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5 Bioética Profa. Dra. Eliana Adami Cuidados Paliativos, Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia Cuidados Paliativos (CP) Vieram preencher a lacuna entre a competência técnica da medicina curativa e a cultura do respeito à autonomia do indivíduo em relação às situações extremas, como o fato de decidir, que diante de uma situação, na qual não faz diferença na vida da pessoa, pelo contrário, causará mais sofrimento interromper todos os procedimentos e deixar a morte seguir o curso natural, cuidando obviamente para que não tenha dor e preserve sua qualidade de vida. CP é o melhor a oferecer. Ética e Eutanásia O que é eutanásia? Eutanásia consiste na conduta de abreviar a vida de um paciente em estado terminal ou que esteja sujeito a dores e intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos. Ética e Eutanásia Uma série de questões éticas e morais afloram no contexto da terminalidade da vida: direitos do paciente em relação à verdade sobre suas reais condições; objetivos da atuação médica; paradoxos entre a consciência e a legalidade. Ética e Eutanásia Pode, ou deve, o médico ajudar um paciente, que sofre de modo irreversível, a morrer? A eutanásia pode ser considerada uma ação médica ética? A palavra “eutanásia” tem origem grega e representa, literalmente: “boa morte”. É comumente entendida como a prática pela qual o médico abrevia a vida de um paciente incurável. Ética e Eutanásia É importante respeitar a legislação vigente, que afirma que a eutanásia é crime. A atuação médica está fundamentada em dois pilares: A preservação da vida, e O alívio do sofrimento. Estes princípios podem se completar ou se tornarem antagônicos. Distanásia Se considerarmos que a preservação da vida é o valor maior, podemos incorrer na chamada “distanásia”. Distanásia é o nome do ato de prorrogar a vida através de meios artificiais e, muitas vezes, desproporcionais à condição de recuperação do doente. A Questão Ética a ser considerada é: A distanásia é mais ética do que a eutanásia? É válido estender a vida mesmo que a cura não seja possível e o sofrimento excessivamente penoso? Enquanto houver a mais remota possibilidade de reversão do quadro de morte inevitável deve-se sustentar a manutenção da vida; Mas, em caso contrário, o que a ética determina é a priorização do segundo pilar: o alívio do sofrimento. Comente esta e outras questões com seus colegas no Fórum da Disciplina. Eutanásia Poderíamos então, considerar que aliviar o sofrimento, nestes casos, compreendido como permitir ou antecipar a morte, recai em uma outra grave questão: Quando desistir da vida ? Para Reflexão O americano Terry Wallis, após um acidente de carro, ficou 20 anos em estado de coma e retornou à consciência, voltando a falar e a recuperar movimentos do corpo. Certamente não é o tempo o padrão capaz de determinar esta resposta. Vídeo distanásia, eutanásia e ortotanásia https://youtu.be/dWzBF77c4vg Eutanásia Uruguai, Holanda e Bélgica admitem a prática legal da eutanásia ativa. Suicídio assistido = Suíça, Alemanha, Holanda, EUA - Oregon, Washington e Vermont. Suicídio assistido = O suicídio assistido ocorre quando uma pessoa, que não consegue concretizar sozinha sua intenção de morrer, solicita o auxílio de um outro indivíduo. No Brasil, as duas práticas são proibidas, embora não constem especificamente no Código Penal. Eutanásia No Brasil - a eutanásia pode ser enquadrada no artigo 121, como homicídio simples ou qualificado, e o suicídio assistido pode configurar o crime de participação em suicídio, previsto no artigo 122. Do ponto de vista legal, é importante frisar que, no Brasil, o Conselho Federal de Medicina através do Código de Ética Médica (2009) em seu Artigo 41 explicita de modo claro a proibição de: “Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.” Resolução 1.805 de 2006 do CFM = regulamentava e autorizava aos médicos a prática da ortotanásia (interrupção de terapêuticas que já não surtem mais efeitos em pacientes terminais) como forma de desestimular a distanásia (sustentação artificial da vida por tratamentos desproporcionais à condição de recuperação). Referências [1] LEPARGNEUR, Hubert. Bioética, novo conceito: a caminho do consenso. 2. ed. São Paulo Loyola, 2004. [2] SALLES, Alvaro Angelo (Org.). Bioética: a ética da vida sob múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Interciência, 2009. [3] SPINSANTI, Sandro. Ética biomédica. São Paulo: Paulinas, 1990. Referências Complementares ADAMI, E. R.; CHEMIN, M.R.C. (Org.). 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