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INICIAÇÃO 
CIENTÍFICA
Maurício Lamano Ferreira
Natália Cristina de Oliveira 
1ª Edição, 2021
Fundado em 1915 — www.unasp.br
Missão Educar no contexto dos valores bíblicos para um viver pleno e para 
a excelência no serviço a Deus e à humanidade.
Visão Ser uma instituição educacional reconhecida pela excelência nos serviços prestados, 
pelos seus elevados padrões éticos e pela qualidade pessoal e profissional de seus egressos.
Administração da Entidade 
Mantenedora (IAE)
Diretor-Presidente: Maurício Lima
Diretor Administrativo: Edson Medeiros
Diretor-Secretário: Emmanuel Oliveira Guimarães
Diretor Depto. de Educação: Ivan Góes
Administração 
Geral do Unasp
Reitor: Martin Kuhn
Vice-Reitor Executivo Campus EC: Antônio Marcos da Silva Alves
Vice-Reitor Executivo Campus HT: Afonso Ligório Cardoso
Vice-Reitor Executivo Campus SP: Douglas Jeferson Menslin
Pró-Reitor Administrativo: Telson Bombassaro Vargas
Pró-Reitor Acadêmico: Afonso Ligório Cardoso
Pró-Reitor de Educação à Distância: Fabiano Leichsenring Silva
Pró-Reitor de Pesquisa e Desenvolvimento Institucional: Allan Macedo de Novaes
Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual, Comunitário e Estudantil: Martin Kuhn
Secretário-Geral: Marcelo Franca Alves
Faculdade Adventista 
de Teologia
Diretor: Reinaldo Wenceslau Siqueira
Coordenador de Pós-Graduação: Vanderlei Dorneles da Silva
Coordenador de Graduação: Adriani Milli Rodrigues
Órgãos Executivos 
Campus Engenheiro Coelho
Pró-Reitor Administrativo Associado: Murilo Marques Bezerra
Pró-Reitor Acadêmico Associado: Everson Muckenberger
Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Bruno de Moura Fortes
Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Ebenézer do Vale Oliveira
Órgãos Executivos 
Campus Hortolândia
Pró-Reitor Administrativo Associado: Claudio Valdir Knoener
Pró-Reitora Acadêmica Associada: Suzete Araújo Águas Maia
Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Daniel Fioramonte Costa
Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Wanderson Paiva
Órgãos Executivos 
Campus São Paulo
Pró-Reitor Administrativo Associado: Flavio Knöner
Pró-Reitora Acadêmica Associada: Silvia Cristina de Oliveira Quadros
Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Ricardo Bertazzo
Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Robson Aleixo de Souza
Editor-chefe Rodrigo Follis
Gerente de projetos Bruno Sales Ferreira
Editor associado Alysson Huf
Supervisor administrativo Werter Gouveia
Gerente de vendas Francileide Santos
Editores Adriane Ferrari, Gabriel Pilon Galvani, 
Jônathas Sant’Ana e Thamires Mattos
Designers gráficos Felipe Rocha e Kenny Zukowski
Imprensa Universitária Adventista
1ª Edição, 2021
INICIAÇÃO 
CIENTÍFICA
Imprensa Universitária Adventista 
Engenheiro Coelho, SP
Maurício Lamano Ferreira
Doutor em Ciências pela Universidade 
de São Paulo (Cena/USP)
Natália Cristina de Oliveira Vargas e Silva
Doutora em Ciências Médicas pela 
Faculdade de Medicina da USP
Ferreira, Maurício Lamano / e Silva, Natália Cristina de Oliveira
Iniciação científica [livro eletrônico] / Maurício Lamano Ferreira. -- 1. ed. -- Engenheiro Coelho, 
SP: Unaspress, 2020.
1 Mb ; PDF
ISBN 978-85-8463-172-8
1. Carreira profissional 2. Contabilidade 3. Contabilidade como profissão 4. Contabilidade como 
profissão - Leis e legislação 5. Formação profissional 6. Negócios I. Título.
20-33026 CDD-370.113
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:
1. Contabilidade : Educação profissional 370.113
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
Formação da identidade do contador
1ª edição – 2021
e-book (PDF)
OP 00123_078
Editoração: Gabriel Pilon
Preparação: Matheus Cardoso
Revisão: Giovanna Sinco, Júlia Galvani
Projeto gráfico: Ana Paula Pirani 
Capa: Jonathas Sant’Ana
Diagramação: Enny Weber
Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp
Engenheiro Coelho, SP CEP 13448-900
Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 
www.unaspress.com.br
Imprensa Universitária Adventista
Validação editorial científica ad hoc:
Naomi Vidal Ferreira
Doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo - USP (Instituto do Coração - HC/FMUSP), com ênfase 
em Neuropsicologia, subárea de avaliação neuropsicológica 
relacionada à doença cardiovascular e ao estilo de vida.
Conselho editorial e artístico: Dr. Martin Kuhn, Esp. 
Telson Vargas, Me. Antônio Marcos, Dr. Afonso Cardoso, 
Dr. Douglas Menslin, Dr. Rodrigo Follis, Dr. Lélio Lellis, Dr. 
Allan Novaes, Esp. Jael Enéas, Esp. José Júnior, Dr. Reinaldo 
Siqueira, Dr. Fábio Alfieri, Dra. Gildene Lopes, Me. Edilson 
Valiante, Me. Diogo Cavalcante, Dr. Adolfo Suárez
Editora associada:
Todos os direitos reservados à Unaspress - Imprensa Universitária Adventista. 
Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da 
editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte.
SUMÁRIO
BASES DA PESQUISA CIENTÍFICA ........................... 13
Introdução ........................................................................................14
O universo da produção científica ...................................................15
Por que existe a ciência? .........................................................23
Onde se faz ciência? ................................................................25
Eventos e publicações científicas .....................................................28
A ciência e a sociedade: a importância 
de um diálogo claro entre ambas ...........................................29
Divulgação científica ...............................................................32
Ética em pesquisa básica e aplicada................................................40
O conceito de ética ..................................................................40
E o que diz a legislação brasileira sobre o plágio? .................42
Quando começou a ser discutida 
a ética em pesquisa? ...............................................................44
VO
CÊ
 ES
TÁ
 A
QU
I
Consequências da má conduta 
científica: maus exemplos ......................................................48
Aplicação: problema de pesquisa....................................................54
Degradação da Floresta Amazônica .......................................56
A formulação do problema .....................................................58
A definição dos objetivos ........................................................63
Considerações finais.........................................................................66
PRODUÇÃO DE PESQUISA CIENTÍFICA ................... 71
Introdução ........................................................................................72
Pesquisa quantitativa, 
qualitativa e mista ...........................................................................73
Pesquisa quantitativa ..............................................................75
Pesquisa qualitativa .........................................................................81
Pesquisa mista .................................................................................85
Desenhos experimentais .................................................................87
 Avaliação da qualidadedas publicações científicas .......................101
Revistas científicas / periódicos .....................................................104
Quanto custa para publicar um artigo científico? ..........................104
VO
CÊ
 ES
TÁ
 A
QU
I
Mas afinal, quem pode publicar um artigo? .................................106
Fontes de indexação e a busca por periódicos ...............................106
Scielo - Scientific Electronic Library Online ........................107
Web of Science .......................................................................107Scopus ...................................................................................108
Google Acadêmico .................................................................108
PubMed ..................................................................................109
Periódico CAPES .....................................................................109
O que é fator de impacto em produção científica? ........................110
A qualidade da spublicações científicas .........................................113
O processo de revisão/avaliação 
de artigos científicos .......................................................................115
Estrutura de projeto 
de pesquisa e redação científica. ....................................................117
Introdução ..............................................................................123
Justificativa .............................................................................124
Hipóteses ................................................................................125
Objetivos ................................................................................125
Metodologia ...........................................................................126
Dicas para a sua redação científica .................................................130
Considerações finais .......................................................................131
Referências ......................................................................................134
EMENTA
Introdução ao universo da produção 
científica, sua epistemologia e áreas do 
conhecimento. Reflexões sobre ética 
em pesquisa. Eventos e publicações 
científicas, grupos de pesquisa e fontes de 
financiamento. Problemática de pesquisa. 
Pesquisa básica, aplicada, qualitativa, 
quantitativa e mista. Apresentação de 
diretrizes em desenho e estruturação de 
projetos de pesquisa. Redação científica. 
Introdução à avaliação da qualidade da 
publicação científica.
CONHEÇA O CONTEÚDO
Caro(a) estudante,
Seja bem-vindo(a) ao livro que abordará o 
assunto da disciplina “Iniciação Científica”. 
Nas próximas páginas você encontrará assun-
tos que te levarão ao universo da pesquisa. 
A ciência é feita por homens e mulheres que 
buscam o aprimoramento dos feitos huma-
nos, a melhor qualidade de vida e a busca 
da saúde planetária. Embora exista a carica-
tura de cientistas serem pessoas que vestem 
jalecos brancos e se trancam em laboratórios 
cheios de vidrarias, neste livro você perce-
berá que os seus professores são cientistas, 
independente se eles vestem ou não jalecos 
diariamente. Além disso, você notará que os 
alunos universitários, em geral, são aprendi-
zes de cientistas e, ao longo da sua trajetória 
acadêmica, realizam atividades em prol da 
ciência de seu país.
