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MOD 4 UM MÉTODO PERIGOSO

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CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE CLÍNICA
ALUNO
MÓDULO 4 – FASES PSICOSSEXUAIS DA CRIANÇA
Palmas – TO
2023
REFLEXÃO DO FILME: UM MÉTODO PERIGOSO
O filme retrata a relação entre analista e analisado em consultório, de uma paciente diagnosticada com psicose histérica. Além disso, retrata o tratamento de um paciente com compulsão sexual. A obra traz à tona uma questão técnica e ética colocada por Freud acerca do mecanismo de defesa de transferência, em que surge, quando o paciente projeta sentimentos sobre seu terapeuta. Mas também pode transferir sentimentos para outras pessoas, de paixão ou sentimentos de raiva, desconfiança ou dependência.
Assim, o filme mostra que a relação analítica entre os personagens principais, Jung e Sabina, passa da relação de analista e analisado, envolvendo relações sexuais entre eles o que vai de encontro ao que é proposto por Freud, acerca da isenção durante o tratamento. Freud, considera que o analista não deve satisfazer o desejo da paciente, portanto deve-se manter abstinente, o que Jung não fez no filme, assim como também não deve recalcar este desejo, pois seria o mesmo que trazer um conteúdo inconsciente à consciência para em seguida recalcá-lo novamente.
A transferência é um fenômeno complexo e às vezes pode ser um obstáculo à terapia. Com base em seus sentimentos, o paciente pode se sentir tentado a cortar completamente o relacionamento com seu terapeuta. Assim, é necessário trabalhar com os sentimentos transferidos na terapia psicodinâmica, devendo o psicanalista deter do conhecimento e controle, a fim de obter informações importantes para os problemas do cliente, enquanto trabalhar a situação pode ajudar a resolver conflitos profundamente enraizados em sua psique. Existem três tipos de transferência na terapia: Transferência positiva (quando o paciente consegue estabelecer uma relação de confiança com seu analista); Transferência negativa (quando o paciente tem um sentimento de raiva, hostilidade com o terapeuta); Transferência sexualizada (quando o paciente sente-se atraído por seu psicanalista). Este último caso, é o que se passa no filme, levando a uma reflexão acerca da atuação profissional durante o tratamento do paciente. 
Geralmente, se o paciente encontra-se especialmente vulnerável, como ao lidar com uma doença com risco de vida que ameaça sua autoestima e autocontrole, isso pode aumentar seu risco de transferência. Necessitando de conhecimento e ética profissional para não ceder aos desejos do paciente e comprometer toda a análise.
Carl Jung inicia os tratamentos usando o método Freudiano, tratando o inconsciente pela fala. No entanto, observa-se que embora o psiquiatra Carl Jung, não está tão convicto de que o método defendido por Freud, seja realmente eficaz para o tratamento da paciente. Fazendo com que em diferentes momentos, ele questione e levante novos questionamentos acerca do tratamento adequado para tratar a histeria. 
Além disso, observa-se que por sua resistência e questionamento da relação psicanalista e paciente, o médico, acaba por fazer um mergulho profundo nos males que acomete seus pacientes, rompendo a barreira de segurança e ética para a análise imparcial. 
A paciente Sabina, além da histeria, apresenta traços de ninfomania, chegando a conduzir a forma como seu tratamento estava sendo desenvolvido. Com traços de desejos reprimidos na infância, um mecanismo de defesa, vindos de uma relação conturbada com o pai, ela apresenta resistência em realizar uma reflexão sobre si mesma. Observa-se o conflito entre o superego para sobrepor ao id, o que adoece o seu ego, causando-lhe a histeria. A paciente tem o entendimento de que seus desejos sexuais primários são errados, causando sofrimento psicológico e afetando o seu físico. Mas no decorrer do tratamento, ela também deseja saciar seus desejos, passando a transferir a visão paternal para seu médico, criando uma relação íntima e sentimentos de pertencimento, buscando reviver cenas do seu passado. 
Freud (2006) coloca que a transferência erótica (o que acontece na relação entre Jung e Sabina) traz desafios e dificuldades para a análise, visto que pode ser encarado com uma resistência, pois a paciente ficará focada apenas no seu amor e não terá insights sobre si. Caso o analista tenha relações sexuais com a paciente, se deixa de trabalhar o que está por trás deste desejo sexual pelo analista, da mesma forma se o analista ignora este desejo, a paciente pode se sentir humilhada e buscar se vingar.
