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Ensinador Cristão 18

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gtscipulado
p e r ig o de o aluno ^ 
tornar-se mais dependente - 
do professor do que de Deu;
1 Rodízio
ISSN 1519-7182
I st T
Ano 5 - n° 18 - ensinador@cpad.com.br - R$ 4,90
Entrevista com 
Gilbert Beers, 
pastor e 
educador norte- 
americano 
com larga 
experiência em 
currículos de ED
Pastor Eiiezer de 
Lira e Siiva trata 
das ameaças ao 
convívio familiar
Dinâmicas 
de grupo 
•
Subsídios para a 
Família Crista 
•
Pastor Antonio 
Gilberto e as 
formas para se 
adquirir 
conhecimento
mailto:ensinador@cpad.com.br
"Será que tenho as qualidades 
que um líder precisa?"
9 e d m té f'MS 
t f t l M â X iW 1̂ 1
$0/1 da lê eu > w Vn 
lhe 9eu
Moisés e G id e ã o t iveram 
esta mesma dúvida.
Desperte o Líder que há em Você
George Barna
Ser um líder não é fácil. As expectativas 
geradas e as responsabilidades da função 
levam muitos líderes a questionarem suas 
qualidades, métodos e vocação.
Através de 9 estratégias, este livro ajuda a 
aflorar o dom da liderança que há dentro de 
nós e descobrir o estilo pessoal de exercê-lo.
Formato: 14,5 x 22,5cm
Autor:
George Barna é o fundador e presidente 
do B arn a R esearch Group nos EUA, 
uma empresa de pesquisa de marketing.
Autor de mais de 30 livros de sucesso, também 
é preletor em conferências sobre liderança e 
ministério em todo o mundo.
N as livrarias evan g é licas ou pelo 0 3 0 0 - 7 8 9 - 7 1 7 2 CBO
(custo da ligação R$ 0,30 por minuto + impostos) www. cpad. com. br
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Ano 5 - n° 18 - abr-maio-jun/2QC
S d it o n ú ll
CONHECER PARA NÃO ERRAR
0 SEGUNDO TRIMESTRE DE 2004 JÁ CHEGOU... QUEM DIRIA, NÃO É MESMO? ISSO NOS F A l 
LEMBRAR QUE O 4o CONGRESSO NACIONAL DE ESCOLA DOMINICAL ESTÁ PRÓXIMO! SIGNIFICA 
DIZER QUE EM BREVE A QUALIDADE DO ENSINO MINISTRADO NAS EDS EM TODO PAÍS VAI 
MELHORAR AINDA MAIS. NAS PÁGINAS 46 E 47 DESTA EDIÇÃO, VOCÊ PODERÁ CONFERIR 
TODOS OS DETALHES DESTA PROGRAMAÇÃO INDISPENSÁVEL PARA O APERFEIÇOAMENTO DO 
CORPO DOCENTE DAS IGREJAS.
AO LADO DE GABARITADOS PALESTRANTES NACIONAIS, ESTARÃO NO CONGRESSO OS EDUCADORES 
NORTE-AMERICANOS MARLENELEFEVER E GILBERT BEERS, AMBOS COM LARGA EXPERIÊNCIA NA ÁREA 
DE EDUCAÇÃO. A ENSINADOR CONVERSOU COM OS DOIS PARA QUEVOCÊPOSSA CONHECÊ-LOS UM 
POUCO MAIS ANTES DO EVENTO. A PROFESSORA MARLENELEFEVER, QUE TEM PARTICIPADO DE VÁRIAS 
CONFERÊNCIAS PROMOVIDAS PELA CASA, ESTÁ NA SEÇÃO EXEM PLO D E M ESTRE. JÁ, PASTOR GILBERT 
BEERS, NA CONVERSA FRANCA. ESSAS ENTREVISTAS, CERTAMENTE, IRÃO EDIFICAR SUA VIDA.
ENQUANTO O CONGRESSO NÃO CHEGA, EXPLORE BEM A SUA ENSINADOR. OS ARTIGOS DESTE 
TRIMESTRE VÃO INTERESSAR A TODOS- DESDE DISCIPULADORES ATÉ SUPERINTENDENTES. OS 
TEMAS FORAM TRATADOS DE MANEIRA CLARA E PRÁTICA. NÃO PODEMOS DEIXAR DE DESTACAR, 
AINDA, A SEÇÃO BOAS ID ÉIAS , COM SEIS DINÂMICAS DE GRUPO NA ÁREA DA FAMÍLIA - 
EXCELENTE RECURSO PARA AS CLASSES DE JOVENS E ADULTOS. E O MELHOR: PODEM SER 
APLICADAS NAS OUTRAS CLASSES. GUARDANDO-SE, É CLARO. AS DEVIDAS PROPORÇÕES.
QUE SUAS M as DE ABRIL, MAIO E JUNHO SEJAM COBERTAS PELA UNÇÃO DEDEUS, FAZENDO 
COM QUE A ESCOLA DOMINICAL DA SUA IGREJA CRESÇA. UM POVO INSTRUÍDO NA PALAVRA 
CONSTITUI-SE EM UMA IGREJA FORTE E ENRAIZADA. LEMBREMOS DO ALERTA DEIXADO POR JESUS:
i “ERRAIS, NÃO CONHECENDO AS ESCRITURAS, NEM O PODER DE DEUS", M T22.29.
Andréia D i M are
Presidente do Conselho Administrativo
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Gerente Financeiro
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Ensinador Cristão - revista evangélica trimestral, lançada em 
novembro de 1999, editada pela Casa Publicadora das Assem­
bléias de Deus.
Correspondência para publicação deve ser endereçada ao 
Departamento de Jornalismo. As remessas de valor (paga­
mento de assinatura, publicidade etc.) exclusivamente à 
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téria publicada. Perante a igreja, os artigos assinados são 
de responsabilidade de seus autores, não representando 
necessariamente a opinião da revista. Assegura-se a pu­
blicação, apenas, das colaborações solicitadas. O mesmo 
princípio vale para anúncios.
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M tlS V R fc l
S c c m ã r U O '
06 "Estou com a classe de adolescentes! E agora? 
14 Quando a estabilidade do lar é ameaçada
27 Ofício de ensinar
30 Rodízio de professores na ED
44 Sutil tendencia
48 A caminho do êxito
Seçoes
05 Espaço do Leitor
10 ED em Foco
11 Conversa Franca
17 Exemplo de Mestre
18 Antonio Gilberto
22 Reportagem
29 Sala de Leitura 
33 Boas Idéias
46 Em evidencia
Lições Bíblicas [MM
36 Subsídios para a Família Cristã *-■ Tfo
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Mensageiro da Paz 
Obreiro • GeracãoJC 
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Cristã * Resposta Fiel 
Ensinador Cristão
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Divulgue as 
atividades do 
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de Ensino 
de sua igreja
Entre em contato com 
Ensinador Cristão
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sábado à noite nunca mais foram os 
mesmos.
Luis Carlos Nascimento França 
Poremail (PA)
Assinante recomenda
Sou professora de ED na igreja onde 
congrego. Quando conheci a 
Ensinador Cristão não me contive e 
logo fiz a assinatura. Esta revista 
tem sido de grande valor espiritual 
na minha vida. Terei sempre prazer 
de indicá-la a outros professores. 
Eunice Maria de Lima 
Por email, Cachoeirinha (PE)
Antigo Testamento
Parabéns pelo trabalho que vocês 
desenvolvem no Brasil e no mundo 
no que tange ao ensino da Bíblia. 
Aproveito para felicitar o pastor 
Esequias Soares pelo ótimo comen­
tário do tema Visão panorâmica do 
Antigo Testamento, estudado nas 
classes de Jovens e Adultos do 2o 
trimestre de 2003.
Fernando Souza dos Santos 
Por email (BA)
Divulgação no congresso
Participei do Io Congresso de 
Educação e Evangelização Infanto- 
juvenil e recebi um exemplar da 
Ensinador Cristão. A revista, de 
ótima qualidade, é um material 
indispensável a professores tanto de 
ED como de Educação Infantil.
Rosinei A. R. Oliveira 
Por email (MG)
Reconhecimento
Não tenho palavras para expressar 
minha gratidão a Deus pela 
existência da Ensinador Cristão. A 
cada edição, sinto mais a presença 
de Deus. Parabéns à CPAD por 
editar um material tão edificante. 
Também parabenizo pelas revistas 
de ED da classe de Jovens e Adul­
tos. Elas têm nos ajudado muito, em 
especial a orientação didática.
José Valcélio de Souza 
MilIiã (CE)
Material de qualidade
Estou satisfeito pela qualidade 
material e didática da Ensinador 
Cristão. (...) As idéias propostas pela 
revista têm tomado as aulas mais 
dinâmicas e interessantes.
Isaac dos Santos Evangelista 
Queimadas (BA)
Braço forte
Faço menção aos subsídios contidos 
na Ensinador Cristão, que têm nos 
ajudado muitona compreensão das 
lições. As dinâmicas de grupo 
trazidas na seção Boas Idéias são 
como braços fortes para ensinarmos 
a igreja de forma didática e provei­
tosa. Espero que os irmãos continu­
em nos ajudando a servir o Mestre 
através de ensinos relevantes em 
nossa ED.
Elói Pereira dos Santos 
Por email, Mairiporã (SP)
Sou leitora assídua da Ensinador 
Cristão. Como professora da ED, 
acho esta revista uma fonte inesgo­
tável de conhecimento e estratégias 
para o desempenho das atividades e 
construção do saber.
Maria da Luz Gomes e Silva 
Pirapeiims (MA)
Estudos reformulados
Quero felicitá-los pela obra que está 
sendo realizada de norte a sul do 
país através da Ensinador, não
d a A e c t & i
MAÇÃO 
EGRAL DO 
FE SS O R
EbsHp,áticacy
L..n„—̂vaVl A-\
pr0fes*>or:
Comunique-se com a Ensinador Cristão
P o r c a rta : Av. Brasil, 34.401, Bangu-21852-000, Rio de Janeiro/RJ 
P o r fax : 21-2406.7370 
P o r e m a il: ensiniidor@cpad.com.br
Sutz- ofUttião- é úwfiotáaítte etá&!
D ev id o às lim ita çõ e s d e es p a ç o , as ca r ta s serão 
selecionadas e transcritas na íntegra ou em trechos 
considerados m ais significativos. Serão publicadas as 
correspondências assinadas e que contenham nom e e 
endereço com pletos e legíveis. N o caso de uso de fax 
ou e-m ail, só serão publicadas as cartas que inform a­
rem tam bém a cidade e o Estado onde o leitor reside.
mailto:ensiniidor@cpad.com.br
** . ••..V • , - ;; • g g
Alcançar o coração dos adolescentes significa entender
ecentem ente deparei- 
me com uma irmã re­
clamando que em sua 
igreja quase não havia 
adolescentes. Tal fato se repete 
em inúmeras igrejas. Fiquei a 
pensar qual seria o motivo des­
sa ausência de adolescentes. É 
certo que trata-se de uma fase 
trabalhosa, que se
facilidade sedtizida pelos prazeres 
do mundo. M as, por outro lado, 
poucas são as igrejas com professo­
res preparados para atuar com ado- 
lescentes. Muitos se negam a dar aula 
para esta faixa etária e os superinten­
dentes de Escola Dominical, muitas 
vezes, precisam "laçar qualquer ir­
mão" para assumir esta classe.
