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Aconselhamento Psicológico
Profª. Me. Paula Marques Lima Pessoa de Aquino
Objetivo do Aconselhamento Psicológico
Visa facilitar uma adaptação mais satisfatória do sujeito à situação em que se encontra e aperfeiçoar os seus recursos pessoais em termos de auto-conhecimento, auto-ajuda e autonomia. A finalidade principal é promover o bem-estar psicológico e a autonomia pessoal no confronto com as dificuldades e os problemas (Trindade e Teixeira, 2000)
Aconselhar não é:
Dar conselhos.
Fazer exortações.
Impor condutas.
Aconselhar é:
Aconselhamento é um método de assistência psicológica destinado a restaurar no indivíduo suas condições de crescimento e de atualização, habilitando-o a perceber, sem distorções, a realidade que o cerca e a agir nessa realidade. De forma a alcançar ampla satisfação pessoal e social.
Rogers, C.R. (1942, 1951)
A História do Campo do Aconselhamento Psicológico
Nota:
Estatística 
Psicométrica
Humanista
Área Psicológica
Histórico
O aconselhamento originou-se com Frank Parsons, em 1909, com o objetivo de promover ajuda a jovens em processo de escolha da carreira e em face à emergência de novas profissões e ocupações devido à Revolução Industrial. 
O foco do aconselhamento era, portanto, conhecer as principais inclinações desses jovens para que eles pudessem ser encaminhados para ocupações consideradas adequadas a esses perfis profissionais (Patterson e Eisenberg, 1988).
Alinhava-se aos princípios da psicometria e do positivismo, que priorizava a adaptação e o ajustamento do indivíduo ao mundo do trabalho, por meio do reconhecimento das habilidades e competências de cada um e dos processos de aprendizagem, distanciando o aconselhamento do campo da psicoterapia (Scheeffer, 1980; Schmidt, 2012).
Teoria Traço-e-Fator
Parsons como principal representante.
Essencialmente normativa e determinista.
Parte do princípio de que os indivíduos diferem-se nas habilidades, interesses e traços de personalidade, e cada profissão requer pessoas com aptidões específicas.
Acredita-se que as aptidões, os interesses e os traços de personalidade são inatos.
Histórico
Os conhecimentos relacionados ao aconselhamento psicológico, entretanto, circularam no Brasil em paralelo à constituição do saber rogeriano, nos anos de 1940-1950, pelo intermédio de Mariana Alvim, Antonius Benkö e Ruth Scheeffer (Gomes, Holanda & Gauer, 2004).
Em 1945, Alvim estudou com Rogers e, após isso, trabalhou no Instituto de Seleção e Orientação Profissional da Fundação Getúlio Vargas. 
Scheeffer estudou no Teachers College entrando em contato com as perspectivas de Williamson e Rogers. 
Junto com Benkö, que tinha uma formação rogeriana, ela constituiu o corpo docente do primeiro curso de Psicologia instituído no Brasil, em 1953, na PUC - Rio de Janeiro que, pela influência deles, contava com um serviço e uma disciplina de aconselhamento psicológico (Castelo Branco & Cirino, 2017).
Histórico
O aconselhamento psicológico, pelo discurso da Psicologia aplicada para solucionar problemas de ajustamento, contribuiu como componente formativo obrigatório de psicólogos e na assunção da Psicologia como ciência e profissão autônoma no Brasil (Mota, Veras, Varella, & Miranda, 2019)
Houve uma forte tendência no Brasil de associar, no âmbito acadêmico, o Aconselhamento Psicológico à psicoterapia, principalmente à de orientação rogeriana.
Diferenças entre Aconselhamento Psicológico e Psicoterapia
Tempo de intervenção breve
Complexidade leve
Intervenção focada na ação
Foco na solução do problema
Tendência ao encaminhamento
Disponibilidade e flexibilidade em propor alternativas de ajuda.
