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Programa de incentivos, recompensa e fidelidade Autor Me. Raul Fonseca Silva Apresentação Prezados alunos, é uma grande satisfação recebê-los em nossa disciplina de Programas de Incentivos, Recompensa e Fidelidade. O grande objetivo é desenvolver os conceitos de marketing de relacionamento e fidelização de clientes iniciando por uma abordagem crítica da evolução do marketing, das estratégias dedicadas aos processos de vendas transacionais, que objetivam acima de tudo atingir altos volumes de vendas, sem se preocupar em manter com os clientes uma relação mais duradoura, e comparar essa metodologia com as estratégias do marketing de relacionamento e fidelização de clientes, que tem objetivos estratégicos muito mais sustentáveis, uma vez que procura conquistar o cliente, manter com ele conexões de tempo estendido e o fideliza para ampliar os retornos financeiros da empresa, em longo prazo, de maneira muito mais sustentável e a um custo muito menor, uma vez que os clientes fidelizados repetem compras, têm um ciclo de vida útil em relação à marca muito maior e indicam a empresa, seus produtos e serviços, bem como suas mensagens e conteúdos aos familiares e amigos. Este conteúdo é de fundamental importância para a especialização dos alunos e reflete o estado da arte do marketing atual. Eu desejo a todos ótimos estudos e um excelente aproveitamento. Videoaula - O marketing e a importância dos clientes Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764552232". Marketing: clientes, evolução e transação1. Independentemente do setor em que uma empresa atua (B2B – business to business, isto é, mercado entre empresas; ou B2C – business to consumer, mercado entre empresas e clientes), ou dos tipos de produtos e serviços que ela vende, o cliente é a parte mais importante do negócio. Sem o cliente, a companhia não fará nenhuma venda, porque ele é o fator crítico na decisão de compra favorável a uma marca, para a aquisição das ofertas de mercado da empresa, e como alvo das mensagens e estratégias de marketing que a companhia desenvolve. Se a empresa não levar em consideração as opiniões dos clientes em seu marketing, é provável que suas atividades não sejam bem-sucedidas. As empresas geralmente têm a tendência de discutir os recursos técnicos de produtos e serviços em suas mensagens de comunicação de marketing, como quantas configurações há em uma torradeira ou a contagem de fios de um lençol. Embora seja importante conhecer esses recursos, eles não levam em consideração os resultados de uso e os benefícios utilitários que os clientes buscam. Para um marketing mais eficaz, em consonância com seus clientes, é fundamental que a empresa se concentre no que os clientes estão realmente procurando. Eles estão procurando uma torradeira com 20 configurações ou estão procurando uma torrada perfeita para o café da manhã? Eles estão procurando lençóis de 800 fios ou estão procurando um sono confortável? Kotler e Keller (2019) alertam que muitas vezes a decisão de compra é emocional. Embora os consumidores tenham necessidades de produtos e serviços específicos, que sejam lógicos e O marketing e a importância dos clientes1.1 Figura – Relação com o cliente O cliente constitui o elemento fundamental do marketing e dos negócios. Fonte: Christiann Koepke/unsplash https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.jpg atendam utilidades exclusivas, a motivação para comprar geralmente é emocional, já que eles têm à disposição uma grande oferta de produtos similares e terão que decidir por uma entre as diversas marcas fabricantes. As empresas que desejam atrair mais eficientemente seus clientes precisam usar uma linguagem mais próxima destes, que se comunique com eles também pelos aspectos emocionais. Antes de tudo, o produto deve atender as necessidades do cliente, que devem ser pesquisadas antes que o produto seja concebido e colocado à disposição dos compradores. Todavia, atender a uma necessidade apenas com mensagens lógicas sobre os benefícios que o produto irá proporcionar ao cliente, sem qualquer apelo emocional, pode não ressoar tão profundamente com o segmento-alvo da companhia. Anunciar uma venda de calçados esportivos por meio de benefícios que apelam exclusivamente para aspectos tecnológicos é um impulso lógico que as empresas usam quando se direcionam aos seus consumidores, mas mostrar que comprar esses calçados ajudará os consumidores a sentir que estão andando em uma nuvem suave, como a Nike consegue fazer, é emocional e profundamente sintonizado com as expectativas do cliente (FARIA, 2019). Não só é importante que as empresas considerem as necessidades do cliente ao desenvolver suas estratégias de marketing, mas também devem usar as informações do cliente para isso. Pesquisas de mercado e depoimentos de clientes são informações vitais para empresas em todos os setores. Elas ajudam a embasar soluções de marketing e apoiar as mensagens emitidas pela empresa, fornecendo uma sensação de prova social de que as afirmações da empresa são verdadeiras e que seus produtos e serviços realmente funcionam. Os clientes satisfeitos são a melhor prova de que a marca atende seus interesses e uma potencial fonte de divulgação das qualidades e funcionalidades que ela oferece quando compartilham informações com seus parentes e amigos. Como observam Gabriel e Kiso (2020), quando os clientes efetivos publicam depoimentos favoráveis em suas redes sociais, ajudam os clientes potenciais a ver as informações como pontos de vista objetivos e imparciais. Com a emergência das mídias sociais e a possibilidade de interação entre as marcas e os consumidores, e a potencial expansão das percepções dos clientes para seus contatos de compartilhamento, a relação entre a empresa e o cliente se tornou uma necessidade estratégica fundamental para o marketing contemporâneo. O mercado de varejo atual, offline ou online, encontra-se altamente saturado, e é ferozmente competitivo. Compras com um clique, entrega rápida e devoluções gratuitas de empresas sediadas na internet podem fazer com que pareça impossível acompanhar a concorrência. Portanto, é vital observar as formas inovadoras de usar o marketing estratégico, que ajudarão a marca a manter seus clientes. As empresas atuais não podem mais ignorar a importância da fidelidade do cliente. Por que a fidelidade do cliente é importante? Porque cada cliente atual é fundamental para o sucesso do negócio. Eles são as pessoas que estão gastando dinheiro com a marca. Mas eles também são as pessoas que incentivam amigos e familiares a fazer o mesmo. É por isso que uma empresa orientada para o cliente deve assegurá-lo a seu lado e mantê-lo repetindo compras, divulgando e defendendo a marca. Os programas de fidelização de clientes digitais ou presenciais são atualmente uma ótima maneira de fazer isso, e criar seu próprio programa de fidelidade pode ser uma ótima maneira de a organização reconhecer seu cliente, valorizá-lo e recompensá-lo. Os programas de fidelidade não beneficiam apenas os clientes. Eles também podem aumentar o valor da vida útil do cliente (LTV) e o valor médio das compras que ele realiza com a marca. Uma empresa contemporânea, afinada com as novas variáveis ambientais após a emergência da internet, deve valorizar os compradores que já tem – em vez de se esforçar para atrair públicos novos e difíceis de alcançar, como acontece no marketing transacional tradicional. De acordo com Kotler e Keller (2019, p. 212), Isso representa tempo e dinheiro que a marca precisa investir em formar uma nova base de clientes cada vez que desenvolve uma campanha de vendas visando resultados imediatos. pode custar a uma empresa até vinte e cinco vezes mais atrair um novo cliente do que manter um cliente existente levando em consideração o tempo de marketing e os investimentos em publicidade para atrair novos clientes. Videoaula - Evoluçãodos processos de marketing Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764552871". Marketing é um processo gerencial que se baseia em pesquisas que visam compreender um mercado, o comportamento de seus agentes e as necessidades dos consumidores. Apoiado nessas informações, o gestor de marketing vai criar produtos e/ou serviços que satisfaçam essas necessidades, fornecendo aos clientes uma percepção de valor superior nas mercadorias comercializadas pela empresa e possibilitando que ela vença a concorrência e alcance maior lucro. Desde a década de 1950, quando foi definitivamente estruturado como uma disciplina e um método ligado à gestão empresarial por Jerome McCarthy (2007), e depois propagado por especialistas como Phillip Kotler e Kevin Lane Keller (2019), Seth Godin (2019), Marcos Cobra (2017), entre outros, o marketing emergiu como uma estratégia que toda empresa deve implementar em seu plano global para crescer. A maioria das empresas utiliza técnicas de marketing para atingir seus objetivos, às vezes mesmo sem perceber, porque marketing é essencialmente um processo que incentiva a troca entre vendedores e compradores – concentrando-se, assim, na troca das mercadorias oferecidas pelas empresas pelo dinheiro disponibilizado pelos clientes – para que haja um benefício mútuo. Evolução dos processos de marketing1.2 No senso comum, não se sabe exatamente o que é marketing. Muitas pessoas, quando questionadas, o definem como venda, e outras como publicidade. Todas as respostas são verdadeiras, mas essas técnicas são apenas parte do que significa marketing, pois ele também pode ser criação e distribuição de produtos e serviços, design de embalagens ou criação de landing pages. O marketing tem um escopo muito amplo que engloba todas as estratégias que ajudam uma empresa, marca ou pessoa a atingir seus objetivos. De acordo com Kotler e Keller (2019, p. 25): Com todas essas informações, o que se pode deduzir claramente é que marketing é uma metodologia de gestão de negócios criada para identificar e satisfazer as necessidades e desejos do consumidor. Não se trata apenas de impactá-lo ou alcançá-lo indiscriminadamente, mas de ouvi-lo e se adaptar ao que ele exige. “Uma das características mais fundamentais do Figura – O ato de compra Otimizar a troca de mercadorias por dinheiro é a principal função do processo de marketing. Fonte: Pexels/Pixabay Marketing é um sistema global de atividades relacionadas ao ambiente comercial, destinado a planejar, fixar preços, promover e distribuir produtos ou serviços que ajudem a satisfazer as necessidades do cliente final. É um conjunto de atividades que visam satisfazer o consumidor por meio de um produto ou serviço, com um benefício empresarial envolvido. Consiste em um processo interno das empresas pelo qual se planeja com antecedência a forma de aumentar e satisfazer a demanda por produtos e serviços com finalidade comercial, por meio da criação, precificação, distribuição física ou digital e promoção de tais mercadorias ou serviços. Em outras palavras, Marketing significa ter o produto ou serviço certo no momento certo para atender às necessidades do consumidor em potencial. Adaptando-se à demanda e ao preço justo exigido pelo mercado, para que ambas as partes fiquem satisfeitas. