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Amanda-Maria-Martins-Transtorno-de-Deficit-de-atencao-com-hiperatividade-TDAH

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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ
AMANDA MARIA DA SILVA MARTINS
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH):
COMO A INFORMÁTICA COLABORA NA SUPERAÇÃO DE DESAFIOS NA
APRENDIZAGEM
LONDRINA
2021
AMANDA MARIA DA SILVA MARTINS
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH):
COMO A INFORMÁTICA COLABORA NA SUPERAÇÃO DE DESAFIOS NA
APRENDIZAGEM
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Instituto Federal do Paraná como requisito
parcial para a conclusão do Ensino Médio
Integrado à Informática.
LONDRINA
2021
FOLHA DE APROVAÇÃO
AMANDA MARIA DA SILVA MARTINS
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH):
COMO A INFORMÁTICA COLABORA NA SUPERAÇÃO DE DESAFIOS NA
APRENDIZAGEM
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Instituto Federal do Paraná como requisito
parcial para a conclusão do Ensino Médio
Integrado à Informática.
Orientador: ______________________________
Prof. Dra. Mariana Vaitiekunas Pizarro
______________________________
Prof. Ma. Liz Amaral Saraiva Morgado
______________________________
Prof. Me. Fernando Accorsi
Londrina, ___ de _________ de _____.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha orientadora Professora Mariana Vaitiekunas Pizarro
Iachel por ter aceitado conduzir minha pesquisa. Obrigada por ter dedicado seu
tempo para tirar minhas dúvidas. Obrigada pela atenção, incentivo e apoio durante o
desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço à Professora Talita Canônico e Silva, responsável pela matéria de
Metodologia Científica, pelo incentivo e atenção durante suas aulas, pelo apoio e
dedicação, não só a mim como a todos os alunos. Obrigada pelas inúmeras
contribuições à esta pesquisa.
Sou grata a todos que me incentivaram e apoiaram a realização deste
trabalho.
RESUMO
O surgimento da tecnologia facilitou diversas áreas de trabalho e estudo, incluindo a
área pedagógica. A presença de transtornos neurobiológicos, como o Transtorno de
Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), podem prejudicar o aluno durante os
estudos e a tecnologia pode ser uma boa aliada. Este trabalho tem como objetivo
pesquisar ferramentas e espaços digitais que colaborem para a adaptação de
conteúdos e aprendizagens de estudantes com Transtorno de Déficit de Atenção
com Hiperatividade (TDAH). Após estabelecer as principais características do
transtorno e suas dificuldades, pesquisou-se ferramentas digitais que pudessem
contribuir para a aprendizagem de indivíduos com TDAH. As ferramentas
encontradas foram analisadas de acordo com seu potencial de sucesso com os
alunos, levando em consideração os aspectos estabelecidos pelas estratégias
pedagógicas. A quantidade de resultados satisfatórios foi baixa, mostrando a
carência de ferramentas digitais voltadas especificamente para esse público,
tornando relevante o trabalho de desenvolvimento de ferramentas capazes de
auxiliar e complementar no aprendizado desses estudantes de forma efetiva.
Palavras-chave: Ferramentas digitais. TDAH. Aprendizagem.
ABSTRACT
The emergence of technology has facilitated several areas of work and study,
including the pedagogical area. The presence of neurobiological disorders, such as
attention deficit hyperactivity disorder (ADHD), can harm the student during studies
and technology can be a good ally. This work aims to research tools and digital
spaces that collaborate for the adaptation of content and learning of students with
Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). After establishing the main features
of the disorder and its obstacles, digital tools that could contribute to ADHD
individual’s learning were searched. The tools found were analyzed according to
their potential for success with the students, considering the aspects established by
pedagogical strategies. The number of satisfactory results was low, exposing the
lack of digital tools aimed at this audience, showing the relevance of developing tools
capable of support and complement these students’ learning effectively.
Palavras-chave: Digital tools. ADHD. Learning.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – Tela do app iCell…………………………………………………………….28
FIGURA 2 – Tela do app Duolingo……………………………………………………….29
FIGURA 3 – Tela do app Sistemas do Corpo Humano 3D…………………………....31
FIGURA 4 – Tela do website EarthViewer……………………………………………...,32
FIGURA 5 – Tela do website BiomeViewer……………………………………………..33
QUADRO 1 – Artigos que abordam o uso de software para educação
inclusiva……………………………..……………………………………………………...19
QUADRO 2 – Ferramentas digitais que têm potencial para auxiliar os estudantes
com TDAH de maneira autônoma………………………………………………………..25
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção
DSM V – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual de
Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais) 5ª ed.
IHC – Interação Humano-Computador
TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 9
1.1 JUSTIFICATIVA 9
1.2 PROBLEMA 10
1.3 HIPÓTESE 10
1.4 OBJETIVOS 11
1.4.1 Objetivo geral 11
1.4.2 Objetivos específicos 11
CAPÍTULO 1 - O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM
HIPERATIVIDADE (TDAH): CARACTERÍSTICAS E NUANCES 13
CAPÍTULO 2 - A INFORMÁTICA INCLUSIVA: CONTRIBUIÇÕES 17
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA 21
CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DE DADOS 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS 35
REFERÊNCIAS 37
9
1 INTRODUÇÃO
Desde seu surgimento, a informática e a tecnologia provocaram mudanças
em diferentes âmbitos da sociedade. Com a internet a comunicação foi facilitada,
assim como a informação, que passou a ser difundida com mais facilidade. Além
disso, passam a surgir novas formas de socialização virtual, proveniente das redes
sociais desenvolvidas. A criação de softwares voltados para diferentes áreas
também facilitaram e criaram inúmeras profissões. Tamanha transformação se
alongou para a área de aprendizagem. Assim surgindo cada vez mais softwares,
plataformas, aplicativos mobile, sites e conteúdos distribuídos de maneira digital
voltados para área educacional.
Tais desenvolvimentos têm facilitado tanto a vida dos alunos em seus
estudos autodidata, quanto a dos educadores em seu processo de ensinamento. No
entanto, durante o complexo processo de aprendizagem, os alunos podem se
deparar com certas dificuldades, dentre elas a presença de algum transtorno, como
por exemplo, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
A intenção, neste trabalho, é colocar luz sobre essa discussão sem a
intenção de esgotar o assunto, mas tentando visualizar como esta nova realidade
digital pode facilitar ou às vezes dificultar a caminhada de alguns estudantes.
1.1 JUSTIFICATIVA
O desenvolvimento da tecnologia modificou diferentes áreas da sociedade,
inclusive a área pedagógica, surgindo assim softwares, aplicativos mobile, e
plataformas voltadas para área da aprendizagem. Ao refletir sobre o possível
impacto da tecnologia na aprendizagem, surgiu a preocupação com as
adversidades que o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
pudesse gerar durante o processo de aprendizagem, tendo em vista a importância
da inclusão dos alunos durante a obtenção de conhecimento, achou-se importante
fazer um apanhado de ferramentas digitais que pudessem colaborar com os estudos
10
desses alunos, apresentando o conteúdo de maneira que as adversidades fossem
amenizadas.
Neste trabalho será apresentado uma visão geral do transtorno, seguida de
uma reflexão sobre a informática inclusiva e sua colaboração na área pedagógica.