Tempo de intervenção mais prolongado
Complexidade mais profunda
Intervenção focada autocompreensão mais intensa
Foco na mudança pessoal ativa
X
Elementos comuns relacionados a todos os Aportes Teóricos.
	Trata-se de um processo que envolve respostas aos sentimentos e pensamentos do cliente.
	Envolve uma aceitação básica das percepções e dos sentimentos do cliente, independentemente da avaliação externa do aconselhado.
	Caráter confidencial e existência de condições ambientais (setting) para que se estabeleça a relação de ajuda.
	A demanda pelo aconselhamento deve partir da pessoa que busca ajuda.
	importância da relação autêntica e empática entre conselheiro e cliente. 
	Foco nos processos comunicativos entre aconselhador e cliente.
Etapas de um processo de aconselhamento como uma intervenção bem sucedida:
Identificar e analisar problemas específicos.
Ampliar a compreensão da pessoa acerca do problema.
Avaliar os recursos pessoais existentes e que podem ser desenvolvidos para resolver o problema.
Definição do potencial de mudança dessas condições e atitudes pessoais.
Utilização de ações específicas e que podem contribuir para o processo de mudança e/ou transformação referente ao problema relatado.
Corey (1983); Patterson e Eisenberg (1988); Santos (1982); Tyler (1953); Pupo e Ayres (2013)
"Aconselhamento é uma tecnologia de ajuda, de cuidado, e como uma prática instrumental que oferece auxílio estruturado e personalizado para o manejo de situações difíceis e de crise que exigem ajustamentos e adaptações, para a solução de problemas específicos e para a tomada de decisões."
Sumarizando
Influência de Rogers
 Rogers (2001) trouxe ao campo do aconselhamento psicológico, anteriormente compreendido de modo mais diretivo, algumas diretrizes por ele utilizadas na psicoterapia.
Transformou-se em um processo menos mecânico e diretivo.
Ampliou o escopo do aconselhamento, tornou essa área mais relacionada aos saberes psicológicos e à pesquisa envolvendo seres humanos.
Como exemplo dos elementos trazidos por Rogers (2001) para o campo do aconselhamento está a não-diretividade, a atenção às atitudes básicas como condições para modificações construtivas da personalidade, a tendência à autorrealização e o foco no processo de facilitação por parte do psicólogo, sendo a ele vedada a oferta de conselhos, informações e interpretações. 
O sucesso de uma intervenção, para Rogers (1992,1951), dar-se-ia por certas atitudes básicas que se formam na relação com o cliente, entre elas a congruência ou autenticidade, a consideração positiva incondicional e a postura empática.
PLANTÃO 
PSICOLÓGICO
Surgimento
Como estava disponível na abordagem não-diretiva e centrada no cliente uma sustentação clínica de acolhimento e intervenção que independia da demanda (Rogers, 1942/2005), muitos desses estagiários começaram a empregar esses recursos no momento da triagem, com a intenção de aliviar a tensão dos clientes, sem se prender a uma lógica temporal clássica de psicoterapia. 
Percebendo a potencialidade disso, os supervisores começaram a dar mais liberdade para os estagiários exercerem essa atitude nos primeiros contatos com os clientes. 
Para as demandas mais graves que necessitavam de mais trabalho, havia a possibilidade de retornos.
Para demandas mais pontuais, o momento imediato do encontro era realizado como o atendimento em si.
Caso houvesse a necessidade de encaminhamento para outro serviço, também, competia ao estagiário fazer
tal função. Com isso, nasce o plantão psicológico (Amorim et al., 2015).
Surgimento
Surge no final da década de 1960 com estagiários da faculdade de psicologia da Universidade de São Paulo (USP),
Finalidade de atender o público em geral do Serviço de Acolhimento Psicológico da mesma universidade.
Atendimentos com caráter imediato e comunitário.
Em 1980, foi formada a primeira equipe para atuar na modalidade, com doze plantonistas e um supervisor.
