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CONTROLE ESTATÍSTICOCONTROLE ESTATÍSTICO DE QUALIDADEDE QUALIDADE SISTEMAS DE MEDIÇÃOSISTEMAS DE MEDIÇÃO Au to r ( a ) : M e . J e r r y M e n d e l s k i R ev i s o r : J a i ro Wo l f Tempo de leitura do conteúdo estimado em 1 hora e 9 minutos. Introdução Olá, estudante! Neste material, convido você a conhecer um pouco mais sobre sistemas de medição . Dentro de um sistema de medição, podemos evidenciar a aplicação da MSA – Análise do Sistema de Medição –, que está vinculada à possibilidade de garantirmos que as informações obtidas pela medição de fato correspondam às cotas observadas nas peças que estão sendo dimensionadas, ou seja, que elas representam de forma potencial e verdadeira a ocorrência em um processo produtivo. Assim, saberemos se as avaliações dimensionais possuem resultados considerados con�áveis, antes de avaliar ou melhorar qualquer processo. Diante disso, convido você a embarcar nesta jornada de estudos, que contribuirá de forma ampla para a sua formação. Bons estudos! Avaliação de sistemas de medição O objetivo da análise de conglomerados, também conhecida como análise de agrupamentos ou de cluster, é particionar um conjunto de dados em grupos que são internamente homogêneos e externamente distintos, ou seja, segmentar ou agrupar em grupos menores (subgrupos). A classi�cação é realizada com base em uma medida de similaridade ou dissimilaridade dentro e entre os grupos. Sistematicamente, em nosso dia a dia, são realizadas inúmeras medições, sendo que, para a execução dessas atividades, é necessária a combinação de quatro fatores: Operador – em algumas situações especí�cas, não há a atuação direta do operador no processo de medição, sendo esta executada de forma automatizada. Instrumento. Condições ambientais. Método de medição. Os instrumentos de medição são de grande importância para uma correta interpretação das variáveis avaliadas e a consequente obtenção da variável resposta, englobada na análise e na interpretação dos resultados gerados. Conforme Hair et al. (2009), para realizar uma análise de cluster cuidadosa, são necessários métodos com as seguintes características: Diariamente nos processos fabris, termos como sistema de medição e instrumento de medição são utilizados. Esses conceitos são tratados no contexto da aplicação da metodologia de Análise dos Sistemas de Medição (MSA) . O Vocabulário internacional de metrologia (VIM) de�ne o conjunto de de�nições, assim como os respectivos termos atrelados a um sistema de conceitos e inspeção de qualidade fundamentais e gerais utilizados em metrologia (VIM, 2012): Sistema de medição : caracterizado por ser um conjunto de um ou mais instrumentos ou dispositivos de medição que possibilitam a obtenção de valores dentro de intervalos de grandeza de�nidos. Instrumento de medição : é um dispositivo destinado à realização de medições de forma individual ou associado a um ou mais dispositivos considerados como suplementares. Sistema de medição Estudante, quando analisamos o conceito de sistema de medição, podemos observar que ele se refere ao meio com o qual as medições são realizadas, de forma que seja possível comparar o resultado obtido da medição com a unidade de medição estabelecida. Em suma, o processo de medição é executado por um operador manuseando um instrumento ou um sistema de medição, o que fornece o valor em conjunto com a respectiva unidade. O termo “sistema de medição” tem sido empregado para descrever, de forma mais abrangente, qualquer meio de medição, incluindo os instrumentos mais simples compostos de vários módulos interligados, como as máquinas de ensaios de tração de matérias e as máquinas de medição por coordenadas – estas, sistemas classi�cados como sistemas de grande porte , compostas, por sua vez, de vários módulos �sicamente individualizados (ALBERTAZZI JÚNIOR; SOUZA, 2018). Sendo assim, conforme Albertazzi Júnior e Souza (2018), podemos utilizar a denominação “instrumento de medição” para representar sistemas dimensionais de pequeno porte, individualizados, totalmente operacionais e normalmente encapsulados. Alguns exemplos são os paquímetros, micrômetros, termômetros, voltímetros etc. Nesse sentido, caro(a) estudante, podemos observar que existe uma grande quantidade de instrumentos de medição, os quais realizam operações de monitoramento de processos, experimentos em geral, assim como o controle de processos e operações. Para isso, consideram-se inúmeros princípios de trabalho. De forma geral, o Código de Nuremberg estabeleceu que nenhum ser humano poderia ser submetido a projetos de pesquisa sem o seu devido consentimento, sendo o primeiro documento a ter alcance internacional, por conta, principalmente, do repúdio da comunidade