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RESUMÃO: DIREITO DO TRABALHO INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO: Direito do Trabalho: é o “complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas…” (Maurício Delgado Godinho) FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO: ● Primeiro momento: legitima o capitalismo e a exploração da mão de obra. ● Segundo momento: visa assegurar direitos mínimos ao trabalhador que vende sua força de trabalho. Busca equilíbrio na relação jurídica que surge entre empregador e empregado. Havia um evidente desequilíbrio na relação jurídica de emprego. Empregado: aceitava as condições de trabalho para conseguir ter salário e sobreviver. Empregador: dono dos meios de produção, conseguia impor as cláusulas contratuais da relação jurídica. ● Surgiu a necessidade de empregados com o fim da escravidão em 1888; ● Ao longo dos anos, diversas leis esparsas até em 1943 com a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas. ● Constituição Federal de 1988 – consagra os direitos trabalhistas, incluindo os coletivos (liberdade de associação e sindical). DIVISÃO DO DIREITO DO TRABALHO: Direito Individual do Trabalho: contratos individuais entre empregados e empregadores. Direito Coletivo do Trabalho: relações jurídicas entre associações de empregadores e empregados (sindicatos, federações, confederações, acordos coletivos de trabalho, convenções coletivas e dissídio coletivo). FLEXIBILIZAÇÃO E DESREGULAMENTAÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS: Flexibilização: atenua os efeitos cogentes das leis trabalhistas. Possibilita a modificação de direitos pelas convenções coletivas, acordos coletivos e acordos individuais. Sempre deverá respeitar a CF/88. Desregulamentação: retirada de direitos trabalhistas (exemplo, fim das horas “in itineres”. Reforma Trabalhista de 2017 (Lei nº 13.467/17). FONTES DO DIREITO DO TRABALHO: Materiais: Fatos e condições que ocasionam o surgimento das normas. Nele há a pressão dos empregados para novos direitos e a pressão dos empregadores para flexibilizar direitos trabalhistas. Formais: são os comandos gerais, abstratos, impessoais e imperativos. ● Autônomas: São elaboradas pelos próprios destinatários, sem a intervenção estatal. Exemplos: convenção coletiva, acordo coletivo, regulamento da empresa e o costume. ● Heterônomas, Imperativas ou Estatais: Emanam do Estado (CF, Leis, Decretos, Sentença Normativa). HIERARQUIA DAS NORMAS: 1. Constituição Federal: Encontra-se no ápice da Hierarquia das normas jurídicas. Art. 7º, I, CF. a. Eficácia Plena: aquelas de aplicação direta, imediata e integral. b. Eficácia Contida: aplicação direta e imediata, mas podem sofrer regulamentação. c. Eficácia Limitada: dependem de outras normas e providências para terem aplicação e eficácia 2. Leis Complementares: Se destinam a completar os dispositivos da CF. Quórum especial para aprovação (maioria absoluta dos membros das duas Casas do Congresso). 3. Lei Ordinárias: Elaboradas pelo Congresso Nacional. Quórum simples. 4. Sentenças Normativas: Proferidas nos autos de um dissídio coletivo, com vigência máxima de quatro anos. Criam normas genéricas, impessoais e abstratas para a categoria a que se destinam. 5. Convenções Coletivas: acordo entre sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais. 6. Acordo Coletivo: acordo entre sindicato profissional e empresa. Hierarquia tradicional: Constituição Federal no topo, ECs, tratados internacionais sobre direitos (aprovação rito especial de EC), leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, etc. Hierarquia na Seara Trabalhista antes da reforma: prevalência da norma mais favorável. Teoria do conglobamento. Mudanças trazidas pela Lei n 13.467/2017 no conflito de normas trabalhistas: I. Art. 620 da CLT: O ACT (acordo coletivo de trabalho) sempre prevalecerá sobre a CCT. II. Art. 611-A: O ACT e a CCT (convenção coletiva de trabalho) têm prevalência sobre a lei. Não é rol exaustivo! III. Art. 611-B: Fixa rol exaustivo de objetos que não podem ser flexibilizados por instrumento normativo. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Teoria positivista: princípios apenas orientam o intérprete da lei, que deverá seguir o texto legal sem exceções. Teoria pós-positivista: princípios possuem força normativa, complementando o texto legal e exigindo unidade de interpretação. No caso, os princípios constitucionais não podem ser violados por normas infraconstitucionais.. 1) Princípio da Proteção: visa estabelecer uma teia de proteção à parte vulnerável e hipossuficiente na relação jurídica empregatícia, o empregado. 2) Princípio da Prevalência da Condição mais Benéfica ao Trabalhador: Toda circunstância mais vantajosa em que o empregado se encontrar habitualmente prevalecerá sobre a situação anterior, seja oriunda da lei, do contrato, regimento interno. Requisitos: a) Condição mais favorável ao trabalhador que a legal ou a contratual; b) Habitualidade na concessão ou concessão de forma expressa (oral ou escrito); c) Concessão voluntária e incondicional; d) Não haver impedimento legal. Exemplo: Empregador passa a conceder o sábado como dia de folga, diminuindo a jornada semanal de 44 para 40 horas. ● Benefícios concedidos por força de norma coletiva (ACT ou CVV) ou sentença normativa vigoram apenas durante a vigência da respectiva norma (art. 614, §3º, CLT). “Vedada a ultratividade”. 3) Princípio da Norma mais Favorável ao Trabalhador: Quando houver conflito de normas aplicáveis ao empregado, deve-se optar pela norma que for mais favorável a ele. 4) Princípio do “In Dubio Pro Misero” ou “In Dubio Pro Operario”: Quando houver mais de uma interpretação a respeito de uma norma, deve-se adotar aquela que seja mais favorável ao empregado. Não é aplicável ao processo do trabalho. 5) Princípio da Primazia da Realidade: Prevalece os fatos sobre as formas. Vale o que aconteceu e não o que está escrito. Exemplo: cartões de ponto. 6) Princípio da Intangibilidade e da Irredutibilidade Salarial: Intangibilidade - proteção do salário contra descontos não autorizados. Exceções previstas em lei: pensão alimentícia, imposto de renda, etc. O salário é irredutível, salvo convenção coletiva ou acordo coletivo que autorize a redução (art. 7º, VI, da CF/88). 7) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: A relação de emprego, como regra geral, tende a ser duradoura. Assim a presunção que o contrato de trabalho é por prazo indeterminado. Além disso, no caso de rescisão, na ausência de provas, presume a dispensa sem justa causa. Tem que provar o pedido de demissão ou a justa causa. 8) Princípio da Inalterabilidade Contratual “In Pejus”: Veda a alteração do contrato de trabalho quando prejudicial ao empregado, mesmo que consentido. Art. 468 da CLT – é válida qualquer alteração unilateral ou bilateral, desde que não cause prejuízo ao trabalhador. Exceções: previstas em lei, como reversão do empregado e confiança ao cargo efetivo. 