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IMPACTOS DO ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL AOS PAIS

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IMPACTOS DO ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL AOS PAIS, DIMINUI A CHANCE DE IDEAÇÕES SUICIDAS EM ADOLESCENTES
Elvira Roselaine da Cruz Machado e Natália de Oliveira Kuhn
Curso de Graduação de Psicologia – 2019/2
Unilasalle
RESUMO: O presente trabalho buscou identificar as contribuições do impacto do acompanhamento psicossocial aos pais de filhos adolescentes com ideações suicidas: Verificar a diferença entre famílias funcionais e disfuncionais, identificar os objetivos principais e estratégias utilizadas. Os resultados da revisão de leitura indicam e mencionam a necessidade de maiores conhecimentos e estudos que norteiam o assunto, além disso, possibilitar a ajuda aos pais de adolescentes deprimidos.
PALAVRAS-CHAVES: Depressão, Adolescência, Suporte familiar.
1. INTRODUÇÃO
A depressão pode ser considerada atualmente um dos principais transtornos da atualidade. Os adolescentes muitas vezes, apresentam sintomas depressivos que são considerados apenas como “próprios da idade” fazendo que os pais não deem credibilidade a essas manifestações.
A importância de estudar a depressão em crianças e adolescentes é fundamental devido à possibilidade de evitar problemas ou transtornos futuros incluindo até mesmo o suicídio (Baptista e Assunção,1999 p.79 e 80). Quando se pergunta como um indivíduo desenvolve a depressão, não se pode pensar em uma causa específica, pois como a maioria dos problemas humanos,é mais adequados falar em multifatores que se interelacionam e geram, como respostas, alguns comportamentos que o indivíduo apresenta em seu meio.
Os transtornos do humor constituem um grupo de condições clínicas caracterizadas pela perda do senso de controle e uma experiência subjetiva de grande sofrimento, podendo se observar perda de energia e interesse; humor deprimido; diminuição do desejo em realizar tarefas que antes causavam prazer (anedonia); problemas relacionados ao sono; perda de energia ou fadiga constante; dificuldade de concentração e diminuição na habilidade de pensar, auto-estima; sentimentos de inutilidade ou culpa e pensamentos sobre morte e suicídio. Todos esses sintomas  acabam por comprometer a vida social, profissional e interpessoal do indivíduo (APA,1994; Kaplan e Sadock,1993).
A depressão pode estar relacionada a problemas acadêmicos, problemas como déficit de atenção, pânico, desordens alimentares entre outros (Sadler. 1991), podendo ser considerada um transtorno com altos níveis de comorbidade.
A importância de se estudar a depressão em crianças e adolescentes é fundamental devido a possibilidade de evitar o desenvolvimento de maiores problemas ou transtornos futuros, fases posteriores, incluindo até mesmo o suicídio (Baptista e Assunção,1999 p.79 e 80).
A ocorrência de transtornos depressivos  é discutível, havendo grandes variações quanto a possível porcentagem de prevalência na população, bem como entre os sexos. Em relação a estas variações, pode-se citar também a diversificação de metodologia aplicada às pesquisas.
Este trabalho teve então, como objetivo  identificar a importância de um suporte psicológico aos pais de adolescentes depressivos e ver a importância do mesmo serem atendidos e cuidados.
A importância de promover um suporte voltado a famílias em necessidade nestas áreas específicas e dar o acompanhamento junto ao profissional psicólogo para melhor orientá-los.
A família pode ser descrita como sendo um processo no qual ocorre o desenvolvimento psicológico do indivíduo, de um estado de fusão/indiferenciação para um estado de separação/individualização cada vez maior. Este ciclo é determinado não apenas por estímulos biológicos e pela interação psicológica, mas também por interativos no interior do sistema familiar. (Andolfi, Angelo, Menghi e Nicolo-Corigliano,1984).
2. JUSTIFICATIVA
A adolescência é uma fase  do desenvolvimento humano em que um grande número de mudanças ocorre em um período de tempo muito curto, o que se supõe certa preocupação em relação ao desenvolvimento de problemas ligados a saúde mental.
3. PROBLEMA
Impactos de acompanhamentos aos pais diminui a chance de ideações suicidas em adolescentes?