internacional quanto aos crimes cometidos no período nazi- fascista (PALÁCIOS; REGO; SCHRAMM, 2009). A necessidade de regulamentação de pesquisas em seres humanos, para proteger seus participantes, e o desejo do corpo médico ter sua própria regulamentação foram motivações para a criação da Declaração de Helsinque, a qual foi aprovada pela Associação Médica Mundial, e cuja primeira versão é de 1964 (PALÁCIOS; REGO; SCHRAMM, 2009). I. Identi�car e compreender as chamadas fontes de variação, listadas como operador, instrumento de medição, temperatura, entre outras. Em 1988, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Brasil estabeleceu normas que tratam da ética em pesquisa com seres humanos e, em 10 de outubro de 1996, aprovou as diretrizes/normas que regulamentam pesquisas com seres humanos, denominada Resolução 196/96 (PALÁCIOS; REGO; SCHRAMM, 2009). A Resolução 196/96 estabeleceu princípios básicos para permitir apreciação da ética em protocolos de pesquisa, criando os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). O conteúdo da resolução incorpora as experiências históricas da regulamentação sobre ética em pesquisa, principalmente com base no Código de Nuremberg (1947), na Declaração dos Direitos Humanos (1948), na Declaração de Helsinque (desde a primeira versão de 1964), nas Diretrizes Internacionais para a Revisão Ética de Estudos Epidemiológicos e nas Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas Biomédicas Envolvendo Seres Humanos, assim como em conteúdos de leis promulgadas após a aprovação da Constituição de 1988 (PALÁCIOS; REGO; SCHRAMM, 2009; NOVOA, 2014). Samohyl (2009) estabelece que o grá�co de soma acumulada (CUSUM) é um aprimoramento do grá�co de controle X de Shewhart, este, de�nido como sendo a forma de monitoramento da média de um processo especí�co cuja característica de qualidade de interesse X é uma grandeza mensurável representada. Assim sendo, o CUSUM é o mais apropriado para se reconhecer o histórico dos dados, característica ausente em grá�cos mais simples, e também para identi�car pequenas alterações nos processos muito antes dos alarmes dos grá�cos X, considerados como LSC e LIC. II. Métodos III. Pessoas. μμ IV. Ambiente. Apesar de a eticidade e a cienti�cidade da pesquisa cientí�ca, em especial, daquela realizada com seres humanos, serem aspectos que caminham juntos, não cabe aos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) a emissão de pareceres sobre a metodologia utilizada no desenvolvimento dos estudos (NOVOA, 2014). VI. Medição. Em geral, qualquer valor medido observado pode ter algum erro, possível de ser representado por: Valor medido observado = Valor medido verdadeiro + erro de medição Para a realização dos estudos de MSA, caro(a) estudante, é necessário considerar alguns parâmetros básicos, dos quais podemos citar: a preocupação com a questão de os operadores estarem devidamente treinados e, assim, familiarizados com todos os equipamentos disponíveis para a medição; saber se o equipamento é totalmente estável ao longo do tempo; e se não há qualquer in�uência do ambiente externo sobre o processo de medição implantado. O MSA con�gura-se como uma ferramenta que con�rma a capacidade do sistema de medição em relação à respectiva aplicação. Ele não está relacionadoa testes da equipe de operadores nem ao processo de fabricação. Tanto testes da equipe de operadores quanto o processo de fabricação são considerados premissas verdadeiras e, caso contrário, os testes indicarão que tais áreas precisam de correção. Não existem sistemas de medição que possam ser classi�cados como ideais. Dessa forma, é atribuição direta dos engenheiros de�nir e implantar sistemas de medição que apresentem propriedades estatísticas consideradas adequadas. Os engenheiros procuram de�nir as propriedades estatísticas mais relevantes para o uso dos dados, assegurando que tais propriedades sustentem a escolha do sistema de medição. Estas são as propriedades estatísticas a serem consideradas, caro(a) estudante: Os abusos cometidos em nome do Estado e da Ciência, apurados e denunciados mundialmente em 1947 no Relatório �nal do Tribunal Internacional de Nuremberg, levaram à elaboração do primeiro Código de conduta em pesquisas, internacionalmente aceito – o Código de Nurembergue (1947) (PALÁCIOS; REGO, SCHRAMM, 2009, p. 607). Portanto, o controle das variações dos resultados das medições requer que sejam estabelecidos médias e desvios, assim como seja acompanhada a estabilidade no decorrer do tempo, visando a uma previsibilidade que resulte em coerência. Nesse sentido, o planejamento e o gerenciamento adequados do sistema de medição procuram economizar os recursos de inspeção (instrumentos, dispositivos de controle, entre outros), bem