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Aula5_FebreAftosa

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Febre Aftosa 
Introdução 
• Doença altamente contagiosa; 
 
• Evolução aguda; 
 
• Caracterizada por hipertermia e aparecimento 
de vesículas em mucosa oral e espaço 
interdigital; 
 
• Acomete principalmente animais biungulados 
(casco fendido). 
• Doença de importância econômica 
 Doença transmissível que possui potencial para 
uma disseminação séria e rápida, ultrapassando 
fronteiras nacionais e que causa sérios 
prejuízos sócio econômicos ou de saúde 
pública, afetando fortemente o comércio 
internacional de animais ou produtos de origem 
animal (antiga classificação OIE). 
• Doença de Notificação Compulsória. 
 
Etiologia 
• RNA vírus; 
 
• FAMÍLIA: Picornaviridae; 
 
• GÊNERO: Aphtovirus; 
 
• Forma icosaédrica; 
 
• Medem aprox. 22nm; 
 
• Não envelopado; 
 
• Capside: 4 proteínas (3 externas VP1-3 e 1 interna 
VP4) 
 
 
 
http://www.afbini.gov.uk/index/services/services-diagnostic-and-
analytical/adds/electron-micrographs-vsd/electron-micrograph-
picornavirus.htm 
 
 
 
 
 
• VP1: responsável pela adsorção na célula do 
hospedeiro – refratário??? 
• Fração antigênica 
 
Etiologia 
• SOROTIPOS: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3, 
ÁSIA1; 
 
• Não há proteção cruzada entre os sorotipos; 
 
 
Características do vírus 
• Resistente às condições ambientais e à maioria 
dos desinfetantes comuns (fenol 1%- 5 meses; 
alcool 70% - 2 a 3 dias) 
 
• Sensível ao formaldeido (concentraçoes 0,35% 
a 1 %); 10 min. em sol. Hidróxido de sódio 
(NaOH pH 13,2) 
Epidemiologia 
• Hospedeiros : 
• Frequente: bovinos, suínos, caprinos e ovinos 
• Raramente: carnívoros 
• Refratário: equino 
 
• Reservatórios: 
» portadores inaparentes (+- 6m) 
» portadores convalescentes (6-24m) 
• Independente de gênero, raça 
VE 
• Saliva 
• Aerossóis 
• Leite 
• Sêmen 
• Lesões 
• Embriões 
VT 
•Aerógena 
•Fômites 
•Vetores mecânicos 
•IA 
•Transf. Embr. 
• Carcaças 
Aerógena : pp suinos 
 
Digestiva: bovinos 
PE - Patogenia 
Mucosas digestiva ou respiratória 
Multiplicação epitelio de 
revestimento 
Vesícula primária 
Ruptura de vesícula + Viremia 
Cels Alvo 
Mucosa oral, língua teto, zona 
coronária dos cascos, córion 
laminar ungueal e tecido 
interdigital 
Vesículas secundárias ou lesões 
degenerativas Ulceras 
penetração 
24h 
24-
48h 
24h 
ruptura 
Fonte: http://www.agricultura.gov.br 
http://www.agricultura.gov.br/
Lesões macroscópicas 
• Mucosas e pele: Pápulas, vesículas e úlceras 
• Coração: estrias e pontos amarelados: coração 
tigrado 
 
 
 
Vesícula de 1 dia 
Sinais clínicos 
• Anorexia , hipertermia, ptialismo ou sialorréia, 
hemorragia pelas ulceras orais, rinorréia 
seromucosa 
 
 
• Lesões podais, claudicação, lesão interdigital 
com vesículas; 
Diagnóstico 
• Clínico 
 
• Diferencial: 
• estomatite vesicular: acomete equinos curso 
mais longo, baixa morbidade 
 
• Doença vesicular dos suínos e exantema 
vesicular : Exóticas 
MATERIAlS NECESSARIOS PARA 
EXAMES LABORATORIAIS 
• Epitélio lingual, conservado em frasco contendo 
liquido de Vallée ( Saliva pH 7,4 + glicerina ) – 
Exame virológico. 
 