Após essa contextualização, serão apresentados os resultados de uma busca por
ferramentas digitais voltadas para área educacional, as quais serão analisadas em
relação ao seu potencial de eficiência com estudantes com o transtorno, a partir do
que aponta a literatura.
O interesse para o desenvolvimento deste trabalho ocorreu devido a
convivência com um aluno com o Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade, que provocou uma curiosidade em entender melhor as condições do
TDAH, suasdificuldades e formas de ajudar na aprendizagem.
A partir das discussões desta pesquisa, pretende-se encontrar ferramentas
que sejam interessantes e que auxiliem o estudante com TDAH, assim como dar
mais visibilidade ao tema e expor a importância da diversificação de formas de
ensino e aprendizagem, para que todos os alunos tenham um aprendizado
satisfatório, independente de qualquer transtorno ou adversidade.
1.2 PROBLEMA
Perante a evolução tecnológica com ferramentas de suporte à área
pedagógica, e a necessidade dos professores conseguirem atender da melhor
forma possível os alunos com TDAH, surgiu a questão de pesquisa (problemática):
De que maneira a informática, por meio de aplicativos e plataformas on-line, pode
auxiliar estudantes com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade no
processo de aprendizagem tanto no ambiente escolar quanto no estudo particular?
1.3 HIPÓTESE
11
Infere-se que o modelo de ensino pedagógico padrão não funciona em sua
totalidade quando o aluno tem o Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH). A falta de conhecimento e de suporte a esses alunos pode
interferir no processo de aprendizagem. Se não compreendido e auxiliado da
maneira correta, o aluno com TDAH, ao se inserir no ambiente escolar e ter
dificuldades de aprender e manter o conteúdo ensinado, perde o interesse nos
estudos o que, consequentemente, resulta no declínio de seu desempenho escolar
(ALMEIDA; ALVES, 2002). Acreditamos que se esses alunos tiverem acesso a
ferramentas virtuais moldadas para atender suas dificuldades, seus estudos
poderiam ser facilitados, resultando numa melhor manutenção do conteúdo em seu
processo de aprendizagem. Além disso, os professores poderiam utilizar essas
ferramentas em sala de aula, oferecendo métodos de ensino diferenciados ou
atividades que pudessem incluir mais o aluno com TDAH nas aulas.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo geral
Pesquisar ferramentas e espaços digitais que colaborem para a adaptação
de conteúdos e aprendizagens de estudantes com Transtorno de Déficit de Atenção
com Hiperatividade (TDAH).
1.4.2 Objetivos específicos
● Estudar as características e nuances do TDAH a partir da literatura
pertinente para compreender características dos estudantes com esse
transtorno e quais os desafios vividos por eles.
● Refletir sobre o impacto da presença da informática na rotina dos
estudantes com TDAH.
12
● Elencar ferramentas digitais possivelmente inclusivas e analisar sua
efetividade quanto ao favorecimento da aprendizagem de estudantes
com TDAH, a partir de suas características.
Desta forma, esta pesquisa se apresenta organizada pelos seguintes
capítulos:
Capítulo 1 - O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH):
Características e nuances, que abordará um breve histórico e características gerais
relacionadas ao transtorno: seus sintomas, diagnóstico, tipos e tratamentos.
Capítulo 2 - A informática inclusiva: contribuições, no qual será discutido
com mais atenção a informática inclusiva na vida dos alunos e suas contribuições.
Capítulo 3 - Metodologia, consiste na apresentação desta pesquisa
qualitativa contendo informações sobre ambientes digitais inclusivos e que podem
contribuir com o aprendizado de alunos com TDAH.
Capítulo 4 - Análise de dados, reunirá os softwares, websites e apps
encontrados e a análise de seu conteúdo.
Considerações finais - Aqui serão apresentadas as conclusões resultantes
das análises de dados e finalização do trabalho.
13
CAPÍTULO 1 - O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM
HIPERATIVIDADE (TDAH): CARACTERÍSTICAS E NUANCES
O Transtorno de Déficit de Atenção teve sua primeira descrição publicada em
uma revista científica pelo pediatra inglês George Frederic Still. A revista em
questão foi a “The Lancet” e o texto foi veiculado no ano de 1902. Mesmo com essa
definição surgindo no início do século XX, outras referências ao transtorno datam de
meados do século XIX, como por exemplo, os poemas do médico alemão Heinrich
Hoffmann, nos quais há descrição de crianças com características hoje atribuídas
aos sintomas típicos do TDAH. O poema se chama “The Story of Fidgety Philip” (“A
história do inquieto Phillip”) e faz parte do livro infantil intitulado “Der Struwwelpeter”,
de 1845. Nele, Hoffmann descreve uma criança que “se comporta mal” durante o
jantar ficando inquieta em sua cadeira e causando problemas na hora da refeição
(MONTEIRO, 2005. OLIVEIRA, 2011. SANTOS; FRANCKE, 2017).
Ao longo do século XX, posteriormente à descrição médica de Still, novos
estudos surgiram a fim de compreender melhor o transtorno. Com isso, ele foi
nomeado de diversas maneiras ao longo das décadas. Na década de 40, surgiu a
designação lesão cerebral mínima, que, já em 1962, foi modificada para disfunção
cerebral mínima, reconhecendo-se que as alterações características da síndrome
relacionam-se mais as disfunções em vias nervosas do que propriamente a lesões
nas mesmas (ROHDE et al., 2000).
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e
freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se
caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é
chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês,
também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD (ABDA, 2020).
Cada um dos três sintomas têm suas particularidades. A desatenção pode
ser notada em comportamentos como: dificuldade de prestar atenção à detalhes;
dificuldade em organizar tarefas e atividades; ser facilmente distraído por estímulos
alheios à tarefa. Os sintomas da hiperatividade são: agitar as mãos ou pés ou se
remexer na cadeira; estar frequentemente “a mil”; falar em demasia. A impulsividade
pode ser identificada através de sintomas como: dar respostas precipitadas antes
14
das perguntas serem concluídas; dificuldade em esperar sua vez; interromper e
interferir nos assuntos dos outros (ROHDE et al., 2000).
Para que o diagnóstico possa ser feito de maneira correta, deve-se levar em
conta que a hiperatividade, impulsividade e desatenção como sintomas isolados
podem resultar de outras questões na vida da criança ou até mesmo problemas no
sistema educacional.
ROHDE et al. (2000), no artigo “Transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade” publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, afirmam que
é necessário estudar os sintomas levando em conta o contexto da vida da criança.
Eles estabelecem alguns critérios que devem ser analisados, sendo eles: a) duração
dos sintomas. Assim sendo, é necessária a análise do histórico desses
comportamentos e se são ou não posteriores a um desencadeante psicossocial; b)
frequência e intensidade dos sintomas. Esse tópico é muito importante devido à
presença desses sintomas, de maneira menos intensa e frequente, ser normal em
crianças sem TDAH; c) persistência dos sintomas em vários lugares. A presença
dos sintomas em diferentes ambientes, como escola e em casa, é um forte
indicativo de que a criança avaliada possui TDAH. Caso os sintomas se manifestem
em um ambiente, por exemplo, pode indicar que a hiperatividade e/ou desatenção e
/ou impulsividade são resultantes desse ambiente específico; d) prejuízo
clinicamente significativo na vida da criança. Nesse caso, quando os sintomas não
apresentam nenhum prejuízo, pode ser que ele reflita mais o temperamento da
criança do que um transtorno psiquiátrico. e) entendimento do significado do
sintoma. Para um bom diagnóstico, é preciso verificar se o sintoma supostamente
presente está correlacionado ao déficit de atenção.
O Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-V),
(APA, 2014) define as especificidades para que uma pessoa seja clinicamente
diagnosticada com TDAH. O manual lista dezoito sintomas - nove de desatenção,
seis de hiperatividade e três de impulsividade - e estabelece o ponto de corte para o
diagnóstico como seis sintomasde desatenção e/ou seis sintomas de
hiperatividade-impulsividade para crianças e cinco sintomas para os adultos. Os
sintomas são considerados clinicamente significativos se estiverem presentes por
pelo menos seis meses e serem inconsistentes com a faixa etária do indivíduo.
15
Também é estabelecido que vários dos sintomas de desatenção ou
hiperatividade-impulsividade estejam presentes desde antes dos 12 anos de idade.
Além disso, o DSM-V subdivide o TDAH em três tipos: com predomínio de
sintomas de desatenção, com predomínio de hiperatividade/impulsividade e
combinado. Também é possível classificá-lo como leve, moderado ou grave.
É importante ressaltar que as pesquisas mostram uma alta taxa de
comorbidade entre o TDAH e os transtornos disruptivos do comportamento
(transtorno de conduta e transtorno opositor desafiante), situada em torno de 30% a
50%. Apresenta-se uma taxa significativa de comorbidade com doenças como
depressão (15% a 20%), transtornos de ansiedade (em torno de 25%) e transtornos
de aprendizagem (10% a 20%). (ROHDE et al, 2000).
O procedimento para avaliação diagnóstica envolve, primeiramente, a coleta
de dados com os pais, com a criança e com a escola. Assim, deverá ser fornecido
um histórico do desenvolvimento médico, escolar, familiar, social e psiquiátrico da
criança pelos pais; assim como o contato com o professor para ter uma noção de
quais sintomas estão presentes em sala de aula; também será feita uma entrevista
com a criança para entender a perspectiva dela em relação a presença dos
sintomas. Durante essas entrevistas, é importante se atentar aos sintomas das
comorbidades predominantes, e ao final desse processo terá-se uma ideia de como
aquela criança se comporta de maneira geral. (ROHDE et al, 2000).
Outros tipos de avaliação são: encaminhamento de escalas objetivas para a
escola, como por exemplo a escala de Conners, que fornece uma lista de
comportamentos que devem ser marcados se acontecem nunca, às vezes,
frequentemente ou sempre, cada resposta tem um valor que deve ser somado ao
final da avaliação e depois comparados à nota de corte; avaliação neurológica, que
é valiosa como reforço para confirmação do diagnóstico e fundamental para
descartar outras patologias neurológicas que possam se assemelhar ao TDAH; e
testagem psicológica, que ROHDE et al. (2000) explica que:
No que tange a testagem psicológica, o teste que fornece mais informações
relevantes clinicamente é a Wechsler Intelligence Scale for Children. A sua
terceira edição (WISC-III) tem tradução validada para o português, sendo
que os subtestes do WISC-III que compõe o fator de resistência à
distraibilidade (números e aritmética) podem ser importantes para reforçar a
hipótese diagnóstica de TDAH. Além disso, no diagnóstico diferencial da
síndrome, é preciso descartar a presença de retardo mental, visto que essa
16
patologia pode causar problemas de atenção, hiperatividade e
impulsividade. Outros testes neuropsicológicos (por exemplo, o Wisconsin
Cart-Sorting Test ou o STROOP Test), assim como os exames de
neuroimagem (tomografia, ressonância magnética ou SPECT cerebral),
ainda fazem parte do ambiente de pesquisa, e não do clínico (ROHDE et.
al, 2000, p. 9).
O tratamento do TDAH envolve o uso de intervenções psicossociais e
psicofarmacológicas. Sendo as psicossociais relacionadas a familiares e figuras
presentes no ambiente escolar, que devem receber informações a respeito do
transtorno a fim de auxiliar a criança ou adolescente na organização e planejamento
de atividade, assim como melhorar seu desempenho escolar. (ROHDE et al, 2000).
Algumas estratégias para serem aplicadas no ambiente escolar são: salas de
aulas estruturadas e com menos alunos; rotinas diárias e consistentes; ensino ativo
que incorpora o processo de aprendizagem com atividade física; atividades mais
curtas e explicadas passo a passo. Além disso, é indicado que o aluno com TDAH
fique próximo a professora, em um lugar com menor probabilidade de distração, e
receba o máximo de atendimento individualizado possível. Dependendo da idade
em que o transtorno for diagnosticado, a criança poderá ter lacunas no aprendizado
assim tornando-se necessário um reforço de conteúdo ou até mesmo um
acompanhamento psicopedagógico. (ROHDE et al, 2000).
Há ainda o uso da psicoterapia individual de apoio ou orientação analítica
como medida psicossocial. Ela é indicada para abordagem das comorbidades como
transtornos depressivos e ansiedade; e de sintomas como baixa auto-estima,
dificuldade de controlar impulsos e capacidades sociais pobres, que normalmente
acompanham o TDAH.
A modalidade psicoterápica mais estudada e com maior evidência científica
de eficácia para os sintomas centrais do transtorno (desatenção,
hiperatividade, impulsividade), bem como para o manejo de sintomas
comportamentais comumente associados (oposição, desafio, teimosia), é a
cognitivo-comportamental, especialmente os tratamentos comportamentais.
Entretanto, os resultados recentes do MTA (ensaio clínico multicêntrico,
elegantemente desenhado, que acompanhou 579 crianças com TDAH por
14 meses divididas em quatro grupos: tratamento apenas medicamentoso,
apenas psicoterápico comportamental com os crianças e orientação para os
pais e professores, abordagem combinada e tratamento comunitário)
demonstram claramente uma eficácia superior da medicação nos sintomas
centrais do transtorno quando comparada à abordagem psicoterápica e ao
tratamento comunitário. Entretanto, a abordagem combinada (medicação +
abordagem psicoterápica comportamental com os crianças e orientação
para os pais e professores) não resultou em eficácia maior nos sintomas
centrais do transtorno quando comparada a abordagem apenas
17
medicamentosa. A interpretação mais cautelosa dos dados sugere que o
tratamento medicamentoso adequado é fundamental no manejo do
transtorno (ROHDE et. al, 2000, p. 10).
Em relação às intervenções psicofarmacológicas deve-se levar em
consideração as comodidades de cada paciente. A medicação mais utilizada e com
maior comprovação de eficácia é o Metilfenidato, um estimulante que melhora os
níveis de atenção por meio da inibição e diminuição da impulsividade e
hiperatividade respectivamente (ROHDE et. al, 2000. SANTOS; FRANCKE, 2017).
Conhecendo melhor as características do TDAH, é possível verificar as
possibilidades de inclusão em vários segmentos, sendo a informática um deles,
tema abordado no próximo tópico.