Este livro está dividido em duas unidades, 
a saber: i) Bases da Pesquisa Científica; e ii) 
Produção de Pesquisa Científica. A Unidade 
1 apresenta quatro assuntos distintos, sendo 
o primeiro sobre o “Universo da produção 
científica”; o segundo sobre “Eventos e pu-
blicações científicas”; o terceiro sobre “Ética 
em pesquisa básica e aplicada” e o quarto 
assunto sobre “Problema de pesquisa”. Nes-
ta parte do livro, você conhecerá a produção 
de ciência no Brasil e no mundo, refletirá 
sobre a importância da ciência na construção 
da sociedade e entenderá como funciona a 
troca de informações científicas no mundo. 
Nesta parte, você aprenderá a utilizar o 
pensamento crítico como ferramenta para a 
discussão de resultados científicos por meio 
de exemplos e práticas.
A Unidade 2 também apresenta quatro 
assuntos de extrema importância para você 
conhecer o mundo científico. O primeiro as-
sunto é destinado a “Pesquisa quantitativa, 
qualitativa e mista”; o segundo aborda os 
“Desenhos experimentais” e suas variantes; 
o terceiro assunto apresenta uma “Avaliação 
da qualidade das publicações científicas; e o 
quarto apresenta como deve ser a “Estrutura 
de projetos de pesquisa e redação científica”. 
Esta é uma parte mais prática do curso, a 
qual se propõe a mostrar as particularidades 
que pode ocorrer nas diversas produções 
científicas, pois existem pesquisadores da 
área de exatas que se apropriam mais co-
mumente de métodos estatísticos, enquanto 
profissionais da área de humanas utilizam 
mais a metodologia qualitativa. Nesta parte 
do curso você conhecerá essas encantadoras 
particularidades.
Por fim, este livro lhe trará um excelente res-
paldo teórico-acadêmico que o ajudará em 
sua formação profissional e, caso você de-
seje, este material o tornará um(a) ótimo(a) 
aprendiz de cientista.
UNIDADE 1
BASES DA PESQUISA 
CIENTÍFICA
- Conhecer o processo de produção do conhecimento científico;
- Avaliar condutas éticas relacionadas à pesquisa científica;
- Refletir sobre a importância e a utilidade do conhecimento científico na 
vida acadêmica e profissional;
- Aprender a utilizar o pensamento crítico como ferramenta para a 
discussão de resultados científicos;
- Desenvolver uma postura ético-cristã nas atividades relacionadas à 
pesquisa e no relacionamento com o grupo de trabalho;
- Ampliar a capacidade de leitura e interpretação da literatura científica.
OB
JE
TI
VO
S
14
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
INTRODUÇÃO
O conhecimento científico está inserido no nosso dia a dia, 
muito embora, às vezes, não notemos isso. A pesquisa científica 
norteia a ação das pessoas e profissionais de todas as áreas e 
é responsável pelos avanços e descobertas que trazem melhor 
qualidade de vida para as pessoas. Esse tipo de conhecimento é 
essencial para sua atuação e te ajudará a ser um profissional de 
excelência, que sabe aplicar na prática o que tem de mais atual 
nas pesquisas relacionadas à sua profissão.
Ao longo desta unidade, falaremos sobre o universo da 
pesquisa científica, eventos e publicações, ética na pesquisa 
básica e aplicada e também sobre a definição dos problemas de 
pesquisa. Ao final desta unidade, esperamos que você:
• conheça o processo de produção 
do conhecimento científico;
• conheça as condutas éticas relacionadas 
à pesquisa científica;
• reflita sobre a importância e a utilidade 
do conhecimento científico na vida 
acadêmica e profissional;
15
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
• utilize o pensamento crítico como ferramenta 
para a discussão de pesquisas científicas;
• desenvolva uma postura ético-cristã nas 
atividades relacionadas à pesquisa e no 
relacionamento com o grupo de trabalho;
• amplie sua capacidade de leitura e 
interpretação da literatura científica.
Bom estudo!
O UNIVERSO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Basicamente, a ciência está em quase todos os momentos 
de nossa vida. Quando nos deparamos com uma tarde 
chuvosa com raios e tempestades, por trás disso existem 
explicações técnicas para este fenômeno. Ao vermos 
uma planta crescendo e florescendo, deparamo-nos com 
fenômenos que botânicos ,,explicam perfeitamente à luz da 
ciência. Ao subir de elevador em um prédio com mais de 
cem andares, sabemos que muita ciência foi aplicada para 
sustentar uma edificação desse tamanho.
16
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Curiosamente, há um estereótipo de que cientistas 
apenas trabalham em laboratórios, com jalecos e diversas 
vidrarias em cima de uma bancada. No entanto, essa imagem 
deve ser ampliada para profissionais que vestem roupas 
normais e trabalham em salas de universidades, centros de 
pesquisas ou até mesmo nos escritórios domiciliares (em caso 
de trabalhos remotos).
No Brasil, cientistas de diversas áreas do saber se 
identificam como “pesquisadores”, pois em muitos contratos 
de trabalho, sejam públicos ou privados, esse é o termo que 
aparece na carteira profissional. Inclusive, quando assistimos 
a um telejornal ou a uma entrevista em algum canal do 
YouTube, com a participação de um cientista, os apresentadores 
normalmente os apresentam como pesquisadores. De fato, essa 
denominação não interfere na qualidade e na quantidade de 
informação gerada e/ouaprimorada pelos profissionais que se 
dedicam à promoção da ciência no nosso país.
Diversos pesquisadores brasileiros e de outras partes do 
mundo contribuíram significativamente para o progresso 
da ciência, no entanto, deve-se considerar que alguns 
foram fundamentais para o status da pesquisa científica 
contemporânea. Dentre eles, podemos destacar alguns nomes:
17
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
• Galileu Galilei (1564-1642): 
Matemático de Pádua, Itália, 
Galileu foi também físico, 
astrônomo e filósofo. Dentre 
diversos legados, o que mais 
se destacou foi a proposição 
da teoria heliocêntrica, a qual 
dizia que o planeta Terra 
não era o centro do universo. 
Embora outros cientistas da 
época já tivessem mostrado 
evidências de que o Sol era a 
estrela posicionada no centro 
do Sistema Solar, Galileu foi 
bastante questionado por tirar 
a Terra dessa posição central.
• Isaac Newton (1643-
1727): Cientista inglês que 
estabeleceu uma série de 
teorias e leis físicas aplicadas 
até hoje. Sir Isaac Newton 
elucidou a composição da 
luz, as leis do movimento, a 
teoria da gravitação, dentre 
Galileu Galilei deixou o 
grande legado da teoria 
heliocêntrica, a qual dizia 
que o planeta Terra não era 
o centro do Universo.
Fonte: Shutterstock (http://shutr.bz/3t5lJcG)
Isaac Newton estabeleceu 
uma série de teorias e leis 
físicas estudadas até os 
dias atuais.
Fonte: Shutterstock (http://shutr.bz/36mcSK1)
18
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
outros legados. A física moderna e a compreensão 
de diversos fenômenos na Terra se devem às 
contribuições desse importante cientista.
• Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736): Físico 
alemão que inventou o termômetro por dilatação 
de mercúrio e a escala térmica “Fahrenheit”. 
A transição entre condições relativas de 
medição de temperatura (ex.: quente ou frio) 
para uma precisão gradual na questão térmica 
propiciou grandes avanços em estudos físicos 
e químicos, servindo como base para novas 
descobertas revolucionárias anos mais tarde.
• Louis Pasteur (1822-1895): Químico e 
bacteriologista francês, mostrou que 
microrganismos do ar infectavam a matéria, 
contrapondo a teoria da geração espontânea. Seu 
legado se tornou fundamental para o combate a 
doenças bacterianas infecciosas, pois grande parte 
dos seus estudos foi sobre a relação reprodutiva 
dos microrganismos e seus efeitos infecciosos 
em outros corpos. Além disso, Pasteur criou a 
vacina contra a raiva em um período que se tinha 
pouca informação sobre o sistema imunológico 
19
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
humano, comparado ao 
que se sabe atualmente. 
• Max Planck (1858-1947): 
Físico alemão com muito 
talento para a música. Durante 
grande parte da sua vida, 
Max se dedicou ao estudo das 
radiações eletromagnéticas e 
aos estudos dos quanta, que 
anos mais tarde serviriam como 
base para os achados de outros 
cientistas renomados, como 
Niels Bohr e Albert Einstein.
• Marie Curie (1867-1934): 
Cientista polonesa, deixou 
importantes contribuições na 
área da radioatividade. Duas 
vezes laureada com o prêmio 
Nobel, a cientista foi uma das 
poucas mulheres com tamanho 
prestígio ao longo da história. 
Dentre outras contribuições, 
Marie descobriu, com o marido, 
Max Planck estudou as ra-
diações eletromagnéticas 
que serviram como base 
para estudos de outros 
cientistas igualmente 
importantes.
Fonte: Shutterstock
Marie Curie foi uma das 
poucas mulheres cientistas 
de seu tempo.
Fonte: Shutterstock
20
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
dois elementos químicos, a 
saber: o polônio e o rádio.
• Albert Einstein (1879-1955): 
Físico e matemático alemão, 
Einstein foi um dos mais 
importantes cientistas do século 
20. Dentre os seus principais 
legados, destacam-se a Teoria 
da Relatividade e a prova 
da existência do átomo, da 
qual derivou a Lei do Efeito 
Fotoelétrico, amplamente 
utilizada na atualidade. A 
relação entre espaço e tempo 
foi um “divisor de águas” na 
história da ciência e serviu 
de base para o delineamento 
da física moderna.
• Stephen Hawking (1942-
2018): Físico inglês que 
deixou um importante 
legado no conhecimento 
moderno. Mesmo acometido 
DIVISOR DE ÁGUAS 
Segundo o site Dicio, a expres-
são se refere a uma “situação, 
evento, fato que representa uma 
mudança importante no rumo 
dos acontecimentos [...]”.
