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FB_078_ Adolfo Simba Daniel; Irosind Óscar Ussenda; Lana Gisele Gonçalves da Costa e Nylda Aparecida dos Santos Leite

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FP078 - Interculturalidade e educação
Trabalho conv. ordinaria
Trabalho
Adolfo Simba Daniel - AOFPMME4232955
Irosind Óscar Ussenda – AOFPMME5047544
Lana Gisele Gonçalves da Costa – BRFPMME4733845
Nylda Aparecida dos Santos Leite - BRFPMME1270521
Grupo: FP_MME_2022-10_pt_3
Código: FP-078
Data: 26/06 /2023
Educação intercultural: Desafios de uma Escola Rural
ÍNDICE
Introdução---------------------------------------------------------------------------------------------------1
Descrição do problema----------------------------------------------------------------------------------2
Desenho de intervenção--------------------------------------------------------------------------------3-4
Avaliação geral--------------------------------------------------------------------------------------------4-5
Referências bibliográficas------------------------------------------------------------------------------6
Introdução
As questões relacionadas à diversidade cultural são temáticas discutidas em todas as nações, uma vez que implicam diferentes caracterizações dos grupos étnico raciais, religiosos, culturais, linguísticos e até mesmo de reconhecimentos identitários enquanto nação. Esses aspectos suscitam embates, o que pode gerar conflitos, ocasionando expressões preconceituosas e diversos tipos de violências, como racismo e a xenofobia (Candau, 2020; Funiber, 2022).
Dessa forma, segundo a Funiber (2022), as discussões que, com maior intensidade nos últimos anos está produzindo em relação à diversidade cultural e as questões afins como a identidade cultural e a educação intercultural, tem vários espaços em que promovem alguns outros não. A importância de se abordar a temática da interculturalidade nos contextos escolares enfatiza não apenas a formação da cidadania aberta e interativa, mas também promove uma educação para reconhecimento do outro e para diálogo entre os diferentes grupos sociais e culturais.
Assim, a interculturalidade na educação aparece como uma proposta pedagógica que busca desenvolver relações de cooperação, respeito a aceitação, entre diferentes culturas e sujeitos, visando dessa forma, preservar as identidades culturais, com o objetivo de propiciar a troca de experiências, e o enriquecimento mútuo. A educação intercultural é uma necessidade para a sociedade que, cada vez mais, traz à tona seu caráter multicultural e essa problemática dos grupos presentes na sociedade vem gerando conflitos e debates para a construção e ações e políticas públicas voltadas ao combate ao preconceito e/ou discriminação. A afirmação das diferenças étnico raciais, de gênero, de crenças demonstra haver ainda na sociedade muitos resquícios de uma cultura excludente (Candau, 2012).
Nesse sentido, seguindo as discussões de Walsh (2012), a interculturalidade em uma perspectiva crítica pressupõe compreender que a diferença na sociedade é produto de uma matriz de poder colonial, ou seja, de que há estruturas colonialistas, racistas, xenofóbicas que só serão desmanteladas a partir da transformação estrutural das instituições sociais e das relações sociais. Assim, a educação intercultural em uma perspectiva crítica se torna processo de mudança social, com um processo e um projeto final de intervenção de colonial e antirracista (Kunrath& Cecchetti, 2021)
Descrição do problema
Baseando na Escola Agrícola de Formosa - Goiás, ao observar o corpo discente, nota-se um número grande de alunos pertencentes a região que circunda a unidade, na qual se localiza na zona rural, em que a atividade familiar preponderante é voltada para agricultura e pecuária, e que sua maioria é formada de pessoas simples, com uma cultura arraigada na rusticidade. Assim sendo, por falta da educação intercultural nesta sociedade, não cultuam a valorização do intelecto humano, e nem se acautelam na apreciação da autoestima.
Vindas de gerações anteriores e passando para as atuais, são feitas com recorrência a desvalorização dos filhos, assim como outrora receberam de seus pais, imputam a sua prole tal incompetência de aprender, e essa depreciação recidiva causa estragos e desconstrução na vida escolar, social e afetiva dos descendentes. 
Para este facto, “a incerteza constitui um elemento inseparável da complexidade própria da interculturalidade. Desse modo, Garcia Martinez propõe que: a compreensão da realidade social e cultural terá de se tratar a partir de outras plataformas de pensamento crítico; um pensamento aberto à saídas interculturais não prescritas e estimulante de opções consensuais, junto aos fatores objetivos aparece a subjetividade dos atores sociais afetados por situações concretas de relação intercultural. Funiber (2020, p. 52).