Em meados dessa mesma década, houve a sistematização científica da experiência do PP com os primeiros trabalhos na prática desse campo epistemológico.
Perguntas Chaves
O que é Plantão Psicológico?
O Plantão Psicológico (PP) é uma modalidade de atendimento psicológico, caracterizado por uma escuta qualificada, que acolhe a pessoa no exato momento de sua urgência, ajudando-a a lidarmelhor com seus recursos e limites. Facilitando o processo de maior clareza sobre suas questões e demandas. 
Formato
Tem como característica a emergência e prontidão da equipe em atender o cliente, a flexibilidade para se inserir em diversos cenários institucionais, poucas sessões e duração da sessão acordados entre plantonista e cliente com a possibilidade de facilitar ao cliente a percepção de escolhas e direções que ele mesmo venha a seguir, configurando-se como um serviço de clínica ampliada e de cunho social.
Perguntas Chaves
Duração de Sessão
A duração da sessão não é rígida. O tempo da sessão pode ser maior ou menor do que uma psicoterapia comum, depende da demanda e da emergência que a pessoa apresenta naquele momento.
Encontros Limitados
Tem começo, meio e fim. Há um tempo determinado de acontecer. A pessoa que chega para o acolhimento terá um número limitado de encontros. 
Perguntas Chaves
O Plantonista
Deve estar disposto ao não planejado, à possibilidade do encontro ser único e, tentar responder à demanda daquele que procura por este serviço naquele momento específico. Deve ter conhecimento dos limites e das possibilidades que essa modalidade de atendimento lhe impõe. Deve-se buscar oferecer um ambiente de acolhimento e aceitação, no qual o cliente consiga entrar em contato com seus sentimentos e emoções da forma mais genuína possível.
Plantão
X
Triagem
Plantão
MODALIDADE DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO.
TRABALHO COLABORATIVO.
FOCA NA EXPERIÊNCIA E NÃO EXCLUSIVAMENTE NO PROBLEMA. 
ESTAR ABERTO E DISPONÍVEL A ACOLHER E ESCUTAR. 
O ACOLHIDO PODE ESCOLHER O CAMINHAR FUTURO. 
NÃO HÁ ROTEIRO PRÉ-DEFINIDO.
ENCONTROS ÚNICOS E ATENDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO.
TRIAGEM
TEM POR OBJETIVO CONHECER A PESSOA QUE BUSCA AJUDA.
AVALIAR A SITUAÇÃO DO SUJEITO.
SUGERIR O ENCAMINHAMENTO MAIS ADEQUADO.
TIPOS DE TRIAGEM:
TRADICIONAL
INTERVENTIVA 
TRIAGEM TRADICIONAL
Mais antiga
Cumpre 3 objetivos: Coletar dados pessoais; Identificar a queixa; Realizar hipótese diagnóstica.
Instrumentos que possibilitam a coleta de dados que não foram relatados espontaneamente pelo cliente e que o psicólogo considera relevante.
TRIAGEM INTERATIVA
Além de manter a função de coletar dados, abre também abertura para aquilo que o cliente tem a dizer que mobilizou a procura por ajuda psicológica. 
Não é um mero processo de seleção de demanda, mas sim parte da intervenção psicoterapêutica propriamente dita. 
O profissional não realiza a sessão devolutiva. 
Busca-se também o contato com o sofrimento.
PLANTÃO
Foco no acolhimento e escuta qualificada.
Esclarecimento da demanda enquanto projeto de cuidado. 
A ideia principal é acompanhar e facilitar o processo de ressignificação.
Plantão se difere da triagem:
Distribuição da clientela
Não se prende a uma técnica, disposição a abertura sem compromisso a uma margem de urgência e demanda. 
Plantão se assemelha a triagem:
Relação terapêutica psicólogo x cliente.
Modalidade de atendimento psicológico em que o profissional se junta ai cliente na compreensão de sua experiência para descobrir juntos possibilidades de cuidado.
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