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REQUISITOS PARA CONCORRER A UMA ELEIÇÃO NO BRASIL

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REQUISITOS PARA CONCORRER A UMA ELEIÇÃO NO BRASIL
As condições de elegibilidade para se candidatar a cargos eletivos no Brasil estão definidas na Constituição Federal e na legislação complementar. Aqui estão os requisitos detalhados:
Nacionalidade Brasileira: Qualquer cidadão nascido em território nacional ou brasileiro naturalizado pode concorrer a cargos eletivos. Entretanto, a Presidência e a Vice-Presidência da República são reservadas exclusivamente a brasileiros natos.
Pleno Exercício dos Direitos Políticos: O candidato deve ter pleno exercício dos direitos políticos, ou seja, não pode ter nenhum impedimento legal que o impeça de votar ou ser votado. Se houver algum impedimento no momento do registro da candidatura, como a suspensão dos direitos políticos, o registro será negado pela justiça eleitoral.
Alistamento Eleitoral: É necessário estar inscrito no cadastro eleitoral, o que é feito por meio do alistamento eleitoral. O alistamento é obrigatório para maiores de dezoito anos, exceto para analfabetos, maiores de setenta anos e, conforme a legislação recente, para maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Além disso, é preciso ter domicílio eleitoral na circunscrição seis meses antes do pleito.
Filiação Partidária: A filiação a um partido político é obrigatória para concorrer a cargos eletivos. Não é permitida a candidatura avulsa. Antes da legislação recente, o prazo mínimo de filiação era de um ano antes do pleito, mas agora é de seis meses.
Idade Mínima: A idade mínima varia de acordo com o cargo:
35 anos para Presidente, Vice-Presidente e Senador;
30 anos para Governador, Vice-Governador e Deputado Federal;
21 anos para Deputado Estadual, Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
18 anos para Vereador.
É importante observar que a idade mínima é aferida na data da posse, exceto para vereadores, cuja idade é verificada no momento do registro da candidatura.
O não cumprimento desses requisitos pode resultar no indeferimento do registro da candidatura e até mesmo em ações judiciais, como a Impugnação ao Registro de Candidatura.
Em resumo, para concorrer a uma eleição no Brasil, é necessário ser brasileiro, estar em pleno gozo dos direitos políticos, estar alistado como eleitor, filiar-se a um partido político, ter domicílio eleitoral na circunscrição e atender à idade mínima exigida para o cargo almejado.
Como é escolhido o presidente?
O presidente do Brasil é escolhido por meio de eleição direta, exercendo mandato de 4 anos e podendo se candidatar à reeleição uma única vez. No país, todos os cidadãos com idade entre 18 anos e 70 anos são obrigados a votar ou a justificar a ausência. Para ser eleito, o presidente deve reunir 50% dos votos válidos mais 1; caso isso não aconteça no primeiro turno, deve ocorrer o segundo turno.
Para poder se eleger, o candidato deve reunir uma série de requisitos, como:
não ser analfabeto;
ser maior de 35 anos;
estar filiado a algum partido político;
ser brasileiro nato e residir no Brasil;
estar em pleno gozo dos próprios direitos políticos.
ATRIBUIÇÕES PARA O PRESIDENTE E VICE
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
É atribuição do presidente sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas no Congresso Nacional, expedir decretos e regulamentos para execução dessas leis, quando for o caso. O presidente também tem o poder de expedir medidas provisórias. Conhecidas também como MPs, elas são normas com força de lei, têm efeito imediato e não precisam passar pelo Congresso para começar a vigorar. O Congresso, no entanto, precisa aprovar uma MP em até 120 dias para transformá-la em lei. Caso isso não ocorra, ela perde a validade.
Também é função do presidente enviar ao Congresso projetos de lei sobre os temas aos quais compete a ele decidir, como a criação de universidades federais, de cargos e funções na administração federal ou criação e extinção de ministérios, entre outros. Muitas promessas de campanha de presidentes se transformam em projetos de lei que podem virar realidade. Isso dependerá da avaliação e disposição de deputados e senadores em discutir, votar e aprovar esses projetos.
VETO:
Por outro lado, o presidente da República tem a prerrogativa de vetar um projeto de lei aprovado no Congresso. Ele pode vetar um projeto inteiro ou parte dele. Cada veto deve ser acompanhado de uma justificativa. Quando ocorrem vetos, cabe ao Congresso nova análise. Em sessões conjuntas, deputados e senadores decidem se mantêm o veto presidencial ou o derrubam, transformando os dispositivos vetados em lei.