• Liquido das vesículas, colhido com seringa 
estéril, conservado sob refrigeração – Exame 
virológico. 
 
• Soro sanguíneo conservado em refrigeração. 
Diagnostico laboratorial 
• Método direto: 
• Cultivo celular, escarificação do coxim em 
cobaias, IP em camundongos, RFC, ELISA 
 
• Método indireto: 
• SN, IDAG (VIA), ELISA 
VIA: soro de animais com FA reagem com Ag VIA, formado 
apenas quando o há replicação viral nas células no hospedeiro. 
 
Profilaxia 
• vacinação semestral de todos os animais, 
em etapas com duração de 30 dias; 
• vacinação semestral de animais com até 
24 (vinte e quatro) meses de idade e anual para 
animais com mais de 24 meses de idade, com 
realização ou não de etapa de reforço para 
animais com até 12 (doze) meses de idade, em 
etapas com duração de 30 (trinta) dias 
Fonte: http://www.adjorisc.com.br/ 
http://www.adjorisc.com.br/
HISTÓRICO DE FOCOS DE FEBRE AFTOSA 
 
• 1993 – SANTA ROSA E FREDERICO 
WESTPHALEN/RS 
 
• 1998 –PORTO MURTINHO/MS; 
 
• 1999 – NAVIRAÍ/MS; 
 
• 2000 – ARGENTINA; 
• 2000 – JÓIA/RS E EUGÊNIO DE CASTRO/RS; 
 
• 2001 – PRESIDENTE DUTRA/MA; 
 
• 2004 – MONTE ALEGRE/PA; 
• 2004 – CAREIRO DA VÁRZEA/AM; 
 
• 2005 – ELDORADO/MS, JAPORÃ/MS, MUNDO NOVO/MS, 
IGUATEMI/MS, ITAQUIRAÍ/MS; 
• 2005 – SÃO SEBASTIÃO DA AMOREIRA/PR; 
 
• 2006 – SAN LUIS DE PALMAR NA PROVÍNCIA DE 
CORIENTES, NO NORDESTE DA ARGENTINA. 
• 2006 –BELA VISTA DO PARAÍSO/PR, GRANDES 
RIOS/PR, MARINGÁ/PR, LOANDA/PR. 
• 2006 - JAPORÃ/MS , EXTREMO SUL DE MATO GROSSO 
DO SUL. 
• 
 
 
DEFINIÇÕES 
• DOENÇA VESICULAR INFECCIOSA: conjunto 
de doenças transmissíveis caracterizadas, 
principalmente, por febre e pela síndrome de 
claudicação e sialorréia, decorrente de 
vesículas ou lesões vesiculares nas regiões da 
boca, focinho ou patas, podendo também ser 
encontradas na região do úbere. 
 
• febre aftosa e a estomatite vesicular 
 
 
 
Programa Nacional de Erradicação e 
Prevenção da Febre Aftosa ‐ PNEFA 
 
 
Instrução Normativa Nº 44, DE 02 DE OUTUBRO DE 2007 
IN 44 SDA‐MAPA (02/10/2007) 
• Fundamentos e estratégias do PNEFA 
• Atendimento às suspeitas de doença vesicular e 
aos focos de febre aftosa 
• Reconhecimento e manutenção de zonas livres 
de febre aftosa 
• Vacinação contra a febre aftosa 
Emergência veterinária 
• condição causada por focos de doenças com 
potencial epidêmico para produzir graves 
consequências sanitárias, sociais e econômicas, 
que comprometem o comércio nacional e 
internacional, a segurança alimentar ou a saúde 
pública, e que exigem ações imediatas para seu 
controle ou eliminação, visando ao 
restabelecimento da condição sanitária anterior, 
dentro do menor espaço de tempo e com o 
melhor custo-benefício; 
Definiçoes 
• PLANO DE CONTINGÊNCIA: 
- documento que estabelece os princípios, 
estratégias, procedimentos e responsabilidades 
em caso de uma emergência veterinária, com o 
intuito de treinar, organizar, orientar, facilitar, 
agilizar e uniformizar as ações necessárias à 
resposta rápida para o controle e eliminação da 
doença; 
Definiçoes 
• PLANO DE AÇÃO: parte do plano de 
contingência que inclui os procedimentos 
específicos para investigação de casos 
suspeitos de doença vesicular e atuação 
durante ocorrência de focos de febre aftosa; 
 