9) Princípio da Irrenunciabilidade e da Intransacionabilidade: Regra geral: o empregado não pode antes, durante ou depois do contrato de trabalho, renunciar ou transacionar seus direitos trabalhistas seja de forma expressa ou tácita. As normas trabalhistas são de ordem pública, cogentes e imperativas. RELAÇÃO DE EMPREGO A CLT e a doutrina majoritária adotaram a teoria contratualista. A relação jurídica de emprego possui características e requisitos próprios: a) Pessoalidade: o contrato de emprego é pessoal em relação ao empregado, pois ele precisa prestar pessoalmente o serviço. O trabalho pode ser executado por outro empregado. Mas o empregado não pode enviar outra pessoa em seu lugar. b) Subordinação Jurídica: O empregador tem poder de comando da prestação de serviços pelo empregado. O empregado tem o dever de obediência. O empregador pode dirigir, fiscalizar e punir o trabalhador. O empregador possui o poder de direção por comandar, escolher e controlar os fatores de produção da empresa. ● Poder diretivo: distribui o serviço para atender os objetivosda empresa. ● Poder disciplinar: poder de impor punições aos empregados. ● Poder hierárquico ou de organização: organização da estrutura da empresa, incluindo hierarquia de cargos e funções. Outros tipos de subordinação: Técnica: premissa de que o empregador detém o domínio da técnica de produção ou do serviço. Econômica: O empregado depende do salário para sobreviver. Parassubordinação: é a subordinação dos “não empregados” que têm características de empregado. Exemplo: Representante comercial Subordinação Estrutural: “estrutural é, pois, a subordinação que se manifesta pela inserção do trabalhador na dinâmica do tomador de seus serviços, independentemente de receber (ou não) suas ordens diretas, mas acolhendo, estruturalmente, sua dinâmica de organização e funcionamento”. c) Onerosidade: O empregador recebe os serviços. O empregado recebe o salário. A onerosidade do contrato de trabalho é traduzida pelo pagamento de salário em pecúnia ou em utilidade. d) Não-eventualidade: Deve ser analisado sob a ótica do empregador. ”Serviços de necessidade permanente para a empresa, seja de natureza contínua ou intermitente”. Exemplo: O professor dá aula 01 vez por semana, para o funcionário é eventual, mas para a faculdade não. Se a doméstica for 02 vezes por semana, é eventual, se for 03 vezes já tem vínculo. e) Pessoa física (empregado): o empregado sempre será pessoa física. MAIS IMPORTANTES: Pessoalidade e subordinação jurídica CONTRATO DE TRABALHO O contrato de trabalho nasce com a manifestação das vontades convergentes do empregador e empregado. O contrato de trabalho é um negócio jurídico. Assim, exige: 1. Agente Capaz. 2. Objeto lícito, possível e determinado. 3. Forma prescrita ou não defesa em lei. Agente capaz: Capacidade plena para trabalhar: a partir dos 18 anos. Relativamente capaz: menor entre 16 e 18 anos. Segundo a CLT, torna-se necessária a autorização dos pais para contratar, rescindir e dar quitação. Ocorre que o art. 5º, parágrafo único, estabelece que a incapacidade civil cessa pela existência de relação de emprego com economia própria, desde que o trabalhador seja menor entre 16 e 18 anos (emancipação). Absolutamente incapaz: menor de 16 anos. Algumas profissões possuem requisitos de idade diferentes: ● Peão de rodeios: 21 anos. ● Vigilante: 21 anos. ● Minas de subsolo: 21 anos. ● Mãe social: 25 anos. ● Motoboy ou mototaxista: 21 anos. E se o menor de 13 anos é contratado e trabalha? Ele é incapaz civilmente, porém, poderá receber os valores referente ao tempo trabalhado. Ele gera efeitos jurídicos, ou seja,a pessoa pode entrar com uma ação pela violação de seus direitos. Objeto Lícito: O objeto do contrato não pode ser contrário à lei, à moral, aos princípios de ordem pública e aos bons costumes. Exemplos de Ilícito: jogo do bicho, tráfico de drogas, prostituição, etc. Objeto ilícito = contrato nulo. Gera efeitos? Exercício irregular da profissão é considerado trabalho ilícito e não gera efeitos. Forma Prescrita ou não Defesa em Lei (Proibição): Regra geral: O contrato de trabalho não tem forma prescrita, podendo ser celebrado oralmente, até tacitamente. ● Trabalho