Será que não estamos negligen­
ciando o Ide de Jesus quando não 
preparamos pessoas para a missão 
de trabalhar com adolescentes? Os 
que desejam lidar com esta faixa 
etária precisam estar convictos da
que estão tomando nas 
mãos.
Professor nota 10
"Ah, mas meu trabalho toma 
muito o meu tempo e quase não 
me resta oportunidade para me 
dedicar ao estudo da lição! Te­
nho tantas coisas para fazer em 
casa! Eu leio a lição toda para 
eles, mas adolescente não pres­
ta atenção em nada! Nunca tive 
oportunidade de fazer um cur­
so, por isso minha aula não é 
tão boa quanto poderia ser se 
eu tivesse um curso" - descul­
pas e mais desculpas! E assim 
que costumamos fugir da nos­
sa responsabilidade e maquiar 
nossas imperfeições.
Conheço muitos professo­
res de ED que jamais entraram 
numa faculdade, mas são os 
melhores professores que já 
vi. Há outros que exer­
cem m uitas outras 
funções, mas sempre 
acham tempo par, 
preparar uma boa 
aula. Acho que a 
p alav ra-ch av e 
para este 
ma
d icad os, 
que, ao 
entrarem 
em sala 
de aula.
trazem muito mais do que* 
aquilo que está na revista. 
Trazem experiência de vida, 
complementos e subsídios dou 
trinários, criatividade nas tare­
fas e amor, muito amor pelos.: 
alunos. —J
Se você almeja ser professor, 
antes de olhar para seus alu­
nos, olhe para dentro de si mes­
mo e questione-se:
Sou um p ro fessor eficiente? 
Você consegue transmitir clara­
mente a mensagem que quer 
passar para seus alunos?
E stou p rep arad o p a ra dar 
aula? Você conhece bem o as­
sunto? Sabe como sair de situ­
ações embaraçosas sem trau­
matizar ninguém (principal­
mente a você mesmo), caso não 
saiba responder a uma pergun­
ta? Seus problemas pessoais 
não estão atrapalhando sua 
aula? Está preparado espiritu­
almente para guerrear contra o 
inimigo?
Procuro in form ações a d ic i­
onais em outras fon tes que não 
seja apenas a rev ista de m es­
tre? Seus alunos não querem al­
guém que lê a revista com eles! 
Eles querem alguém que traga 
algo mais.
Em minha classe tenho um 
d esafio : duas m eninas que 
sempre compram a revista de 
mestre, pois são filhas de pas­
tores (uma delas é filha do su­
perintendente da ED). Ja­
mais pensei em proibi-las
de usar a revista de mes­
tre. Isso significa que elas estão a 
procura de algo mais para suas vi­
das. E isso faz com que eu seja for­
çada a buscar outras fontes para en­
riquecer a aula.
Tenho a sim patia e a confiança de 
m eus a lu n os? Sua classe precisa 
admirá-lo como professor e ver em 
você a pessoa em quem pode confi­
ar seus segredos se um dia precisar. 
Um professor é um misto de amigo- 
pai-psicólogo. Temos que ter um om­
bro amigo sempre disponível, uma 
palavra sábia para instruir, uma vi­
são capaz de entender o que cada 
atitude representa nas "entrelinhas".
C onsigo m e a v a lia r co n stan te ­
m ente a f im de id en tificar meus p ró ­
p r io s erros e bu scar co rr ig i- lo s o 
m ais d ep ressa p o s s ív e l? Quantas 
vezes nos pegamos apontando o erro 
dos adolescentes e nos esquecemos 
de que também temos nossos própri­
os erros que precisam ser corrigidos! 
Se você fosse seu aluno, gostaria da 
sua aula?
M inha resp on sab ilid ad e com es ­
ses alunos está além da sa la de aula? 
Não basta ser professor somente no 
domingo. O bom professor busca 
saber porque seu aluno não compa­
receu no culto à noite, se está bem 
no colégio e com a família, organiza 
passeios etc. Aquelas vidas são mui­
to importantes e a dedicação deve 
ser integral. Além do mais, você não 
é chamado de professor apenas nas 
manhãs dominicais; isso pressupõe 
que o seu papel como professor é 
integral. Lembre-se, você é observa­
do pelo olhar atento e crí­
tico de seus alunos o tempo 
todo.
M as, e tem po para m e de­
d icar tan to assim ? E m inha 
v ida particu lar? É o que você 
pode estar se perguntando. O 
tempo que você estiver na 
igreja já é um bom começo! E, 
se seu problema é falta de tem­
po, a solução é simples: o mes­
mo Deus que te confiou esta 
tarefa, também é o dono do 
tempo. Ore! Ele vai te dar as 
oportunidades certas, na hora 
certa. Creia, oração funciona 
mesmo!
Características do 
adolescente
O potencial do adolescente 
é extrem am ente grande. Se 
você souber explorar esse po­
tencial, terá um grupo aplica­
do, cheio de vida e vontade de 
fazer algo para Deus. Vejamos 
as principais características 
dos adolescentes:
São extrem am ente qu estio- 
nadores. Não basta dizer "isso 
não pode"; tem que se expli­
car o porquê de tudo, com res­
postas convincentes e imedia­
tas. Do contrário, o adolescen­
te pode até perder a confiança 
no professor. Não diga que 
eles precisam jejuar; mostre- 
lhes como jejuar, jejue com 
eles, jejue por eles. E se você 
não sabe responder algu-
1 BSi^
' '■ f-
ma pergunta, não se 
envergonhe! Ninguém é 
expert em Teologia. Só o 
próprio Deus. Seja sincero e 
diga "não sei, mas vou pro­
curar saber para responder a 
v o cê". E procure mesmo! 
Seus alunos vão apreciar ter 
um professor sincero, com 
imperfeições como qualquer 
ser humano, mas que busca 
se superar, do que ter um 
p rofessor m etido a saber 
tudo, que na realidade pensa 
enganar a classe com respos­
tas ambíguas e reticentes.
P ossu em tem p eram en to 
in s táv e l. Numa hora estão 
alegres e motivados e, de um 
momento para o outro, po­
dem entrar em depressão. É 
preciso com preender cada 
momento do adolescente e 
saber conduzi-los. Além dis­
so, é na fase da adolescência 
que nosso corpo sofre as mu­
danças mais radicais num 
curto espaço de tempo. Isso 
mexe com a cabeça deles. A 
necessidade de aceitação
“Se você quer 1 
conquistar o 
adolescente, tem 
que aprender a 
entrar no universo 
dele e respeitar 
seus limites”
aflora de forma devastadora, en­
quanto o corpo começa a mostrar si­
nais de mudanças que podem cau­
sar dor, medo, ansiedade, vergonha 
etc.Os sentimentos parecem surgir 
em doses extremas (sentimentos psi­
cológicos, afetivos, sexuais etc).
N ão se contentam com au las m o­
nótonas. O professor de adolescen­
tes precisa trazer para os dias de hoje 
a aplicação do ensinamento. A maio­
ria dos adolescentes não quer somen­
te saber porque Moisés abriu o Mar 
Vermelho; eles querem que digamos 
o que isso tem a ver com o que ele 
está sentindo ou vivendo hoje.
Possuem uma linguagem própria. 
O professor precisa saber se comuni­
car no "dialeto" do adolescente -não 
me refiro a gírias, comuns entre eles, 
mas a uma linguagem própria para a 
idade deles. Por exemplo: não dá 
para aconselhar uma adolescente a 
esperar de Deus um "varão valoro­
so". Devemos aconselhá-la a esperar 
por um "garoto que seja temente a 
Deus, estudioso, bom filho e dedica­
do aos trabalhos da igreja porque, do 
contrário, ela vai se dar mal, sofrer 
muito na vida". Precisamos falar cla­
ramente, numa linguagem que nos­
sos jovenzinhos entendam! Não quei­
ra usar palavras d ifíceis para 
impressioná-los. Isso surte o efeito 
contrário . O 
a d o le sce n te 
fica enjoado 
da aula e
nunca mais 
volta!
O universo do 
adolescente
Muitas vezes queremos que 
o adolescente saia do universo 
dele e venha para o nosso, as­
sumindo uma postura de adul­
to. Precisam os com preender 
que vivemos em universos psi­
cológicos diferentes. Se você 
quer conquistar o adolescente, 
tem que aprender a entrar no 
universo dele e respeitar seus 
limites.
Lembra como você ou algum 
am igo seu reclam ava que os 
adultos não os compreendiam? 
Isso é normal, são os diferentes 
universos p sicológicos. Hoje 
você entende bem mais os por­
quês da vida do que quando ti­
nha 15 ou 17 anos. Na verdade, 
o adolescente quer ser compre­
endido, ouvido, am ado, mas 
nem sempre sabe expressar isso 
de uma forma eficiente.
Tenho um aluno muito fa­
lante, com um NA do tamanho 
do mundo (chamamos de NA a 
Necessidade de Aparecer). To­
dos nós (jovens ou adultos) te­
mos NA. U ns p ossu em NA 
enorme, outros já conseguem 
controlá-lo. Mas nos adolescen­
tes parece que o NA extrapola 
lim ites. Esse aluno era exata­
mente assim. Falava o tempo 
todo. Atrapalhava a aula. Cria­
va inimizades porque se acha­
va o melhor e o mais bonito e 
fazia questão de tentar provar 
isso aos colegas. Mas todo pro­
fessor precisa ter um faro de 
psicólogo para identificar o que 
está "escrito" no comportamen­
to de cada vida sob sua respon­
sabilidade. Procurei saber mais 
a respeito dele e descobri 
que vinha para a igreja 
com um primo. Os pais
casa, a atenção era voltada 
para o irmão mais velho, trata­
do como "o inteligente da famí­
lia", enquanto este meu aluno 
era tratado como o "garoto-pro- 
blem a". Não era de se admirar 
que seu com portam ento fosse 
tão reprovável. Era assim que 
ele conseguia a atenção das pes­
soas.
Um dia, após o térm ino da 
aula, chamei e abracei esse alu ­
no. D isse-lh e que o am ava e 
que ele era um dos mais in te li­
gentes da classe (e era mesmo), 
mas que o fato de ele falar o 
tempo todo atrapalhava muito 
a m inha aula e fazia com que 
tira s s e a a te n çã o de to d o s. 