CAPÍTULO 2 - A INFORMÁTICA INCLUSIVA: CONTRIBUIÇÕES
A informática, após seu surgimento, foi se desenvolvendo e incorporando
cada vez mais no cotidiano das pessoas, seja para trabalho ou uso pessoal. A
internet, progredindo cada vez mais, se transformou em um importante meio de
comunicação, assim adentrando mais ainda na vida da população.
Com essa nova ferramenta de comunicação se tornando cada vez mais
importante e indispensável, torna-se necessário pensar no quão acessível é esse
recurso e em como ele pode ajudar a tornar outras atividades acessíveis.
Para entender como essa tecnologia pode colaborar com a área pedagógica,
é preciso definir primeiro onde os alunos com déficit de atenção se encaixam. A
ICLD (Interagency Committee on Learning Disabilities) define:
Dificuldade de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um
grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades
significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio,
ou habilidades matemáticas, ou habilidades sociais. Estas desordens são
intrínsecas aos indivíduos, presumivelmente devem-se a disfunções do
sistema nervoso central. Mesmo pensando que uma dificuldade de
aprendizagem pode ocorrer concomitantemente com outras condições
desvantajosas (handicampping) (e.g., déficit sensorial, deficiência mental,
distúrbios sociais e emocionais), com influências socioenvolvimentais (e.g.,
diferenças culturais, instruções insuficientes ou inapropriadas, fatores
psicogenéticos) e especialmente desordens por déficit de atenção,todas as
quais podem causar problemas de aprendizagem, uma dificuldade de
aprendizagem não é o resultado direto destas condições ou influências
(ICLD, 1987; ALMEIDA e ALVES, 2002, apud: CRUZ, 1999).
18
Dessa forma, pode-se dizer que por mais que as dificuldades de
aprendizagem não resultem diretamente do TDAH, a desordem é um aspecto que
influencia a existência delas.
Durante a pesquisa e seleção de material para este trabalho, percebeu-se
uma dificuldade em achar trabalhos que tratassem diretamente da relação TDAH e
Informática Educativa. Os trabalhos relacionados a outras deficiências como visual e
auditiva estiveram mais presentes nos resultados, juntamente com materiais sobre
inclusão da terceira idade e inclusão de computadores em escolas públicas. Assim,
optou-se por utilizar materiais que abordassem a informática relacionada a outras
dificuldades de aprendizagem, para que a contribuição tecnológica nesses casos
fossem analisadas.
Primeiramente, é preciso definir as causas prováveis das dificuldades de
aprendizagem. Elas podem ser de ordem física, resultante de alterações no estado
físico da criança de maneira geral (como febre, dor de cabeça, dor de ouvido, etc.);
sensorial, proveniente de dificuldades que atingem os sentidos; neurológica, que
causa impacto no sistema nervoso; emocional, ligadas aos sentimentos e
personalidade do indivíduo; intelectual ou cognitiva, ambas relacionadas à
inteligência do indivíduo; educacionais, resultantes da educação que recebem na
infância; socioeconômicas, caracterizadas por dificuldades que tem origem no meio
socioeconômico do indivíduo. (ALMEIDA; ALVES, 2002).
É preciso destacar, assim como Almeida e Alves (2002), que “o aluno com
dificuldades de aprendizagem geralmente sofre de uma combinação infeliz, pois sua
dificuldade não se dá isoladamente, mas sim entrecruzada e combinada”.
No artigo “A informática e as dificuldades de aprendizagem: repensando o
olhar e a prática do professor no cotidiano da sala de aula” os autores apresentam
um estudo de caso feito em uma escola estadual, na qual dois alunos com extrema
dificuldade em realizar atividades que envolviam o uso de papel e caneta
conseguiram se sair bem em tarefas propostas no computador. Para tal, nem foi
preciso o uso de um software educacional específico, tudo foi realizado utilizando a
ferramenta de criação e edição de texto Word. Os dois casos apresentados
19
exemplificam bem a importância de se levar em consideração diferentes formas de
abordar o aprendizado, e não seguir um modelo padrão.
Casos de alunos que reprovam dois, três anos na mesma série são
comuns, alunos denominados multirrepetentes, eles sentem que a escola
não foi feita para eles e se evadem. (...) Essas reprovações nos fazem
questionar o atual sistema de ensino excludente, que por vezes, pretende
apenas uma produção em série que evidencia as diferenças e não leva em
conta aquilo que torna o ser humano tão especial, que é a sua subjetividade
(ALMEIDA; ALVES, 2002).
Durante a leitura dos materiais, o assunto relacionado a uma nova visão das
práticas pedagógicas foi muito abordado, sempre enfatizando que o conhecimento
não é aprendido da mesma maneira por todos e o quão excludente é o sistema
educacional, como dito por Pereira (2005, p. 27), “(...) as escolas estavam
acostumadas a lidar pedagogicamente com alunos que se enquadrassem em um
padrão de normalidade e, portanto, acomodadas à exclusão e segregação daqueles
que, por algum motivo, fugissem desse padrão.”
Para ajudar a variar as maneiras de abordagem do ensino em sala de aula, a
informática é uma ótima alternativa, como afirmam Araújo, Brito e Silva (2013, p.
508), “A tecnologia oferece uma gama de recursos que podem ser utilizados para
diminuir barreiras, disponibilizar novas formas de interação e comunicação, e servir
como ferramenta mediadora de ensino e aprendizagem.” No mesmo artigo,
intitulado “Softwares para educação inclusiva: uma revisão sistemática no contexto
de SBIE e WIE”, os autores apontam que o software educativo funciona como uma
ferramenta que intercede o processo de aprendizagem, dispondo de atividades de
obtenção ou estímulo ao conhecimento. Além disso, pode ser utilizada com ou sem
a presença de um tutor.
Araújo, Brito e Silva (2013) apresentam ainda uma seleção de artigos que
falam sobre o uso de softwares para educação inclusiva, sendo abordadas
deficiências auditiva, visual, motora e síndrome de Down.
Quadro 1 - Artigos que abordam o uso de softwares para educação inclusiva.
Nome do software ou
título do trabalho
Ano Breve descrição do objetivo geral do artigo
KARYTU [Silva, 2002] 2002 Proposta de software educativo para
20
letramento de crianças surdas sob a ótica
bilíngüe.
Sistema de animação de
humanos virtuais voltado
para o ensino de libras
[Schneider e Nedel, 2006]
2006 Proposta de arquitetura de sistema e
determinação de critérios para animação de
gestos em Libras, visando auxiliar o
aprendizado em libras, tanto para surdos
quanto para ouvintes.
ARGOT [Franciscato e
Canal, 2007]
2007 Software para ensino de inglês com foco na
interface amigável para portadores de
síndrome de Down.
Proposta de um ambiente
interativo para
aprendizagem em libras
gestual e escrita [Secco e
Silva 2009]
2009 Proposta de desenvolvimento de um
ambiente interativo e estratégias pedagógicas
para aprendizagem de libras na sua forma
gestual e escrita para surdos e ouvintes.
Brincando com leitura
[Castro Júnior et al, 2008]
2008 Software com o propósito de estimular a
aprendizagem da prática de leitura e escrita
em língua portuguesa de crianças com déficit
motor com foco na fonética.
