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CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER ORGANIZADORES ANA GABRIELA SILVA E WILMA LUIZ DA SILVA ORGANIZADORES ANA GABRIELA SILVA E WILMA LUIZ DA SILVA Cuidado integral à saúde da m ulher GRUPO SER EDUCACIONAL Entenda os cuidados que envolvem a saúde da mulher neste livro abran- gente e didaticamente preparado para seus estudos na área da enferma- gem. Em quatro unidades, as autoras abordam desde a introdução ao tema, passando pelos principais cuidados em agravos à saúde no ciclo gravídico, no parto e puerpério, até a prevenção dos cânceres que acome- tem principalmente a mulher: de mama e cérvico-uterino. Essencial para estudar aspectos relacionados à saúde da mulher, esta obra tem uma linguagem clara e ilustrações explicativas, e oferece conhecimen- tos para prevenção de doenças, acompanhamento de processos mais com- plicados e como auxiliar no tratamento. Bons estudos! gente criando futuro C M Y CM MY CY CMY K CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Diretor de EAD: Enzo Moreira Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes Coordenadora educacional: Pamela Marques Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi Silva, Ana Gabriela. Cuidado Integral à Saúde da Mulher / Ana Gabriela Silva ; Wilma Luiz da Silva. – São Paulo: Cengage, 2020. Bibliografia. ISBN 9786555581454 1. Saúde - Enfermagem. 2. Enfermagem – Ginecologia/Obstetrícia. 3. Silva, Wilma Luiz da. Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com “É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da democracia com a ampliação da escolaridade. Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer- lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no contexto da sociedade.” Janguiê Diniz PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL Autoria Ana Gabriela Silva Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São João del-Rei (2020). Especialista em Programa de Saúde da Família pela Faculdade Batista de Minas Gerais (2019). Especialista em Urgência e Emergência pela Faculdade Batista de Minas Gerais (2019). Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São João del-Rei (2017). Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de São João del-Rei. Wilma Luiz da Silva Graduada em Enfermagem, pela Faculdade de Belo Jardim (FBJ) (2015). Especialista em Enfermagem em Saúde da Mulher (Ginecologia e Obstetrícia), pelo Instituto Educacional de Desenvolvimento (IDE) (2018). Experiências: Enfermeira da Estratégia Saúde da Família - ESF, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Jardim - PE (Junho de 2016 à Março de 2017) Enfermeira Assistencial e Coordenadora do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), Secretaria Municipal de Saúde de Belo Jardim - PE (Abril de 2017 à Abril de 2018) Enfermeira Ginecologista e Obstetra Empreendedora com Atendimento Domiciliar em Saúde da Mulher, Consulta Pré-natal, Visita e acompanhamento Pós-parto com retirada de Pontos e Curativos, Facilitadora em Amamentação. (agosto de 2019 - Atualmente) SUMÁRIO Prefácio .................................................................................................................................................8 UNIDADE 1 - Introdução à saúde da mulher ...................................................................................11 Introdução.............................................................................................................................................12 1 Aspectos éticos, legais e históricos .................................................................................................... 13 2 Sexualidade feminina ......................................................................................................................... 17 3 Assistência de enfermagem durante a gestação ................................................................................ 22 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................33 UNIDADE 2 - Assistência de enfermagem aos principais agravos à saúde no ciclo gravídico ...........35 Introdução.............................................................................................................................................36 1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 37 2 Abortamento ...................................................................................................................................... 37 3 Hemorragias do segundo e terceiro trimestre ................................................................................... 44 4 Síndromes hipertensivas .................................................................................................................... 48 5 Diabetes gestacional .......................................................................................................................... 50 6 Amniorrexe precoce ........................................................................................................................... 51 7 Prematuridade ................................................................................................................................... 51 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................53 UNIDADE 3 - Parto e puerpério ......................................................................................................55 Introdução.............................................................................................................................................56 1 Assistência de enfermagem em gestantes com patologias pré-existentes ........................................57 2 Assistência de enfermagem durante o trabalho de parto ..................................................................64 3 Assistência de enfermagem no puerpério ......................................................................................... 68 4 Assistência de enfermagem no aleitamento materno .......................................................................72 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................74REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................75 UNIDADE 4 - Prevenção dos agravos relacionados à mulher ..........................................................77 Introdução.............................................................................................................................................78 1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 79 2 Planejamento reprodutivo ................................................................................................................. 79 3 Prevenção do câncer cérvico-uterino ................................................................................................ 83 4 Infecções Sexualmente Transmissíveis ............................................................................................... 86 5 Prevenção do câncer de mama .......................................................................................................... 90 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................93 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................94 As autoras descrevem neste livro os principais aspectos e cuidados a serem observados pela equipe de enfermagem no que diz respeito à saúde da mulher. Em quatro unidades, vamos fazer uma introdução e seguir para a assistência de enfermagem aos principais agravos à saúde no ciclo gravídico. Depois, abordaremos o parto e puerpério e finalizamos com a prevenção dos agravos relacionados à mulher. Veja os detalhes a seguir. Na primeira unidade, introdução à saúde da mulher, vamos abordar a evolução das políticas de saúde da mulher no Brasil e mostraremos as taxas de mortalidade materna e as suas principais causas. Discutiremos a anatomia e a fisiologia do sistema reprodutor feminino e como funciona o ciclo hormonal. A fecundação, o desenvolvimento do embrião, o diagnóstico de gravidez e as etapas do pré-natal serão assuntos do final da unidade. Entenda sobre a assistência de enfermagem aos principais agravos à saúde no ciclo gravídico na segunda unidade. Apresentaremos as patologias que mais atingem as mulheres no período gestacional, responsáveis por graves desfechos materno fetal, como aborto, síndrome hipertensivas, diabetes gestacional etc. Explicaremos sobre a assistência humanizada do enfermeiro à gestante e parturiente em situações de risco, desde a identificação e acompanhamento na atenção básica até o serviço hospitalar. Abordaremos também aqui o tema sobre casos de perdas com preparo ético-profissional. O objetivo desta unidade é que você saiba identificar a presença de tais agravos e como conduzir a assistência em todo o ciclo gravídico. A unidade três discute sobre o parto e puerpério e abordará os cuidados de enfermagem que são necessários às gestantes com patologias pré-existentes. Descreveremos as principais patologias e como elas devem ser acompanhadas a fim de diferenciar as mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher durante o processo gravídico e os sintomas do problema pré-existente. Falaremos sobre como ocorre o trabalho de parto e qual a importância da enfermagem nesse processo natural e também como assistir a mulher durante o aleitamento materno. A prevenção dos agravos relacionados à mulher será o tema da quarta unidade, onde as patologias relacionadas ao sistema reprodutor feminino que mais atingem as mulheres serão apresentadas, bem como as maneiras de preveni-las. Nesta unidade discutiremos ainda sobre a prevenção do câncer de mama, câncer cérvico-uterino e as PREFÁCIO infecções sexualmente transmissíveis, mostrando como deve ser realizado o rastreio do enfermeiro nessas situações. Mostraremos, por fim, quais são os exames mais indicados para rastreio na atenção básica ou em serviço especializado e também na apresentação dos métodos contraceptivos. Este livro é fundamental para seus estudos na área de enfermagem focada na saúde da mulher. Aproveite a leitura! UNIDADE 1 Introdução à saúde da mulher Olá, Você está na unidade Introdução à saúde da mulher. Conheça aqui a evolução das políticas de saúde da mulher no Brasil e descubra ainda quais são as taxas de mortalidade materna e as suas principais causas. Aprenda ainda sobre a anatomia e a fisiologia do sistema reprodutor feminino e como funciona o ciclo hormonal. E compreenda como ocorre a fecundação, o desenvolvimento do embrião, o diagnóstico de gravidez e as etapas do pré-natal. Bons estudos! Introdução 13 1 ASPECTOS ÉTICOS, LEGAIS E HISTÓRICOS Ao longo da história, as mulheres foram deixadas de lado em diversos momentos, principalmente na saúde. Hoje sabemos que ela tem fases diferentes na vida, pois o seu corpo sofre mudanças significativas ao longo dos anos. Atualmente, as mulheres têm voz e programas de saúde voltados para sua saúde física e mental. 