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ASPECTOS PROCESSUAIS DO DIREITO DE VIZINHANÇA Profa. Cristiane Druve Tavares Fagundes Instagram: @cristianedruve Pós-doutorada em Direitos Humanos pela Faculdade de Coimbra/Portugal. Doutora, mestra e pós-graduada em Direito Processual Civil pela PUC/ SP. Professora da PUC/SP, PUCCamp, Mackenzie (SP e Campinas), EPD e ESA. Autora dos livros “Modelo brasileiro de precedentes - A relevância da fundamentação no contexto precedentalista” e "Responsabilidade Objetiva por Dano Processual”. Advogada. OBJETO DO CURSO Aspectos Materiais e Processuais do Direito de Vizinhança � Tratamento normativo material: arts. 1.277 a 1.313, do Código Civil (terceira aula do curso!); � Enfoque das duas primeiras aulas: processual! I – NOÇÕES GERAIS 1.1. O Direito de Vizinhança � O direito de propriedade não é absoluto: o proprietário pode usar e gozar do bem da forma que bem entender, desde que não viole direitos de terceiros; � Dentre esses terceiros, certamente estão os vizinhos (não apenas os contíguos); � Limita o domínio, estabelecendo uma variedade de direitos e deveres recíprocos entre proprietários de prédios vizinhos. II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Podem ocorrer atos prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde capazes de causar conflitos de vizinhança; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � “Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha”; � O que deve ser levado em conta para a aferição de eventual afronta a tal direito? > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � “Art. 1.277. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança”; � Importa saber, por exemplo, a destinação do bairro (residencial ou comercial ou industrial); cidade em que está localizado o imóvel (interior ou capital); usos e costumes do local; etc.; � Por vezes, a questão se resolve pela aplicação da teoria da pré-ocupação; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � É a verificação da anterioridade da posse: � “DIREITO DE VIZINHANÇA - OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER - Excesso de ruídos provocado pelo Hospital na prestação de serviços durante repouso noturno dos condôminos - Aplicação da teoria da pré-ocupação - Localização de ambas as partes em região central do município sujeita à emissão de ruídos de várias origens, tais como trânsito, serviços de abastecimento noturno, coleta de resíduos pela Prefeitura, serviços de ambulância - Dano Moral afastado - Inteligência do art. 333, inc. I do CPC - Sentença de improcedência mantida - Recurso desprovido” (TJSP, Apelação 0110174-24.2010.8.26.0100); � Mas... > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � “Tal teoria não pode, entretanto, ser aceita em todos os casos e sem reservas. Se o barulho é demasiado ou se a lei proíbe o incômodo, o proprietário não pode valer-se da anterioridade de seu estabelecimento para continuar molestando o próximo” (Carlos Roberto Gonçalves); � Razoabilidade! � E quais instrumentos processuais podem ser usados para discutir o uso anormal da propriedade? > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Processualmente, são diversos os instrumentos existentes para fazer cessar ou reparar o uso anormal da propriedade pelos vizinhos; � Mas é importante que se alerte: > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Sempre verificar a extensão do dano ou do incômodo causado! � Se o incômodo está no limite do tolerável, não há razão para reprimi-lo nem indenizá-lo (porque tecnicamente dano não terá havido); � “O que a lei confere ao vizinho é o poder de impedir que os outros o incomodem em excesso, com ruídos intoleráveis, que perturbem o sossego natural do lar, do escritório, da escola, do hospital, na medida da quietude exigível para cada um destes ambientes” (Hely Lopes Meirelles); > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � “o artigo 373 do Código de Processo Civil dispõe que cabe ao autor provar fato constitutivo de seu direito, de forma que, na hipótese, cabia à parte demandante comprovar barulho excessivo causado pelos cachorros da parte requerida. Pelo que consta dos autos, contudo, não há prova segura de os ruídos provenientes da residência dos réus excedam o limite do tolerável, causando grave interferência no sossego do imóvel vizinho” (TJSP, Apelação Cível nº 1002649-73.2019.8.26.0609, j. 24.1.2024); > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � “APELAÇÃO – DIREITO DE VIZINHANÇA – AÇÃO COMINATÓRIA CUMULADA COM INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS – IMPROCEDÊNCIA – RECURSO DAS AUTORAS – Contexto probatório dos autos que não demonstra que vizinha do apartamento de cima ao das autoras produza barulhos excessivos, em desacordo com a normalidade – Uso anormal da propriedade não comprovado, não havendo que se falar, ainda, em desídia do Condomínio – Pequenos transtornos a que todos os que moram em condomínio estão sujeitos – Dano material não configurado – Sentença mantida” (TJSP, Apelação Cível nº 1014728-48.2017.8.26.0482, j. 25.4.2023); � Em resumo; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Se o incômodo é normal, tolerável, não deve ser reprimido; � Forma de aferição: critério do homem médio, com razoabilidade; � E se passar do incômodo normal? > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Para cada tipo de pretensão, deve haver uma ação adequada para defendê-la: � 1) Cessar o uso anormal: ação cominatória* de obrigação de não fazer; � 2) Implementar uma conduta que adeque as ações do vizinho ao previsto em lei: ação cominatória* de obrigação de fazer; � 3) Na hipótese de o dano já ter ocorrido: ação de indenização; � Obs.: essas pretensões podem ser, se compatíveis, cumuladas; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Ação cominatória (de obrigação de fazer ou de não fazer): se impõe ao réu a obrigação de se abster da prática dos atos prejudiciais ao vizinho ou a de adotar as medidas adequadas para a redução do incômodo, sob pena de pagamento de multa diária; � Regramento normativo: arts. 536 e 537 do Código de Processo Civil; � Quais providências podem ser determinadas? > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � 1) O juiz pode determinar a redução do incômodo a limites toleráveis, se for possível; � Art. 1.279, CC: “Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis”; � Exemplos: pode o juiz fixar horários de funcionamento da atividade considerada nociva (somente durante o dia), exigindo a colocação de aparelhos de controle da poluição, levantando barreiras de proteção etc.; II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � 2) Em casos extremos, o juiz pode determinar o encerramento das atividades ou demolição da obra*; � Quando nem mediante o emprego de medidas adequadas se conseguir reduzir o incômodo a níveis suportáveis, ou quando a ordem judicial para que sejam adotadas não for cumprida, poderá determinar o juiz o fechamento da indústria ou do estabelecimento, a cessação da atividade ou até a demolição de obra; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Dano infecto: tradicionalmente, trata-se do dano iminente ao imóvel vizinho, quando ameace ruína; � Trata-se de uso anormal de propriedade, pois a ameaça de desabamento de prédio em ruína constitui negligência do proprietário; � “Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameaceruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente”; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Podem ser requeridos os seguintes pedidos: • Demolição: é, na verdade, uma ação cominatória de obrigação de fazer. Obs.: falaremos mais da ação demolitória adiante!*; • Reparação; • Caução pelo dano iminente: é a denominada “caução de dano infecto”; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � “AÇÃO DE DANO INFECTO - DIREITO DE VIZINHANÇA - USO NOCIVO DA PROPRIEDADE - ARTS. 554 E 555 DO CÓDIGO CIVIL - DEVER DE PRESTAR CAUÇÃO - CONSTRUÇÃO DE MURO ESPECÌFICO PARA IMPEDIR DESLIZAMENTOS - OBRA DE ESCAVAÇÃO EM TERRENO VIZINHO - RECURSO DESPROVIDA É irrelevante a existência de demarcação efetiva de limites entre os terrenos vizinhos, porquanto se trata de direito de vizinhança, não abrangendo a questão entre as divisas, mormente quando a linha divisória foi identificada na perícia através de mapeamento. O proprietário ou inquilino de um prédio, tem o direito de impedir que o mau uso da propriedade vizinha, venha a lhe causar prejuízos quanto a segurança, o sossego e a saúde dos moradores. Além disso, o proprietário tem direito a exigir do dono do prédio vizinho que lhe preste caução, pelo dano iminente” (TJSC. Processo nº 1999.002946-8, j. 03.12.2002); � No entanto, essa ação tem sido usada de forma mais ampla atualmente; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.1. O Uso Anormal da Propriedade � Tem sido admitida também contra outras interferências prejudiciais nos casos de mau uso da propriedade vizinha, que prejudique o sossego, a segurança e a saúde do proprietário de um prédio. II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � De acordo com o artigo 1.299, CC, é