Definiçoes 
• SACRIFÍCIO SANITÁRIO: eliminação de todos 
os animais que representam risco para difusão 
ou manutenção de agente biológico, segundo 
avaliação epidemiológica do serviço veterinário 
oficial, seguida de destruição das carcaças por 
incineração, enterramento ou qualquer outro 
processo que garanta a eliminação do agente 
infeccioso e impeça a propagação da infecção, 
acompanhada de limpeza e desinfecção; 
 
Rifle Sanitário 
Fonte: http://www.faep.com.br 
http://www.faep.com.br/
Rifle Sanitário 
http://www.suckerlove.blogger.com.br/2005_12_01_archive.html 
http://www.suckerlove.blogger.com.br/2005_12_01_archive.html
Sacrifício Paraná – 2005 
Sacrifício de suínos na Coreia 
 
ATENDIMENTO ÀS SUSPEITAS DE DOENÇA VESICULAR E 
AOS FOCOS DE FEBRE AFTOSA 
• As doenças vesiculares infecciosas são de 
notificação compulsória. 
• médico veterinário, produtor rural, transportador 
de animais, profissionais que atuam em 
laboratórios veterinários oficiais ou privados e 
em instituições de ensino e pesquisa veterinária 
que tenham conhecimento de casos suspeitos 
de doença vesicular, ficam obrigados, em prazo 
não superior a 24 horas do conhecimento da 
suspeita, a comunicar o fato ao serviço 
veterinário oficial. 
• No caso de o notificante ser proprietário ou 
responsável pela exploração pecuária com 
casos suspeitos de doença vesicular, deverá 
interrompera movimentação dos animais, 
produtos e subprodutos de origem animal, até 
autorização por parte do serviço veterinário 
oficial. 
• Todas as notificações de casos suspeitos de 
doença vesicular devem ser registradas pelo 
serviço veterinário oficial, que deverá atendê-las 
dentro do prazo de 12 (doze) horas contadas a 
partir de sua apresentação, seguindo as 
orientações constantes no plano de ação 
adotado pelo serviço veterinário oficial. 
• A constatação de caso confirmado de doença 
vesicular implica a adoção de medidas 
sanitárias para identificação e contenção do 
agente etiológico. Nesse caso, a investigação 
epidemiológica deve prosseguir para 
determinação de origem e abrangência do 
problema sanitário. As ações imediatas 
envolvem: 
I - registro e comunicação da ocorrência às instâncias 
superiores por meio do formulário de atendimento inicial e 
dos fluxos definidos pelo MAPA; 
II - definição e interdição da unidade epidemiológica com 
casos confirmados de doença vesicular; 
III - colheita de material para diagnóstico laboratorial, 
acompanhada de avaliação clínica e epidemiológica; 
IV - realização de investigação epidemiológica inicial, 
considerando análise do trânsito de animais susceptíveis; e 
V - suspensão temporária do trânsito de animais e de 
produtos de risco oriundos de propriedades rurais limítrofes 
ou com vínculo epidemiológico com a unidade 
epidemiológica onde foram confirmados os casos de 
doença vesicular. 
• A não confirmação de foco de febre aftosa ou de 
outra doença exótica ou erradicada no país 
permite a suspensão da interdição estabelecida 
nos arts. 7º e 8º desta Instrução Normativa, 
resguardadas as recomendações técnicas para 
cada caso. 
 
• A confirmação de foco de febre aftosa leva à 
declaração de estado de emergência 
veterinária, de acordo com as orientações 
contidas nos planos de contingência e de ação. 
Fluxo de atendimento as suspeitas de doenças vesiculares 
 
h
ttp
://w
w
w
.a
g
ric
u
ltu
ra
.g
o
v.b
r 
http://www.agricultura.gov.br/
ZONA LIVRE 
 
• Território sem a presença do agente 
• Distante da área infectada 
• Não é dependente epidemiologicamente dessa 
área. 
 
