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Caderno de Doutrina-2

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Sumário 
META 1 .............................................................................................................................................................. 8 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: AÇÃO PENAL (PARTE I) ...................................................................................... 8 
1. PRETENSÃO PUNITIVA ................................................................................................................................... 9 
2. AÇÃO PENAL ................................................................................................................................................ 10 
2.1 Direito de Ação ....................................................................................................................................................... 10 
2.2 Condições da Ação ................................................................................................................................................. 12 
2.2.1 Conceito ........................................................................................................................................................... 12 
2.2.2 Condições genéricas ........................................................................................................................................ 13 
2.2.3 Condições Específicas da Ação ......................................................................................................................... 20 
3. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL ....................................................................................................................... 26 
3.1 Princípios Comuns da Ação Penal Pública e Privada .............................................................................................. 26 
3.2 Princípios da Ação Penal Pública ............................................................................................................................ 26 
3.3 Princípios da Ação Penal Privada ............................................................................................................................ 32 
4. AÇÃO PENAL PÚBLICA ................................................................................................................................. 36 
4.1 Ação Penal Pública Incondicionada ........................................................................................................................ 36 
4.2 Ação Penal Pública Condicionada ........................................................................................................................... 37 
4.2.1 Ação Penal Pública Condicionada à Representação do Ofendido ................................................................... 37 
4.2.2 Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça ........................................................... 41 
4.2.3 Ação Penal Pública Subsidiária da Pública ....................................................................................................... 42 
5. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA ......................................................................................................... 43 
5.1 Ação Penal Privada Personalíssima ........................................................................................................................ 44 
5.2 Ação Penal Privada Exclusiva ou Propriamente Dita .............................................................................................. 45 
5.3 Ação Penal Privada Subsidiária da Pública ou Acidentalmente Privada ou Supletiva ............................................ 45 
6. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DA AÇÃO PENAL ................................................................................................. 49 
6.1 Ação Penal Adesiva ................................................................................................................................................. 49 
6.2 Ação Penal Popular ................................................................................................................................................. 49 
6.3 Ação Penal Secundária ........................................................................................................................................... 50 
6.4 Ação de Prevenção Penal ....................................................................................................................................... 51 
7. DENÚNCIA E QUEIXA CRIME ........................................................................................................................ 51 
META 2 ............................................................................................................................................................ 62 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: AÇÃO PENAL (PARTE I) .................................................................................... 62 
8. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (Lei 13.964/19) ............................................................................. 62 
8.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 62 
8.2 Requisitos, Condições e Vedações ......................................................................................................................... 64 
8.3 Procedimento do Acordo de Não Persecução Penal .............................................................................................. 68 
9. AÇÃO CIVIL EX DELICTO ............................................................................................................................... 72 
9.1 Execução Civil ex delicto (art. 63, CPP) X Ação Civil ex delicto (art. 64, CPP).......................................................... 73 
9.2 Legitimados ativos para propor a ação civil ........................................................................................................... 73 
9.3 Indenização na sentença condenatória .................................................................................................................. 74 
9.4 Efeitos civis da sentença absolutória ..................................................................................................................... 75 
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DIREITO PENAL: A LEI PENAL E SUA APLICAÇÃO ............................................................................................. 79 
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL ............................................................................................................................ 79 
1.1. Classificação das Leis Penais .................................................................................................................................. 80 
1.1.1 Leis Penais em Branco ..................................................................................................................................... 81 
1.2 Características da Lei Penal .................................................................................................................................... 83 
2. LEI PENAL NO TEMPO .................................................................................................................................. 83 
2.1. Teorias sobre a Eficácia da Lei Penal no Tempo .................................................................................................... 84 
2.2. Abolitio Criminis .................................................................................................................................................... 85 
2.3. Crime continuado, Crime permanente, Sucessão de leis penais .......................................................................... 88 
2.4. Lei Excepcional e Temporária ................................................................................................................................ 90 
2.5. Lei Intermediária ................................................................................................................................................... 91 
3. LEI PENAL NO ESPAÇO ................................................................................................................................. 92 
3.1. Princípios ............................................................................................................................................................... 92 
3.2. Extraterritorialidade .............................................................................................................................................. 94 
3.3. Lugar Do Crime ...................................................................................................................................................... 98 
4. EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS (IMUNIDADES) ............................................................ 99 
4.1 Introdução .............................................................................................................................................................. 99 
4.2 Imunidades Diplomáticas ....................................................................................................................................... 99 
4.3 Imunidades Parlamentares .................................................................................................................................. 102 
4.3.1 Imunidade Parlamentar Absoluta / Material / Real / Substancial ou Inviolabilidade / Indenidade .............. 102 
4.3.2 Imunidade Parlamentar Relativa / Formal ..................................................................................................... 103 
4.3.3 Imunidade relativa ao processo ..................................................................................................................... 103 
4.3.4 Imunidade relativa à condição de testemunha ............................................................................................. 104 
4.3.5 Imunidades dos Parlamentares dos Estados (Deputados Estaduais) ............................................................ 105 
4.3.6 Imunidades dos Parlamentares dos Municípios (Vereadores) ...................................................................... 106 
5. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA .................................................................................................... 106 
6. CONTAGEM DO PRAZO E FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA .......................................................... 107 
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ................................................................................................................. 107 
7.1 Espécies de Interpretação .................................................................................................................................... 108 
7.2. Interpretação Extensiva X Interpretação Analógica X Analogia .......................................................................... 109 
8. CONFLITO APARENTE DE NORMAS ........................................................................................................... 111 
META 3 .......................................................................................................................................................... 116 
DIREITO ADMINISTRATIVO: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO (PARTE I) .............................................................. 116 
1. PRINCÍPIOS INERENTES À ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA (art. 6, DL 200/67) ..................................... 117 
2. DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO ............................................................................................ 118 