Sistema tutor inteligente
para auxílio na
alfabetização de crianças
surdas em um contexto
bilíngüe [Branco Neto e
Lorenzini, 2009]
2009 Ferramenta para auxílio na alfabetização de
crianças surdas em língua brasileira de sinais
e língua portuguesa.
SAEPS [Rodrigues et al,
2010]
2010 Proposta de software para auxiliar
aprendizado de língua portuguesa para
alunos surdos na fase de alfabetização
através de jogos e exercícios
Homero Software
[Nogueira e Nielsen,
2011]
2011 Proposta de software educativo do tipo jogo
para ensinar história do Brasil e matemática
básica para cegos.
Fonte: Araújo; Brito; Silva, 2013, p. 511.
A partir do quadro apresentado, é possível notar as diferentes ideias de
softwares voltados para deficiências diversas.
A dificuldade de encontrar trabalhos específicos sobre as relações entre o
Déficit de Atenção e a informática inclusiva, nos levam a refletir se as dificuldades
21
de aprendizagem que acompanham esse transtorno não são vistas com a atenção
que deveriam. Por mais que as dificuldades pareçam ser mais “simples” (por
exemplo, problemas relacionados ao foco durante a realização de atividades) diante
de muitas outras dificuldades com diferentes graus de severidade, considera-se que
se há uma interferência no processo de aprendizagem, esse problema deveria ser
atendido da melhor maneira possível para que o aluno pudesse desfrutar do seu
direito à educação de maneira proveitosa, assim como destaca a Constituição:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, Art. 205).
A partir das reflexões apresentadas até o momento, acredita-se que este
trabalho pode colaborar para melhorar este cenário. Nos próximos capítulos serão
apresentados a metodologia desta pesquisa e o levantamento realizado para
contribuir na seleção de informações que podem auxiliar na rotina de estudos
desses estudantes.
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA
O presente trabalho refere-se a uma pesquisa descritiva, de abordagem
qualitativa; constrói-se a partir de uma revisão bibliográfica, a partir da qual decorre
a interpretação, análise, e sintetização de materiais já publicados, com a finalidade
de exporo tema, contextualizar o leitor e apresentar uma catalogação de
plataformas digitais disponíveis de acordo com a sua aplicabilidade a casos de
alunos com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Segundo Chizzotti (2017, p. 128) a “[...] pesquisa qualitativa objetiva, em
geral, provocar o esclarecimento de uma situação para uma tomada de consciência
pelos próprios pesquisados dos seus problemas e das condições que os geram, a
fim de elaborar os meios e estratégias de resolvê-los”.
E sobre a relevância de um estudo do tipo bibliográfico, Marconi e Lakatos
destacam que “[...] a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito
ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque
22
ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras”. (TRUJILLO, 1974, p.23
apud MARCONI; LAKATOS, 2010).
Para que fosse possível cumprir os objetivos apresentados, a pesquisa se
organizou da seguinte maneira: 1- definição do tema e tópicos a serem levantados;
2- definição da problemática e objetivos gerais e específicos; 3- levantamento de
material bibliográfico referente a cada tópico escolhido; 4- leitura e sintetização do
material bibliográfico correspondente aos três capítulos iniciais; 5- formulação da
hipótese; 6- pesquisa de ferramentas digitais voltadas para educação e
classificação de cada uma de acordo com seus objetivos, tipo de recurso, facilidade
de acesso e contribuições ao estudante; 7- análise das ferramentas digitais
selecionadas e elaboração das considerações finais.
A busca das ferramentas digitais foi feita pelo mecanismo de pesquisa
Google Acadêmico, no qual foram pesquisados artigos que relacionassem o TDAH
com ferramentas digitais e também foi usada a matéria “Lista reúne 20 melhores
aplicativos educacionais de 2019” publicada pelo portal Porvir, focado em conteúdos
voltados para inovações educacionais.
Para seleção de ferramentas presentes na análise de dados, foram
priorizadas aquelas que estivessem disponíveis para dispositivos com sistema
Android e que fossem em língua portuguesa. Esses dois pontos foram destacados
tendo em vista a busca por aplicativos, jogos ou websites que fossem acessíveis a
um maior número de pessoas. Depois dessa primeira seleção, as ferramentas
encontradas foram acessadas e testadas para ver como era seu funcionamento.
Após focar na parte funcional, foram analisados o potencial de sucesso com
estudantes com TDAH utilizando como base as estratégias pedagógicas
apresentadas anteriormente neste mesmo tópico.
Os aspectos levados em consideração em relação ao funcionamento da
ferramenta estão muito relacionados com o conceito de usabilidade, referente a
área de IHC (Interação Humano-Computador) que pode ser compreendida por:
A usabilidade é um atributo de qualidade relacionado à facilidade do uso de
algo. Mais especificamente, refere-se à rapidez com que os usuários
podem aprender a usar alguma coisa, a eficiência deles ao usá-la, o quanto
lembram daquilo, seu grau de propensão a erros e o quanto gostam de
utilizá-la. Se as pessoas não puderem ou não utilizarem um recurso, ele
pode muito bem não existir (NIELSEN; LORANGER, 2007).
23
É importante ressaltar que o objetivo era encontrar ferramentas diferenciadas
e interativas que oferecem o conteúdo de maneira diferenciada, descontraída,
atraente, distinta das práticas já comumente encontradas em sala de aula. Portanto,
websites e aplicativos voltados ao reforço escolar, como plataformas com
videoaulas não foram consideradas.
CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DE DADOS
Para encontrar ferramentas que melhor auxiliem os estudantes com TDAH é
preciso entender quais são as principais consequências do transtorno na
aprendizagem.
Segundo Marciano (2019, p. 15):
Baseando-se nas pesquisas das áreas das neurociências, a atenção é uma
das condições fundamentais para que a aprendizagem se concretize.
Sabe-se através de pesquisas comportamentais que o sistema nervoso
central só é capaz de processar aquilo a que esteve atento.
Definindo a atenção como peça fundamental no processo de aprendizagem,
torna-se evidente que pessoas com o Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade, o qual possui a desatenção como um de seus três sintomas, terão
maiores dificuldades nessa área.
Crianças com o déficit têm muito mais dificuldade de manter a atenção por
um longo período, como por exemplo para realizar uma atividade escolar. Essa falta
de foco pode fazer com que ela acabe cometendo erros simples durante a
realização das atividades, assim tendo um decaimento no desempenho escolar.
É importante ressaltar que nem todo aluno com TDAH apresentará
dificuldades de aprendizagem, isso porque essas dificuldades podem ser
compensadas pelo uso de uma boa didática (BOIASKI, 2007).
A partir dessas informações, o caminho mais lógico a se seguir é prender a
atenção do aluno de forma que ele foque em determinada atividade e com isso
possa absorver e aprender o conteúdo. Para isso, torna-se necessária a utilização
de metodologias de ensino diferenciadas que proporcionem uma chance desse
aluno aprender a matéria assim como seus colegas de classe (MARCIANO, 2019).
