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Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital Autor: Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) 09 de Novembro de 2020 1 101 Apresentação .................................................................................................................... 3 I - SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS ........................................................................................ 3 6. Planejamento da Segurança de Dignitários .................................................................... 3 6.1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................................................. 4 6.2. PLANEJAMENTO OPERACIONAL ................................................................................................. 4 6.2.1. Elementos do Planejamento Operacional ............................................................................................................. 4 6.2.1.1. Missão ................................................................................................................................................................ 4 6.2.1.2. Estudo de Situação ............................................................................................................................................. 5 6.2.1.3. Atividade de Inteligência .................................................................................................................................... 7 6.2.1.4. Reuniões Preparatórias ...................................................................................................................................... 8 6.2.1.5. Treinamento ....................................................................................................................................................... 8 6.2.1.6. Plano de Ação ..................................................................................................................................................... 8 6.2.1.7. Execução da Missão ............................................................................................................................................ 8 7. O Itinerário ................................................................................................................... 9 7.1. Itinerário PRINCIPAL ................................................................................................................ 10 7.2. Itinerário ALTERNATIVO ........................................................................................................... 10 7.3. Itinerários EVENTUAIS ............................................................................................................. 10 7.4. Pontos CRÍTICOS e Pontos de APOIO ....................................................................................... 10 7.5. SELEÇÃO do itinerário para deslocamento A PÉ ..................................................................... 11 7.6. PLANEJAMENTO do itinerário p/ deslocamento A PÉ ............................................................. 12 7.7. PLANEJAMENTO do itinerário p/ deslocamento MOTORIZADO .............................................. 14 8. A Escolta Pessoal.......................................................................................................... 22 8.1. Escolta BÁSICA (01 agente) ..................................................................................................... 24 8.2. Escolta com 02 AGENTES ......................................................................................................... 25 8.3. Escolta com 03 AGENTES ......................................................................................................... 26 8.4. Escolta com 04 AGENTES.......................................................................................................... 27 8.5. Escolta com 05 AGENTES ......................................................................................................... 29 8.6. Formações e Estratégias de Posicionamento .......................................................................... 29 8.6.1. Em LINHA À RETAGUARDA .................................................................................................................................. 31 8.6.2. Em LINHA FRONTAL ............................................................................................................................................. 32 8.6.3. Em CUNHA .......................................................................................................................................................... 32 Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 2 101 8.6.4. Formação EM "V" ou "CUNHA ABERTA" .............................................................................................................. 33 8.6.5. Em LOSANGO ....................................................................................................................................................... 34 8.7. EVACUAÇÃO ............................................................................................................................. 37 8.7.1. REAÇÃO da Equipe ............................................................................................................................................... 38 8.7.2. COBERTURA Corporal .......................................................................................................................................... 38 8.7.3. EXECUÇÃO da Evacuação ..................................................................................................................................... 39 9. A Escolta Motorizada ................................................................................................... 42 9.1. Estruturação da Escolta Motorizada ....................................................................................... 43 9.1.1. O Veículo do Dignitário ........................................................................................................................................ 44 9.1.2. Os Veículos de Cobertura (ou de Segurança Aproximada) .................................................................................. 44 9.1.3. O Veículo Varredura ............................................................................................................................................ 45 9.1.4. O Veículo Fecha-Comboio.................................................................................................................................... 46 9.1.5. Os Veículos Balizadores (motocicletas) ............................................................................................................... 46 9.1.6. O Veículo Reserva ................................................................................................................................................ 47 9.2. Armamento e Equipamentos da Escolta Motorizada ............................................................. 48 9.3. Procedimentos da Escolta Motorizada ................................................................................... 49 10. QUESTÕES DE SUA AULA ............................................................................................ 80 11. GABARITO ................................................................................................................ 100 Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (TécnicoÁrea 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 3 101 APRESENTAÇÃO Olá, caro aluno! Nesta aula, vamos continuar os estudos sobre a doutrina de Segurança de Dignitários, direcionando nossos esforços para tópicos imprescindíveis (e muito bons de prova!): técnicas, táticas e operacionalização, assim como o objeto e o modus operandi. I - SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS 6. PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS A organização executora do serviço de segurança de autoridades não pode funcionar apenas na base da improvisação. É necessário que esta organização desenvolva a capacidade de determinar antecipadamente quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los, escolhendo antecipadamente o melhor curso de ação e tomando no presente decisões que afetem o futuro, para reduzir sua incerteza. PLANEJAMENTO é a técnica ou processo que serve para lidar com futuro. Sendo o futuro não apenas inevitável, mas também incerto, essa incerteza aumenta na medida em que não se dispõe de informações não se tem controle sobre os acontecimentos. Para uma organização que possui a missão de proteger uma autoridade, o futuro toma-se incerto quando não existem suficientes informações sobre a conjuntura socioeconômica e política, o grau de risco e o tipo de ameaças a que está sujeita esta autoridade, as circunstâncias que envolvem determinada programação, a disponibilização de meios, etc. Portanto, o processo de planejamento é a ferramenta que as organizações usam para administrar suas relações com o futuro, sendo uma aplicação específica do processo decisório. Pela abrangência, podemos observar níveis distintos e hierarquizados de planejamento, onde consideramos o nível estratégico e o operacional, enquanto que o processo de planejamento pressupõe também a existência de ciclos contínuos de reflexão estratégica que permitam à organização executora do "serviço de segurança pessoal" buscar, permanentemente, os melhores caminhos (estratégias) para atingir seus resultados de curto e longo prazos. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 4 101 6.1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico corresponde a um trabalho mais amplo, que abrange toda a organização e é projetado para longo prazo, envolvendo a organização como uma totalidade. Por ser definido pela cúpula, subordina todos os outros tipos de planejamentos. Este tipo de planejamento refere-se à maneira pela qual a organização encarregada do serviço de segurança pessoal pretende aplicar suas estratégias para alcançar os objetivos propostos para a proteção da autoridade usuária desse serviço. Procura, dessa forma, adaptar com sucesso a organização ao seu ambiente, tendo como base para a sua formulação a descrição minuciosa dos aspectos externos e internos relevantes, pois quanto maior a instabilidade e complexidade do meio envolvente, maior a necessidade do enfoque sistêmico e do planejamento estratégico. 6.2. PLANEJAMENTO OPERACIONAL Já o "planejamento operacional" é mais específico. Projetado para o curto prazo, envolve as tarefas isoladamente e preocupa-se com o alcance de metas específicas, sendo definido em nível operacional. O domínio do planejamento operacional está na definição das atividades e dos recursos necessários para a realização dos objetivos estratégicos e administrativos. O ponto de partida para a elaboração dos planos operacionais são os objetivos de nível mais alto (objetivos principais ou objetivos estratégicos). A organização precisa ter um processo de planejamento estruturado que garanta uma análise rigorosa das alternativas e dos recursos disponíveis, ainda mais quando existem várias alternativas para se atingir os resultados desejados, e que o atingimento de um resultado pode ser conflitante com a busca de outros, particularmente quando os recursos disponíveis são escassos. 6.2.1. Elementos do Planejamento Operacional 6.2.1.1. Missão O planejamento da segurança inicia com o recebimento da missão em que busca definir os aspectos fundamentais do seu cumprimento, tais como: o que a autoridade irá fazer, quando e onde será o evento, qual o prazo disponível, qual será o meio de deslocamento, quem irá acompanhar a autoridade, implicações quanto ao sigilo, considerações políticas e outros julgados úteis. A programação oficial é que, geralmente, condiciona as ações que serão planejadas e executadas. Normalmente já vem imposto e com muita pouca flexibilidade, o que ocasiona um esforço maior na execução da proteção da autoridade. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 5 101 A autoridade deve ser estudada em detalhes, visando a identificação de suas características pessoais, personalidades e hábitos, para facilitar a definição da melhor proposta de execução da proteção. O grau de risco e a importância dessa autoridade devem ser considerados para a formulação do planejamento. A missão pode ser também a segurança de um determinado evento, a proteção de uma comitiva, a segurança de uma instalação ou ainda a segurança de material que seja de interesse para o serviço de segurança. 6.2.1.2. Estudo de Situação Caracterizada a missão, inicia-se o estudo de situação, que corresponde à fase analítica em que ocorre a determinação de todos os fatores que vão influenciar na adoção de linhas de ação. Trata- se de um processo lógico e ordenado de raciocínio para o exame de todos os fatores que possam influir no cumprimento da missão, para se chegar a uma decisão mais apropriada. A análise de riscos e o reconhecimento das vulnerabilidades no tocante a ameaças à integridade física, moral e psicológica da autoridade são realizados, via de regra, pela equipe de segurança, denominada equipe precursora, responsável pelo levantamento e confirmação de dados para o planejamento inicial da operação de segurança de autoridade, inclusive o levantamento das características socioeconômicos, psicossociais e culturais. Primeiramente deve ser considerado o cenário geográfico. São os locais de aparições em público e deslocamentos, que correspondem às áreas que serão frequentadas pela autoridade, bem como os itinerários que serão percorridos. Suas características interferem nas ações, razão pela qual requer um reconhecimento minucioso e um estudo detalhado. A equipe precursora deve reconhecer o local do evento em detalhes, buscando levantar dados importantes para a elaboração de um planejamento eficaz. Nenhuma dependência pode ser desconhecida da equipe e é importante que esse reconhecimento seja acompanhado do organizador ou responsável pelo local. Vejamos uma questão que trata das funções da equipe precursora: 26. [CESPE – AGENTE MOTORISTA-SEGURANÇA – MPE/AM- 2008] Verificar condições do local e do público antes da passagem ou chegada da autoridade é responsabilidade da equipe de segurança ostensiva. Comentário: Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 6 101 Fácil, não é mesmo? Acabamos de ver que esse é o trabalho da equipe precursora, e não da ostensiva. Lembro a você que a equipe de segurança ostensiva é visível, identificável, compõe o perímetro de segurança pessoal e tem a função de atuar com sinergia em caso de real ameaçaà autoridade protegida. Gabarito: Errado Os itinerários devem ser minuciosamente reconhecidos e estudados, inclusive com a cronometragem e a marcação da quilometragem dos deslocamentos. Os pontos dominantes, pontos de risco e pontos de fuga devem ser considerados, bem como os locais que necessitam de policiamento. Deve-se considerar sempre a possibilidade de ocorrerem fatos que possam causar interferência visual, tais como manifestações, pichações, etc. Em seguida, deve ser considerada a presença de público, pois, normalmente, a autoridade protegida necessita interagir com o povo, principalmente nas situações em que ocorre grande ajuntamento de pessoas (solenidades oficiais, comícios, etc.). Daí a importância de se conhecer as características socioeconômicas, psicossociais, culturais, etc. O fator criminalidade e as possibilidades de ruptura da ordem pública são considerados em amplo aspecto, no que diz respeito à área de influência onde vai estar presente a autoridade protegida. Finalmente analisam-se as vulnerabilidades no tocante à efetivação de ameaças contra a autoridade protegida, incluindo-se a capacidade de defesa e de reação e às possibilidades de êxito dos elementos adversos. Após enfocar as vulnerabilidades deve-se proceder à busca pelas alternativas mais viáveis para superar as falhas e cumprir a missão. E a fase que correspondente à formulação das linhas de ação. Após esta formulação, cada linha de ação é analisada de acordo com as vantagens e desvantagens oferecidas, determinando as prováveis consequências de cada uma delas para, em seguida, compará-las. A fase final sobre a linha de ação selecionada é traduzida em uma decisão completa e detalhada. É nessa fase que se avaliam as necessidades e se desenvolvem os pedidos de pessoal, material e credenciamento, além de se definirem as missões específicas dos agentes de segurança pessoal. A estimativa inicial do número de agentes de segurança e a disposição dos mesmos são formuladas, conforme as necessidades para o cumprimento da missão, atribuindo-lhes responsabilidades e deveres específicos, designando um chefe para cada local sempre que possível. A avaliação do tipo e quantidade de material necessário para a realização da operação, inclusive o necessário para os bloqueios e isolamentos, também são indicados. Os meios disponíveis são, portanto, os recursos em pessoal e material colocados à disposição do Serviço de Segurança para o cumprimento da missão, devendo ser adequados e suficientes de acordo com a importância da autoridade e com a conjuntura do momento, sendo que estes condicionam o emprego de diferentes meios e a montagem das propostas de execução. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 7 101 Credenciamento de todo o pessoal empenhado na segurança e no apoio, como também os convidados, jornalistas, etc. Para tanto, utilizam-se distintivos de lapela, cartões de identificação, cartões para o para-brisa dos veículos, etc. Estabelecimento das ligações com as autoridades locais através de contatos com os órgãos de segurança e de apoio que necessitem ser envolvidos para que seja possível a realização do evento. Locais de atuação e atribuições gerais de cada elemento de apoio (policiamento ostensivo, dispositivo de trânsito, etc.). É o momento em que a segurança realiza a ambientação com a área de atuação. 