2.1 Espécies de Descentralização ............................................................................................................................... 120 
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS .................................................................................................................................... 122 
3.1 Teorias .................................................................................................................................................................. 125 
3.2 Criação e Extinção de Órgãos Públicos ................................................................................................................. 126 
3.3 Classificação dos Órgãos ...................................................................................................................................... 127 
4. DESCENTRALIZAÇÃO .................................................................................................................................. 130 
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5. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ....................................................................................................................... 130 
5.1. Características ..................................................................................................................................................... 130 
5.2 Entes da Administração Indireta .......................................................................................................................... 132 
5.2.1 Autarquias ...................................................................................................................................................... 132 
5.2.2 Agências Reguladoras ....................................................................................................................................142 
5.2.3 Agências Executivas ....................................................................................................................................... 148 
5.2.4 Fundações Públicas ................................................................................................................................... 149 
5.3 Empresas Estatais (Lei 13.303/2016) ................................................................................................................... 151 
META 4 .......................................................................................................................................................... 156 
DIREITO ADMINISTRATIVO: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO (PARTE II) ............................................................. 156 
6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR .............................................................................................................. 164 
6.1 Serviço Social Autônomo - Sistema “S” ................................................................................................................ 169 
6.2 Entidades ou Fundações de Apoio ....................................................................................................................... 171 
6.3 Organizações Sociais - OS (Lei 9637/98) ............................................................................................................... 171 
6.4 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP (Lei 9790/99) ....................................................... 175 
6.5 Organização Social da Sociedade Civil - OSC (Lei 13.019/14) ............................................................................... 181 
META 5 .......................................................................................................................................................... 196 
DIREITO CIVIL: CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL E LINDB ........................................................... 196 
1. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO BRASILEIRO .................................................................................. 196 
1.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 196 
1.2 A Codificação Do Direito Civil ............................................................................................................................... 197 
1.3 O Código Civil De 2002 ......................................................................................................................................... 197 
1.4 Princípios Norteadores Do Novo Código: Eticidade, Sociabilidade E Operabilidade ........................................... 198 
1.5 Do Direito Civil-Constitucional ............................................................................................................................. 201 
1.6 Da Eficácia Horizontal Dos Direitos Fundamentais .............................................................................................. 203 
1.8 A Eficácia Diagonal Dos Direitos Fundamentais ................................................................................................... 204 
2. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ..................................................................... 204 
2.1 Vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação e integração das leis .......................................................... 204 
2.2 Antinomias ........................................................................................................................................................... 208 
2.3 Aplicação temporal das normas ........................................................................................................................... 209 
2.4 Aplicação do direito público ................................................................................................................................. 211 
DIREITOS HUMANOS: INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ....................................... 218 
1. INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL ................................................................................................................. 218 
1.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 218 
1.2 Direitos Humanos X Direitos do Homem X Direitos Fundamentais ..................................................................... 220 
2. FONTES DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................................ 220 
3. FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS .......................................................................................... 220 
3.1 Jusnaturalismo...................................................................................................................................................... 220 
3.2 Positivismo ........................................................................................................................................................... 221 
3.3 Jusinternacionalista .............................................................................................................................................. 222 
Os direitos humanos se fundamentam em uma ordem superior, universal, imutável e inderrogável. ................. 222 
4. MARCOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................... 222 
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5. INTERNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................. 224 
6. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................ 225 
6.1 Historicidade ........................................................................................................................................................ 225 
6.2 Universalidade ...................................................................................................................................................... 225 
6.3 Limitabilidade ou Relatividade ............................................................................................................................. 225 
6.4 Irrenunciabilidade ................................................................................................................................................ 225 
6.5 Inalienabilidade ou Indisponibilidade .................................................................................................................. 226 
6.6 Imprescritibilidade................................................................................................................................................ 226 
6.7 Vedação ao retrocesso ......................................................................................................................................... 226 
6.8 Essencialidade ...................................................................................................................................................... 227 
6.9 Inerência ou Essencialidade .................................................................................................................................227 
6.10 Interdependência ou Inter-relação ou Complementariedade ........................................................................... 228 
6.11 Inexauribilidade .................................................................................................................................................. 228 
7. UNIVERSALISMO CULTURAL X RELATIVISMO CULTURAL (PIOVESAN, 2019) ............................................ 228 
8. DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS ..................................................................................................... 230 
8.1 Introdução ............................................................................................................................................................ 230 
8.2 1ª Dimensão (Liberdade) ...................................................................................................................................... 231 
8.3 2ª Dimensão (Igualdade) ...................................................................................................................................... 231 
8.4 3ª Dimensão (Fraternidade ou Solidariedade) ..................................................................................................... 232 
8.5 4ª Dimensão ......................................................................................................................................................... 232 
8.6 5ª Dimensão ......................................................................................................................................................... 232 
8.7 6ª Dimensão ......................................................................................................................................................... 233 
8.8 Quadro sinóptico – Segundo Paulo Bonavides ..................................................................................................... 233 
9. A TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK ........................................................................................... 233 
META 6 – REVISÃO SEMANAL ........................................................................................................................ 235 
Direito Processual Penal: Ação Penal ......................................................................................................................... 235 
Direito Penal: A Lei Penal E Sua Aplicação ................................................................................................................. 237 
Direito Administrativo: Entes Da Administração ........................................................................................................ 238 
Direito Civil: Constitucionalização Do Direito Civil e LINDB ....................................................................................... 240 
 