1.1 Atenção à saúde da mulher no Brasil No Brasil, a saúde da mulher ainda é recente. As primeiras políticas nacionais datam dos primeiros anos do séc. XX, mas com limitações quanto a gravidez e o parto. Os primeiros programas voltados ao binômio mãe e filho foi elaborado nos anos 1930 e 1950, mas apresentavam uma visão bem restrita da mulher, colocando-a como mãe, doméstica e a responsável pelos cuidados dos filhos e da família. As metas de saúde nesse período eram definidas pelo nível central, sem nenhuma avaliação das necessidades de saúde das populações locais. Nesse momento, a saúde era uma prática fragmentada, com baixo impacto. A partir dessa realidade, o movimento feminista brasileiro começa a reivindicar cuidados que vão além do período gravídico, uma vez que a maior parte da vida da mulher é fora desse período, deixando-as desassistidas quanto à saúde. Só em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o chamado Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). O PAISM foi um marco para as políticas de saúde voltadas às mulheres. Ele trouxe propostas de descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços e também promoveu a integralidade e a equidade da atenção num período em que, paralelamente no âmbito do movimento sanitário, se concebia o arcabouço conceitual que embasaria a formulação do Sistema Único de Saúde (SUS). O PAISM trouxe ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, doenças sexualmente transmissíveis, câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres (BRASIL, 1984). A implementação do PAISM apresentou particularidades no período de 1984 a 1989 e na década de 1990. Nesta época, ele foi influenciado, a partir da proposição do SUS, pelas características da nova política de saúde, pelo processo de municipalização e, principalmente, pela reorganização da atenção básica por meio da estratégia do Programa Saúde da Família (OSIS, 1998). Hoje, a saúde da mulher tem diversos programas voltados para a saúde reprodutiva. Por exemplo: 14 • pré-natal; • parto; • puerpério; • climatério; • prevenção de câncer de colo uterino e mama; • política de prevenção à violência doméstica. As mulheres passaram a ser vistas como um todo na sua saúde física e mental, tendo direito de escolha no que é melhor para ela em relação a sua saúde. 1.2 Mortalidade materna A Organização Pan-Americana de Saúde apontou em um levantamento, realizado em agosto 2018, que cerca de 830 mulheres morriam diariamente por causas relacionadas à gestação e ao parto no mundo. A mortalidade é maior nas mulheres que vivem em regiões rurais e em comunidades maispobres. Ela teve uma redução de 44% entre os anos de 1990 e 2014, mas, ainda assim, continua alta, especialmente porque pode ser evitada em boa parte das situações (OPAS, 2018). As principais causas de mortalidade costumam ser a pré-eclâmpsia, eclampsia, hemorragias pós-parto, infecções, complicações no parto e o aborto inseguro. Além disso, a pobreza, a distância dos locais de assistência e a falta de informação agravam ainda mais a situação, aumentando as taxas de mortalidade. A gravidez na adolescência também influencia esse índice. No Brasil, a taxa de morte é de 64,5 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. As regiões mais pobres são as que apresentam a maior taxa de óbito. Quando separada por região é possível observar que o Norte tem a maior taxa com 88,9 para cada 100 mil nascidos vivos e o Sul tem a menor taxa, com 31,7 por 100 mil nascidos vivos. A diferença entre essas regiões é que, no Sul, a população tem maior acesso às informações, assistência médica mais próxima e condições socioeconômicas melhores (OPAS,2018). 1.3 Programa de atenção integral a saúde da mulher A saúde da mulher é influenciada por vários fatores sociais, como o local de residência, a alimentação, a escolaridade, o acesso à renda e ao emprego e os fatores culturais, étnicos, raciais, psicológicos e comportamentais. Alimentação saudável e balanceada influencia na redução de fatores de risco para doenças como o sobrepeso e o aumento do 15 colesterol, além do bem-estar físico e mental (BRASIL, 1984). Cuidado com a saúde mental ajuda a identificar e acolher precocemente as mulheres com sinais e/ou sintomas psíquicos. Afinal, sabe-se que as mulheres se encontram em uma situação de vulnerabilidade por apresentarem uma remuneração menor que a dos homens, por estarem concentradas em profissões menos valorizadas, por terem menor acesso aos espaços de decisão no mundo político e econômico, por sofrerem violência doméstica, física, sexual, psicológica, econômica, além da negligência e abandono. Além disso, elas vivem dupla/tripla jornada de trabalho. Lembrando que, as mulheres idosas sofrem com o isolamento social e transtornos emocionais devido à aposentadoria, à viuvez, às alterações fisiológicas, e dos sofrimentos provocados por uma sociedade que supervaloriza a juventude e desvaloriza as marcas do envelhecimento feminino (BRASIL, 1984). Cuidado com a sexualidade permite à mulher identificar os pontos de prazer e, com isso, poder exercer melhor a sua sexualidade em todas as faixas etárias. As mulheres apresentam visões e sentimentos diferente sobre a sexualidade com o passar do tempo, devido a suas vivências e experiências. As mudanças sexuais iniciam na puberdade devido ao nascimento do broto mamário e pelos pubianos, o que pode acarretar muitas dúvidas e inseguranças. Além disso, a sexualidade é um tabu para muitas mulheres em qualquer faixa etária, mas principalmente para as idosas, o que leva à maior dificuldade na busca de informações e conhecimento para uma vida sexual saudável e com qualidade. Outro fator que interfere na sexualidade é a menopausa, período em que as mulheres podem apresentar desconforto nas relações sexuais com penetração vaginal devido à baixa do hormônio estrógeno e a hipotrofia dos tecidos genitais que ocorrem nesse período (BRASIL, 1984). Conhecimento do próprio corpo permite à mulher conhecer o seu ciclo menstrual, os fatores que podem interferir nele e como o seu corpo comporta durante esse ciclo, o que nem sempre acontece devido ao tabu e aos valores sociais que são colocados em relação a esse assunto. Além disso, as mulheres sofrem mudanças ao longo dos anos, o que é normal e deve ser abordado para que essa possa acompanhar as mudanças, sem medo e com autoestima (BRASIL, 1984). Exames de rotina devem ser realizados após o início da vida sexual, especialmente os exames de rastreio para o câncer de colo de útero que são feitos anualmente até os 64 anos e, após essa idade, só 16 são interrompidos quando houver pelo menos dois exames negativos para lesões ou qualquer patologia ginecológica, consecutivos nos últimos cinco anos. Já o rastreamento para o câncer de mama deve ser feito por meio do exame de mamografia em mulheres a partir dos 40 anos ou mais, anualmente. Porém mulheres que possuem o histórico de câncer de mama na família, o exame deve ser realizado a partir dos 30 anos, para a possível detecção precoce do câncer de mama (BRASIL, 1984). Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/HIV) deve haver um cuidado maior em relação às DST/HIV, doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos que são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativos. A transmissão de uma DST/HIV pode ocorrer também da mãe para a criança na gestação, no parto ou na amamentação. Assim, o esclarecimento e orientação sobre as formas de prevenção das DSTs/HIV permite a mulher vivenciar a sexualidade de forma segura (BRASIL, 1984). Métodos contraceptivos conhecer todos os métodos contraceptivos e escolher o que for mais confortável e melhor se adaptar é direito de toda a mulher. Os métodos contraceptivos podem ser injetáveis mensal ou trimestral, minipílula, pílula combinada, diafragma, Dispositivo Intrauterino (DIU), além dos preservativos feminino e masculino. Lembrando que nem todos os métodos contraceptivos projetem contra as DSTs/HIV somente os métodos de barreira, como os preservativos (BRASIL, 1984). Prevenção de violência contra as mulheres pode ocorrer em todas as classes sociais, raças, etnias, faixas etárias e orientações sexuais, e se constitui como uma das principais formas de violação dos direitos humanos, pois atinge as mulheres no seu direito à vida, à saúde e à integridade física. As mulheres que vivenciam agressão física, mental e verbal passam por situações de medo, pânico, baixa autoestima, ansiedade, angústia, humilhação, vergonha e culpa, perda da autonomia e, muitas vezes, fragilidade emocional. Por isso, essas devem ser identificadas pelos profissionais de saúde, para que possam ser orientadas sobre a busca de ajuda e o tratamento psicobiológico (BRASIL, 1984). Cuidados com os sintomas dos ciclos menstruais, climatério e menopausa há muitas etapas diferentes na vida da mulher, especialmente devido às alterações hormonais. O profissional de saúde deve orientar quanto aos sintomas como cólicas, sangramento intenso, sonolência e indisposição que podem ocorrer durante o período menstrual. Além dos sinais e sintomas do climatério e menopausa, orientando as opções de tratamento e encaminhando quando necessário para o médico ginecologista (BRASIL, 1984). 