Disponível em: <http://bit.
ly/39rHMTa>. Acesso em: 28 
jan. 2021.
21
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
por uma trágica doença – Esclerose Lateral 
Amiotrófica (ELA) –, Hawking elaborou a 
Teoria da Singularidade, a qual explica a relação 
entre buracos negros e força gravitacional.
Não foi por acaso que esses cientistas apareceram na relação 
citada acima. Em qualquer livro de história da ciência ou “sites 
de internet confiáveis” que você procurar informações sobre os 
maiores nomes da história da ciência, certamente se deparará 
com esses personagens e seus legados. No entanto, embora essas 
pessoas tenham sido fundamentais para a construção da ciência 
moderna, elas não foram as únicas. Diversos pesquisadores 
brasileiros também deixaram importantes legados para a 
humanidade, por exemplo, Cesar Lattes (físico e matemático), 
Oswaldo Cruz (médico sanitarista), Carlos Chagas (médico 
sanitarista), Adolfo Lutz (médico), ou ainda atuam em prol da 
ciência, como a Dra. Duilia de Mello (astrônoma).
Neste momento, seria interessante fazermos uma reflexão 
sobre os personagens científicos mais importantes da história 
(MARCONDES, 2016):
• a maioria deles é composta de físicos ou 
matemáticos. Isso mostra claramente a 
importância de um tópico que será discutido 
22
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
posteriormente, tratando especificamente 
da relação entre ciência básica e ciência 
aplicada. O desenvolvimento da matemática 
pode parecer pouco útil para a aplicação e 
resolução de problemas atuais. No entanto, 
o seu aprimoramento é fundamental para 
o desenvolvimento científico moderno de 
diversas áreas do saber, dentre elas a biologia, 
química, medicina, arquitetura e outras;
• outro fator importante é que quase todos os 
cientistas eram homens. Notamos que, ao 
longo da história, as mulheres tiveram poucas 
oportunidades e consequentemente pouco 
prestígio, quando comparadas aos homens. 
Embora Marie Curie tenha sido uma exceção, 
em muitos lugares da Europa as mulheres 
eram proibidas de frequentar as universidades. 
Felizmente esse cenário tem mudado e existe 
atualmente uma série de mulheres que 
protagonizam grandes descobertas científicas, 
sendo assim reconhecidas pelo mérito acadêmico, 
como a pesquisadora Dra. Duilia de Mello.
23
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
POR QUE EXISTE A CIÊNCIA?
A busca por respostas para 
perguntas essenciais motiva a produção 
do conhecimento científico. Mas quais 
perguntas seriam essenciais? Essenciais 
para quem? Ou essenciais em qual 
período? A nossa vida é rodeada por 
processos e produtos derivados de 
importantes avanços tecnológicos. Um 
determinado produto científico poderia 
ser muito útil no início do século 19, 
porém, hoje essa informação pode ser 
obsoleta. Além disso, entende-se que, 
desde uma embalagem que conserva o 
alimento por mais dias fora da geladeira 
até o aperfeiçoamento de um motor 
de carro que passa a consumir menos 
combustível, a nossa vida é repleta de 
inovações que, a cada aperfeiçoamento, 
buscam melhorar a qualidade da vida 
humana, seja pela menor emissão de 
poluentes atmosféricos, pela maior 
A busca por respostas 
motiva a produção do 
conhecimento científico.
Fonte: Shutterstock
24
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
economia de energia ou recursos financeiros, por processos que 
fazem com que os produtos sejam mais duradouros e a lista de 
maneiras para se fazer isso continua crescendo.
Com isso, podemos entender que a ciência serve a 
humanidade e os processos inerentes a ela. Além disso, 
entendemos que as inovações científicas contribuem para a 
organização sistemática das ações profissionais como um todo e 
traz novos olhares para as necessidades contemporâneas. 
Para que haja amplacompreensão e aceitação da ciência 
pela população leiga é importante que a divulgação científica 
seja eficiente e que os meios de propagação da informação 
técnica sejam idôneos e não distorçam a legitimidade do 
conteúdo a ser divulgado. 
Além disso, é importante salientar que há uma nítida 
separação entre assuntos que envolvem arte, filosofia e 
ciência. Ao se discutir arte ou debater algo no âmbito 
filosófico, o teor científico perde o sentido, pois a ciência é 
feita de testes de hipóteses e essa premissa não se aplica a 
essas outras duas áreas. Portanto, não cabe a ciência debater 
a beleza de uma obra de Picasso ou, no âmbito filosófico, o 
conceito de lealdade, por exemplo.
25
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
ONDE SE FAZ CIÊNCIA?
A ciência é praticada principalmente em Instituições 
de Ensino Superior (IES) (ex.: universidades), institutos de 
pesquisas (ex.: Instituto de Botânica, Instituto Butantã, Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais) e também em empresas (ex.: 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa), 
sejam elas públicas ou privadas. Nas IES, os docentes 
normalmente são pesquisadores em uma determinada área do 
saber, o que leva a entender que o professor de determinada 
matéria seja especialista no assunto.
Por exemplo, o professor de zoologia em um curso de 
ciências biológicas é, provavelmente, especialista em algum 
grupo de animais, o qual ele provavelmente estudou a fundo em 
sua especialização (ex.: mestrado ou doutorado). No curso de 
arquitetura e urbanismo, o professor ou professora que leciona a 
disciplina de paisagismo é, provavelmente, especialista na área e 
pode ser que faça pesquisas nesse assunto, seja em toda a cidade 
na qual ela mora, seja apenas em partes específicas. No curso de 
medicina, o docente que leciona a disciplina práticas operatórias 
é, provavelmente, especialista nessa área e talvez trabalhe em 
projetos de pesquisas que visam o aprimoramento de práticas em 
cirurgias ou procedimentos análogos.
26
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Com isso, entendemos que os professores de faculdade são, 
grande parte das vezes, pesquisadores em um determinado 
assunto, portanto, muitos deles são cientistas. Nas rotinas diárias 
de uma IES, os docentes desenvolvem pesquisas científicas 
que abrangem alunos de diversos estágios. Um determinado 
professor pode ter um grupo de pesquisa que desenvolve 
atividades acadêmicas, como leitura e discussões de trabalhos 
científicos, além de desenvolverem trabalhos em campo. 
Uma vez dentro de um grupo de pesquisa, o(a) discente 
pode iniciar uma modalidade de estudo e desenvolver um 
trabalho denominado Iniciação Científica (IC). Trata-se de 
um projeto de pesquisa científica na qual o(a) aluno(a) se 
responsabiliza em executá-lo sob a tutela de um professor 
ou professora. Juntos, discentes e docentes discutem um 
determinado problema de pesquisa, elaboram hipóteses a 
serem testadas, delineiam uma metodologia eficaz e exequível e 
executam o projeto. Após obter resultados, o(a) discente descreve 
os achados e os explica à luz da literatura científica. Todo esse 
processo acontece com a supervisão de um(a) professor(a).
Essa modalidade de pesquisa denominada IC pode durar 
um ou mais anos, porém, é interessante que, ao longo da vida 
estudantil, o(a) aluno(a) faça iniciações científicas em diferentes 
áreas dentro do curso escolhido, para que possa conhecer o 
27
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
universo da pesquisa e, ao final da graduação, o novo profissional 
possa seguir em uma determinada subárea, dado que cursos de 
graduação universitária têm uma grande abrangência. 
AGORA É COM VOCÊ
Procure se informar sobre os grupos de pesquisa mantidos pelos docentes 
do seu curso. Frequente as reuniões e converse com os professores e 
demais colegas sobre o que eles pesquisam.
Há de se considerar que alguns cursos oferecem, no último 
ano, uma disciplina chamada trabalho de conclusão de curso 
(TCC). Nessa disciplina o estudante é condicionado a elaborar 
um projeto científico desde a concepção da ideia de pesquisa 
até a divulgação dos resultados. Nesse processo, o(a) aluno(a) 
deve passar por todas as etapas de um trabalho científico e, ao 
final do processo, apresentar os resultados para um grupo de 
professores que que julgarão a pesquisa. Essa prática é similar à 
que acontece em níveis superiores de estudo, como na obtenção 
dos títulos de mestre ou doutor.
Cabe ressaltar que muitos alunos podem aproveitar o seu 
projeto de iniciação científica na disciplina de TCC, o que serve 
de incentivo para que os discentes busquem grupos de pesquisa 
28
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
e programas de iniciação científica nas suas respectivas 
instituições de ensino. Alguns TCCs podem ser realizados 
na modalidade revisão bibliográfica, o que significa que o(a) 
discente aprofundará o conhecimento de uma determinada 
área do saber e, para tanto, fará uma profunda pesquisa no 
referencial teórico, buscando informações em artigos, livros e 
outras fontes acadêmicas. A partir daí, cabe ao estudante fazer 
uma compilação, com profunda reflexão e contextualização, 
do material levantado, mostrando as lacunas do conhecimento 
que ainda não foram esclarecidas pela comunidade científica e 
também as oportunidades para futuras pesquisas.
EVENTOS E PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS
Neste tópico, trataremos da função social da ciência e 
de suas formas de divulgação, bem como da importância de 
atualização. Você já parou para pensar que a maior parte das 
descobertas científicas ocorrem em prol da sociedade, mas há 
aquelas que são indevidamente utilizadas pelo ser humano? 
Pois é, infelizmente isso ocorre. 