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.jpg marketing é que ele estimula as trocas. É a ideia de: eu te dou este produto em troca de algum dinheiro e assim satisfaço sua necessidade e te ajudo a resolver seu problema” (GODIN, 2019, p. 47), e no âmbito das organizações com fins lucrativos, esse processo traz sempre um benefício econômico para a companhia. Para que esse processo aconteça satisfatoriamente é preciso que: a. Em uma troca haja sempre um mínimo de duas partes, embora mais partes possam estar envolvidas no processo. b. Deve ter valor agregado no processo de marketing, porque o consumidor procura cobrir uma necessidade ou um desejo sempre que lhe é prometido algo para possuir, com valor agregado. c. Ambas as partes devem ceder. Por exemplo, a empresa para ajustar o produto e o preço, e o cliente para se adaptar à demanda do mercado. No mercado atual, após a emergência da internet e das mídias sociais, marketing não é mais um processo de uma única via, mas deve haver canais de interatividade entre empresa/marca e cliente. Especialmente hoje, quando o cliente está no centro de todas as estratégias de marketing, ele deve poder expressar suas ideias e opiniões, e ser atendido. Por isso, o marketing não deve ser entendido simplesmente como um conjunto de técnicas, mas sim como uma filosofia, ou forma de trabalhar, que deve abranger todo o âmbito interno da empresa envolvendo todas as suas áreas. Durante algum tempo, o marketing se concentrou especialmente em oferecer produtos e vendê-los aos clientes que fossem atraídos a um ponto de vendas por algum motivo ou estratégia como a publicidade, sem nenhuma preocupação de criar com eles qualquer vínculo objetivando uma repetição de vendas posterior. Esse tipo de marketing recebeu o nome de “Marketing Transacional”. Videoaula - Marketing transacional Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764553593". Podemos definir o marketing transacional como uma técnica focada na captação de clientes que possam se interessar por um determinado produto para aumentar as vendas desse item. Esse tipo de marketing baseia-se, como o próprio nome sugere, em satisfazer as necessidades dos consumidores e atingir os objetivos de negócios estabelecidos por meio de um sistema de transação rápida de bens ou serviços. Para que uma estratégia de marketing transacional seja bem-sucedida, é fundamental que o cliente conheça os benefícios do produto mediante os esforços de comunicação massivos (publicidade), sinta um grande interesse por ele e, dessa forma, acabe por procurá-lo e comprá-lo. O marketing transacional é uma estratégia de marketing que visa aumentar a eficiência e o volume das transações no ponto de venda, promovendo giros rápidos com a troca constante dos clientes. Essa abordagem se concentra em fazer a venda atraindo um grande número de compradores, em vez de transformar os compradores em clientes efetivos e formar com eles um relacionamento aprofundado e duradouro. Depois que a empresa conclui uma transação, não há mais interação com o cliente, a não ser a potencial assistência de atendimento se ele voltar espontaneamente ao ponto de vendas. De acordo com Zenone (2017, p. 49): Marketing transacional1.3 O marketing transacional se apoia nos quatro elementos tradicionais do “mix” de marketing, formulados por McCarthy (2007): produto, preço, ponto (de distribuição) e promoção – geralmente conhecidos como os “4 Pês”. Isso significa que as empresas se concentram em fornecer aos clientes produtos de alta qualidade a preços lucrativos e atraentes, em pontos de venda convenientes e de fácil acesso. Para ter sempre clientes circulando em suas lojas, as empresas que adotam o marketing transacional também estabelecem cadeias de distribuição eficientes (ponto) e promovem (comunicam) os produtos usando técnicas publicitárias de forma a atrair o maior número de consumidores para os locais onde comercializam seus produtos. Geralmente, as empresas que praticam o marketing transacional aplicam verbas altas de publicidade, usando diversas mídias combinadas, desde as tradicionais inserções de comerciais na televisão, a mídia impressa e radiofônica, anúncios na internet e mídia exterior, como painéis luminosos e outdoors, além de táticas de merchandising, com exibição massiva de produtos nos PDVs e ações de promoção de vendas. Por exemplo, uma empresa pode promover um produto usando descontos e cupons; apelos de compre um e leve dois; ofertas de reembolso; descontos por volume; e vendas na loja ou online.De qualquer forma, embora o marketing transacional não se concentre na construção de um relacionamento duradouro com os clientes, as empresas que adotam esse método encontram vantagens e desvantagens em usá-lo: O marketing transacional é uma disciplina baseada em estratégias comerciais que buscam satisfazer os consumidores e atingir os objetivos de um negócio por meio de um sistema rápido de trocas, ou de transações de bens ou serviços. A maior prioridade é a venda, e os gestores de marketing trabalham no curto prazo para obter benefícios rápidos, quase imediatos, através de uma alta circulação de mercadorias. Em última análise, essa é uma estratégia de marketing orientada ao produto. Figura – Marketing mix Gráfico do composto ou mix de marketing, mostrando os elementos que compõem o processo de marketing segundo McCarthy (2007). Fonte: Elaborado pelo autor. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.png Vantagens do marketing transacional: Com foco nas vantagens e benefícios de usar a estratégia de marketing transacional, podemos listar o seguinte: a. Concentra grande parte de seus esforços na melhoria da qualidade do produto oferecido de forma a aumentar o número de vendas ou transações em um curto período de tempo, por ser considerada uma estratégia de curto prazo. b. Pode ser muito apropriado para empresas que estão apenas começando e precisam gerar vendas rapidamente para serem viáveis. c. Ajuda a promover o lançamento de novos produtos, principalmente se for uma novidade que muitos consumidores vão querer adquirir para estar na moda. Desvantagens do marketing transacional: Assim como qualquer outro tipo de estratégia de marketing, o marketing transacional também apresenta desvantagens, algumas são marcantes: a. Oferece uma comunicação unidirecional com o cliente, o que impede a obtenção de feedbacks, opiniões e informações sobre os consumidores. b. Não há preocupação em reter clientes, mas sim em estimular a compra compulsiva e aumentar as vendas de determinado produto no menor tempo possível. c. Não há o emprego de esforços para fornecer uma boa experiência ao usuário ou criar um banco de dados de clientes em potencial. A forma como uma empresa comercializa seus produtos e serviços vai sempre depender da estratégia que ela adota. Isto é, se está direcionada a fazer uma venda rápida, atendendo os clientes que eventualmente procuram suas mercadorias, ou se, por outro lado, deseja dedicar tempo para construir uma base sólida de clientes para retorno e vendas futuras. Se o objetivo de uma empresa é ter produtos saindo das prateleiras sem mais interação com o cliente, o marketing transacional é o caminho a seguir. No entanto, se a empresa quer ser orientada com dedicação para o cliente e construir um plano de longo prazo para fazer vendas repetidas, além de otimizar o ciclo de vida de um cliente, o marketing de relacionamento será muito mais adequado. Videoaula - O foco estratégico do marketing transacional Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764554359". O objetivo de todo negócio é ser sustentável aumentando as vendas de suas mercadorias e maximizando seus lucros. Para isso, as organizações empregam diferentes técnicas de vendas e de comunicação de marketing para atrair clientes. Algumas companhias procuram construir relacionamentos com os consumidores e capitalizam o ciclo de vida prolongado do cliente (repetição de compras). Enquanto outras se concentram em realizar uma transação ou venda rápida e realizada sem a preocupação de trazer de volta o comprador, procurando atrair o maior número de pessoas para adquirir suas mercadorias, e para isso usam táticas conhecidas como “marketing push”. Segundo Kotler (2010, p. 112): O foco estratégico do marketing transacional1.4 As estratégias de marketing push são comumente usadas para aumentar a exposição do produto e atrair a atenção do comprador. O marketing push baseia-se principalmente nas estratégias tradicionais de comunicação de marketing, com uma série de