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Universidade Federal de Sergipe
Natã Santana de Sousa
Relatório da Estrutura Física
Colégio Professora Olga Barreto
São Cristóvão
08/11/2018
Introdução: 
 
Este relatório foi redigido pelos alunos Natã Santana de Sousa, bolsista do programa Residência Pedagógica. Aqui mostraremos, com o mais fiel traço de veracidade possível como é a estrutura física do Colégio Estadual Profª Olga Barreto, localizada na  Rua 15, S/N Conjunto Eduardo Gomes, São Cristóvão - SE, 49100-000. 
A princípio descreveremos um panorama geral da escola, nos preocupando apenas em mostrar os espaços contidos sem comentários detalhados, para mais tarde desenvolvermos criticidade a respeito das implicações que esses espaços trazem consigo e como influenciam a qualidade da educação ofertada pela escola. 
O Olga Barreto é um colégio estadual que atende tanto ao Ensino Fundamental como o Médio nos três turnos. A quantidade de alunos matriculados atualmente (2018) é de 914, desconsiderando a taxa evasiva. O colégio conta com 15 Salas de aula, uma quadra esportiva, Sala dos Professores, Cantina, um pequeno pátio esterno que serve de estacionamento, Sala de direção e coordenação, uma Biblioteca atualmente desativada, Banheiros masculinos e femininos e alguns problemas congênitos da rede pública que citaremos posteriormente. Faltam na escola um laboratório, uma sala de recursos, uma oficina...
Parte dos componentes da estrutura é também quem a mentem funcionando, e no caso do Olga Barreto temos os seguintes quadro de funcionários: 1 Agente administrativo, 1 executor de serviços básicos, 3 Merendeiras, 4 oficiais administrativos, 41 Professores de educação básica, 3 Vigilantes. Além da equipe diretiva que conta com Diretor, Coordenadores e Secretária.
Segue uma pequena auto apresentação retirada do PPP do COB:
“A Escola foi criada através do Decreto n° 6150, de 03/02/1984, com o nome de Escola Estadual Prof.ª Olga Barreto, tendo sua inauguração ocorrida na mesma data. A Escola tem como patrona a Prof.ª Olga Barreto, natural de Aracaju. A ilustre professora graduou-se em Matemática, numa época em que a disciplina era predominantemente frequentada por acadêmicos do sexo masculino. Com atitude inovadora e muita dedicação às exatas, Olga Barreto alcançou grande prestígio junto a sociedade sergipana, sendo reconhecida por seu trabalho nas escolas da capital. Nossa patrona nos inspira a construir uma escola com princípios de equidade, onde todos, independentemente de gênero ou etnia, possam desenvolver seus potenciais com as mesmas condições, garantindo a igualdade de oportunidades aos nossos alunos e a pluralidade de suas ideias.” (pg. 01)
Ainda segundo o PPP, também já adiantamos alguns dos problemas que essa comunidade escolar enfrenta, deixando, mais uma vez, para comentá-los cuidadosamente mais tarde: Evasão, repetência, indisciplina, má conservação da estrutura física, participação passiva do educando no processo de aprendizagem, isolamento da comunidade na qual a escola se insere, ausência familiar, entre outros. A essa altura, seria bom destacar que a maior parte do alunado do COB não mora no bairro, e isso terá implicações significativas nas discussões que faremos a seguir. 
Antecedentes:
O COB, assim como grande parte das escolas públicas brasileiras enfrenta problemas sérios em relação a manutenção da estrutura e isso se deve a devidos fatores. Um destes acaba sendo o descaso público que muitas vezes retira os investimentos necessários para tal ação de tamanha necessidade. A falta de verba faz com que as escolas não apenas fiquem sem os materiais necessários como também não recebem manutenção adequada nos tempos precisos. No caso do COB por exemplo, a última reforma foi realizada por estudantes que estudavam no período noturno, assim nos conta um dos professores. 