"Você tem um grande potenci­
a l" , disse-lhe, "e quero ajudá- 
lo a desenvolver esse potenci­
al para Deus. Sei que esse é o 
seu jeito de ser e eu não quero 
fo rçar a m udá-lo con tra sua 
vontade. Mas se você puder, de 
vez em quando, dar uma tré­
gua para essa professora que te 
ama m uito, vou me sentir re­
co m p en sa d a !" Era um apelo 
sincero. E o garoto com preen­
deu. E claro que ele continua 
falante, mas sinto que está se 
esforçando para controlar seu 
NA. Não posso querer que ele 
p e rm a n e ça m udo e n q u a n to 
dou aula. Então, passei a usar 
seu potencial pedindo-lhe sua 
opinião sobre vários assuntos 
relativos à lição . Quando ele 
opina de forma correta, não me 
privo de elogiá-lo. Quando fala 
besteiras, repreendo com cari­
nho e peço opinião para outro 
aluno. Isso tem surtido efeito. 
Por se achar o melhor, ele vai 
querer sempre ter a resposta 
certa e, para isso, terá que 
estudar a Bíblia.
Para fazer com que sua aula seja 
mais atrativa, deixamos aqui algu­
mas dicas:
• D inâmicas de grupo. Com as 
dinâmicas de grupo, o adolescente 
aprende na prática a m ensagem 
que você deseja passar.
» jograis e representações. Colo­
que os alunos para representar pas­
sagens bíblicas ou situações com as 
quais, através da representação, 
eles possam m ostrar as soluções 
para seus problemas.
• M aterial didático. Use e abuse 
de quadros, mapas, diagramas, re­
portagens de jornais, letras de mú­
sicas etc. Ex.: Para falar sobre na­
moro, iniciei minha aula distribu­
indo uma cópia de uma música do 
mundo que diz "já sei namorar, já 
sei beijar... não sou de ninguém ". 
Calma, não se espante! Minha in­
tenção não era ensinar a música 
para eles! Peguei a letra na Internet 
e fiquei horrorizada com o que ela 
dizia. A música fala do namoro per­
vertido que ocorre com os adoles­
centes do mundo. Sei que meus 
alunos são constantemente subme­
tidos às críticas do mundo e ques­
tionados a respeito de seus padrões 
morais por colegas no colégio ou 
na rua onde moram. Por isso, m i­
nha intenção foi saber qual a opi­
nião deles sobre o assunto. Procu­
rei ouvir o que eles tinham a falar 
a respeito. A aula foi participativa, 
dinâmica e muito proveitosa! Des­
cobri que alguns ali não sabiam de­
fender sua opinião do ponto de vis­
ta bíblico. Mas, o melhor de tudo 
foi que, aqueles que sabiam, ensi­
naram aos demais. Saí da aula sa­
tisfeita com eles! Minha dedicação 
não estava sendo em vão.
• Traga um visitante para ajudar 
na aula. Alguém que possa dar um 
testem unho, contar algo interes-
e x p e riê n c ia de vid a. 
Gosto de convidar o pastor 
da minha igreja para ser "en­
trevistado". Monto um am­
biente especial, com micro­
fone de repórter e uma im i­
tação de câmera (uma caixa 
de sapatos preparad a em 
forma de câmera de film a­
gem), e os adolescentes fi­
cam livres para perguntar o 
que quiserem sobre questões 
pessoais ou espirituais. Isso 
é bom para fazer com que 
haja uma aproximação m ai­
or entre o pastor e suas ove­
lhas adolescentes.
Seja criativo. Tento sem­
pre fazer alguma coisa dife­
rente a cada domingo. Nem 
sempre consigo, mas tento! 
Na lição sobre nossa identida­
de com Cristo, por exemplo, 
copiei no computador uma 
carteira de identidade, tro­
quei algumas palavras para 
torná-la uma "C arteira de 
Identidade do Céu" e distri­
buí para todos. Se não tives­
se computador, usaria a má­
quina xerox ou desenharia 
uma a uma. O importante é 
saber usar aquilo que tenho 
nas mãos de forma criativa.
A m issão é para todos 
que desejam depender da 
graça e da m isericórdia de 
Deus. Descubra em você o 
amor por essas almas e não 
se preocupe. Deus te deu um 
ta len to . Q uanto você vai 
granjear?
Amazonas recebe pela | 
Conferência de Escola D
A
AD em Manaus, liderada 
pelo pastor Jonatas Câma­
ra, recepcionou a 6o Con­
ferência de Escola Domi­
nical, promovida pela CPAD. Estive­
ram presentes mais de 1,5 mil pesso­
as que freqüentaram um ciclo de pa­
lestras relacionadas ao ensino na Es­
cola Dominical. "Deus agiu de forma 
gloriosa!", exulta pastor Jonatas ao 
avaliar o resultado dos quatro dias de 
conferência. "Foi uma experiência 
inédita na Região Norte, e superou 
todas as nossas expectativas", afirma.
Sob o tema "Transformai-vos pela 
renovação do vosso entendimento", Rm 
12.2, o evento contou com a presença 
dos pastores Antonio Gilberto, Claudi- 
onor de Andrade, Eliezer Morais e Davi
Fotos: Silas Ramos
Ronaldo Rodrigues de 
Souza, díretor-executivo da 
CPAD, recepciona em 
plenário líderes assembleia- 
nos e palestrantes. Em 
primeiro plano, da esquerda 
para a direita, pastores 
Wellington Júnior, Jonatas 
Câmara, Orcival Xavier, 
Sebastião Andrade e João 
Kolenda Lemos
EH ♦ ♦
Nascimento. Os professores Albertina 
Malafaia, Helena de Figueiredo, Anita 
Oyaizu, Débora Ferreira e Marcos Tuler 
também fizeramparte do grupo de pa­
lestrantes da programação.
Participação efetiva
Muitos inscritos tiveram que ven­
cer desafios para comparecerem à con­
ferência. O coordenador local do even­
to, pastor Aurino Bandeira, reconhece 
que a Região Amazônica possui inú­
meras dificuldades. "O povo da nossa 
região atravessa deficiência com mei­
os de transportes, analfabetismo, difi­
culdades na área financeira, mas nada 
disso foi motivo para desanimarmos na 
organização local do evento. Recebe­
mos irmãos que viajaram 
dias pelos rios da região. 
Alguns foram de canoa 
até um determinado lo­
cal, para então entrar em 
uma embarcação maior 
que os levasse até Ma­
naus", atesta. Pastor 
Aurino destaca que todo 
o esforço vale a pena no 
Reino de Deus: 
"Muitos procu­
ravam os prele- 
tores até nas 
horas de inter­
valo para escla­
recer suas dú­
vidas".
Segundo a 
professora He­
lena de Figuei­
redo, preletora na área dos primários e 
juniores, nem mesmo o calor de 40 
graus desmotivou os conferencistas. 
"Tivemos a participação efetiva dos 
ouvintes. Questionavam, ansiavam 
pela troca de experiências. Foi oportu­
no para o grupo descobrir novas me­
todologias de aprendizado a partir das 
diferenças pedagógicas detectadas por 
essa troca de experiências", analisa, sa­
lientando ainda que "não podemos 
deixar de frisar a preocupação que os 
professores devem ter em aprofundar 
seus conhecimentos com um estudo 
sistemático da Palavra".
Pastor Davi Nascimento, que dis­
correu sobre a utilização de recursos 
audiovisuais no ensino cristão, sentiu 
a receptividade dos conferencistas ao 
apresentar alguns cartazes que confec­
cionou para a ministração de sua pa­
lestra. "Os professores ficaram feljzes 
de ver exemplos de recursos visuais. A 
utilização de cartazes, retroprojetor, 
datashow e outros equipamentos são 
fundamentais porque auxiliam no pro­
cesso de ensino", declara.
Os desafios da pedagogia bíblica foi 
o assunto desenvolvido pelo pastor 
Eliezer Morais. "O grande desafio dos 
professores de Escola Dominical que 
utilizam a pedagogia bíblica é também 
utilizar a pedagogia do amor. Este sen­
timento ajuda a minimizar as dificul­
dades que possam surgir no processo 
de aprendizagem, além de gerar no 
professor a compreensão de que seu 
trabalho na igreja não é um favor dis­
pensado ao pastor, mas um ministério 
concedido por Deus", enfatiza..
Pastor Wellington Júnior fala aos 
congressistas durante o evento
Por Andréia Di Mare com tradução de Carla Ribas
Na perspectiva do ensino
y
r
Gilbert Beers, educador 
norte-americano que virá 
ao 4o Congresso Nacional 
de Escola Dominical, 
fala do desenvolvimento 
de currículos para a ED e 
enfatiza a construção do 
caráter a partir da Bíblia
Em uma pequena fazenda de grãos em Illinois, nos Estados Unidos, pouco depois do período da Gran­de Depressão, crescia Gilbert Beers, um menino que anos mais tarde viria a ser um instrumento nas mãos 
do Senhor para estabelecer referenciais no processo de ensino tia 
Palavra de Deus. Sua história, porém, causa-nos impacto. "Éra­
mos muito pobres, assim como todos os fazendeiros da­
quela época. Durante dois anos, nossa família 
morou dentro de um vagão de trem, atrás 
do nosso celeiro de vacas. Mas nossa fa­
mília não faltava a uma Escola Do­
minical sequer, em uma pequena 
igreja de um vilarejo distante cer­
ca de 8 km da nossa fazenda", re­
corda, afirmando que "foi lá que 
aprendi a Bíblia, conheci sobre o 
Senhor e formei a compreensão 
básica que me levou a aceitar 
Jesus quando adolescente". 
Aos 16 anos de idade, 
Beers começou a dar aulas 
na ED para a classe mas-
culina de juniores e, ao longo dos 
anos, esteve a frente de classes de 
adultos. Contudo, seu envolvimento 
maior tem sido na produção de cur­
rículos para a Escola Dominical. Sua 
primeira oportunidade para desen­
volver essa tarefa foi há 47 anos, 
quando assumiu o cargo de editor 
de Publicações sênior da Cook 
Communications Ministries. Com sua 
trajetória ministerial amadurecendo, 
Beers conquistou a presidência da 
Scriptnre Press M in istries e da 
Scripture Press Pnblications.
Ele desenvolveu, ainda, a filoso­
fia educacional para Godprints, o cur­
rículo contemporâneo da Cook, de 
onde também foi consultor e conse­
lheiro da diretoria. Simultaneamen­
te a suas atividades, Beers sempre en­
controu tempo para escrever livros - 
já são mais de 40 publicados na área 
de Educação Cristã. Entre suas obras 
está a Bíblia passo a passo para crian­
ças - uma publicação da editora 
Chariot Victor Publishing em co-edição 
com a Casa Publicadora das Assem­
bléias de Deus.
Este ano, a igreja brasileira pode­
rá aprender com a experiência de 
Beers. Ele será um dos preletores do 
4o Congresso Nacional de ED, que 
acontecerá em julho. A Ensinador 
aproveita esta fase pré-congresso 
para apresentá-lo a você na Conver­
sa Franca.
■ O que não pode faltar em um 
currículo infanto-juvenil de Escola 
Dominical?