O uso de tecnologia nuclear para a produção de bombas 
é um exemplo clássico. Em decorrência disso, muitas pessoas 
são radicalmente contra o uso da energia nuclear, porém, o que 
29
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
elas não sabem é que esta energia é utilizada na medicina para 
salvar vidas e também no aprimoramento de técnicas agrícolas, 
ajudando na erradicação da fome no planeta.
Diante disso, torna-se essencial que cientistas façam a 
divulgação de suas pesquisas entre os seus pares e também entre 
o grande público, o qual é formado por pessoas não cientistas.
A CIÊNCIA E A SOCIEDADE: A IMPORTÂNCIA 
DE UM DIÁLOGO CLARO ENTRE AMBAS
Um ponto fundamental na ciência é garantir que os 
cientistas não se distanciem dos assuntos públicos. A resolução 
de problemas e as respostas para as mais diversas perguntas 
que uma sociedade tem, devem ocorrer por métodos científicos 
confiáveis, eficazes e transparentes. Assim, a ciência e os 
anseios de um país caminham juntos. Porém, deve-se também 
garantir que práticas científicas não se tornem um instrumento 
de política partidária, ou seja, declinem a favor de uma ou outra 
ideologia de partido político, e sim da coletividade.
Isso se torna particularmente importante quando grandes 
decisões podem influenciar a opinião pública de uma nação 
inteira. Um exemplo recente foi a questão da vacina contra o 
30
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
novo coronavírus. Enquanto milhares de pessoas morriam 
pela COVID-19 em todo o mundo, em 2020, no Brasil havia 
um debate político sobre aspectos éticos da obrigatoriedade 
da vacina contra a doença. Embora os meios de comunicação 
estivessem divulgando, em massa, os aspectos técnicos da 
vacinação, políticos pertencentes a diferentes ideologias 
debatiam a obrigatoriedade e liberação das vacinas nos 
diversos estados brasileiros. No início do século 20, a 
população brasileira passou por uma situação parecida, a 
qual foi denominada “Revolta da Vacina”. Esse movimento 
tornava obrigatória a vacinação da população que em alguns 
casos se recusou a tomar.
Independentemente do posicionamento ideológico do 
cidadão, a maioria dos cientistas da área concordava que toda 
a população (sem exceção) deveria ser vacinada, pois o vírus 
não é um agente patológico que se limita ao corpo de um 
hospedeiro (um ser humano), mas ele pode ser distribuído por 
muitaspessoas em diversos locais. Com a imunização coletiva, 
o risco é minimizado e/ou até mesmo eliminado.
Esse exemplo mostra claramente que não basta cientistas 
promoverem descobertas que beneficiam a população. Eles 
devem também informar a sociedade sobre os aspectos 
inerentes a tais achados.
31
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
Ainda na perspectiva de divulgação científica, vamos sair 
da área da saúde e migrar para a astronomia. Muitas pessoas 
podem se questionar sobre o uso da verba pública na ciência. 
Podemos considerar legítimo uma pessoa se indagar sobre o 
porquê de o governo gastar tanto dinheiro com projetos que 
buscam informações espaciais ou investir verba pública no 
envio de sondas espaciais, a fim de conhecer as características 
de habitabilidade de outros planetas. A princípio, isso pode 
parecer inútil para os problemas sociais, econômicos e 
ambientais que enfrentamos no dia a dia. No entanto, é graças a 
este tipo de ciência que atualmente contamos com tecnologia de 
geoprocessamento, que consegue predizer eventos climáticos 
que potencialmente devastariam cidades, comprometendo 
assim a vida de muitas pessoas, e alertar a população para que 
tome medidas preventivas. 
Além disso, os métodos de sensoriamento remoto 
promovem diretamente o aumento da produtividade agrícola 
e a conservação da natureza como um todo. Outro benefício 
advindo de estudos espaciais, que parece não trazer nenhum 
benefício aplicado (ou social), é o uso da internet. Graças 
à necessidade de comunicação com sondas espaciais, as 
tecnologias de comunicação revolucionaram a forma de se fazer 
negócios, estudar e entreter em todo o planeta Terra. 
32
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
A velocidade da informação, até meados dos anos 1990, 
dependia em grande parte do transporte movido à base 
de combustível fóssil (cartas transportadas por veículos 
automotores ou avião); mas, atualmente, qualquer um de nós 
pode conversar com pessoas em qualquer lugar do planeta com 
um simples clique em um aparelho de celular moderno.
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
A troca de informações científicas é essencial para o 
aprimoramento da ciência. Essa troca, no entanto, era mais 
complicada antigamente. Quando algum cientista descobria algo, 
ele publicava as suas informações no formato de um artigo. Esse 
trabalho era impresso e distribuído para instituições e bibliotecas 
ao redor do mundo. No entanto, não eram todos os pesquisadores 
que tinham acesso a tais informações. Imagine o impacto negativo 
que isso trazia à ciência. Um pesquisador na América poderia 
levar anos para saber os resultados de uma pesquisa realizada 
na Europa com uma planta medicinal nativa do seu continente. 
Isso impossibilitava que ele desse continuidade a essa pesquisa 
mesmo tendo a espécie plantada no seu próprio quintal.
Atualmente, existem diversos meios para a divulgação 
dos resultados científicos. Uma das mais comuns e praticada 
33
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
é a divulgação por meio de artigo científico publicado em 
revistas (ou periódicos) destinadas a cientistas. Essas revistas 
não são compradas em bancas de jornais nem são encontradas 
em livrarias. Os periódicos científicos pertencem a grupos 
específicos, como as sociedades científicas de cada área do 
saber. A Sociedade Brasileira de Ecologia é um órgão que 
representa os ecólogos brasileiros e, por ser uma entidade de 
representação de classe, organiza a Revista Brasileira de Ecologia. 
Essa revista pode publicar um, dois ou mais volumes por ano, 
de forma que, quanto mais ela publicar, melhor será a sua 
reputação no meio científico. Os cientistas da área de ecologia 
credenciados à Sociedade de Ecologia do Brasil recebem a 
revista em casa ou por e-mail.
Mas qualquer pessoa pode publicar qualquer assunto nestas 
revistas? Não! Apenas as pessoas que elaboraram um estudo 
científico e desejam divulgar seus resultados. Via de regra, 
o trabalho submetido à uma revista passa por um processo 
chamado de revisão por pares. Ele é avaliado por dois (ou mais) 
cientistas anônimos (chamados de revisores) com formação 
condizente com o assunto do trabalho, os quais frequentemente 
não sabem de quem é o trabalho em questão (revisão às cegas). 
Após a leitura e crítica dos revisores, o trabalho é enviado ao 
editor da revista científica, que decide se o trabalho é aceito ou 
não para publicação. Na maioria das vezes, o trabalho volta ao 
34
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
autor do estudo para eventuais correções. Por fim, se for aceito, 
o trabalho é publicado na revista e a comunidade científica pode 
ter acesso aos resultados do estudo. 
Esse rigor metodológico é importante para manter a 
qualidade da informação e evitar a publicação de trabalhos 
espúrios e/ou de pouca relevância científica. Revistas 
científicas que atualmente não se encontram no formato 
on-line são indesejadas pela dificuldade de acesso e 
consequentemente da informação técnica. 
Outra forma de divulgar os resultados é por meio de 
livros. Esse recurso didático é muito eficiente e comporta 
textos mais extensos; porém, traz em sua formatação 
informações que, via de regra, devido ao processo que 
a publicação de um livro exige, correm o risco de ficar 
desatualizadas quando comparadas aos artigos, cuja dinâmica 
de publicação permite atualização constante.
Como os cientistas decidem se publicarão artigos 
científicos ou livros? Caso algum cientista tenha feito uma 
grande descoberta e queira publicar os resultados sobre um 
novo fármaco que cura uma doença que mata muitos seres 
humanos, o livro não é o melhor lugar para isso. Porém, se ele 
quiser detalhar muito o procedimento que ele fez, os aspectos 
35
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
econômicos, sociais e ambientais por trás 
do novo fármaco, bem como a situação 
geográfica na distribuição do material, 
o livro seria o local ideal para esse tipo 
de publicação, pois permite informações 
extensas e detalhadas. 
Cabe ressaltar que, a depender da 
área do conhecimento, a informação 
publicada em livro não tem o mesmo peso 
da informação publicada em uma revista 
científica de muito prestígio; no entanto, 
isso não tira a credibilidade deste meio de 
divulgação da informação científica. Além 
disso, os livros não passam por avaliação 
de revisores com o mesmo rigor científico 
pelo qual passam os artigos. 
Outra forma usada entre os cientistas 
para se comunicarem e se atualizarem 
sobre o “estado da arte” nas diferentes 
áreas do saber é por meio de reuniões 
científicas. Elas podem ser organizadas em 
forma de congressos científicos, simpósios, 
ESTADO DA ARTE 
Segundo o site Núcleo do conhe-
cimento, “é o mapeamento que 
possibilitará o conhecimento e/
ou reconhecimento de estudos 
que estão sendo, ou já foram, 
realizados [...]”. 
Disponível em: <https://bit.
ly/2KYeWjP>. Acesso em: 28 
jan. 2021.