24
Nesse processo, o professor possui papel fundamental, é importante que ele
esteja aberto a tentativas de novas metodologias que se adaptem às necessidades
dos alunos, pois “a aprendizagem não poderá ocorrer se o professor não estiver
atento à maneira que cada aluno tem para aprender.” (MARCIANO, 2019, p. 16).
O site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) traz um artigo
intitulado “Algumas estratégias pedagógicas para alunos com TDAH”, publicado em
20 de junho de 2017, o qual apresenta diversas orientações para auxiliar os
docentes a lidarem com alunos com TDAH.
O artigo é dividido em cinco tópicos: Atenção e memória sustentada, Tempo e
processamento das informações, Organização e técnicas de estudo, Técnicas de
aprendizado e habilidades metacognitivas e Inibição e autocontrole. Tendo em vista
o objetivo deste segmento do trabalho é uma análise de ferramentas digitais, vale
destacar as seguintes orientações citadas no artigo:
4 – Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas
diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno escolher
as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o
interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende
no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade
e especificidade de cada um (ABDA, 2017).
4 – Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais,
computadores, vídeos, e outros materiais diferenciados como revistas,
jornais, livros etc. A diversidade de materiais pedagógicos aumenta
consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora
a atenção sustentada (ABDA, 2017).
3 - Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como
outras tecnologias que possam ajudar no aprendizado, no foco e
motivação (ABDA, 2017).
Ademais, outro aspecto que é importante ao procurar ferramentas digitais é
seu funcionamento, são as instruções oferecidas a um aluno com TDAH: “Quando o
professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou
compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas. (...) Dar as instruções de
maneira clara (...)” (ABDA, 2017).
A partir da leitura do artigo, conclui-se que para a ferramenta digital funcionar
de maneira satisfatória com estudantes com TDAH elas devem: ser de fácil
entendimento e rápida aprendizagem, pois se houver muita dificuldade em aprender
a usar a ferramenta, o aluno pode se sentir desmotivado; não ser muito demorado,
de preferência possuir pequenas “atividades” que podem ser concluídas em menos
25
tempo, pois dessa forma, o aluno sente-se recompensado e motivado a continuar;
não haver excesso de informações na tela para que o aluno não perca o foco
durante o uso do aplicativo, jogo ou site.
Abaixo, apresentamos o quadro analítico dosmateriais encontrados que
atendiam aos critérios desta pesquisa:
Quadro 2 - Ferramentas digitais que têm potencial para auxiliar os estudantes com TDAH de
maneira autônoma.
ÍCONE DA
FERRAMEN
TA
NOME DO
RECURSO
TIPO DO
RECURS
O
(App.
jogo;
website)
STATUS
(gratuito
ou pago)
OBJETIVO EQUIPAMEN
TO
NECESSÁRI
O
POSSÍVEIS
CONTRIBUIÇÕE
S PARA O
ESTUDANTE
TDAH
OBSTÁCUL
OS
iCell App Gratuito Ensino
das
estrutura
s das
células
de
animais,
plantas
e
bactéria
s
Um
dispositivo
compatível
com o
sistema
Android ou
IOS.
A
interatividade
e os
componentes
visuais são de
fácil utilização.
O conteúdo
escrito é
conciso, o que
o torna mais
fácil de ser
assimilado
pelo aluno,
além de
possuir três
níveis de
conteúdo:
básico,
intermediário
e avançado.
Conteúdo
disponível
apenas
na língua
inglesa.
Duolingo App e
Website
Gratuito Ensino
de
idiomas
Um
dispositivo
compatível
com
sistema
Android ou
IOS; Ou
um
navegador
com
acesso à
internet
As aulas
curtas e com
diversidade
nos tipos de
exercício
(escrita,
escuta e fala)
faz com que o
aluno não
fique
entediado
com as
atividades. O
sistema de
acúmulo de xp
pode
26
incentivar o
aluno a
estudar mais.
Tynker Website
e App
Pago Ensino
de
program
ação
para
crianças
de 5 a
17 anos
Um
dispositivo
compatível
com
sistema
IOS; Ou
um
navegador
com
acesso à
internet.
Os conteúdos
ensinados por
meio de jogos
prendem a
atenção do
aluno. Além
disso, a
divisão por
idade permite
ao estudante
selecionar
uma opção de
acordo com
seu nível de
determinado
conhecimento.
Conteúdo
disponível
apenas
na língua
inglesa.
Sistemas do
Corpo
Humano 3D
App Gratuito Ensino
dos
sistemas
digestóri
o e
circulató
rio
Um
dispositivo
compatível
com
sistema
Android ou
IOS;
Componentes
visuais
interativos
correspondent
es com as
informações
escritas
contribuem
para melhor
entendimento
do conteúdo.
EarthViewer Website
e App
Gratuito Explorar
a
história
do
planeta
Terra
através
de
informaç
ões
sobre as
eras
geológic
as
Um
navegador
com
acesso à
internet;
Ou um
dispositivo
com
sistema
IOS..
A
interatividade
com
elementos
visuais
combinado à
variedade de
informações
curtas são
mais fáceis de
serem
assimiladas e
menos
cansativas do
que longos
textos.
Conteúdo
disponível
apenas
na língua
inglesa.
BiomeViewer Website
e App
Gratuito Explorar
os
biomas
do
planeta
Terra
Um
navegador
com
acesso à
internet;
Ou um
dispositivo
Os elementos
visuais e as
informações
concisas
apresentam o
conteúdo de
maneira que o
Conteúdo
disponível
apenas
na língua
inglesa
27
com
sistema
IOS
aluno consiga
visualizar
determinadas
mudanças
ocorridas no
planeta ao
longo do
tempo, assim
compreenden
do melhor a
informação
escrita
Minecraft
Education
Edition
Jogo Pago Ensino
de
matérias
variadas
no
ambient
e virtual
do jogo
Minecraf
t
Um
computado
r com
memória
suficiente
para
baixar o
jogo
Ensinar os
conteúdos em
um ambiente
virtual e
interativo,
além de
chamar a
atenção, faz
com que o
aluno participe
mais da aula
Disponíve
l apenas
na língua
inglesa
A busca pelos aplicativos, jogos e websites resultou em poucos resultados
que atendiam ao foco desta pesquisa. Ao utilizar os termos “ferramentas digitais e
aprendizagem TDAH” e “ambientes digitais e TDAH” foram encontrados resultados
abordando, em sua maioria, ambientes digitais de maneira ampla, sem mencionar
ferramentas específicas. Os resultados que mencionaram ambientes digitais
específicos, em sua maioria, eram ferramentas voltadas para organização,
produtividade e foco, além de jogos relacionados ao exercício da memória e
concentração.
As pesquisas resultantes que apresentaram ferramentas que se adequavam
às estratégias pedagógicas pesquisadas e se encaixavam melhor no propósito
deste trabalho, foram escolhidas para serem analisadas. No entanto, notou-se uma
falta de ferramentas com as características procuradas, principalmente em língua
portuguesa; muitos resultados estavam disponíveis apenas para dispositivos com
sistema IOS, o que tornava inviável o teste; além disso, os jogos encontrados eram
normalmente voltados para o público mais infantil, para alfabetização e matemática
básica. Levando esses fatores em consideração, foram selecionadas sete
ferramentas que serão brevemente analisadas a seguir.