Face a esta situação, o desiderato da instituição é que as culturas devem estar dentro da escola, como parte integrante das relações interpessoais e das práticas pedagógicas no âmbito do ambiente escolar, e é nesse caminho que se devem pensar as ações educativas.
Em suma, a educação intercultural, necessita ser abordada com intensidade, como forma de valorar a identidade do alunado, para que a individualidade seja restaurada, onde muitos se encontram em estado de torpor e a aprendizagem já não é alcançada de forma apropriada, pois alguns familiares, em casa, são taxados de inabilitados, incapacitados para tal.
A impolidez com que alguns são tratados, causam bloqueios inconcebíveis, que se os docentes não souberem detectar a causa de tal impedimento e tentar amparar, os mesmos serão arrastados no decorrer da sua vida estudantil sem a instrução adequada. 
Haja vista que muitos casos foram detectados pelo motivo citado acima, julga-se ser inerente aos pais, ou responsáveis essa atitude, porém cabe à escola contornar a situação e intervir, mostrando aos estudantes a sua capacidade e potencial para um aprendizado significativo. 
Desenho de intervenção
A escola atual, inserida em uma sociedade que se transforma rapidamente e que está fortemente marcada por movimentos que combatem as desigualdades em todos os sentidos, se vê diante de grandes desafios para que possa realizar, de fato, uma educação intercultural e cumprir seu papel social na construção de uma sociedade mais justa, igual e solidária.
Como afirma Candau (2008, p. 2), a partir dos estudos com Maciel et AL., a educação intercultural “aparece como uma perspectiva alternativa e contra hegemônica de construção social, política e educacional, sendo complexa por estar atravessada por desafios e sofrimento, tornando necessário a problematização das diferentes práticas sociais e educandos”.
Para uma sociedade coesa, onde a obrigatoriedade de ensino-aprendizagem é tida como prioridade, de forma a incentivar essa sociedade em que a atividade familiar preponderante é voltada para agricultura e pecuária, e que sua maioria é formada de pessoas simples, com uma cultura arraigada na rusticidade, pode-se destacar as discussões dos temas como: questões do gênero, étnico-raciais, tensões entre igualdade e diferenças e direitos humanos, com uma reflexão analítica a respeito da educação intercultural.
A discussão referente à construção das identidades de sujeitos visibilizado e valorizado na sociedade atual, é necessária no sentido de melhor compreender e possibilitar a promoção de igualdade de oportunidades e a integração de indivíduos de diferentes socioculturais na vida social.
Ainda que a escola atualmente verifique avanços no que tange as práticas escolares e as diferenças culturais, é necessária e relevante a promoção de estímulo para produção de mais trabalhos que abordem temas relacionados com as valências da formação do homem e a diversidade cultural.
Segundo Candau (2009, p. 170), afirma que “a educação intercultural não pode ser reduzida à algumas situações e/ou atividades realizadas em momentos específicos, sem focalizar sua atenção exclusivamente em determinados grupos sociais. Trata-se de uma abordagem global que deve afetar todos os atores e todas as dimensões do processo educativo, assim como os diferentes âmbitos em que ele se desenvolve. Noque diz respeito a escola, afeta a seleção curricular, a organização escolar, as linguagens, as práticas didáticas, as atividades extraclasse, o papel do/a professor/a, a relação com a comunidade etc.”
Esses aspectos apontados por Candau, mostram a necessidade de muitas mudanças no sistema educativo, tanto no âmbito estrutural como no desenvolvimento de competências de gestores e professores, para que se alcance uma educação que possibilite a convivência de diferentes grupos culturais.
Considerando que o papel da escola não deve ser apenas de transmitir um determinado conhecimento, mas que é também o de se comprometer com atitudes que venham a favorecer a produção dos saberes de diferentes grupos culturais, vale ressaltar que os debates e discussões que possam favorecer a busca e as lutas por justiça social, por reconhecimento e por melhores condições humanas de vida para todos, indistintamente devem ser o eixo norteador da educação que se pretende atualmente.
