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Análise e Comportamento Estrutural Tração e Compressão - Variação de Temperatura Prof.: Matheus Henrique Pereira Introdução: Dilatação Térmica Motivação Introdução: Dilatação Térmica Motivação Introdução: Solução Introdução: Dilatação Térmica Motivação Introdução: Tensões Térmicas Exemplos Típicos Considerações: Nas estruturas estudadas até este ponto, consideramos que a temperatura permanecia constante durante o tempo de carregamento; Vamos agora considerar situações em que ocorrem variações de temperatura; Tomemos primeiramente a barra AB, homogênea e de seção transversal uniforme, apoiada em uma superfície lisa horizontal, conforme figura abaixo: A B L Considerações: Se aumentarmos a temperatura da barra de uma valor T, notamos que ela se alonga de um valor T que é proporcional tanto à variação da temperatura quanto ao comprimento da barra L, temos então: A B L T LTT )..( ONDE: - é constante característica do material, chamada de coeficiente de dilatação térmica; Como L e T são expressos em unidades de comprimento, representa uma quantidade por grau C ou por grau F, dependendo de como expressamos a temperatura, se em graus Celsius ou em graus Fahrenheit; Considerações: A deformação total T está relacionada uma deformação específica T = T/L; Reescrevendo a equação anterior, concluímos que: TT . T – é chamada deformação térmica específica, uma vez que é causada por variação de temperatura na barra; No caso que estamos considerando, não existem tensões relacionadas com a deformação T ; Considerações: Vamos considerar agora que a barra AB de comprimento L foi colocada entre dois anteparos fixos, separados da distância L, conforme figura abaixo; Não existem tensões ou deformações nesta condição inicial; A B L Se elevarmos a temperatura de T, o alongamento da barra será nulo, pois os anteparos impedem qualquer deformação; Sendo a barra homogênea e de seção uniforme, a deformação específica em qualquer ponto é T=T/L, também nula; No entanto, para evitar o alongamento da barra, os anteparos vão aplicar sobre ela as forças P e P´ após a elevação de temperatura; A B PP´ Considerações: É criado um estado de tensão na barra (sem que ocorram deformações específicas); Ao tentarmos calcular a tensão criada pela variação da temperatura, verificamos que o problema é estaticamente indeterminado; É necessário inicialmente calcular a intensidade da força P, levando em conta as condições de alongamento da barra; Utilizando o método da superposição , retiramos o anteparo B que restringe a deformação da barra; Ela então se alonga livremente, com a variação da temperatura T; De acordo com a expressão deduzida anteriormente, o alongamento correspondente é: LTT )..( Considerações: Aplicamos agora à extremidade B da barra a força P que representa a reação externa e utilizando a equação estudada anteriormente, obtemos uma segunda deformação, a saber: SE LP P . . Como a deformação total deve ser nula, temos: 0 . . )..( SE LP LTPT Donde se conclui que: ).(.. TSEP E que a tensão atuante na barra devido à variação de temperatura T é: ).(. TE S P Esquema Geral: A B L A B L A B L T P P Exercício de Aplicação 1: A barra AC é perfeitamente ajustada aos anteparos fixos quando a temperatura é de +25ºC. Determinar as tensões atuantes nas partes AB e BC da barra para a temperatura de –50ºC. Considerar E=200 GPa e =12x10-6/ºC. A B 300 mm 300 mm C Trecho AB – S = 400 mm2 Trecho BC – S = 800 mm2 Resolução: Determinaremos inicialmente as reações nos anteparos; Como o problema é estaticamente indeterminado, retiramos o anteparo C; A B C A B C A B C T L1 L2 R RC Resolução: A variação de temperatura é: CCCT º75)º25()º50( A deformação correspondente é: mmCC LT T T 66 10.540)6,0).(º75).(/º10.12( )..( Aplicando então a força desconhecida RC à extremidade C, podemos obter a deformação R. 2 22 1 11 . . . . SE LP SE LP R L1 = L2 = 0,3 m S1 = 400.10-6 m2 – S2 = 800.10-6 m2 P1 = P2 = RC E = 200.109 Pa 26269 10.800 3,0 10.400 3,0 . 10.200 m m m m Pa RC R Resolução: Devido às restrições dos anteparos, a deformação total é nula, assim podemos escrever: 0)./10.625,5(10.540 0 96 B RT RNmm Assim, obtemos o valor de RC; kNNRC 0,9610.0,96 3 Conhecidas as forças nas duas porções da barra que são P1 = P2 = 96,0 kN, obtemos os valores das tensões atuantes em AB e BC; MPa m N S P MPa m N S P 120 10.800 10.0,96 240 10.400 10.0,96 26 3 26 3 2 2 2 1 1 1 Resolução: O fato de a deformação total da barra ser zero não deve levar a conclusão de que a deformação em AB e BC é nula; A solução do problema baseada nessa conclusão estaria errada; Do mesmo modo, as deformações específicas em AB e BC não devem ser adotadas como nulas; Para estudar melhor este ponto, vamos determinar a deformação específica AB da porção AB da barra; Esse valor AB pode ser dividido em duas parcelas. Uma delas é a parcela T produzida na barra, sem o anteparo C, pela variação de temperatura T, assim, escrevemos: 90010.900 )º75).