36
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
workshops ou seminários. Vamos entender as diferenças entre 
cada uma dessas modalidades:
• os congressos são momentos nos quais diversos 
especialistas de uma área do conhecimento 
se reúnem (ex.: Hematologia) para expor e 
debater resultados levantados nas respectivas 
pesquisas. Nos congressos existem momentos 
de apresentação dos resultados/conclusões das 
pesquisas científicas e momentos de palestras 
apresentadas por profissionais convidados 
(normalmente cientistas de renome na área);
• os simpósios servem para que a comunidade 
científica se reúna para debater um determinado 
tema. Nos simpósios, não há momentos para 
apresentações de resultados científicos, porém, 
alguns cientistas discutem um determinado 
assunto e a plateia participa com perguntas e 
sugestões de temas a serem apresentados com 
mais profundidade. Diferente dos momentos 
de “mesa-redonda”, os quais permitem debates 
e ocorrem com frequência em congressos, os 
simpósios não abrem momentos para discussões; 
37
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
• os workshops são momentos de intensa participação 
do público em geral. Nessa modalidade de 
evento científico, há umaprofundamento 
de assuntos que estão “em alta”, ou seja, são 
de grande interesse da sociedade, e busca-
se maior objetividade no debate científico;
• os seminários são reuniões que visam o debate 
de assuntos pouco esclarecidos ou estudados. 
Normalmente, há uma pessoa que apresenta um 
determinado tema e uma plateia que faz perguntas 
e sugestões. Por fim, chega-se a uma conclusão 
sobre o estado da arte. Os seminários podem 
acontecer concomitantemente a um determinado 
congresso, dado que os congressos científicos 
reúnem uma série de importantes pesquisadores.
Os eventos científicos que permitem apresentações de 
resultados (parciais ou conclusivos) normalmente organizam 
seus anais (documentos contendo as publicações de todos os 
expositores). Esses anais podem conter resumos simples ou 
trabalhos completos; caso sejam organizados somente com 
resumo simples, cada expositor de trabalho científico terá o 
seu resumo (geralmente 500 palavras no máximo) publicado. 
Porém, os anais podem ser organizados a partir de trabalhos 
38
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
completos, os quais são formas mais extensas de texto 
(geralmente algo em torno de seis mil palavras).
Os eventos científicos podem ser locais, regionais, nacionais 
ou internacionais. Quanto mais abrangente for o alcance do 
evento, mais prestígio ele terá, afinal de contas, o debate científico 
é feito de aceitações e refutações de informações publicadas. 
Por causa da pandemia do novo coronavírus, em 2020, 
muitos eventos científicos foram organizados de forma remota, 
quebrando um paradigma e trazendo uma nova tendência 
para as próximas reuniões, a de também serem conduzidas em 
formato virtual. O sucesso, a facilidade e o custo de se promover 
eventos dessa natureza viabiliza os encontros entre cientistas, 
estudantes e curiosos sobre um determinado tema. 
Atualmente, a sociedade civil também participa de 
eventos científicos, inclusive na qualidade de palestrante. 
Esse é o caso de organizações internacionais, como o Local 
Governments for Sustainability (ICLEI) que leva a experiência 
de sustentabilidade a cidades de diversas partes do mundo, a 
fim de promover o debate científico. Essa união entre ciência 
e sociedade civil é fundamental para a resolução de muitos 
problemas enfrentados atualmente. 
39
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
O debate para além das universidades e institutos de 
pesquisa é essencial para que ações de transformação social, 
econômica e/ou ambiental ocorram na prática. Junto à essa 
dupla (cientistas e sociedade civil), caberia ainda unir a classe 
política e os tomadores de decisão, uma vez que os reais 
problemas da sociedade são encarados por estes três players 
sob diferentes perspectivas.
Por fim, cabe destacar que representantes de instituições 
políticas também organizam congressos e reuniões. Nessas 
ocasiões, alguns cientistas são convidados a expor sua visão 
técnica sobre determinados problemas inerentes a um setor 
da sociedade. Um exemplo seria o Congresso do Ministério 
Público Brasileiro, o qual teve sua edição virtual em 2020, em 
decorrência do distanciamento social instalado pela pandemia 
do novo coronavírus.
AGORA É COM VOCÊ
Informe-se sobre os principais eventos científicos da sua futura área de 
atuação profissional. Enquanto aluno, você já pode frequentá-los e ficar 
por dentro das pesquisas mais recentes.
40
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ÉTICA EM PESQUISA BÁSICA E APLICADA
Neste tópico, discutiremos alguns assuntos de grande 
relevância para o desenvolvimento da ciência no Brasil e no 
mundo. Além de aprofundar o conceito de ética na pesquisa 
científica, também trabalharemos os conceitos de ciência 
básica e aplicada. Como resultado, entenderemos melhor a 
importância daquela ciência que muitas vezes pode parecer 
inútil para alguns, como o desenvolvimento de teoremas em 
matemática, mas que na verdade é de extrema importância para 
o desenvolvimento da ciência.
O CONCEITO DE ÉTICA
Ética = Ethos: significa costume, forma de agir, modo de ser.
Podemos definir a ética como um braço da filosofia que 
busca a forma ideal para o comportamento humano, o que é 
certo e errado e moralmente bom ou mau. Pode-se conceituar 
ética como o conjunto de normas que determina e/ou regula 
a conduta dos indivíduos na sociedade. Porém, a ética pode 
assumir vários significados, podendo utilizá-la de acordo com os 
interesses e o contexto que os indivíduos se inserem. 
41
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
Tal como a ética atua na sociedade e tem por objeto 
o comportamento humano, que se dá por meio dos 
valores adquiridos por cada indivíduo em suas relações 
sociais, ela é de extrema importância quando se trata da 
pesquisa científica. Com o advento da internet e o grande 
volume de dados e trabalhos disponíveis para consulta 
(Era da Informação), as questões éticas devem fazer 
parte da estrutura das pesquisas como um todo. Assim, 
todo o trabalho elaborado, seja por um aluno ou por um 
pesquisador, deve ser permeado pela ética, que poderá 
influenciar desde a metodologia aplicada até a divulgação 
dos resultados alcançados.
Como já foi visto, o conhecimento científico e os avanços 
nas diversas áreas do conhecimento contribuem muito para 
a melhoria da nossa vida no dia a dia. Para a elaboração 
de uma pesquisa científica, usualmente, diversos trabalhos 
publicados e textos servem como base bibliográfica (base 
teórica) e podem nortear novos trabalhos e pesquisas 
acadêmicas na busca pela expansão do conhecimento sobre 
determinado tema. Como destacamos acima, a “Era da 
Informação” nos trouxe algumas facilidades na busca por 
qualquer assunto de interesse, bastando apenas fazer uma 
simples pesquisa/busca em sites da internet. Então, com essa 
“facilidade de obter informação”, é imprescindível que haja 
42
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
discussão sobre a apropriação indevida 
de autoria, ou seja, o plágio.
E O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO BRA-
SILEIRA SOBRE O PLÁGIO?
O crime de plágio possui pena que pode 
variar de 3 meses a 4 anos, com aplicação de 
multas e sanções administrativas (Crime de 
Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 – 
Código Penal). 
Desse modo, o uso do conteúdo do 
trabalho de outrem como se fosse seu 
configura plágio e foge totalmente da ética 
na pesquisa científica. Imagine vários 
trabalhos plagiados sobre determinado 
assunto formando uma rede de trabalhos 
errôneos. Essas informações trazem 
diversas complicações para o meio 
acadêmico, que não contribuem para a 
difusão do conhecimento, a qual deve ser 
rigorosa e bem planejada.
PLÁGIO 
De acordo com o site Educa mais 
Brasil, plágio é “a cópia parcial, 
integral ou conceitual de uma 
obra sem a apresentação da 
fonte original, ou quando os 
créditos do trabalho são dados 
a outra pessoa sem a permissão 
explícita do autor(a) inicial”. 
Disponível em: <http://bit.
ly/2YpXWGk>. Acesso em: 28 
jan. 2021.
43
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
Cabe salientar que, mesmo para as informações obtidas na 
internet que não forem de cunho científico, ou seja, independente 
do conteúdo acessado, deve sempre ser citada a fonte, dando os 
respectivos créditos ao autor do texto e/ou trabalho.
Como exemplo de plágio, podemos destacar:
• copiar um trabalho de pesquisa e publicá-lo;
• usar palavras de outro autor em seu 
trabalho sem referenciá-lo;
• citar frases de outro autor sem 
dar os devidos créditos;
• fazer citações dando a impressão de que a ideia é 
sua quando na verdade ela pertence a outra pessoa.
A ciência e a ética caminham sempre juntas, mostrando a 
utilidade do conteúdo investigado para a finalidade a que ele se 
propõe. Assim, Spink (2012, p.41) argumenta que:
a ética na pesquisa científica não se reduz ao como fazer, 
como comunicar e aos limites do que dizer. Antes de mais 
nada, refere-se ao que foi investigado e para quem – eis a 
44
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
“questão” que precisamos aprender a desembrulhar. Se 
não, corremos o risco de ter uma ciência corretíssima – com 
procedimentos auditados, códigos depublicação e manuais 
de melhores práticas –, mas moralmente irresponsável.
QUANDO COMEÇOU A SER DISCUTIDA 
A ÉTICA EM PESQUISA?
O primeiro documento redigido sobre ética em pesquisa foi 
elaborado após a segunda guerra mundial, por volta de 1947. 
O chamado Código de Nuremberg foi criado em decorrência 
das atrocidades cometidas por médicos alemães nos campos de 
concentração, revelando ao mundo imagens abusivas. 
No código, publicado internacionalmente, havia 
recomendações norteadoras para pesquisas que envolviam testes 
em seres humanos. Um ponto importante destacado na época e 
inserido no documento foi que a participação de um indivíduo em 
pesquisa deve se dar de forma voluntária e com consentimento.
