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TEORIA DO PROCESSO-2

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 Relação circular de interdependência 
o Direito Processual 
o Direito Material influencia na criação do Direito Processual para concretizar 
ele próprio 
o São autônomos, porém, interdependentes 
 Fases do Direito Processual 
o Imanentista 
 Não havia uma concretização do Direito Processual (autônomo, 
distinto, apartado do Direito Material); 
 Não existia autonomia científica ou legislativa; 
 Não existia um corpo de normas para regulamentar os casos; 
 Não existia um diploma processual, ou um código de processo, para 
estruturar a relação dos dois sujeitos; 
 Sincretismo (um pertence ao outro – eram apêndices um do outro) e 
praxismo (o ressarcimento, a reparação se dava de acordo com a 
prática, o dia a dia, os costumes – não existia algo concreto, preciso); 
 Se estudava somente a solução, pelo Estado; 
o Processualismo 
 Separação de Direito Material e Processual; 
 A doutrina diz que foi inaugurada em 1868, com Bulow; 
 Surgem as primeiras doutrinas de Direito Processual, propriamente 
dito; 
 Primeiros diplomas legislativos processuais (formalizando-os, dentro 
do Direito); 
 Autonomia legislativa e científica; 
 Começam a teorizar sobre direito de ação, competência, descrição das 
funções e princípios jurisdicionais; 
 Carnelutti, Chiovenda, Calamandrei, Liebman; 
 Aqui se estuda o Processo da jurisdição; 
 As principais discussões do Direito surgiram através do 
Processualismo; 
 Problema: o estudo do Direito Processual se dava apartada do Direito 
Material, sendo que eles eram necessários um ao outro. O Direito 
Processual, portanto, foi autorreferente. 
o Instrumentalismo 
 Não se discute mais as categorias do Direito Processual (já se 
reconhece o Direito de Ação, a competência dos órgãos jurisdicionais, 
razoável duração, satisfação, acesso à justiça etc.) 
 Se discute formas de se efetivar a prestação jurisdicional 
 Norte: concretizar o Direito Material; 
 Capelletti: acesso à justiça, Barbosa Moreira, Dinamarco, Ada 
Pellegrini; 
o Neoprocessualismo/formalismo-valorativo/modelo constitucional do processo 
(Bueno) 
 Alfredo Buzaid – aluno de Liebman – CPC/73 (processualismo) – 
CF/88 (instrumentalismo) – CPC/2015; 
 Garantir a efetividade da prestação/concretização jurisdicional 
 Recepção: o dispositivo não recepcionado pela Carta Magna 
 Interpreto o código de 73 a luz da Constituição de 88. 
 Reconstruir as principais categorias processuais a luz dos valores 
constitucionalmente assegurados; 
 *Respeito às formas do CPC, mas respeitando os valores do Estado 
Democrático de Direito (na Constituição Federal de 1988); 
 *Modelo processual construído a partir dos valores constitucionais; 
 Reforço aos aspectos éticos do processo: boa-fé (cuidado, 
esclarecimento) e cooperação – mitigar a relação egoísta dos três 
sujeitos do Processo. Finalidade: solução do conflito; 
 Sujeitos da relação processual: autor, réu e juiz (interesse – otimizar o 
exercício da jurisdição e resolver o conflito) – interesses distintos no 
processo; 
 Surge a partir do momento que necessita adequar a realidade do 
processo existente a realidade processo atual; 
 *Novos contornos do princípio da legalidade: formalismo-valorativo; 
 
Neoprocessualismo 
 
1. Constitucionalização do Direito Processual 
a. Incorporação ao texto constitucional de normas processuais; 
i. Acréscimo a constituição que norteiam o exercício da jurisdição 
(normas processuais) – princípios processuais incorporados a 
constituição; 
ii. Tudo deve ser efetivado segundo a Constituição 
b. Diálogo entre processualistas e constitucionalistas 
i. Guardião da Constituição: Supremo Tribunal Federal (tramitam 
processos sobre Direito Constitucional); 
ii. O Direito Processual regulamenta o exercício da preservação 
constitucional; 
iii. Amicus curiae: amigos da corte – auxiliam o judiciário na decisão de 
algum processo. Ex.: aborto de anencéfalo – Conselho Federal de 
Medicina, CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). 
2. Primazia dos princípios processuais 
a. Função interpretativa 
i. Todas as demais normas deverão ser interpretadas e aplicadas a luz do 
princípio constitucional; 
b. Função bloqueadora 
i. A Constituição não permite aplicação de uma norma inconstitucional 
existente, por exemplo, em um Código vigente no país. 
3. Novos contornos na atividade jurisdicional e direito processual 
a. Valorização dos precedentes judiciais 
i. Construir sistema de respeito e observância, para evitar problemas na 
aplicação das leis, perante o ordenamento jurídico; 
ii. Segurança jurídica; 
b. Criatividade da função jurisdicional 
i. Além de declarar a Lei, criar uma norma jurídica para o caso concreto; 
ii. Dá o mesmo direito de resolução para outras pessoas. 
4. Cláusulas gerais processuais 
a. Não são princípios, possuem o texto aberto – facilita a interpretação e 
aplicação da norma (criatividade da função jurisdicional); 
b. Espaço de manobra. Ex.: Fernanda e a penhora de bens. 
5. Processo e direitos fundamentais 
a. Processo deve estar adequado à tutela efetiva dos Direitos Fundamentais. 
b. Processo deve ser estruturado de acordo com os Direitos Fundamentais - as 
normas processuais não podem violar os direitos fundamentais 
Aula – 18.08.15 
 
1. Os ordenamentos são separados em duas grandes famílias/sistema, no Ocidente. 
a. Grupos de ordenamentos jurídicos que possuem características em comum. 
i. Civil Law: se vê na figura do legislador a fonte do direito, apego ao 
Direito codificado, vasto corpo legislativo. Ex.: Brasil. 
Romano-germânica 
Quanto mais leis tenho, menos espaço para o juiz eu tenho. 
A separação entre os poderes, o apego ao direito codificado (vasta 
legislação) e à declaração judicial da lei (bouche de la loi – “Boca de 
lei”). 
*Hoje, porém, há uma mescla no ordenamento jurídico brasileiro. O 
Brasil busca, a partir das experiências bem-sucedidas de outros países, 
adentrar tais leis a sua legislação. Ex.: Vasta Constituição, mas se 
favorece a criatividade do magistrado, há a presença de garantias 
processuais na Constituição etc. 
Nossos sistemas de precedentes não são tão estruturados, mas lembram 
situações do Common Law. 
ii. Common Law: apego a jurisprudência (criação judicial do Direito), 
precedentes. Ex.: Inglaterra e Estados Unidos. 
Inglesa 
Corpo legislativo menor. 
Respeito aos precedentes, primazia da jurisprudência, pequeno corpo 
legislativo. Respeito ao passado como traço marcante. Juiz cria o 
direito (judge made law). 
b. Controle de Constitucionalidade 
i. Difuso: qualquer juiz, em caso concreto – Nasce no sistema Common 
Law, a partir do Judicial Review. 
ii. Concentrado: tribunal, ajuíza ação – Nasce no sistema Austríaco. Ex.: 
STF. 
2. Lei Processual Civil 
a. Fontes do Direito Processual

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