anúncios publicitários de televisão, ou uma série de ações de marketing promocional. O objetivo principal é simplesmente fazer com que o maior número possível de consumidores conheça o produto e seus benefícios, e depois “empurrar” (push) a mercadoria para o cliente em potencial que está em seu campo de visão. Nesse caso, a publicidade leva o cliente ao ponto de vendas e o vendedor empurra a mercadoria, ou a empresa usa ofertas promocionais com vantagens de compra para forçar a venda. O marketing transacional é uma das abordagens de marketing push, que visa vender para um grande grupo de indivíduos que vai se revezando, para alcançar um índice de vendas individuais e substanciais. A maioria das empresas pratica essencialmente essa técnica em seus estágios iniciais para capturar um grande público que vai movimentando constantemente seus negócios. O marketing transacional é uma estratégia de marketing tradicional e é comumente usado por empresas que lidam com linhas de produtos ou serviços de alta circulação. Ele se concentra principalmente em transações únicas e visa clientes para associação de curto prazo, sem intenção de criar com eles qualquer vínculo. Com uma estratégia de marketing push, a empresa leva o produto aos consumidores (KOTLER, 2010) e usa ações de resultado rápido, tais como: Venda direta aos clientes. Por exemplo, nas concessionárias um vendedor de carros atende os clientes nos showrooms de automóveis da empresa e negocia para não perder uma venda. Uso de expositores atrativos no ponto de venda, conhecidos como POS (exhibitors point of sale – em português: expositores de ponto de venda). Promoção de vendas através de feiras e eventos, ou mesmo no PDV. Projetos de embalagens atrativas para chamar a atenção e incentivar uma compra. A estratégia de marketing transacional é altamente apoiada por adaptações no mix de marketing (4 Pês), isto é, a companhia pesquisa o mercado, identifica necessidades e aplica adaptações ou reformulações em seus produtos/serviços, usando as variáveis controláveis que a empresa domina para apontar valor aos clientes e comercializar seus produtos. O marketing transacional usa a combinação mais adequada dos 4 Pês do mix de marketing para facilitar a ocorrência da transação. Figura – Compra rápida Cliente realizando uma compra rápida. O foco do marketing transacional é promover compras constantes, alternando os clientes, mas sem se preocupar em manter qualquer conexão com eles. Fonte: Photosforyou/Pixabay https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.jpg O produto é criado ou reformulado para ser apresentado como uma oferta capaz de satisfazer as necessidades do cliente; a marca determina um preço para a oferta, tornando-a acessível para os clientes e lucrativa para o negócio; os profissionais de marketing escolhem os canais de distribuição (pontos) corretos e eficientes para reduzir as barreiras de vendas e dar conveniência aos compradores. Todas essas ações são complementadas por estratégias de comunicação (promoção) através das quais o negócio também garante que o produto seja visível o suficiente para chamar a atenção dos compradores. De acordo com Kotler e Keller (2019), existem ainda várias ações disponíveis para implantação das estratégias de marketing transacional: a. Upselling e Cross-selling: Upselling é uma estratégia de vendas em que o vendedor incentiva o cliente a gastar mais, recomendando uma alternativa atualizada e mais cara da mercadoria, ou uma versão Premium em contraproposta à procura do cliente, para maximizar o valor da compra. Cross-selling é uma venda cruzada que envolve incentivar o cliente a gastar mais, recomendando produtos relacionados que complementam o que já está sendo comprado. b. Bundling: Esta técnica envolve a oferta de produtos complementares embalados em conjunto com o produto procurado, ou serviços agrupados para atraircompradores. c. Descontos para grandes quantidades: os vendedores geralmente introduzem descontos atraentes para clientes que compram mais do que as quantidades específicas. d. Promoção de vendas: Oferecer iniciativas atrativas de curto prazo para estimular a demanda da oferta e aumentar suas vendas também é uma estratégia de marketing transacional bastante conhecida. e. Promoções no ponto de venda: Promover produtos de compra por impulso quando o cliente chegou ao ponto de venda é outra forma de vender mais produtos. Nesta ação, o produto incentivado pode ou não estar relacionado ao produto inicial. Tanto o cross-sell quanto o upsell são estratégias de crescimento de vendas tradicionalmente utilizadas no marketing transacional que podem melhorar a experiência do cliente e, consequentemente, ajudar uma empresa a vender mais. Entretanto, ainda que se destinem a explorar ao máximo o potencial de compras do cliente no ponto de vendas, essas técnicas também precisam se apoiar na identificação das necessidades do consumidor. Conheça mais sobre elas acessando: agendor.com.br [https://www.agendor.com.br/blog/o-que-e-cross-selling- up-selling/] https://www.agendor.com.br/blog/o-que-e-cross-selling-up-selling/ Videoaula - O custo de aquisição do cliente Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764554740". Uma das razões pelas quais as empresas falham em seus negócios, especialmente aquelas que usam marketing transacional, é uma estimativa errada de quanto custará adquirir clientes. Se o custo acabar muito alto e ultrapassar a monetização dos clientes, o negócio não pode operar de forma sustentável. É essencial entender quanto um cliente irá gerar para o negócio, pois saber disso nos permitirá descobrir qual o nível aceitável de Custo de Aquisição de Clientes (CAC). As empresas que não entendem completamente seu CAC podem acabar falindo rapidamente (ZENONE, 2017). O CAC mostra os recursos de que precisamos para aumentar as vendas. Esse é um conceito crucial, pois qualquer negócio pode falhar sem se esforçar para encontrar uma maneira econômica de conquistar compradores. O CAC é uma métrica com crescente popularidade nos últimos anos, segue a emergência de negócios na internet e recursos aprimorados de rastreamento. Ele representa o custo de encontrar um lead (pessoa interessada no produto) e convertê-lo em um cliente pagante. Inclui várias categorias de despesas, como anúncios, marketing, vendas, redação, publicação, design e outros. Era mais difícil restringir o público da publicidade tradicional e acompanhá-lo durante o processo de decisão em épocas anteriores. Hoje em dia, podemos criar campanhas publicitárias altamente segmentadas e depois acompanhar todas as etapas da conversão de um lead para um cliente através de pesquisas de rastreamento baseadas na internet. O custo de aquisição do cliente1.5 O CAC é simples, ele considera o custo total de vendas e marketing (incluindo salários e benefícios) e o divide pelo número de clientes adquiridos. Quando calculamos o CAC, excluímos o custo de produção das mercadorias, já que estas terão uma margem de lucro acrescida, e comparamos o resultado com a margem bruta por cliente, também conhecida como Lifetime Value do cliente (LTV, que significa Valor Vitalício, isto é, o lucro futuro previsto por cliente conquistado). Assim, para ter um modelo de negócios de sucesso, precisamos que o CAC esteja bem abaixo do LTV por cliente. O CAC tornou-se uma métrica de negócios crucial porque ajuda as empresas a determinar os recursos necessários para atrair novos clientes e continuar seu crescimento. A quantidade de dinheiro que a empresa aplica para a conquista de um cliente corresponde ao custo de aquisição; e também ajuda a medir o retorno dos investimentos aplicados nos esforços necessários para aumentar a clientela do negócio. Aplicando algumas variáveis é possível calcular o custo que cada cliente atraído representa para o negócio, tais como custos de marketing, custos de publicidade, custos de pessoal de vendas e assim por diante. A soma desses custos é então dividida pelo número de clientes que a empresa adquiriu para obtermos o custo por cliente. O CAC é, portanto, a quantidade de dinheiro que a empresa gasta para adquirir um novo cliente. Também ajuda a medir o retorno dos investimentos nos esforços necessários para aumentar a clientela do negócio. O CAC, em marketing, é representado pelo volume de dinheiro aplicado na aquisição de um comprador. Assim, nessa soma se incluem todos os custos de marketing e vendas que a companhia teve que aplicar para alcançar esses novos clientes. Enquanto os investidores estão interessados em fornecer a uma empresa os recursos de que ela precisa, os sócios e funcionários estão interessados em garantir o crescimento do negócio e ter maior retorno sobre o investimento, alcançando as melhores margens de lucro e garantindo uma maior participação no mercado. Para atingir todos esses objetivos, o CAC serve como uma importante métrica de orientação, e seus custos de referência são: a. Salários dos funcionários: Os funcionários são sempre um trunfo para a empresa e, portanto, a forma como o gestor de marketing aborda esse custo é muito importante. Um funcionário é ótimo se ele ou ela pode gerenciar o estresse no local de trabalho, ajudar a empresa a alcançar todos os seus objetivos de marketing e até mesmo ajudar a economizar custos; os funcionários são responsáveis pela formação de uma imagem de marca positiva e favorável junto ao cliente, e pelo reconhecimento de marca. Figura – Custo de aquisição por cliente Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Kotler e Keller (2019, p. 86). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.png b. Gastos com anúncios: Isso se refere ao dinheiro que o gerente de marketing está gastando em anúncios. As empresas recorrem a anúncios por vários motivos, como: aquisição de novos clientes; marketing de redirecionamento; fechamento de negócios mais rápido; apresentação de novos produtos ou serviços, recursos ou ofertas. No entanto, para que os anúncios funcionem, eles devem ser projetados de acordo com a persona do comprador do público-alvo do produto ou serviço. Para saber se o gasto com anúncios é lucrativo ou não, o gestor pode dividir a receita obtida com anúncios pelo valor gasto nessa campanha. c. Custos do criativo: São os custos incorridos para a criação de conteúdo. Os custos criativos podem, portanto, ser o dinheiro gasto na aquisição de talentos para promover a empresa ou o custo do almoço durante uma reunião de equipe. Todos esses fatores que estão envolvidos na criação de conteúdo são adicionados nesta categoria de custo. d. Custos técnicos: São referentes ao custo da tecnologia usada pela equipe de marketing e vendas. Por exemplo, se a companhia comprar uma ferramenta que ajuda a criar seu próprio cronograma de vendas e a acompanhar os clientes do negócio por meio dele, essa ferramenta será contabilizada como um custo técnico. e. Custos de publicação: É o dinheiro gasto para disponibilizar a campanha de marketing para o público. Por exemplo, dinheiro gasto em inserções na TV, marketing de mecanismo de pesquisa pago, marketing de desempenho, dinheiro gasto em um anúncio em jornais ou revistas e assim por diante. f. Custos de produção: São os custos associados à criação física de conteúdo. Por exemplo, se o gestor de marketing estiver fazendo um vídeo, precisará comprar uma câmera, criar um conjunto, editar o vídeo etc., ou contratar uma produtora para isso. Tudo isso aumentará seus custos de CAC, especialmente se ele depender de terceiros para produzir conteúdo para sua divulgação. g. Custos de manutenção de estoque: Independentemente de a empresa vender produtos e serviços físicos ou não físicos, ela terá que gastar dinheiro para manter e otimizar seus produtos. Se sua empresa vende produtos físicos, esses custos serão devidos a contasde serviços públicos e impostos, taxas de armazenamento em uma instalação etc. No entanto, se o gestor estiver vendendo um software – um produto não físico – esses custos serão na forma de dinheiro gasto em atualizações e programas de computador para melhorar a experiência do usuário. Videoaula - Redução do custo de aquisição de clientes Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764555200". Usando estratégias de marketing transacional, torna-se muito difícil para a organização conquistar novos compradores, sejam efetivos ou potenciais. Assim, as empresas acabam usando seus recursos em publicidade e promoção de vendas para alcançar novos compradores todos os dias. Os custos de aquisição de clientes para diferentes empresas são diferentes dependendo dos preços dos produtos e serviços oferecidos. Pode custar mais adquirir clientes corporativos para um serviço de consultoria jurídica do que conseguir clientes individuais para comprar mercadorias no varejo. Os clientes exigem diferentes níveis de convencimento e seus valores de vida útil variam, chegando próximo do nível zero em marketing transacional, surgindo a necessidade de descobrir novas maneiras de atingir os clientes com custos mais baixos. O marketing transacional exige grandes investimentos na adequação de um mix de marketing (4 Pês) ideal para fornecer aos clientes uma percepção de valor que leve à decisão de compra. Esses esforços implicam em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos, reformulação e recolocação de produtos existentes, verbas altas aplicadas à inserção de anúncios e comerciais nas mídias tradicionais e inserções nos mais diversos formatos das mídias digitais. O sucesso de todos esses investimentos só será alcançado quando o valor aplicado for menor do que o valor representado pelo retorno financeiro que o número de clientes conquistados proporcionou através de compras efetivas; e no marketing transacional a importância dos clientes potenciais é relativa porque eles não realizam compras concretas. Redução do custo de aquisição de clientes1.6 Monitorar o CAC tornou-se decisivo para a empresa garantir que suas atividades continuem lucrativas e que ela obtenha os melhores resultados para seus esforços. Por isso, as empresas estão sempre procurando maneiras de conter os custos e, ao mesmo tempo, atender às suas metas corporativas. Por outro lado, o CAC está relacionado ao valor da vida útil do cliente (LTV). O LTV reflete quanto dinheiro a empresa ganha com um cliente e o CAC mede quanto ela investiu para atraí-los. Em outras palavras, o aumento do LTV significa que o lucro está aumentando, enquanto o aumento do CAC indica que ele está diminuindo. Como no marketing transacional não existe preocupação com a manutenção do cliente, o valor do LTV é zero, sobrando apenas o CAC, que pode ser muito alto. Por isso, reter clientes é muito menos oneroso do que o gasto para obter constantemente novos compradores. Reter os clientes mais fiéis é a melhor estratégia de marketing para a sobrevivência de uma empresa que precisa combater a rotatividade de clientes e desafiar as probabilidades em qualquer setor. A retenção de clientes também tem um efeito de rede, que se realiza através do compartilhamento positivo, sobre a marca e seus produtos/serviços, que os clientes fidelizados fazem através das redes sociais com parentes e amigos, um fator decisivo que abre caminho para o crescimento sustentável. “Na verdade, a retenção de clientes é de 5 a 25 vezes mais barata do que a aquisição de novos clientes” (FARIA, 2019, p. 37). Antes da internet e da era digital, as pessoas só compravam em empresas situadas na comunidade local. Essas empresas conheciam sua clientela pessoalmente e ofereciam uma experiência de cliente adaptada para atender às suas necessidades. Além disso, se uma empresa local falhasse com um cliente, ela passaria vergonha diante de toda a comunidade, porque o boca a boca era tudo, e as notícias se espalhavam rapidamente entre os moradores, especialmente nos bairros e nas pequenas cidades. Mas o cenário do consumidor mudou desde o início do século XXI, e a maioria dos consumidores agora compra em lojas físicas e/ou virtuais de varejistas nacionais e globais, em vez de empresas de propriedade local. O Google e os demais mecanismos de busca mudaram o jogo em termos de atender às demandas dos consumidores, que agora não estão mais limitados aos produtos e serviços disponíveis apenas em sua localidade. Isso nivelou a arena de marketing em alguns aspectos, mas também tornou mais difícil se destacar com uma mensagem genérica sobre as ofertas de produtos em pontos transacionais. Por exemplo, as pessoas costumavam ir ao açougue local se quisessem carne fresca, recém-cortada. Depois vieram os supermercados, e agora, as opções online, integrando empresas como a Swift, que oferecem serviços de delivery de carnes e fazem entregas em domicílio. Muitas vezes, o consumidor pode até encontrar carnes em outras cidades, disponíveis para compras online. Os concorrentes nacionais dedicados aos negócios transacionais estão investindo milhões de reais em desenvolvimento de novos produtos e opções, em atividades promocionais e publicidade nos meios de comunicação massiva todos os anos, muitas vezes apenas para serem notados. Entretanto, esse panorama não atinge os clientes fiéis de uma marca ou de uma loja de varejo que fidelizou seus clientes. Portanto, para diferenciar uma marca, a empresa precisa trabalhar de maneira mais inteligente e mais estratégica para obter valor de marca e para fidelizar seus clientes, transformando compradores eventuais em clientes cativos com maior LTV, dispostos a defender os valores da marca e compartilhá-los em suas redes sociais. Isso só é possível com adoção do marketing de relacionamento. Figura – Prestação de serviços Os serviços de barbearia e de salão de beleza são tipos de prestação de serviço com alta fidelização de clientes. Fonte: OrnaW/Pixabay https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/06.jpg O termo marketing de relacionamento inclui estabelecer vínculos de curto, médio e longo prazo com os clientes, continuar a desenvolver esses relacionamentos e consolidar as conexões com os clientes para fidelizá-los e torná-los parceiros da marca. No blog Agendor você tem a descrição de quatro cases marcantes desenvolvidos com essa estratégia. Disponível em: agendor.com.br [https://www.agendor.com.br/blog/cases-de-marketing-de-relacionamento-pensar/] https://www.agendor.com.br/blog/cases-de-marketing-de-relacionamento-pensar/ Recapitulando a Unidade 1 Nesta unidade o aluno viu como o marketing atua no sentido de identificar as necessidades dos clientes e desenvolver esforços para atendê-las satisfatoriamente, já que o cliente representa o principal ativo da companhia. Analisamos a evolução do marketing e de seus processos e metodologias que durante muito tempo estiveram focados em realizar com os clientes trocas apoiadas nas transações, ou no marketing transacional, em que a preocupação e o foco principal é vender e não criar conexões com o cliente. Analisamos o alto custo de aquisição de clientes que essa técnica representa para a empresa e finalizamos mostrando como esse custo pode ser significativamente diminuído por meio de relações com os clientes que podem levá-lo a repetir compras e prolongar seu ciclo de vida de consumo em relação às marcas e ofertas da companhia. Videoaula - Marketing transacional vs marketing de relacionamento Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764555652". Marketing de relacionamento, programas de incentivo e fidelidade2. No marketing transacional, o principal incentivo para as compras do cliente é uma indução de preço, e a probabilidade de um comprometimento emocional é muito limitada. Os compradores orientados para preçonão estão tão preocupados com a alta qualidade e o serviço de atendimento personalizado que os consumidores mais exigentes apreciam. A