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BIOLOGIA MOLECULAR ACH5564-2022 Prof. Luiz Paulo Andrioli AULA_8- BACTERIÓFAGOS 2 VÍRUS • Virion = partícula viral = forma infectante (fora da célula); • Composição: material genético (DNA ou RNA) + capsídeo (revestimento de proteína); • Unidade de organização é o capsômero (formado por 1 ou mais tipos de proteínas diferentes); • Nucleocapsídeo= material genético + capsídeo (vírion sem envelope); • Os vírus são “nus”, ou possuem um envelope (camada lipídica obtida do hospedeiro). VÍRUS • Estruturalmente simples: ácido nucleico e uma cápsula proteica em torno do material genético (capsídeo). 3 • Entidades biológicas inativas fora de células hospedeiras; • Entidades que necessitam de células hospedeiras para sua reprodução; • Parasitas intracelulares obrigatórios; BACTERIÓFAGOS 4 • Os bacteriófagos são vírus que utilizam bactérias como células hospedeiras; • São vírus que apresentam características diferentes daquelas dos vírus que infectam eucariotos; • Isso porque as células hospedeiras lidam de forma diferente com aspectos, por exemplo, de transcrição e tradução. BACTERIÓFAGOS 5 • Capsídeo dividido em cabeça (onde está o DNA) e cauda de onde saem e fibras laterais (utilizadas na adesão e penetração). • O bacteriófago T7 é um dos mais estudados e melhor conhecido; • Seu genoma é uma molécula de DNA dupla fita (unifilamentoso) linear; • Exibe apenas ciclo lítico. BACTERIÓFAGOS 6 • Fago λ • DNA dupla fita unifilamentoso linear e ciclo lítico e lisogênico • Fago φχ174 • DNA simples fita • circular • Fago M13 • DNA simples fita circular • Fago MS2 • DNA simples fita • linear BACTERIÓFAGOS Às custas de bactérias. • Longa tradição em pesquisa, desde os anos 40 do século XX; • Papel central nos estudos de genética clássica, com advento da biologia molecular foram transformados em vetores, importantes ferramentas moleculares; • Isso porque têm genomas pequenos, são facilmente manipuláveis, reprodução rápida e geração de grande quantidade de descendentes; 7 BACTERIÓFAGOS 8 • História evolutiva de 3 bilhões de anos; • Quantidade de bacteriófagos estimada na biosfera é de 1031! • Os bacteriófagos apresentam grande variedade de formas e “estilos de vida” (líticos ou temperados); • Mesmo quando restritos a uma única espécie como dos bacteriófagos que infectam linhagens da bactéria E. coli. BACTERIÓFAGOS 9 BACTERIÓFAGOS 10 11 • CICLO LÍTICO VÍRUS BACTERIÓFAGO T7 • São fagos de DNA dupla fita linear, líticos; • O genoma do fago T7 é grande, com 40 kbp; • T7 codifica para 55 proteínas, sendo 11 proteínas estruturais; 12 • As outras proteínas participam de processos básicos como: • Enzimas para replicação e transcrição viral, por exemplo; • E outras que atuam para controlar esses processos (proteínas reguladoras); • Incluindo proteínas que interferem com o funcionamento celular, • Anulando suas funções ou subvertendo-as para os processos virais. BACTERIÓFAGO T7 13 • A organização e o funcionamento do genoma viral está em acordo com os mecanismos moleculares da bactéria; • Por exemplo, os genes virais codificam RNAms típicos de bactérias com sequência Shine-Delgarno, viabilizando a utilização de todo aparato de tradução celular. • Genes com funções relacionadas estão agrupados em unidades funcionais (policistrônicas); • No fago T7 os genes estão agrupados em 3 classes; • Os genes de cada classe são transcritos e traduzidas simultaneamente; • As classes geram 3 ondas sucessivas de transcrição; 14 BACTERIÓFAGO T7 • A transcrição do genoma viral que é inicialmente realizada pela RNA polimerase celular, é simultânea a entrada do genoma no citoplasma; • Por isso, a ordem de localização das classes no genoma ou mesmo dos genes em cada classe, segue a lógica da necessidade temporal desses produtos no ciclo viral; • Que por sua vez é determinada pela região que vai ingressando no citoplasma da célula; • A região da classe 1, por exemplo, está numa extremidade do genoma que é a primeira região do genoma a ser transcrita ao ingressar no citoplasma; • A 1ª onda de expressão é transcrita pela RNA polimerase bacteriana; • Genes da 1ª onda codificam para proteínas reguladoras que interferem com o genoma hospedeiro e outras que são necessárias para a expressão dos genes da 2ª onda; • Uma das proteínas da classe 1 é a RNA polimerase T7; • A T7 polimerase transcreve os genes das 2ª e 3ª ondas; • A 2ª onda inclui proteínas não estruturais necessárias para a replicação viral e expressão dos genes da 3ª onda; • A 3ª onda é composta por proteínas estruturais, expressas ao mesmo tempo em que é realizada a replicação do genoma viral. 