proibido é diferente de trabalho ilícito. Proibido: não há ilicitude na atividade prestada, mas a lei proíbe sua formação e desenvolvimento. Exemplo: prévia aprovação em concurso público para ser empregado público. Ele gera todos os efeitos, se for cargo público, não. Direitos do empregado no caso de trabalho proibido: salários e FGTS (corrente majoritária). Súmula n. 363 do TST. ESPÉCIES DE CONTRATO DE TRABALHO: Regra Geral: Contrato por prazo indeterminado (Princípio da continuidade da relação de emprego) Exceção: prazo determinado. I. Termo pré-fixado. II. Acontecimento de previsão aproximada. III. Contrato de experiência. Prazo máximo do contrato por prazo determinado: 2 anos. Art. 445, CLT. ● Possível prorrogar uma vez, desde que dentro destes 2 anos. Art. 451, CLT. Contrato de experiência: 90 dias (art. 445, Parágrafo único, CLT). ● Possível prorrogar uma vez, desde que dentro destes 90 dias. JORNADA DE TRABALHO -resumo: Limite diário: 8 horas. Limite semanal: 44 horas. Cálculo da hora normal: salário dividido por 220. Acima: Horas extraordinárias – Acréscimo de 50%. Horário Noturno: 22h às 5h. Adicional noturno: 20%. Intervalos: ● Até 4 horas de trabalho: sem intervalo. ● De 4 horas a 6 horas: 15 minutos de intervalo. ● A partir de 6 horas: mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas Salário: 1. Respeitar o piso da categoria profissional. 2. Salário: valor pactuado pela contratação. 3. Remuneração: salário + verbas salariais (horas extras, adicionais como insalubridade, periculosidade, noturno e tudo o que for salarial). Férias – Artigos 129 e seguintes da CLT: a) A cada 12 meses de trabalho, surge o direito às férias. b) Período aquisitivo: doze primeiros meses. c)Período concessivo: os doze meses seguintes. d) Empregador decide a época. e) Pagamento inclui o terço constitucional. Décimo Terceiro Salário (Lei núm. 4.090/62) 💰 O empregado tem direito ao décimo terceiro salário. 💰 Primeira parcela até o dia 30 de novembro. 💰 Segunda parcela até o dia 20 de dezembro. 💰 Proporcional: cada mês: 1/12. 💰 Exemplo: Empregado entrou em julho: 6/12. 💰 Salário divide por 12 e multiplica por 6. FGTS é um Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - Lei núm. 8.036/90, com 8% de remuneração. Resumo em forma de exemplo: 📑 Empregado contratado pelo salário de R$2.000,00 📑 Salário: R$2.000,00. 📑 Hora normal de trabalho: R$9,09. 📑 Hora extra de trabalho: R$13,63. 📑 FGTS: R$160,00. 📑 Férias acrescidas de um terço: R$2.666,66. 📑 Décimo terceiro salário: R$2.000,00. JORNADA DE TRABALHO Jornada de Trabalho: “Diz respeito ao número de horas diárias de trabalho que o trabalhador presta serviços à empresa” – Sérgio Pinto Martins (Livro ‘Direito do Trabalho’). ● Oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais; ● Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Tempo à disposição do Empregador - Art. 4º, CLT O legislador trabalhista considerou o tempo que o empregado fica à disposição do empregador aguardando ordens, como tempo de serviço prestado. Não são consideradas horas à disposição do empregador: 1. Práticas religiosas; 2. Descanso; 3. Lazer; 4. Estudo; 5. Alimentação; 6. Atividades de relacionamento social; 7. Higiene pessoal; 8. Troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. Exemplo: Empregado trabalha das 8h às 17h, com 1 hora de intervalo intrajornada. O empregador exige que ele chegue 7h30min para vestir o uniforme obrigatório e só pode vestir na empresa. Ao final, é necessário trocar de roupa, tomar um banho e esse procedimento demora mais 30 minutos. Sendo assim, ele terá direito de receber essa 1 hora (30 minutos antes e 30 minutos depois) como extraordinária. - Tudo o que a empresa obriga o funcionário a fazer se torna tempo à disposição do empregador, por isso, deve ser remunerado. - Vigilante integra o horário de trabalho, Se alimentar na empresa também. JORNADA EXTRAORDINÁRIA ⌚ A duração diária do trabalho não poderá exceder duas horas. ⌚ A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% superior à da hora normal. Cálculo básico da hora extras: ⌚ Salário divide por 220 e você terá o salário hora do empregado.