conexão que a empresa tem com o comprador induzido dessa forma é de curto prazo. A menos que a marca mantenha o desconto, o preço baixo, ou promoção de vendas constante, o consumidor irá buscar outra opção com preço mais baixo para sua próxima compra. Além disso, preço baixo constante pode prejudicar a imagem de qualidade do produto. Ao reduzir os preços para impulsionar as vendas, o marketing transacional também diminui sua margem de lucro bruto. Essa margem representa a diferença entre a receita (retorno obtido) e os custos das mercadorias vendidas. Se uma empresa varejista pagar R$ 5,00 para adquirir um produto e promovê-lo, tendo como um bom valor de retorno R$ 10,00, ela fatura R$ 5,00 por venda, o que representa um bom lucro. No entanto, se o varejista comercializar o produto com um desconto de 50%, ele receberá apenas R$ 5,00 em cada venda. Embora ele provavelmente aumente o volume de vendas, na verdade obterá um lucro bruto zero em cada transação. No entanto, a estratégia de marketing transacional precisa se apoiar em preços para atrair sempre novos consumidores. Por outro lado, longe vão os dias em que os clientes simplesmente compravam um produto e não precisavam mais voltar, porque logo outro comprador entraria no estabelecimento e faria uma nova compra, afinal só tinha aquela loja nas redondezas. No mundo atual, os consumidores têm mais opções do que nunca. Eles podem acessar vários sites ou redes de mídia social para obter informações sobre os produtos de seu interesse e podem optar por outro fornecedor se não gostarem do que veem. Tornou-se cada vez mais importante que as empresas se concentrem em manter os clientes satisfeitos com experiências personalizadas que enfatizam a confiabilidade e a sinceridade da marca; construindo relacionamentos fortes e duradouros com eles. De acordo com Faria (2019, p. 34), “o marketing de relacionamento (ou marketing relacional) visa construir relacionamentos fortes e de longo prazo entre marcas e clientes, que levem a vendas repetidas e aumento da fidelidade do cliente”. O marketing de relacionamento se concentra em construir um processo de comunicação de duas vias entre os clientes e a empresa, rastreando Marketing transacional vs marketing de relacionamento2.1 suas atividades, usando um sistema de CRM (Customer Relationship Management), com um banco de dados completo sobre os clientes, para enviar a eles mensagens e anúncios personalizados com base em seu perfil e persona. As empresas que usam o marketing de relacionamento enfatizam o atendimento ao cliente para melhorar a satisfação que ele terá nas experiências com a marca, sabendo que, muitas vezes, se os clientes não estiverem satisfeitos com o atendimento que recebem de uma empresa, eles deixarão de comprar produtos dessa empresa e irão procurar novas marcas com melhor atendimento. Enquanto o marketing transacional continua focado em comunicações de curto prazo, o marketing de relacionamento se concentra nos benefícios de longo prazo, apoiado na construção de relacionamentos e conexões visando construir fidelidade à marca. A premissa básica do marketing de relacionamento é que fortes conexões com os clientes resultam em confiança, e os clientes podem ajudar a promover a marca por meio de promoção boca a boca gratuita (buzz marketing), e potencialmente podem gerar novos leads e vendas. A aquisição de clientes costuma ser cara e arriscada quando se utilizam estratégias de marketing transacional; no marketing de relacionamento, ao contrário, é uma prática que ajuda a reduzir os custos de marketing e publicidade, uma vez que são os próprios clientes conquistados que encontram e atraem novas pessoas para o negócio. Segundo Baran e Galka (2017, p. 176): Figura – Vendas e relacionamento Foto de um fechamento de vendas com foco no relacionamento futuro com o comprador. Nota-se que a vendedora dispensa atenção especial a sua cliente. Fonte: LinkedIn Sales Solutions / unsplash https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/07.jpg No marketing de relacionamento, o negócio considera a retenção de clientes como a estratégia fundamental, refletindo uma visão de longo prazo. Com o aumento da concorrência, o custo para atrair um novo cliente passou a ser cinco ou seis vezes o custo de reter um cliente antigo. Portanto, as empresas se concentram cada vez mais em fornecer serviços orientados aos clientes existentes, construindo e implementando conexões de relacionamento. O gerente de marketing deve criar uma vantagem competitiva – apoiada na otimização do mix de marketing dos produtos/serviços – que diferencie o negócio no mercado; assim, uma empresa deve organizar e implantar atividades de marketing para criar e manter um excelente relacionamento de longo prazo com o cliente e parceiro dentro e fora da organização (KOTLER; KELLER, 2019). A tendência de marketing está mudando muito nos negócios modernos. O marketing está fazendo uma transição do marketing transacional para o marketing relacional ou combinando estratégias entre ambos, o que significa que, em vez de se concentrar em estratégias de marketing de massa, as empresas prestarão mais atenção ao seu segmento de clientes, grupo ou indivíduo (FARIA, 2019). Essa mudança cria um novo conceito em marketing, que é o marketing de relacionamento; e existem muitas formas de aplicá-lo. O marketing de relacionamento mais geral e fácil de entender é uma forma de construir, desenvolver e manter relacionamentos de alto valor e custo-benefício positivo com clientes, fornecedores, funcionários e parceiros, visando um benefício duradouro para os dois lados (KOTLER, 2010). Apoiando-se nesse conceito, pode-se perceber que o marketing de relacionamento visa construir relacionamentos de longo prazo com todos os stakeholders (públicos de interesse), incluindo prioritariamente os clientes. Kotler e Keller (2019) afirmam que o marketing de relacionamento engloba todas as atividades de marketing destinadas a estabelecer, desenvolver e manter comunicações relacionais com sucesso, envolvendo os diversos públicos da empresa, com Quando a marca estiver fazendo relacionamento certo e formando fortes conexões com pessoas que acreditam no que ela faz, a força de seus relacionamentos comerciais mais bem-sucedidos impulsionará o crescimento que a marca procura. Clientes recorrentes gastam em média 67% por compra (considerando o histórico de suas compras mensais repetidas), mas exigem apenas 10% dos gastos de marketing em comparação com novos clientes transacionais. Se a taxa de retenção aumentar em 10%, a duração média do relacionamento com o cliente dobra. Clientes totalmente engajados pelo relacionamento geram 51% mais receita do que clientes desengajados. Se a taxa de retenção aumentar apenas 5%, a lucratividade aumenta inacreditáveis 25%. 85% das empresas admitem que relacionamentos de longo prazo com os clientes são importantes para os negócios, e sempre geram lucros a médio e longo prazo. Para alcançar esses resultados, as empresas precisam tratar cada cliente como um indivíduo, em vez de apenas outro número ou transação. ênfase em seu público-alvo. Por outro lado, embora o marketing transacional e o de relacionamento tenham objetivos semelhantes em relação a conquistar clientes, pois ambas as estratégias visam fazer uma venda, elas o fazem de maneiras diferentes. Aqui estão, segundo Zenone (2019), as principais diferenças entre marketing transacional e de relacionamento: 1. O marketing transacional usa o marketing (e comunicação) de massa e a promoção para fazer vendas uma única vez, enquanto o marketing de relacionamento usa o marketing personalizado e constrói relacionamentos com os clientes para fazer vendas repetidas. 2. Enquanto o marketing transacional está focado em comunicações de curto prazo, o marketing de relacionamento se concentra nos benefíciosde longo prazo da construção de relacionamentos e fidelidade à marca. 3. A interação com o cliente é mínima no marketing transacional e não ocorre além da venda. O marketing de relacionamento, por outro lado, impulsiona a comunicação com os clientes por meio de pesquisas, enquetes, telefonemas, mensagens de texto e interações nas mídias sociais. 4. Enquanto o marketing transacional usa estratégias promocionais, como ofertas ou descontos no PDV para fazer vendas únicas, o marketing de relacionamento usa “programas de fidelidade e sistemas de recompensa para incentivar o retorno dos clientes” (ZANONE, 2019, p. 37). Videoaula - Os cinco níveis do marketing de relacionamento Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764556203". De acordo com Zenone (2019, p. 76): “Marketing de relacionamento tem o objetivo de construir conexões profundas, personalizadas e de longo prazo com os clientes; em vez de se concentrar em vendas e transações de curto prazo”. O marketing de relacionamento se concentra em aumentar a fidelidade do cliente, promover a retenção de clientes, promover seu engajamento e Os cinco níveis do marketing de relacionamento2.2 estabelecer relacionamentos de alta duração com eles. Além do atendimento ao cliente, o marketing de relacionamento se apoia em conteúdo e mensagens para se conectar com os consumidores após uma compra, e essa é uma das principais estratégias de contato com um cliente com potencial de repetir compras e se tornar fiel à marca, por isso é fundamental usar métodos e estratégias de marketing que atendam os contatos com clientes atuais, e com novos clientes a partir da primeira compra. No estágio atual das atividades comerciais e da alta concorrência de mercado, é muito importante para as empresas não só atrair clientes, mas também mantê-los. O marketing de relacionamento tem um papel fundamental nisso. Afinal, nenhuma empresa sobreviverá se sua base de clientes não aumentar. O marketing de relacionamento gira em torno do fato de que se os clientes existentes forem