como aumentar o intervalo das inspeções. Nesse contexto, um sistema de medição é in�uenciado por duas fontes de variação: a aleatória e a sistemática, ambas provenientes de causas comuns e causas especiais. A pesquisa epidemiológica tem por base a coleta sistemática de dados sobre eventos associados, principalmente, à saúde das pessoas pertencentes a populações de interesse. O tratamento analítico dado aos fatores pesquisados tem base em três procedimentos, a saber, a mensuração de variáveis aleatórias, a estimação de parâmetros populacionais e o uso de testes estatísticos (BLOCH; COUTINHO, 2009). Para Campos, Rego e Mendonça (2017), os parâmetros de repetibilidade e reprodutibilidade servem como medidas de variação do sistema de medição. O R&R é o desvio-padrão combinado em relação à repetibilidade e à reprodutibilidade do sistema de medição. De forma mais especí�ca, o Manual de MSA de�ne que a repetibilidade é uma variação especí�ca nas medições lidas em um instrumento de medição, independentemente do número de vezes que as medições são feitas por um avaliador, considerando-se uma característica idêntica de uma mesma peça/amostra. A reprodutibilidade , por sua vez, de�ne-se como a variação das médias das medições quando consideramos a utilização de diferentes avaliadores, sendo utilizado, porém, o mesmo instrumento de medição para medir a mesma característica de uma mesma peça/amostra. Adicionalmente, ao tratarmos de erros de dispersão, uma regra geral de aceitação é apresentada no Manual de MSA. Observe o infográ�co a seguir: - Ciclo PDCA - #PraCegoVer : o infográ�co interativo apresenta o título “Erros de Dispersão” e três tópicos em linha vertical. O primeiro tópico apresenta o título “Erro menor que 10%” e, ao clicar nele, há o seguinte texto: “Sistema de medição aceitável”. O segundo tópico apresenta o título “Erro entre 10% e 30%” e, ao clicar nele, há o seguinte texto: “O sistema pode ser aceito com base na importância de sua aplicação, no custo do aparato de medição e nos seus custos de reparo”. O terceiro tópico apresenta o título “Erro acima de 30%” e, ao clicar nele, há o seguinte texto: “Sistema de medição inaceitável”. Ao lado direito dos três tópicos, o infográ�co apresenta a ilustração de uma mulher de costas em pé, de frente a um computador gigante. Ela está atualizando os ponteiros de um medidor de velocidade. Dessa forma, conseguimos avaliar facilmente nossos sistemas de inspeção, assim como um simples instrumento de medição, visto que tais classi�cações nos direcionam em relação a como interpretá-los e agirmos. Além disso, caro(a) estudante, o número de categorias distintas (critério de discriminação) deve ser maior ou igual a 5. Planejamento ( Plan ): etapa em que se estabelecem as metas e o melhor caminho para alcançá-las. Fonte:@pch.vector/freepik Caro(a) estudante, os principais elementos atrelados a um sistema de medição considerado genérico são: o padrão, a peça, o instrumento, a pessoa, o procedimento e o ambiente. Os fatores que afetam essas variáveis, portanto, devem ser entendidos e, então, controlados ou eliminados. Erro de medição Quando efetuamos a medição de qualquer componente ou peça, estamos sempre suscetíveis a erros atrelados ao processo. Nada nem ninguém é perfeito, assim os resultados de medições também podem não o ser. Podemos considerar que o erro de medição sempre estará presente quando a indicação do sistema de medição não relacionar corretamente com o valor verdadeiro do mensurando. Sendo assim, de�ne-se como erro de medição a diferença entre o valor indicado pelo sistema de medição e o valor verdadeiro do componente ou da peça dimensionada. A equação abaixo representa matematicamente o erro de medição: Na qual: E = erro de medição. I = indicação do sistema de medição. V V = valor verdadeiro dimensionado. Com relação aos tipos de erros de medição existentes, podemos citar: Erro sistemático : erro ou tendência identi�cada em muitos processos de medição que se refere à parcela previsível do erro. Devido a isso, o erro sistemático deve ser determinado durante qualquer processo dimensional. Para estimar o erro sistemático de um sistema de medição, devemos fazer medições de forma repetitiva do componente ou peça dimensionada, considerando que quanto maior for o número de medições, melhor será a estimativa. Após as medições, a equação abaixo representa o valor do erro sistemático: E = I − VV Na qual: Es = erro sistemático. µ = média de um número in�nito de indicações. V V = valor verdadeiro dimensionado. Erro aleatório : o erro aleatório é classi�cado como sendo a parcela do erro que não pode ser prevista, portanto ele é o agente que faz com que repetições levem a resultados diferentes. O erro aleatório pode ser obtido pela equação: Na qual: Ea = erro aleatório. µ = média de indicações. Ii = i-ésima indicação. Erro grosseiro : o erro grosseiro é originado do uso incorreto ou mau funcionamento de um sistema de medição, assim como de uma leitura errônea do sistema de medição. Seu valor não pode ser calculado, mas ele pode ser percebido com facilidade. Normalmente, o erro grosseiro é oriundo da falta de atenção, do pouco treino ou conhecimento do operador e até mesmo da falta de perícia. No âmbito dos erros de localização, os chamados erros de tendência e linearidade são considerados inaceitáveis quando forem diferentes de zero ou se excederem o erro máximo estabelecido no processo de calibração do dispositivo de medição. Basicamente, caro(a) estudante, podemos considerar que as imperfeições do sistema de medição, as limitações do operador e as in�uências das condições ambientais são exemplos de fatores que provocam os erros de medição. Devido a isso, por melhor que seja a qualidade do sistema de medição utilizado, por mais Es = μ − VV Ea = − μIi cuidadoso e habilidoso que seja o operador, e por mais bem controladas que sejam as condições ambientais existentes, ainda existe o erro de medição atrelado, em maior ou menor grau. Para realizar uma leitura correta e �dedigna, que represente a real medida da peça dimensionada, é necessário que nossa atenção seja total e que tenhamos cuidado também com o erro de paralaxe. O erro de paralaxe é comum em todos os equipamentos com leitura analógica e origina-se quando os traços de uma escala principal e outra secundária estiverem localizados em planos diferentes, implicando assim valores de leitura diferentes do valor dimensionado. A �m de evitar o efeito paralaxe, a leitura do paquímetro deverá ser feita quando avista estiver posicionada em direção perpendicular à escala �xa e ao nônio, não podendo ser realizada a chamada leitura em ângulo. Caro(a) estudante, outro fator importante a ser considerado quando utilizamos o paquímetro é a pressão de medição, a qual origina-se da força com que acionamos a parte móvel. Ao errar a pressão, ocorre um posicionamento indesejado do cursor em relação à régua. O deslocamento do cursor deve ocorrer de forma a alcançar o equilíbrio em uma situação, sem que haja interferência ao movimentar o cursor móvel e de modo que ele esteja totalmente solto. Em uma situação assim, o operador deve informar a metrologia, sendo esta a responsável por ajustar e adequar o equipamento conforme a condição operacional perfeita. Con�iabilidade de medição Caro(a) estudante, a con�abilidade e a aceitação dos resultados obtidos pelos processos de medição são muito relevantes no âmbito das questões metrológicas. Basicamente, nenhum tipo de medição que possa ser realizada representa o Figura 3.1 - Medição por paquímetro Fonte: Mr.Smith Chetanachan / 123RF. #PraCegoVer : a imagem apresenta uma fotogra�a colorida de um paquímetro realizando uma medição externa, correspondente ao diâmetro externo de uma peça cilíndrica. A peça tem um furo passante e seis furos passantes nas extremidades. verdadeiro valor mensurado. Essa variação normalmente é explicada pelas limitações inerentes ao processo dimensional, as quais limitam as quantidades de medições que podem ser realizadas, assim como está associada aos efeitos das demais variações que possam estar presentes. De forma prática, podemos dizer que não existem medidas obtidas sem que haja uma incerteza de medição associada . Todas as medições têm uma faixa de variação diretamente associada à incerteza. Essa faixa de variação normalmente é representada pelos sinais de mais e menos (±), e quanto menor a incerteza, mais quali�cado é o resultado. Assim, a i ncerteza de medição é a indicação quantitativa que representa a qualidade dos resultados , sendo que a qualidade do resultado está atrelada à compatibilidade do valor medido em relação a um valor de referência. Nas aplicações que envolvam o controle de qualidade, a incerteza de medição deve estar representada de acordo com a equação abaixo, conforme de�nido por Albertazzi Júnior e Souza (2018): U = incerteza do processo de medição. IT = intervalo de tolerância. Segundo Albertazzi Júnior e Souza (2018), a equação acima estabelece que o alvo deve ser da ordem de um décimo do intervalo de tolerância. Na década de 1990, por meio do trabalho de especialistas representantes de sete organismos internacionais, foram estabelecidos dois documentos básicos que de�niram as diretrizes responsáveis pelo alinhamento de conceitos e, assim, minimizaram possíveis divergências quanto a conceitos, de�nições, entendimentos e estimativas de erros e incertezas de medições. Esses documentos foram: ● Guia para expressão da incerteza de medição. ● Vocabulário internacional de metrologia. O