Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O que é um “bom teste”? Disciplina TAP I Professora: Dra. Cláudia Bandeira Critérios para um bom teste • Instruções claras para aplicação, pontuação e interpretação. • Economia de tempo e dinheiro para a aplicação, pontuação e interpretação... • Acima de tudo: um bom teste é aquele que mede o que se propõe a medir! • Dois aspectos fundamentais da solidez psicométrica dos testes: Fidedignidade e Validade. Critérios para um bom teste (fidedignidade) A B C 3 balanças e uma barra ouro • Uma barra ouro certificada com 1 kg • Balança A - repetidas pesagens: sempre 1 kg • Balança B – repetidas pesagens: sempre 1,3 kg (confiável, mas imprecisa) • Balança C – repetidas pesagens: 1,7 kg, 0,9 kg (nem confiável, nem precisa) FIDEDIGNIDADE • Representa precisão, consistência de escalas. Existem diversos métodos para obter a fidedignidade dos testes ou escalas. • Teste-reteste • Formas paralelas • Duas metades • Consistência interna • Inter-juízes (análise qualitativa) Método Teste-Reteste • Uma escala, um instrumento ou um teste é fidedigno se repetidas mensurações, do mesmo instrumento ou escala, são obtidas em condições constantes e dão o mesmo resultado. Supõe-se, é claro, nenhuma mudança nas características básicas investigadas, isto é, na atitude que está sendo medida. Método das Formas/ Medidas Paralelas • Esta é uma outra forma de se medir a fidedignidade de um teste psicológico. Diferindo do método Teste-Re-teste, este método utiliza dois testes diferentes mas em versões supostamente equivalentes, aplicadas nos mesmos indivíduos. Os resultados obtidos são correlacionados. Método das Duas Metades • Este método de análise da fidedignidade de um teste psicológico é utilizado, preferencialmente, quando uma única forma de teste ou escala for aplicada em uma única sessão. O conjunto de itens do teste é dividido em duas metades e os escores para as duas metades são correlacionados. Método da Consistência Interna • Este é o método mais utilizado em artigos científicos atuais. Consiste na aplicação do instrumento uma única vez e com apenas uma forma. A consistência interna do instrumento será maior (alpha > 0,80) quanto maior for a homogeneidade do conteúdo de cada fator analisado, expresso através dos itens que compõem cada um desses fatores. Método inter-juízes • Trata-se de um método utilizado em pesquisa qualitativa. Verifica-se a visão de dois ou mais juízes sobre um fenômeno específico. Consistência entre entrevistadores (Kappa, Spearman ou Pearson). Quer dizer, se dois ou mais profissionais dão o mesmo diagnóstico ou, mais especificamente, se eles constatam o mesmo fenômeno mental em partes semelhantes de uma sessão de psicoterapia. É necessário que os juízes tenham a mesma formação e nível de conhecimento. VALIDADE • Para um teste ser válido ele deve medir o que o pesquisador deseja e pensa que está medindo. A validade de um teste trata, então, do que o teste mede e através de que conceitos ele mede o que se propõe medir. • Classifica-se os diversos tipos de validade utilizando-se as seguintes subdivisões: • Validade relacionada a conteúdo (conteúdo e face) • Validade relacionada a critério (concorrente e preditiva) • Validade relacionada a construto (convergente, discriminante e fatorial) Validade relacionada a conteúdo • Exame sistemático do conteúdo do teste, para determinar se os itens cobrem uma amostra representativa do universo do comportamento a ser medido e para determinar se a escolha dos itens é apropriada e relevante. • É dividida em: • Validade de conteúdo • Validade de face (ou aparente) Validade de conteúdo Resulta do julgamento de diferentes juízes ou pessoas de reconhecido saber na área da atitude ou traço que está sendo medido. Eles analisam a representatividade dos itens em relação aos conceitos e relevância dos objetivos a medir. Validade de face Se refere ao que o teste mede aparentemente, diz respeito à linguagem e à forma como o conteúdo está sendo apresentado. Pode-se aperfeiçoá-la, reformulando os itens do teste em consideração a um grupo específico. Validade relacionada a critério • Aborda a qualidade da escala (ou teste) de funcionar como um preditor, presente ou futuro, de outra variável, operacionalmente independente, chamada critério. Desempenho acadêmico prediz o desempenho profissional; teste de inteligência prediz o desempenho acadêmico... Aponta-se dois tipos de validade relacionada a critério: • Validade concorrente • Validade preditiva Validade Concorrente • A simultaneidade da obtenção dos escores do teste e dos escores do critério identifica a validade concorrente. A validade concorrente é calculada com base em medidas já existentes à época do teste. Validade concorrente trata, então, da qualidade com que a escala pode descrever um critério presente. Validade Preditiva • A validade preditiva fará previsões para o futuro. Assim, por exemplo, um teste de depressão poderá ser validado se os escores altos no teste forem confirmados por diagnósticos clínicos a posteriori. Validade preditiva trata, então, da qualidade de que uma escala pode predizer um critério futuro. Validaderelacionadaa construto • Esta validade trata do grau pelo qual um teste mede o construto teórico (ou traço) para o qual ele foi designado medir. A validade relacionada a construto pode ser classificada por três formas: • Validade convergente • Validade discriminante • Validade fatorial Validade convergente Esta validade verifica se a medida em questão está substancialmente relacionada a outras formas de medida já existentes do mesmo construto. Alta correlação entre um novo teste e um teste similar, já existente, é considerada como evidência de que o novo teste mede (aproximadamente) o mesmo traço de comportamento (ou construto) que o antigo teste (já validado) estava designado para medir. Validade fatorial Esta validade verifica a “uni” ou a multi- dimensionalidade do construto medido. Trata-se de uma técnica estatística multivariada que atualmente é bastante utilizada por ser extremamente útil para definir, empiricamente, a validade relacionada ao construto teórico. Validade discriminante Esta validade verifica se a medida em questão não está relacionada com indicadores de construtos distintos, isto é, se a medida ou escala que está sendo avaliada não se correlaciona significativamente com variáveis das quais o teste deveria diferir.
Compartilhar