fidelizados, farão compras repetidas e, assim, contribuirão para a continuidade da empresa. Manter um cliente é muito mais barato do que atrair novos clientes, por isso, em vez de transações de vendas, o marketing de relacionamento é uma forma de marketing que se concentra na satisfação e retenção do cliente. Historicamente, o marketing de relacionamento foi mencionado pela primeira vez na década de 1980 pelo professor de marketing americano Leonard L. Berry e pela especialista em marketing americana Barbara Bund Jackson (BARAN; GALKA, 2017, p. 98). De acordo com Berry, o marketing de relacionamento é uma atividade de marketing que gera, retém e promove relacionamentos eficazes com os clientes para as empresas. Jackson posteriormente expandiu essa ideia. Ela enfatizou que o marketing de relacionamento consiste em atrair, estabelecer e manter um relacionamento próximo principalmente com clientes empresariais. Hoje, o marketing de relacionamento se aplica tanto ao mercado empresarial (B2B) quanto ao mercado consumidor (B2C). Figura – Venda pela internet Foto simulando uma venda pela internet. No marketing de relacionamento, as conexões com o cliente são estabelecidas logo após a primeira compra. Fonte: Mediamodifier/Pixabay https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/08.jpg Tanto para atender um quanto o outro desses segmentos, é crucial que a empresa construa um relacionamento que permita que seu público se conecte com ela e tenha uma experiência do cliente em que as pessoas sintam que suas necessidades específicas estão sendo atendidas. Como em todos os relacionamentos, o marketing de relacionamento é construído em diferentes níveis ou fases. Esses níveis são estratégicos e hierárquicos e estabelecem os diversos tipos de marketing de relacionamento aplicados pelas organizações. Os cinco níveis, de acordo com Zenone (2019), são: 1. Marketing de relacionamento básico. 2. Marketing de relacionamento reativo. 3. Marketing de relacionamento responsável. 4. Marketing de relacionamento proativo. 5. Marketing de relacionamento de parceria. 1. Marketing de relacionamento básico: O marketing de relacionamento básico pode ser comparado ao marketing tradicional (o mesmo que transacional). É o marketing que visa simplesmente atrair o cliente a comprar. É uma venda direta e não inclui o acompanhamento dos clientes após a aquisição de um produto ou uso de um serviço. Não há comunicação ou feedback do cliente envolvido. O marketing básico é quando uma empresa vende simplesmente para ganhar dinheiro (o que não é necessariamente uma coisa ruim). Segundo Kotler e Keller (2019, p. 23): “Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, precificação, promoção e distribuição de ideias, bens ou serviços para satisfazer as necessidades de consumidores individuais ou organizações”. Toda empresa precisa comercializar com sucesso seus produtos e serviços. O marketing é uma ferramenta fundamental para estabelecer a conscientização, atrair novos clientes e construir relacionamentos duradouros. Quando feito de forma eficaz, o marketing pode ajudar a empresa a aumentar as vendas e estabelecer uma vantagem competitiva. O marketing básico usa táticas de comunicação e publicidade para persuadir os clientes de que uma marca, incluindo seus produtos e serviços, é exatamente o que eles precisam. Mesmo que a companhia esteja apenas divulgando sua marca, todos os aspectos de sua estratégia de marketing devem se concentrar em satisfazer as necessidades de seus clientes. A abordagem de marketing orientará as técnicas de vendas adotadas pela empresa, portanto, a comunicação e a colaboração dentro de todos os setores é crítica, e todos na organização devem ter sempre conhecimento das campanhas de marketing realizadas e os principais pontos que serão abordados com o cliente. O marketing é um aspecto crucial do negócio e requer pesquisa, tempo, planejamento e alocações orçamentárias adequadas. Em sua forma básica, foi a primeira técnica de relacionamento com os clientes. De acordo com Zenone (2019), um dos exemplos de aplicação do marketing básico foi sintetizado pelo comercial publicitário da Nike, com LeBron James. O comercial apresenta LeBron James (famoso jogador de basquete americano), que apenas aparece na tela em seus momentos de lazer, andando e chutando uma bola, com alguns closes de seu rosto. Eventualmente, ele ri e o slogan “Just Do It” aparece na tela, seguido por uma tela em branco para terminar. A mensagem é subliminar e simples: seja qual for o esporte em que você esteja interessado, faça-o com a Nike. Esse anúncio atrai o espectador com um apelo simples, preço, estilo de vida e qualidade. Não fica muito mais básico do que isso, e nenhuma interação com o cliente estava envolvida. 2. Marketing de relacionamento reativo: Nesse nível, a empresa incentiva seus clientes a fornecer feedback, seja uma reclamação, comentário, sugestão ou ideia aleatória. Há algum esforço necessário para construir um relacionamento com o cliente; trata-se de responder e interagir com os clientes quando surge uma situação ou oportunidade. Essa não é a técnica típica de marketing de divulgação massiva e é um pouco mais interativa, focando nas reações pós-compras. No entanto, a empresa pode resolver um problema específico quando responde a um cliente com marketing reativo, mas essa não é a maneira estratégica ideal de criar relacionamento duradouro. Zenone (2019) cita como exemplo as ações de marketing da Starbucks. A Starbucks mantém a comunicação com seus clientes por meio de e-mails mostrando apreço e informando-os sobre novas ofertas, e até solicita ideias de seus clientes em sua página dedicada da web. A famosa cadeia de cafés comercializa seu produto compartilhando vídeos curtos e imagens de seus clientes no Instagram. Assim, repostar e reprogramar o conteúdo geradopelo usuário em suas próprias contas de mídia social cria mais reações e interesse. O objetivo é fazer com que seus clientes se comuniquem entre si, com a pergunta: Você já viu os GIFs do Starbucks no Instagram? A estratégia de fazer com que os clientes compartilhem por meio do boca a boca fica ainda mais incentivada com a comunicação de conteúdo (branded content) que eles próprios adicionam. Figura – Starbucks Foto de uma cliente apreciando um café da Starbucks. Uma empresa que foca suas estratégias em marketing de relacionamento reativo com os clientes. Fonte: Engin_Akyurt/Pixabay 3. Marketing de relacionamento sustentável: Toda empresa tem como dever acompanhar seus clientes logo após a compra. Isso promove a confiança, já que ela oferece e prova aos clientes que é confiável. Também incentiva opiniões honestas dos clientes sobre seus produtos ou serviços, o que cria um nível mais profundo de marketing de relacionamento. Esse é o nível chamado de marketing de relacionamento sustentável. As empresas que usam o marketing sustentável alcançam os clientes com conexões mais constantes, lembram seus clientes da compra que fizeram e compartilham seu feedback, que é muito importante; podem ainda entrar em contato e responder diretamente ao seu feedback ou às suas necessidades conhecidas. Isso se tornou muito comum nas vendas online, nas quais o contato com o cliente é imediato. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/09.jpg Alguns exemplos desse tipo de marketing de relacionamento sustentável são citados por Baran e Galka (2017). A Apple pratica o marketing sustentável pelo site da marca oferecendo informações importantes sobre meio ambiente e sustentabilidade, além de treinamento específico sobres aspectos de saúde importantes para os seus clientes que queiram se inscrever pelo ambiente online. A GreenGeeks Web Hosting (um site de hospedagens na web) oferece plataformas de hospedagem na web ecologicamente corretas como um serviço voltado para um nicho que outros concorrentes não preenchem. A marca se compromete a compensar três vezes a energia usada em suas operações trocando fontes tradicionais por plataformas de energia renováveis, o que faz a sua responsabilidade se destacar. Além disso, os clientes elogiam o excelente suporte e compromisso da GreenGeeks em orientá-los no processo de configuração do site, ao qual eles têm acesso online. Figura – Compras na internet Foto de uma cliente realizando compras pela internet. No marketing online fica mais fácil para as marcas adotarem um marketing de relacionamento sustentável. Fonte: justynafaliszek/ Pixabay 4. Marketing de relacionamento proativo: O marketing de relacionamento proativo leva as conexões a um nível ainda mais pessoal. As empresas que adotam esse modelo mantêm um contato regular com seus clientes, em vez de contatá-los apenas uma única vez, ou algumas vezes mais esporádicas, e usam o que aprenderam nessas interações para continuar melhorando seus produtos ou serviços. O marketing proativo usa banco de dados para entender os sucessos ou fracassos de suas campanhas anteriores e criar soluções mais atraentes para o futuro, com base na opinião e colaboração de seus clientes. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/10.jpg A Tyson Foods, uma multinacional americana do setor alimentício, lançou uma campanha de alívio da fome, que ajudou muito a melhorar a fidelidade de seus clientes. A empresa se comprometeu com a doação de produtos alimentícios de seu portfólio, de acordo com as sugestões dos seus clientes em seu blog. Desta forma, a Tyson Foods recebe feedback contínuo, que usa para melhorar seus produtos, e alimenta pessoas carentes ao mesmo tempo, incluindo também em sua estratégia ações de marketing sustentável (FARIA, 2019). 