17 Planejamento e assistência durante a gestação fazer o planejamento reprodutivo também é direito da mulher. Ele permite uma prática sexual mais saudável, possibilitando o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando as condições que ela tem para cuidar dos filhos e para realizar outras atividades. Além disso, o acompanhamento pré-natal assegura o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. Porém, a opção por não ter filhos também deve ser assegurada, e a abordagem nessa situação deve ser livre de preconceitos e crenças por parte dos profissionais de saúde (BRASIL, 1984). 2 SEXUALIDADE FEMININA As mulheres apresentam um aparelho reprodutor complexo tanto anatomicamente quanto fisiologicamente. Ele é formado por diversos órgãos e estruturas que atuam em conjunto no controle fisiológico dos hormônios. Além disso, elas também apresentam, a partir da puberdade, o início do período reprodutor, os ciclos mensais que preparam o corpo para reprodução e a recepção do novo concepto. Porém, isso nem sempre acontece, o que faz o corpo liberar a menstruação, encerrando o ciclo e iniciandooutro. 2.1 Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino O sistema reprodutor feminino é dividido em parte interna e externa. A parte interna é constituída de Foi diante disso que o Ministério da Saúde criou o PAISM apresentando dez cuidados primordiais em relação aos cuidados com a saúde da mulher: • dois ovários (direito e esquerdo); • duas tubas uterinas (direita e esquerda); • um útero; • uma vagina; • uma vulva. Essas estruturas estão localizadas anatomicamente no interior da cavidade pélvica, sendo protegido por um arcabouço ósseo que é constituído de três ossos do quadril: o ílio, o ísquio e o púbis. 18 Já a parte externa do aparelho reprodutor feminino é formado por: • grandes lábios; • pequenos lábios; • clitóris; • abertura vaginal; • glândulas de Bartholin. Figura 1 - Anatomia do aparelho reprodutor feminino externo Fonte: Montenegro, Shutterstock (2020). #ParaCegoVer: Estrutura anatomia externa, mostrando os grandes lábios, pequenos lábios e o orifício da vagina. Os ovários estão localizados na cavidade abdominal ao lado do útero, sendo um ao lado direito e outro ao lado esquerdo. Eles são ligados ao útero pelo mesentério (tecido conjuntivo). Neles são produzidos os hormônios estrógeno e progesterona (hormônios sexuais femininos). Ao longo do desenvolvimento embrionário, ainda no útero materno, as meninas já apresentam todas as células que irão se tornar o gameta feminino. Porém, elas ainda não estão amadurecidas, sendo chamadas de ovócitos primários, e localizadas nos folículos ovarianos (folículos de Graaf). Quando as meninas entram na adolescência inicia-se o amadurecimento desses folículos mensalmente (início do período fértil da mulher). Outra estrutura do aparelho reprodutor feminino, a tuba uterina, é constituída por dois canais finos, localizadas uma na direita e outra na esquerda do útero, figura 2. Elas apresentam cílios em seu interior que servem para auxiliar que o óvulo, liberado pelo ovário, chegue na cavidade do útero (DANGELO E FATTINI, 2004). 19 Figura 2 - Aparelho reprodutor feminino interno Fonte: Olga Bolbot, Shutterstock (2020). #ParaCegoVer: visão das estruturas anatomias na posição anatomia e lateral, mostrando as estruturas internas do aparelho reprodutor feminino, vagina, cérvix, útero, tuba uterina e ovários. Outro órgão, o útero, é uma estrutura muscular e com grande elasticidade. Ele é formado pelo miométrio (camada mais externa e como maior elasticidade) e pelo endométrio (cama mais interna e altamente vascularizada), sendo preparada mensalmente para receber o embrião em mulher na idade fértil. No endométrio que ocorre a implantação do embrião após a fecundação, que ocorreu na tuba uterina. A vagina é uma estrutura muscular e tubular, com alta elasticidade, sendo a comunicação entre o meio externo e o útero. Durante a relação sexual é por esse canal que ocorre a penetração do pênis e a passagem dos espermatozoides. Além disso, é por esse canal que ocorre a passagem da criança durante o parto, porém, mensalmente quando não ocorre a fecundação ocorre a passagem da menstruação (eliminação do endométrio formado mensalmente para receber o embrião) (DANGELO E FATTINI, 2004). Enquanto que a estrutura externa do sistema reprodutor feminino é formada pelo clitóris que está localizado na região anterior aos pequenos lábios, sendo uma região de estimulação sexual devido aos seus receptores sensitivos e tecido eréctil. Os grandes lábios, outra estrutura, são a parte mais externa, sendo formado por tecido adiposo. Enquanto que os pequenos lábios são altamente vascularizados e não apresentam tecido adiposo. Os pequenos lábios delimitam a abertura vaginal e o meato urinário. Por fim, as mamas, que também fazem parte do sistema reprodutor feminino de forma indireta devido a sua relação funcional com a reprodução e os hormônios femininos. As mamas são anexos do tecido epitelial, sendo seu parênquima formado de glândulas cutâneas modificadas que se especializam na produção de leite durante a gestão. 20 2.2 Hormônios sexuais femininos e ciclo menstrual O desenvolvimento do sistema reprodutor feminino começa ainda na vida uterina. Os ovários são estimulados pelo hormônio gonadotrofina coriônica humana (HCG) que é produzido pela placenta. O HCG tem uma ação semelhante ao hormônio luteinizante (LH), pois ele atua no amadurecimento dos folículos ovarianos primários. Ao nascer, a menina tem aproximadamente um milhão de folículos, mas, ao chegar na puberdade, apenas 400 mil folículos permanecem em cada ovário. Durante a vida reprodutiva feminina, cerca de 400 a 500 folículos primordiais irão se desenvolver e expelir seus óvulos (um por mês a partir da menarca até a menopausa). Os demais folículos irão degenerar, tornando-se atrésicos, ou seja, degeneram (GUYTON et al., 2006). Os hormônios femininos são divididos em três tipos, segundo Guyton et al (2006): • hormônio de liberação hipotalâmica hormônio liberador de gonodotropina (GnRH); • hormônios sexuais hipofisários hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio liteinizante (LH) que são secretados a partir da liberação do GnRH; • hormônios ovarianos o estrogênio e a progesterona. Os hormônios ovarianos são secretados em resposta do FSH e LH. Nas células do folículo ovariano é produzido o estrógeno, sendo esse hormônio responsável pelas características sexuais secundárias como as mamas, alargamento dos quadris, pêlos pubianos e amadurecimento dos órgãos genitais. Já o hormônio progesterona é produzido pelo corpo lúteo, também chamado de corpo amarelo. O corpo lúteo é uma estrutura endócrina temporária, localizado no ovário que se forma a partir do folículo ovariano (de onde é liberado o ovócito na ovulação). A progesterona estimula o desenvolvimento dos vasos sanguíneos e das glândulas endometriais, preparando o útero para receber o embrião. O ciclo menstrual feminino dura em média 28 dias, porém algumas mulheres podem apresentar ciclos curtos de 20 dias ou ciclos longos de 45 dias. Durante o ciclo sexual feminino, normalmente, apenas um óvulo é liberado dos ovários por mês, ou seja, apenas um feto pode ser formado, se houve a fecundação, figura 3. Além disso, mensalmente o endométrio uterino é 21 preparado para a implantação de um óvulo fertilizado. Porém, quando não ocorre a fecundação, o endométrio descama, ou seja, ocorre a menstruação (GUYTON et al., 2006). Figura 3 - Ciclo menstrual feminino Fonte: VectorMine, Shutterstock (2020). #ParaCegoVer: A imagem ilustra o ciclo sexual feminino com menstruação e ovulação e visualizações do útero com a sua transformação ao longo do ciclo de 28 dias. Os hormônios gonadotrópicos apresentam ação direta nas mudanças ovarianas, sendo o ciclo menstrual dependente dos hormônios FSH e LH. Quando não há secreção desses hormônios, os ovários permanecem inativos, como na infância. A partir dos 9 anos de idade a hipófise inicia a produção desses dois hormônios e a partir dos 12 anos o ciclo menstrual é iniciado com a menarca. Em um ciclo menstrual de 28 dias ocorre um aumento de FSH e LH nos 14 primeiros dias do ciclo, ocorrendo a ovulação. O estrógeno aumenta entre o 7º e o 14º dia, preparando o útero para receber o óvulo. A partir da ovulação ocorre um aumento de progesterona e redução do FSH e LH. Se não houve fecundação do óvulo, os hormônios progesterona e estrógeno reduzem, ocorrendo a menstruação e iniciando um novo ciclo (Guyton et al., 2006). O ciclo menstrual pode ser dividido então em três fases: 22 Fase proliferativa ocorre um crescimento do folículo ovariano devido ao estímulo do hormônio FSH. A partir desse crescimento, ocorre o início da produção de estrógenos que estimulam o desenvolvimento do endométrio. O folículo então acumula líquido em seu interior e forma o folículo de Graad (folículo maduro). Nessa fase ainda, o estrógeno estimula a liberação de LH e FSH que atuam na indução da ovulação (em ciclos de 28 dias, a ovulação ocorreno 14º dia). Fase secretora ou fase lútea o hormônio LH estimula as células do folículo ovariano a formarem o corpo lúteo. O corpo lúteo inicia a produção de estrógeno e progesterona. Se não ocorre fecundação inicia a fase menstrual, ocorrendo a degeneração do corpo lúteo, consequentemente a redução dos hormônios progesterona e estrógeno e a descamação do endométrio que pode durar de três até sete dias (depende da fisiologia de cada mulher). Assim, um novo ciclo é iniciado. Porém, se ocorre a fecundação o corpo lúteo continua a produção de hormônios até que o embrião esteja implantado no útero e o hormônio chamado de gonadotrofina coriônica inicie sua produção a partir da placenta (sua formação é iniciada a partir da implantação do embrião no útero). Fase menstrual Fase menstrual. 