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TEORIA DO PROCESSO-6

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o Ainda que em disponibilidade, não pode exercer outro cargo e função; 
o Não pode ser juiz e promotor, juiz e delegado. Pode ser professor; 
o Não pode receber vantagens em decorrência de um processo; 
o Não pode se filiar a um partido político, e nem exercer função político-
partidária; 
o Não pode receber auxílio de entidades públicas ou privadas (ele custeia se 
viajar sozinho); 
o Não pode fazer campanha; 
o Não pode exercer advocacia no tribunal de onde se afastou (para não se 
beneficiar de uma decisão que ele mesmo tomou – quarentena); 
 
Princípio da boa-fé processual (cooperação) 
 Prevista no Art. 5º do NCPC e Art. 14, § 2º (Antigo CPC); 
 Para verificar se determinada conduta é ou não consequência da boa-fé, tenho que 
analisar o resultado da conduta. Ex.: não interessa se agiu com o bom senso ou de 
acordo com princípios éticos e morais, mas se efetivamente o resultado da conduta 
praticada não teve: 
o Boa-fé subjetiva (imbuído de boas intenções – motivação é uma e o resultado é 
outro. Não é preciso contrariar o resultado); 
o Boa-fé objetiva: não leva em consideração as intenções da parte, mas o 
resultado da conduta; 
 Cabe ao juiz e às partes a observância da boa-fé; 
 Possui vários desdobramentos: 
o Proibição do agir contraditório (venire contra factum proprium): 
 Praticar um ato contraditório – as partes não podem ser assim, pois 
devem manter coerência ao longo do processo. 
o Proibição de abuso de poderes processuais: 
 Abuso de direito: uma parte exerce um direito legitimamente de modo 
a violar os direitos da parte contrária (ou prejudicar); 
 Ex.: embargos de declaração. Multa por embargos protelatórios; 
o Cooperação: 
 Dever de cooperação; 
CPC antigo: Art. 17 e 18 (má fé); *Procurar no novo 
 
Princípio da cooperação: 
 Art. 6º NCPC; 
 As partes devem atuar de forma cooperativa para que o processo atinja a sua 
finalidade; 
 A distribuição das tarefas dentro da relação processual se dá de forma equivalente 
(equânime, igualitária): tanto às partes quanto ao órgão jurisdicional; 
 Significa que não existe, no processo atual, uma parte, ou um órgão da jurisdição, 
como protagonista da relação processual; 
 Ambos devem colabora, portanto; 
o Dois modelos clássicos, tradicionais, de distribuição das tarefas na relação 
processual: 
 Adversarial: 
 O protagonista é as partes; 
 As partes desenvolvam um conflito perante um órgão 
jurisdicional passivo; 
 Inquisitorial: 
 Os poderes instrutórios estão voltados para o órgão 
jurisdicional; 
 O protagonista é o órgão jurisdicional; 
o Dispositivo: é verificável ao longo do processo mais um e mais outro: No 
nosso processo, a iniciativa do processo é das partes (e a do órgão é inerte); 
uma vez protocolizada a petição inicial do processo, quem atua para 
demonstrar a procedência das alegações (as partes – levar provas ao processo), 
o juiz pode produzir provas (fazer inspeção judicial). Se quiser avalorar uma 
prova, tem que justificar porque não avalorou a mesma. Equilíbrio na 
distribuição das tarefas (ambos têm protagonismo). Nosso modelo é 
cooperativo, e o adversarial e inquisitorial são apenas dois modelos clássicos 
de distribuição (onde nenhum se aplica ao Brasil). 
o Finalidade: solução do conflito; 
 Princípio da cooperação e boa-fé: direcionada às partes e ao órgão jurisdicional 
(destinatários). Gera desdobramentos e obrigações: 
 Obrigação das partes, decorrente do princípio da cooperação: 
o Dever de esclarecimento: expor toda a situação de forma clara e coesa 
(postular com clareza e coerência); 
 Redigir um texto de fácil assimilação; 
o Lealdade: agir de acordo com o princípio da boa-fé (cooperar com o processo); 
o Proteção: não podem usar o processo de forma a causar prejuízo a outra parte. 
Deve ser um instrumento para a satisfação de um direito, solução de um 
conflito. Ex.: não posso mandar penhorar um bem que é fundamental para 
mim. 
 Deveres do órgão jurisdicional 
o Dever de esclarecimento: também deve decidir com clareza e coerência; 
 Princípio da motivação das decisões: princípio do contraditório (dar as 
partes o controle do que o juiz está decidindo); 
 Instrumento para atacar a omissão, obscuridade...: embargos de 
declaração (é uma modalidade de recurso). 
o Dever de consulta: 
 O juiz deve consultar as partes – sobre as questões deduzidas 
(controvertidas) em juízo; 
 Princípio da motivação das decisões, contraditório (em dimensão 
material); 
 Possibilita que as partes influenciem na sua decisão; 
 Garantia de não surpresa (ouvindo as partes antes de tomar uma 
decisão); 
o Dever de prevenção: 
 Evitar que a utilização equivocada do processo frustre o direito das 
partes; 
 Exemplo: as partem têm dever de esclarecimento, significa que devem 
postular com clareza e coerência. Se o juiz recebe uma petição 
ininteligível, o mesmo pode possibilitar às partes a emenda da petição 
inicial (advertir as partes que estão utilizando o processo de forma 
inadequada). 
 
AULA 05.10.15 – P2 
 
SEXTA UNIDADE DO PROGRAMA - JURISDIÇÃO 
 
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO 
 Jurisdição: meio por meio do qual o estado resolve os conflitos da sociedade. É uma 
função estatal, portanto, exercida pelo poder judiciário. Atipicamente, outros poderes 
podem desenvolver a jurisdição, como o Senado julgando o presidente (tipicamente é 
atividade legislativa). 
 Principal finalidade: resolver conflitos e concretizar direitos. 
o Substitutividade: aptidão que a jurisdição tem de substituir na vontade das 
partes. 
 Heterocomposição → O terceiro que resolve o conflito: o órgão 
jurisdicional. 
 Todos querem provar as alegações, mas o Estado quem define a 
solução (a vontade das partes, por si só, não é definidora da solução). 
 Diferente de autocomposição: na autocomposição não há 
substitutividade, pois o terceiro não se substitui na minha vontade, a 
vontade dos terceiros prevalece. O mediador ou conciliador apenas dá 
um caminho a solução, mas não vai impor. No caso da substitutividade, 
a decisão final é do órgão jurisdicional. 
o Sujeição: quando eu submeto um conflito para apreciação do órgão 
jurisdicional, eu me sujeito a solução que porventura ele ofereça. 
 Estão se sujeitando a solução emana do órgão. 
 Se a questão não versa sobre sujeitos indisponíveis, as partes poderiam 
se submeter às próprias vontades. Mas no caso do órgão jurisdicional, 
elas se sujeitam a decisão do outro. 
 Esse terceiro deve ser imparcial. 
o Imperatividade ou inevitabilidade: 
 Mais interligado a soberania do Estado. 
 Atributos do Estado: soberania, povo e território. 
 É por meio da jurisdição que o Estado vai concretizar, efetivar, impor 
suas leis, para não se tratarem apenas de legislação simbólica. 
 Não basta a simples declaração do direito. Não basta que eu receba uma 
solução dizendo que eu tenho razão. Ele precisa impor suas decisões. 
 Efetivação da decisão judicial: penhora, multa, prisão... 
 O órgão jurisdicional possui aptidão, poder de efetivar as suas decisões.

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