dado ao proprietário o direito de levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, desde que respeitados os direitos dos seus vizinhos, as normas técnicas e os regulamentos administrativos; � Não é permitido, portanto, realizar construções que prejudiquem o pleno exercício de direitos dos vizinhos, razão pela qual há uma série de limitações a fim de evitar que a construção acarrete prejuízos a terceiros; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � Exemplos: não se pode construir e despejar águas diretamente sobre o prédio vizinho (art. 1.300, CC); não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras acautelatórias (art. 1.311, CC); etc.; II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � Tutelas reparatórias previstas no CC: • “Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e danos”; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � As ações mais comuns entre vizinhos, portanto, são a demolitória e a indenizatória; � Ação demolitória: busca a demolição do prédio em ruína (CC, art. 1.280) ou de obra em desacordo com as prescrições da lei civil (art. 1.312); � São situações diferentes: o art. 1.280 faculta a ação para a hipótese de estar o prédio em ruína, oferecendo perigo para os confrontantes; o art. 1.312 a concede para o lesado por alguma violação das regras de vizinhança relativas ao direito de construir; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � O pedido de demolição pode ser cumulado com o de indenização dos prejuízos causados e com o de caução de dano iminente pelas lesões futuras, se for o caso; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � “DIREITO DE VIZINHANÇA. Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos materiais e morais. (...) Alegação dos autores no sentido de que o réu edificou muro divisório fora dos padrões, causando prejuízos. Irregularidade constatada por laudo pericial. (...) Redução das condições de ventilação e iluminação. (...) Dever de fazer cessar a interferência prejudicial. Desrespeito generalizado aos direitos de vizinhança no condomínio que é incapaz de autorizar a violação ao direito dos autores. Mantida a determinação de demolição do muro. (...) Danos morais não configurados. Inexistência de situação extraordinária. Dissabores que não ultrapassaram a esfera do mero aborrecimento. Precedentes. Danos materiais. Ressarcimento da quantia referente à mão de obra contratada para a realização de reparos no muro. Despesa comprovada mediante recibo. Indenização devida” (TJSP, Apelação 1005179-56.2019.8.26.0704, j. 12.04.2022); II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � A demolição é exceção: somente deve ser determinada quando a obra apresenta vícios insanáveis. Se, no entanto, puder, mediante os devidos reparos, ser colocada em condições de uso e adaptada aos regulamentos edilícios, poderá permanecer ilesa; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � “AÇÃO DEMOLITÓRIA. (...) Demolição que consubstancia a medida mais gravosa de todas as formas de sanções contempladas pelo Direito de Vizinhança. Necessidade de justificação fundamentada de inviabilidade técnica na aplicação preferencial de medidas mais brandas ou de perfil restaurativo. Imprescindibilidade de reabertura da instrução para a verificação do atual andamento do procedimento administrativo instaurado, bem como para aferir se, de fato, a obra importa em risco a segurança das partes ou compromete a privacidade da autora, máxime diante das informações acrescidas acerca da adoção de medidas visando à regularização da edificação, sem prejuízo da plausibilidade da prova técnica. Sentença anulada. Recurso parcialmente provido” (Apelação 1016117-34.2019.8.26.0309, j. 8.04.2024); � Para o pedido indenizatório há necessidade de prova de culpa? > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � Não! Basta a prova do dano e do nexo de causalidade entre o dano e a construção vizinha, sendo desnecessária a demonstração de culpa do agente: a responsabilidade pelos danos causados a vizinhos em virtude de construção é objetiva; � Polo passivo: os prejuízos hão de ser ressarcidos por quem os causa e por quem aufere os proveitos da construção, sendo solidária a obrigação do dono da obra e do engenheiro que a executa; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � “Obrigação de fazer c/c indenização por danos materiais e morais. Execução de obras pela ré ocasionou danos ao imóvel dos autores. (...) Preliminar de ilegitimidade passiva. Rejeição. Aplicabilidade do CDC – reparação de danos causados a vítimas de