5. Marketing de relacionamento de parceria: O marketing de relacionamento de parceria ajuda a incentivar e manter os níveis de satisfação do cliente por meio de um acordo mutuamente benéfico com outra empresa (ou mesmo com um cliente individual). Essa é a forma mais forte de marketing de relacionamento entre empresas e seus clientes e a maneira mais profunda de construir um relacionamento de longo prazo, já que a companhia está trazendo alguém de fora da sua empresa para atender a uma necessidade específica do cliente. Por exemplo, alguns produtos de gerenciamento pela internet (softwares) oferecem soluções personalizadas para seus consumidores. Outros ainda envolvem diretamente os clientes no desenvolvimento desses produtos, produzindo soluções “sob medida” e oferecendo uma equipe de suporte dedicada para atender os clientes nas dificuldades (FARIA, 2019). ipe1257_13 - O que é marketing mix? Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764558364". Videoaula - Marca, experiência do cliente e eventos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764556887". O marketing de relacionamento se concentra principalmente em relacionamentos de longo prazo com os clientes. Uma venda pontual é boa, mas o marketing de relacionamento vai um passo além e promove a fidelização do cliente, oferecendo produtos e serviços que agregam valor. Por isso, o marketing de relacionamento não está vinculado a um único produto ou a preços baixos. A forma como uma empresa conduz os negócios é refinada para maximizar o valor da oferta para o cliente. No curto prazo, é importante que os clientes comprem algo. No longo prazo, no entanto, o foco está na retenção desses mesmos clientes. Isso só acontece quando os clientes estão satisfeitos com a compra que realizaram. Em outras palavras, a marca e a reputação de seus produtos constituem uma parte crucial do marketing de relacionamento. As organizações só podem construir relacionamentos de longo prazo com os clientes se estes puderem se identificar totalmente com o produto. A marca diz algo sobre eles. Esse é o núcleo do branding (gestão de marcas) e, portanto, constitui a base do marketing de relacionamento. Se um cliente está satisfeito com a marca que compra e usa, ele não apenas fará compras repetidas, mas também espalhará mensagens positivas em seu ambiente de compartilhamento. Em longo prazo, isso resulta em um relacionamento forte. Além disso, cria oportunidades para a marca oferecer a esses clientes outros produtos mais personalizados e exclusivos. Marca: experiência do cliente e eventos2.3 A marca é a personalidade do negócio. Não é uma imagem com algumas cores e um logotipo. Em vez disso, uma marca vai ser definida por tudo aquilo que a empresa faz para os clientes se sentirem satisfeitos e se relacionarem com ela. Isso significa que a marca deve gastar um tempo significativo definindo suas percepções. Além disso, é necessário descobrir como a marca é percebida em seu núcleo de clientes. Isso servirá para estabelecer uma “personalidade de marca” que seu público ideal vai assimilar e apoiar (KOTLER; KELLER, 2019). A chave está em estabelecer uma personalidade de marca em relação à sua história. Trata-se de entender essa história e ter a capacidade de comunicá-la com os outros. Uma marca deve ter uma ótima mensagem sobre o que ela faz e mostrar por que ela é importante para os seus clientes, e permitir que eles entrem no seu mundo como se eles fossem parte de algo muito grande. A marca conduz a uma experiência do cliente relevante, e deve ser promovida em todos os pontos de contato com o cliente. Três pontos se destacam no branding, ou gestão de marcas (AAKER, 2015): 1. Experiência do cliente na construção de relacionamento: Se uma marca é como os clientes efetivos e potenciais, bem como a sociedade, percebem sua personalidade, a experiência é a extensão natural disso. E é outro fator decisivo para alguém escolher um negócio em detrimento de outro, porque se baseia num ponto central: a experiência do cliente com a marca(KOTLER; KELLER, 2019). O empresário bem-sucedido sabe que o valor e a lealdade de um cliente ao longo da vida podem valer mais do que a venda imediata. Portanto, a construção de relacionamento – não apenas no ponto de compra, mas ao longo do tempo – tornou-se um elemento essencial em qualquer estratégia centrada no cliente. Figura – Apple é modelo de relacionamento com clientes Foto de um notebook da Apple, uma das marcas mais emblemáticas do mundo, cuja força é um dos elementos-chave das estratégias de relacionamento da empresa. Fonte: markusspiske/Pixabay https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/11.jpg Marketing de relacionamento significa efetivamente construir uma experiência do cliente centrada no relacionamento. As pessoas compram de marcas em que confiam. Então, quando estamos construindo nossa própria marca, temos que lembrar por que os clientes voltam sempre. O mais importante é ser autêntico em tudo que a marca faz, online ou offline. Segundo Zenone (2017), 90% de todas as decisões de compra atuais começam online. De acordo com Faria (2019), 60% da jornada do comprador (também conhecida como processo de decisão de vendas) é feita antes que o cliente fale com um representante de vendas da empresa no ambiente físico ou através de contatos pelo site. Portanto, marketing de relacionamento não se trata do que a marca faz, e sim de como ela faz. De acordo Aaker (2015), para dizer de outra forma, podemos literalmente construir uma experiência de marca com uma mentalidade de “superar a concorrência”, e a melhor maneira de criar uma experiência para o cliente é construindo um relacionamento com ele. Isso significa que os potenciais compradores, quando estão iniciando sua jornada de compras por conta própria, estão se decidindo com base no que encontram online ou no espaço físico da loja, e em como isso os faz sentir. Por isso, em tudo o que faz, toda marca deve ser: Autêntica Apaixonada Agradável (para o seu público) Exclusiva Figura – Experiência do cliente A experiência do cliente evolui em toda jornada que ele desenvolve percorrendo o espaço de compras e se relacionando com todos os pontos de contato com a marca. Fonte: vborodinova/needpix https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/12.jpg Um relacionamento profundo conduzirá negócios repetidos em vez de ver cada transação como um evento único. Em essência, a experiência positiva com a marca aumenta os negócios por meio do impulso de compras repetidas e de referência para futuras aquisições. É preciso que a empresa tenha isso em mente, afinal, ela não pode ser tudo para todos, por isso sua mensagem deve ser sobre quem ela é para o seu cliente ideal, para aquele que está fidelizado. Uma boa marca coloca menos foco no que faz. Em vez disso, ela comunica como e por que faz seus produtos, serviços e ações bem feitos para energizar a comunidade de indivíduos com ideias semelhantes que se identificam com ela, e oferecer a eles experiências memoráveis. Com mais empresas colocando o cliente no centro de suas estratégias de marketing, o marketing de relacionamento se tornou proeminente entre as organizações que se esforçam para promover a fidelidade do cliente e cultivar embaixadores da marca. Uma das formas mais expressivas de fortalecer o relacionamento com o cliente é oferecendo a ele experiências surpreendentes e inesquecíveis. Saiba mais sobre isso em: saxbr.com/ [https://saxbr.com/blog/marketing-de- experiencia-do-cliente/] 2. Marketing de eventos, marcas e relacionamento: De acordo com Kotler e Keller (2019), marketing de eventos consiste na organização de reuniões ou encontros realizados pelas organizações que têm como objetivo promover um produto, serviço, marca de uma empresa, ou ainda um conceito ou apelo social por meio de relacionamentos presenciais, normalmente face a face, ou em tempo real online. O evento pode assumir a forma de uma conferência, evento virtual sediado online, patrocínio de um evento promovido por terceiros, ou até mesmo uma simples apresentação durante um café da manhã. O marketing bem feito e bem planejado de um evento, sem dúvida, terá um grande impacto no sucesso do relacionamento da empresa com seu público-alvo e, potencialmente, projetará a reputação positiva da sua marca. O marketing de eventos pode ser uma maneira eficaz de interagir com clientes atuais e potenciais à medida que a marca constrói relacionamentos presenciais, face a face com eles, ou interativos pelo ambiente digital, e implanta estratégias para se conectar com os clientes efetivos e potenciais (leads) por meio de exibições, exposições ou apresentações especiais de alto interesse dos participantes. Além disso, a marca oferece experiências de cliente relevantes para os participantes por meio da identificação da sua imagem com aquilo que os eventos representam, e com a imagem da própria temática do acontecimento. Os formatos mais usuais https://saxbr.com/blog/marketing-de-experiencia-do-cliente/ de eventos que a marca pode hospedar ou realizar presencialmente para construir relacionamentos costumam incluir conferências, palestras, feiras, seminários e workshops. Entre as razões estratégicas para se adotar eventos, Zenone (2019) inclui: a. Criar reconhecimento de marca: Eventos ao vivo, ou virtuais, são uma ótima estratégia para fazer com que clientes e prospects descubram a marca e a empresa. De acordo com Zenone (2019), um estudo recente feito pela AcNielsen, nos Estados Unidos da América, mostrou que 93% dos participantes afirmaram que os eventos ao vivo tinham uma influência maior sobre eles do que os anúncios de televisão. Os eventos dão às empresas a oportunidade de impressionar clientes em potencial com apresentação ao vivo de seus produtos e serviços. Além disso, essa forma de encontro tem um público cativo, que permite que a marca mostre quem ela é, o que está fabricando e vendendo. Kotler e Keller (2019) recomendam que a empresa faça uso das mídias sociais e do seu site para promover o evento, influenciadores que mencionem a realização desse acontecimento, que ela crie uma hashtag e incentive os