penhorado que, nos termos do art. 298 do CC, não pode ser cedido. 
Lei 8.213/91. Art. 114. Salvo quanto a valor devido à Previdência Social e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da 
obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença judicial, o benefício não pode ser objeto de penhora, arresto ou seqüestro, 
sendo nula de pleno direito a sua venda ou cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes 
irrevogáveis ou em causa própria para o seu recebimento. 
 A validade da cessão de crédito previdenciário, no plano federal, depende de escritura pública. (errada) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL 
SUBSTITUTO 
CC. Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
 Sendo negócio jurídico translativo inter vivos, a cessão de herança pode ser avençada, ainda que vivo o hereditando. (errada) 2010 - MPE-PB 
 A cessão de direitos hereditários é um negócio jurídico translativo inter vivos, podendo ser celebrado mesmo antes da abertura da sucessão. 
(errada) FCC - 2014 - DPE-RS 
17.2 CESSÃO DE CRÉDITO E SEUS ACESSÓRIOS 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. 
2013 - MPDFT / 
 Na cessão de um crédito sempre se abrangem todos os seus acessórios. (errada) FCC - 2009 - DPE-MT 
 Salvo disposição em contrário, a cessão de um crédito não abrange seus acessórios. (errada) CESPE - 2015 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. (certa) CESPE - 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA 
 
14 STOLZE 506 
15 STOLZE 508 
17.3 EFICÁCIA PERANTE TERCEIROS: INSTRUMENTO PÚBLICO OU REGISTRO EM CARTÓRIO 
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou 
instrumento particular revestido das solenidades do § 1º do art. 654. 
 A cessão de crédito celebrada por escrito particular, para que seja oponível a terceiros, deve ser levada a registro, em regra no Cartório de 
Títulos e Documentos. (certa) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 
17.4 CRÉDITO HIPOTECÁRIO E O DIREITO DE AVERBAÇÃO 
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel. 
 O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel, desde que haja autorização do devedor. 
(errada) FCC - 2009 - DPE-MT 
 O cessionário de crédito hipotecário não detém direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel. (errada) CESPE - 2012 - MPE-RR 
 O cessionário de crédito hipotecário só poderá averbar a cessão no registro de imóveis com o consentimento do cedente e do proprietário 
do imóvel. (errada) FCC - 2017 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO 
17.5 DA NOTIFICAÇÃO 
É dispensada a notificação da cessão ao devedor que declara, por escrito, ciência da cessão realizada. (certa) VUNESP - 2015 - TJ-MS - 
JUIZ SUBSTITUTO 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; MAS por notificado se 
tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
 A cessão do crédito tem eficácia em relação ao devedor, independentemente de notificação. (errada) FCC - 2009 - DPE-MT 
 A cessão de crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em 
escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. (certa) 2010 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 A cessão de débito só pode ocorrer com a participação do devedor, mesmo que o credor não concorde. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ 
FEDERAL 
 Para que o negócio produza os efeitos desejados, exige-se o consentimento prévio do devedor. (errada) 2013 – MPDFT 
 A validade EFICÁCIA da cessão de crédito depende da regular notificação do devedor. (errada) CESPE - 2014 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 A cessão de crédito opera-se entre credor cedente e terceiro cessionário, produzindo efeitos entre eles assim que concluído o negócio, 
independentemente do consentimento do devedor. (certa) 2015 - PGE-PR 
 Caso o credor da relação jurídica ceda seu crédito a terceiro, a ausência de notificação do devedor implicará a inexigibilidade da dívida. 
(errada) CESPE - 2015 – DPU 
 Fala-se em ausência de eficácia em relação ao devedor quanto à cessão realizada sem a sua notificação. (certa) 2015 - PGE-RS 
 A cessão de crédito tem plena e imediata eficácia em relação ao devedor, independentemente de este ter sido notificado da cessão feita ou 
ter dado ciência dessa cessão. (errada) CESPE - 2015 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 A cessão de crédito não depende da anuência do devedor para que seja válida. (certa) FCC - 2016 - DPE-BA 
 Para que ocorra a transmissão de crédito, não é necessário o consentimento do devedor, mas a sua notificação é exigida para a eficácia do 
negócio em relação a ele. (certa) FCC - 2017 - DPE-SC 
. 
O objetivo da notificação é informar ao devedor quem é o seu novo credor, isto é, a quem deve ser dirigida a prestação. A 
ausência da notificação traz essencialmente duas consequências: 
 Em primeiro lugar dispensa o devedor que tenha prestado a obrigação diretamente ao cedente de pagá-la novamente 
ao cessionário. 