4. OBJETIVO GERAL
Analisar a influência e a importância que o suporte dos pais quanto a suscetibilidade a doença depressiva nos filhos adolescentes.
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar uma revisão sobre a depressão nesta faixa etária, destacando o quadro clínico e a relação com a ideação suicida.
Sendo a família um alicerce que tem um valor em si mesmo e seu apoio é decisivo tanto na afetividade dispensada ao doente, como na busca e acompanhamento do tratamento.
Questionar quais os fatores ligados a estes dados.
5. REVISÃO DE LITERATURA
Atualmente no Brasil 12 % dos jovens de 12 a 18 anos sofre de depressão, segundo dados da Associação Brasileira de Psicanalise. Já para a OMS (Organização Mundial da Saúde), no mundo todo, 20% dos jovens nessa faixa etária sofrem com a doença. A adolescência é um período difícil, turbulento, com variações do humor e crises emocionais. Os jovens passam por várias situações novas e pressões sociais quando se aproximam da idade adulta e, para alguns, este período de transição é muito difícil.
Não existe uma única causa para a depressão. O distúrbio normalmente se dá com a combinação de diversos fatores internos e externos, como a dificuldade em lidar com situações desafiadoras e até a desregulação dos hormônios que controlam as emoções.
Por outro lado, uma série de crenças populares que rotulam a depressão como preguiça, defeito de caráter e doença de rico, interfere negativamente.
A mistura dessas crenças com as tentativas infrutíferas de auxilio distorcem as relações familiares. Além disso, deve-se considerar o impacto social e econômico que a doença pode representar toda a família.
Ricardo Moreno (2017) afirma que a família se desestrutura bastante. A tendência inicial é querer ajudar o indivíduo a reagir. Como ninguém consegue, aflora um sentimento de frustração difícil de contornar.
Os autores entendem a fase adolescente a idade a partir de 12 anos, e os sintomas da depressão semelhantes aos dos adultos. Alguns sintomas são:
· Falta de entusiasmo, energia ou motivação;
· Afastamento ou isolamento de atividades sociais;
· Confusão ou dificuldade em tomar decisões;
· Baixo rendimento escolar;
· Problemas alimentares;
· Insônia e distúrbios de sono;
· Baixa autoestima ou sensação de culpa;
· Abuso de álcool e/ou drogas;
· Ansiedade ou medos;
· Inquietação ou irritabilidade.
Em geral, a depressão afeta o humor, o pensamento, a disposição e/ ou o comportamento de uma pessoa, mas normalmente há uma combinação de vários sintomas. Uma pessoa jovem deprimida pode mostrar-se triste, melancólica ou preocupada. A pessoa geralmente perde o interesse ou o prazer por atividades, coisas ou pessoas que anteriormente gostava e se afasta de relações sociais.
Em um estudo nos EUA (American Psychiatric Association (1994)), concluíram que no inicio da adolescência o ambiente familiar é um preditor de sintomas depressivos mais importante do que os eventos estressores da vida. Entende – se eventos estressores como gravidez indesejada, demissão, morte na família, dificuldades sexuais, problemas financeiros, problemas com a justiça e etc. 
São considerados fatores de risco para comportamento suicida na adolescência: idade, presença de tentativas anteriores, historia familiar de transtornos psiquiátricos (especialmente com tentativa de suicídio e suicídio), ausência de apoio familiar (Coutinho MPL, 2001).
Os meios mais usados são: intoxicações (overdose), seguido por corte nos pulsos, armas de fogo e enforcamento.
RELAÇÃO PAIS-FILHOS
Sabe-se que a família e o contexto social podem influenciar o adolescente de forma positiva, contribuindo para o seu amadurecimento e bem-estar, ou de forma negativa, capaz de deixar sequelas que o acompanharão por toda a vida (BAGGIO, PALAZZO, AERTS, 2009).
Patten, em pesquisa comunitária na California - EUA, com 5.532 adolescentes entre12 e 17 anos com sintomas depressivos, concluíram que a falta de percepção de apoio por parte dos pais é altamente relacionada com a presença de sintomas depressivos nos jovens. 
De acordo com Rosales (1993) associadas a autoestima de adolescentes com famílias funcionais, tinham um nível de autoestima significantes mais alto do que provenientes de famílias disfuncionais. A família funcional inclui, em um sentido mais básico, parentes com ligações sanguíneas ou pessoas ligadas por casamento, união estável ou adoção, em que os membros cooperam economicamente, cuidam das crianças ou consideram sua identidade como sendo intimamente conectada.