próprios participantes divulgar o evento da marca e mencionar a empresa. b. Impulsionar os defensores da marca: Em geral, a maioria dos participantes de um evento diz que tem uma visão mais positiva de uma marca, produto ou serviço depois de participar do acontecimento e estabelecer relacionamentos efetivos com a empresa. Os eventos criam defensores da marca superando as expectativas por propiciarem encontros reais. Se o evento criado ou patrocinado pela organização for memorável e agradável, os participantes terão associações positivas com a marca. Um evento pode demonstrar um lado mais humano de uma empresa, ajudando os clientes a criar uma afinidade duradoura com ela; dando-lhe assim uma vantagem competitiva importante em relação aos concorrentes. c. Gerar leads (novos clientes potenciais): Se a marca está hospedada em um estande em uma exposição virtual, ou em um espaço planejado em um evento presencial, ela tem a oportunidade perfeita para gerar leads, ou seja, construir relacionamentos com potenciais clientes que no futuro trarão retornos efetivos para os seus negócios. O evento permite que a marca colete endereços de e-mail das pessoas que visitam o estande, oferecendo-lhes um incentivo que pode ser um sorteio ou uma competição. Da mesma forma, se ela estiver realizando uma conferência, deve certificar-se de que todos os participantes se registrem com seus endereços de e-mail. Esta é uma oportunidade única para segmentar os vários participantes do público-alvo em um só lugar. d. Estabelecer e desenvolver relacionamentos efetivos: Os eventos permitem construir relacionamentos valiosos e importantes para qualquer organização. Eles permitem uma conexão interpessoal que vai Figura – Eventos são importantes no relacionamento com clientes Os eventos são uma das formas mais fortes de relacionamento porque colocam as marcas face a face com seus clientes.Fonte: Nahima Aparicio/Unsplash https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/13.jpg ajudar na construção de relacionamentos duradouros com clientes antigos e potenciais, desde que a companhia estabeleça critérios bem planejados para estabelecer e desenvolver relacionamentos durante os eventos que promove ou patrocina, identificando para eles temáticas específicas e focadas em clientes e prospects que façam parte de seu público-alvo. Afinal, como afirma Godin (2019, p. 77): “As pessoas não compram bens e serviços. Elas compram relações, histórias e magia”, e os eventos oferecem a oportunidade ideal para envolver os clientes nesse clima. Videoaula - Marketing de relacionamento e criação de valor Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/764557433". O marketing de relacionamento cria valor de maneira poderosa, por ser direcionado para os clientes que a marca já conquistou e incentivar o envolvimento do cliente. Com o marketing de relacionamento, o objetivo não é diminuir as estruturas de preços, mas criar clientes valiosos com base em experiências. E de acordo com Zenone (2019, p. 97), estratégias apoiadas na experiência do cliente trazem resultados expressivos: “quando se trata de fazer uma compra, 64% das pessoas consideram a experiência do cliente mais importante do que o preço”. Independentemente de a empresa oferecer um serviço de compra ou assinatura única, Faria (2019) afirma que 39% dos consumidores evitam fornecedores por mais de dois anos após terem uma experiência negativa. Em outras palavras, é vital acertar em cheio e criar uma impressão duradoura com a experiência do cliente. Metade de todos os clientes diz que estão satisfeitos com uma determinada marca, mas apenas 38% dos clientes dizem que estão engajados com uma delas. É preciso muito mais para engajar um cliente, mas dedicar tempo e esforço para criar clientes engajados acaba valendo a pena, porque as conexões da empresa com os clientes criam Marketing de relacionamento e criação de valor2.4 percepções de valor para a marca, que vão influenciar positivamente suas decisões. De acordo com Faria (2019), os clientes engajados oferecem: a. Cinco vezes mais chances de recomprar e criar um forte valor de vida útil do cliente (LTV). b. Cinco vezes mais chances de perdoar experiências negativas. c. Quatro vezes mais chances de indicar amigos e familiares para uma empresa. d. Sete vezes mais chances de experimentar uma nova oferta. O marketing de relacionamento ajuda a marca a ter sucesso, cria uma excelente oportunidade para receber feedback ou avaliações dos clientes e oferece uma vantagem competitiva. Para desenvolver as estratégias e prioridades da empresa visando construir relacionamentos fortes, é importante começar cultivando a filosofia de relacionamento ou mentalidade certa. Existem alguns critérios importantes apresentados por Baran e Galka (2017), apoiados na metodologia do design thinking, que ajudarão a marca a entrar na mentalidade do marketing de relacionamento: a. Mentalidade 1: Coloque-se no lugar do cliente – A empresa pode pensar que sabe quase tudo sobre seus produtos ou serviços, mas nem sempre sabe o que seus clientes sentem sobre eles. Quando ela começa a ver as coisas da perspectiva do cliente, pode obter uma melhor compreensão da situação em questão e melhorar muito seu relacionamento. Às vezes a companhia tem que filtrar seu conhecimento pessoal do produto. Uma maneira simples de fazer isso é fingir ser o cliente e imaginar que ela não está familiarizada com o produto. Isso pode tornar mais fácil para ela se lembrar de tratá- los como gostaria de ser tratada. É preciso pensar em como a empresa reagiria se alguém trocasse seu pedido ou se um serviço que ela comprou não saísse como planejado. Usar essa lógica vai ajudá- la a empatizar com o cliente e, em seguida, fornecer soluções. Isso não apenas trará um resultado muito melhor, mas também poderá ajudá-la a crescer e construir um melhor relacionamento com o cliente. Na maioria dos casos, a adoção dessa estratégia centrada no cliente resultará em um melhor produto e abordagem de mercado. b. Mentalidade 2: Criar listas de verificação da situação do cliente – A empresa pode ter uma lista de verificação de itens ou procedimentos que usa para cada venda ou ponto de contato com um cliente. Uma boa lista de verificação a ser implementada é uma lista de verificação de incidentes com o cliente. Isso pode tornar muito mais fácil lidar com uma situação difícil do cliente quando ela surgir. A lista de verificação de incidentes não precisa ser longa. E alguns procedimentos são básicos quando você estiver gerindo um processo de relacionamento com o cliente: Ouvir primeiro sem contra-argumentar: Em outras palavras, deixar o cliente falar sem apresentar uma reação imediata. Em vez de desconsiderar as preocupações do cliente, é necessário ouvi-las e resolvê-las, sabendo identificar aquilo que o incomoda e o que ele precisa. Saber ouvir é a principal estratégia para apresentar ao cliente uma nova experiência e reverter uma anterior que foi negativa. Confirmar que a marca entende o cliente: Essa atitude simplesmente permite que os clientes saibam que a marca ouve o que eles estão falando, embora não signifique concordância com alguma colocação equivocada por parte deles. Ouvindo o cliente é possível identificar o problema real, que pode ter ocorrido durante o atendimento, por uma distorção do vendedor, um erro de comunicação ou mesmo um defeito do produto. Por outro lado, se o cliente estiver equivocado, depois de ouvi-lo, o atendente terá argumentos para demostrar que houve um mal-entendido. Agir oportunamente e acompanhar: É importante responder prontamente a alguma reclamação, tickets ou dúvidas. De maneira geral, o cliente que reclama está impaciente e não quer esperar. Por isso, o relacionamento será bem mais produtivo se mesmo depois de resolver o problema o atendente mostrar que continua à disposição do cliente, e também acompanhar durante alguns dias para confirmar se a solicitação foi atendida. Para facilitar esses processos, existem vários aplicativos de lista de verificação que podem ajudar a realizar esse trabalho, dividindo facilmente uma lista e priorizando soluções com base nas necessidades e preferências do cliente. c. Mentalidade 3: Imaginar que a empresa só tem um canal – Neste caso, a empresa deve imaginar que ela não pode mais falar com novos clientes. Tudo o que ela precisa para crescer e manter seu negócio em bom funcionamento é trabalhar com os clientes existentes. Nenhum outro canal é permitido. O que você faria como gestor de relacionamento para garantir que seus clientes não apenas fiquem satisfeitos, mas compartilhem seu produto ou serviço com seus amigos e parentes? Embora puramente hipotética essa é uma boa maneira de garantir que os clientes existentes estejam recebendo o melhor atendimento e suporte. A chave para o sucesso do marketing de relacionamento é uma boa experiência do cliente. Quanto mais a marca facilitar isso para os clientes, maior a probabilidade de eles comprarem com ela repetidas vezes. “É aqui que o rastreamento de interações do cliente entra em jogo. Por exemplo, rastrear a mercadoria que um cliente adiciona ao carrinho pode iniciar um e-mail de lembrete de que ele ainda não concluiu a compra” (ZENONE, 2019, p. 40). Também é útil armazenar e organizar as informações do cliente usando CRM e banco de dados. Quando um cliente tem uma conta e pode armazenar suas informações, isso reduz qualquer atrito no processo de checkout; não precisar inserir seus dados pessoais e informações de envio toda vez que realiza uma compra pode facilitar as compras futuras. As informações armazenadas também tornam a comunicação mais personalizada e individualizada para cada cliente, pois a empresa conhece suas preferências e compras anteriores. É melhor também facilitar para os clientes entrarem em contato com a empresa para
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