Entretanto, devido ao aumento significativo da atividade 
científica ao redor do mundo, houve a necessidade de atualizar 
os conceitos publicados na época, a fim de estabelecer normas 
mais eficazes e completas. Assim, em 1964, surgiu a Declaração 
de Helsinque, que veio a substituir o Código de Nuremberg. A 
45
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
declaração foi redigida pelo grupo de pesquisa da Associação 
Médica Mundial e ainda é utilizada atualmente. Ela já passou 
por sete revisões, sendo que a 64ª assembleia ocorreu em 
Fortaleza, Brasil, em outubro de 2013.
Cada país possui suas normas éticas próprias, de acordo 
com seus conceitos e necessidades, porém, elas são sempre 
baseadas na Declaração de Helsinque. No Brasil, possuímos 
um sistema de avaliação de ética em pesquisas vinculado ao 
Sistema Nacional de Saúde (CNS), constituído pela Comissão 
Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e pelos Comitês de Ética 
em Pesquisa (CEP) distribuídos pelas instituições de ensino e 
pesquisa por todas as regiões do país. 
O sistema CEP-Conep foi criado pela Resolução CNS nº 
196/96, sendo substituído pela Resolução nº 466/12. Em 2016, 
foi publicada a Resolução CNS nº 510, que trouxe mudanças em 
relação à publicação anterior, principalmente em pesquisas que 
não tenham intervenção direta no corpo humano.
Em relação aos CEP, estes são formados por profissionais 
de várias áreas e têm como objetivo proteger os participantes 
das pesquisas. Assim, todo e qualquer projeto que envolva 
pesquisas relativas a seres humanos deve ser submetido e 
avaliado por um CEP.
46
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
A submissão de projeto ao CEP deve ser realizada em 
dois passos, a saber:
1. cadastro dos pesquisadores na plataforma;
2. submissão do projeto de pesquisa.
Na submissão do projeto de pesquisa ao CEP, vários itens 
devem ser observados, que podem ser obrigatórios ou não, 
dependendo do tipo de pesquisa realizada. De modo geral, ao 
fazer a submissão do projeto de pesquisa, devem ser também 
submetidos: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE), Termo de Assentimento (no caso de pesquisas que 
envolvam menores de idade (12 a 17 anos) ou legalmente 
incapazes), questionário, roteiro de entrevistas, autorização 
prévia do local onde será realizada a pesquisa, Termo de Sigilo 
e Confidencialidade e cronograma, entre outros, a depender do 
método utilizado na pesquisa.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre projetos de pesquisa com seres 
humanos você pode acessar a Plataforma Brasil. 
Disponível em: <http://bit.ly/3ci86kt>. Acesso em: 29 jan. 2021.
47
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
De acordo com o Conselho Nacional 
de Saúde – CNS, existem 844 CEP ativos no 
país, sendo a maioria na região Sudeste. 
No entanto, as questões éticas não se 
limitam a seres humanos e se estendem 
também aos animais. As pesquisas com 
utilização de animais em atividades de 
ensino e pesquisa científica também 
possuem regras que devem ser adotadas, 
conforme o disposto na Lei 11.794/2008 
(Lei Arouca), que estabelece procedimentos 
para o uso científico de animais e no 
Decreto 6.899/2009, que dispõe sobre 
o Conselho Nacional de Controle de 
Experimentação Animal (Concea).
Diferentemente da experimentação 
em humanos, os comitês de ética em 
pesquisas com animais, denominados 
Comissão de Ética no Uso de Animais 
(Ceua), vinculam-se às instituições que 
possuem atividades de ensino e pesquisa 
com animais. Assim, todo projeto de 
pesquisa deve ser submetido para análise 
A plataforma foi criada 
pelo governo federal para 
receber os projetos de 
pesquisa que envolvam 
seres humanos.
Fonte: Plataforma Brasil
48
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
da comissão responsável, seguindo as regras dispostas na 
legislação.
SAIBA MAIS
Para entender mais sobre as pesquisas com animais e a 
comissão de ética, acesse:
- Instituto de Ciências Biomédicas (ICB USP).
Disponível em: <http://bit.ly/3ptStdx>. Acesso em: 29 jan. 2021.
- Comissão de Ética no Uso de Animais – Ceua.
Disponível em: <http://bit.ly/3clG6MT>. Acesso em: 29 jan. 2021.
- Instituto de Biologia (IB).
Disponível em: <http://bit.ly/3iVyKAK>. Acesso em: 29 jan. 2021.
CONSEQUÊNCIAS DA MÁ CONDUTA 
CIENTÍFICA: MAUS EXEMPLOS
A má conduta científica pode levar à “despublicação” de 
artigos, sanção da comunidade científica e até à suspensão do 
registro profissional. Isso pode trazer prejuízos incalculáveis à 
49
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
sociedade. Vamos mostrar abaixo alguns casos de pesquisas ou 
pesquisadores que desrespeitaram a conduta ética.
O FAMOSO CASO TUSKEGEE
Entre as décadas de 1932 e 1972, foi conduzido um 
estudo com o objetivo de analisar o desenvolvimento de 
sífilis em negros. Para a realização do experimento, foram 
selecionados negros de uma comunidade pobre e rural de 
Macon, no estado do Alabama, Estados Unidos. Como as 
pessoas não dispunham de condições financeiras para pagar 
por uma consulta, foi-lhes ofertado, como contrapartida 
pela participação no projeto, acompanhamento médico, 
alimentação no dia do exame e auxílio funeral. No total, 
participaram 399 homens com sífilis e 201 sem a doença, 
e nenhum deles foi informado que tinha sífilis e nem dos 
efeitos dessa patologia. Após 40 anos do estudo, e 13 artigos 
publicados, havia somente 74 sobreviventes. 
Durante o período do experimento, na verdade desde 
1945, já havia tratamento para a doença, através do uso 
da penicilina. Porém, os indivíduos incluídos no estudo 
continuaram sem receber nenhum tratamento, e essa omissão 
teve o consentimento dos pesquisadores. Esse é um caso 
típico da falta de ética na pesquisa cientifica, visto que os 
50
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
responsáveis pelo estudo eram pesquisadores preparados e 
receberam o respaldo do governo estadunidense.
O CASO DO PSICÓLOGO STANLEY MILGRAM
Stanley Milgram desenvolveu um trabalho com objetivo de 
estudar a obediência, que foi apresentado aos voluntários como 
“pesquisa de estudo e aprendizagem”. O psicólogo queria saber 
até que ponto as pessoas obedeciam a instrução, mesmo ferindo 
outra pessoa. Em uma sala ficavam dois participantes separados 
por uma parede transparente. O primeiro possuía um interruptor 
em sua mão capaz de liberar correntes elétricas de 15 a 450 volts 
no outro participante, que era cúmplice do psicólogo. 
Assim, quando o primeiro participante formulava 
perguntas ao cúmplice e este errava a resposta, o cúmplice 
era “punido” (o participante que dava o choque não sabia 
que a punição não era real), contorcendo-se na cadeira a cada 
suposto choque e a cada suposto aumento da intensidade. 
Participaram do experimento quarenta homens com idade 
entre 20 e 50 anos. Na maioria das vezes, o experimento só 
foi interrompido quando os choques atingiram a voltagem 
mais alta. Ao final do experimento, o participante que dava 
o choque era interrogado sempre com as mesmas questões, 
sendo uma delas sobre o porquê de ele não interromper os 
choques ao ouvir a dor do outro.
51
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
Frente a isso, é de extrema importância que a ética exista 
na pesquisa científica, para que sejam resguardados tanto o 
pesquisador quanto os participantes. A ética deve fundamentar 
as ações dos pesquisadores, para o bem deles mesmos, dos 
participantes e da ciência. Ainda assim, mesmo diante detodos os esforços para regulamentação do tema, ainda são 
encontrados trabalhos de pesquisa com severas falhas éticas. 
Agora que já abordamos os aspectos éticos da pesquisa 
científica, vamos entender como pode ser feita a ciência 
propriamente dita. 
Diferente da religião, que prega uma crença inquestionável 
(dogma), a ciência busca responder perguntas e necessita ser 
testada. Então, podemos dizer que a ciência tenta explicar, 
por meio de estudos, observações e experimentações, diversas 
hipóteses formuladas sobre algo a ser estudado.
Buscando a etimologia da palavra, “ciência” vem do latim 
“scientia”, que significa “conhecimento”. Em se tratando de 
pesquisa científica, precisamos conhecer a sua natureza para 
poder distingui-la de outros tipos de pesquisa. Esta parte 
poderá quebrar uma série de paradigmas da sua vida escolar. 
Você se lembra que, nas complexas aulas de matemática, 
alguns alunos questionavam os professores com a seguinte 
52
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
pergunta: “Professor(a), eu não entendo qual é a utilidade deste 
conhecimento, por que temos que aprender isso?”. Pois é, foi graças 
à matemática pura que hoje criamos tecnologia em hospitais 
que salvam vidas. Esse tipo de ciência, que, para o senso 
comum, não tem um resultado prático perceptível e imediato, 
é chamada de ciência básica:
• Ciência básica: aquisição de novos conhecimentos 
em diferentes áreas (fenômenos naturais, matemática 
e as humanidades), buscando enriquecer e fornecer 
base científica para as atividades humanas. É 
imprescindível que haja aplicação prática prevista 
no curto prazo, sendo ela a fonte essencial de 
novos conhecimentos para lidar com questões 
simples. Na ciência básica, ocorre o avanço do 
conhecimento teórico, que pode ser medido 
por artigos publicados e citações do autor.