Avaliação geral
A interculturalidade é um conceito que se refere à interação e troca entre diferentes culturas. É um fenômeno que ocorre quando pessoas de diferentes origens culturais se encontram e compartilham experiências, conhecimentos e valores. A interculturalidade reconhece e valoriza a diversidade cultural, buscando promover o diálogo, o entendimento mútuo e a coexistência pacífica entre as diferentes culturas.
No entanto, o processo de interculturalidade nem sempre é fácil. Os encontros entre culturas podem gerar conflitos, mal-entendidos e estereótipos, devido às diferenças de valores, crenças, costumes, linguagem e comportamentos. Muitas vezes, esses conflitos são resultado de preconceitos e falta de conhecimento sobre outras culturas.
A partir dessa lógica que pode ser compreendida um problema relacionado à falta de interculturalidade critica na Escola Agrícola de Formosa em Goiás, como ferramenta pedagógica que (Garcia Martinez et al., 1999; Walsh, 2012b): questiona continuamente a radicalização, a desumanização, a subalternização, a inferiorização e suas lógicas de poder. 
A avaliação geral do texto é que a falta de interculturalidade nessa sociedade resulta na desvalorização do intelecto humano e na baixa autoestima. Além disso, o problema menciona a recorrência da desvalorização dos filhos, passada de gerações anteriores para as atuais, o que causa danos significativos em suas vidas escolares, sociais e afetivas.
A interculturalidade é um conceito fundamental na sociedade globalizada em que vivemos hoje. Refere-se à interação e troca de valores, conhecimentos, crenças e práticas entre diferentes culturas. A interculturalidade busca promover o diálogo, a compreensão mútua e a valorização das diferenças culturais, visando construir uma sociedade mais inclusiva e equitativa.
No geral, a interculturalidade pode ser avaliada de forma bastante positiva. Aqui estão alguns pontos chave a considerar:
· Enriquecimento cultural: A interculturalidade traz uma riqueza inestimável ao permitir que pessoas de diferentes origens compartilhem suas perspectivas, tradições, línguas e experiências. Isso promove a diversidade cultural e ajuda a enriquecer o patrimônio global da humanidade.
· Tolerância e respeito: A interculturalidade promove a tolerância e o respeito pelas diferenças culturais. Ao reconhecer e valorizar outras culturas, é possível combater preconceitos, estereótipos e discriminação, construindo uma sociedade mais inclusiva, justa e pacífica.
· Aprendizado e crescimento pessoal: A interação intercultural oferece oportunidades de aprendizado e crescimento pessoal, permitindo que as pessoas adquiram conhecimentos sobre diferentes formas de vida, costumes, tradições e pontos de vista. Isso pode ampliar a visão de mundo, estimular a empatia e fortalecer a capacidade de se adaptar a ambientes diversos.
· Cooperação e colaboração: A interculturalidade incentiva a cooperação e a colaboração entre diferentes culturas. Ao compartilhar experiências e conhecimentos, é possível enfrentar desafios globais de forma mais eficaz, como questões ambientais, desigualdades sociais e conflitos políticos.
· Preservação cultural: A interculturalidade não significa a diluição das culturas, mas sim o respeito e a preservação das identidades culturais individuais e coletivas. A diversidade cultural é um patrimônio valioso que precisa ser protegido, valorizado e transmitido às gerações futuras.
· No entanto, também é importante reconhecer que a interculturalidade pode enfrentar desafios e obstáculos. Diferenças de poder, desigualdades estruturais, barreiras linguísticas e resistência a mudanças são algumas das questões que podem dificultar a implementação efetiva da interculturalidade.
Portanto, promover a interculturalidade requer esforços contínuos e políticas inclusivas que incentivem o diálogo, a igualdade de oportunidades, a educação intercultural e a valorização das diferenças. É um processo que exige a participação ativa de governos, instituições educacionais, organizações da sociedade civil e indivíduos para alcançar uma convivência harmoniosa e mutuamente enriquecedora entre as culturas.
Referências bibliográficas
CANDAU, V. M. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Currículosem Fronteiras, 2011.
FUNIBER (2022). Interculturalidade e Educação. Barcelona: Espanha.
Geertz, C. (1978). A interpretação das culturas. LTC.
Hall, S. (2006). A identidade cultural na pós-modernidade. DP&A Editora.
Walsh, C (2009). Interculturalidad, Estado, Sociedad Luchas (De)Coloniales de
nuestra época. 1ed. Universidad Andina Simón Bolívar. Ediciones Abya-Yala,Quito.
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