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Técnicas Educativas: A prática em Educação Ambiental Profa. Dra. Rosely Imbernon Educação Ambiental Análise sistêmica do Contexto Ambiental: Uma das conclusões da Rio-92 foi que os “modelos de desenvolvimento” vigentes, impostos pelos sete países mais ricos do mundo, que se caracterizam por diversos processos e instituições, como Sistema Financeiro Internacional, o FMI, o Banco Mundial e outros, e das suas influências nos sistemas políticos, de educação e informação, em quase todo o globo, legaram-nos uma situação socioambiental insustentável. miséria / fome opulência / desperdício Modelo de Desenvolvimento Econômico – MDE • Lucro • Aumento de produção • Consumo • Pressão sobre os recursos naturais • Degradação ambiental • Perda da qualidade de vida PAÍSES RICOS (G-7) SFI. FMI, BM MDE → ← Produção Extrativismo exacerbado Empréstimos Investimentos Qualidade de vida mídia Desrespeito à capacidade de suporte e de recomposição do planeta Pressão sobre os RN Degradação ambiental Qualidade da experiência humana Desflorestamento; destruição de habitats; perda da biodiversidade; erosão; desertificação; assoreamento; inundações; secas; urbanização; lixo; esgotos; poluição água; ar e solo; poluição sonora, eletromagnética ; erosão cultural Instabilidade ecossistêmica global Efeito estufa; alterações climáticas; redução camada de ozônio Mudanças ambientais globais sinergismo Lucro + + CONSUMO + + + + + - ? - Baseado em Dias, G.F. (2003) Desenvolvimento sustentável: UTOPIA? Devemos assumir o Desenvolvimento Sustentável como estratégia para a sobrevivência da espécie humana, e a EA passa a ser a principal componente dessa estratégia. Devemos buscar um novo paradigma, um novo estilo de vida. “ O maior desafio, tanto na nossa época como do próximo século, é salvar o planeta da destruição. Isso vai exigir uma mudança nos próprios fundamentos da civilização moderna – o relacionamento dos seres humanos com a natureza” Mikhail Gorbachev, 1997 Rio +5 Desde Tiblisi, em 1977, as observações, conceitos, estratégias e objetivos sociais discutidos levaram a algumas premissas para a EA definidas no âmbito da série Educação Ambiental da UNESCO/Uneo/IGEP, 1986: 1)Evolução social e evolução cultural são mais rápidas que a evolução biológica → evolução biológica não pode acompanhar os desequilíbrios ambientais produzidos pela evolução sociocultural; 2)Os problemas ambientais sempre são complexos e requerem a intervenção de especialistas de várias disciplinas para as suas soluções, numa abordagem interdisciplinar; 3)Os problemas ambientais devem ser vistos primeiramente no seu contexto local de maneira que o indivíduo possa perceber a sua importância e, em seguida, no próprio contexto global; 4) O bem-estar e a sobrevivência da humanidade dependem do valor que as pessoas atribuam: ao respeito e consideração pelos outros, particularmente aos menos favorecidos; ao cuidado e proteção dos recursos da humanidade e do patrimônio natural; à promoção de ações que beneficiem a humanidade como um todo e melhorem a qualidade ambiental; 5)O comportamento das pessoas em relação ao seu ambiente natural e artificial é a expressão clara de valores e atitudes, compreensão e habilidades, 6)Uma relação harmônica e ética do homem com o seu ambiente, tendo a conservação e melhoria das condições ambientais como tema, pode ser desenvolvida desde a infância até a fase adulta através da educação formal e não formal. A) Pedagogia adotada: deve promover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade de vida; B) Estratégia adotada: podemos tratar temas associados ao ambiente natural ou o ambiente urbano. Para o primeiro, as relações geossistêmicas devem ser observadas e integradas às ecossitêmicas. Quando optamos por desenvolver temas relacionados ao ambiente urbano, esse procedimento se aproxima mais da realidade e do cotidiano do aluno, que pode ser integrada, posteriormente, envolvendo visitas à UC´s ou áreas protegida e conservada. Quando adotamos a RP para as atividades, o aluno é capaz de compreender melhor o metabolismo urbano o que o conduzirá