O suporte social, incluindo o suporte familiar, tem o objetivo de atenuar os efeitos de eventos estressantes do cotidiano. Sendo assim, aqueles que teriam a ausência do suporte social ou familiar, estariam mais predispostos a apresentarem um distúrbio psicológico/psiquiátrico quando submetidos a eventos estressantes.
Percebemos dificuldades dos pais dos adolescentes deprimidos relacionarem os sintomas percebidos com a depressão. Fatores pessoais como crenças em saúde e crenças culturais mostram-se altamente modificadoras da percepção individual da doença e a busca de tratamento. De acordo com Birtchnell (1988), uma das hipóteses mais prováveis provindas da aprendizagem, sobre o suporte familiar e a depressão, é que relacionamentos pobres na infância e adolescência (pouco afeto provindo dos pais, estimulação, comunicação etc.) contribuem de forma significativa para a aquisição de personalidades vulneráveis, os quais auxiliam na propensão para a depressão e modelos insatisfatórios de relacionamentos. Quanto maior a depressão apresentada por adolescentes, maior foi o número de problemas que os mesmos tiveram na sua infância, menor a percepção do suporte familiar e maior o uso de drogas, segundo pesquisa realizada por Windle (1991).
A estrutura familiar, além de prover um bom suporte social, demonstra ser uma excelente barreira contra possíveis comportamentos de risco, presentes nas atividades de vida diária e nos estilos de vida, como também prova ser um eficiente meio de transmissão de informações relacionadas à saúde (TURAGABECI et al., 2007). As relações familiares têm se apresentado como um importante fator de proteção no comportamento suicida em adolescentes. Algumas das variáveis familiares associadas ao suicídio em adolescentes dizem respeito à estrutura familiar, bem como as relações entre os membros da família. Os adolescentes enfrentam diversas situações no ambiente familiar que, quando não bem compreendidas e analisadas, podem levar a um desequilíbrio emocional, desencadeando um ato suicida (ARIAS et al., 2008; CÂMARA, PEREIRA, 2010).
6. HIPOTESE
Conforme a revisão de literatura realizada consta-se que há poucas pesquisas brasileiras em relação à estrutura e suporte familiar á adolescentes deprimidos. 
Em relação às pesquisas estrangeiras á uma grande diversidade de literaturas que explicitam a importância dos pais bem estruturados emocionalmente no tratamento dos filhos.
Conclui-se que o atendimento psicológico aos pais pode influenciar no desenvolvimento das relações familiares e pessoais dos filhos.
7. METODOLOGIA
Será utilizado o método de revisão sistemática de literatura de artigos científicos, com a finalidade de analisar a temática do impacto do acompanhamento psicossocial aos pais de adolescentes com ideação suicida.
O estudo deste trabalho será fundamentado em ideias e pressupostos de teóricos que apresenta significativa importância discutida nesta análise.
Será realizada uma busca no Google Acadêmico, usando as palavras chaves: Depressão, Adolescentes, Suporte Familiar, Pais, Suporte Psicológico.
8. REFERÊNCIAS
NUNES BAPTISTA, Makilim; SAID DAHER BAPTISTA, Adriana; RIGHETTO DIAS, Rosana. Estrutura e suporte familiar como fatores de risco na depressão de adolescentes. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasilia, p. 1-9, 11 fev. 2000.
DANIEL NETO FAÇANHA, Jorge; PEDRO QUEIROZ DE AZEVEDO ERSE, Maria; MARIA PEREIRA SIMÕES, Rosa. Prevenção do suicídio em adolescentes: programa de intervenção believe. SMAD. Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas, Ribeirao Preto, p. 4-10, 11 jul. 2009.
CLAIR BAHLS, Saint-. Aspectos clínicos da depressão em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria, Curitiba, p. 2-7, 24 abr. 2002.
ARAÚJO ARAGÃO, Thais ; DA PENHA DE LIMA COUTINHO, Maria; FERNANDES DE ARAÚJO, Ludgleydson. Uma perspectiva psicossocial da sintomatologia depressiva na adolescência. ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Espírito Santo, p. 2-7, 23 maio 2007.

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