acidente de consumo – obras referentes a implementação de empreendimento imobiliário no terreno vizinho – autores que são consumidores por equiparação – art. 17 do CDC. Ré que se encontra na cadeia de fornecedores, seja como controladora, seja como construtora, inclusive se apresentando perante os consumidores como responsável pelo empreendimento imobiliário – responsabilidade solidária – arts. 7º, parágrafo único, 25, § 1º, e 28, § 3º, do CDC. Preliminar de ilegitimidade ativa. Rejeição” (TJSP, Apelação 1000205-02.2021.8.26.0220, j. 27.02.2023); � E a ação de nunciação de obra nova? > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � A ação de nunciação de obra nova não teve seu regramento como procedimento especial replicado no CPC/2015; � Foi retirada dos procedimentos especiais por se entender que sua grande peculiaridade à época da promulgação do CPC/1973, qual fosse, a possibilidade de embargo liminar da obra, já havia se tornado obsoleta em face do advento da antecipação de tutela (art. 273 do CPC/1973); � Mas isso não significa que a respectiva tutela jurisdicional tenha sido extirpada do ordenamento jurídico brasileiro; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � Há, inclusive, uma menção no CPC/2015: � “Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. � § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réuou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova”; � Obs.: competência absoluta do foro do lugar de situação da coisa; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � “Na hipótese de o litígio versar sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova, a ação correspondente deverá necessariamente ser proposta na comarca em que situado o bem imóvel, porque a competência é absoluta” (STJ, REsp 1051652/TO, 3ª Turma, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 27.09.2011); � Qual é afinal seu objeto? > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � Destina-se a tutelar o autor em função da violação pelo réu de um direito de vizinhança ou mesmo de leis e posturas municipais que disciplinem alguma limitação ao direito de construir; � Ex.: impedir que a edificação de obra nova em imóvel vizinho prejudique seu prédio ou fins a que é destinado; � Para a obra ser liminarmente embargada, deve haver prova contundente do risco ao imóvel vizinho; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � “Agravo de instrumento. Ação de nunciação de obra nova. Embargo indeferido. Riscos de danos ou agravamento deles não demonstrado. Recurso desprovido” (TJSP, AI 2069630-75.2024.8.26.0000, j. 26.03.2024); � E, por fim, o problema da conversão da obrigação de fazer em perdas e danos; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � “Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente”; � Em 27.03.2024, foi promulgada lei que acrescentou o parágrafo único ao referido dispositivo: muito controvertido! > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � Art. 499. Parágrafo único. Nas hipóteses de responsabilidade contratual previstas nos arts. 441, 618 e 757 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e de responsabilidade subsidiária e solidária, se requerida a conversão da obrigação em perdas e danos, o juiz concederá, primeiramente, a faculdade para o cumprimento da tutela específica”; � Ou seja, foi conferida ao réu a oportunidade de cumprir a tutela específica em caso de requerimento de sua conversão em perdas e danos; � Hipóteses previstas nos artigos 441, 618 e 757 do Código Civil (vício redibitório, falhas em construções em contratos de empreitada, cobertura de seguros) e em hipóteses de responsabilidade subsidiária ou solidária; � Sugestões de leitura; > II – ASPECTOS PROCESSUAIS 2.2. O Direito de Construir � https://www.conjur.com.br/2024-mar-28/a- tutela-especifica-mitigada-a-alteracao-do- cpc-pela-lei-14-833-de-27-3-2024/ � https://www.migalhas.com.br/ depeso/404705/uma-reflexao-sobre-o- paragrafo-unico-do-artigo-499-do-cpc OBRIGADA! � Profa. Cristiane Druve Tavares Fagundes Pós-doutorada em Direitos Humanos pela Faculdade de Coimbra/Portugal. Doutora, mestra e pós-graduada em Direito Processual Civil pela PUCSP; pós-graduada em Direito Público. Professora da pós-graduação da PUC/SP, do Mackenzie e da EPD. Advogada em São Paulo. Autora de diversos artigos jurídicos e dos livros “Modelo brasileiro de precedentes - A relevância da fundamentação no contexto precedentalista” e "Responsabilidade Objetiva por Dano Processual”. � Instagram: @cristianedruve
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