 Em segundo lugar permite que devedor oponha ao cessionário as exceções de caráter pessoal que teria em relação ao 
cedente, anteriores à transferência do crédito e também posteriores, até o momento da cobrança (artigo 294 do Código 
Civil). 
(AgRg no REsp n.1.408.914/PR, relator Ministro Sidnei Beneti, Terceira Turma, julgado em 22/10/2013, DJe de 14/11/2013.) 
17.6 MÚTIPLAS CESSÕES DO MESMO CRÉDITO 
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido. 
CESPE - 2011 - TJ-PB – JUIZ 
 É vedada a realização de mais de uma cessão, tendo por objeto o mesmo crédito. (errada) VUNESP - 2015 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO 
17.7 PAGAMENTO AO CREDOR PRIMITIVO ANTES DO CONHECIMENTO DA CESSÃO 
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de 
mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o 
crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. 
Se o devedor pagar ao cedente antes de ter sido notificado da cessão de crédito, ele ficará desobrigado, já que a cessão de 
crédito não tinha ainda eficácia perante o devedor. (certa) 2015 - PGE-PR 
17.8 ATOS DE CONSERVAÇÃO 
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do 
direito cedido. 
2009 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO / 
 Pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido, independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor. (certa) 
FCC - 2009 - DPE-MT 
17.9 EXCEÇÕES 
Na cessão de crédito, o devedor pode opor contra o cessionário todas defesas pessoais que detinha contra o cedente à época 
da cessão. (certa) CESPE - 2009 - MPE-RN 
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter 
conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. 
2012 - PGFN / 2015 - PGE-RS / FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ SUBSTITUTO / 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 
 No caso da cessão de crédito, o devedor estará impossibilitado de opor ao cessionário as exceções que, no momento em que veio a ter 
conhecimento da cessão, tinha contra o cedente, em razão do fenômeno da preclusão. (errada) 2014 - PGE-MS 
O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a 
compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao 
cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente. (certa) 2015 - PGFN 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao 
cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, 
poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente (credor primitivo). 
17.10 CESSÃO PRO SOLUTO x PRO SOLVENDO16 
PRO SOLUTO 
(regra) O cedente deverá garantir que o crédito existe, embora não responda pela solvabilidade do devedor. 
PRO SOLVENDO 
(exceção) 
Além de garantir a existência do crédito, torna-se corresponsável pelo pagamento da dívida, até o limite do 
que recebeu do cessionário, ao que se acrescem juros, bem como a obrigação de ressarcimento das 
despesas da cessão e as que o cessionário houver feito para a cobrança da dívida. 
Em regra, o cedente não responde pela solvência do devedor ou cedido (art. 296 do CC). Portanto, para o Direito Civil brasileiro, 
a cessão de crédito é pro soluto, sendo a regra geral. Havendo previsão de responsabilidade pela solvência do cedido no instrumento 
obrigacional, a cessão é denominada pro solvendo.17 
 Na cessão de crédito pro solvendo, o cedente se desonera inteiramente em relação ao cessionário apenas com a própria cessão, ou seja, 
independentemente do recebimento do crédito. (errada) CESPE - 2014 - PGE-PI 
 É nula a cláusula que dispõe que o cedente não responde pela solvência do devedor. (errada) VUNESP - 2015 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO 
 Na cessão de crédito pro solvendo, o cedente responde apenas pela existência e validade do crédito cedido. (errada) CESPE - 2022 - PC-RJ - 
DELEGADO DE POLÍCIA 
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência 
do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de 
má-fé. 
 Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo 
em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. (certa) FCC - 2017 - TJ-SC - 
JUIZ SUBSTITUTO 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. 
 Na cessão de crédito por título oneroso, o cedente não se responsabiliza pela solvência do devedor, salvo estipulação em contrário. (certa) 
CESPE - 2009 - PC-PB - DELEGADO DE POLÍCIA 
 Na cessão por título oneroso, o cedente fica responsável perante o cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu. 
