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TÓPICO 11 - DIMENSÕES DE CANAIS E BACIAS PORTUÁRIOS

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Prof.ª Ana Regina Uchôa, D.Sc.
DIMENSÕES DE CANAIS E BACIAS PORTUÁRIOS 
ESCOLA POLITÉCNICA DA 
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: PORTOS 1
ASPECTOS RELACIONADOS À PROFUNDIDADE DE 
CANAIS DE ACESSO PORTUÁRIOS
A profundidade requerida pela embarcação-tipo no canal de acesso
portuário pode ser considerado, conforme método determinístico, como
uma somatória que inclui aspectos relacionados:
▪ à maré local
▪ efeitos de onda
▪ squat (afundamento dinâmico paralelo acrescido ao trim, que é o
afundamento da proa e da popa),
▪ calado estático da embarcação-tipo (no caso será considerado
aquele extremo, ou seja, o valor de calado em condições de pleno
carregamento)
▪ variação da densidade da água
▪ eventuais margens de segurança envolvendo estes mesmos itens.
ASPECTOS RELACIONADOS 
À PROFUNDIDADE
▪ MARÉ
▪ TOLERÂNCIA PARA INCERTEZAS DO NÍVEL D´ÁGUA
▪ VARIAÇÃO DE MARÉ DURANTE A TRAVESSIA DO CANAL 
▪ CALADO ESTÁTICO DA EMBARCAÇÃO TIPO
▪ VARIAÇÃO DE DENSIDADE
DIMENSÕES CARACTERÍSTICAS DOS NAVIOS
ESTABILIDADE BÁSICA DAS EMBARCAÇÕES
▪ TRIM (t): conhecido como compasso, é a 
diferença entre os calados a ré e a vante. 
• t = Car – Cav
• O cálculo do trim, determina se a 
embarcação está trimada, derrabada ou 
abicada.
▪ EMBARCAÇÃO TRIMADA: perfeito estado de 
navegação, onde o calado a ré é igual ao 
calado a vante.
▪ EMBARCAÇÃO DERRABADA: ocorre quando o 
calado a ré é maior que o calado a vante.
▪ EMBARCAÇÃO EMBICADA: quando o calado a 
vante é maior que o calado a ré.
ASPECTOS RELACIONADOS 
À PROFUNDIDADE
▪ SQUAT
Lpp: comprimento da embarcação entre perpendiculares
B: boca
T: calado estático
CB: coeficiente de bloco 
∇: deslocamento
Fr: efeito das ondas na embarcação.
𝑆𝑞𝑢𝑎𝑡 = 2,4 ×
∇
𝐿𝑝𝑝
2 ×
𝐹𝑟
2
1−𝐹𝑟
2
(m)
∇= 𝐶𝐵 × 𝐿𝑝𝑝 × 𝐵 × 𝑇
𝐹𝑟 =
𝑉
𝑔 × ℎ
V: velocidade da embarcação (m/s)
h: profundidade do canal (m)
g: aceleração da gravidade (m/s2)
▪ ONDAS
Comprimento da embarcação.
Velocidade da embarcação.
Parâmetros característicos da onda (altura, período e direção).
ASPECTOS RELACIONADOS 
À PROFUNDIDADE
EFEITO DAS ONDAS NAS EMBARCAÇÕES
ASPECTOS RELACIONADOS 
À PROFUNDIDADE
▪ FOLGA LÍQUIDA SOB A QUILHA
Adota-se o valor de 2 pés = 0,60 m como margem de
segurança de folga líquida sob a quilha (pé do piloto).
De acordo com a natureza do solo de fundo do canal, a
NBR 13.246/95 recomenda:
• Lodoso: até 0,30 m
• Arenoso: 0,30 a 0,50 m
• Rochoso: no mínimo 1m
▪ TOLERÂNCIAS PARA INCERTEZAS DO LEITO (SEDIMENTAÇÃO 
E DRAGAGEM), ALTERAÇÕES DO LEITO ENTRE DRAGAGENS 
E NA EXECUÇÃO DA DRAGAGEM.
• Mínimo de 1,10 para a relação profundidade/calado.
DISCRETIZAÇÃO DAS PARCELAS CONSTITUINTES DO CÁLCULO DA 
PROFUNDIDADE REQUERIDA DE NAVEGAÇÃO PARA CANAL
ASPECTOS RELACIONADOS À LARGURA DE CANAIS DE 
ACESSO PORTUÁRIOS
ELEMENTOS DO CANAL DE ACESSO.
