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Desigualdade Racial no Brasil

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DESIGUALDADE RACIAL NO BRASIL: UMA REALIDADE ATUAL
Você sabia que, segundo a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, de 2015, a renda média das pessoas pretas e pardas (que configuram a população negra do país) equivale a apenas 59,2% da renda média das pessoas brancas?
E, além disso, que de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, para cada não negro assassinado no Brasil, 2,7 negros são vítimas de homicídio?
Esses dados revelam uma realidade no país: a desigualdade racial. Alguns grupos étnico-raciais ainda são afetados com a discriminação e possuem dificuldades para se inserir na sociedade brasileira.
Essa exclusão social é fruto de uma construção histórica baseada na escravização e marginalização desses grupos, que por muito tempo não tiveram acesso a direitos básicos.
Mas você realmente sabe o que isso representa no país hoje? Neste texto do Equidade vamos falar sobre a desigualdade racial no Brasil, compreendendo as suas origens e impactos na sociedade.
AS ORIGENS HISTÓRICAS DA DESIGUALDADE RACIAL
Para compreender a realidade da desigualdade racial no Brasil, precisamos entender o contexto histórico que nos trouxe até aqui. Dessa forma, primeiro vamos falar sobre a situação dos grupos étnico-raciais no país antigamente e como os direitos desses grupos foram sendo reconhecidos e conquistados ao longo do tempo. 
Durante todo o período colonial brasileiro (1500 – 1822), a escravidão se fez presente como a base de sustentação do sistema econômico e social da época. A mão de obra escrava era composta por indígenas e negros, que eram explorados e submetidos a condições desumanas de vida por ordem dos colonizadores.
Estes, portugueses e espanhóis em sua maioria, enxergavam tais grupos étnico-raciais como seres inferiores que precisavam ser educados e civilizados aos moldes europeus. 
A dominação e escravização indígena foi a primeira a ocorrer no país, visto que eram os povos nativos que aqui existiam quando os colonizadores chegaram no território.
A escravização negra se deu em um segundo momento, quando os africanos, que também sofriam com a colonização em seu continente, foram traficados e enviados em navios para o continente americano. Estima-se que ao longo desses três séculos, cerca de 4 milhões de africanos foram enviados ao Brasil para serem escravizados.
Em 1822 o Brasil se tornou independente e em 1824 promulgou a sua primeira Constituição Federal. No entanto, a escravidão continuou sendo legal no país e os negros continuaram sem nenhum tipo de liberdade.
Os indígenas, por sua vez, por meio do estabelecimento do Diretório dos Indígenas, em 1757, adquiriram certas liberdades com contrapartidas, como ter que seguir o modelo cultural de vida dos colonizadores.
O BRASIL REPÚBLICA E A CONQUISTA DOS DIREITOS ÉTNICO-RACIAIS
Foi somente em 1888 que a abolição da escravidão aconteceu no Brasil, por meio da Lei Áurea, sendo o último país das Américas a eliminar legalmente esse sistema de produção e organização econômica. Logo após isso, em 1889, houve a Proclamação da República e dois anos mais tarde, a promulgação da Constituição de 1891.
Contudo, apesar da liberdade formal adquirida pelos negros, a nova Constituição não lhes garantiu diversos direitos fundamentais e não os reconhecia como cidadãos.
Isso significa que os negros não possuíam direitos civis nem políticos, não tendo permissão para votar e não possuindo acesso à educação, saúde e justiça garantidos por lei.
Sendo assim, a abolição da escravidão não resultou na inserção dos afrodescendentes na sociedade, que permaneceram sofrendo com a discriminação e os preconceitos sociais, fundamentados no racismo.
Foi somente no século XX, com a elaboração da Constituição de 1934, por Getúlio Vargas, que certos direitos de grupos étnico-raciais vulnerabilizados foram reconhecidos pela primeira vez no Brasil.
Nela, ficou estabelecido o sufrágio universal, ou seja, o direito ao voto a todos os adultos no país, independente de gênero e raça. Importante ressaltar que a conquista dos grupos étnicos-raciais por direitos políticos no país foi consequência de muita luta e esforços.

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