⌚ O resultado multiplica por 50% e você terá o valor da hora extra do empregado. Exemplo: Empregado que ganha R$1.500,00. R$1.500,00 dividido por 220 = R$6,81 (Salário hora). R$6,81 multiplicado por 50% ou 1.5 = R$10,21 (hora extra). Base de cálculo: remuneração (não salário básico). Bancário: divisor é 180. Banco de horas - Art. 59, , §§ 2º ao 6º 🕕 É possível estabelecer um sistema de compensação de jornada. Cria-se um banco de horas. - A compensação acontece dentro da jornada semanal. Já o banco de horas é um sistemade débito e crédito. 🕕 As horas extras laboradas, desde que no máximo 2 horas por dia, podem ser compensadas. 🕕 Negociação coletiva: máximo de um ano. 🕕 Acordo individual: máximo de seis meses. 🕕 Para ter validade: importante transparência e controle. Jornada 12X36 Estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. Obs. O salário já remunera o trabalho aos domingos e feriados. Falta de Requisito do Acordo de Compensação ou Banco de Horas Caso não ultrapasse o limite semanal (44 horas semanais), paga-se apenas o percentual da hora extra. Caso ultrapasse, é paga a hora extra cheia. Após a reforma de 2017: a prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação ou o banco de horas. Empregados Excluídos do Capítulo da Jornada da CLT -Art. 62 - Não receberão hora extra os funcionários excluídos; - Se o empregado faz uma atividade incompatível (não tem como a empresa ver o que ele está fazendo), sendo assim, ele não receberá hora extra. - Se o funcionário aparece de manhã e no fechamento do dia, não é uma atividade incompatível. (Geo-localiação, GSP do Google) Os gerentes, em verdadeira função de gestão: poderes para punir ou advertir, participar de processos de contratação ou demissão de empregados, representar a empresa ou ter procuração. Devem receber 40% de gratificação da função de confiança (critério objetivo). Empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou tarefa. Dos intervalos e descanso 🕟 Intervalo Intrajornada: ● a) menos de quatro horas: desnecessário; ● b) de 4 horas a 6 horas: 15 minutos; ● c) acima de 6 horas: mínimo de 1 hora, máximo de 2 hora (art. 71 da CLT). 🕟 Intervalo Interjonada: mínimo de 11 horas entre as jornadas de trabalho (art. 66 da CLT). 🕟 Descanso Semanal Remunerado: 24 horas consecutivas, de preferência aos domingos (art. 67 da CLT – revezamento e autorização). Observações: ● O Intervalo não é jornada de trabalho. Não integra a jornada. ● Intervalos não previstos: considera-se tempo à disposição e integra a jornada de trabalho. ● Antes da reforma: remunerado como hora extra, verba salarial. ● Após a reforma: remuneração como verba indenizatória. E o intervalo concedido parcialmente? Exemplo: empregado usufrui de apenas 20 minutos de intervalo. É devido 1 hora cheia? É devido 40 minutos? R: Deve-se pagar apenas os 40 minutos. Lembrando que será acrescido de 50%, mas de natureza indenizatória. IMPORTANTE: Intervalo concedido ● 8h às 12h – intervalo – 13h às 17h – 8 horas. Intervalo trabalhado e compensado no mesmo dia. ● 8h às 16h – 8 horas de trabalho + 50% sobre o a hora do intervalo suprimido. Intervalo trabalhado e não compensado. ● 8h às 17h – 8 horas de trabalho + 1hora extra + 1h e 50% do intervalo (indenizatório) Descanso Semanal Remunerado “O repouso remunerado de 24 horas consecutivas, no sétimo dia, é um direito irrenunciável do trabalhador, por constituir norma de ordem pública, destinada a proteger a saúde física, mental e social do trabalhador”. (Vólia Bomfim) Outros nomes: repouso semanal remunerado, DSR, RSR, folga semanal, repouso dominical. Requisitos: frequência e pontualidade na semana que antecede o repouso. Do contrário, tem direito ao descanso, mas não remunerado. 