É importante dizer quer a falta de estrutura, que muitas vezes se agrava pelo desafeto dos alunos com a coisa pública, piora muito quando não se recebe uma manutenção cuidadosa dos serviços essenciais. E infelizmente, como já foi dito, esta não é uma realidade exclusiva da escola observada.
Os residentes, este que aqui vos fala, tiveram algumas ideias para trabalhar a questão da consciência do alunado para com o cuidado da estrutura da escola. Enquanto observávamos as lousas depredadas, os espaços inacabados e as paredes pichadas, pensamos em posteriormente desenvolver aulas que estimulem a reflexão dos alunos sobre essa questão, assim como trabalharemos ideias que revitalizem ou sirvam de paliativos para os danos causados. Tudo isso, acreditamos, será posto em prática quando os trabalhos pedagógicos começarem.
Sobre a estrutura:
Segundo (VIEIRA, 2001) A estrutura funcional e a organização do sistema escolar, incluem aos prédios, instalações físicas, como bibliotecas, laboratórios, sala de aula, quadra, banheiro, etc. Mas quando se trata de funcionamento, a estrutura é parte fundamental, isto é, uma escola em funcionamento tem a presença de funcionários, professores, alunos, diretores, coordenadores, etc. A autora enfatiza que o bom funcionamento da escola depende do compromisso de todos com a aprendizagem, ou não haverá como se estabelecer um sistema funcional suficientemente aceitável. 
Se levarmos em conta a realidade do COB, onde os alunos não deixam se quer o chão da sala livre de papeis e lixo, é extremamente necessário que se trabalhe num projeto de conscientização como citamos há pouco. 
Comecemos então uma avaliação mais detalhada sobre cada parte da escola pelo local onde a mágica acontece: 
As Salas de Aula: No COB, as salas possuem dois ventiladores cada, mas em sua maioria absoluta apenas um funciona, e os alunos se viram como podem para enfrentar o calor. Este por sinal é um fator muito importante levando em consideração o clima de nossa região. Algo que não parece, nem de longe, simples, pois o calor excessivo pode tirar toda a concentração dos alunos na aula e deixá-los inquietos e irritados mais facilmente. A manutenção da temperatura é um dos fatos que mais nos chamou a atenção porque isso também afeta o trabalho do professor. 
Mas os problemas da sala vão além da questão da temperatura. Também temos paredes e tetos manchados e pichados pelos alunos, algumas lousas depredadas e portas que nem têm mais fechaduras. Por causa disso, notamos que a maioria das salas ficam de portas abertas durante as aulas e isso com certeza também afeta a concentração, pois qualquer movimento externo e percebido e observado pelos alunos. Se podemos citar algo que me pareceu adequado, foram as cadeiras e carteiras, aparentemente ainda em bom estado. Isso nem sempre foi assim. A professora nos explica que as cadeiras e carteiras foram trocadas recentemente, e que as anteriores estavam em estado bem diferente. 
Ainda sobre as salas de aula, é bom compararmos com algumas observações “exigidas” pelo Regimento Escolar do COB, que diz o seguinte em seu terceiro capítulo:
“Art.51. A sala de aula, constituída historicamente no locus privilegiado da ação pedagógica, não é o único ambiente em que se realiza o processo ensino-aprendizagem. Parágrafo único. O Colégio deve disponibilizar todos os espaços e prepará-los adequadamente para favorecer a produção e a sociabilização do saber. 		 Art.52. A Sala de Aula também pode ser utilizada como espaço para deixar fluir as manifestações que traduzam as expressões culturais presentes na comunidade, consideradas como momentos relevantes no processo de aprendizagem e socialização.”
Ou seja, se comparada com o que diz o documento, a sala de aula do COB ainda precisa de um toque de cuidado e respeito. 