O coração de qualquer currículo de 
Escola Dominical é a mudança que ele 
faz na vida do usuário fin a l. Um bom 
currículo deve ajudar o usuário a co­
nhecer a Bíblia. A experiência do apren­
dizado precisa ser com alegria e delei­
te. Aceitamos as verdades da Palavra 
de Deus quando as vemos através das 
janelas da alegria, não quando elas são 
impostas a nós. O processo de aprendi­
zagem também deve ser apropriado para 
a idade que se está trabalhando. Com
freqüência, esperamos que a criança 
veja algum atrativo na Bíblia do adul­
to, e isto simplesmente não acontece. O 
aprendizado bíblico precisa ser apropri­
ado para cada nível de idade ou de ma­
turidade.
■ Independente das divergências 
teológicas que há entre tradicionais 
e pentecostais, o que diferencia os 
currículos de ED disponíveis no 
mercado?
“Gosto 
de desafiar 
os pais a 
passarem 
com seus 
filhos, no 
mínimo, 
o mesmo 
tempo que 
passam à 
frente da 
tevê”
C urrículos de Escola D ominical 
tais como o da Cook e da Scripture 
Press têm sido usados por inúmeras 
denominações e igrejas independentes. 
Esses grupos representam um vasto 
alcance de diferenças doutrinárias. 
Mas o principal, e o motivo para que 
tantos grupos divergentes utilizem um 
currículo, é que estes currículos são 
designados para o ensino bíblico, não 
para o ensino das diferenças entre as 
igrejas. Algumas publicadoras deno- 
minacionais possuem seu próprio cur­
rículo, ao qual adicionam material re­
ferente às distinções teológicas relaci­
onadas às suas perspectivas.
Exceto essas diferenças denominaci- 
onais ou doutrinárias, cada currículo é 
diferente do outro na form a como abor­
da o aprendizado bíblico. E como se al­
guém perguntasse: "Quais são as dife­
renças entre as várias marcas de auto­
móvel?" A reposta é que todos eles pos­
suem quatro rodas, um motor, um vo­
lante e assentos, mas cada marca possui 
características únicas que ditam a dife­
rença de uma para outra.
■ Há crianças que freqüentam a 
ED, mas crescem, em seus lares, sob 
padrões de conduta que não condi­
zem com a Palavra de Deus. Nesses 
casos, como controlar a influência 
que a família exerce no caráter da 
criança?
Precisamos enfrentar a realidade que, 
mesmo dentro de muitos lares cristãos, 
os pais falham quanto à qualidade do 
tempo passado com os filhos. Gosto de 
desafiar os pais a passarem com seus f i ­
lhos, no mínimo, o mesmo tempo que 
passam à frente da tevê. Se cada pai f i ­
zesse isso, uma mudança revolucioná­
ria ocorreria com as famílias.
I K idbuilders é um programa de li­
teratura específica para alcançar cri­
anças não-evangelizadas. Como as 
histórias da vida de Jesus sã*o tra­
balhadas para gerar transformação 
no caráter das crianças?
Kidbuilders é baseado em 50 va­
lores bíblicos, as pedras fundam entais 
do caráter cristão. Cada um deles ê 
aprendido nas 50 histórias sobre a vida 
de Jesus usadas neste programa. Por 
exemplo, aprendemos sobre a honesti­
dade na história de Zaqueu. Ele men­
tiu, trapaceou, roubou o seu povo e os 
enganou. Ele fo i um exemplo de pes­
soadesonesta. Então, ele encontrou 
Jesu s, e Jesu s mudou a sua vida. 
Zaqueu tornou-se uma pessoa hones­
ta da cidade. A verdade aprendida é 
que Jesus pode transformar uma pes­
soa desonesta em honesta.
J
■ O senhor elaborou a B íb lia p a s ­
so a p asso , recomendada para cri­
anças a partir de quatro anos. O que 
motivou a idealização dessa Bíblia?
Desenvolvi a Bíblia passo a passo 
porque a maioria das pessoas, até mes­
mo cristãos adultos, não enxerga a Bí­
blia numa perspectiva histórica. Uma 
certa manhã, em uma classe de adultos 
da ED, o professor pediu aos alunos que 
listassem as pessoas da Bíblia em uma 
ordem histórica: Moisés, José, Davi etc. 
A maioria fracassou no teste.
Idealizamos uma forma de as crian­
ças verem como a Bíblia fluiu no curso 
da história. Por exemplo, os relatos de 
Ester, Esdras e Neemias dispostos den­
tro da cronologia dos fatos.
■ Nas Bíblias infantis raramente 
estão inseridos todos os relatos da 
Palavra de Deus. Considerando sua 
experiência, ao se organizar uma 
obra para crianças, quais os critéri­
os de seleção das histórias que irão 
integrar essa compilação?
Existem mais de 600 histórias na 
Bíblia. Quando selecionei as histórias 
para o livro de histórias bíblicas, consi­
derei primeiro quais ensinavam os valo­
res essenciais, aqueles que devem ser 
transmitidos à criança. Busquei relatos 
que se encaixavam no nível de idade que 
desejava alcançar. O relacionamento 
entre Davi e Bate-Seba, por exemplo, 
não é uma história para ser explorada 
em ensinos direcionados a uma criança 
em idade pré-escolar.
M Muitas crianças têm a tendência 
de aceitar Jesus sempre que escu­
tam o convite no culto público. Tra- 
ta-se de uma reação natural da in­
fância ou de algo que deve ser me­
lhor trabalhado na ministração do 
ensino bíblico?
Muita coisa precede a decisão que 
uma pessoa toma de aceitar um convite 
durante um culto. Comigo, sendo um 
garoto de 16 anos, lutei por três meses 
com a dúvida de aceitar Jesus. Então, 
vejo que a questão é esta: o que estamos
fazendo para preparar o caminho para 
que a criança aceite Jesus; seja respon­
dendo a um convite na igreja, seja ajoe­
lhando-se ao lado da sua cama junto de 
seus pais? Precisamos ajudar a criança 
a aprender sobre como se tornar uma 
pessoa santa em Jesus Cristo, ajudá-la a 
compreender o significado da vida cris­
tã e como viver como um verdadeiro f i ­
lho de Deus. O momento da decisão ge­
nuína poderá ocorrer em qualquer está­
gio desse aprendizado.
■ Como falar da salvação para cri­
anças especiais, fazendo com que 
elas tenham o pleno entendimento 
do Evangelho?
Há crianças especiais menos capazes 
e crianças especiais mais capazes. Todas 
as crianças acham difícil compreender o 
Evangelho quando muitos adultos ten­
tam explicá-lo. Para evangelizar um 
adulto que tem uma "cesta" cheia de 
pecados acumulados é certo começar com 
o tópico sobre o pecado - ajudando-o a 
ver a si mesmo como pecador necessita­
do de arrependimento e, assim, trazê-lo
Fotos: Arquivo pessoal
a Jesus. Mas para uma criança peque­
na, embora de natureza pecaminosa, a 
questão do pecado não é tão óbvia. Gos­
to de conversar com uma criancinha so­
bre como tornar-se amiga de Jesu s , 
aprendendo a amá-lo e aceitá-lo porque 
Ele a ama também.
Podemos focalizar a “amizade eter­
na" de Jesus. Então, uma criança per­
gunta por que Jesus não pode nos levar 
para a sua casa como somos? E por que 
fazemos coisas ruins que são chamadas 
de pecado e que nos sujam por dentro? 
Então, explicamos que Jesus não pode 
levar coisas ou pessoas sujas para o seu 
Lar Perfeito, ou lá deixaria de ser o Céu. 
Assim, mostramos para a criança a ne­
cessidade de pedir que Jesus limpe os 
nossos corações e as nossas mentes 
quando o aceitamos.
H O senhor participou do I o Con­
gresso Nacional de ED, promovido 
pela CPAD em 1998. Qual foi sua 
impressão da Educação Cristã bra­
sileira?
Fiquei muito impressionado pela pro­
fundidade e amplitude do interesse e da 
preocupação com a excelência em Edu­
cação Cristã.
■ Passados cinco anos, o senhor 
volta ao Brasil para participar da 
quarta edição desse Congresso. 
Sua palestra C onstruindo o ca rá fer 
d as cr ian ça s será m inistrada em 
duas partes. Comente sobre sua 
trajetória ministerial envolvendo 
esse tema.
Durante os últimos 47 anos, desde 
o início do desenvolvimento de currí­
culos para o estudo da Palavra de 
Deus, dediquei-m e à construção do 
caráter a partir da Bíblia. Elaborei um 
material em torno do tema com 40 va­
lores ou traços característicos, que ser­
viu como ponto central de um currí­
culo. Com o passar dos anos, tenho 
escrito mais de 150 livros, a maioria 
para o público infantil. Muitos deles 
trabalham o desenvolvimento do cará­
ter na criança, .-es®
/ í n t iy o -
iPor Elíezer de Lira e Silva
Quando a es!
Para solidificar a convivência familiar é preciso 
reorganizar alguns pontos do cotidiano
A maior ameaça que uma família pode enfrentar é não ter Deus como seu centro, mesmo que o co­
nheça. Satanás sempre tentou desvi­
ar o homem dos caminhos traçados 
pelo Senhor, e hoje usa meios cada 
vez mais sutis para desestruturar a 
família e, em decorrência, a igreja. Os 
pais devem estar atentos a tudo que 
possa am eaçar a m anutenção do 
bem-estar da família. Ao detectarem 
algo que comprometa o padrão de 
qualidade da vida familiar, devem, 
sem demora, restaurar esse padrão.
Deus deve ser reconhecido como 
Criador e Senhor, o único ser digno 
de todo o louvor, e isto deve ser pra­
ticado no lar. Nada deve tirar o lu­
gar de Deus
em primeiro lugar em nossas vidas.
No entanto, observamos um cer­
to desequilíbrio em pais que negli­
genciam o cuidado com sua família 
por causa dos trabalhos na igreja. 
Lembremos do que disse o Senhor: 
"De que adianta ganhar o mundo 
inteiro e perder a sua alma?" De que 
adianta trabalhar por uma igreja in­
teira e perder sua própria família? 
Antes de ser um obreiro, o homem 
tornou-se sacerdote do seu próprio 
lar, assim que formou sua família.
A falta do culto 
doméstico
Em Deuteronômio 6.6-9, Moisés 
explica que a Lei deve ser, em todo 
tempo, ensinada no lar. Deus deVe
fazer parte
clusive, prepara os filhos para uma 
adoração de qualidade na igreja. É 
também uma forma de o homem de­
senvolver o seu sacerdócio, e o seu 
próprio ministério (caso o tenha). E 
o momento propício para que os fi­
lhos assimilem os conceitos básicos 
da vida cristã tanto para o presente 
quanto para o futuro. A Palavra ex­
planada de forma sistemática no cul­
to doméstico leva a criança à sabe­
doria (2Tm 3.15).
Os pais devem tornar-se dignos 
de honra. Queremos que nossos fi­
lhos vivam m uitos dias, felizes. 