Nota-se que, ao envolver com a paciente, o médico acaba adoecendo, sofrendo perturbações, ficando dividido entre atender aos seus desejos e sua conduta médica e como ser social, como esposo e pai. Assim, com sua postura contraditória, Jung, ao ceder aos impulsos dos desejos sexuais da paciente e seus, compromete a análise, o que acaba gerando conflitos internos e dores a si mesmo. E quando Jung rompe com Sabina e lhe diz que a única relação que eles podem ter é a de analista e paciente, como uma forma de afetá-lo, ela exige que ele conte a verdade a Freud para que este possa aceitá-la como paciente. Uma forma de punir seu médico e amante, visto que ela sabia das discordâncias teóricas que havia entre Freud e Jung.
Portanto, ao atuar como psicanalista, precisa ter uma base de conhecimento e convicção sólida, de escuta precisa, mas sem o envolvimento com as dores do paciente. É preciso comunicar com o paciente, sem participar ativamente dos seus transtornos, além disso, o psicanalista não deve ter a pretensão de curar o paciente, mas sim de fazê-lo conhecer o seu interior, buscando compreender o que permite os seus gatilhos, podendo então alcançar o seu auto controle. 
Chama também a atenção, o caso de Otto, que mesmo sendo psiquiatra, acaba por se entregar aos seus instintos e transtornos, entendendo que sua compulsão sexual deve apenas ser saciada e não reprimida ou entendida. O paciente, demonstra claramente a resistência em fazer uma auto reflexão, desejando apenas viver livremente, atendendo aos seus desejos, contrariando os padrões sociais e os métodos de psicanálise para tratar seu transtorno.
Podemos ver que a compulsão à repetição é também uma forma de resistência, tanto para o médico, quanto para seus pacientes, visto que tanto os pacientes transferem para o campo da ação o que ele não consegue lembrar. Observado na necessidade em repetir o que passou em sua infância, além da tendência masoquista da paciente Sabina, que advêm de um trauma que não pôde ser simbolizado. 
 Carl Jung acaba por também apresentar a compulsão à repetição, ao estabelecer relação com suas próximas pacientes, com características semelhantes às de Sabina fazendo ele se lembrar dela. E Sabina, acaba por se casar com um médico, buscando encontrar nele, traços do que foi vivido com Carl Jung.
A transferência para Freud, é um fenômeno natural da neurose, envolve transferir sentimentos eróticos, hostis ou de qualquer outra natureza para o médico que não se justifica pela análise em si, mas que são derivados de outro lugar e que o surgimento de tais sentimentos é propiciado pela análise. Fato constante no cenário retratado para o caso analisado. 
Além disso, no tocante à relação entre Freud e Jung, este coloca Freud numa posição de autoridade, considerando Freud como uma figura de paterna (como Jung coloca numa carta endereçada a Freud), mas também Jung exige de Freud um posicionamento de amigos e não de analista e quer que ele também compartilhe com ele seus sonhos e suas fraquezas. Jung quer o reconhecimento e aprovação de Freud quando vem questionar a predominância da sexualidade em sua teoria e vem lhe propor estudos na área da parapsicologia, assim como é permeado por ódio, raiva quando Freud não aceita suas ideias e quando ele não sai de seu lugar de autoridade.
Ressalta-se que ao se decepcionar com Freud e discordar de seus métodos, Jung cria seu próprio método de trabalho que é a Psicologia Analítica, o que o tornou um dos maiores psiquiatras do mundo, por propor ideias que revolucionarama civilização ocidental, toda a psicologia e a ciência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o filme, observa-se a repressão inicial das pulsões e desejos de Carl Jung, e seu posterior sentimento de culpa, como balizas para a maioria dos conflitos por ele internalizados. Também demonstra a figura hipnótica e persuasiva de um Sigmund Freud defensivo, certamente temeroso frente ao possível estremecimento da idolatria suscitada em seus seguidores. Fato que fica evidente nos encontros (nem sempre amigáveis) entre os Freud e Jung, que a despeito de todo legado que deixaram para a compreensão das enfermidades da mente, eram, como todos, reféns de sua própria falibilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos [recurso eletrônico]: teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática. Dados eletrônicos. – Porto
Alegre: Artmed, 2007.
Fase Anal. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1UmZFQU43XvufciEKKztkeVdUAByjF1sH/view. 
Fases psicossexuais. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/18lwGXMKfuvkuYw4YFqalNBg1HgIsM0bG/view. 
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