27. [CESPE – TEC. JUDICIÁRIO SEGURANÇA – TST – 2008] Uma equipe de profissionais responsável pela segurança de uma autoridade do poder executivo tem a missão de acompanhá-la e protegê-la em uma solenidade em que, conforme notícias, um grupo de pessoas pretende confrontá-la publicamente. O espaço destinado ao evento é um auditório fechado com capacidade para dois mil lugares. Para essa situação, é correto que seja elaborado um planejamento de segurança, para o qual deverão ser coletadas informações inerentes ao evento, tais como número de participantes, controle de entrada, identificação de participantes, levantamento do local, grau de risco a que estará exposta a autoridade, entre outras. Comentário: É exatamente na fase do PLANEJAMENTO OPERACIONAL, principalmente na definição da MISSÃO, que todos esses detalhes precisam ser cuidadosamente definidos. Uma equipe de segurança que bem planeja todas as suas ações, considerando, principalmente, o grau de risco e a importância da autoridade protegida, certamente logrará êxito em suas missões. Gabarito: Certo 6.2.1.3. Atividade de Inteligência Os dados e informações constituem-se em elementos fundamentais para o planejamento. Eles são obtidos através dos organizadores dos eventos, jornais, revistas, rádios, televisão e órgãos oficiais. A coleta de informações proporciona o conhecimento das adversidades existentes ou potenciais, possibilitando condições de planejamento para maior proteção à autoridade. Os assuntos de interesses políticos ou de foro íntimo da autoridade são considerados desde que não exponham a sua intimidade. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 8 101 Essencial para a realização do planejamento de qualquer operação de segurança de autoridade, deve ser realizada de forma permanente e contínua para obtenção de informações nas mais diversas áreas, principalmente na segurança pública. 6.2.1.4. Reuniões Preparatórias Através destas se estabelece os locais de atuação e atribuições gerais dos elementos de apoio (policiamento ostensivo, dispositivo de trânsito, etc.). Nela se estabelecem os planos de controle da população no local de aparição, nos pontos de chegada e saída da autoridade, bem como a distância entre a autoridade e os expectadores, sendo estas distâncias mantidas mediante o emprego de policiais e barreiras. Procura envolver, para o caso de eventual necessidade, a participação de órgãos responsáveis por outros serviços que possam ser úteis para a segurança de autoridades, tais como bombeiros, serviço de saúde, energia elétrica, reboques, caminhões pipas, etc. 6.2.1.5. Treinamento O planejamento de segurança é colocado em execução com um treinamento. Nessa oportunidade, é verificado o dispositivo adotado, a compreensão das missões atribuídas, as providências para as emergências e os perigos e as possíveis falhas do planejamento. Nesta oportunidade verifica-se a necessidade de alteração do plano final. Para a consolidação do plano final, há o desencadeamento das providências quando se inclui o treinamento, com a finalidade de se aplicar às medidas previstas e verificar a sua eficiência. Esse treinamento ou ensaio é conduzido desde que não prejudique o sigilo atribuído à missão. Sempre que houver necessidade o plano final é alterado, de modo que a autoridade tenha à sua disposição melhor sistema de segurança possível. 6.2.1.6. Plano de Ação Após serem avaliados os dados obtidos nos reconhecimentos, reuniões e treinamentos, é elaborado o planejamento final, que deverá incluir itens sobre as medidas administrativas, as comunicações, o credenciamento, o controle de pessoas e as ordens aos agentes participantes. 6.2.1.7. Execução da Missão O dispositivo da segurança deverá ser montado com antecedência em relação à realização do evento. O dispositivo é instalado, de modo que os agentes ocupem suas posições, as vistorias Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br1694485 9 101 sejam executadas sem a presença do público e as pessoas participantes sejam orientadas para os lugares adequados. A missão da segurança pessoal é executada de acordo com o planejamento. A flexibilidade é aspecto fundamental, devendo orientar a atividade de acordo com as possíveis alterações, no entanto estas não devem provocar surpresa à equipe de segurança. 7. O ITINERÁRIO Outro bom foco de questões de concursos tem a ver com a seleção de itinerários para o deslocamento da autoridade protegida. Desta forma, faço questão de abordar em detalhes sobre o tema, frente a grande importância para provas de concursos. Ponto sensível para a proteção de autoridades, erros no planejamento do itinerário podem ser FATAL na medida em que pode representar momento de grande exposição e vulnerabilidade. O itinerário deve ser entendido como sendo o caminho ou percurso pelo qual se desloca um dignitário, a pé ou com a utilização de um meio de transporte. Constitui-se, portanto, em todo e qualquer deslocamento de uma pessoa protegida de um local para outro, seja a pé ou motorizado e que acarrete em algum tipo de exposição ao público. Esta exposição da pessoa protegida representa sempre uma situação de grande vulnerabilidade, a despeito de todas as medidas preventivas que venham a ser adotadas. Esse fato é comprovado pelo registro de inúmeros atentados praticados contra governantes e celebridades no decorrer da história e que foram perpetrados exatamente ao longo de algum tipo de itinerário. Uma das razões deste fenômeno é a divulgação do evento e do roteiro a ser seguido pelo dignitário, possibilitando o tempo necessário para a preparação da ação agressora. Por esse motivo, os itinerários devem ser metodicamente escolhidos e preparados, assegurando a proteção adequada ao dignitário. Outra razão se deve aos deslocamentos rotineiros entre residência e local de trabalho, dois destinos habituais de qualquer dignitário e que apresentam pouca variação quanto a horário e percurso. Desses itinerários habituais os sequestradores escolheram exatamente as ruas estreitas e de pouco movimento para executar o sequestro. Portanto, para se chegar ao itinerário mais seguro é necessário que haja o planejamento apropriado, com o estabelecimento de vias alternativas e, sempre que possível, com o reconhecimento do percurso e o local de destino do protegido. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 10 101 É imprescindível que a escolha de um itinerário seja baseada nestes critérios, mas podem, também, ocorrer situações em que o itinerário é definido somente de última hora (inopinado), não possibilitando a adoção de medidas de segurança apropriadas. A diversidade dos itinerários pode ser resumida da seguinte forma: 7.1. ITINERÁRIO PRINCIPAL A princípio o itinerário principal deve ser o mais seguro possível, escolhido prioritariamente através de um planejamento adequado e do consequente reconhecimento do percurso. 7.2. ITINERÁRIO ALTERNATIVO No caso de alteração ou modificação dos fatores condicionantes iniciais, que inviabilizam ou desaconselham a utilização do itinerário principal, deve ser utilizado o itinerário alternativo, que também deve ser indicado logo na fase preliminar do planejamento da operação de segurança. 7.3. ITINERÁRIOS EVENTUAIS O conhecimento de todas as opções de percurso possibilita também a utilização de itinerários eventuais, por motivo de perigo ou emergência, que seriam ramificações do itinerário principal ou do itinerário alternativo, utilizados no caso de abandono do itinerário usado. Itinerários inopinados, ou súbitos, de improviso, devem ser evitados! 7.4. PONTOS CRÍTICOS E PONTOS DE APOIO É extremamente importante a identificação dos pontos críticos e dos pontos de apoio que estejam inseridos ao longo do percurso. Os pontos CRÍTICOS (ou DE RISCO) são os locais que, por suas características, oferecem situações de risco, tais como viadutos, curvas acentuadas, obras ao longo de uma via, lombadas ou depressões que obrigam o comboio a reduzir a velocidade, etc. Os pontos DE APOIO (ou DE FUGA) seriam todos os locais que servem para acolhimento e proteção da autoridade no caso de perigo ou emergência, ou para a colocação de meios auxiliares ao deslocamento, tais como quartéis, delegacias, hospitais, repartições públicas em geral, etc. Olha só duas questõezinhas simples: Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 11 101 28. [CESPE – TEC. SEGURANÇA JUDICIÁRIA – TRE/AL – 2004] Para garantir a segurança de autoridades e evitar agressões físicas, danos morais e até mortes, foram criados grupos especializados formados por indivíduos treinados e bem aparelhados. Tráfego intenso, sinais luminosos, passarelas, túneis, vias com vegetação lateral, lombadas, subidas íngremes e obras são alguns dos pontos críticos quanto à segurança durante o transporte de uma autoridade. Comentário: Parece até que foi tirada de nosso material!! (rsrs) Os pontos críticos são aqueles que podem causar algum tipo de risco para o trajeto da autoridade e devem ser cuidadosamente pensados e cuidados. Gabarito: Certo. 