Mais do que os pais, Deus quer. Para 
tanto, estes filhos devem honrar seus 
pais (Ex 20.12). Esta honra é devida 
mereçam os pais ou não, mas é mui­
to mais nobre que estes pais façam 
por merecer a honra. Os primeiros
na vida da 
família, nem a própria famí­
lia. Um marido deve amar a Deus 
mais que à sua esposa, uma esposa 
deve amar a Deus mais que ao seu 
marido. Assim fazendo, eles amar- 
se-ão com maior força e intensidade; 
o Senhor estará intermediando este 
amor. Deus espera que o coloquemos
de todos os m o­
mentos da família. E obrigação dos 
pais apresentá-lo aos filhos sempre 
que possível. O culto dom éstico 
mantém a família agregada física, 
afetiva e espiritualmente. É um pe­
ríodo de adoração familiar que, in­
exemplos dos filhos são seus pais. As 
crianças percebem as atitudes de 
seus pais (muito mais do que as pa­
lavras) diante da vida, e inconscien­
temente, muitas vezes, duplicam es­
sas atitudes em suas próprias vidas.
m SmiMzdQn.'
abilidade do
Não só como pais, mas como cris­
tãos, deve-se ser exemplo para os fi­
lhos. Exemplo de amor, retidão, per­
dão, fidelidade, piedade, honestida­
de, abnegação, solidariedade. Pais 
que se mostram exemplos destas vir­
tudes são facilmente honrados por 
seus filhos e verão a recompensa do 
Senhor em suas vidas.
Ausência no lar
Uma outraam eaça à fam ília 
m oderna é a falta de tempo 
dos pais para conviver 
com os filhos e u su ­
fruir momentos agradá­
veis com sua fam ília. Es­
co n d e n d o -se a trá s da 
busca pela provisão, os 
pais m odernos esque 
cem -se da convivên­
cia familiar.
É necessário que 
os pais convivam 
com seus filhos 
para que possam 
lhes transm itir 
tanto os valores
Consumismo
A busca desenfreada pelo mate­
rial ameaça não só a família como 
um todo, mas cada membro dela que 
incorrer neste erro. Na realidade, 
quando se busca as coisas de modo 
anômalo, peca-se de diversas for­
mas: tira-se a pri- ^ v»- m a -
zia de Deus 
na vida
mais dinheiro ou bens - de qualquer 
forma não são tratadas como próxi­
mos, conforme a Bíblia ensina); a 
convivência familiar, quando existe, 
é prejudicada.
O materialismo resulta de um de­
senvolvimento anormal do instinto 
aquisitivo do homem. Quando este 
não tem um conhecim ento sobre 
Deus nos padrões bíblicos, apega-se 
a coisas de maneira que nunca vai 
se sentir satisfeito. Este 
comportamento defor­
ma o ser humano, le- 
vando-o a ser 
uma pessoa 
fria e ego- 
í s t a .
morais quanto os espirituais. Valo­
res são passados através de vida em 
comum, de exemplo, de conversas 
ocasionais. A convivência dos pais 
com os filhos é imprescindível para 
uma vida familiar saudável.
(o deus agora é o 
dinheiro ou o que ele 
possa comprar); as pessoas já 
não são vistas como preciosas aos 
seus olhos, dignas de respeito (a não 
ser que sejam meios de se conseguir
sas sao perso­
nificadas e as 
pessoas são 
reduzidas a 
coisas.
Essa realidade é 
praticada na sociedade 
em geral e, gradativamen- 
te, perm eia a fam ília. Nesse 
ponto, os familiares já não são va­
lorizados, as coisas e os projetos 
materiais assumem a prioridade na
m
“Ao 
detectarem 
algo que 
comprometa o 
padrão de 
qualidade da 
vida familiar, 
os pais devem, 
sem demora, 
restaurar esse 
padrão”
vida do homem. Como resultado, 
o espaço que deveria ser usado 
com a Palavra do Senhor bem como 
os referenciais advindos do caráter 
de Deus são trocados pelos valores 
materiais do mundo.
A Bíblia é clara ao declarar que 
a prioridade deve ser o desenvol­
vim ento do Reino de Deus (Mt 
6.33), e esse Reino é constituído de 
vidas, não de coisas. É bom ressal­
tar que, quando o m a te ria l é 
gerenciado de forma correta, ou 
seja, no seu devido lugar na escala 
de v a lo re s , D eus to rn a -se um 
partícipe nessa administração. As­
sim, os bens constituem -se uma 
benção para a família e para o Rei­
no de Deus.
Capitalismo
O capitalismo é um sistema eco­
nômico que provoca na comunida­
de a ele submetida uma falsa neces­
sidade de se adquirir o supérfluo. 
Isso tem adquirido tanta força na 
sociedade a ponto de os próprios 
governos dos países capitalistas de­
penderem do ciclo produção-consu- 
mo para sobreviverem.
O cristão responsável deve criar 
e manter uma resistência ao consu­
mo desenfreado. Desta maneira, ele 
terá garantia de não entrar em difi­
culdades decorrentes da má admi­
nistração financeira. Quando Jesus 
diz em Mateus 6.32-33 que "vosso 
Pai celestial bem sabe que necessitais 
de todas essas coisas; mas buscai pri­
meiro o Reino de Deus, e a sua justi­
ça...", Ele está expressando um pa­
drão de vida centrado em priorida­
des. Uma família conduzida por um 
sacerdote responsável nessa área 
tem grandes possibilidades de viver 
num clima de tranqüilidade e segu­
rança social.
Liderança em 
desequilíbrio
Deus criou a família com uma es­
trutura bem definida. Paulo evoca 
essa estrutura quando fala da igre­
ja. Cristo é a cabeça da igreja assim 
como o marido é a cabeça da mu­
lher (Ef 5.23). Temos nesse particu­
lar duas coisas a destacar: o amor 
do marido pela esposa e a submis­
são desta esposa a seu marido.
A Bíblia é muito clara e não dei­
xa espaço para exageros de ambas 
as partes. A esposa deve ser submis­
sa a seu marido como ao Senhor. O 
marido, por sua vez, deve amá-la 
como Cristo amou a igreja, entre­
gando-se a si mesmo por ela. E um 
amor sacrificia l. Amar a esposa 
mais que a própria vida. E tão fácil 
ser submissa a um marido assim!
Os desajustes nesta estrutura re­
percutem na família. Os filhos de­
vem ter referência de liderança mas­
culina no lar. Quando a esposa é au­
toritária e insubmissa, esta referên­
cia se perde, causando prejuízos, às 
vezes, irreparáveis, principalmente 
para os filhos homens.
Da mesma forma, pais excessiva­
mente autoritários tolhem a liberda­
de de expressão dos filhos e da es­
posa, tornando-os pessoas sem ini­
ciativa, que terão dificuldades em 
se relacionar com o mundo externo 
à família. Os filhos de um lar dita­
torial dificilmente serão bem-suce­
didos como líderes, considerando 
que esse modelo de formação pro­
voca bloqueios nessa área. A estru­
tura mostrada na Bíblia representa 
o equilíbrio que deve reinar no lar.
Lar em reconstrução
O p on to de p a rtid a p ara a 
reestruturação da família, à luz da 
Bíblia, é o conhecim ento mútuo 
tridimensional (espiritual, afetivo 
e social) entre o marido e a esposa. 
Assim como Cristo conhece a igre­
ja, o marido também deve conhe­
cer sua esposa - respeitando as de­
vidas proporções.
A cultura que nos é imposta tem 
levado os cônjuges a uma intensa 
vida profissional. Esse fator vem 
sacrificando a vida relacional e, 
conseqüentem ente, embaraçando 
esse conhecim ento indispensável 
no processo da reconstrução fam i­
liar.
Deus concedeu ao homem a res­
ponsabilidade de ser o mentor es­
piritual da sua mulher. Por isso, o 
conhecimento mútuo torna-se im­
prescindível. Isto só pode ser ad­
quirido com dedicação, atenção, 
perícia, m aturidade, paciência e, 
acima de tudo, conhecim ento da 
P alavra de D eus. É im p o ssív el 
uma fam ília chegar a um padrão 
de excelência no relacionam ento 
se o casal deixa a desejar nessa 
área. Uma vez que o casal *esteja 
ajustado, pode montar um plano 
de reconstrução com base na Pa­
lavra de Deus e na oração, sem 
abrir mão da disposição para levá- 
lo a efeito.
Em meio a todos os desajustes 
familiares, até mesmo em meio ao 
caos, nada está perdido quando se 
deseja uma recuperação aos pés do 
Senhor. "Porque para Deus nada é 
im possível", Lc 1.37.
Elíezer de Lira e Silva é pastor na 
AD em Prado Velho, Curitiba (PR), e 
comentarista das Lições Bíblicas para 
Jovens e Adultos deste trimestre cujo 
tema é Família Cristã.
m
Sxem fiC o-
de 'THeáfoe ; Por Andreia Di Mare com tradução de Carla Ribas
. ... .....
Cinco minutos com
Marlene LeFever
Professora norte-americana analisa a globalização, relacionando 
o comportamento das crianças de hoje com o ensino bíblico
c o m o d e 
muita gente. Que sin- 
tam-se pouco confortáveis, e isso os 
incentive a criar métodos de ensino.
m
estre em Educação Cris­
tã, conferencista e auto­
ra dos livros Estilos de 
aprendizagem e Métodos 
criativos de ensino (editados pela 
CPAD), Marlene LeFever é uma das 
preletoras internacionais de destaque 
no 4o Congresso Nacional de ED, a 
ser realizado entre 29 de julho e 1 de 
agosto, no Centro de Convenções 
Anhembi, em São Paulo. A seguir, 
você acompanha uma entrevista ex­
clusiva que esta professora - um 
exemplo de mestre dos nossos tem­
pos - concedeu à Ensinador Cristão.
Em termos culturais, o que pode­
m os considerar universal na criança?
Essa é a primeira geração em que 
as crianças se parecem mais entre si do 
que com seus pais. Elas vêem os mes­
mos filmes, vêem os mesmos progra­
mas de televisão, ouvem as mesmas 
músicas, vestem a mesma roupa. Mui­
tas delas têm a mesma atitude quanto 
à vida: "Eu vou viver para hoje, por­
que talvez não tenha o amanhã". Mui­
tas têm os mesmos medos - da Aids, 
morte do planeta, balas perdidas, vio­
lência. A maioria delas, especialmente 
nas nações mais desenvolvidas, se pre­
ocupa com o desaparecimento da fa­
mília - o pai vai embora, 
nada é estável.
A g loba lização pode d istanciar as 
crianças da cultura de seus países?
A globalização é muito óbvia, masexiste o fato de as pessoas estarem indo 
em outra direção. Algumas nações es­
tão percebendo que se não trouxerem 
as suas crianças de volta para a sua 
cultura, as perderão. Elas ainda têm as 
crianças, mas estas serão membros da 
nação do mundo, não do Japão, não do 
Iraque, nem mesmo do Canadá, e as­
sim por diante.
Então, o p ro fessor de ED tem de 
estar aten to p ara a qu estão da g lo ­
ba lização?
