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A LITERATURA INFANTIL E A FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES

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A LITERATURA INFANTIL E A FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES
A literatura infantil provavelmente esteve presente em sua vida desde as primeiras fases da infância, não é? A maioria das pessoas normalmente carrega consigo lembranças associadas à leitura de alguma obra literária infantil. Essas lembranças podem tanto ser o enredo dos clássicos contos de fadas quanto o nome de algum autor que tenha habitado o seu imaginário infantil. Hoje é consenso para a grande maioria dos educadores que a literatura infantil deve ser utilizada como ferramenta para o desenvolvimento dos processos de alfabetização e que ela é de fato importante para a formação de novos leitores. Contudo, dentro da área literária ela ainda ocupa local de pouco destaque em relação a outros gêneros voltados para os públicos adultos. Você pode perceber que, com a reconfiguração social que ocorreu após a globalização, houve um avanço na área da literatura infantil. Assim, obras de autores renomados conseguiram obter sucesso e atingir seus leitores infantis pelas mais variadas nações do globo, tanto no formato do livro físico quanto do digital. Considerando que a leitura influencia diretamente a aprendizagem da escrita, comprovadamente, crianças que têm pais e mães leitores, que procuram manusear e ler para os filhos os mais diversos gêneros literários, estarão mais 14 propensas a se tornarem novas e ávidas leitoras. Nas últimas décadas, houve um aumento significativo nas obras de literatura infantil, que despertaram o interesse de uma legião de novos leitores pelo mundo. Ao comentar sobre essa expansão, Lígia Cadematori (2017) afirma que: No final do século XX, a literatura infantil passou pelo que se pode chamar de internacionalização do gênero, resultado da globalização dos mercados. Um livro infantil, uma vez comprovada sua aceitação pelo público de um país influente, é logo distribuído para crianças dos demais países e logo se torna sucesso global. É o que comprovam os fenômenos de recepção constituídos por obras em série de J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis; de J.K. Rowling, Harry Potter; e títulos de Stephenie Meyer, como Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse. É importante refletir sobre a citação da autora, que relata como tais obras tornam-se sucessos globais. Como se sabe, essas obras são difundidas e chegam às crianças pelos meios digitais de comunicação via internet. Hoje, é perceptível que as crianças, desde muito cedo, já interagem com dispositivos eletrônicos diversos, que as fascinam e, ao mesmo tempo, podem estar produzindo novos conceitos e ideias sobre o mundo e afetando sua subjetividade. Tais artefatos digitais da cultura contemporânea (tablets, smartphones, iPads), além de muitos outros jogos e aplicativos, são manuseados com destreza pelas crianças. Já em relação à literatura infantil, é importante que você atente à ideia de que a criança, para ter contato com o livro, com a obra infantil e sua leitura, desde a época em que ela ainda não se encontra alfabetizada, é imprescindível a presença do adulto ou, ao menos, de outra criança leitora. Esse aspecto é importante e traduz o quanto os pais e professores de educação infantil são necessários para realizar essa aproximação e estimular o gosto pela literatura desde os primeiros anos da infância, oferecendo “aos pequenos um tipo de informação e de recorte de mundo distintos daqueles que consomem diariamente” (CADERMATORI, 2017). Outro ponto que merece destaque nessa fase inicial é que a criança também vai ser influenciada ao visualizar o adulto praticando a leitura em seu dia a dia. Ou seja, o adulto leitor também estará ensinando a partir do exemplo de sua prática de leitor que os livros são interessantes e merecem ser objeto de admiração das crianças. Veja o que diz Azevedo (2004, p. 1) sobre esse aspecto: Fala-se muito em “formação de leitores”. É “politicamente correto” elogiar a literatura e a leitura. Infelizmente, não poucas crianças têm 15 contato com adultos — pais, professores e outros — que recomendam a leitura, falam em livros e autores “clássicos”, mas, na verdade, não são leitores nem se interessam pela literatura. Apesar de bem intencionadas, essas pessoas, adeptas da filosofia do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, costumam descrever a literatura de forma bastante idealizada. Falam em algo “mágico”, num prazer “indescritível”, referem-se a “viagens” e coisas assim. Raramente, porém, talvez por não terem experiência, lembram-se de comentar, por exemplo, que a leitura, como muitas coisas boas da vida, exige esforço e que o chamado prazer da leitura é uma construção que pressupõe treino, capacitação e acumulação. O autor destaca, de forma crítica, a importância de os adultos perceberem que, além daquilo que a leitura é capaz de proporcionar, ela deve ser alvo de investimentos para que a criança seja capaz de realizá-la de forma eficiente. Desenvolver a aprendizagem dessa habilidade de leitura é hoje um dos grandes objetivos das instituições escolares. Um leitor pode ser definido sob vários aspectos. Ele pode ser aquele que é capaz de transitar por diferentes estilos literários e conseguir classificá-los e discriminá-los. Ou pode ser aquele que consegue dar sentido e utilizar os textos lidos em seu benefício próprio, ampliando sua percepção sobre as coisas e sua visão de mundo. Além disso, pode simplesmente ser aquele que lê por entretenimento. Enfim, as pessoas leem pelos mais diversos motivos, pessoais, subjetivos, pois “todas as “literaturas”, é preciso que você perceba, são importantes e têm sua razão de ser. A indiferenciação entre elas, entretanto, pode afastar as pessoas da leitura (AZEVEDO, 2004). Aqui, você pode perceber como a literatura infantil deve ser priorizada para as crianças, pois é a mais apropriada para elas, uma vez que suas características são pensadas para que se tornem atrativas e proporcionem experiências que acompanham o desenvolvimento nessa faixa etária. É importante deixar claro: para formar um leitor é imprescindível que entre a pessoa que lê e o texto se estabeleça uma espécie de comunhão baseada no prazer, na identificação, no interesse e na liberdade de interpretação. É necessário também que haja esforço e este se justifica e se legitima justamente através da comunhão estabelecida (AZEVEDO, 2004, p. 2). Essa interessante citação do autor remete ao caráter da interdependência da criança com relação ao adulto ao ter contato pela primeira vez com obras de literatura infantil, o que vai fazer com que a comunhão citada possa ocorrer. Da mesma forma, fica evidente que existe esforço para que se aprendam e 16 desenvolvam as habilidades da leitura. Esse esforço será amenizado se as experiências ocasionadas pelas obras lidas tenham gerado interesse e motivação, favorecendo que os objetivos de aprendizagem (leitura e escrita) sejam perseguidos pelos alunos. Embora existam alguns discursos alardeando um possível “fim” dos livros de maneira geral, associando essa ideia aos avanços dos meios digitais, isso não vai se realizar. O que se percebe hoje, inclusive, é um aumento significativo de autores que têm explorado um novo gênero literário, que é o da literatura digital, que se utiliza de suporte em ambientes virtuais para chegar até seus leitores.
A LITERATURA INFANTIL E A FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES
 