(/º10.12(. 6 6 T T CCT Resolução: A outra componente de AB está associada à tensão 1 devido à força RB aplicada na barra; A lei de Hooke leva ao valor dessa parcela da deformação específica: 120010.1200 200 240 61 GPa MPa E Somando as parcelas de deformação específica em AB, obtemos: 3001200900 1 E TAB Um cálculo análogo leva à determinação da deformação específica BC; 300600900 2 E TBC Resolução: As deformações totais AB e BC das partes das barras são, respectivamente: mmBC mmAB BCBC ABAB 90)3,0).(300().( 90)3,0).(300().( Verificamos, então, que a soma = AB + BC das duas deformações é zero, embora nenhum dos dois valores seja nulo. Exercício de Aplicação 2: A barra AC é perfeitamente ajustada aos anteparos fixos quando a temperatura é de +25ºC. Determinar as tensões atuantes nas partes AB, que é fabricada de Latão, e BC , que é de aço. As barras estão a temperatura de –50ºC. Considerar Eaço=200 Gpa, Elatão=97 Gpa, aço=12x10-6/ºC e latão=20,9x10-6/ºC. A B 300 mm 300 mm C MPa MPa 2,96 192 2 1 Trecho AB – S = 400 mm2 Trecho BC – S = 800 mm2 Exercício de Aplicação 3: A barra AC é perfeitamente ajustada aos anteparos fixos quando a temperatura é de +25ºC. Determinar as tensões atuantes nas partes AB e BC da barra para a temperatura de –50ºC. Considerar Elatão=97 Gpa e latão=20,9x10-6/ºC. A B 300 mm 300 mm C Trecho AB – S = 400 mm2 Trecho BC – S = 800 mm2 MPa MPa 37,101 7,202 2 1 Exercício 4 Problema sobre variação de temperatura (Baseado no exercício 2.54 do Livro Resistência dos Materiais, Beer & Johnston, 3a. edição) Seja um tubo de alumínio (E = 70 GPa; = 23.6x 10-6/oC) preenchido com núcleo de aço (E = 200 GPa; = 11.7x10-6/oC). A montagem foi realizada de tal forma que a temperatura de 20oC há ausência de tensões internas. Considerando-se somente deformações axiais, determine a tensão em cada um dos tubos quando a temperatura atingir 180 ºC. Resposta: =-47,0 MPa Exercício 5.1 Problema sobre variação de temperatura (Baseado no exercício 2.54 do Livro Resistência dos Materiais, Beer & Johnston, 3a. edição) Seja um tubo de Latão (E = 97 GPa; = 20.9x 10-6/oC) preenchido com núcleo de aço (E = 200 GPa; = 11.7x10-6/oC). A montagem foi realizada de tal forma que a temperatura de 20oC há ausência de tensões internas. Considerando-se somente deformações axiais, determine a tensão em cada um dos tubos quando a temperatura atingir 180 ºC. Resposta: latão = -40,3 Mpa aço = -211,7 MPa Exercício 7 Problema sobre variação de temperatura (Baseado no exercício2.58 do Livro Resistência dos Materiais, Beer & Johnston, 3a. edição) Uma barra composta de duas porções cilíndricas AB e BC é engastada em ambas extremidades. A porção AB é de aço (E = 200 GPa; = 11.7x10-6 /oC) e a porção BC é de latão (E = 105 GPa; = 20.9x 10- 6/oC). Sabendo-se que o conjunto de barras está inicialmente livre de tensões internas, determinar (a) as tensões normais induzidas nas porcões AB e BC devido a um acréscimo de 50oC na temperatura inicial do conjunto; (b) a correspondente deflexão no ponto B. Respostas: aco =-201,6 MPa latao = -72,6 MPa Exercício 8 Problema sobre variação de temperatura (Baseado no exercício 2.63 do Livro Resistência dos Materiais, Beer & Johnston, 3a. edição) A barra AB é de latão (E = 105 GPa; = 20,9x10-6 /oC) e a barra CD de alumínio (E = 70 GPa; = 23.6x10-6 /oC). Sabendo-se que a 160C a fenda existente entre as extremidades das barras é de 0,5 mm, determinar: A) a tensão normal em cada barra, depois que a temperatura for aumentada para 800C; B) a deformação da barra AB nesse instante; A B C D 250 mm 250 mm 0,5 mm Latão Alumínio Diâmetro – 75mm Respostas: lat= al =-35,61 Mpa Deflexao no Ponto B: 0,2494 mm Exercício 9 Problema sobre variação de temperatura (Baseado no exercício 1.13 do Livro Resistência dos Materiais, William A Nash, 4a. edição) Em 1989, um cabo de fibra ótica, capaz de lidar com 40.000 chamadas simultâneamente, ligou a California ao Japão, sob o oceano Pacífico, numa distância de 13.300 km. À superfície, o cabo tinha temperatura de 22 ºC e, no fundo do oceano, ficou à temperatura média de 5 ºC. O coeficiente de expansão térmica linear do cabo é 75x10-6/ºC. Determine o comprimento inicial do cabo que corresponde aos 13.300 km, no fundo do mar. Resposta: Linicial=13.317 km Exercício 5.2 Problema sobre variação de temperatura (Baseado no exercício 2.54 do Livro Resistência dos Materiais, Beer & Johnston, 3a. edição) Seja um tubo de aço (E = 200 GPa; = 11.7x10-6/oC) preenchido com núcleo de Latão (E = 97 GPa; = 20.9x 10-6/oC) e de alumínio (E = 70 GPa; = 23.6x10-6 /oC). A montagem foi realizada de tal forma que a temperatura de 20oC há ausência de tensões internas. Considerando-se somente deformações axiais, determine a tensão em cada um dos tubos quando a temperatura atingir 180 ºC. Resposta: lat =126,9 Mpa aço= 25,5 Mpa alu =126,9 Mpa F =39,87 KN
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