Se eu estivesse ensinando alunos 
entre as idades de 9 e 25 anos, eu ouvi­
ria a música deles, veria os mesmos fil­
mes que eles acham importantes, as­
sistiria aos programas de televisão que 
eles assistem. Dessa forma, eu poderia 
fazer uma relação de tudo com o Jesus 
que eu ensino na Bíblia. Eu usaria a 
vida diária deles como lição. Muitas 
crianças, em muitos países, acham que 
a igreja é cercada por muros enormes, 
e o que acontece nela é completamen­
te diferente do que acontece 
com o resto do 
m u n ­
do. É bem diferente o jeito que eles 
agem na igreja para o jeito que eles 
agem na escola e na rua.
Que contribu ição a irm ã espera 
que seus d o is liv ros la n ça d o s no 
B rasil traga p ara a E ducação Cris­
tã em n osso país?
Espero que os professores leiam o 
Estilos de aprendizagem e mudem o jeito 
como ensinam. Nós temos perdido 
muitas crianças porque temos ensina­
do a elas de um jeito ou de outro. Esti­
los de aprendizagem não vai resolver 
tudo, mas vai começar a ganhar alguns 
de nossos filhos. As crianças não cos­
tumam deixar a igreja por causa do Di­
abo; elas deixam a igreja por causa dos 
cristãos, que não as amam, que ensi­
nam a elas de uma forma que não en­
tendem, que não tem nada relevante 
para dizer sobre o mundo delas.
Já o Métodos criativos de ensino se tor­
na uma ferramenta para ensinar os di­
ferentes tipos de aprendizado.
Espero que esse li­
vro in-
/4 n t< m àx
Conhecimento em
Razão e capacidade sensorial são g |
mecanismos básicos à aquisição do saber * 9
Vejamos os meios de aquisição do 
conhecimento, inclusive o bíblico e es­
piritual.
O m eio ou can a l da percepção
É a nossa percepção sensorial 
mediante os sentidos físicos, que 
captam as impressões, imagens 
e mensagens do mundo à nossa 
volta e transmitem aos centros 
de processamento da mente. A
Meios de aquisição 
do conhecimento
fetas da época, alienados do conhe­
cimento de Deus, também fizeram o 
povo errar (Jr 50.6 e Mq 3.5). Esse 
assunto do conhecimento é realmen­
te oportuno no momento, por tratar- 
se de um dos sinais precursores da 
volta do Senhor, como está predito 
em Daniel 12.4.
O conhecimento realmente meri­
tório, sacrossanto e de valor e efeito 
benditos e inestimáveis é o conheci- 
jn en to de Deus. "Mas o que se glori­
ar, glorie-se nisto: em me conhecer e 
saber que eu sou o Senhor", Jr 9.24. 
Já o homem natural, por não conhe­
cer a Deus, esforça-se por conhecer 
ao máximo e com prioridade a si 
mesmo, como apregoava o famoso 
filósofo grego Sócrates: "Homem, 
conhece-te a ti mesmo". O conheci­
mento que nos é de fato prioritário e 
indispensável é o de nosso Senhor Je­
sus Cristo, o qual deve ser precedido 
do nosso crescimento na graça divi­
na (2Pd 3.18). Em Cristo estão escon­
didos todos os tesouros da sabedoria 
e da ciência (Cl 2.3).
este artigo vamos tratar 
dos meios de aquisição 
do conhecimento em 
geral. Não é primeira­
mente da sabedoria como tal que va­
mos tratar, mas do conhecimen­
to. Ter alguém sabedoria, pres- 
supõe-se que ele tem conheci­
mento. Daí, até certo ponto, 
sabedoria é o emprego lógi­
co, dosado e oportuno do 
conhecimento adqui­
rido, tanto o geral 
como o bíblico. Ve­
mos nitidamente em 
Romanos 11.33 que sa­
bedoria e conhecimen­
to são elementos distin­
tos, mas interdependen­
tes. O profeta Oséias falan­
do da parte de Deus acerca 
dos terríveis males que so­
brevieram ao povo de Israel, 
declara: "O meu povo foi 
destruído porque lhe faltou o 
conhecimento". Maus pas­
tores e falsos pro­
geral, ,___
mo adquin
percepção é um recurso básico e indis­
pensável à obtenção de conhecimento. 
Esse conhecimento que nos chega atra­
vés da percepção, tendo os sentidos fí­
sicos como canais de aprendizagem, 
costuma ser chamado de conhecimen­
to empírico.
Aí está à nossa volta o mundo da 
imagem e das impressões mediante as 
cenas, gravuras, quadros, gráficos, ex­
perimentação, observação pela visão, 
ouvido, olfato, paladar, tato etc. Este 
meio de conhecimento é limitado de­
vido a fragilidade dos nossos sentidos, 
cuja capacidade, em grande parte dos 
casos, é menor do que a maioria dos 
animais. Não era assim no princípio 
quando Deus criou o homem, mas o 
efeito deletério do pecado vem redu­
zindo desde a queda do homem, essa 
capacidade.
No campo da nossa percepção 
através dos sentidos e da empatia, a 
Criação é um imenso livro aberto, 
cujas "palavras" são os objetos, as 
pessoas, o espaço, os astros, campos, 
rios, bosques, animais, plantas, mon­
tanhas, dias, noites, fenômenos e leis 
da natureza etc. O crente precisa e 
deve sempre ser um atento observa­
dor da natureza. Recomendamos 
aqui que o leitor examine cuidadosa­
mente Jó 12.7-11, Salmos 8.3 e 19.1-4, 
Provérbios 6.6 e Romanos 1.20. Esta 
última referência bíblica é de grande 
peso no contexto aqui enfocado.
Certos fatos, práticas, ocorrências e 
incidentes da vida humana também 
podem contribuir para reduzir a capa­
cidade sensorial do ser humano, como 
doenças, enfermidades, atrofias, defor­
midades, abusos, vícios, excessos di­
versos, acidentes sofridos, idade, e
\ l
maus hábitos 
no emprego 
dos sentidos.
Alguns textos da Escri­
tura nos ajudam a entender o valor 
da percepção através dos sentidos 
físicos na aquisição do conhecimen­
to. Em João 20.29, Jesus dirigiu-se a 
Tomé, um dos seus discípulos, di- 
zendo-lhe, "Porque me viste, Tomé, 
creste; bem-aventurados os que não vi­
ram e creram!". Em 2 Samuel 5.24, Deus 
instruiu a Davi quando da guerra mo­
vida contra Israel pelos filisteus, dizen­
do-lhe, "Ouvindo tu um estrondo de 
marcha pelas copas da amoreiras, en­
tão te apressarás, porque o Senhor saiu, 
então, diante de ti, a ferir o arraial dos 
filisteus". Em Atos 2, a percepção dos 
discípulos quanto aos fenômenos pen- 
tecostais ocorridos no Dia de Pentecos­
tes ficou registrada na Bíblia. "Um som
como de um 
vento veemente", v2. "E 
foram vistas por eles lín­
guas repartidas como que 
de fogo", v3, e mais: 
"cada um os ouvia fa­
lar na sua própria 
língua", v6.
Como 
está a 
n o ssa 
percep-
m
ção fisiopsíquica do 
meio ambiente e de 
tudo mais à nossa vol­
ta através dos sentidos 
físicos?
O conhecim ento 
através da razão
A razão é a mais 
alta faculdade psicos­
social do ser humano.
É um atributo do nos­
so raciocínio; da nossa 
inteligência. A razão 
devidamente funcionando é o pensa­
mento e a reflexão transformados em 
imagens e projetados na "tela" da men­
te. O uso devido e organizado da ra­
zão conduz ao discernimento e ao ti­
rocínio. Os pensadores gregos são até 
hoje admirados, estudados e festejados 
por utilizarem o raciocínio filosófico ao 
máximo, enquanto hoje é comum os 
usuários lançarem mão de fontes do­
cumentais e de plágios, transcrevendo- 
os sem criatividade ou originalidade 
por parte deles ao apresentarem seus 
trabalhos no mundo das letras e das 
artes etc.
O uso ordenado da razão no estudo 
individual ou em grupo é fator primor­
dial para o estudioso na aquisição do 
conhecimento. Além dos processos co­
muns e habituais de tal estudo, estão 
também a inquirição, a investigação, a 
entrevista, e pesquisa em geral propri­
amente dita, conforme a prática que o 
aluno tenha em metodologia científica.
Na Bíblia temos muitas idéias dis­
so. Em Daniel 9.2, o profeta Daniel, 
que foi homem de estado em Babilônia 
e também muito culto, afirma, "Eu, 
Daniel, entendi pelos livros que o nú­
mero de anos de que falou o Senhor 
ao profeta Jeremias, em que haviam 
de acabar as assolações de Jerusalém, 
era de setenta anos." Lucas dá idênti­
co testemunho no tocante ao seu tra­
balho literáriopara relatar "por sua 
ordem" os fatos da vida de Cristo, ele 
(Lucas) informou-se "minuciosamen­
te de tudo desde o princípio" (Lc 1.3).
Vemos que Lucas 
através da facul­
dade da razão e 
sob a inspiração 
divina aprofun­
dou-se no exame 
minucioso dos fa­
tos que ocorreram 
com Jesus e assim 
nos legou o Evan­
gelho que leva o 
seu nome como 
escritor. O versí­
culo 4 declara o 
objetivo cognitivo 
de tudo isso: "Para que conheças a cer­
teza das coisas de que já estás infor­
mado".
A colônia judaica da cidade de 
Beréia, no sul da Macedônia, ao receber 
de bom grado a Palavra de Deus minis­
trada por Paulo e Silas, fez um meticu­
loso uso da razão, pois examinaram 
"cada dia nas Escrituras se estas coisas 
eram assim" (At 17.11). Outro notável 
emprego da razão na aquisição do co­
nhecimento é o que está narrado em 
Ester 6, a começar do primeiro versícu­
lo. O desfecho do drama, de que se ocu­
pa o referido livro, que resultou no li­
vramento dos judeus de morte certa foi 
a pesquisa racional ordenada pelo rei, 
"no livro das memórias das crônicas" 
do Império Medo-Persa.
Qual é o atual estado, a robustez, a 
pujança, a amplitude e a qualidade do 
nosso raciocínio? Dos elementos 
cognitivos da nossa mente?
O conhecim ento p ela intu ição
Intuição é o conhecimento direto 
das coisas sem prévia ajuda da razão, 
nem da percepção. A intuição procede 
da área psíquica do sentimento da pes­
soa; isto é, a pessoa "sente" psiquica­
mente.
A mulher é em geral mais intuitiva 
do que o homem, pelo fato de ser mais 
suscetível de sentir psiquicamente. O 
fenômeno dos sonhos, quando normais 
e naturais, pode estar relacionado à 
intuição.
“Há pessoas 
que deixam de 
aprender mais, 
inclusive sobre 
aquilo que já 
sabem um 
pouco, por 
acharem que 
sabem tudo”
A m ed iação humana
Da mediação humana vem o co­
nhecim ento m ediativo. Aí está a 
aprendizagem obtida através dos 
mestres, dos cursos, dos livros, mas 
também o exemplo dos outros, mo­
tivando a aquisição do conheci­
mento. As vezes aprendemos mais 
com a pessoa do mestre do que com 
a sua aula formal. Na nossa aqui­
sição de conhecimento mediativo é 
de maior importância a atenção do 
aluno para com o professor, e do 
mesmo tempo o interesse do aluno 
pelo assunto que o professor ensi­
na.
