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TEORIA DO PROCESSO-8

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o Proibição de tribunais post facto ou ad personam – juízos criados depois do 
fato ocorrido ou em razão da pessoa envolvida no processo. 
o Tribunal de Nuremberg: cria um tribunal para julgar algo que já aconteceu – 
imparcialidade comprometida. Ou escolher um juiz especificamente para julgar 
o caso (ad personam) 
 Princípio do duplo grau 
o Não é expresso claramente pelo ordenamento. Como sei que ele adotou, 
portanto? O legislador fez a opção de você entrar com recurso, organizando o 
sistema em cúpulas. 
o Ex.: STF – julga questões relativas a CF. STJ – Leis Federais; TJ – Leis 
estaduais. 
o O que justifica? Necessidade de controlar a atividade dos juízes de base; 
o O juiz só é “superior” hierarquicamente se for para mudar uma decisão, 
recursal. 
o Se eu não tivesse como entrar com recurso, os juízes teriam “superpoderes”, 
poderiam dizer em última instancia o direito. 
o Por isso as cúpulas e em colegiado (julgam em conjunto). 
o Controle dos juízes inferiores e a necessidade de uniformização 
jurisprudencial. 
 
AULA 23.10.15 
 
COMPETÊNCIA 
 
 Quantidade de jurisdição ou medida de jurisdição (Liebman), uma vez fixada a 
competência do órgão, essa competência não se modifica. 
 Perpetuatio iurisdictionis, Art. 87 (CPC); 
 Distribuição: Art. 251 e 252, CPC; 
 