15 BACTERIÓFAGO T7 16 BACTERIÓFAGO T7 • A 2ª e 3ª classes são transcritas pela polimerase do fago que reconhece sequências no promotor das duas classes; • Os promotores da 1ª classe são transcritos pela polimerase da bactéria, e possuem sequências otimizada para essa polimerase; • Os genes da 2ª classe são transcritos antes porque essa classe ingressa antes no citoplasma; • Os genes da 3ª classe são preferencialmente transcritos quando disponíveis, porque seus promotores têm maior afinidade pela polimerase do fago. • A DNA polimerase do fago T7 (gp5) é uma enzima extremamente eficiente formada por uma única subunidade; • Assim como a maquinaria de replicação do fago T7 é das mais simples conhecidas, dependo de 3 proteínas codificadas por ele e de outras poucas proteínas da bactéria; • A proteína viral gp4, por exemplo, realiza funções de helicase e primase; • Realizadas por várias subunidades celulares mesmo em bactérias; • A gp2.5 é uma proteína ligadora de DNA fita simples; • e a Trx é uma proteína celular cooptada utilizada como “clamp” para a DNA polimerase. 17 BACTERIÓFAGO T7 • O genoma linear como do fago T7 gera um problema para a replicação; • Extremidades da fita descontínua ficam menores; 18 BACTERIÓFAGO T7 • Esse problema no fago T7 é resolvido uma sequência idêntica em cada extremidade (repetições diretas) compostas por 160 pbs; • Essas repetições geram extremidades incompletas/ salientes de cada lado do após replicação do genoma linear; • Que são complementares e possibilitam os genomas se associarem. 19 BACTERIÓFAGO T7 • Por serem complementares, • Os genomas se ligam e formam concatâmeros; • Que são separados por clivagem antes do empacotamento no capsídeo. 20 BACTERIÓFAGO T7 BACTERIÓFAGO λ • O fago λ (lambda) é maior do que o fago T7 (cauda mais longa); • Seu genoma tb é maior, em torno de 50 kpb, • Codifica para 73 proteínas, sendo que para 59 delas se conhece a função; • Dessas, 14 são proteínas estruturais; • Muitas proteínas reguladoras, ciclo mais complexo; • São fagos temperados, e codificam proteínas necessárias para a integração. 21 22 • CICLO DE VIDA VÍRUS Fago temperadoFago virulento BACTERIÓFAGO λ 23 • No vírion, o genoma dupla fita está na forma linear; • Assim que o vírion completa a infecção; • O genoma é circularizado; • Isso porque as extremidades são salientes; • Extremidades protuberantes (simples fita) complementares (cos). 24 BACTERIÓFAGO λ • A replicação do fago λ ocorre em duas etapas; • Inicialmente a replicação é bidirecional a partir de uma origem de replicação do genoma circularizado; • O que origina uma forma θ intermediária, semelhante à replicação do DNA bacteriano; • O fago subverte basicamente toda maquinaria de replicação da bactéria; • Mas duas de suas proteínas são fundamentais: proteína O que reconhece sua origem de replicação e a proteína P que recruta a helicase e atraca na origem. • Após rounds sucessivos da replicação θ, o fago λ muda para o mecanismo rolling-circle; 25 BACTERIÓFAGO λ • Que tem início com a quebra de uma cadeia (picote/ nick); • A extremidade 3’ livre é utilizada como primer e a outra fita como molde; • A extremidade 5’ da cadeiaoriginal é afastada e puxada para fora; • Ela tb passa a ser molde para geração da outra cadeia; 26 BACTERIÓFAGO λ • A titulação de uma proteína bacteriana, DnaA, que reconhece sítios no DNA do fago e da bactéria, está implicada na passagem de um mecanismo de replicação para o outro. 