28
O aplicativo iCell, desenvolvido pelo HudsonAlpha Institute for Biotechnology,
é voltado para matéria de biologia, especificamente para o estudo das células. O
funcionamento é bem simples, consiste em uma imagem 3D de uma célula, essa
imagem pode ser aproximada e girada em diversas direções. O usuário pode clicar
em qualquer elemento da célula e um pequeno texto será exibido na parte inferior
da tela contendo as informações daquela estrutura. Existem três opções de texto:
básico, intermediário e avançado. Há também três tipos de células disponíveis no
aplicativo: Animal, Vegetal e Bacteriana.
FIGURA 1 - Tela do app iCell
Fonte: Página do aplicativo na Play Store .1
Por ser um aplicativo simples de se usar e com recursos visuais
interessantes, ele pode funcionar muito bem para um aluno com TDAH. Além disso,
as informações concisas não deixarão o aluno cansado e serão mais fáceis de
serem lembradas. Infelizmente, o aplicativo só está disponível na língua inglesa, o
que o torna inacessível para muitos alunos que não possuem o conhecimento desse
1 Disponível em: <https://play.google.com/store/apps/details?id=icell.android>. Acesso em: 24 fev.
2020
https://play.google.com/store/apps/details?id=icell.android
29
idioma. Mesmo com a barreira do idioma, manteve-se o aplicativo na tabela, pois ele
se encaixava muito bem nas estratégias pedagógicas apresentadas.
O Duolingo, disponível para dispositivos mobile e desktop, é um aplicativo
voltado para o estudo de idiomas que oferece os cursos de inglês, espanhol,
francês, alemão, italiano e esperanto para falantes da língua portuguesa. O
aplicativo é de fácil utilização e possui uma interface agradável e com muitos
elementos ilustrativos. Os aspectos a favor dos estudantes com TDAH são as lições
curtas e os exercícios variados que mesclam a fala, a escrita e a escuta, fazendo
com que o aluno não se canse fazendo atividades monótonas por muito tempo. Os
elementos sonoros também podem ser destacados como um elemento que ajuda a
prender a atenção. O aplicativo também contém um sistema de pontuação e
recompensas conforme as atividades são concluídas, o que pode incentivar o aluno
a estudar. Além disso, há a opção de estabelecer metas diárias, como por exemplo
“estudar 5 minutos por dia”, uma vez estabelecido o objetivo, o app envia
notificações lembrando da atividade do dia.
FIGURA 2 - Tela do app Duolingo
30
Fonte: Página do aplicativo na Play Store .2
A ferramenta é bem acessível, está disponível para dispositivos Android e
IOS, além do website que pode ser acessado por meio de um navegador. Apesar de
haver uma versão paga, o conteúdo disponível na versão gratuita é satisfatório.
Tynker é um website voltado para o ensino de programação para crianças de
5 a 17 anos. O conteúdo é ensinado por meio de diversos jogos, cada um voltado
para um objetivo, como resolução de problemas de lógica, ou linguagem de
programação, como Python e JavaScript. Há uma categorização por idade, sendo
dividido em: crianças de cinco a sete anos, crianças de oito a treze e maiores de
quatorze anos.
Com toda certeza, de todas as ferramentas selecionadas, essa é a mais
inacessível. Além de estar disponível apenas em inglês, é também uma ferramenta
paga, com valores que variam de $20 a $360 dependendo do tempo de acesso
(quinzenal, mensal ou anual) e da quantidade de pessoas (individual ou família). No
entanto, foi mantida na tabela por sua ideia muito interessante de ensinar um
conteúdo difícil de uma maneira divertida e descontraída. Devido a barreira
monetária, não foi possível testar a plataforma. No entanto, parece uma alternativa a
favor do estudante com déficit de atenção por se tratar de jogos que ensinam passo
a passo os conceitos de programação e como aplicá-los.Sistemas do Corpo Humano 3D é um aplicativo gratuito disponível para
dispositivos Android e IOS. Como o nome diz, trata-se de um aplicativo voltado para
área de biologia, mais precisamente para os sistemas digestório e circulatório. O
aplicativo consiste em uma tela dividida em dois, com os conteúdos escritos no lado
esquerdo e a animação 3d no lado direito. Existe ainda uma faixa na parte superior
da tela com os tópicos sobre aquele sistema. Ao clicar em um dos tópicos, é
mostrada a animação referente ao tópico escolhido e uma explicação é mostrada do
lado esquerdo da tela. O conteúdo mostrado tem uma boa quantidade de
informação e o complemento oferecido pela animação ajuda a entender melhor o
processo. Esse aplicativo pode ajudar os estudantes com déficit de atenção, pois a
2 Disponível em: <https://play.google.com/store/apps/details?id=com.duolingo>. Acesso em: 24 fev.
2020.
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.duolingo
31
junção de conteúdo escrito e visual pode fazer com que a assimilação e o
entendimento sejam facilitados. Um ponto negativo dessa aplicação é que ele trava
de vez em quando, o que pode prejudicar a experiência do usuário e acabar
fazendo com que o aluno se desconecte daquele momento de estudo.
FIGURA 3 - Tela do app Sistemas do Corpo Humano 3D
Fonte: Página do aplicativo na Play Store .3
O EarthViewer pode ser acessado pelo navegador ou baixado em uma
versão desktop. O website é voltado para área da geografia e tem como objetivo
mostrar as mudanças no planeta terra ao longo dos períodos. Ao lado esquerdo da
tela é mostrado uma linha do tempo marcando cada período. Ao lado da tabela é
mostrado o planeta terra em 3D, onde as mudanças são mostradas conforme a
linha do tempo é avançada ou retrocedida. Na barra inferior existem várias opções
de itens a serem visualizados, como: eventos geográficos, eventos biológicos,
extinções em massa, fósseis, etc. Também é possível a evolução em gráfico da
temperatura, oxigênio, dióxido de carbono, duração dos dias e luminosidade no
planeta terra. Outro recurso disponível são textos pequenos explicativos e ilustrados
3 Disponível em:
<https://play.google.com/store/apps/details?id=com.EvoBooks.SistemasCorpoHumano>. Acesso em:
24 fev. 2021.
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.EvoBooks.SistemasCorpoHumano
32
sobre alguns temas como: efeito estufa, origem dos eucariotos, extinção em massa,
entre outros.
FIGURA 4 - Tela do website EarthViewer
Fonte: Website oficial do EarthViewer4
Desenvolvido pelo mesmo grupo da ferramenta anterior, o BiomeViewer
fornece informações sobre biomas do planeta terra. A tela principal contém o
planeta Terra em 3D ao lado esquerdo uma seção com diversas opções de
características a serem visualizadas, sendo elas: biomas do planeta, precipitação ao
longo do ano, biomas antropogênicos ao longo do tempo, temperatura média ao
longo do ano e relevo. Cada um desses itens possui uma breve explicação sobre o
que se tratam, além de informações explicativas nos itens que possuem subtópicos.