a ações que possam influenciar esse metabolismo. C) As atividade de EA: as atividades de EA devem ser o centro de um programa, mesmo enquanto tema transversal no ensino formal. Desta forma, o aluno terá oportunidade de desenvolver uma sensibilização a respeito dos problemas ambientais e buscar formas alternativas de soluções, conduzindo pesquisa sobre o ambiente urbano, relacionando fatores psicossociais e históricos com fatores políticos, éticos e estéticos. D) As técnicas para as atividades de EA: a aprendizagem será mais significativa se a atividade estiver adaptada concretamente às situações da vida real da cidade, ou do ambiente do aluno e do professor. Quando lidamos com experiências diretas, a aprendizagem é mais eficaz. A aprendizagem envolve os sentidos: 83% através da visão 11% através da audição 3,5% através da olfação 1,5% através do tato 1% através da degustação Retemos apenas 10% do que lemos; 20% do que ouvimos; 30% do que vemos; 50% do que vemos e executamos; 70% do que ouvimos e logo discutimos; e 90% do que ouvimos e logo realizamos (Piletti, 1991). Símbolos Verbais Símbolos Visuais CD-Rádio-Fotos Cinema Televisão Exposição Excursão Demonstração Dramatização Experiência Simulada Experiência Direta Através da análise do cone de experiências de Edgar Dale (Piletti, 1991) percebemos que os objetivos, as metas e enfoques de ensino da EA constituem um todo, no qual o que se pretende é um compromisso de ação orientado por comportamentos adequados em busca da melhoria da qualidade de vida, e em consequência da qualidade da experiência humana + Teoria + Prática Dentre as estratégias cabe citar a discussão em classe; a discussão em grupo; o mutirão de idéias; o trabalho em grupo; o debate; o questionário; reflexão; imitação da mídia;projetos; solução de problemas; jogos de simulação; exploração do ambiente local Os objetivos, as metas da EA e os enfoques de ensino constituem um todo. Nesse entrelaçamento de componentes, o final desejado é um compromisso de ação orientado por comportamentos adequados em busca de melhoria e elevação da qualidade de vida, e em conseqüência da qualidade da experiência humana. As estratégias são uma integração de todos os elementos que estão envolvidos com as atividades de EA (metas, objetivos, enfoques, etc). Cabe ao professor/educador/monitor em EA conhecer a realidade da escola/comunidade/público adotar e adotar as estratégias necessárias para tingir os objetivos propostos. A p lic aç ão Consciência Compreensão Compromisso de ação M et as e n ív e is d e co m p re e n sã o d a EA In fu sã o M ét o d o h o lís ti co Objetivos da EA V is ão si st ê m ic a E) A componente não-formal de EA: além da importância da EA não formal, deve-se apontar a complexidade que envolve as ações a serem efetivadas. Em geral, o que se tem observado são ações na forma de cartilhas, cartazes, folders, e outros recursos do gênero. Esse tipo de ação envolve um custo e a utilziação de recursos financeiros, freqüentemente público, e que não atingem os objetivos e metas propostos para a efetivação da EA. Os erros cometidos envolvem o desconhecimento do perfil ambiental das comunidades envolvidas nas etapas de planejamento, assim como as expectativas dessa comunidade em relação á melhoria da qualidade de vida. Perfil Ambiental de uma comunidade: a) Identificar a características sistêmicas de manutenção da vida e de seus valores; b) Analisar o desenvolvimento de processos, seus movimentos e tendências (metabolismo). Somente após conhecermos os detalhes desses mecanismos podemos iniciar o planejamento para um dado público, com maiores chancesde atingirmos os objetivos e metas propostos. O desconhecimento dos objetivos, problemas, prioridades e valores de uma dada comunidade invariavelmente levam uma ação em EA a equívocos que tornam a situação ambiental local muitas vezes em condições piores às anteriores do projeto, programa ou ação. EA no contexto do Ecossistema Urbano: Cada região apresentará suas característcias peculiares no que se relaciona ao meio físico e biótico. No entanto, a despeito da grande diversidade apontada acima, os