Em 2 Timóteo 2.2 vemos algo do 
conhecimento mediativo. " E o que 
de mim, entre muitas testemunhas 
ouviste, confia-o a homens fiéis, 
que sejam idôneos para também 
ensinarem os o u tro s." Em Atos 
18.26 temos um notável exemplo 
do que estamos a discorrer, quan­
do um casal cristão na cidade de 
Éfeso, na Ásia Proconsular, levou 
consigo o celebrado e eloqüente 
mestre Apoio, de Alexandria, para 
lhe ensinar com minúcias o cami­
nho do Senhor. Apoio certamente 
já conhecia o geral, mas agora che­
gara a vez de conhecer com preci­
são o referido assunto. Vemos aqui 
a humildade do grande Apoio. Há 
pessoas que deixam de aprender 
mais, inclusive sobre aquilo que já 
sabem um pouco, por acharem que 
sabem tudo. Pode ser pecado de 
presunção, de altivez, de arrogân­
cia. Neste particular, a humildade 
de espírito é uma bênção em nossa 
vida. O crente humilde de espírito 
aprende mais, e aprende mais rá­
pido. O orgulho endurece o cora­
ção; a humildade abranda-o, o que 
facilita a gravação do ensino minis­
trado.
A com panhe, na próxim a ed ição , 
a segunda parte deste artigo na qual 
p asto r A ntonio G ilberto acrescenta 
m ais in form ações e traz a conclusão 
do assunto.
Aprendendo sempre mais para ensinar cada vez melhor
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beneficiar-se deste livro — tanto 
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experiência. Este livro 
compartilha informações básicas 
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em termos de ação. De fácil 
leitura, sem ser simpiste, o 'ivro 
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reais e sugestões práticas
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Professores veteranos somam 
competência com experiência e 
fazem da sabedoria uma aliada
nas classes de EDO
 tema envelhecimento ga­
nhou crescente interesse 
da sociedade a partir de es­
tatísticas que projetam um 
período de 50 anos para que o número 
de idosos supere a marca do bilhão. No 
Brasil, de acordo com o último censo 
demográfico realizado em 2000, o nú­
mero de habitantes aproximou-se da 
marca de 170 milhões. Nos anos 70, 
projetava-se que em 2000 a população 
brasileira ultrapassaria os 200 milhões 
de habitantes. A diminuição da fecun­
didade, no entanto, reduziu o ritmo de 
crescimento populacional e provocou 
o envelhecimento dessa população. 
Como resultado, o Brasil deixou de ser 
um país predominantemente de jo­
vens, passando a ser um país cuja pi­
râmide etária apresenta maior concen­
tração de pessoas na faixa da meia ida­
de.
Outro fator a ser considerado é o 
aumento do número dos mais idosos 
(acima de 80 anos), alterando a com­
posição etária dentro do próprio gru­
po. Significa dizer que a população 
considerada idosa também está enve­
lhecendo. Estudos recentes indicam 
que este segmento é o que mais cresce 
no Brasil, podendo chegar a quase 15% 
do contingente populacional em 2020.
Enquanto o assunto Envelheci­
mento Populacional tem sido ampla­
mente discutido em conferências 
mundiais, nas igrejas a valorização 
dos idosos é uma realidade: idade 
avançada é reconhecida como a soma 
da experiência com o conhecimento. 
As Assembléias de Deus, por exem­
plo, aproveitam essa valiosa mão- 
de-obra em seus departam entos, 
principalm ente 
na Escola Domi­
nical, onde esses 
veteranos, com 
idade acima de
77 anos, continu­
am a exercer o 
magistério cris­
tão. Para eles, que 
esbanjam vitali­
dade nas classes, 
ensinar faz parte 
da aprendiza­
gem, pois quem 
ensina, aprende. 
A maioria assu­
miu o ministério
na juventude como auxiliar da ED. 
Hoje, a idade não é empecilho - eles 
não pensam em parar. E por isso, par­
ticipam de treinamentos, congressos 
e conferências de ED, buscando recur­
sos que os aperfeiçoem mais.
Vigor e disposição
A valorização dos idosos pode ser 
conferida na AD em Belém (PA), lide­
rada pelo pastor Samuel Câmara. Se­
gundo o superintendente-geral da ED, 
pastor Raimundo Corrêa Costa Lima, 
a igreja conta com mais de 100 profes­
sores nesta faixa etária. E o caso de , 
Alfredo Gansez do Nascimento, 85 
anos, que guarda experiências marcan­
tes de sua vida cristã. "Sinto-me feliz 
por ter presenciado no decorrer do meu 
ministério almas aceitando a Cristo, 
curas divinas e batismos no Espírito 
Santo. Muitos dos meus alunos hoje 
são professores de ED e pastores. Es­
ses resultados me motivam a continu­
ar com a missão de educador cristão e 
não penso em parar", ressalta.
Outro professor de ED que faz 
questão de ser exemplo para a igreja 
é o pastor Carlos Padilha de Siqueira, 
líder da AD em Presidente Prudente 
(SP), I o vice-presidente da Conven­
ção Fraternal e Interestadual do 
Belém (Confradesp) e presidente do
Sttàúuld&l'
em prática
Conselho de Missões da CGADB. Aos
78 anos, destes 50 ministrando aulas 
na EscolaDominical, ele conta que a 
ED foi a base de sua vida. "Até aos 
12 anos acompanhava minha mãe à 
igreja. Depois, me afastei. O que 
aprendi na igreja foi o que me fez re­
jeitar os vícios. Retornei aos caminhos 
do Senhor com 18 anos, e assim que 
passei pelas águas comecei a dar au­
las na classe de adultos e estou até 
hoje".
Pastor Padilha chama a atenção 
da liderança para a importância da 
ED e reivindica apoio do líder em re­
lação à Escola. "Nos dias atuais te­
mos lutado muito para manter a ED, 
porque nem todo membro é aluno. 
Mas se o pastor divulgar a ED nos 
cultos, fará da igreja uma grande 
Escola. O crescimento da Escola Do­
gue o pasrminical está no incentivo
tor dá. Há algum tempo iniciamos 
uma classe de novos casais. Nota­
mos a ausência de pessoas recém-ca- 
sadas e, então, começamos a visitá- 
las. O resultado foi excelente: a nova 
classe já conta com mais de 60 alu­
nos matriculados", avalia.
Pastor José Pimentel de Carvalho, 
líder da AD em Curitiba, assegura 
que a liderança que mantém a assi­
duidade na ED garante o seu bom 
andamento. "Como líder da igreja,
não permito que nenhuma ativida­
de atrapalhe o funcionamento da Es­
cola. Tenho 87 anos, comecei na ED 
aos 15, como auxiliar, logo após a 
minha conversão", recorda.
Incentivador do currículo infan­
til, pastor Pim entel não perde a 
chance de divulgar o ensino bíblico. 
"Faço questão de ensinar na ED por 
entender que ela é uma das colunas 
que sustentam a igreja. A aproxima­
ção do aluno com o professor des­
perta o interesse pelas aulas. Na clas­
se de ED, o aluno tem mais chance 
de aprender e questionar do que no 
culto. A Escola Dominical deixa o 
aluno mais receptivo ao aprendiza­
do. E fundamental que os líderes 
priorizem a Escola e incentivem os 
seus membros a serem alunos dela, 
pois a ED é a maior e mais impor­
tante Escola do mundo", afirma.
Idade não atrapalha
Nem mesmo a idade impediu irmã 
Luiza Ivo da Silva, 77 anos, membro 
da AD em Recife, a cursar o ensino bá­
sico de Teologia aos 60 anos. "Há 58 
anos sou professora de ED. Atualmen­
te melhoramos muito, pois no passa­
do não tínhamos as facilidades ofere­
cidas hoje. Aprendíamos uns com os 
outros. Graças a Deus, hoje os profes­
sores têm mais recursos disponíveis", 
analisa. Na |— 
opinião de­
la, a idade 
avançada 
não preju­
dica o an­
d a m e n to 
das aulas.
"Eu, por 
ex em p lo ,
Dj
al
m
a 
Ba
rb
os
a 
da
 
Si
jv
a
Com 77 anos de idade, professora Luiza Ivo (de pé) ministra 
a lição dominical na AD em Recife com o mesmo entusiasmo 
que há 58 anos, quando assumiu sua primeira classe de ED
quanto mais estudo, mais quero apren­
der. Para dar aulas, leio livros, pesquiso 
e principalmente leio a Palavra de 
Deus", revela.
Rita de Calda Silva, membro da AD 
em Recife e aluna da irmã Luiza Ivo, 
diz que é um privilégio ter a irmã Luiza 
como professora na ED. "Ela é dinâ­
mica, integrada com o assunto, tem co­
nhecimento na Palavra e muita expe­
riência. A idade dela faz com que te­
nha muito a oferecer para o aluno", tes­
temunha.
Os professores veteranos são unâ­
nimes ao concordarem que a faixa 
etária deles não prejudica o andamen­
to das aulas. "Há pessoas que envelhe­
cem cedo, se aposentam e não querem 
fazer nada na vida; há também pesso­
as mais jovens que não têm entusias­
mo para fazer nada. O importante é 
que o espírito seja sempre novo", diz 
pastor Padilha.
Para esses incansáveis ensinadores, 
a idade, de fato, não serve de obstáculo. 
Irmã Judite Holder, membro da AD em 
Porto Velho (RO), encaixa-se neste per­
fil. Ela comemora seus 90 anos e se ale­
gra por dedicar 64 
deles na ED. "Dar 
aulas na ED é 
prazeroso e quem 
me sustenta é o 
Senhor. Vou parar 
somente quando 
Jesus mandar. 
Ainda sinto mui­
ta vontade de 
continuar desen­
volvendo o mi- 
_________ ______ r ara o qual fui cha­
mada", atesta.
Para irmã Judite houve grande pro­
gresso na qualidade do ensino da ED e 
muitas opções surgiram para quem 
quer se aprimorar.
"Antes, dispúnha­
mos somente da Bí­
blia. Hoje temos ao 
nosso alcance uma 
variedade de materi­
al que nos auxilia, a 
começar pelas Lições 
Bíblicas e pelos cur­
sos de aperfeiçoa­
mento".
Sempre aluno
Escola Dominical 
também está entre as 
prioridades do presi­
dente da Convenção Geral das Assem­
bléias de Deus (CGADB) e líder da AD 
no Belenzinho (SP), pastor José Wel- 
lington Bezerra da Costa. Sua coope­
ração na ED não é somente como pro­
fessor, mas também como aluno. "En­
sino na ED desde 1956, e tanto ensino 
quanto aprendo. A ED é uma das opor­
Na avaliação do pastor José Wellington, a 
experiência de vida dos professores é uma 
valiosa contribuição para o ensino bíblico
tunidades que o crente tem de apren­
der, de forma mais minuciosa, as dou­
trinas bíblicas. Na ED estamos mais 
perto do aluno e ele tem a chance de 
tirar suas dúvidas. O aproveitamento 
é maior", enfatiza. O líder da CGADB 
concorda que a experiência vivida pe­
los professores é uma valiosa contribui­
ção para o ensino bíblico, mas recomen­
da que o professor atualize-se e bus­
que reciclar seus conhecimentos bíbli­
co e teológico. "Quem ensina, precisa 
acompanhar o desenvolvimento da 
vida para não ficar ultrapassado", 
aconselha.