 
 ZONA AFETADA 
 
• É a superfície geográfica que requer uma ação 
sanitária para circunscrever a febre aftosa e 
evitar sua difusão. 
• Poderão ser consideradas dentro dela duas 
zonas epidemiológicas de importância: 
– zona infectada: onde existe presença do 
agente 
– Zona de risco ou tampão: onde não existe 
presença de vírus. 
FOCO 
 
• É a propriedade com animais enfermos e seus 
contatos. 
 
BARREIRAS SANITÁRIAS 
 
• São lugares físicos (postos administrativos) instrumentados para 
aplicar todas as medidas de biossegurança que reduzem a 
exposição e difusão do agente patógeno 
 
• As barreiras poderão ser de contenção e de desinfecção. 
 
• A instalação das barreiras sanitárias será em locais estratégicos, 
tanto no perímetro da área para controlar o ingresso e a saída 
delas, como internamente, para controlar o deslocamento dentro 
dela. 
F 
Área 
perifocal – 
3 Km 
Área de 
vigilância – 
7 Km 
Área 
Tampão – 
 15 Km 
 área de proteção sanitária 
FOCO 
Área Perifocal 
• Área imediatamente circunvizinha ao foco de 
febre aftosa 
 
• Compreende pelo menos, as propriedades 
rurais adjacentes ao foco. 
 
• Raio de três quilômetros traçado a partir dos 
limites geográficos do foco confirmado 
Área de Vigilância 
• área imediatamente circunvizinha à área 
perifocal. 
 
• apoio à sua delimitação: podem ser 
consideradas as propriedades rurais localizadas 
até sete quilômetros dos limites da área 
perifocal 
Área Tampão 
• área imediatamente circunvizinha à área de 
vigilância 
• representando os limites da área de proteção 
sanitária. 
 
• apoio à sua delimitação: podem ser 
consideradas as propriedades rurais 
localizadas até quinze quilômetros dos limites 
da área de vigilância; 
 
 
• Evolução de zonas livres 
• Evolução de zonas livres 
• Evolução de zonas livres 
• Estratégia Principal 
• “Implantação progressiva e manutenção de 
zonas livres da doença, de acordo com as 
diretrizes da OIE” (MAPA, 2011) 
 
• 2 categorias: 
• Países livres sem vacinação 
• Países (zonas) livres com vacinação 
País livre de Febre Aftosa com vacinação 
1) Ter um sistema de registro regular e acessível 
sobre a ocorrência de doenças. 
 
2) Declarar: 
– a) Que não houver surtos nos últimos 2 anos; 
– b) Que não há evidência da circulação de 
VFA nos últimos 12 meses. 
País livre de Febre Aftosa com vacinação 
3) Comprovar: 
 a) A existência de um sistema de 
vigilância; 
 b) Políticas de detecção rápida, prevenção e 
controle implementadas; 
 c) Vacinação regular; 
 d) Que as vacinas estejam de acordo com 
os padrões da OIE. 
 
4) Descrever os limites da zona de proteção 
(controle de movimento e maior grau de 
vigilância). 
 
Estratégia Principal 
• Manutenção da zona livre 
– Consolidação da estrutura instalada 
– Fortalecimento da vigilância epidemiológica 
• Ampliação da zona livre 
– Participação comunitária 
– Estruturação e capacitação dos Serviços 
Veterinários 
• Vigilância 
• Resposta 
• Controle do trânsito 
• Vacinação 
• Brasil – Último surto 
• 2005: Eldorado, Japorã, Mundo Novo, Iquiraí e 
Iguatemi (MS) 
• Resumo: 84.676 animais sacrificados ‐ US$ 
18.673.530,00 
 
 
Ações na região Amazônica: 
Desafios 
 
• Questões ecológicas 
• Garantia de mercados seletivos 
• Logística adaptada à realidade regional 
• Processo de sensibilização política e social

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