Todavia, salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. (certa) 2010 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 
16 Manual de Direito Civil, 6ª ed., 2022, p. 512, Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze 
17 Tartuce, 9ª ed. (2019), p. 714 
 Na cessão de crédito, salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela existência da dívida e solvência do devedor. (errada) FCC - 2015 
- TJ-SE - JUIZ SUBSTITUTO 
 Na falta de previsão contrária, vige a regra pela qual o cedente do crédito responde pela solvência do devedor. (errada) CESPE - 2015 - TJ-DFT - 
JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 Quando estipulado, o cedente pode responder pela solvência do devedor. (certa) 2015 - PGE-RS 
 A cessão de crédito é um negócio jurídico bilateral pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional, 
responsabilizando-se não só pela existência da dívida como pela solvência do cedido, por força de lei. (errada) FCC - 2015 - DPE-SP 
 Salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela solvência do devedor. (errada) FCC - 2017 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO 
 Na cessão de crédito, salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela solvência do devedor. (errada) CESPE - 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE 
POLÍCIA 
Ex.: Carla cedeu a Sílvia crédito que possuía com Luíza. Na data avençada para pagamento do débito, Sílvia procurou Luíza, 
ocasião em que ficou sabendo da condição de insolvência da devedora. Nessa situação, Carla será obrigada a pagar a Sílvia o valor 
correspondente ao crédito, haja vista a regra geral de que o cedente responde pela solvência do devedor. (errada) CESPE - 2009 - AGU 
17.11 DO RESSARCIMENTO DAS DESPESAS COM A COBRANÇA 
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com 
os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. 
Ex. João vende um crédito de R$ 100 mil para Marcelo por R$ 90 mil. Marcelo exige a cessão seja pro solvendo como uma 
garantia. Marcelo não conseguiu receber o crédito do devedor. Quanto Marcelo poderá cobrar de João? 100 ou 90? 90! A intenção 
é retornar ao status quo. O lucro não é o objetivo do cessionário. 
17.12 CRÉDITO PENHORADO: IMPOSSIBILIDADE DE TRANSFERERÊNCIA 
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o 
devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro. 
 O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor. O crédito, mesmo 
penhorado, pode ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora. (errada) CESPE - 2009 - DPE-ES 
 O crédito, ainda que penhorado, pode sertransferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora. (errada) 2012 - TJ-PR – JUIZ DE DIREITO 
SUSTITUTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18. ASSUNÇÃO DE DÍVIDA – CESSÃO DE DÉBITO (art. 299 – 303) 
A cessão de débito ou assunção de dívida consiste em um negócio jurídico por meio do qual o devedor, com o expresso 
consentimento do credor, transmite a um terceiro a sua obrigação. Cuida-se de uma transferência debitória, com mudança subjetiva 
na relação obrigacional. Obviamente, como haverá alteração subjetiva na relação-base, e ao se considerar que o patrimônio do 
devedor é a garantia da satisfação do crédito, o credor deverá anuir expressamente, para que a cessão seja considerada válida e 
eficaz. 18 
Enunciado n. 16 CJF: “o art. 299 do Código Civil não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da dívida quando dois ou mais 
devedores se tornam responsáveis pelo débito com a concordância do credor. 
ASSUNÇÃO CUMULATIVA 
Não está prevista em lei e a solidariedade não se pode presumir. Assim, se nada constar do negócio 
jurídico, Flávia será devedora fracionária e não solidária. (Sempre lembrar que a solidariedade 
não se presume). 
Se há assunção cumulativa, compreende-se como estabelecida a solidariedade obrigacional entre 
os devedores. (errada) CESPE - 2016 - TJ-DFT - JUIZ 
ASSUNÇÃO LIBERATÓRIA O novo devedor passa a ser o único. 
Quanto aos meios de substituição, a assunção de dívida poderá se dar por duas formas:19 
POR DELEGAÇÃO 
Decorre de negócio pactuado entre o devedor originário e o terceiro, com a devida anuência do 
credor. 
O devedor-cedente é o delegante; o terceiro-cessionário, delegado; e o credor, o delegatário. 
Poderá ter efeito exclusivamente liberatório (delegação privativa), não remanescendo qualquer 
responsabilidade para o devedor originário (delegante), como também poderá admitir a 
subsistência da responsabilidade do delegante, que responderá pelo débito em caso de 
inadimplência do novo devedor (delegação cumulativa ou simples). 
POR EXPROMISSÃO 
Hipótese em que o terceiro assume a obrigação, independentemente do consentimento do 
devedor primitivo. 
Assim como na delegação, poderá ter eficácia simplesmente liberatória, ou, em situação mais rara, 
o terceiro poderá vincular se solidariamente ao cumprimento da obrigação, ao lado do devedor 
originário (expromissão cumulativa). Neste último caso, não há propriamente sucessão no débito, 
havendo nítida semelhança com o reforço pessoal de obrigação. 
A assunção de dívida por expromissão é concretizada quando terceiro assume espontaneamente a 
dívida, não participando o devedor originário da operação. (certa) FUNDEP - 2019 - PROCURADOR MUNICIPAL 
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o CONSENTIMENTO EXPRESSO DO CREDOR , ficando 
exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
2009 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO / CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO / CESPE - 2019 - PROCURADOR MUNICIPAL 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o 
seu SILÊNCIO como RECUSA . 