Pastor José Wellington observa que 
a ED tem crescido não somente em nú­
mero de matricula­
dos, mas também em 
qualidade de ensino. 
"Atualmente temos o 
privilégio de servir à 
igreja uma variedade 
de revistas alcançan­
do as diversas faixas 
etárias. São lições de 
conteúdo precioso, 
onde os comentaris­
tas são usados por 
Deus com unção, 
abordando assuntos 
relevantes da vida 
do crente", analisa, 
acrescentando que "a 
CPAD contribui de forma preciosa com 
a Escola Dominical. A Casa tem criado 
e inovado principalmente na área infan­
til, pois neste mundo terrível do peca­
do, as crianças precisam conhecer, na 
sua mais tenra idade, quem é Jesus. No 
que se refere à ED, a igreja tem um bom 
currículo"
Conselhos para os iniciantes
Na opinião dos professores veteranos, 
os irmãos que desejam abraçar o magis­
tério cristão devem fazê-lo com amor, de­
dicação, alegria e disposição. “Deve-se 
considerar que o magistério cristão é an­
tes de tudo uma vocação divina. Atarefa é 
árdua, porém gratificante", avisa professor 
Alfredo Gansez.
Pastor Carlos Padilha concorda que 
haja dificuldades peio caminho, por isso 
aconselha: “Perseverem porque o desâ­
nimo vem, e a nossa vida é cheia de ven­
tos contrários. Não podemos desanimar 
por qualquer coisa. O professor de ED 
tem que ser perseverante. Há 58 anos 
sou professor de ED e nunca me cansei.
Nossas armas são o jejum e a oração 
para professores e obreiros, e o resulta­
do é maravilhoso”.
Para a irmã Luiza Ivo, a perseverança 
também é fundamental. “Não parem, conti­
nuem avançando e se interessem pela ED”, 
diz, ressaltando que “para colher é preciso 
semear, e ninguém pode dar o que não tem”.
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livro que se propõe a auxiliar a pais, professores e todos 
aqueles que se relacionam com adolescentes a responder 
100 dúvidas sobre os mais variados assuntos, desde a 
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Charles Colson é escritor, autor do conceituado livro 
E A gora, com o viverem os?, editado no Brasil pela CPAD. 
E também fundador do Prison Felow shíp nos EUA, 
um ministério nas prisões que auxilia presidiários, 
ex-presidiários e seus familiares.
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«■— |;Por Maria José Costa Lima
j n p i ■Oficio de
A busca pelo conhecimento precisa ser 
constante na vida do educador cristão
T ornar o aluno um discí­pulo de Cristo, com pro­metido com Deus e sua Palavra, é um dos m aio­
res desafios do professor de Esco­
la Dom inical. Como m inistros da 
Palavra, precisam os repensar al­
gumas atitudes que, infelizm ente, 
ainda perm eiam nossa prática do­
cente. É o caso do comodismo pe­
dagógico, intelectual e espiritual 
acrescido de preconceitos contra 
recursos que, se utilizados com sa­
bedoria e para o engrandecim en­
to do Reino, podem ser instrumen­
tos de bênção.
Olhando para o nosso M estre 
por excelência, Jesus Cristo, pode­
remos aprender as lições do m a­
gistério. Ao ensinar, Ele utilizava 
todos os recursos e métodos dis­
poníveis da sua época. Usava ob­
jetos, parábolas, histórias, prele- 
ções, perguntas, discursos etc. Isto 
porque Jesus tinha como alvo o 
coração de seus alunos e a trans­
formação de suas vidas.
C onscientes dessa verdade, o 
professor pergunta-se: "Que pro­
cesso e ferram entas devo utilizar 
para atingir o coração das crian­
ças, adolescentes, jovens e adul­
tos? Até que ponto minhas aulas 
têm produzido crescimento efeti­
vo no meu aluno?"
E sias q u estõ es devem fazer 
parte do cotidiano do professor, e
sabe ser. É aquele que reflete sua 
prática e olha sua form ação não 
como algo acabado e completo, mas 
em processo de crescimento. Nesse 
aspecto podemos aprender com o
produto.
Mas, ainda há outros 
qu estio n am en to s que 
devem ser fe itos pelo 
professor: "Com o obje­
tivo de cumprir o desa­
fio de levar o aluno a 
Cristo e edificá-lo na Pa­
lavra, tenho procu­
rado me aperfeiço­
ar? Com tantos re­
cu rso s d isp o n ív e is 
como revistas, jornais, 
vídeos, docum entários, 
palestras, cursos, internet 
tevê e experiências pesso 
ais, tenho motivado 
m eu alu no a 
ponto de plan­
tar em seu cora­
ção o desejo de tam­
bém ser um conhece­
dor da Palavra?"
Em um conceito moder­
no de Educação, o profes­
sor com petente é aquele 
q u e 
sabe 
c o - 
n h e -
cer, sabe fazer e
suas respostas farão diferença em 
sala de aula. O obreiro de ED sabe 
que a ap ren d iz a g em a co n te ce 
quando há mudança de com porta­
mento, logo a aprendizagem deve 
ser vista como processo, não como
m
“A
aprendizagem 
deve ser 
vista como 
processo, 
não como 
produto”
profeta O séias, que orientava o 
povo a conhecer e prosseguir em 
conhecer ao Senhor (Os 6.3).
Limitar-se apenas ao que está na 
Lição Bíblica do mestre pode até ser 
mais cômodo, mas não é sinônimo de 
uma Educação plena. O que se espe­
ra do docente hoje é leitura, pesqui­
sa e produção de conhecim ento. 
Quando observamos o que diz a Bí­
blia em Lucas 12.48 - a quem muito é 
dado também será muito exigido - , 
cabe a nós ter bem definido o grau 
de exigência que recairá sobre os que 
fazem a obra do Senhor.
Temos a tarefa de refletir sobre 
nossas aulas e de contextualizar 
os ensinamentos a fim de que pro­
duzam no cotidiano do aluno mu­
dança de vida, conscientes de que 
a proposta da ED não é apenas 
form ar para a vida terrena, mas 
para a eternidade. Não é formar 
apenas "rep etid o res" de textos 
bíblicos, mas discípulos de Jesus, 
que tenham suas próprias experi­
ências com Ele.
Comparo o trabalho do profes­
sor ao ofício de garim peiro. No 
preparo da aula, in icia-se o pro­
cesso de garim pagem , de escava­
ção do terreno do conhecim ento 
do tema em estudo. Se o assunto 
é oração, por exem plo, deve-se 
procurar livros, revistas, artigos, 
textos, experiências pessoais, to­
dos relacionados à oração.
Munido do m aterial garim pa­
do (nunca esquecendo de que o li- 
vro-texto é a Bíblia), o professor, 
ao chegar na sala de aula, fará 
um a a n á lise m u ito m aio r e 
abrangente sobre a necessidade de 
viverm os em oração, sendo capaz 
de inserir com entários sobre cada 
tópico do tema, tornando a aula 
mais rica e atrativa.
Habilidade sob a unção
Em certa ocasião, conversando 
com uma professora de ED, co­
mentávamos sobre a formação do 
professor e as críticas que se tor­
naram comuns a um termo bas­
tante utilizado nas escolas - reci­
clagem de professores. Se visto 
sob a perspectiva pedagógica, o 
conceito tem avançado e atu al­
mente trabalha-se mais com títu­
los como capacitação, com petên­
cia e aperfeiçoam ento.
P orém , se co n sid e ra rm o s o 
sim b olism o fe ito por Jerem ias 
18.1-6, essa concepção pode ser 
aplicada ao processo de mudança 
pelo qual passamos para nos tor­
nar úteis nas mãos do Oleiro. Essa 
mudança, de acordo com Roma­
nos 12.2, ocorre em conseqüência 
do não conformism o com este sé­
culo, de uma busca pelo conheci­
mento da Palavra, que resultará 
em renovação da mente e intim i­
dade com Deus.
Essa mesma Palavra que tem 
poder para gerar em nós relacio­
namento profundo com o Pai, tem 
a função de água, que lim pa, tira 
as im purezas, purifica e m odifica 
o ser por inteiro. Isto porque o 
processo de formação docente não 
é via de mão única, não é apenas 
m aterial e in telectual, mas tam ­
bém e, principalm ente, espiritual. 
Assim sendo, a Palavra de Deus 
tem o poder de "reaproveitar" o 
ser humano, antes morto espiritu­
alm ente, agora nascido de novo 
pela lavagem da Água da Vida.
Em nossas classes, chegarão 
a lu n o s a tra v essa n d o co n flito s 
em várias áreas - m aterial, em o­
cional, esp iritu al, enfim , neces­
sitand o de algo que con fron te 
seu problem a. Nós, professores, 
ensinam os m elhor o aluno quan­
do nós m esm o s, p o r m eio de 
constante pesquisa e prática da 
P alavra, som os ensinados pelo 
Senhor. Se esta é uma realidade 
em nossa vida, certam ente fará 
efeito prático na vida do nosso 
aluno. O exem plo continua sen­
do, ao longo da h istó ria , o m éto­
do m ais eficaz na vida de quem 
ensina.
Diante dos desafios, você pode 
estar pensando que tudo é teoria 
e que a prática é bem mais difícil. 
Hoje, entendem os que não existe 
prática sem teoria, nem teoria sem 
prática. No ensino cristão, no en­
tanto, temos pelo menos duas for­
ças geradoras na práxis do educa­
dor:
1) O Espírito Santo, sem o qual 
nossas forças e esforço nada va­
lem e se tornam vãos;
2) A disposição do homem e da 
mulher em se hum ilhar diante de 
Deus, colocando-se a serviço do 
Reino.
D evem os entend er que todo 
nosso conhecim ento intelectual e 
habilidades pessoais são de extre- * 
ma im portância, porém sozinhos 
não form arem os d isc íp u lo s de 
Cristo, somente pela unção do Es­
pírito Santo. No momento em que 
m inistram os a aula, a mensagem 
que Deus nos concedeu tem que 
estar queimando em nosso cora­
ção. É o que estam os ensinando 
com preparo, ungido pelo Espíri­
to Santo, que realm ente causará 
impacto nas pessoas.
Maria José Costa Lima é pedagoga, bacharel em 
Teologia, pós-graduada em M etodologia do 
Ensino Superior e vice-diretora do Instituto 
Bíblico da AD no Amazonas.
m Sivlòfuzdo-t-
.EntreA sp as
"É preciso haver conscientiza­
ção de que o novo discípulo 
não é uma propriedade 
particular do discipulador, 
nem um criado para suprir-lhe 
caprichos.
O discipulador deve resistir à 
tentação de vir a assenhorear- 
se do seu discípulo quando

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