CANAL DE ACESSO PORTUÁRIO:
▪ Externo
▪ Interno
ELEMENTOS DA LARGURA DE UM CANAL DE ACESSO 
DE MÃO DUPLA
𝑊𝐵 𝑊𝐵𝑊𝑚 𝑊𝑚
𝑊𝑃
DISCRETIZAÇÃO DAS PARCELAS CONSTITUINTES DO CÁLCULO DA LARGURA 
REQUERIDA DE NAVEGAÇÃO PARA CANAL DE ACESSO
Parcela da largura referente à 
manobrabilidade da embarcação
Distância de passagem em canais 
de mão dupla
Manobra com forte vento cruzado
PARCELA DA LARGURA DE UM CANAL DE ACESSO
REFERENTE À MANOBRABILIDADE
PARCELA DA LARGURA DE UM CANAL DE ACESSO 
REFERENTE À FOLGA COM AS MARGENS
MARGEM DE SEGURANÇA DEVIDO À PROXIMIDADE DAS MARGENS
𝑊𝐵 𝑊𝐵
DIMENSÕES CARACTERÍSTICAS DOS NAVIOS
DIMENSIONAMENTO DE REBOCADORES
METODOLOGIA PARA O DIMENSIONAMENTO DA 
LARGURA DE CANAIS DE ACESSO PORTUÁRIOS
▪ A metodologia determinística recomendada 
pela Pianc (1997), utiliza as tabelas 1 a 12 e 
as figuras I e II, apresentadas a seguir. 
▪ Nos trechos em curva deve-se verificar o raio 
mínimo da curva requerido (ver figura I), bem 
como a faixa de varredura requerida -
sobrelargura (ver figura II) que substitui a faixa 
de manobra básica.
ABNT - PROJETO HORIZONTAL CONCEITUAL
• Navios com boa manobrabilidade são os que
possuem a habilidade de manter o rumo, no canal
de acesso, empregando até 5 graus de leme.
• Navios de manobrabilidade moderada empregam
até 20 graus de leme.
• Navios de baixa manobrabilidade necessitam
empregar até todo o leme.
MANOBRABILIDADE
Tabela 1 
VELOCIDADE DO NAVIO
Tabela 2
VENTOS TRANSVERSAIS 
PREVALESCENTES
Tabela 3
CORRENTES TRANSVERSAIS E 
LONGITUDINAIS PREVALESCENTES
Tabela 4
Tabela 5
NÍVEL DE PERICULOSIDADE 
DA CARGA
Tabela 6
INTENSIDADE DE TÁFEGO
Tabela 7
LARGURA ADICIONAL DEVIDA 
À FOLGA COM A MARGEM
Tabela 8 
LARGURA DE PASSAGEM PARA 
CANAIS DE MÃO DUPLA
Tabela 9
DIMENSIONAMENTO DA 
FAIXA DE MANOBRA
Tabela 10
Tabela 10
RAIO REQUERIDO PELA 
EMBARCAÇÃO
FIGURA I - Raio requerido pela embarcação em função 
do ângulo de leme e profundidade de água
Manobra de atracação no berço - Terminal de Alemoa, Porto de santos – agosto 2002
FAIXA DE VARREDURA 
REQUERIDA NA CURVA
FIGURA II - Faixa de varredura requerida na curva em função 
do ângulo de leme e profundidade da água
BACIAS PORTUÁRIAS
▪ BACIAS DE EVOLUÇÃO
▪ BACIAS DE ESPERA
▪ BACIAS DE BERÇO
DIMENSÃO DA BACIA DE EVOLUÇÃO - é função do comprimento e
manobrabilidade da embarcação tipo e do tempo disponível para
efetuar a manobra (se o tempo permitido for reduzido o diâmetro da
bacia de evolução aumenta).
PROFUNDIDADE - calculada de forma semelhante aos canais de
acesso, desconsiderando os itens ligados ao movimento da
embarcação. A folga sob a quilha de no mínimo 1,00 m, valor
adotado também para os berços de atracação, para evitar que a
embarcação assente no fundo.
DIMENSÃO ÓTIMA DE UMA BACIA DE EVOLUÇÃO consiste numa área
circular cujo diâmetro é 4 vezes o comprimento da embarcação-tipo,
LOA. Uma dimensão intermediária, que oferece maior dificuldade de
giro, corresponde a 2 vezes o comprimento da embarcação tipo,
tomando mais tempo de manobra e utilizando, além dos recursos de
máquina e leme da embarcação, a assistência de rebocadores.
BACIAS DE EVOLUÇÃO
PROFUNDIDADE - calculada de forma semelhante aos canais
de acesso, desconsiderando os itens ligados ao movimento da
embarcação.
BACIAS DE ESPERA
DIMENSÃO DA BACIA DE ESPERA
Embarcação fundeada numa 
única âncora.
Raio do Círculo = 5 hLOCAL + LOA + 5m
Embarcação que disponha no 
fundeio de uma âncora à vante 
e outra à ré
Raio do círculo = 1,5 LOA
BACIAS DE BERÇO
NBR 13.246/95 
Bacia de berço de 
acostagem
Com auxílio de 
rebocadores
Com seus próprios 
meios
Comprimento 1,25 x L 1,5 x L
Largura 1,25 B 1,5 B
L e B são, respectivamente, o comprimento e a boca da maior
embarcação de projeto em local abrigado e sem correntes.
REFERÊNCIAS
1. OBRAS E GESTÃO DE PORTOS E COSTAS: A técnica
aliada ao enfoque logístico e ambiental. Paolo
Alfredini & Emilia Arasaki - Ed. Edgard Blücher, 2009.
2. NBR N° 13.246/95

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