3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE A GESTAÇÃO A gestação é uma mudança fisiológica e psicológica para todas as mulheres, pois representa uma nova etapa que vem surgindo. Durante a gestação é comum a insegurança, as dúvidas e o medo do novo. Por isso, a enfermagem tem papel fundamental nesse momento na vida da mulher, assistindo no pré-natal e orientando e esclarecendo as dúvidas, para que a gestante possa sentir segura e ter uma gravidez tranquila. 23 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3.1 Fecundação A fecundação é um evento em que há a fusão entre o óvulo e o espermatozoide, resultando na formação da célula ovo ou zigoto (primeira célula de um novo ser). Normalmente, a fecundação ocorre na tuba uterina, na região denomina ampola. Os espermatozoides são atraídos por substâncias químicas que são liberadas pelos ovócitos. Figura 4 - Fecundação do óvulo Fonte: SVETLANA VERBINSKAYA, Shutterstock (2020). #ParaCegoVer: A imagem mostra a estrutura do espermatozoide e como ele penetra o óvulo para fertilizá-lo. Para que a fecundação ocorra algumas etapas são necessárias 1. É necessário que ocorra a ovulação e a migração do óvulo para a tuba uterina, direita ou esquerda, dependendo do ovário que completou o ciclo e liberou o óvulo. 24 2. Em seguida deve ocorrer o encontro dos espermatozoides com o óvulo. Porém, isso deve ocorrer em média 24 horas a partir da ovulação, já que, depois disso, o óvulo chega ao útero e não é mais fecundado. Ao encontrar com o óvulo, o espermatozoide precisa penetrar na corona radiada do óvulo, isso irá ocorrer a partir da liberação de enzimas pelo espermatozoide para conseguir degradar essa primeira barreira (Moore, 2008). 3. O espermatozoide, então, precisa penetrar a zona pelúcida, que é uma camada glicoproteica que circunda o ovócito, também utilizando enzimas que ele possui para degenerar essa barreira. 4. Por fim, após a entrada do espermatozoide no óvulo suas estruturas fundem-se, o óvulo completa sua última etapa da divisão celular, por meiose, liberando o segundo corpo polar. 5. Os corpos basais do flagelo originam os centríolos do zigoto, o resto do flagelo e as mitocôndrias degeneram, o núcleo do espermatozoide aumenta de volume originando o pro núcleo masculino, e o óvulo fértil forma o pro núcleo feminino. Completando o ciclo, ocorre a implantação do zigoto na parede do útero. 3.2 O desenvolvimento embrionário O desenvolvimento de um novo ser humano inicia a partir da fecundação e tem duração de nove meses. Diversos eventos ocorrem durante esse período para a formação do novo ser. Para o acompanhamento do desenvolvimento humano divide-se a gestação em trimestres: • Primeiro trimestre entre 1 e 13 semanas; • Segundo trimestre entre 14 e 27 semanas; FIQUE DE OLHO A fecundação, pode ocorrer em outras regiões que não seja na tuba uterina, causando gravidez ectópica. A gravidez ectópica é uma gestação sem futuro, pois o embrião não consegue desenvolver normalmente fora do útero. Os locais onde ocorrem a gravidez ectópica mais frequentemente são na tuba uterina e cavidade abdominal. Os principais fatores que levam a esse tipo de gravidez são inflamação ou infecção ativa da tuba uterina, cirurgias prévias na tuba uterina, uso de dispositivo intrauterino. 25 • Terceiro trimestre acima de 28 semana. O primeiro trimestre inicia na fertilização e vai até o fim da 11ª semana. Nesse período ocorre a fecundação, seguida do início da divisão celular e formação do zigoto, que, ao chegar no útero, irá se implantar para dar continuidade no seu desenvolvimento e crescimento. A primeira semana é marcada pela implantação do blastocisto (aglomerado de células em divisão) na superfície uterina, nesse momento o embrião tem cerca de 0,2 mm. Na segunda semana o embrião continua a sua divisão celular e hormônios são produzidos para que não ocorra a menstruação e ele possa continuar o seu desenvolvimento (Carlson, 2014). Na terceira semana o embrião já é do tamanho de uma uva-passa, no 21º o coração começa a bater, o tubo neural alarga formando três partes que em breve irá formar o cérebro. Nessa semana a placenta já formada. Já na quinta semana, é possível ver os traços faciais, porém ainda é muito pequeno (Carlson, 2014). Na sexta semana o embrião já é chamado de feto e está com 9-14mm, totalmente mergulhado no líquido amniótico e protegido. A partir da oitava semana o coração já está bem desenvolvido, começando a realizar a circulação sanguínea do embrião, porém a oxigenação nesse momento ocorre através da placenta. Nesse momento o sangue da criança já é distinto do sangue materno. Já no final do primeiro trimestre, na décima semana, o feto já tem o sistema nervoso quase completamente formando, podendo então sentir dor. Nesse momento os olhos já estão recobertos por pálpebras que irão proteger as fibras nervosas ópticas, mantendo-os fechados até o sétimo mês de desenvolvimento (Carlson, 2014). A gestação entra, então, no segundo trimestre. Na 12ª semana, os músculos corporais aumentam e a mãe já pode sentir os primeiros movimentos da criança em sua barriga. A partir da 18ª semana a criança já ouve e reconhece a voz da mãe. O feto ainda é frágil e pequeno, mas já está com quase todos os sistemas formados. Nesse momento, já é possível distinguir o sexo dele. Na 22ª semana, já no terceiro trimestre, a criança já tem cabelo formado e o corpo recoberto por laguno, que é um cabeço fino que recobre ela. Nesse último trimestre é possível observar que a criança cresce rapidamente, assim como a barriga da gestante para acomodar o feto (Carlson, 2014). No final do terceiro trimestre, a criança tem cerca de 3 a 3,4Kg e está completamente formada e pronta para viver fora do útero. A partir desse momento a criança poderá nascer a qualquer momento, desde que toda a gestação tenha ocorrido de maneira fisiológica e a criança esteja na posição correta para o nascimento. 26 3.3 Diagnóstico da gravidez O diagnóstico de gravidez pode realizado pelo médico ou pelo enfermeiro da unidade básica de saúde. Na maioria das vezes, a mulher procura o serviço de saúde com algumas queixas como: • Náuseas; • Vômito; • Sensibilidade mamária; • Polaciúria; • Constipação; • Aumento do volume abdominal. O Ministério da Saúde preconiza o diagnóstico considerando a avaliação do ciclo menstrual, data da última menstruação e atividade sexual ativa. Inicialmente, o profissional precisa questionar qual a data da última menstruação, se houve relação sexual sem uso de contraceptivo e quando foi a última relação. Para confirmação da gravidez deve ser realizado o teste imunológico de gravidez. Esse teste é baseado na concentração do hormônio gonadotrófico coriônico presente na corrente sanguínea. O exame de sangue pode confirmar a gravidez até 10 dias após a fecundação, permitindo o diagnóstico precoce da gestação (Ministério da Saúde, 2000). Se o resultado vier positivo, a mulher está grávida e deve iniciar com o pré-natal. Mas se o resultado do exame vier negativo é recomendado que realize o exame novamente em 15 dias, retornando negativo e os sintomas continuarem devem investigar possíveis causas ginecológicas. 3.4Orientações no pré-natal O pré-natal é iniciado logo após o diagnóstico da gravidez. Durante a primeira consulta, o profissional de saúde deve acolher a gestante e seu acompanhante, se a gestante quiser a presença dele. FIQUE DE OLHO O período embrionário normal, ocorre entre 37 semanas até 41 semanas e 6 dias, sendo considerado então uma gestação termo, ou seja, ocorreu no período normal. Já gestação abaixo de 37 semanas são chamadas de pré-termo e após 42 semanas de pós-termo, nesses dois casos pode ser necessário a realização do parto normal, devido a possíveis complicações durante o parto. 27 Na primeira consulta deve-se coletar as informações como o nome dela, idade, endereço, data da última menstruação, idade gestacional, trimestre que iniciou o pré-natal. O ideal é iniciar o pré-natal ainda no primeiro trimestre. O Ministério da Saúde recomenda também a realização de seis consultas divididas ao longo da gestação: • Uma consulta no primeiro trimestre (até a 12ª semana); • Duas consultas no segundo trimestre; • Três consultas no terceiro trimestre. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Porém, a gestante deve procurar a unidade de saúde sempre que sentir necessidade ou apresentar qualquer queixa, isso deve ser informado a ela (Ministério da Saúde, 2000). Na primeira consulta deve-se preencher o cartão da gestante e orientá-la quanto as informações contidas nele, conferir o calendário vacinal e atualizá-lo se necessário, solicitar os exames de rotina e orientar quando a atividades de grupo de gestantes que a unidade tenha a oferecer, por exemplo. Além disso, também deve-se coletar a história clínica completa da paciente, como: • história clínica; 28 • características socioeconômicas; • doenças familiares (câncer de mama e/ou colo uterino, diabetes mellitus, doença de chagas, hipertensão arterial, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, principal- mente do parceiro; antecedentes pessoais; • antecedentes ginecológicos; antecedentes obstétricos se houver, Rh materno e Rh pa- terno, filhos anteriores, idade da primeira gestação, história de abortos, complicações na gestação anterior, parto prematuro); • gestação atual (aceitação da gravidez, data da última menstruação, hábitos alimentares, tabagismo, etilismo, internação durante a gestação, medicamentos em uso). Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Em todas as consultas do pré-natal deve ser realizado o exame físico geral observando o peso e altura da gestante, aferição da pressão arterial, inspeção da pele e mucosa, ausculta cardiopulmonar, exame do abdômen, pesquisa de edemas. O exame das mamas, palpação obstétrica principalmente a partir do 3º trimestre de gestação para identificação da apresentação fetal, ausculta dos batimentos cardíacos do feto, medida da altura uterina (Ministério da Saúde, 2000). O profissional ainda deve solicitar exames complementares como: • tipagem sanguínea e fator Rh; • hemograma; • eletroforese de hemoglobina; • glicemia; • exame de urina rotina e urocultura; • teste rápido de sífilis; 29 • VDRL; • HIV; • hepatite B; • hepatite C; • exame de fezes Quando o companheiro da gestante estiver junto é recomendando pelo Ministério da saúde que ele também faça alguns exames como: • teste para sífilis (teste rápido e VDRL); • anti-HIV (teste rápido); • hepatites virais B e C (testes rápidos); • tipo sanguíneo e fator Rh; • hemograma; • lipidograma; • glicose; • eletroforese de hemoglobina. Ao final da primeira consulta a gestante deve iniciar o uso do ácido fólico 5 mg/dia até 14 semanas, para prevenção de defeitos abertos do tubo neural. Em relação à situação vacinal da gestante, deve-se realizar a imunização contra tétano em gestantes previamente vacinadas (três doses ao longo da vida). Porém, com tempo superior a 5 anos ou mais, deve-se realizar uma dose de reforço. Em gestantes que não tenham recebido as três doses deve-se aplicar uma ou duas doses, dependendo do histórico anterior, tento um intervalo de dois meses entre cada dose. Outra vacina importante é contra a influenza, sendo a imunização anual e a geste deve receber uma dose principalmente no terceiro trimestre. As demais vacinas devem ser avaliadas quanto à necessidade, cuidadosamente pelo profissional de saúde, devido aos riscos para a gestante e para a criança (Ministério da Saúde, 2000). 3.5. Cálculo da idade gestacional e data provável do parto Para realizar a estimativa da idade gestacional, é preciso conhecer a data da última menstruação (DUM) e a mulher apresentar ciclos menstruais regulares. O cálculo é simples, basta somas o número de dias entre a DIM e a data da consulta, dividindo o total por 7 que você terá o 30 resultado em semanas da idade gestacional. Abaixo um exemplo: Maria apresentou a última menstruação em 1 de maio de 2019 e foi na sua primeira consulta dia 25 de julho. Qual a sua idade gestacional? Resposta: São 85 dias divididos por 7 = 12 semanas e 1 dia. Já o cálculo da dará provável do parto tem como objetivo para avaliar quando ocorrerá o parto. Para realizar esse cálculo considera uma gestação normal de 280 dias, ou seja, 40 semanas a partir da DUM. Assim, o cálculo é realizado pela Regra de Näegele em que soma de 7 dias ao DUM, em seguida é subtraído 3 meses a partir da data obtida na soma (em casos de meses da DUM ser de janeiro a março deve-se adicionar os 9 meses). Como por exemplo: data da última menstruação: 13/9/08 a data provável do parto é 20/6/09 (13+7=20/9-3=6). Um outro ponto importante durante a gestação é o estado nutricional da gestante e o ganho de peso gestacional. Ao avaliar a gestante deve-se realizar a medida do peso e altura da gestante ao chegar na primeira consulta e acompanhar o ganho de peso ao longo da gestação, calculando o índice de massa corporal. 3.6 Principais queixas durante a gestação Durante a gestação, diversas alterações fisiológicas ocorrem no corpo da mulher e podem levar a manifestações no organismo da gestante, sendo muitas vezes percebidas como doenças. O profissional de saúde deve orientar sobre essas queixas, minimizando a preocupação, os sintomas e esclarecendo as dúvidas que surgirem. (Ministério da Saúde, 2000). Os sintomas mais comuns são as náuseas, vômitos e/ou tonturas que são comuns principalmente no primeiro trimestre de gestação. Para aliviar os sintomas, a gestante deve ter uma alimentação fracionada (pequenas quantidades várias vezes ao dia), evitar gorduras e alimentos com muitos condimentos, não ingerir líquidos durante as refeições. Em alguns casos quando for muito intenso os vômitos a gestante devem procurar o médico para prescrição de antieméticos (Ministério da Saúde, 2000). A pirose (azia) pode surgir em qualquer etapa da gestação, mas ocorre um aumento ao longo da gestação, sendo recomendado reduzir a ingestão de alimentos em cada refeição e aumentar o número de refeições. As gestantes com azia devem evitar alimentos como frituras, café, chá preto, mates, alimentos gordurosos e picantes e outros irritantes gástricos, doces, álcool e fumo. Realizar as refeições e não deitar imediatamente (aguardar um período de 1 a 2 horas). Gestantes do terceiro trimestre podem fazer uso de antiácidos, porém o médico deve ser consultado antes. A sialorreia (salivação excessiva) é um sintoma comum no início da gestação. Para aliviar a gestante deve deglutir a saliva e tomar líquidos em abundância (especialmente em épocas de calor). A sensação de fraqueza e desmaio é comum, por isso gestantes não devem realizar movimentos 31 bruscos, devem evitar o jejum prolongado e intervalos longos entre as refeições. Quando ocorrer os sintomas a gestante deve respirar profundamente e pausado, isso pode melhorar a sensação de fraqueza. Em caso de desmaios frequentes a gestante deve procurar uma unidade de saúde e realizar a consulta com um profissional de saúde (Ministério da Saúde, 2000). Queixas urinárias também são comuns durante a gestação, sendoobservado, um aumento da micção devido ao aumento do útero e da compressão da bexiga. Porém, se houver queixa de odor ou ardência ao urinar, deve-se realizar o exame de urocultura e antibiograma. O profissional deve sempre incentivar a infestação de líquido, nunca incentivar o contrário, mesmo com a queixa de grande frequência As varizes podem surgir devido ao ganho de peso, sendo importante orientar sobre evitar permanecer em pé por longos períodos; elevar as pernas durantes o dia, sempre que possível; evitar o uso de roupas muito justas, utilizar meias de média compressão (após consultar um profissional de saúde). 32 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer sobre a história da saúde da mulher no Brasil e o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher; • aprender sobre a sexualidade feminina; • estudar a anatomia e fisiologia do sistema reprodutor feminino; • conhecer como ocorre a assistência de enfermagem durante a gestação; • aprender como ocorre a fecundação e o desenvolvimento fetal. PARA RESUMIR BRASIL. Ministério da saúde. Assistência integral à saúde da mulher: bases da ação pro- gramática. Brasília: Ministério da Saúde, 1984. CARLSON, B. M. Embriologia humana e biologia do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2014. DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana e sistêmica e segmentar. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2004. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2006. MOORE, Keith. Embriologia básica. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2008. OSIS, M. J. M. D. PAISM: um marco na abordagem da saúde reprodutiva no Brasil. Cader- nos de Saúde Pública, v. 14, p. S25-S32, 1998. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Folha informativa: mortalidade materna. 2018. Disponível em: . Acesso em: 4 abr. 2020. SCHIRMER, J. et al. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência pré-natal: manual técnico. 3 ed. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde (SPS)/Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2020. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 2 Assistência de enfermagem aos principais agravos à saúde no ciclo gravídico Olá, Você está na unidade Assistência de Enfermagem aos Principais Agravos à Saúde no Ciclo Gravídico. Conheça aqui as patologias que mais atingem as mulheres no período gestacional, responsáveis por graves desfechos materno fetal, como aborto, síndrome hipertensivas, diabetes gestacional, entre outros. Aprenda como deve ser prestada a assistência humanizada do enfermeiro à gestante e parturiente em situações de risco, desde a identificação e acompanhamento na atenção básica até o serviço hospitalar. Saiba também como proceder em caso de perdas com preparo ético-profissional, então ao final da unidade você saberá identificar a presença de tais agravos e como conduzir a assistência em todo o ciclo gravídico. Bons estudos! Introdução 37 1 NOÇÕES PRELIMINARES Os principais agravos à saúde no ciclo gravídico se caracterizam como pré-natal de alto risco, no qual a saúde materno-fetal encontra-se ameaçada por fatores patológicos envolvidos no processo gestacional, que fogem de sua fisiologia comum. O enfermeiro, como profissional na linha de frente no cuidado a saúde da mulher em todas as etapas de vida, deve estar preparado para desempenhar a assistência de forma holística, humanizada, embasada em protocolos clínicos, de acolhimento e classificação de risco, com rigor teórico-prático em cada uma de suas ações. Esses fatores patológicos podem resultar em abortamento, síndromes hipertensivas e diabetes gestacional. Figura 1 - Consulta de enfermagem na gestação Fonte: Shironosov, Shutterstock (2020). #ParaCegoVer: A imagem mostra uma gestante e um enfermeiro sentados entre um birô com prontuário e exames de imagem, sugerindo assim, uma assistência de enfermagem no período gestacional. 2 ABORTAMENTO A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o abortamento um grave problema de saúde pública, uma vez que representa a interrupção da gestação a partir da expulsão do concepto de forma espontânea ou provocada antes de sua maturação. Neste sentido, é definido como: 38 Precoce quando acontece até a 13ª semana de gestação; Tardio quando acontece entre a 13ª e a 22ª semana de gestação. Estudos destacam que o aborto é uma das principais causas de mortalidade materna e a mais comum das intercorrências obstétricas, ocorrendo entre 10% a 15% das gestões do país (BRASIL, 2014). O aborto provocado só é legalizado no Brasil em situações restritas e específicas no caso de estupro (até 22 semanas), fetos com anencefalia e situação de risco iminente de morte materna. O enfermeiro, neste momento, tem o papel de assistir a essa mulher e a sua família. No entanto, o Código de Ética do Profissional de Enfermagem (Resolução Cofen nº 564/2017) enumera algumas posturas proibidas para o profissional: Das proibições: Art. 73 Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação, exceto nos casos permitidos pela legislação vigente. Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o profissional deverá decidir de acordo com a sua consciência sobre sua participação, desde que seja garantida a continuidade da assistência (Res COFEN 564/2017). O abortamento ainda se classifica em dois tipos: a ameaça de abortamento (quando não há a expulsão do concepto) e o abortamento espontâneo (quando há expulsão parcial ou total do concepto). O aborto espontâneo ainda se subdivide em: • Habitual; • Retido; FIQUE DE OLHO Em casos de hemorragias e dores abdominais tipo cólica, o profissional precisa estar atendo ao diagnóstico correto, que é padrão ouro para bons desfechos e rápidas resoluções do caso, o exame de imagem de ultrassonografia transvaginal não pode ser excluído, deve ser avaliado junto com a sintomatologia, pois para se tratar de um abortamento, o concepto precisa estar implantado dentro da cavidade uterina, assim não sendo trata-se de uma gestação ectópica e a paciente precisa ser encaminhada para uma laparotomia exploratória. 39 • Completo; • Incompleto; • Inevitável; • Infectado. A ameaça de abortamento provoca sangramento vaginal (hemorragia) que pode ser intensidade baixa ou moderada e pode apresentar diferentes cores - quanto maior o tempo de sangramento e mais escuro, tipo “borra de café”, mais grave é o quadro. Ela também pode, ou não, ser precedida por dor embaixo ventre rítmica que aumenta de intensidade, o que sugere contratilidade uterina com deslocamento ou anomalia decidual do concepto, mas sem provocar a sua expulsão. Isso geralmente ocorre no primeiro trimestre da gestação, antes de 20 semanas, e o colo do útero, em específico o seu orifício cervical interno (OCI), permanece fechado. O enfermeiro, neste caso, deve avaliar a presença dos sinais de alerta, que deverão conduzir a gestante ao médico: • Dor em baixo ventre; • Sangramento vaginal; • Sintomas sistêmicos; • Sinais de abdome agudo. O diagnóstico é realizado por meio de exame especular e toque vaginal para avaliação da permeabilidade do colo do útero e perdas placentárias no colo e canal vaginal, exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal pode ser realizado se disponível. O tratamento geralmente é conservador. A mulher precisa ficar em repouso e suspender o coito enquanto houver ameaça de perdas sanguíneas, uma vez que é importante diminuir impactos e evitar movimentos como agachamento e carregamento de peso para que não piore situações de deslocamento ou descida do concepto. O ato sexual, por meio da penetração do pênis no introito vaginal, por sua vez, pode estimular ainda mais no colo do útero pelo liquido seminal, causado pelas prostaglandinas presentes nesta parte do sêmen sem espermatozoide. Além disso, durante os estímulos femininos, a mulher também libera ocitocina, o que pode aumentar as contrações uterinas e piorar o quadro clínico, resultando no abortamento (ALVESet al., 2010). Após triagem e consulta médica, é importante administrar antiespasmódico, analgésico nos casos de presença de dor e progesterona, conforme prescrição médica em casos indicados. Após a estabilização do quadro, a gestante poderá ter alta, pois geralmente não há necessidade 40 de internação. O enfermeiro, então, deve novamente prestar as orientações supracitadas para prevenção de outro episódio, deixando claro a necessidade de se cumprir com todas as orientações e com o compromisso do pré-natal. Em caso de quadro febril, não cessação do sangramento e aumento acompanhado ou não de odor fétido, a gestante deve retornar ao serviço com urgência para uma reavaliação. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2.2 Abortamento habitual O abortamento habitual, também denominado como recorrente ou de repetição, pode ser de causa inexplicável ou estar atrelado a outros fatores, como: • Malformação uterina (útero bicorno, septado); • Miomatose uterina (fibromioma, leiomiofibroma, miomas, neoplasias benignas uterina); • Insuficiência istmo-cervical (onde o colo do útero não consegue conter o concepto); • Doença materna (hipotireoidismo, Lúpus); • Deficiência imunológica; • Presença de infecção; • Carga genética materna/paterna. 41 Para detectar a causa, é preciso uma coleta de dados minuciosa, exame ginecológico, solicitação de exames de imagem (ultrassonografia) e rastreio com coletas sanguíneas. Com a causa rigorosamente pontuada, é possível ponderar o risco-benefício materno-fetal para que se possa obter um desfecho final favorável em cada caso e estar preparado para os desfechos negativos. 2.3 Abortamento retido O abortamento retido costuma ocorrer, em média, com 12 semanas e o OCI encontra-se fechado. Ele se caracteriza de duas formas: • quando há gestação anembrionaria, ou seja, presença do saco gestacional sem embrião e que não apresenta sinais de ameaça como sangramento vaginal. • quando o embrião cessa com seus sinais de vitalidade, encontradas no exame de imagem antes de se tornar audível à ausculta de BCF (batimentos cardiofetais). Nesta situação, os sinais de confirmação de gravidez de outrora vão regredindo até completa cessação. Esse tipo de abortamento pode ser identificado no exame de imagem na rotina do pré-natal e na ultrassonografia transvaginal/obstétrica. A partir da sua ocorrência, a mulher deve ser encaminhada ao serviço de referência obstétrica onde realizará uma avaliação para confirmar o diagnóstico. A expulsão do feto retido, neste caso, deve ser realizada por meio de estimulação, pois não ocorre de forma espontânea. Isso pode gerar sinais de infecção como febre, colocando a saúde materna em risco. Após realizado o procedimento, o enfermeiro deve programar uma visita à paciente, com coleta de dados e exame físico, e também aproveitar para dar o suporte emocional. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: FIQUE DE OLHO A insuficiência istmo-cervical é bastante debatida no que diz respeito à intervenção, à indicação de repouso para prolongar a gestação ou à viabilidade fetal. Estudos recentes avaliam os pós e contras da realização de cerclagem de emergência. 42 2.4 Abortamento completo O abortamento completo trata da expulsão completa do concepto sem partes retidas intraútero. Costuma ocorrer nas primeiras 8 semanas de gestação e o OCI encontra-se fechado, pois já houve a expulsão completa do concepto. Portanto, ao dar entrada no serviço de saúde a gestante deve ser avaliada de maneira minuciosa e permanecer em observação para afastar possíveis riscos. Também devem ser solicitados exame de sangue beta HCG (que poderá evidenciar uma queda quantitativa da gonadotrofina coriônica) e ultrassonografia transvaginal (para averiguar presença de coágulos, que se presentes devem ser retirados via Aspiração Manual Intrauterina (AMIU). Geralmente, neste tipo de abortamento, a situação evolui bem, sem presença de coágulos ou conteúdos que precisem ser aspirados. A mulher apresenta sinais vitais bons e pouca dor e sangramento, que cessam um tempo após a expulsão, sem persistirem. A enfermagem deve garantir assistência e suporte durante todo o processo. 