🌅 Deve ser observado o intervalo interjornada (entrejornada) de 11 horas entre o DSR e o dia de trabalho. 🌅 Todos têm direito, mesmo que não tenha jornada controlada (art. 62 da CLT). 🌅 Descanso dentro dos sete dias, salvo escala de revezamento para coincidir com o domingo. 🌅 Falta de concessão: pagamento em dobro (adicional de 100%). SOBREAVISO - Art. 444 da CLT 🔔 Súmula 428, item II, TST: “Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso”. 🔔 Remuneração: 1/3 da hora normal. As horas trabalhadas durante o período de sobreaviso serão consideradas normais, de modo que o funcionário receberá por elas (pode ser como hora extra). PRONTIDÃO - Art. 244, §3º, da CLT 📢 Aguardando ordens no local de trabalho. 📢 Remuneração: 2/3 da hora normal. REGIME DE TEMPO PARCIAL ● 30 horas semanais (sem horas extras) ou 26 horas semanais (possibilidade de mais 06 horas extras semanais; ● Salário proporcional aos empregados de tempo integral; ● Mudança do integral para parcial: necessidade de autorização em negociação coletiva. TURNO ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO Revezamento é a troca contínua de horários de trabalho de forma que um empregado trabalhe todos os horários de um dia em períodos diferentes: manhã, tarde, noite e madrugada (...). O revezamento pode ser semanal, quinzenal ou mensal”(Vólia Bomfim). ● Limite de 6 horas diárias (tem direito a intervalo de 15 minutos). JORNADA NOTURNA Trabalho entre 22h e 5h Remuneração: 20 % superior a hora normal Hora noturna: 52 min 30 seg E se o empregado trabalhar das 22h às 7h? O que acontece com as horas das 5h às 7h? Será considerado como hora noturna. Súmula 60, II, do TST. §§ 4º e 5º do art. 73 da CLT. Horas “In Itineres” Antes da reforma (Lei nº 13.467/17): Local de difícil acesso, não servido por transporte público, meio de transporte fornecido pelo empregador = tempo remunerado como jornada normal. Agora, art. 58, §2º: “O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador”. Cartões de ponto 📆 Empresa com mais de 20 empregados: obrigatório; 📆 Recomendação: sempre adotar (preventivo); 📆 Apresentado o cartão de ponto, ônus da prova passa para o empregado. Evitar horário britânico; 📆 Após a reforma (art. 74, §4º): cartão por exceção (anota apenas horas extras, precisa de contrato escrito individual ou norma coletiva). Minha opinião: muito ruim para todos, baixo valor probatório. TeleTrabalho 💻 É a prestação de serviços fora das dependências do empregador, desde que não configure trabalho externo. 💻 Tem direito a horas extras trabalhadores que estiverem executando suas atividades remotamente, por jornada 💻 O comparecimento do empregado à sede da empresa, não desconfigura o teletrabalho. Hipóteses: reuniões, treinamentos, etc. E quando o empregado utiliza whatsapp ou outro equipamento ou software fora da jornada de trabalho? Configura hora extra? R. Fora da jornada de trabalho normal do empregado não constitui tempo à disposição ou regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo individual ou em acordo ou convenção coletiva de trabalho 💻 A modalidade de teletrabalho deve constar expressamente do contrato individual de trabalho. Requisito formal. 💻 Pode alterar para teletrabalho, desde que haja mútuo consentimento. Aditivo contratual. 