Quadra esportiva: A quadra do COB talvez seja um dos locais mais carentes de reparos da escola. A arquibancada é muito pequena e desconfortável, o que acabaria sendo insuficiente no caso de um evento esportivo que envolvesse toda a escola. Uma pintura seria de bom tom levando em consideração que o chão está bem apagadinho e há também problemas maiores como a questão a acessibilidade. E este é geral, nãoenvolvendo apenas pessoas com dificuldade de mobilidade. A questão é que não há rampa de acesso e sim uma escada muito íngreme que faz os professores ficarem alerta com relação a todos os alunos para que ninguém se descuide e acabe se machucando através de uma queda.	É importante ressaltar que o espaço esportivo de uma escola é sempre muito valioso, principalmente quando a comunidade o utiliza, pois, o esporte retira das ruas as crianças que poderiam se envolver com a violência e outros problemas das comunidades carentes. Além de tudo, precisamos levar em consideração que as aulas de educação física que envolvem a prática de esportes ficam com a qualidade comprometida quando a quadra não está devidamente equipada.									Sobre a quadra o Regimento diz o seguinte:
	“Art.73. A utilização da quadra de esporte do Colégio não deve se limitar exclusivamente às atividades relacionadas à Educação Física será também utilizada como espaço destinado à prática de diversas modalidades de esporte, de lazer, bem como eventos sociais, quando solicitados pela comunidade escolar.”
Sala dos Professores: Este é um espaço que tende a melhorar bastante quando comparado com outros da escola. Isso porque há uma climatização adequada, com ventiladores e ar condicionado. Ao contrário das salas o ambiente parece bem cuidado, e isso provavelmente se deve ao fato de que as pichações estão fora de contexto, assim como o descaso, já que os professores entendem melhor a necessidade de cuidar do ambiente em relação aos alunos.											A questão aqui gira mais em torno do conforto. Apesar de bem cuidada e protegida do calor, acreditamos que seria mais proveitoso substituir as cadeiras por outras com estofado ou que fossem colocados alguns pufs e sofá. Os professores teriam mais estrutura para poder descansar entre uma aula e outra ou durante o intervalo. Isso também poderia contribuir para a qualidade das aulas, já que os profissionais poderiam se sentir mais cuidados e descansados antes de entrar em sala de aula. 						O regimento, neste caso, não especifica nenhuma exigência, mas seria ótimo se as escolas fornecessem aos profissionais de educação um espaço pensado para eles e por eles. Isso serviria de estímulo e valorização do trabalho prestado. 
Cantina: Na cantina do COB, as merendeiras foram ouvidas e as observações feitas também abrangem o cuidado para com a importância dos serviços delas. Um dos problemas relatados e observados neste ambiente é o mesmo que se repete em quase todos os outros, o calor. As merendeiras dizem que é muito difícil trabalhar com a penas dois ventiladores que não parecem estar trabalhando à força total e isso foi confirmado pelo pouco tempo que suportamos estar alí. Há ainda questões de logística que não se resolvem facilmente, como o espaço para o preparo dos alimentos, já que as pias são pequenas e o fogão também. O freezer funciona bem segundo elas, mas a dispensa de alimentos poderia ser maior e mais vedada para evitar qualquer problema com insetos. 				Como dito antes, o serviço prestado neste local é de suma importância numa escola pública, ainda mais quando esta atende uma comunidade carente, como é o caso. A importância da qualidade da merenda também influencia no aprendizado dos alunos, e muitos deles podem contar com a refeição da escola como sendo a mais nutritiva e completa do dia. Isso infelizmente é uma realidade muito comum no Brasil. 			Algumas das exigências do Regimento Escolar do COB sobre o serviço de merenda são: prepara e servir a merenda no tempo estabelecido, manter o estoque ativo, cuidar da boa nutrição dos alunos e estimular hábitos de alimentação saudáveis, obedecer ao cardápio estabelecido, entre outras. E ao que parece a escola procura ao máximo seguir à risca cada uma delas. 
Direção e Coordenação: A sala da direção por sua vez é bem arejada e tem sanitários internos que atendem aos funcionários. Há algumas mesas e armários que guardam papéis pertinentes à administração da escola. Também apresenta um estado razoável de conservação. Sobre este espaço não há muito o que se dizer pois não adentramos muito para não parecer invasivos. Mas ao que parece, os profissionais que alí atuam não têm nenhuma crítica muito significativa ao ambiente que os cerca. 