VIM de�ne “incerteza de medição” como o parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um mensurando, com base nas informações utilizadas (VIM, 2012). U = IT/10 A concepção aleatória baseada na hipótese da incerteza de medição de um resultado experimental pode ser composta de várias parcelas. Essas parcelas, por sua vez, podem ser agrupadas conforme a coleta de dados, apenas com a distinção entre os dados serem originados por métodos estatísticos ou por outros métodos. Nesse sentido, o uso de métodos estatísticos identi�ca as incertezas de medição do tipo A, e as oriundas de outros métodos são do tipo B (ALBACKERLI, 2015). A incerteza de medição pode ser expressa em termos de incerteza de medição combinada – uc (y) – ou incerteza de medição expandida – U. A incerteza combinada é a incerteza-padrão do resultado de uma medição, tendo em vista que esse resultado é estabelecido mediante valores de várias outras grandezas (AVALIAÇÃO…, 2008). A incerteza-padrão combinada é formada por avaliações de incerteza tipo A e tipo B, e é representada pela equação a seguir: Vamos nos aprofundar neste assunto? Como a incerteza combinada pode ser obtida em relação às incertezas-padrão para cada grandeza de entrada, o nível de con�ança é aproximadamente 68%, o qual equivale a um desvio-padrão representado na curva normal. Para obter um nível de con�ança maior, deve-se multiplicar a incerteza- padrão combinada por um fator especí�co de abrangência k, a �m de obter um intervalo Y = y ± U, que corresponde a um nível de con�ança. Assim sendo, é possível estabelecer que a incerteza expandida está interligada com a quantidade que de�ne um intervalo em torno do potencial resultado de uma medição. A incerteza expandida pode ser calculada pela equação abaixo: A determinação do fator de abrangência está relacionada ao nível de con�ança total requerido para o intervalo, o qual, neste caso, pode ser identi�cado pelo fator t da distribuição T-Student. Vem comigo para estudarmos mais sobre a metodologia para a estimativa da incerteza. A metodologia para a estimativa da incerteza de medição pode ser especi�cada por meio dos seguintes passos principais (AVALIAÇÃO…, 2008): De�nição do mensurando. Elaboração do diagrama causa-efeito. =uc + + . . . +u2 1 u2 2 u2 3 u2 n − −−−−−−−−−−−−−−− √ U = kxuc Estimativas das incertezas das fontes de entrada. Cálculo dos coe�cientes de sensibilidade. Cálculo dos componentes de incerteza. Combinação dos componentes. Cálculo dos graus de liberdade efetivos – o grau de liberdade representa a quantidade de informações que os dados podem fornecer, o que possibilita estimar valores de parâmetros populacionais desconhecidos e calcular a variabilidade dessas estimativas. Determinação do fator de abrangência. Estimativa da incerteza expandida. Em suma, a incerteza de medição nada mais é do que uma indicação quantitativa da qualidade dos resultados de medição esperados. Sem ela, não poderíamos comparar os resultados, assim como acontece com os valores de referência especi�cados ou com o padrão. Agora vamos conhecer a incerteza total? Para isso, é necessário conhecer todas as incertezas derivadas. Silva Neto (2011) de�ne quais são essas fontes de incertezas: Ensaio com de�nição incompleta: requisitos e especi�cações não descritos claramente. Ensaio com realização imperfeita: impossibilidade de reprodução das condições necessárias. Condição de amostragem: amostras não representativas. Condições de ambiente: ambiente inadequado que proporciona medições imperfeitas. Condição de leitura analógica: possibilidade de erros de leituras em instrumentos analógicos especí�cos. Condição de resolução do instrumento: possibilidade de erro de graduação ou escala. Condição dos padrões de referência: possibilidade de falha nos valores indicados. Condição de manutenção das condições dos instrumentos: possibilidade de alteração de características ou desempenho no intervalo desde a última calibração. Condição de manutenção de valores de constantes e parâmetros: possibilidade de alteração de valores e parâmetros que sejam utilizados na avaliação de dados. Condição de método de medida: possibilidade de falha nas aproximações e suposições que sejam incorporadas aos métodos e procedimentos utilizados para realização de medida. Condição de variações em repetidas observações de forma aparentemente idênticas. Esse efeito, considerado aleatório, pode ser causado por: função de variabilidade operacional; �utuação em curto espaço de tempo das condições ambientais, como temperatura (20 °C é considerada a temperatura ideal), umidade relativa e pressão do ar. Você sabe qual é a importância prática de se estabelecer o valor correto da incerteza? Ele está associado diretamente à qualidade que desejamos