29. [CESPE – TEC. SEGURANÇA JUDICIÁRIA – TJDFT – 2008] O itinerário a ser percorrido pelo dignitário deve, o quanto possível, restringir-se ao conhecimento da assessoria de segurança. Comentário: Alguma dúvida de que está certa a questão? Em se tratando da escolha do itinerário, item bastante sensível para a segurança, faz-se extremamente necessário que a equipe de segurança o mantenha em total sigilo, a fim de se resguardar ao máximo das ações de elementos adversos. Gabarito: Certo. 7.5. SELEÇÃO DO ITINERÁRIO PARA DESLOCAMENTO A PÉ Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 12 101 Os deslocamentos a pé expõem a pessoa protegida a um ambiente que geralmente representa uma situação de risco. Diversas vulnerabilidades surgem em decorrência dessa exposição, principalmente quando é necessário manter a proximidade da autoridade com algum ajuntamento de pessoas. Diante dessa realidade, os itinerários a pé devem ser escolhidos com base em um reconhecimento antecipado e planejado adequadamente, em trajetos que possibilitem coordenação, controle, flexibilidade e o maior nível de segurança possível. Para os deslocamentos a pé dá-se preferência aos itinerários de curta distância, pouca duração, cobertos e abrigados, de fácil localização e sem obstáculos, visando a evitar a exposição desnecessária do dignitário. Outro fator que acentua a vulnerabilidade dos deslocamentos a pé se dá nos casos em que o dignitário "interfere" no deslocamento planejado, optando por outro de sua própria escolha. Tomando o dignitário uma iniciativa própria de mudar o itinerário, ele DEVERÁ SER ALERTADO PELA SEGURANÇA a respeito dos riscos e desestimulado a adotar tal atitude. Porém, se for mantida a alteração do percurso por parte do protegido, cabe à segurança procurar reforçar seu esquema tático e, se for o caso, acionar outros meios, em apoio à segurança pessoal. O conhecimento dessa informação por todos os envolvidos no "sistema de segurança" é fundamental para que o dispositivo seja reajustado. 7.6. PLANEJAMENTODO ITINERÁRIO P/ DESLOCAMENTO A PÉ O planejamento sobre qualquer deslocamento a pé representa um procedimento específico destinado a subsidiar um planejamento mais abrangente (Planejamento Operacional da Segurança de Dignitários). Este procedimento inclui os seguintes itens, que podem influir no resultado da missão: Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 13 101 ➢ Conhecimento da missão - possuindo o CONHECIMENTO ANTECIPADO dos detalhes sobre o itinerário a pé a ser realizado pelo dignitário, seja através de uma programação previamente elaborada ou através de uma rotina já estabelecida para o serviço, a segurança pessoal passa a fazer a análise dos dados, valendo-se de mapas ou croquis do local, fazendo os primeiros levantamentos e avaliações dos caminhos possíveis de serem utilizados. Nessa fase, os tópicos referentes às características dos itinerários são considerados, e é estabelecida uma prioridade; ➢ Data e horário - o conhecimento antecipado sobre a data e horário em que será realizado determinado itinerário a pé é importante para possibilitar uma previsão das condições atmosféricas, de temperatura e de luminosidade; ➢ Local de origem e de destino - normalmente definem o trajeto de deslocamento a pé e são locais indicativos da permanência rápida ou demorada da autoridade, o que desfavorece a segurança nos casos de local descoberto; ➢ Roteiro - o roteiro do deslocamento a pé é definido a partir dos locais de origem e de destino. Preferencialmente os trajetos a pé devem ser curtos e de pequena duração. Sempre que possível deve-se utilizar itinerários alternativos, de uma forma que favoreça a segurança; ➢ Meios de transporte utilizados, antes e depois do deslocamento: o meio de transporte pode restringir o número de agentes de segurança a serem deslocados, o que obriga, em alguns casos, ao deslocamento antecipado de agentes para os locais de origem e de destino da autoridade; ➢ Acompanhantes - o dignitário pode ser acompanhado por outras autoridades, público, imprensa e pessoal de apoio. A quantidade de acompanhantes deve ser levantada para efeito de planejamento, pois as condições do trajeto podem dificultar o movimento e a circulação, inclusive da própria segurança; ➢ Procedimentos de emergência - no planejamento são verificadas as rotas de fuga para atender a qualquer emergência ou situação de perigo. Para tanto, itinerários de emergência são reconhecidos, tendo por base o itinerário principal e os alternativos; ➢ Reconhecimento - todo deslocamento a pé deve ter itinerário reconhecido pela segurança pessoal. Devem ser levantados todos os dados que possam influir de maneira positiva ou negativa no fluxo da autoridade e acompanhantes. Se as condições permitirem, serão reconhecidos itinerários alternativos e de emergência; ➢ Treinamentos - sempre que possível o deslocamento a pé é ensaiado. Quanto maiores as dificuldades e os riscos, mais importantes se tornam os ensaios; ➢ Execução - o êxito dos deslocamentos a pé está diretamente ligado ao reconhecimento, à implantação das medidas de coordenação e controle e ao preparo da segurança. A execução é conduzida em coordenação com a equipe de cerimonial que, em alguns casos, tem a missão de orientar o dignitário sobre a sequência do evento. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 14 101 7.7. PLANEJAMENTO DO ITINERÁRIO P/ DESLOCAMENTO MOTORIZADO O planejamento sobre qualquer deslocamento motorizado representa um procedimento específico destinado a subsidiar um planejamento mais abrangente e complexo (planejamento Operacional da Segurança de Autoridade). Este procedimento inclui os seguintes itens, que podem influir no resultado da missão: ➢ Conhecimento da missão - possuindo o conhecimento antecipado dos detalhes sobre o itinerário motorizado a ser realizado pela autoridade, seja através de uma programação previamente elaborada ou através de uma rotina já estabelecida para o serviço, a segurança pessoal passa a fazer a análise dos dados, valendo-se de mapas ou croquis do local, fazendo os primeiros levantamentos e avaliações dos caminhos possíveis de serem utilizados. Nessa fase os tópicos referentes às características dos itinerários são considerados, e é estabelecida uma prioridade; ➢ Data e horário - o conhecimento antecipado sobre a data e horário em que será realizado determinado itinerário motorizado é importante para possibilitar uma previsão das condições atmosféricas, de temperatura e de luminosidade, bem como as CONDIÇÕES DE TRÁFEGO E FLUIDEZ DO TRANSITO; ➢ Roteiro - o roteiro do deslocamento é definido a partir da origem e do destino. Os trajetos motorizados podem ser curtos e de pequena duração ou longos e demorados, como os deslocamentos rodoviários. Sempre que possível deve- se utilizar itinerários alternativos, de uma forma que favoreça a segurança; ➢ Reconhecimento do itinerário - após a análise dos dados é realizado o reconhecimento, considerando-se a programação da autoridade, o tipo de deslocamento e os dados obtidos na fase de planejamento, corrigindo ou confirmando a prioridade inicial. Para tanto devem Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 ==19db15== 15 101 ser observados os aspectos da segurança, da comodidade e do interesse político. Na fase de reconhecimento, os itinerários motorizados devem ser percorridos sempre no sentido previsto para o deslocamento da autoridade e, de preferência, NO MESMO HORÁRIO PREVISTO NA PROGRAMAÇÃO. Quando a programação for realizada à noite, é importante não só a realização do percurso no mesmo horário previsto na programação oficial, para se adaptar principalmente à luminosidade, mas também o reconhecimento diurno, para se obter o conhecimento detalhado do percurso. São reconhecidos também os itinerários alternativos e eventuais, os pontos críticos e de apoio, principalmente os que conduzem aos hospitais de sobreaviso e os que permitem a fuga. Nessa oportunidade devem ser avaliadas as possibilidades de um atentado, a quantidade de pessoal, e o material necessário para oferecer segurança em todo o itinerário; ➢ Seleção dos itinerários - após o reconhecimento e avaliadas todas as componentes, é feita a seleção dos itinerários principal, alternativos ou secundários e eventuais. A escolha do itinerário deve preferencialmente recair sobre o itinerário mais protegido e seguro, mesmo que não seja o mais curto; ➢ Treinamento - havendo disponibilidade de tempo deve ser realizado um treinamento, conferindo o dispositivo adotado, a compreensão das missões distribuídas, as providências em caso de emergência e as possíveis falhas de planejamento. No dia do evento, após a montagem do dispositivo, antes do deslocamento da autoridade e COM BOA ANTECEDÊNCIA, é realizada uma inspeção final, com o intuito de vistoriar o itinerário e detectar alguma incorreção do dispositivo ou evidência de perigo. De certa forma, a pessoa