💻 Pode voltar ao presencial por determinação da empresa. Quinze dias de transição. Aditivo contratual. Quem paga o equipamento, a manutenção, a internet necessária, os gastos diversos do empregado para o teletrabalho? ● Valores pagos mensais não integram a remuneração. ● Para o trabalho = não integra. Pelo trabalho = integra. 💻 Empregador deve instruir, “de maneira expressa e ostentiva”, o empregado sobre cuidados para não desenvolver doenças do trabalho (art. 75-E). 💻 O empregado deve assinar termo de responsabilidade. 💻 Art. 75-F. Os empregadores deverão dar prioridade aos empregados com deficiência e aos empregados com filhos ou criança sob guarda judicial até 4 (quatro) anos de idade na alocação em vagas para atividades que possam ser efetuadas por meio do teletrabalho ou trabalho remoto AVISO PRÉVIO É o termo que suspende o exercício do direitoà extinção imediata do contrato. Isto é, ao denunciar o contrato, o notificante o extingue. Todavia, os efeitos desta extinção dependem do implemento do termo 📝 Pedido de demissão: férias vencidas e proporcionais acrescidas de um terço, décimo terceiro salário, saldo de salário. 📝 Dispensa sem justa causa: aviso prévio (trabalhado ou indenizado), férias vencidas e proporcionais acrescidas de um terço, décimo terceiro salário, saldo de salário, indenização de 40% do FGTS. 📝 Dispensa por justa causa: salde de salários e férias vencidas acrescidas de um terço. 📝 Demissão por comum acordo: aviso prévio (50% se indenizado), férias vencidas e proporcionais acrescidas de um terço, décimo terceiro salário, saldo de salário, indenização de 20% do FGTS. Aqui poderá sacar 80% do saldo do FGTS. Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. A cada ano de contrato de trabalho, aumenta 3 dias de aviso prévio. Empregado com 3 anos de contrato de trabalho, o aviso prévio será de 39 dias. Posição majoritária: integra o contrato de trabalho, mas o empregado trabalha apenas 30 dias, o restante é indenizado. 📝 Empregador não concedeu o tempo de aviso prévio: tem que indenizar e o tempo integra o contrato de trabalho para todos os fins. 📝 Empregado não dá o aviso prévio: o empregador tem o direito de descontar do pagamento das verbas rescisórias. 📝 Salário variável: cálculo da média dos últimos 12 meses. Horas extras integra o cálculo do aviso prévio indenizado. 📝 Dispensa indireta(justa causa do empregador): deve ser pago. 📝 Reajuste salarial durante o aviso prévio beneficia o empregado, mesmo que já tenha recebido os valores das verbas rescisórias. 📝 Durante o aviso prévio a parte notificante pode reconsiderar o ato antes do seu vencimento. A outra parte pode aceitar ou não. Caso aceite, o contrato de trabalho volta a vigorar por prazo indeterminado. Maioria da doutrina entende que o contrato é extinto ao final do prazo. 📝 Não existe aviso prévio cumprido em casa, nesta caso deverá ser considerado indenizado (OJ nº 14 da SBDI-1 do TST). 📝 Pode ser trabalhado: o período de aviso prévio é trabalhado pelo empregado. 📝 Pode ser indenizado pelo empregador: o trabalhador é afastado do emprego e recebeu o valor respectivo. 📝 Pode ser indenizado pelo empregado: o empregado não cumpre o período de aviso prévio e o valor é descontado das verbas rescisórias. Finalidade: 🌾 Empregador: conceder ao empregado ciência e oportunidade de procurar uma nova colocação. 🌾 Empregado: dar ao empregador a oportunidade de procurar um substituto para o cargo. 🌾 Redução da jornada: quando recebe o aviso prévio, o empregado pode optar em ter reduzida sua jornada em 2 horas ou 7 dias (art. 488 da CLT). 🌾 Não concessão da redução de jornada: Aviso prévio nulo, pedir pagamento e integralização do período com reflexos em direitos trabalhistas. Não pedir as 2 horas como extras.
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