Por outro lado, muitos achados ou áreas do saber fornecem 
resultados que são sentidos ou percebidos pelo senso comum, 
fomentando assim a chamada ciência aplicada:
• Ciência aplicada: busca formas de valer-se 
dos conhecimentos já existentes para solução 
de problemas práticos da humanidade. Os 
53
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
resultados obtidos através da ciência aplicada 
podem ser utilizados na indústria e na sociedade. 
É desenvolvida para que os conhecimentos 
adquiridos sejam aplicados de forma que 
solucionem problemas do dia a dia das pessoas 
e dos profissionais, tendo como foco potencial 
a geração de novos produtos e serviços.
Cabe destacar que as duas ciências andam juntas. Não 
existe ciência aplicada sem a ciência básica. Enquanto uma gera 
conhecimento, a outra interpreta e aplica o conhecimento. 
Para suprir as necessidades humanas, muitos conhecimentos 
teóricos e práticos foram desenvolvidos com o passar do tempo. 
Vamos aos exemplos (alguns já debatidos anteriormente):
• Niels Bohr (1885-1962): através da ciência básica, 
estudou os conceitos para compreender a estrutura 
dos átomos e da física quântica, publicando a teoria 
básica sobre a estrutura do átomo. O conceito 
lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1922.
• Louis Pasteur (1822-1895): dedicou-se aos estudos 
microbiológicos, como a prevenção e deterioração 
de produtos. Foi o criador da primeira vacina contra 
54
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
a raiva. As pesquisas do francês tinham impactos 
práticos, sendo denominadas de ciência aplicada.
• Albert Einstein (1879-1955): desenvolveu, através 
da ciência básica, o conceito de emissão estimulada 
relacionado com propriedades intrínsecas da matéria, 
algo fundamental para a física quântica. Décadas 
mais tarde, em 1960, ocorreu a criação do laser (Light 
Amplification by Stimulated Emission of Radiation), 
pelo físico estadunidense Theodore Harold Maiman 
(1927-2007), baseada nos conceitos de Einstein.
APLICAÇÃO: PROBLEMA DE PESQUISA
Neste tópico, discutiremos o caminho inicial para elaborar 
um projeto de pesquisa; veremos quais são os primeiros passos 
para formular a peça fundamental de um projeto, o problema 
de pesquisa. Essa parte do projeto de pesquisa determina qual 
será o objeto de estudo e o que se espera dele. À primeira vista, 
parece ser um processo simples, mas você entenderá quão 
trabalhosa e complexa é a delimitação do problema de pesquisa. 
Ainda neste tópico, debateremos a importância da escolha de 
um tema para o projeto, bem como os objetivos dele, elementos 
fundamentais para o bom andamento da pesquisa. 
55
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
Embora o senso comum indique que um problema é 
algo ruim, em pesquisa científica a palavra pode ter outro 
significado, mais voltado para uma situação em particular. 
Nesse caso, vamos recorrer às definições propriamente ditas 
encontradas no dicionário Houaiss da língua portuguesa, o qual 
define problema como um assunto controverso, que pode ser objeto 
de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas; questão social que 
traz transtornos e que exige grande esforço e determinação para ser 
solucionado; tudo aquilo cuja resolução é difícil ou complicada.
Nota-se que há várias definições para a palavra problema. 
Porém, o foco será o problema relacionado às pesquisas 
científicas, pois nem todo problema é de caráter técnico. No 
entanto, para encontrar um problema que seja objeto de um 
estudo, nós precisamos, necessariamente, de um tema. Esse é o 
ponto inicial para o desenvolvimento de um projeto. Portanto, 
vamos falar sobre ele primeiro.
Algumas definições de tema, segundo o dicionário online de 
português, tratam a palavra como proposição, assunto que se quer 
desenvolver ou provar; Assunto, matéria: dissertou sobre um tema difícil.
Como mencionado, o primeiro passo para o 
desenvolvimento de uma pesquisa científica é a definição 
do tema a ser estudado. Essa tarefa é de fundamental 
56
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
importância e está atrelada ao sucesso do trabalho. O tema 
deve se relacionar à área de interesse, e será problematizado na 
sequência. A escolha do tema necessita de precisão para que, 
posteriormente, possa gerar um problema. Em relação ao tema, 
Rudio (1986, p. 72) afirma:
para termos os conhecimentos necessários, a fim de 
transformar um assunto geral (ainda não convenientemente 
especificado) num tema de pesquisa, é necessário 
observarmos a realidade, de maneira cuidadosa e persistente, 
no âmbito do assunto que pretendemos pesquisar.
Dando continuidade à definição de tema, partiremos para 
alguns exemplos que poderão lhe ajudar a compreender melhor 
essa importante parte de um trabalho científico.
DEGRADAÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA
Note que esse exemplo pode ser um tema de interesse, 
porém, deve-se ter cuidado, pois o assunto é muito amplo e 
envolve diversas perspectivas de estudo. A degradação da 
floresta amazônica está relacionada a questões econômicas, 
sociais, ambientais e culturais. Nesse caso, é necessário 
“afunilar” o escopo da sua pesquisa, para que ela seja 
57
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
mais precisa. Assim, cabe fazer as seguintes perguntas: 
O que nos interessa neste tema? A degradação da floresta 
amazônica pelos madeireiros ilegais? A degradação da 
floresta amazônica pelo fogo? Os prejuízos econômicos 
da degradação da floresta? A falta de políticas públicas e 
fiscalização voltadas à degradação da floresta amazônica?
Veja que são vários os assuntos que podem ser estudados 
dentro do tema proposto. É imprescindível partir de 
questionamentos para que possa chegar ao tema que será objeto 
de investigação. Normalmente, os seus professores já fazem 
pesquisas dentro de uma determinada área do conhecimento, 
fato que facilita a escolha de um tema para ser o seu projeto de 
iniciação científica.
Alguns autores dão dicas de como escolher o tema do seu 
trabalho. Por exemplo, Preti (2009, p. 37) destaca alguns pontos 
importantes sobre a delimitação do tema:
- Escolha um assunto de seu interesse, pelo qual sente 
paixão, entusiasmo e motivação, pois isso é fator 
decisivo no sucesso do trabalho! Não o escolha por achá-
lo “fácil”, mas, sim, por despertar seu interesse.- Verifique a disponibilidade de tempo para dar conta do 
assunto no tempo previsto, segundo as exigências formais 
58
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(tipo de trabalho, quantidade de páginas) e materiais 
(prazos, custos) impostos. Senão será surpreendida!
- Verifique suas condições intelectuais. Você deve propor um 
assunto que esteja ao alcance de sua capacidade e ao nível 
de seus conhecimentos. Não se aventure em águas “nunca 
dantes navegadas”. O perigo de naufrágio é grande!
- Verifique se você tem acesso à bibliografia referente ao assunto 
escolhido. Para tal, consulte obras de referência, catálogos 
bibliográficos ou a bibliografia indicada, sugerida pelos autores 
das obras, por professores, orientadores, etc. caso não encontre 
bibliografia suficiente à sua mão, escolha outro assunto.
Uma vez definido o tema do seu trabalho (ou apresentado 
pelo seu orientador), você pode partir para o problema de 
pesquisa propriamente dito. 
A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Podemos dizer, na área científica, que o problema de 
pesquisa é uma pergunta que ainda não tem resposta definida. 
É algo que deverá ser estudado e deve ser entendido como 
qualquer situação não resolvida pela sociedade. Para que seja 
formulado o problema de pesquisa, você precisará de muita 
informação inicial, ou seja, conhecimento sobre o assunto que 
será estudado. Então, por onde começar?
59
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
Uma dica é iniciar o trabalho através de leituras sobre o 
tema em artigos e livros publicados por grupos de pesquisas da 
área em questão. Caso você já tenha a vivência na área, esta será 
muito útil no decorrer da sua pesquisa. Assim, a sua decisão 
para a problematização de um determinado tema deve ser 
bem fundamentada. Para continuarmos a exemplificar, vamos 
continuar com uma variação do tema sugerido anteriormente, 
sendo ele: “A degradação da floresta amazônica pelos 
madeireiros ilegais”.
Para que seja formulado o problema, é importante destacar 
a operacionalização, de modo que seja possível (exequível) 
alcançar a resposta e, principalmente, não falte recursos para 
a pesquisa. Rudio (1986, p. 76) descreve a complexidade de 
elaborar um problema de pesquisa: “Formular um problema 
consiste em dizer, de maneira explícita, compreensível e 
operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e 
que pretendemos resolver.”
Na formulação do problema o(a) pesquisador(a) aponta 
eventuais lacunas do conhecimento na área e conduz a 
uma parte muito importante da pesquisa, que é a pergunta 
científica. Neste momento, o leitor passa a ter clareza do que 
você quer fazer com o seu trabalho e qual é a necessidade 
de realizá-lo. A seguir, descreveremos mais algumas 
60
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
características que podem ser consideradas para facilitar a 
formulação do problema de pesquisa:
• Busque a resposta concreta para um problema: 
este deve ter definição precisa e clara, 
facilitando a tomada de decisão futura.
• Evite termos como “grande parte, às vezes, 
maioria” e termos semelhantes: esses termos 
possuem características muito genéricas e dão a 
impressão de que o problema é algo impreciso. 
Também deve-se tomar cuidado com termos que 
possam dar a impressão de dupla interpretação.
• Procure apresentar algo inédito: o problema de 
pesquisa não deve ter sido resolvido anteriormente. 
O que pode ser feito é a continuidade de uma 
pesquisa buscando abranger um maior número 
de respostas para o problema em questão.
• Encontre e apresente relativa importância 
para o tema: à primeira vista o problema 
formulado pode parecer importante, porém é 
comum ter muitas ideias e acabar formulando 
algo que não tem relevância para a ciência. 