A literatura infantil provavelmente esteve presente em sua vida desde as 
primeiras fases da infância, não é? A maioria das pessoas normalmente 
carrega 
consigo lembranças associadas à leitura de alguma obra literária 
infantil. Essas lembranças podem tanto ser o enredo dos clássicos contos de 
fadas quanto o nome de algum autor que tenha habitado o seu imaginário 
infantil. Hoje é consenso para a grande maio
ria dos educadores que a literatura 
infantil deve ser utilizada como ferramenta para o desenvolvimento dos 
processos de alfabetização e que ela é de fato importante para a formação de 
novos leitores. Contudo, dentro da área literária ela ainda ocupa local 
de pouco 
destaque em relação a outros gêneros voltados para ospúblicos adultos. Você 
pode perceber que, com a reconfiguração social que ocorreu após a 
globalização, houve um avanço na área da literatura infantil. Assim, obras de 
autores renomados consegui
ram obter sucesso e atingir seus leitores infantis 
pelas mais variadas nações do globo, tanto no formato do livro físico quanto do 
digital. Considerando que a leitura influencia diretamente a aprendizagem da 
escrita, comprovadamente, crianças que têm pais 
e mães leitores, que 
procuram manusear e ler para os filhos os mais diversos gêneros literários, 
estarão mais 14 propensas a se tornarem novas e ávidas leitoras. Nas últimas 
décadas, houve um aumento significativo nas obras de literatura infantil, que 
desp
ertaram o interesse de uma legião de novos leitores pelo mundo. Ao 
comentar sobre essa expansão, Lígia Cadematori (2017) afirma que: No final 
do século XX, a literatura infantil passou pelo que se pode chamar de 
internacionalização do gênero, resultado da 
globalização dos mercados. Um 
livro infantil, uma vez comprovada sua aceitação pelo público de um país 
influente, é logo distribuído para crianças dos demais países e logo se torna 
sucesso global. É o que comprovam os fenômenos de recepção constituídos 
por
 
obras em série de J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis; de J.K. Rowling, 
Harry Potter; e títulos de Stephenie Meyer, como Crepúsculo, Lua Nova e 
Eclipse. É importante refletir sobre a citação da autora, que relata como tais 
obras tornam
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se sucessos globais.
 
Como se sabe, essas obras são difundidas 
e chegam às crianças pelos meios digitais de comunicação via internet. Hoje, é 
perceptível que as crianças, desde muito cedo, já interagem com dispositivos

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