 É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor independentemente do consentimento do credor, ficando exonerado o devedor 
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. (errada) FCC - 2009 - TJ-AP – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 Notificado o credor para que consinta na assunção da dívida em certo prazo, o seu silêncio interpreta-se como aceitação. (errada) FCC - 2009 - 
TJ-AP – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 Tanto o terceiro que assumir a obrigação do devedor quanto o devedor primitivo poderão assinar prazo para que o credor consinta na 
assunção da dívida; permanecendo inerte o credor, entende-se haver concordância de sua parte. (errada) CESPE - 2012 - DPE-RO 
 Na assunção de dívida por terceiro, qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que aceite a assunção, interpretando-se porém o 
seu silêncio como recusa. (certa) 2013 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 Tanto o devedor primitivo, quanto o terceiro poderão assinalar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o 
seu silêncio como recusa. (certa) FUNDEP - 2014 - DPE-MG 
 Não se interpreta como recusa o silêncio do credor quando assinado prazo para consentir na assunção da dívida. (errada) FUNDATEC - 2015 - PGE-
RS 
 
18 Manual de Direito Civil, 6ª ed., 2022, p. 514, Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze 
19 Manual de Direito Civil, 6ª ed., 2022, p. 514, Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze 
 O silêncio de Lino sobre a assunção de dívida gera a presunção de sua aceitação, podendo Pedro invocar as exceções pessoais que 
competiam a Marcos. (errada) CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 
 Terceiro pode assumir a obrigação do devedor com o consentimento expresso do credor, exonerando o devedor primitivo, ainda que o 
credor ignorasse que o assuntor fosse insolvente ao tempo da assunção de dívida. (errada) FCC - 2016 - DPE-BA 
 A assunção de débito, realizada através de escritura pública, é oponível ao credor independentemente de seu assentimento. (errada) 2017 - 
TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 
 Se, com o consentimento expresso do credor, terceiro solvente assumir a obrigação do devedor, ficando este exonerado, estará configurada 
a assunção de dívida. (certa) CESPE - 2021 - MPE-AP 
 Caso terceiro assuma a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, dá-se a 
assunção de dívida. (certa) CESPE - 2022 - TJ-MA - JUIZ SUBSTITUTO 
Ex.: Aroldo, pessoa afortunada, resolveu assumir uma dívida que seu cunhado, Batista, possuía junto a Carlos, sem que este 
tivesse anuído à assunção da dívida. Nessa situação, Batista será exonerado da obrigação e Carlos somente poderá exigir de Aroldo 
o cumprimento da obrigação. (errada) CESPE - 2010 - PROCURADOR MUNICIPAL 
Ex.: Por conta de mútuo oneroso, João devia a Teresa a importância de cem mil reais. No intuito de ajudar o amigo em dificuldade, 
Leopoldo assumiu para si a obrigação de João, para o que houve expressa anuência de Teresa. Nesse caso, João ficará exonerado 
da dívida, salvo se Leopoldo, ao tempo da assunção, fosse insolvente e Teresa ignorasse essa sua condição. (certa) FCC - 2019 - TJ-AL - 
JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
18.1 DA EXTINÇÃO DAS GARANTIAS 
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias 
especiais por ele originariamente dadas ao credor. 
2012 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA / CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO / FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ SUBSTITUTO 
A expressão “garantias especiais” constante do art. 300 do CC/2002 refere-se a todas as garantias, quaisquer delas, reais ou 
fidejussórias, que tenham sido prestadas voluntária e originariamente pelo devedor primitivo ou por terceiro, vale dizer, aquelas que 
dependeram da vontade do garantidor, devedor ou terceiro para se constituírem. (Enunciado 422 CJF)20 
Conforme disposto no Código Civil, em caso de assunção de dívida, extinguem-se as garantias especiais originariamente dadas 
pelo devedor primitivo. Segundo a doutrina, definem-se exclusivamente como garantias especiais todas aquelas prestadas 
voluntária e originariamente pelo devedor primitivo ou por terceiro. (certa) 2013 - PGE-GO 
 A assunção de dívida transfere a terceira pessoa os encargos obrigacionais da exata forma como estabelecidos entre o credor e o devedor 
original, de modo que o silêncio daquele que prestou garantia pessoal ao pagamento do débito importará a manutenção dessa garantia. 