Critérios de fixação 
 
 Objetivo 
o Pessoal (partes): litigantes (autor e réu). Fixa-se a competência a partir dos 
sujeitos do conflito. 
o Material (causa de pedir): conjunto de fatos e fundamentos jurídicos do pedido. 
A competência material se dá em razão da natureza e da relação jurídica 
controvertida. 
o Valor da causa/pedido: envolve tanto a prestação jurisdicional quanto ao bem 
da vida. 
 Territorial 
 Funcional 
o Valor da causa está referente ao pedido. O valor da demanda diz respeito a um 
valor econômico. 
 Parâmetro para as custas processuais; 
 Quem pleiteia mais em juízo, paga mais; 
 Mesma coisa com honorários advocatícios (a parte vai pagar os 
honorários da parte contrária) – só não paga se entrou em juízo sem 
pagar (por não ter condições); 
 Uma causa de mais ou menos de 50 a 60.000 reais, se utiliza um valor 
de, aproximadamente, 7% do valor da causa; 
 Os juizados especiais trabalham com demandas mais baratas (ao 
contrário das demandas milionárias); 
 A competência dos juizados especiais é de valores inferiores a 40 
salários mínimos (JE, JEF, JEFP); 
o Competência territorial: se utiliza para fixação da competência os aspectos 
geográficos da demanda – que tipos de questões geográficas? O domicílio de 
uma parte, o local onde uma obrigação deve ser cumprida, onde um bem 
imóvel está situado (essas questões fixam as competências territoriais); 
 Estão nos artigos 94 a 101, do CPC/73 
 Ação indenizatória: essa demanda, como regra, é ajuizada no domicílio 
do réu. Ação de alimentos é ajuizada no domicílio do alimentando (de 
quem vai receber o alimento). Demandas de crianças e adolescentes 
(envolve o domicílio dessa criança ou desse adolescente). Demandas 
relacionadas a relações de consumos (domicílio do consumidor). 
Estatuto do idoso (domicílio do idoso). Direitos reais imobiliários (no 
foro do local do imóvel). 
o Competência funcional: distribuição de funções dentro do processo. 
 Exemplo: recebo uma sentença, e essa sentença foi proferida pela 
primeira vara cível. Se alguém não cumpre essa sentença, posso 
executá-la. A vara que proferiu o julgamento é a competente para 
exercer uma função no processo (que é executar). Se não houve o 
cumprimento voluntário, posso buscar o forçado (nem que seja 
atingindo o patrimônio do réu). Competência funcional para julgar seus 
próprios recursos. 
 Competência das cautelares: pode pedir uma medida cautelar antes de 
ingressar com o processo principal (porque preciso resguardar um 
bem). Foi distribuído em uma vara de família, o juiz dá a decisão, tenho 
um prazo para ajuizar a principal. Quando for ajuizá-la, ela vai ser 
sorteada? Não. Pois o juízo que conheceu a cautelar estará responsável 
por todo o restante do processo. 
 Como regra, critérios absolutos de fixação de competência: pessoal, material e 
funcional; 
 Valor da causa e critério territorial são relativos; 
 Exceções: competência territorial na hipótese do 95, parte final do CPC/73 é absoluta. 
Competência dos Juizados Especiais e Juizados Especiais da Fazenda Pública também 
são competentes absolutos. Estaduais possuem competência relativa. 
 Se tenho uma demanda abaixo de 40 salários mínimos, posso escolher o juizado 
especial ou a justiça comum? Depende, pois quando a competência é absoluta aos 
juizados especiais, sou obrigada a recorrer a ele. Porém, abaixo do teto do juizado, 
posso optar (juizado ou justiça comum). Acima do teto, posso ajuizar nos juizados 
(valor e complexidade da causa)? Não posso recorrer a eles, pois a ideia é estabelecer 
um teto para que pegue demandas de baixa complexidade, para tetos acima, tenho que 
recorrer à justiça comum. Acima do teto do juizado, todos os juizados são 
incompetentes. 
 Panorama da organização judiciária brasileira (Organização do Estado e dos Poderes): 
o Corte máxima: STF – guarda da Constituição (questões constitucionais podem 
ser discutidas no STF). 
 Justiça comum. Justiça Federal e Estadual. Órgão máximo da estadual 
(Tribunal de Justiça – jurisdição de segundo grau). Base da justiça 
estadual: varas da justiça estadual (várias comarcas, cada comarca 
organizada de acordo com a necessidade). Órgão máximo da Justiça 
Federal: TRF (5 no BR – Maranhão é parte do TRF da 1ª região, que é 
o maior do Brasil e tem sede em Brasília). TRF 5 engloba Ceará, Piauí. 
Dentro do TRF temos as varas da Justiça Federal (ex.: São Luís). Tanto 
na Federal, quanto na Estadual, temos juizados especiais (estaduais e 
federais). Quem exerce a jurisdição de segundo grau dos juizados 
especiais são as turmas recursais (mesma lógica para a justiça federal). 
 Acima das Federais e Estaduais temos o STJ. 
 Os órgãos que exercem jurisdição de 1º grau, como ordem, são 
singulares (julgados por um só julgador). Ao recorrer para o 2º grau 
(grau recursal), há o julgamento por um colegiado. 
 Justiça especial – justiça toda estruturada para julgar uma espécie de 
demanda. Ex.: TSE (demandas eleitorais – órgão máximo da justiça 
eleitoral). Abaixo do TSE, tem os TRE (um TRE para cada estado da 
nação). E o primeiro grau: zonas eleitorais (para cada zona tem um juiz 
responsável). Outro órgão da justiça especial: TST (Tribunal Superior 
do Trabalho). É uma justiça toda estruturada para julgar um tipo de 
demanda (relações trabalhistas). CLT (código para reger as relações de 
trabalho). TRT (divididos por região. O nosso é da 16ª região). Depois, 
Justiça do Trabalho. Outro órgão da Justiça Especial: Justiça Militar. 
STM, TM (dos estados). A Justiça Militar é proporcionalmente mais 
cara. 
 Observação: os Tribunais de Justiça são compostos por 
desembargadores. TSJ, TSE e TST (ministros), turmas recursais 
(juízes). Segundo grau, como regra: órgãos colegiados (compostos por 
ministros e desembargadores). Turmas recursais são exceção: órgãos 
colegiados de segundo grau compostas por juízes. 
 TJ e TRF são compostos por desembargadores (juízes de carreira – 
estaduais, por exemplo, mas 1/5 para membros do ministério público e 
membros da advocacia – 5º constitucional MP e OAB). STJ (ministros 
– justiça federal, estadual, MP, OAB). STF (não precisa ter sido nada 
na vida, basta conhecimento jurídico). TRE (composição mista), STJ 
(lei federal). STF (guarda da constituição). Paralelamente ao STF

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