2.5 Abortamento incompleto No abortamento incompleto há a expulsão parcial do concepto e conteúdo intrauterino. A outra parte permanece no útero, o que leva o abortamento incompleto a ser classificado como de grande risco materno devido às grandes chances de complicações. Se não houver intervenção médica, a condição pode evoluir para quadros infecciosos, desde uma sepse, com alterações hemodinâmicas, até choque hipovolêmico séptico pela permanência de partes do produto inviável retido, levando a mulher à morte. Nesta situação, o OCI encontrasse entreaberto e o caso ocorre usualmente após a 8ª semana de gestação. Por ser perigoso e porta de entrada para infecções, o diagnóstico rápido e preciso é primordial para bons desfechos. Os sintomas fazem com que a mulher tenha dor tipo cólica abdominal e sangramento persistente. O enfermeiro deve aferir os sinais vitais, realizar um exame físico apurado e coletar dados sobre quadro gestacional. O AMIU deve ser realizado para aspiração de conteúdo intraútero, assim o quadro poderá evoluir satisfatoriamente. 2.6 Abortamento inevitável O abortamento inevitável ocorre em duas fases, segundo Rezende e Montenegro (2014): Antes das 8 semanas gestacionais ocorre quando o concepto ainda é muito pequeno, o que faz com que o aborto seja confundido com o período menstrual. No entanto, há maior perda sanguínea, diferenciando-se do período menstrual habitual. E no conteúdo expelido evidencia-se a presença do embrião e conteúdo do 43 concepto. Após as 8 semanas gestacionais é precedido de dor e o sangramento é maior e apresenta coloração vermelho vivo. O quadro dispensa exames complementares, pois a sintomatologia já evidencia o problema. Neste caso também é necessário tratamento medicamentoso (≥12s) ou realização de AMIU, dilatação ou curetagem (≤12s), escolhidos de acordo com a idade gestacional, para garantir esvaziamento uterino. O conteúdo expelido deve ser encaminhado para análise histopatológica, para avaliação da causa do aborto. 2.7 Abortamento infectado O abortamento infectado (também denominado como abortamento séptico) possui OCI entreaberto, o que facilita a contaminação uterina pela entrada em sua cavidade de patógenos associados, pela microbiota presente no introito vaginal, pela microbiota intestinal e pela inserção de materiais não permitidos e contaminados. Se houver a necessidade de um aborto provocado (a principal e mais séria causa para o aborto infectado), a retirada do concepto resulta num abortamento incompleto, fazendo com que ele seja considerado o mais perigoso de todos os abortos citados, pois a mulher não procura a tempo o serviço de saúde, somente quando já está com a sintomatologia, quando o caso já se agravou. Os fatores de risco do abortamento infectado são os mesmos do espontâneo: habitual, retido, incompleto e inevitável. Os sintomas envolvem: • Febre; • Dor embaixo do ventre; • Mobilização do colo do útero; • Sangramento vaginal, acompanhado ou não de agitação; • Obnubilação; • Sudorese; • Calafrios; • Taquicardia; • Hipotensão arterial; • Cianose; • Taquipneia; 44 • Icterícia; • Choque séptico, que pode ser agravado por insuficiência renal aguda e anemia hemolítica fulminante. Nestes casos, a mulher deve ser submetida a uma punção calibrosa. A coleta de sangue deve ser feita nesse momento e de forma extremamente rápida. A administração deve ser feita com soro fisiológico 0,9% (para hidratação), conduta medicamentosa com antibioticoterapia, ocitocina via endovenosa com o SF e medicação via vaginal em fundo de saco (misoprostol 6/6h) para auxiliar na expulsão completa do concepto ou partes que ainda estiverem intraútero. SSVV devem ser averiguados constantemente e mantido em bons níveis, principalmente PA e temperatura, diurese deve ser medida.O AMIU deve ser realizado após a estabilização da paciente. Se as medicações utilizadas anteriormente não surtirem o efeito esperado, em úteros de idade gestacional <12s, em úteros mais maturados >12s e para OCI fechado esperar efeito medicamentoso com dilatação do colo do útero e expulsão do concepto. Estritamente nesse caso pode ser realizada a curetagem. 3 HEMORRAGIAS DO SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRE Enquanto os abortamentos envolvem a hemorragia do primeiro trimestre, as hemorragias do segundo e terceiro trimestre (também chamadas de hemorragias da segunda metade da gestação) envolvem • Placenta prévia; • Descolamento prematuro de placenta; • Rotura Uterina; • Vasa prévia. As hemorragias do segundo e terceiro trimestre também se caracterizam como causa de mortalidade materna e, segundo o Manual Técnico Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde (2012), só a placenta prévia e o descolamento prematuro de placenta correspondem, juntas, a 50% dos diagnósticos. 3.1 Placenta prévia O local habitual de inserção da placenta no processo de concepção é nas paredes superiores e lateralizadas do endométrio. Porém, nesta condição, a placenta se insere nas paredes inferiores 45 do endométrio e pode ficar próxima (baixa), completamente sobre (central), meio inserida sob (parcial) ou, ainda, marginalizada, ao colo do útero, trazendo sangramento vermelho vivo e sem dor e outros sintomas. O exame padrão ouro é a ultrassonografia transvaginal e esta condição só acontece após 24 semanas e traz como riscos parto prematuro e sangramento, que pode ser persistente e prejudicar a vitalidade fetal. Neste caso, o feto usualmente acaba nascendo pré-termo. A díade materno-fetal deve ser monitorada de forma hospitalar por meio de monitoramento de SSVV de ambos e administração de medicamentos. Se houver sangramento leve a moderado, em casos graves pré-termo ou termo a díade, a internação deve prosseguir devido à viabilização do parto – no caso, uma cirurgia cesariana. Além disso, durante a cirurgia deve-se avaliar a placenta, verificando se ela está completa ou incompleta, e também a sua maturação. Se ela não saiu completa, deve-se realizar uma averiguação melhor da cavidade uterina da mãe, como forma de prevenir riscos mais sérios para a vida materna. 3.2 Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) Trata-se de uma condição atípica (que foge do esperado) daquilo que acontecerá no momento do parto, onde há a saída da placenta após o nascimento comum do feto, a chamada dequitação placentária. O descolamento prematuro da placenta (DPP) define-se como presença de sangramento oculto proveniente da face materna da placenta, que se aloja dentro dela, podendo extravasar ou não para a cavidade uterina. A placenta, por sua vez, se descola, o que vem acompanhado de sangramento e contratilidade uterina. Vale ressaltar que a placenta tem como função nutrir e garantir oxigênio ao feto e, portanto, o seu descolamento representa prejuízo para a criança, colocando sua vitalidade em risco, diminuindo seu aporte nutricional e resultando em restrição de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, prematuridade, hipóxia fetal e morte fetal. Para a mãe, o DPP é ocasionado por alguma condição ou patologia de base materna. Em geral, hipertensão é responsável por 50% dos casos. São classificados como principais fatores de risco: • Descolamento em gestação anterior; • Cirurgia cesariana anterior; • Hipertensão arterial crônica; • Hipertensão arterial gestacional; • Pré-eclâmpsia; • Uso de álcool e outras drogas; 46 • Tabagismo. O DPP também se classifica em três graus de gravidade e condições, de acordo com a Classificação de Sher, (BRASIL, 2012). São elas: Grau I o paciente apresenta sangramento genital discreto e ausência de hipertonia uterina significativa e de repercussões hemodinâmicas e coagulopatia (geralmente diagnosticadas no pós-parto com a constatação do coágulo retro placentários). Os batimentos cardiofetais e a vitalidade são preservados. Grau II o paciente apresenta sangramento genital moderado, abdome em Tetania, presença de taquicardia materna e alterações posturais da pressão arterial, repercussões com início de alterações de coagulação e queda dos níveis de fibrinogênio. Os batimentos cardíacos fetais estão presentes, mas possuem sinais de comprometimento de vitalidade. Grau III o paciente apresenta sangramento genital importante, com hipertonia uterina, hipotensão arterial materna e óbito fetal. O grau III ainda se subdivide, de forma respectivamente classificada, como grau IIIª (sem coagulopatia instalada) e grau IIIb (com coagulopatia instalada). A conduta do enfermeiro, neste caso, irá depender do grau e da vitalidade materno-fetal: • Grau I se o feto estiver vivo e a gestante estável, poderá assistir o parto por via vaginal. Assim, se o parto for iminente é preciso avaliar rispidamente a estabilidade materna e a possibilidade de sofrimento fetal, mas se, por outro lado, for trabalho de parto lento deve-se preparar a sala para cirurgia cesariana. • Grau II manter mesma conduta, resultando em cirurgia cesariana caso haja qualquer instabilidade. • Grau III se o com feto estiver morto e a gestante estável, é preciso estimular o parto vaginal, mas se a gestante estiver instável deve encaminhar diretamente para a cirurgia cesariana. 