27 BACTERIÓFAGO λ • As várias cópias do genoma viral replicadas a partir de uma origem de replicação; • São ligadas e mantidas unidas (concatenadas); • Até o momento do empacotamento quando são processadas nos sítios cos; • A geração dos vírions se faz por montagem no citoplasma da bactéria; 28 BACTERIÓFAGO λ • Outros fagos usam um processo no qual a síntese de DNA é utilizada para introduzir o genoma no capsídeo auxiliado por proteínas que promovem o empacotamento do genoma. • Nos fagos icosaédricos, o genoma é inserido em um procapsídeo icosaédricos vazio; 29 BACTERIÓFAGO λ • No fago λ, um motor de empacotamento utiliza ATP para direcionar as alterações conformacionais necessárias para introduzir e acomodar o DNA no capsídeo; • Diferentes estratégias para transferir uma única cópia do concatâmero; • O fago λ possui sequências utiliza as sequências cos reconhecidas pelo motor e utilizadas para clivadas para introdução de uma cópia íntegra do genoma. cos 30 BACTERIÓFAGO λ • A eliminação das bactérias ocorre por lise celular; • Rompendo o envoltório de bactérias Gram negativas como E coli formado por; • Membrana citoplasmática, camada de peptidioglicanos e membrana externa; • São sucessivamente atacadas por diferentes enzimas do fago; • Sintetizadas sucessivamente na 3ª onda de expressão. 31 • Alguns vírus causam infecções persistentes; • Que pode ser do tipo latente, ou seja, o vírus entra em estado “inerte”, saindo de um ciclo lítico. • A latência do fago λ (ciclo lisogênico); • Significa sua integração no genoma da bactéria; • A integração do caso do fago λ; • Ocorre por uma forma de recombinação homóloga; • Chamada de recombinação específica porque envolve sítios específicos de recombinação. BACTERIÓFAGO λ 32 BACTERIÓFAGO λ • A recombinação é feita entre os sítios attP (fago) e attB (da bactéria); • Cada um desses dois sítios possui três regiões; • Sendo a região central (O) homóloga entre attP e attB; • Criando novas combinações de sequências durante a integração e geração do profago; • Não impedindo a reversibilidade da reação; • Ou seja, o fago é integrado e se transformado em profago ou excisado para entrada no ciclo lítico pelo mesmo mecanismo. 33 • A integração e excisão são mediadas pela recombinase do fago, a integrasse; • Que atua como uma topoisomerase; • Mas ligando cadeias de moléculas diferentes; • Além da proteína da IHF da bactéria; • Para a excisão tb é necessária a proteína Xis do fago; • Essas proteínas formam um complexo denominado intassomo. BACTERIÓFAGO λ • O fato do fago λ ser capaz de transitar entre o ciclo lítico ou o ciclo lisogênico; • Torna a regulação do ciclo do fago λ mais complexa do que a do fago T7; 34 BACTERIÓFAGO λ • Que pode ser melhor compreendida focando na região controladora do genoma; • Os genes do fago λ tb estão agrupados funcionalmente; • E tb, três ondas de transcrição acionam o genoma no ciclo lítico; • Constituída pela classe dos genes expressos imediatamente cedo (immediate early), genes precoces (early) genes tardios (late); 35 BACTERIÓFAGO λ • Diferente do fago T7, o fago λ utiliza exclusivamente a RNA polimerase celular para transcrever seu genoma; • Outra diferença entre os fagos é a de que o fago λ tb utiliza o mecanismo de antiterminação na regulação transcricional. 36 BACTERIÓFAGO λ • A 1ª onda de expressão, immediate early, serve tanto para o ciclo lítico quanto para o ciclo lisogênico; • A RNA polimerase da bactéria reconhece dois promotores, PL (promotor da esquerda);e PR (promotor da direita); • Iniciando respectivamente a transcrição de dois genes, N e cro; • O promotor PR’ tb é reconhecido pela polimerase celular, mas a transcrição gera um RNA curto que termina em TR4; 37 BACTERIÓFAGO λ • PR transcreve o gene cro que codifica para uma proteína repressora; • Por ser um fator de transcrição, precisa se ligar no DNA para atuar; • No entanto, a forma funcional depende de um tetrâmero; • A geração de 4 unidades a partir de um promotor fraco gera um atraso no seu funcionamento em relação ao produto do gene N; 38 BACTERIÓFAGO λ • O promotor PL transcreve o gene N; • Que codifica para uma proteína de antiterminação prontamente utilizada após sua síntese; 39 BACTERIÓFAGO λ • A proteína