61
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
A experiência de outros pesquisadores sobre 
o tema pode ser fundamental neste caso.
• O pesquisador deve conhecer a metodologia 
utilizada para a solução do problema: essa é 
uma característica que dirá se o problema de 
pesquisa é exequível, levando em consideração 
não só os recursos financeiros necessários, mas 
também a questão do espaço e tempo (dimensão) 
da pesquisa que podem torná-lo inviável.
• Apresente a base empírica: isso se deve a fim 
de evitar considerações subjetivas tornando 
o objeto da pesquisa invalidado. Assim, não 
podem ser submetidos os valores e percepções 
pessoais dos pesquisadores ou participantes 
para não influenciar no trabalho de pesquisa. 
• Busque expressar a real intenção do proponente 
além de ser estudado como fato ou como coisas.
• Insira na formulação do problema 
todas as variáveis que fazem parte da 
pesquisa e que pretende investigar.
62
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Como vimos anteriormente, a formulação do problema 
de pesquisa não é algo tão simples e demanda muita 
dedicação e observação. O ideal no início de um projeto de 
pesquisa é formular um problema “provisório” e aprofundar 
no tema através de estudos bibliográficos e pesquisa 
exploratória, para que posteriormente se desencadeie todo o 
processo de investigação. 
Ressalta-se que a ciência não deve ser feita de forma 
engessada, então, a criatividade e a imaginação devem ajudar 
na elaboração do problema de pesquisa. 
Dada essa breve explicação, analisaremos como ficariam 
algumas perguntas de pesquisas derivadas do tema que 
escolhemos (“A degradação da floresta amazônica pelos 
madeireiros ilegais”).
Possíveis problemas:
• como rastrear a madeira retirada da 
floresta que é vendida ilegalmente?
• qual época do ano ocorre maior 
degradação da floresta amazônica?
63
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
• quais são as consequências 
do estoque de carbono 
relacionadas à degradação 
da floresta amazônica?
• quais são os fatores e quais 
os impactos da retirada 
de madeira ilegal da 
floresta amazônica?
Diante do que foi exposto na 
formulação do problema, também existem 
várias perguntas que buscam respostas. 
Então, é importante, neste caso, delimitar 
a área de abrangência do problema para 
uma atuação viável, de acordo com 
os meios que você dispõe para que a 
pesquisa seja realizada.
A DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS
Após definir do problema 
de pesquisa, o próximo passo é a 
definição dos objetivos do seu trabalho. 
É importante delimitar 
a área de abrangência 
do problema para uma 
atuação viável.
Fonte: Shutterstock
64
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Normalmente, os objetivos são apresentados em um projeto 
de pesquisa, diferentemente das hipóteses, que é apresentada 
em algumas áreas de estudo e não em outras. O objetivo de um 
trabalho deve ser apresentado de forma precisa e coerente de 
acordo com o tema estudado e deve ser apresentado sempre na 
forma infinitiva do verbo (discutir, avaliar, comparar). Rodrigues 
(2007, p. 26) descreve de forma sucinta o que são os objetivos de 
um trabalho:
constituem-se em declarações claras e explicitas do 
“para que se deseja estudar o fenômeno ou assunto”, 
ou seja, o que se pretende alcançar com a realização 
da pesquisa. Assim os objetivos devem ser iniciados 
com verbos que exprimam ação, tais como, verificar, 
analisar, descobrir e determinar, entre outros.
Os objetivos de um trabalho científico podem ainda ser 
definidos em duas partes: objetivo geral e objetivos específicos:
1. Objetivo geral: possui uma visão mais 
abrangente e vincula-se diretamente ao 
tema escolhido. Deve ser descrito de forma 
sucinta, além de apresentar a finalidade 
para a qual você escolheu realizar o estudo 
e a meta a ser atingida.
65
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
2. Objetivos específicos: é o detalhamento do 
objetivo geral e mostra as ações que serão 
executadas, bem como os processos necessá-
rios para realização do objetivo geral.
Portanto, de acordo com essas informações, uma 
sugestão para o objetivo geral e o objetivo específico do tema 
que nós escolhemos seria:
• Objetivo geral: verificar os fatores que levam a 
extração da madeira ilegal da floresta amazônica.
• Objetivos específicos:
• levantar as informações para onde são enviadas 
a madeira ilegal extraída da floresta amazônica;• identificar os fatores que levam à extração 
ilegal da madeira da floresta amazônica; 
• detalhar possíveis falhas na fiscalização 
dos órgãos fiscalizadores na região;
• avaliar as épocas com maior incidência 
de degradação ambiental.
66
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Como vimos, a definição do tema, a formulação do 
problema de pesquisa e dos objetivos fazem parte da 
construção de um projeto de pesquisa. A elaboração dessas 
etapas é difícil e exige certo conhecimento por parte do(a) 
pesquisador(a). Portanto, uma dica fundamental é que 
você sempre converse com professores experientes antes 
de escolher o tema e elaborar o problema de pesquisa, pois 
profissionais com mais experiência saberão se o assunto que 
você pretende estudar já foi extensivamente pesquisado pela 
comunidade científica ou se ele tem potencial inovador para a 
sua área de atuação. Reflita como formular um bom problema 
de pesquisa, com uma pergunta clara e concisa que inclua algo 
relevante para pesquisar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, conhecemos as características e o processo 
de produção do conhecimento científico, as condutas éticas 
relacionadas à pesquisa científica, bem como os tipos de 
pesquisa. Discutimos também sobre a importância e a utilidade 
do conhecimento científico na vida acadêmica e profissional 
das pessoas, e ampliamos nossa capacidade de leitura e 
interpretação da literatura científica. Todas essas competências 
são muito importantes para que você seja inserido no processo 
67
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
de produção do conhecimento, participe dele ativamente e que 
saiba analisá-lo e aplicá-lo na sua área de atuação.
A pesquisa científica está presente no dia a dia das pessoas 
e dos profissionais de todas as áreas do conhecimento e é 
através dela que produzimos avanços e descobertas capazes 
de proporcionar uma vida melhor para as pessoas em todos 
os aspectos. Além disso, o conhecimento científico é um dos 
pilares para o desenvolvimento das comunidades, cidades e 
países e é também essencial para o crescimento econômico e 
social de todas as nações.
Assim, conhecer um pouco mais sobre as bases da 
pesquisa científica lhe ajudará a compreender o papel da 
produção de conhecimento na sua profissão. A participação 
ativa no processo de produção do conhecimento científico 
contribuirá para que você se torne uma pessoa mais crítica, 
inquieta e questionadora, características muito desejáveis 
na formação de bons profissionais. Esse é o primeiro passo 
para que você saiba aplicar o conhecimento científico na sua 
atuação, algo muito importante para que você se destaque 
como um profissional ético e competente.
Sigamos em frente para aprendermos mais sobre essa 
temática tão importante. O conhecimento científico lhe 
68
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
instrumentaliza a mudar a sua vida, a sua profissão, o seu 
contexto de atuação e a sua comunidade.
RESUMO
Nesta unidade aprendemos que:
• a produção do conhecimento científico segue regras próprias 
e requer condutas éticas relacionadas à pesquisa científica;
• as pesquisas podem ter os mais variados delineamentos;
• o conhecimento científico é importante e extremamente 
útil em todas as áreas de atuação de um profissional;
• a pesquisa científica está presente no dia a dia das pessoas 
e dos profissionais e é através dela que produzimos 
avanços e descobertas capazes de proporcionar uma 
vida melhor para as pessoas em todos os aspectos;
• o conhecimento científico é um dos pilares para 
o desenvolvimento das comunidades, cidades e 
países, e é também essencial para o crescimento 
econômico e social de todas as nações.
69
BASES DA PESQUISA CIENTíFICA
Conhecer e participar da produção do conhecimento 
científico contribuirá para que você se torne uma pessoa mais 
crítica, inquieta e questionadora, características muito desejáveis 
na formação de bons profissionais. Esse é o primeiro passo para 
que você saiba aplicar o conhecimento científico na sua atuação, 
algo muito importante para que você se destaque como um 
profissional ético e competente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Resolução CNS nº 466, de 12 de dezembro de 2012. 
Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de 
pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2013.
BRASIL. Resolução CNS nº 510, de 07 de abril de 2016. Dispõe 
sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas 
e Sociais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 2016.
COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA 
(CONEP). CEP por Macrorregiões. Disponível em: <http://bit.
ly/3pwDnDO>. Acesso em: 02 jan. 2021.
70
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS. Disponível em: https://
www.dicio.com.br/tema/ Acesso em: 01 de fevereiro de 2021.
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia e história das 
ciências: a revolução científica. Zahar: Rio de Janeiro, 2016.
MUNDIAL, A. M. Declaração de Helsinque, 1964. Princípios 
éticos para a pesquisa em seres humanos. Helsinque.
NUREMBERG, C. Código de Nuremberg, 1947. Disponível em: 
<https://bit.ly/36lojkO>. Acesso em: 02 jan. 2021.
PRETI, O. Estudar a distância: uma aventura acadêmica: 
licenciatura 
em pedagogia / Oreste Preti. -- Cuiabá, MT: Central de Texto: EdUFMT, 2009.
RODRIGUES, W. C. Metodologia científica. Faetec/IST: 
Paracambi, 2007.
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 33. 
ed. Petrópolis: Vozes, 1986.
SPINK, P. K. Ética na pesquisa científica. GV EXECUTIVO, v. 
11, n. 1, pp. 38-41, 2012.

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