obter da peça que estejamos confeccionando. A incerteza especi�ca de forma quantitativa que, para todo dado mensurado, não existe um valor único, e sim in�nitos valores dispersos em torno do resultado,todos eles consistentes com as observações, os dados e o conhecimento disponível sobre o mundo físico. Considere uma linha de produção na qual tenhamos um micrômetro para a avaliação dimensional dos componentes fabricados. Se a especi�cação de projeto da cota a ser avaliada estabelece uma tolerância de ± 0,05 mm, e, ao calcularmos a incerteza expandida do instrumento, encontramos o valor de 0,00110, podemos considerar o instrumento de medição apto a fazer as avaliações de processo. No decorrer deste material, observamos a importância da interpretação correta e das incertezas de medição, bem como do conhecimento sobre tolerâncias e ajustes. Continue a leitura para aprender mais sobre inspeção de qualidade. Inspeção de qualidade Um dos dilemas envolvendo a prática operacional de um Sistema de Gestão da Qualidade está relacionado ao estabelecimento das inspeções de qualidade. Vamos descobrir o porquê? O ato de inspecionar ou julgar um objeto está presente no mundo desde o início da humanidade. Ao pegar algo nas gôndolas do mercado, inspeciona-se o produto para ver se há algum defeito, a �m de tomar a decisão de comprá-lo ou não (MARTINS, 2002). A inspeção de um produto, antes de comprá-lo ou entregá-lo ao cliente, é complexa, pois ele deve atender aos requisitos exigidos. A inspeção realizada em 100% do lote tornou-se inviável economicamente devido à alta da produção; logo, são utilizadas formas amostrais para que, a partir de uma amostragem do lote, seja possível fazer um julgamento e, assim, tomar uma decisão de aceitação. Essa forma de avaliar a qualidade de determinado produto, ou peça foi impulsionada pelo estabelecimento de normas, o que fez com que o processo de inspeção tivesse uma condução e�caz (MARTINS, 2002). A NBR 5426 estabelece planos de amostragem e procedimentos para inspeção por atributos, reduzindo assim a necessidade de inspecionar um lote inteiro. O objetivo da norma é juntar todas as características de qualidade exigidas pelos clientes e estabelecer um nível de aceitação. Após estabelecer a conformidade dos produtos, é tomada a decisão de liberar ou não o lote. Vale ressaltar que o nível de qualidade deve ser citado em documentos, instruções, entre outros (ABNT, 1985). Na inspeção por atributos, a unidade de produto é classi�cada como defeituosa ou não com base em um ou mais requisitos. Essa inspeção pode ser de�nida como um processo de medir e examinar determinado produto, a �m de veri�car se ele está ou não de acordo com as especi�cações (ABNT NBR 5426, 1985). A inspeção por atributo consiste em uma análise visual por peça, na qual se busca encontrar defeitos ocasionados pela forma de costura, dimensões divergentes, deformações da matéria-prima, entre outros problemas. A inspeção por amostragem é uma análise qualitativa, e os resultados obtidos determinam se o lote é aprovado ou não, se é defeituoso ou não e se está nas dimensões corretas. Agora, convido você a fazer a atividade a seguir para testar seus conhecimentos. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Implantar um processo produtivo requer que o sistema de medição seja conhecido, compreendido e avaliado. Nesse sentido, a aplicação de um MSA possibilita de�nir que as informações de medida que estão sendo coletadas representam de forma potencial e verdadeira a real ocorrência em um processo produtivo. Com relação ao MSA, é possível determinar que: a) considerando-se sistemas e instrumentos de medição, quando aplicamos o MSA, as ações estão baseadas somente na avaliação dos instrumentos de medição. Os estudos de capacidade têm por objetivo veri�car se um dado processo atende ou não às especi�cações de engenharia (do produto). Esta análise costuma ser feita mediante o cálculo e a interpretação de índices especí�cos para tal �nalidade. Análise de capacidade do processo b) o objetivo principal do MSA é assegurar que as informações de medida que estão sendo coletadas representam de forma potencial a possível discordância entre a peça e a leitura. c) a condição chamada repetibilidade traduz a variação nas medições observadas por um instrumento de medição, sendo este usado de forma repetitiva para dimensionar uma mesma característica de uma mesma peça/amostra. d) inicialmente, o MSA é considerado uma ferramenta que con�rma a capacidade do sistema de medição, tendo como objetivo provar/testar a equipe de operadores e o processo de fabricação. e) ao analisarmos um sistema de medição e tratarmos das questões relacionadas aos erros de dispersão, uma regra geral de aceitação é apresentada no Manual