(errada) CESPE - 2009 - DPE-AL 
 Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele 
originariamente dadas ao credor.(certa) 2013 - MPE-MG 
 Havendo concordância do devedor originário, podem as garantias oferecidas por este ao negócio jurídico permanecerem válidas a partir da 
assunção da dívida. (certa) FUNDATEC - 2015 - PGE-RS 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias 
prestadas por terceiros, exceto se este (terceiro) conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO / FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ SUBSTITUTO / FCC - 2019 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO 
Em outras palavras, se o terceiro garantidor tinha conhecimento do vício, a garantia por ele prestada também será restaurada. 
Ex.: O fiador não seria exonerado da obrigação caso tivesse conhecimento de eventual vício. 
“A” deve a “B”, sendo “C” o seu fiador. Mediante coação, desconhecida por “B” e “C”, “A” força “D” a assumir o débito. “B” 
aceita a cessão do débito feita a “D”, liberando “A” da obrigação. Tendo, posteriormente, “D” obtido a anulação da assunção da 
dívida em razão do vício, restaura-se a primitiva relação obrigacional entre “A” e “B”, com a garantia fiduciária prestada por “C”. 
(errada) 2011 - MPDFT 
 A assunção de dívida tem como peculiaridade o fato de que as garantias ditas especiais jamais subsistirão com a substituição do devedor. 
(errada) 2012 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA 
 O fiador do devedor originário segue responsável pela dívida em caso de assunção por terceiro. (errada) FCC - 2016 - DPE-BA 
 Na assunção de dívida, se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias 
prestadas por terceiro, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. (certa) FCC - 2017 - TJ-SC - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
18.2 DAS EXCEÇÕES 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. 
 
20 V Jornada de Direito Civil 
 Na assunção de dívida, o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. (certa) 2010 - MPE-
SC 
 Na assunção de dívida, o novo devedor pode opor ao credor as exceções, de qualquer natureza, que competiam ao devedor primitivo. (errada) 
CESPE - 2015 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao credor DEVEDOR primitivo. (errada) [adaptada] FCC - 2015 - TJ-SE - 
JUIZ SUBSTITUTO 
 Na assunção de dívida, a oposição da exceção de contrato não cumprido é permitida ao assuntor em face do devedor primitivo, mas vedada 
em face do credor. (certa) CESPE - 2016 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 Na assunção de dívida, o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. (certa) FCC - 2017 
- TJ-SC - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 No caso de assunção de dívida, o novo devedor poderá opor ao credor as exceções pessoais referentes ao devedor primitivo. (errada) FCC - 
2017 - DPE-SC 
 Na assunção de dívida, o novo devedor pode opor ao credor todas as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. (errada) CESPE 
- 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA 
18.3 IMÓVEL HIPOTECADO 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, 
não impugnar em 30 (trinta) dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. 
O silêncio do credor notificado da assunção de dívida deve ser interpretado como recusa, mas, na hipótese de assunção de 
débito garantido por hipoteca, o silêncio, decorrido o prazo de trinta dias, deve ser interpretado como anuência. (certa) CESPE - 2015 - TJ-
DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
 
19. CESSÃO DE CONTRATO 
Diferentemente do que ocorre na cessão de crédito ou de débito, neste caso, o cedente transfere a sua própria posição 
contratual (compreendendo créditos e débitos) a um terceiro (cessionário), que passará a substituí-lo na relação jurídica originária. 
(...) Para que seja considerada válida, a cessão de contrato deverá observar os seguintes requisitos:21 
a) a celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário; 
b) integralidade da cessão (cessão global); 
c) a anuência expressa da outra parte (cedido). 
Por óbvio, obrigações há, de natureza personalíssima, que não admitem cessão. Assim, se eu contrato a feitura de uma obra de 
arte com um artista famoso, este não poderá ceder a sua posição contratual. Entendemos que a natureza mesma da obrigação 
impede, na hipótese, a cessão contratual. Pode ocorrer, outrossim, que a obrigação não seja pactuada intuitu personae 
(personalíssima), e, ainda assim, o contrato proíba a cessão. Entretanto, não havendo cláusula proibitiva, a cessão de posição 
contratual é possível, desde que haja expresso consentimento da outra parte. 
A cessão de contrato deve observar os mesmos requisitos de forma da cessão de crédito. (errada) 2009 - TJ-SC – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
A cessão de contrato bilateral só pode ocorrer se uma das partes concordar. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL 
A cessão de contrato, também chamada cessão de posição contratual, é vedada no direito brasileiro, mesmo se ambos os 
contratantes estiverem de acordo com a cessão. (errada) CESPE - 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 Manual de Direito Civil, 6ª ed., 2022, p. 517, Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze

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