N promove a continuidade da transcrição nos sítios TL1 e TR1 dos transcritos sintetizados nos promotores PR e PL; 40 BACTERIÓFAGO λ • A proteína N reconhece sítios nut nas alças de parada da transcrição dos RNAms formados nos términos de transcrição TL1 e TR1 e; • Recruta proteínas celulares; • E possibilita a RNA polimerase continuar a transcrição. • A extensão dos transcritos sintetizados a partir de PR e PL , marca a entrada na 2ª onda de expressão; • Com genes necessários para a integração do fago (ciclo lisogênico), policistron da esquerda; • Ou genes necessários para a replicação viral (ciclo lítico), policistron da direita (genes cII, O, P); • Até esse momento, existe uma indefinição em favor da entrada no ciclo lítico ou no ciclo lisogênico. 41 BACTERIÓFAGO λ 42 BACTERIÓFAGO λ • A ação de N também estende a transcrição em TR2 e um policistron incorpora o produto do gene Q; • Que também codifica para uma proteína antiterminação; • Embora nesse caso, Q atua de forma diferente de N; • Ligando-se no DNA antes de interagir com o complexo de antiterminação e a RNA polimerase; 43 BACTERIÓFAGO λ • A proteína antiterminação Q também possibilita a RNA polimerase continuar a transcrição em TR4 a partir de PR’; • E um longo policístron contendo os genes estruturais e de lise são transcritos (3ª onda); • Havendo comprometimento com o ciclo lítico! 44 BACTERIÓFAGO λ • Paralelamente, o aumento da concentração do fator de transcrição Cro; • Torna possível sua interação com operadores e a repressão da transcrição de CII e CIII respectivamente a partir de PL e PR; • E tb do promotor PRM, essencial para transcrever o gene cI, que codifica o fator de transcrição λ; • Fundamental para a entrada no ciclo lisogênico. • O início do ciclo lisogênico é compartilhado com o início do ciclo lítico; • Gerado pela transcrição constitutiva da RNA polimerase na 1ª onda de expressão; 45 BACTERIÓFAGO λ • E também pelo início da 2ª onda de expressão desencadeada pelo fator antiterminação N; • Que continua expressando cro e inicia a expressão de Q; • Assim como os produtos dos genes cII e cIII; • Que atuam para a lisogenia; 46 BACTERIÓFAGO λ • CII é um fator de transcrição fundamental para a lisogenia; • Mas instável porque suscetível a uma regulação negativa da célula (pelo fator celular Hfr); • Se não for suficientemente protegido pela proteína CIII do fago. • O fator de transcrição CII atua como ativador em três promotores; • No promotor PantiQ que vai gerar um RNA antisenso reconhecedor do RNAm de Q; • E impedir a transcrição dos genes estruturais; • Vai atuar tb no gene int e xis necessários para integração do fago no genoma celular; • E vai estabelecer a expressão de cI a partir do promotor PRE; 47 BACTERIÓFAGO λ • O promotor PRE (promotor de estabelecimento da expressão de cI); • Inicia a expressão do fator de transcrição λ; • Que vai desligar a expressão de PL e PR; • Ao mesmo tempo vai iniciar o processo de transcrição PRM (promotor de manutenção da expressão de cI); • Que é o promotor responsável pela sua autorregulação; • Mantendo o fago no ciclo lisogênico. 48 BACTERIÓFAGO λ • Um balanço sutil na concentração dos fatores de transcrição Cro, CI, CII e λ; • São, em última instância, os fatores determinantes para a entrada no ciclolítico ou no ciclo lisogênico; • E o fator CIII, que determina a concentração de CII, é um ponto crucial na definição dessa decisão; • Que por sua vez, depende dos genótipos do fago da bactéria; • E das condições da infecção. 49 BACTERIÓFAGO λ • Em condições nutricionais para bom crescimento celular, protease da célula degrada CII e o vírus entra no ciclo lítio; • Em condições de estresse celular, proteína CIII estabiliza CII e o vírus entra no ciclo lisogênico. 50 BACTERIÓFAGO λ Número do slide 1 Número do slide 2 VÍRUS BACTERIÓFAGOS BACTERIÓFAGOS Número do slide 6 Número do slide 7 BACTERIÓFAGOS Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44 Número do slide 45 Número do slide 46 Número do slide 47 Número do slide 48 Número do slide 49 Número do slide 50
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