conceitos básicos a serem considerados nos processos de EA são os mesmos indiferentemente do local. A pratica em EA deve considerar que o cidadão deve desenvolver competências que permita a ele “olhar” para o “meio” que o cerca e desenvolver habilidades para separar os problemas que afetam esse ambiente. Essa percepção deve envolver uma visão no TEMPO e no ESPAÇO principais problemas ambientais? Exemplos de abordagem interdisciplinar: Crescimento populacional e capacidade de suporte planetária As populações tendem a crescer exponencialmente. Cada população tem seu potencial para crescer exponencialmente, explosivamente. O número de organismos que podem ser sustentados por dados recursos naturais é limitado pela sua taxa de produção – capacidade de suporte. A capacidade de suporte para a vida humana e para a sociedade é complexa, dinâmica e varia de acordo com a forma segundo a qual o ser humano maneja os seus recursos naturais. Exemplo de debates sobre um Desenvolvimento socialmente sustentável A concepção de um desenvolvimento socialmente sustentável não é centrado na produção, mas nas pessoas. Elege como seu recurso básico a iniciativa criativa das pessoas e como objetivo fundamental o seu bem-estar material e espiritual. O desenvolvimento centrado nas pessoas respeita essas estratégias e procura melhorar a capacidade das comunidades para resolverem seus próprios problemas. ...“o poder não está nas mãos dos outros; ele está na sua cabeça e nas suas mãos”... O Programa de Educação Ambiental, em relação a esse aspecto, deve conduzir questões que mostrem que a promoção deste tipo de desenvolvimento é a participação, a organização e a educação das pessoas. Exemplos de como discutir com base na Resolução de problemas: Conhecimento e incerteza Partindo-se do pressuposto que o homem não entende completamente como o planeta Terra funciona. O Homem nem sequer compreende o quanto não compreende. Ele toma decisões sob sérias incertezas. Quando os resultados podem ser devastadores e irreversíveis, os riscos devem ser avaliados cuidadosamente. Conforme sugere DIAS (1994), em situações de incerteza, os procedimentos adequados são a avaliação cuidadosa e a experimentação, seguidas por um constante acompanhamento dos resultados e pela boa vontade em mudar estratégias. Exemplos de como discutir as características dos Socioecossistemas Urbanos Odum (1985) diferem os ecossistemas urbanos dos ecossistemas heterotróficos naturais, onde os primeiros apresentam um metabolismo muitas vezes mais intenso por unidade de área, e exigem, para “funcionarem”, um influxo de energia, acompanhada de entrada de materiais e saída de resíduos. Para o autor as cidades seriam “parasitas” do ambiente natural, pois produzem pouco ou nenhum alimento, poluem o ar e reciclam pouca ou nenhuma água e materiais inorgânicos. De fato, os ecossistemas urbanos afetam e são afetados pela biosfera como um todo, e o seu funcionamento depende não apenas de ecossistemas locais, mas de todo o sistema Terra. A CIDADE Entretenimento Informação Educação Tecnologia Pessoas Energia solar Ar poluído Ar Matéria-prima Combustíveis Serviços Bens manufaturados Calor Lixo Esgotos Água Alimentos Ruído Problema social: A Sacralização da natureza/Meio Ambiente É uma ideia colocada por algumas correntes sobre a EA. A postura da sacralização caracteriza uma atitude de reverência. Mesmo que não se possa perceber a finalidade de algum elemento no meio natural, o seu descarte não deve ser considerado. Nada no meio natural tem de se justificado em relação ao homem para ter o direito de existir. A abordagem paisagística, por exemplo, dos centros urbanos. IDEIAS MAIS IMPORTANTES QUE A EA DEVE COMUNICAR Aspectos que a EA deve considerar numa análise ambiental Sistemas de Vida (Meios) Ciclos Sistemas Complexos Crescimento Populacional e Capacidade de Suporte Planetária Desenvolvimento Ambientalmente Sustentável Desenvolvimento Socialmente Sustentável Conhecimento e Incerteza Ética da Terra (sacralização) Éticos Políticos Sociais Ecológicos Tecnológicos CulturaisEconômicos Sociais
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