protegida fica vulnerável diante de qualquer situação de deslocamento, seja em maior ou menor grau. Porém o risco poderá ser minimizado com a elaboração de um efetivo planejamento e com a adoção de algumas regras importantes (adoradas pela FCC), tais como: ✓ evitar rotina, mudando horários, percursos e tipo de veículo,se considerar necessário; ✓ manter sigilo sobre datas e horários; ✓ fazer o reconhecimento prévio do percurso antes de conduzir a "pessoa protegida”; ✓ adotar velocidade segura; ✓ manter atenção redobrada para os pontos críticos, posicionando o policiamento sempre que possível; ✓ utilizar o caminho mais seguro, mesmo que seja mais longo; Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 16 101 ✓ usar veículos semelhantes; ✓ adotar itinerários alternativos devidamente reconhecidos; ✓ viabilizar uma rede de comunicação (em caso de comboio); ✓ conduzir equipamento especializado para utilização na viatura de segurança. Finalizamos mais um tópico superimportante! Vamos ver como o assunto foi cobrado: 30. [FCC – TECNICO DE SEGURANÇA – MPU - 2007] Com relação à segurança de dignitários, na escolha de trajetos apropriados a serem utilizados, a equipe de segurança deve considerar como adequados, dentre outros, os aspectos: (A) o reconhecimento do planejamento do dignitário e as condições de tráfego do trajeto. (B) a vontade do dignitário na decisão do trajeto e a execução das ações de segurança. (C) a preparação e o planejamento do dignitário, bem como a execução das ações de emergência. (D) a determinação da vontade do dignitário e o reconhecimento da região de destino. (E) o exame em carta (mapa), o reconhecimento dos trajetos e áreas de destino, bem como o planejamento das ações de segurança decorrentes. Comentário: Primeiro de tudo: é preciso que você preste bastante atenção no enunciado da questão. Ele pede os aspectos mais adequados a serem considerados pela equipe de segurança quando da escolha de trajetos, ou seja, de itinerários. Então, dentre as alternativas, você deve escolher a mais apropriada, a que traz mais requisitos de acordo com tudo que você estudou. Vamos aos itens! Item A - As condições de tráfego no trajeto devem ser, de fato, consideradas. Porém, o reconhecimento do planejamento do dignitário não cai muito bem, quando se trata de procedimento mais adequado para escolha de trajeto. (Errado) Item B - Lembre-se que, na escolha do melhor trajeto, a opinião do dignitário deve ser a última a ser ouvida. Um dignitário que respeita sua equipe de segurança sabe que ela estudará e planejará o trajeto que oferecerá para ele a melhor condição de segurança. O Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 17 101 dignitário deve evitar ao máximo determinar qual deva ser o seu melhor trajeto, pois sua equipe está mais tecnicamente preparada para isso. (Errado) Item C - A preparação do dignitário não é o fator mais importante nem o aspecto mais relevante para o planejamento do trajeto. A equipe de segurança deve conhecer a agenda do dia do protegido, as intenções de destinos do dignitário, mas esse não é o aspecto mais adequado para a escolha do melhor trajeto. (Errado) Item D - O reconhecimento da região de destino é aspecto crucial na escolha do melhor trajeto, mas repito: a vontade do dignitário não deve ser prioritariamente considerada nesta hora. (Errado) Item E - Pronto, isso mesmo! Esses são os aspectos mais importantes na escolha do itinerário. Leve-os para a sua prova! (Certo) Gabarito: Letra “E”. 31. [FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRT/9ª – 2010] Sobre deslocamento de dignitários, considere: I. Os deslocamentos (a pé ou transportado) são as situações mais vulneráveis às quais uma autoridade pode se submeter. II. Um dos objetivos da segurança é se antecipar às ações de risco. III. O reconhecimento do itinerário deve ser realizado assim que for definido todo o esquema de segurança. Está correto o que consta em (A) I e II, apenas. (B) I, II e III. (C) II, apenas. (D) III, apenas. (E) I e III, apenas. Comentário: Item I - Exatamente! Os deslocamentos por si só já deixam a autoridade em uma situação mais delicada, pois sua visibilidade aumenta e, consequentemente, sua vulnerabilidade. (Certo) Item II - Pois é!! Já vimos que o maior foco da segurança e de seu planejamento é a prevenção. (Certo) Item III - Uma pegadinha interessante! Vimos que, para se chegar ao itinerário mais seguro, é necessário que haja o planejamento apropriado, com o estabelecimento prévio de vias alternativas e, sempre que possível, com o reconhecimento do percurso e o local de destino Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 18 101 do protegido. O reconhecimento do itinerário deve ser feito antes de definido todo o esquema de segurança, pois tal definição é um dos componentes essenciais do planejamento. Lembre-se disso, beleza? (Errado) Gabarito: Letra “A”. 32. [FCC – TECNICO JUD. ESPEC. SEGURANÇA – TRT/6ª – 2012] Sobre as técnicas, táticas e modus operandi da segurança de dignitários, é correto afirmar que (A) a atuação descaracterizada do segurança facilita ações preventivas, pelo fato de estar desuniformizado. (B) a lealdade e a sinceridade, independentes dos desdobramentos, são alguns parâmetros de conduta por parte do segurança. (C) reuniões antes do uso, pela primeira vez, do plano de segurança são ineficazes na segurança de dignitários. (D) a execução do plano de segurança deve ser colocado em prática logo após sua elaboração escrita. (E) sempre haverá distinção entre o modus operandi utilizado para a segurança de pessoas e do empregado para empresas. Comentário: Item A – Errado! Você já deve ter percebido que esse item é bastante recorrente em provas FCC. É de extrema importância que você saiba diferenciar a ação caracterizada da ação descaracterizada. Sabendo essa diferença, já terá uma questãozinha na mão! Repetindo: Geral ou institucional, a operação da segurança das pessoas pode ser desencadeada: De forma caracterizada, quando os agentes atuam, ostensiva ou veladamente, com envolvimento direto nas ações ou reações desencadeadas. Atuando ostensivamente, a segurança das pessoas utiliza o próprio caráter ostensivo de suas ações - seja pela atitude, pelo uso de uniformes ou pelos equipamentos empregados – como instrumentos da segurança que busca proporcionar. Atuando veladamente, seus agentes operam não uniformizados e com bastante discrição, embora sem ocultar completamente sua condição de profissionais de segurança. De forma descaracterizada, quando os agentes atuam secretamente e, em princípio, não se envolvem diretamente nas ações. Operando de forma descaracterizada, os agentes ocultam completamente essa sua condição e atuam secretamente direcionados para a prevenção, evitando, salvo em situações extremas, o envolvimento direto em ações ou reações, tendo em vista manterem-se incólumes. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 19 101 A banca tenta lhe confundir insinuando que estar desuniformizado é o mesmo que estar descaracterizado. Pelos conceitos acima, temos que a atuação não uniformizada é a atuação caracterizada e velada. Item B - Verdade! O agente de segurança deve possuir ou desenvolver qualidades intelectuais, morais, físicas e psicológicas necessárias ao bom desempenho da atividadede segurança pessoal. Dentre as qualidades morais, temos a lealdade e a honestidade (ou sinceridade). A lealdade é uma qualidade intrínseca do agente de segurança pessoal. Deve existir sempre o forte compromisso do agente de segurança com a atividade que exerce, mantendo-se o mesmo totalmente livre de influência política, ideológica, religiosa ou qualquer outra que afete seu desempenho ou comprometa o serviço. A probidade do agente de segurança (sinceridade) possibilita resguardar o dignitário de possíveis traições ou indiscrições. Pela importância atribuída ao dignitário, o agente de segurança pode ser um elemento visado e tentado a ser corrompido ou cooptado a fim de permitir facilidade para uma aproximação inoportuna ou até mesmo comprometimento da segurança do dignitário. Logo, seja qual for o desdobramento, podemos concluir que a sinceridade e a lealdade nunca poderão deixar de existir como parâmetros de conduta por parte do segurança. (Certo) Item C - O planejamento da segurança inicia-se com o recebimento da missão, em que busca definir os aspectos fundamentais do seu cumprimento, tais como: o que a autoridade irá fazer, quando e onde será o evento, qual o prazo disponível, qual será o meio de deslocamento, quem irá acompanhar a autoridade, implicações quanto ao sigilo, considerações políticas e outros julgados úteis. Nesse contexto, temos a importância da realização de reuniões preparatórias. Através destas se estabelece os locais de atuação e atribuições gerais dos elementos de apoio (policiamento ostensivo, dispositivo de trânsito, etc.). Nelas, se estabelecem os planos de controle da população no local de aparição, nos pontos de chegada e saída da autoridade, bem como a distância entre a autoridade e os expectadores, sendo estas distâncias mantidas mediante o emprego de policiais e barreiras. Após serem avaliados os dados obtidos nos reconhecimentos, reuniões e treinamentos, é elaborado o planejamento final, que deverá incluir itens sobre as medidas administrativas, as comunicações, o credenciamento, o controle de pessoas e as ordens aos agentes participantes. Como dizer então que tais reuniões são ineficazes?? Invenção da banca! (Errado) Item D - Nem sempre! A organização precisa ter um processo de planejamento estruturado que garanta uma análise rigorosa das alternativas e dos recursos disponíveis. Isso fica mais latente quando existem várias alternativas para se atingir os resultados desejados e que o atingimento de um resultado pode ser conflitante com a busca de outros, particularmente quando os recursos disponíveis são escassos. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 1 20 101 A missão da segurança pessoal é executada de acordo com o planejamento. Nem sempre há a possibilidade de que o plano tenha uma versão escrita para ser colocado em prática. A flexibilidade é aspecto fundamental, devendo orientar a atividade de acordo com as possíveis alterações. No entanto, estas alterações não devem provocar surpresa à equipe de segurança. (Errado) Item E - A Segurança das Pessoas tornou evidente a existência de dois universos distintos, mas expressivamente inter-relacionados: o ambiente privado dos indivíduos ou grupos (segurança VIP) e o ambiente corporativo das empresas (Segurança de Dignitários). Para a sua prova FCC, é muito importante saber que, tanto em um ambiente quanto no outro, o modus operandi é o mesmo: opera-se a segurança atuando de forma caracterizada, agindo velada ou ostensivamente, ou de forma descaracterizada, agindo secretamente, sempre observando os mesmos fundamentos técnicos e operacionais. O item equivoca-se ao afirmar que sempre haverá distinção entre o modus operandi utilizado para a segurança de pessoas e do empregado para empresas. De forma alguma! (Errado) Gabarito: Letra “B”. 33. [FCC – TECNICO JUD. SEGURANÇA E TRANSP. – TRF/2ª – 2012] Com relação à Segurança de Dignitários, é correto afirmar: (A) Nos casos de eventos adversos, o protegido é quem dará a ordem final sobre a sua segurança. (B) A formação policial já credencia e habilita o agente para o exercício da atividade de segurança de dignitários. (C) Quando o agente atua de forma descaracterizada, ainda assim, ele pode e deve agir de forma preventiva. (D) Atuando de forma velada, o agente oculta completamente a sua condição e atua secretamente. (E) Deve-se agir, principalmente, na forma repressiva. Comentário: Item A - A maior colaboração do dignitário para com a sua própria segurança seria ouvir e atender as informações e sugestões do seu serviço de segurança, evitando que esse mesmo serviço adote uma ação que se desenvolva parcial e sigilosamente, o que dificultaria muito o trabalho, e elevaria o risco. Com relação ao protegido, em nossa Aula 00 destacamos a importância de não esquecer que sua equipe de segurança deve, entre outras medidas: → Deixar claro ao protegido quem decide no caso de eventos adversos; Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 9 21 101 Assim, tenha sempre em mente que em casos adversos não é o protegido quem dará a ordem final sobre a sua segurança. Essa responsabilidade é da sua equipe de segurança! (Errado) Item B - Opa! Ser policial não credencia automaticamente alguém para o exercício da atividade de segurança de dignitários, não! Até pode ser, mas a figura do agente de segurança corresponde à do profissional (policial, militar, segurança privada, etc.) que possui a atribuição legal para salvaguardar a integridade física e psicológica de um "dignitário protegido", cuja atuação deve ser sempre orientada por um conjunto de métodos e procedimentos padronizados e corretamente assimilados e treinados. Este "agente de segurança" deve possuir ou desenvolver qualidades intelectuais, morais, físicas e psicológicas necessárias ao bom desempenho da atividade de segurança pessoal, sendo imprescindível que o mesmo seja submetido a um rigoroso processo de seleção antes de assumir a função, no intuito que possa ser avaliado quanto aos seus atributos pessoais. (Errado) Item C - Isso mesmo! Quando o agente atua de forma descaracterizada, atua secretamente e, em princípio, não se envolve diretamente nas ações. Operando de forma descaracterizada, o agente oculta completamente essa sua condição e atua secretamente direcionado para a prevenção, evitando, salvo em situações extremas, o envolvimento direto em ações ou reações, tendo em vista manterem-se incólumes. (Certo) Item D - Nossa banca adora esse assunto! Vamos repetir até você não esquecer nunca mais: Geral ou institucional, a operação da segurança das pessoas pode ser desencadeada de forma caracterizada, quando os agentes atuam, ostensiva ou veladamente, com envolvimento direto nas ações ou reações desencadeadas. Atuando veladamente, seus agentes operam não uniformizados e com bastante discrição, embora sem ocultar completamente sua condição de profissionais de segurança. É na forma descaracterizada que os agentes atuam secretamente. (Errado) Item E - Nessa afirmação tenho certeza que você, meu estimado aluno do Estratégia, não cai mais! O segurança de pessoas deve agir como um "evitador de problemas", prevenindo e atuando nas situações de crises e evitando acidentes de toda ordem, agindo, também, em emergências medicas, situações embaraçosas ou em contrariedades. Nunca esqueça: o foco principal da segurança é a prevenção e não a reação. (Errado) Gabarito: Letra “C”. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, MarcosGirão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 d 22 101 8. A ESCOLTA PESSOAL A escolta pessoal é um procedimento de segurança compreendido como sendo a utilização de um agente ou de um grupo de agentes, que tem por atribuição realizar o acompanhamento aproximado de uma "pessoa protegida" nas mais diversas situações, principalmente naquelas em que o protegido se exponha ao público, seja diante de multidões ou na presença de transeuntes habituais, tendo muitas das vezes de se movimentar livremente e de forma discreta. Numa sociedade livre, onde o acesso aos líderes faz parte da democracia, as necessidades e os desafios de um serviço de segurança aumentam em consequência da exposição pública do dignitário e da proximidade indiscriminada deste com pessoas desconhecidas. Tomando como exemplo a execução de um esquema de proteção de uma autoridade governamental, observa-se que a doutrina estabelece, para sua execução, a adoção de círculos ou perímetros, que são dispositivos de segurança apropriados para a cobertura de todos os espaços em que a autoridade está inserida, propiciando contiguidades de segurança, na medida do possível. A escolta pessoal equivaleria ao PERÍMETRO DE SEGURANÇA PESSOAL, que é o dispositivo mais interno, que atua junto ao protegido o tempo todo. No caso da segurança de autoridades governamentais, tal dispositivo é invariavelmente complementado, com o reforço das ações especializadas (detecção de ameaças/varredura) e pelo perímetro de segurança pública (policiamento ostensivo / esquema de isolamento / dispositivo de trânsito). Portanto, a escolta pessoal é o núcleo básico de todo o esquema de segurança de dignitários e representa a última linha de defesa da “pessoa protegida". Os agentes de segurança devem estar aptos a impedir qualquer ameaça dirigida para a "pessoa protegida". Deve merecer atenção constante a necessidade da cobertura corporal do protegido por um elemento de segurança que esteja sempre próximo ou em condições de aproximar-se rapidamente. Cada agente deve estar totalmente concentrado em sua área de responsabilidade durante a formação, com cada arco de cobertura visual sobrepondo aquele de outro agente, obedecendo a um sistema elástico, que consiste em estar mais aproximado do protegido em locais de maior risco, (concentração populares, comícios, etc.) e relativamente afastado em locais de menor risco (hotéis, residências, etc.). Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 b 23 101 A imagem da pessoa protegida deve ser preservada pela adoção de um comportamento discreto dos agentes de segurança, de forma a não chamar atenção para sua atividade. Para neutralizar o risco ou minorá-lo, é de suma importância o correto posicionamento tático da equipe de segurança. As formações de segurança devem adaptar-se tanto ao ambiente como às circunstancias, cuidando para NÃO SER desnecessariamente rigorosa ou arriscadamente descuidada. A variação do número de integrantes da escolta a pé pode modificar de acordo com diversos fatores, porém sua atuação será necessariamente lastreada em um posicionamento tático apropriado. Existem diversas regras básicas que são importantes para regular a atuação de uma escolta, tais como: ➢ Formações flexíveis - as formações devem adaptar-se ao ambiente como também à situação vivida, isto é, não podem pela sua rigidez prejudicar a imagem do dignitário e nem pelo seu relaxamento colocar em risco a vida do mesmo. A adequação do esquema de segurança ao estilo do protegido representa um amoldamento do serviço que deve atender a limites de razoabilidade. ➢ Cobertura do corpo - Uma das preocupações constantes da segurança é a de que o corpo do dignitário tem que estar sempre resguardado pelo corpo de um agente de segurança ou por outra pessoa que faça parte da comitiva que acompanha o dignitário, servindo de anteparo contra ameaças, principalmente quando a "pessoa protegida" estiver em locais que representam um risco, mesmo que remoto, à sua integridade física e moral. ➢ Preservar a imagem do dignitário - Esta deve ser uma preocupação constante da segurança pessoal. Os homens que dela participam têm que adotar um comportamento o mais discreto possível a fim de não chamar a atenção para si. A segurança ideal seria aquela que fosse eficiente sem ser vista, porém como isto é praticamente impossível, considera-se ideal a segurança eficiente sem que seja notada. Medidas do tipo: ▪ Evitar o posicionamento que enquadre o agente no foco das teleobjetivas dos fotógrafos e filmadoras, de modo que sua imagem não seja veiculada pela imprensa; ▪ Permanecer tranquilo e calado, agindo sem rispidez, mas com firmeza, evitando qualquer atrito com a população, a imprensa e as autoridades; Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 1 24 101 ▪ Ter um comportamento social condizente com a função, portando-se educadamente e atendendo às solicitações com deferência e objetividade; ▪ Recatar-se nas recepções e outros ambientes sociais; ▪ Não fumar ou ingerir bebidas alcoólicas quando em serviço; ▪ Alimentar-se discretamente e fora do ambiente em que estiver o dignitário protegido; ▪ Trajar-se de forma condizente com o local e a natureza do evento, com vestimentas sóbrias, de modo a não chamar a atenção sobre sua pessoa; ▪ Cuidar da aparência pessoal, mantendo/um aspecto asseado. ➢ Observação constante - Os homens de segurança têm que estar atentos a tudo que ocorre nas imediações, do local por onde o dignitário está passando e, com maior ênfase nas pessoas que, pela proximidade, possam causar qualquer tipo de perturbação, bem como nas instalações próximas que ofereçam qualquer tipo de vantagem a um possível agressor. Os agentes atuam com seus sentidos voltados permanentemente às situações e às pessoas circunvizinhas, observando com atenção o seu setor específico de vigilância e procurando perceber qualquer ato ou pessoa suspeita. A proteção é estabelecida de modo que haja através dos seus integrantes uma amplitude de visualização que possibilite um apoio mútuo entre os agentes de segurança. ➢ Distâncias e intervalos corretos - Não se pode estabelecer distâncias e intervalos fixos, pois cada ocasião imporá o distanciamento ideal. Serão corretas as distâncias e intervalos que atendam às demais regras básicas para as escoltas. O posicionamento e as distâncias entre os agentes e, entre estes e o dignitário são determinadas pela localização do público, da imprensa, local do evento e grau de risco ou ameaça. Os agentes se posicionam a uma distância em que possam atuar junto ao dignitário, em caso de necessidade, sendo que a manutenção do acesso ao dignitário deverá ser uma preocupação permanente. A proteção visa impedir agressões físicas e morais dirigidas ao dignitário. Ela exige dos agentes de segurança procedimentos próprios para o cumprimento de suas missões. A estrutura de proteção apoia-se em formações flexíveis e ágeis capazes de possibilitar a mudança de frente, proteção em todas as direções e pronta reação. Vamos então conhecer as formações de células de proteção mais comumente utilizadas pela doutrina de segurança: 8.1. ESCOLTA BÁSICA (01 AGENTE) É também conhecida por escolta solitária, formação solo ou MOSCA. Nesta composição recomenda-se que o agente fique a distânciade um braço do protegido, permanecendo sempre que possível atrás e a direita do mesmo, voltando sua atenção para todas as direções. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 5 25 101 Este agente, o MOSCA, possui a atribuição de fazer a cobertura corporal do protegido, colocando o seu corpo entre ele e a ameaça ou também tentar diminuir a exposição deste ao perigo reduzindo sua silhueta (empurrando, abaixando ou derrubando). A recomendação para que o agente permaneça sempre que possível atrás e à direita do "protegido", se deve ao fato de que os atiradores destros sacam as suas armas pelo lado direito. Havendo a necessidade de empunhar a arma, esse saque não poria o dignitário em situação de risco, que assim teria sua silhueta "varrida" pela arma do próprio agente e poderia acidentalmente ser atingido pelo "fogo amigo". Outra justificativa seria que o agente estaria sacando a arma com a mão direita enquanto que o braço esquerdo, que está mais próximo do protegido, ficaria livre para diminuir a exposição deste ao perigo reduzindo sua silhueta (empurrando, abaixando ou derrubando). O agente de segurança deve adiantar-se e passar na frente quando o protegido necessitar transpor uma porta. Deve abri-Ia taticamente, observando os cuidados que a situação requer, avaliando a possibilidade da existência de risco (interna ou externamente) para somente depois, o protegido transpor tal obstáculo em segurança. O agente de segurança deve ir à frente do protegido quando este tiver que transpor multidões compactas e não haja condições de transpô-la naturalmente. 8.2. ESCOLTA COM 02 AGENTES Estando o dignitário em deslocamento e acompanhado de uma escolta composta de dois agentes de segurança, ambos deverão preferencialmente manter-se atrás do protegido, um à esquerda e o outro à direita. Por ser uma equipe pequena, os agentes devem manter-se entrosados e conservar o olhar sobre o parceiro e o protegido e, amiúde, olhar para trás e para os lados, como forma de ampliar o campo de visualização e detectar ameaças que possam surgir fora dessa perspectiva visual. Quando o dignitário vai transpor uma porta ou penetrar numa multidão, o agente de segurança da esquerda deve adiantar-se e passar na frente da autoridade, observando e avaliando as possibilidades de ameaças e existência de riscos, ou, no caso de multidões, abrir caminho. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 26 101 Quando ocorrer de o protegido deter-se em algum ponto do itinerário, o agente de segurança posicionado à esquerda deslocar-se-á à frente do dignitário e voltar-se-á para ele. O agente da direita fica atrás do dignitário também voltado para ele, fazendo com que todos os campos possíveis de observação em torno sejam cobertos, bem como a retaguarda de cada agente esteja sendo coberta visualmente por outro agente, possibilitando a comunicação visual, por gestos e a pronta ação em caso de ataques contra o "protegido". Não se deve olhar fixamente na direção do protegido e sim à sua volta. O agente que estiver à frente na formação deve, preferencialmente, manter-se ligeiramente à esquerda do dignitário, preservando-lhe o lado do coração. Deve olhar frequentemente por cima do ombro para se certificar quanto à posição do dignitário. O agente que estiver atrás e à direita deverá adotar a posição de MOSCA, permanecendo a mais ou menos um braço de distância do protegido, tendo a preocupação de observar também por cima do ombro as condições de segurança da sua retaguarda. Todos os agentes devem, sempre que necessário, proporcionar a cobertura corporal do "protegido", utilizando o próprio corpo como anteparo entre ele e a ameaça. A equipe deve, sempre que possível, definir uma rota alternativa e necessariamente estabelecer rotas de evacuação. 8.3. ESCOLTA COM 03 AGENTES Estando o dignitário em movimento, acompanhado de três agentes de segurança, um deverá estar atrás e à direita e os outros distribuídos, um de cada lado do dignitário, modificando esse dispositivo de acordo com o ambiente. Quando o dignitário vai transpor uma porta ou penetrar numa multidão, o agente de segurança da direita deve adiantar-se e passar à frente dele, observando as condições de segurança e a existência de riscos. O agente de segurança da esquerda deve atrasar e ficar atrás e ligeiramente à esquerda. Quando ocorrer de o protegido estacionar, os agentes de segurança devem voltar-se para ele, fazendo com que todos os campos possíveis de observação em torno do dignitário sejam cobertos, bem como a retaguarda de cada agente esteja sendo coberta visualmente por outro agente, possibilitando a comunicação visual por gestos e a pronta ação em caso de ataques contra o protegido. NÃO se deve olhar fixamente na direção do protegido e sim À SUA VOLTA. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 27 101 O agente que estiver atrás e à direita deverá adotar a posição de MOSCA, permanecendo a mais ou menos um braço de distância do protegido, enquanto os outros se distribuem confere a necessidade. Todas as formações são adaptáveis às circunstâncias, devendo os agentes estar preparados para mudar de posições quando houver mudança de direção e conduzir-se com tranquilidade, sem que haja restrições aos movimentos do protegido. Todos os agentes devem, sempre que necessário, proporcionar a cobertura corporal do protegido, utilizando o próprio corpo como anteparo entre ele e a ameaça. No caso de o protegido ser uma pessoa pública, deve-se preservar sua imagem, permitindo que as pessoas e a imprensa o vejam normalmente. 8.4. ESCOLTA COM 04 AGENTES Estando o dignitário deslocando-se acompanhado de quatro agentes de segurança, um deverá estar atrás e à direita, um à frente e um de cada lado. Este dispositivo permite variação de acordo com a situação. Podem ser adotadas diversas formações com esse numero de agentes, a partir de um posicionamento básico e fundamental em que os agentes estejam mais agregados, pois as variações que deverão ocorrer, de acordo com a situação a ser enfrentada pelo “protegido" e o respectivo esquema de proteção, são facilmente executadas, permitindo-se muita eficácia nas ações contra ataques próximos, como no caso da tentativa de invasão da zona de proteção pela força. Apresenta como variações: ✓ Formação em forma de quadrado, para médios espaços; ✓ Cristal, para saída de aposentos e escadas; ✓ Circular, para grandes espaços; Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 28 101 ✓ Cunha invertida ou em "V" aberto, utilizada quando a frente para onde se desloca o dignitário acha-se se protegida (dispositivo chama menos a atenção e favorece a imagem do dignitário frente às câmeras e ao público). Um exemplo da formação em “V” aberto: Adiante, veremos outras imagens que ilustram algumas dessas formações. Segura aí! Quando ocorrer de o dignitário deter-se em algum ponto de seu itinerário, os elementos de segurança, partindo das posições acima, devem voltar-se paraele, fazendo com que todos os campos possíveis de observação, em torno dele, sejam cobertos. Este posicionamento, voltado para o dignitário, facilita o trabalho, bem como faz com que a retaguarda de cada agente esteja sendo coberta por outro agente, possibilitando a comunicação visual, por gestos e a pronta ação em caso de ataques contra o dignitário. Um dos agentes de segurança deve sempre se adiantar e passar na frente quando o dignitário necessitar transpor uma porta ou uma multidão. Deve avaliar as possibilidades de risco para, somente depois, o protegido transpor tais obstáculos em segurança. A regra é bem semelhante ao que já vimos: o agente que estiver à frente na formação deve, preferencialmente, manter-se ligeiramente à esquerda da pessoa protegida, preservando-lhe o lado do coração. Um dos agentes deverá adotar a posição de MOSCA, permanecendo atrás e à direita, a mais ou menos um braço de distância do protegido, enquanto os outros se distribuem conforme a necessidade. Quando ocorrer de o dignitário estacionar, os agentes de segurança devem voltar-se para ele, fazendo com que todos os campos possíveis de observação em torno sejam cobertos, bem como a retaguarda de cada agente esteja sendo coberta visualmente por outro agente, possibilitando a comunicação visual, por gestos e a pronta ação em caso de ataques contra o "protegido". O agente que estiver atrás e à direita deverá adotar a posição de MOSCA, permanecendo a mais ou menos um braço de distância do protegido, enquanto os outros se distribuem confere a necessidade. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 29 101 Todos os agentes devem, sempre que necessário, proporcionar a cobertura corporal do protegido, utilizando o próprio corpo como anteparo entre ele e a ameaça. No caso de o protegido ser uma pessoa pública, deve-se preservar sua imagem, permitindo que as pessoas e a imprensa o vejam normalmente. 8.5. ESCOLTA COM 05 AGENTES Estando o dignitário em um deslocamento a pé acompanhado de cinco agentes de segurança, dois deverão estar atrás, um à esquerda, um à direita e outro à frente. O agente que estiver atrás e à direita deverá adotar a posição de MOSCA, permanecendo a mais ou menos um braço de distância do protegido, enquanto os outros se distribuem confere a necessidade. Todas as formações são adaptáveis às circunstancias, devendo os agentes estar preparados para mudar de posições quando houver mudança de direção e conduzir-se com tranquilidade, sem que haja restrições aos movimentos do protegido. 8.6. FORMAÇÕES E ESTRATÉGIAS DE POSICIONAMENTO Como acabamos de ver, as escoltas a pé são esquematizadas através de uma grande diversidade de formações e visam ao atendimento das diferentes situações que se apresentam, proporcionado uma permanente segurança ao dignitário. O tipo de formação adotado, em um determinado momento, é proveniente de uma conjugação de fatores, tais como: ✓ A análise do local; ✓ As informações obtidas sobre o evento; ✓ O nível de segurança exigido e a quantidade de agentes envolvidos; ✓ O apoio fornecido; ✓ A extensão do deslocamento a pé; Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 30 101 ✓ O tipo de público envolvido; ✓ A participação da imprensa. A escolta deve manter como principal diretriz a orientação para que os agentes de segurança que estão mais próximos, normalmente à retaguarda do dignitário, sejam os principais responsáveis pela sua proteção física e pela sua retirada do local, em caso de perigo ou emergência, cabendo aos demais neutralizar a ação adversa e proteger a retirada do dignitário. Uma quantidade maior de agentes permite uma diversidade maior de formações, contanto que as modificações que venham a ocorrer, de acordo com a situação a ser enfrentada pelo protegido e seu esquema de segurança, sejam facilmente executadas. As circunstâncias é que definirão o espaçamento caso a formação seja mais aberta ou mais fechada. Há nomenclaturas utilizadas pela doutrina para cada tipo de formação. São elas: ▪ Homem ponta, para 02 agentes; ▪ Linear, para 03 agentes; ▪ Quadrado, para 04 agentes, utilizada para espaços médios; ▪ Círculo, para 04 ou 05 agentes utilizada em grandes espaços; ▪ Caixa, para 05 agentes; ▪ Losango, para 04 ou 05 agentes; ▪ Cunha invertida ou em "V" aberto, para 04 ou 05 agentes; ▪ Cunha, para 04 ou 05 agentes. Mesmo existindo uma grande diversidade de formações, as mais frequentes em provas e consagradas pelos maiores serviços de segurança são as que dispõem os agentes em linha, em cunha, em "V" aberto e em losango. Questão simples: Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 31 101 [CESPE – TEC. JUDICIÁRIO SEGURANÇA – TSE – 2006] Acerca das formações das escoltas a pé, julgue os itens a seguir. 34. Qualquer que seja a formação, o mosca é o último recurso utilizado em caso de um atentado. Comentário: Verdade! O mosca possui a atribuição de fazer a cobertura corporal do protegido, colocando o seu corpo entre ele e a ameaça, e/ou de também tentar diminuir a exposição deste ao perigo, reduzindo sua silhueta (empurrando, abaixando ou derrubando). Ele deve ser, de fato, o último recurso a ser utilizado. É quando todos os demais agentes falharam ou não conseguiram evitar a proximidade da ameaça à vítima. Nesses casos, o mosca, além de buscar a cobertura do dignitário, será o último a tentar impedir o atentado. Gabarito: Certo. Caro aluno, diante da variedade de combinações, vamos aqui, para fins de provas de concursos, ter uma ideia um pouco mais prática de como funciona essas mais frequentes e consagradas formações: 8.6.1. Em LINHA À RETAGUARDA É a formação utilizada quando: ✓ os flancos estão protegidos; ✓ a frente está livre; e ✓ há necessidade de resguardar a retaguarda do dignitário. Em caso de contato direto da autoridade com o público, torna-se essencial a obtenção de informações sobre o tipo de pessoas que o compõe e a utilização de agentes infiltrados para reforçar o perímetro de segurança pessoal. Alexandre Herculano, Lucas Guimarães, Marcos Girão, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 11 - Parte II Segurança Corporativa p/ BACEN (Técnico Área 2 - Segurança Institucional) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1694485 32 101 Nestas circunstâncias, em que o dignitário está envolvido por um grande público, é necessário também a utilização de barreiras (cordas, jarros, biombos, etc.), que garantam algum isolamento físico na frente do dignitário e impeçam o avanço da multidão. 8.6.2. Em LINHA FRONTAL Essa formação é utilizada quando: ✓ o deslocamento for em via protegida nos flancos; e ✓ quando houver necessidade de uma maior cobertura da frente. 8.6.3. Em CUNHA Tipo de formação utilizada quando a frente para onde se desloca o protegido não é segura e se faz necessário romper algum tipo de bloqueio; quando há necessidade de romper a frente, protegendo a autoridade nos flancos. A retaguarda deve estar coberta por outros dignitários e acompanhantes do protegido.
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