O usuário pode clicar em qualquer parte do globo e será mostrado, ao lado direito,
uma seção contendo o nome do bioma, localização, climograma e quantidade de
espécies de mamíferos, répteis e anfíbios. Essas informações podem ser
expandidas, mostrando um breve texto contendo onde o bioma é encontrado, suas
características gerais e a flora do bioma. Além disso, o climograma é mostrado em
um tamanho maior e há uma seção sobre a vida selvagem do bioma, mostrando
4 Disponível em: <https://www.biointeractive.org/classroom-resources/earthviewer>. Acesso em: 24
fev. 2021
https://www.biointeractive.org/classroom-resources/earthviewer
33
alguns exemplos de anfíbios, mamíferos e répteis com descrição, nome científico,
classe, ordem, família e status (existente ou extinto).
FIGURA 5 - Tela do website BiomeViewer
Fonte: Website oficial do BiomeViewer5
A interatividade que o usuário pode ter em ambas ferramentas, podendo
acompanhar as mudanças no planeta visualmente pode colaborar para o
aprendizado de um estudante com TDAH. As informações pontuais e os textos
curtos com uma variedade de informações fornecem um conteúdo de forma concisa
e menos cansativa, tornando o aprendizado mais dinâmico.
Por mais que o Earth Viewer e Biome Viewer sejam ferramentas bastante
completas e gratuitas, elas tornam-se inacessíveis para muitos estudantes devido à
barreira linguística, isso porque seu conteúdo está disponível apenas na língua
inglesa.
Por fim, Minecraft Education Edition é uma versão do popular jogo
Minecraft voltado para o ensino. Por ser um jogo de mundo aberto, permite a
criação de diversos ambientes e o propósito dessa versão do jogo é criar situações
5 Disponível em: <https://www.biointeractive.org/classroom-resources/biomeviewer>. Acesso em: 24
fev. 2021
34
relacionadas ao aprendizado de algum conteúdo específico. Diferentemente das
ferramentas anteriores, o Minecraft Education Edition não é voltado apenas para um
conteúdo, ele pode ser aplicado em qualquer matéria. No próprio site oficial são
apresentados exemplos de aulas construídas com o uso do Minecraft, o professor
pode classificar o conteúdo por idade e matéria, logo abaixo são mostrados modelos
de aulas.
A ferramenta é voltada para o uso em sala de aula e interação com os
colegas. A inserção de um conteúdo específico em um cenário de jogo torna o
aprendizado muito mais dinâmico, faz com que os alunos interajam com o ambiente
do jogo e trabalhem em equipe para explorar o jogo. No entanto, essa também é
uma ferramenta disponível apenas em inglês e de maneira paga. A Microsoft possui
a opção de contas para Educação, ou seja, a instituição de ensino pode ter acesso
ao pacote Office e com essa mesma conta pode adquirir o Minecraft Education
Edition caso seja elegível para o resgate do benefício. Caso contrário é preciso
comprar o jogo normalmente.
Após pesquisar ferramentas digitais voltadas para o ensino que auxiliem
estudantes com TDAH, notou-se uma falta muito grande de ferramentas com bom
funcionamento em língua portuguesa. Muitas eram simplesmente uma coleção de
textos, o que não ajuda em relação ao dinamismo. Mesmo que em pouca
quantidade, foram selecionadas ferramentas com conteúdo e interação muito
positivos. Mesmo que algumas delas não sejam acessíveis por uma questão de
idioma, seu conteúdo e funcionamento foram tão interessantes que achou-se
pertinente adicioná-las para que fossem conhecidas por mais pessoas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho se propôs a entender as características e nuances do
Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, assim como as dificuldades
enfrentadas pelos alunos com o transtorno e, a partir das informações reunidas,
fazer uma busca por ferramentas digitais que contribuam para o aprendizado
35
desses estudantes, analisando sua efetividade, a partir do estudo da literatura,
quanto ao favorecimento da aprendizagem.
Para o estudo das características do transtorno e das dificuldades dos
estudantes, foram feitas revisões bibliográficas, as quais tiveram seu conteúdo
interpretado, analisado e sintetizado, visando a exposição e o compartilhamento de
informações.
Após estabelecer bem as características e dificuldades, iniciaram-se as
buscas por ferramentas e ambientes digitais que se encaixassem nos objetivos do
trabalho. Nesta pesquisa, percebeu-se uma baixa quantidade de resultados
satisfatórios, poucos aplicativos que atendessem às características procuradas,
além de pouco material de qualidade disponível na língua portuguesa.
Como não foi possível testar as ferramentas com alunos com TDAH, não se
pôde confirmar sua efetividade na prática, assim como não se pôde analisar sua
usabilidade, já que para isso seria necessário testes com o público alvo. As
conclusões resultantes das análises foram baseadas em materiais bibliográficos
referentes às estratégias pedagógicas recomendadas para este público.
Após os resultadosdeste trabalho, espera-se que haja maior visibilidade em
relação à importância dos processos pedagógicos e da inclusão dos alunos
independentemente de qualquer adversidade. Além disso, espera-se também que a
área de pesquisa em informática inclusiva se dedique à produção de pesquisas que
também envolvam esse público com mais frequência, para além dos demais déficits
ou deficiências comumente já atendidos por essas pesquisas. Tendo em vista a
quantidade de resultados apresentados, acredita-se que a criação de aplicativos
educacionais voltados para o TDAH (ou qualquer outro transtorno que gere
dificuldades no aluno) possa ajudar no processo de inclusão, melhorando a
experiência de aprendizado e a permanência do aluno na escola.
36
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, R. M; ALVES, J. B. M. A informática e as dificuldades de aprendizagem:
repensando o olhar e a prática no cotidiano da sala de aula. Fórum de Informática
aplicada à Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais – CBComp. Disponível
em:
https://www.researchgate.net/publication/228737519_A_informatica_e_as_dificulda
des_de_aprendizagem_repensando_o_olhar_ea_pratica_do_professor_no_cotidiano_
da_sala_de_aula. Acesso em: 07 set. 2020
ARAÚJO, A. L. S. O. de; BRITO, R. R. de; SILVA, A. P. da. Softwares para educação
inclusiva: uma revisão sistemática no contexto de SBIE e WIE. Brazilian Symposium
on Computers in Education (Simpósio Brasileiro de Informática na Educação - SBIE),
v. 24, p. 507-515, nov. 2013. Disponível em:
https://www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/2529. Acesso em: 07 set.
2020.
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https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/. Acesso em: 04 jun. 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (ABDA). Algumas estratégias
pedagógicas para alunos com TDAH. Disponível em:
https://tdah.org.br/algumas-estrategias-pedagogicas-para-alunos-com-tdah/.
Acesso em: 16 nov. 2020.
BOIASKI, M. T. Estudo do processo de desenvolvimento de escolares com
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade na interação em ambientes
digitais/virtuais. 2007. Dissertação (Pós graduação em educação) – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Centro Gráfico, 1988.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 12 ed. São Paulo: Cortez
editora, 2017.
LISTA reúne 20 melhores aplicativos educacionais de 2019. Disponível em:
https://porvir.org/lista-reune-20-melhores-aplicativos-educacionais-de-2019/.
Acesso em: 19 dez. 2020.
MARCIANO, A. C. B. Uma abordagem sobre a aplicação de jogos digitais como
tecnologia assistiva para crianças com TDAH no processo de aprendizagem. 2019.
Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Mídias na educação) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.
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