47 3.3 Rotura uterina A rotura uterina ocorre quando há laceração uterina, seja ela completa ou incompleta. Quando o peritônio parietal permanece intacto, algumas mulheres podem permanecer assintomáticas no parto vaginal, mas para outras pode ser fatal, uma vez que há rompimento total na parede do órgão. Trata-se de uma condição muito grave, cujos sintomas maternos são: • Parede abdominal com contorno anormal; • Dor abdominal aguda e contínua; • Hematúria; • Sangramento vaginal. O feto, por outro lado, também apresenta sintomas. São eles: • Ao Toque Vaginal (TV) evidencia-se subida da apresentação; • Sofrimento fetal súbito. E, para a mãe e o bebê, pode haver ainda choque hipovolêmico (BRASIL, 2012). A assistência de enfermagem, neste caso, precisa ser insidiosa, com acompanhamento rigoroso dos SSVV, principalmente hemodinâmica materna. Também é preciso verificar sinais vitais cardiológicos, como ausculta cardíaca, pulso e pressão arterial, pois hipotensão e taquicardia evidenciam choque hipovolêmico. Também deve-se manter o ambiente preparado para uma cirurgia cesariana de emergência, se for o caso. 3.4 Vasa prévia A vasa prévia é uma condição rara que se apresenta no desenvolvimento da membrana extraembrionária. Quando ela atinge o lado fetal da inserção placentária, ocorre uma ruptura na placenta-fetal (leia-se lado fetal), fazendo com que seus vasos sanguíneos se extravasem para fora, invadam a cavidade uterina e se aloquem no segmento uterino inferior, sobre a membrana amniótica que recobre orifício cervical interno. Trata-se da condição mais perigosa com risco iminente de morte fetal, que pode chegar a 60% ou 70%. Isso porque ela não consegue ser diagnosticada no pré-natal, mas apenas no período intraparto, uma vez que só se evidencia depois da rotura das membranas amniótica com sangramento extravasado dos vasos fetais, causando hemorragia. A vasa prévia pode acontecer em casos de placenta prévia ou inserção velamentosa de cordão. Neste caso, a maioria dos desfechos resulta em morte fetal. 48 O enfermeiro ou medico não devem realizar toque vaginal no pré-natal sem indicação, só quando for estritamente recomendado, e nem antes de solicitar ultrassonografia para se certificar da presença de qualquer anormalidade, aqui frisamos a baixa inserção da placenta. A orientação quando não houver comprometimento hemodinâmico é repouso e observação, quando houver indica-se cirurgia cesariana, quando houver sangramento significativo com dor investigar outras condições associadas (DPP ou Placenta Prévia). Aqui o profissional deverá estar preparado enquanto equipe paraprestar todo suporte necessário no decorrer da intervenção cirúrgica, bem como na receptação do neonato e suporte emocional a díade mamãe-família. 4 SÍNDROMES HIPERTENSIVAS Antes denominadas de Doença Hipertensiva Especifica da Gestação (DHEG), as síndromes hipertensivas gestacionais são uma situação temporal que somatiza condições gestacionais da mulher, genéticas e ligadas ou não à patologia de base materna (SBARDELOTTO, et al., 2018). Trata-se, portanto, de uma condição específica da gestação, que pode se apresentar acompanhada ou não de uma hipertensão arterial crônica: Acompanhada de hipertensão arterial crônica • nos casos em que a gestante já apresentava e/ou já tinha diagnóstico pré-estabelecido de hipertensão, anterior à gestação. Não acompanhada de hipertensão arterial crônica • quando o quadro de hipertensão se desenvolve na gestação, classificado como Hiper- tensão Arterial Gestacional. Neste caso, a condição desenvolvida no período gestacional involui após o parto. A consequência das síndromes hipertensivas da gestação pode causar parto prematuro e até morte. Como se sabe, a gestação apresenta modificações no corpo de uma mulher, como a expansividade do útero, suspendendo alguns órgãos o estômago e aumentando a acidez estomacal e a probabilidade de pirose no intestino. Essa condição também pode deixar as gestantes constipadas devido à compressão da bexiga, que, como consequência, faz a gestante urinar mais vezes. Além disso, também há alterações atípicas no sistema cardiovascular que contribuem para alterações na hemodinâmica, como o aumento do débito cardíaco (DC), a diminuição da PA e o aumento da volemia e da FC. • Hipertensão Arterial Gestacional (HAG); • Pré-eclâmpsia (PE); • Hipertensão Arterial Crônica (HAC); 49 • Hipertensão Arterial Crônica sobreposta à pré-eclâmpsia (HAC+PE). A síndrome pode ser classificada em quatro tipos: Figura 2 - Síndromes hipertensivas Fonte: Elaborada pela autora (2020). 50 4.1 Eclampsia A eclampsia é a mais severa das complicações das síndromes hipertensivas gestacionais. Ela ocorre quando a paciente apresenta sintomas de pré-eclâmpsia grave que evolui para convulsões tônico-clônica, colocando em risco a vida da gestante. Por isso, tudo deve ser feito para prevenir essa evolução de uma pré-eclâmpsia para eclampsia, com monitoramento contínuo da PA, proteinúria e lesões em órgãos-alvos. 5 DIABETES GESTACIONAL Diabetes gestacional é uma doença metabólica, que gera intolerância à glicose e pode ser diagnosticada entre a 24ª e a 28ª semana. Geralmente, está associada à resistência insulínica desenvolvida na gestação, ao sobrepeso, à obesidade materna e aos maus hábitos alimentares. Trata-se, portanto, de uma das principais causas de neonatos grandes para idade gestacional (GIG), de partos prematuros ou de obesidade materna. É diagnosticada por meio do Teste de Tolerância Oral a Glicose (TTOG), realizado após glicemia em jejum > 110mg/dl. É preciso repetir se der > 110. Para gestante com diabetes mellitus gestacional (DMG), após 2h > 140mg/dl e TTOG 90 a 110mg/dl e gestante com diabetes mellitus gestacional. Durante o acompanhamento pré-natal, deve se encaminhar a gestante para o médico obstetra que entrará com intervenção medicamentosa e realizará consulta intercalada. Também é importante prestar acompanhamento diário da glicemia capilar, com solicitação de glicemia em jejum e TTOG na rotina pré-natal e orientações de reeducação alimentar como tentativa de manter os níveis glicêmicos até o final da gestação sem riscos materno-fetais. O DMG poderá permanecer após a gestação, sendo assim a mulher e diagnosticada com DM tipo 2. FIQUE DE OLHO As mulheres que engravidam e são portadoras de alterações metabólicas, como resistência à insulina nos casos de obesidade, sobrepeso e síndrome dos ovários policísticos, favorecem os efeitos adversos maternos e fetais a diabetes mellitus tipo 2. Assim, com o aumento da obesidade e do diabetes nos últimos tempos, deve-se sempre realizar ações preventivas para evitar que o diagnóstico seja dado somente na gestação. 51 6 AMNIORREXE PRECOCE A amniorrexe precoce é o rompimento espontâneo da bolsa amniocorionica que acontece precocemente antes da 38ª semana. É diagnosticado a partir da saída do líquido amniótico, muito antes da data provável do parto. Neste caso, há risco de infecção, sofrimento fetal e hemorragia intraventricular no RN, que pode acarretar em paralisia cerebral. Para tanto, é preciso recomendar a indução do parto quando IG estiver a ≥34s, caso haja sinais de risco realizar parto independente de IG. No entanto, quando não houver tais sinais de risco, é necessário observar, orientar repouso, entrar com antibioticoterapia e corticoterapia, acompanhar SSVV materno-fetais e estar pronto para cirurgia, ou procedimentos de urgência. 7 PREMATURIDADE É considerado prematuro todo aquele neonato que nasce pré-termo antes das 37 semanas, com baixo peso e imaturidade sistêmica e que necessita de cuidados intensivos, demandando um tempo de internamento até ter sua vitalidade de vida extrauterina (CHAGAS et al., 2009). Pode ocorre de forma espontânea ou eletiva, quando marcada pelo médico por fatores de risco envolvidos como descolamento prematuro de placenta e sofrimento fetal. Diferente de antigamente, fetos de 500g, considerados baixo peso e inviável, estão demonstrando boas taxas de sobrevida. Acredita-se que a modernização e as melhorias frequentes dos procedimentos e intervenções nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais são fatores primordiais para essa mudança de cenário. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 52 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer e classificar os tipos de aborto e como conduzi-los; • entender a diferença entre cada hemorragia do segundo e terceiro trimestre e como presta assistência a cada uma; • conceituar as síndromes hipertensivas gestacionais e seus agravamentos e também a assistência de enfermagem diante das mais adversas situações; • aprender sobre os principais agravos em saúde. PARA RESUMIR ALVES, J. A. G., et al. Ameaça de aborto: Conduta baseada em evidências. Revista Femina, v. 38, n. 2, 2010. Disponível em: . Acesso em: 09 abr. 2020. ALFIREVIC, Z.; STAMPALIJA, T.; MEDLEY, N. Cervical stitch (cerclage) for preventing preterm birth in singleton pregnancy. Cochrane database of systematic reviews, n. 6, 2017. Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da atenção básica: saúde das mulheres – 1 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2020. _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao abortamento: norma técnica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: . Acesso em: 09 abr. 2020. _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2020. CHAGAS, R. I. A., et al. Análise dos fatores obstétricos, socioeconômicos e comportamentais que determinam a frequência de recém-nascidos pré-termos em UTI neonatal. Revista da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras, v. 9, n. 1, p. 7-11, 2009. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Parecer CTLN nº 10, de 22 de fevereiro de 2019. Normatiza o referenciamento de pacientes por enfermeiros. Brasília, DF: Presidente do Cofen. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/parecer-n-10-2019-ctln-cofen_72242. html. Acesso em: 10 abr. 2020. _____. Resolução Cofen nº. 564, de 6 de novembro de 2017. Aprova o novo código de ética dos profissionais de Enfermagem, tratando dos seus direitos, deveres, proibições infrações e penalidades. Brasília, DF: Presidente do Cofen. Disponível em: http://www. cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html.
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