Biblioteca: A Biblioteca é uma questão a ser resolvida no COB. Isso porque ela está praticamente desativada. Fomos informados de que a gestão anterior mudou o acervo de lugar por algum motivo, e esses livros continuam em outra sala que se mantem fechada. Enquanto isso o espaço anterior da Biblioteca virou uma espécie de depósito das cadeiras antigas e os livros não são acessados pelos alunos. O que representa uma perda muito grande para todos. 											Nesse caso as exigências do regimento ficam sem total amparo: 	 “Art.58. A Sala de Leitura/Biblioteca funcionará como agente estimulador da participação da comunidade escolar envolvendo docentes, discentes, pedagogos e demais funcionários visando à consulta para a realização de trabalhos pedagógicos e pesquisas. Art.59. As atividades pedagógicas desenvolvidas na Sala de Leitura/Biblioteca podem ser consideradas para efeito de verificação do rendimento escolar, desde que acompanhadas pelo professor da respectiva disciplina.” 
	Como se vê o Regimento projeta na biblioteca um espaço de construção de conhecimento e autonomia tão integro quanto na própria sala de aula para o aluno, e isso é de fato algo muito valioso, mas por enquanto a estrutura não permite a eles o uso desse espaço.
Banheiros: Os banheiros apresentam, apesar de devidamente limpos, algumas falhas estruturais. Não há lixeira em todos as cabines assim como papel higiênico. Os azulejos estão amarelados e as torneiras da pia nem sempre, ou pelo menos tiveram problemas quando tentamos avalia-las no dia da observação. O serviço de limpeza do COB parece dar conta da tarefa. Mas novamente precisamos pensar maneiras de preparar o alunado para contribuir com a manutenção dessa parte tão essencial da vivência escolar. Manter o banheiro limpo, assim como as salas, é um trabalho que vai além de quem executa a limpeza diária. É algo que precisa ser incorporado nas atitudes de cada aluno, individual e coletivamente. 
Laboratórios: É importante ressaltar que o Regimento escolar prevê uso de um espaço laboratorial para desenvolvimento pleno das atividades de diversas disciplinas, mas isso não acontece no COB, pois não há material ou espaço adequado. 
Conclusão:
Segundo Moran (2000) A preocupação para com a estrutura física da escola tem duas razões principais: A primeira é que uma estrutura adequada e equipada fornece aos profissionais melhores condições de trabalho e isso tende a melhorar os resultados tanto dos que ensinam quanto de quem aprende; a segunda se atrela a importância do trabalho educativo, pois dependemos disso para construir uma sociedade melhor e a infraestrutura diz muito sobre a qualidade do serviço fornecido e dos frutos que colheremos no decorrer do processo. 												Nos ariscamos ainda a declarar que não se tem educação de qualidade sem escola de qualidade. Exigir dos profissionais uma excelente performance e dos alunos um excelente resultado, requer compreensão das condições de ensino-aprendizagem. A escola é um espaço de construção intelectual, de socialização, de crescimento cultural onde cada coisa precisa ser pensada para o bem-estar dos que estão envolvidos no processo. 												As falhas do COB que aqui diagnosticamos não diz respeito somente a esta escola. Isso tudo é estrutural e precisa de um olhar mais digno de todas as partes, principalmente do estado, que deveria fornecer o melhor para cada instituição de ensino que prepara cidadãos para manter a engrenagem social funcionando. 						Esperamos que nossas observações nos ajudem a refletir possíveis soluções e isso nos encaminhe para um trabalho de excelência que ajude a comunidade do COB e transforme a realidade dos que desta comunidade participam.
	
Referências Bibliográficas: 
MORAN, José Manuel Masetto.Novas tecnologias e mediação pedagógicas. São Paulo:Papirus editora, 2000.
PPP – Projeto Político Pedagógico. Colégio Estadual Professora Olga Barreto. 2017
VIEIRA, Sofia Lerche. Estrutura e Funcionamento da educação básica. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, UECE, 2001. 144 P.
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