Nesses casos, é comum a bancada aliada do presidente no Congresso defender a manutenção do veto e, em muitas situações, negociar com os demais parlamentares quais devem ser mantidos. Geralmente, essa negociação pressupõe que a base do governo ceda em alguns vetos e concorde em derrubá-los, para manter outros que o presidente e sua equipe considerem mais importantes. Essas negociações são acompanhadas de perto pelo governo,
geralmente algum ministro de confiança do presidente designado para fazer a articulação política com o Congresso.
Caso o presidente eleito e empossado esteja ausente do país, quem assume a chefia da República é o vice-presidente, seguido do presidente da Câmara dos Deputados, do presidente do Senado e do presidente do Supremo Tribunal Federal, o último na linha de sucessão.
Entre as principais funções estão:
nomear e exonerar os ministros de Estado e exercer, com o auxílio deles, a direção superior da administração federal;
sancionar, promulgar e publicar leis e expedir decretos e regulamentos para garantir a execução destes;
vetar projetos de lei, parcial ou completamente;
comandar as Forças Armadas e nomear comandantes da Marinha, da Aeronáutica e do Exército;
nomear, após a aprovação do Senado, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF);
nomear indicados para outros cargos, como os de ministro do Tribunal de Contas da União e de advogado Geral da União;
declarar guerra ou celebrar paz mediante votação no Congresso;
prover e extinguir cargos públicos federais, seguindo regulamentos previstos em lei;
agir como representante dos interesses da nação perante líderes estrangeiros.
Na prática, o presidente também funciona como um articulador da vida política do país. Como tem o poder de propor leis e de vetar projetos, é fundamental que consiga negociar as propostas que forem consideradas importantes para o governo. Por isso, é normal que ele atribua a determinados ministros ou a outros políticos de confiança a tarefa de negociar com o Congresso e o Senado, tanto com a base governista quanto com a oposição, a aprovação de determinadas leis e a alteração de artigos de leis para derrubar vetos.
Outro movimento comum dos presidentes brasileiros é a edição das medidas provisórias (MPs), que funcionam como normas que têm força de lei e aplicação imediata, mas não precisam passar pelo Congresso para serem aprovadas. Porém, para virarem leis, as MPs precisam ser votadas pelo Congresso em até 120 dias; caso contrário, elas perdem a validade.
Assim, apesar dos muitos poderes do presidente do Brasil, é fundamental que ele tenha boa interlocução com os outros poderes para conseguir aprovar projetos e cumprir promessas de campanha.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Nova redação dada pela EC 32/01)
a) organização e funcionamentoda administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Redação original.
VI - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da lei;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Nova redação dada pela EC 23/99)
Redação original.
exercer o comando supremo das Forças Armadas, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - Nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Acrescentado pela EC 109/2021)
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
QUEM JULGA O PRESIDENTE E VICE:
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
STF- CRIMES COMUNS
SENADO FEDERAL- CRIMES DE RESPONSABILIDADE
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito à prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
Jurisdição política: O poder jurisdicional não é exclusivo do Judiciário. Há a jurisdição política. Segundo o disposto no artigo 52 da CF, incisos I e II, compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar o Presidente e o vice-presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza.
Crimes comuns e de responsabilidade: O denominado crime de responsabilidade não é propriamente crime, mas um ato ilícito praticado por agente político. Trata-se de uma transgressão de conteúdo ou natureza política/administrativa. A Lei no 1.079/50 cuida dos crimes de responsabilidade do Presidente da República, dos ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal, dos governadores e secretários estaduais (ver artigo 85 da CF sobre os crimes de responsabilidade do presidente). O Decreto-Lei no 201/67 se ocupa do crime de responsabilidade de prefeitos e vereadores.
Crimes de responsabilidade do Presidente da República: O artigo 85 da CF arrola os crimes de responsabilidade do Presidente da República.
Processo e julgamento: De acordo com o artigo 86 da CF, admitida a acusação contra o presidente da República por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal nas infrações penais comuns ou perante o Senado Federal nos crimes de responsabilidade. A Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, regulamenta o processo e julgamento dos crimes de responsabilidade.

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