de MSA, segundo o qual o erro menor que 10% não é aceito. Se o processo não for estável, não há sentido em se veri�car a sua capacidade, pois o comportamento dele não será previsível e, consequentemente, não se pode analisar o atendimento às especi�cações de engenharia com base nas amostras que ele fornece. Fonte: number168 / 123RF. Na realização dos estudos de capacidade, dois cuidados devem ser tomados para que os resultados obtidos tenham sentido: o processo deve ser estável (ausência de causas especiais de variação), e os valores individuais devem seguir a distribuição normal. REFLITA A aplicação de um estudo e da análise de capacidade do processo deve estar interligada com o estudo do CEP, para que seja possível avaliar se a capacidade do processo deve estar isolada de causas especiais e pontuais. Se a distribuição dos valores individuais do processo não for normal, os índices de capacidade (que serão discutidos a seguir) poderão fornecer interpretações errôneas, já que esta é a distribuição assumida no cálculo. Vem comigo para conhecer mais sobre os índices de capacidade, no tópico a seguir. Índices de capacidade: Cp e Cpk Dois índices são empregados com mais frequência nos estudos de capacidade: Cp. Cpk. Índice Cp Este índice é de�nido como sendo a razão entre a tolerância de engenharia e a dispersão total do processo. Numericamente: LSE e LIE são os limites superior e inferior da especi�cação de engenharia, respectivamente. Como o desvio-padrão do processo é desconhecido, então utiliza-se R-barra ou s- barra com seus fatores de correção d2 e c4, respectivamente. Assim: O índice Cp compara a variação (dispersão) total permitida pela especi�cação com a variação consumida pelo processo. Se Cp > 1, isso indica que o processo é capaz de atender à especi�cação . Alguns autores preferem utilizar 8, em vez de 6, no denominador neste índice. A ideia é dar uma margem de segurança maior, já que, mesmo estável, podem ocorrer pequenas alterações em σ. Índice Cpk O índice é de�nido como sendo o menor valor entre Cpi e Cps, ou seja: Cp = = TOL 6σ LSE − LIE 6σ Cp = = LSE − LIE 6 R−− d2 LSE = LIE +6 s– C4 O índice de Cp permite apenas a comparação entre a variação total estabelecida pela especi�cação e a variação estabelecida e utilizada pelo processo, desconsiderando a média. O índice de Cpk, por sua vez, avalia a distância da média do processo (x-duas barras) em relação aos limites da especi�cação, assumindo assim aquela que é o menor e, dessa forma, a mais crítica com relação às chances de serem confeccionados itens fora da especi�cação. Na condição de Cpk > 1, podemos considerar o processo como capaz. Nesse sentido, outros autores optam também por utilizar o valor 4 no denominador de Cpi e Cps, em vez de 3. A ideia é similar à exposta no índice Cp. Estudante, veja a seguir, algumas observações importantes: Cpk = min[Cpi,Cps]. Cpi = = − LIEx−̄ ¯ ¯¯̄¯ 3. R−̄̄̄ d2 − LIEx−̄ ¯ ¯¯̄¯ 3. S−̄̄̄ c4 Cps = = LSE − x−̄ ¯ ¯¯̄¯ 3. R−̄̄̄ d2 LSE − x−̄ ¯ ¯¯̄¯ 3. S−̄̄̄ c4 Cp será sempre maior ou igual aCp será sempre maior ou igual a Cpk.Cpk. O processo é centrado quando CpO processo é centrado quando Cp = Cpk.= Cpk. Para Cpk < 1, o processo geraPara Cpk < 1, o processo gera produtos não conformes.produtos não conformes. Os resultados são consideradosOs resultados são considerados válidos para o Cp e o Cpk somenteválidos para o Cp e o Cpk somentese a distribuição dos valoresse a distribuição dos valores individuais for normal. individuais for normal. Fonte: alphaspirit / 123RF. Fonte: alphaspirit / 123RF. Segundo Montgomery (2009), os valores mínimos recomendados da razão da capacidade do processo para especi�cações bilaterais são: Processos existentes: 1,33. Processos novos: 1,50. Segurança ou parâmetro crítico, processo existente: 1,50. Segurança ou parâmetro crítico, processo novo: 1,67. Assim, de maneira geral, considera-se que um processo é altamente capaz quando seu índice supera a marca de 1,67. Mohammadian e Amiri (2013) sugerem que esse índice seja maior do que 2 (𝐶𝑝𝑘 ≥ 2,00), visando garantir a alta capabilidade do processo. Agora, convido você a realizar as atividades propostas na sequência e aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto. Vamos lá? Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Podemos considerar que incerteza de medição nada mais é do que uma indicação quantitativa da qualidade dos resultados de medição esperados. Com ela, é possível comparar os resultados entre si, assim como acontece com os valores de referência especi�cados ou com o padrão. Com relação à incerteza de medição, assinale a alternativa correta. a) Leitura do equipamento analógico: ensaio com de�nição incompleta não efetiva alteração nem interferência como parte da incerteza de medição. b) Condição de manutenção das condições dos instrumentos: possibilidade de alterar as características ou o desempenho no intervalo desde a última calibração do instrumento de medida. c) Ensaio com de�nição incompleta: realizado em condição imperfeita, causa variação e alteração nos resultados obtidos e esperados. d) Ensaio com condição imperfeita: possibilidade de erros de leituras em instrumentos analógicos especí�cos. e) Condição de amostragem: possibilidade de falha nos valores indicados. vamos praticar Praticar Com o objetivo de estabelecer se um processo pode atender ou não às especi�cações de engenharia (do produto), temos como ferramenta a análise da capacidade de um processo, que nos permite calcular os valores de Cp e Cpk. Um processo está caracterizado por uma distribuição normal com média de 72 g e um desvio-padrão de 1,8 g. Sabendo que as especi�cações de nosso cliente são de 52 ± 2 g, qual é o Cp? Material Complementar L I V R O Avaliação de sistemas de medição Editora : Atlas Autora : Cristina Werkema ISBN : 9788535253870 Comentário : na de�nição de um produto e na consequente de�nição do meio de fabricação, é necessário fazer a avaliação do sistema de medição, condição essencial para os processos produtivos. O livro em questão trata das principais técnicas estatísticas para avaliação de sistemas de medição, com o uso integrado do software MINITAB®. W E B Análise do sistema de medição: estudo de R&R da medição passo a passo | expert class Ano : 2020 Comentário : quando se fala em análise do sistema de medição, saber fazer uma boa interpretação de R&R (repetibilidade e reprodutibilidade) é fundamental. Nessa expert class , o professor Carlos Sander faz um estudo de R&R, que são indicadores de extrema importância cuja função é garantir a con�abilidade do sistema de medição. ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=FEZz3Byn52A Conclusão Encerramos este estudo, no qual foram explorados vários conteúdos e foram fornecidas possibilidades conceituais para você, estudante. Conseguimos, inicialmente, compreender as principais características que determinam e estabelecem as análises de um sistema de medição o MSA , assim como também foi possível compreender os conceitos da inspeção de qualidade e a aplicação da norma NBR 5426 que normatiza a inspeção por amostragem. Adicionalmente, pudemos compreender todas as bases do cálculo e assim a obtenção dos valores referentes a capacidade do processo, mais especi�camente os valores de Cp e Cpk . Espero que tenha gostado dessa aventura. Um abraço! Referências ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5426 : planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos. Rio de Janeiro: ABNT, 1985. ALBACKERLI, A. J. Metrologia para a qualidade . Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. ALBERTAZZI JÚNIOR, A.; SOUZA, A. R. Fundamentos de metrologia cientí�ca e industrial . São Paulo: Manole, 2018. ANÁLISE do sistema de medição: estudo de R&R da medição passo a passo | expert class. [ S. l.: s. n. ], 2020. 1 vídeo (13m30s). Publicado pelo canal CAE Treinamentos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dLXPXrq5e5s . Acesso em: 25 jun. 2021. CAMPOS, M.; REGO, L.; MENDONÇA, A. Métodos probabilísticos e estatísticos : com aplicações em engenharias e ciências exatas. Rio de Janeiro: LTC, 2017. JCGM – JOINT COMMITTEE FOR GUIDES IN METROLOGY. Avaliação de dados de medição : guia para a expressão da incerteza de medição. Rio de Janeiro: Inmetro, 2008. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/noticias/conteudo/iso_gum_versao_site.pdf . Acesso em: 25 jun. 2021. MOHAMMADIAN, F.; AMIRI, A. Economic-statistical design of acceptance control chart. Q uality and Reliability Engineering International , Hoboken, v. 29, n. 1, p. 53-61, 2013. MONTGOMERY, D. C. Introdução ao controle estatístico da qualidade . 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. SILVA, R. A. Qualidade, padronização e certi�cação . Curitiba: Intersaberes, 2017. (Biblioteca Ânima). SILVA NETO, J. C. Incerteza na medição de blocos-padrão com micrômetros analógicos. In : CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO, 6., 2011, Caxias do Sul. Anais […]. Caxias do Sul: ABCM, 2011. VIM – VOCABULÁRIO INTERNACIONAL DE METROLOGIA. Conceitos fundamentais e gerais e termos associados . Duque de Caxias: Inmetro, 2012. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/vim_2012.pdf . Acesso em: 25 jun. 2021. WERKEMA, C. Avaliação de sistemas de medição . São Paulo: Atlas, 2011. https://www.youtube.com/watch?v=dLXPXrq5e5s http://www.inmetro.gov.br/noticias/conteudo/iso_gum_versao_site.pdf http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/vim_2012.pdf
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