 
 
 
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 03 
META DIA ASSUNTO 
1 SEG DIREITO PROCESSUAL PENAL: Ação Penal (Parte I) 
2 TER 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Ação Penal (Parte II) 
DIREITO PENAL: A Lei Penal e sua Aplicação 
3 QUA DIREITO ADMINISTRATIVO: Entes da Administração (Parte I) 
4 QUI DIREITO ADMINISTRATIVO: Entes da Administração (Parte II) 
5 SEX 
DIREITO CIVIL: Constitucionalização do Direito Civil e LINDB 
DIREITOS HUMANOS: Introdução e Teoria Geral dos Direitos Humanos 
6 SÁB/DOM [REVISÃO SEMANAL] 
 
 
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META 1 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: AÇÃO PENAL (PARTE I) 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
 
CF/88 
⦁ Art. 129, I 
⦁ Art. 5º, LIX 
 
CPP 
⦁ Art. 3º-B, IV 
⦁ Art. 5º, §4º 
⦁ Art. 24 a 68 
⦁ Art. 384 e 385 
⦁ Art. 395 
 
Outros Diplomas Legais 
⦁ Art. 76 e 88 a 91, Lei 9099/95 
⦁ Art. 2º, § 1º, Lei n. 9.613/98 
⦁ Art. 83, § 2º, Lei n. 9.430/96 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
 
CPP: 
⦁ Art. 3º-B, IV 
⦁ Art. 24 e 25 
⦁ Art. 28 (cuidado com a nova redação trazida pelo Pacote Anticrime que ainda NÃO está produzindo 
efeitos!) 
⦁ Art. 28-A (importantíssimo!!!) 
⦁ Art. 29 
⦁ Art. 38, 41, 42, 46, 48, 49 e 51 
⦁ Art. 60 (alto índice de cobrança em prova objetiva!) 
⦁ Art. 65, 66 e 67 (alto índice de cobrança em prova objetiva!) 
⦁ Art. 396 
 
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SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA 
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a 
mulher é pública incondicionada. 
Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público 
em razão do exercício de suas funções. 
Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta 
o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
Súmula 594-STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo 
ofendido ou por seu representante legal. 
 
1. PRETENSÃO PUNITIVA 
 
Possui o jus puniendi como seu elemento intersubjetivo, e é composta pelo próprio direito de punir 
(poder/dever de punir), situado dentro da relação jurídico-penal que se forma após a prática do crime. 
A legislação, a exemplo do Código Penal, prevê a conduta de matar alguém, com pena de 6 a 20 anos 
(art. 121, CP). O tipo penal incriminador até então encontra-se no plano abstrato. Porém, no momento em 
que o sujeito pratica a conduta, in casu, o delito, o direito de punir, que estava no plano abstrato, passa para 
o plano concreto, ocasião em que, surge o ius puniendi do Estado. 
Assim, a partir do momento em que alguém pratica a conduta delituosa prevista no tipo penal, este 
direito de punir desce do plano abstrato ese transforma no ius puniendi in concreto. 
 
PLANO ABSTRATO REALIZAÇÃO DA CONDUTA PRETENSÃO PUNITIVA 
A norma penal no plano 
abstrato prevê a conduta e 
comina sanção. 
Quando o sujeito pratica a 
conduta, inobstante esteja 
prevista como fato típico, 
nasce para o Estado a 
possibilidade de exercício do 
seu jus puniendi. 
A pretensão punitiva foi 
materializada/surgiu, sob a 
perspectiva do mundo 
concreto. 
 
Pretensão punitiva x Ação penal: 
 
● Pretensão punitiva: Verifica-se quando se imputa ao réu, mediante a ação penal, a prática de crime, 
para que ele seja sujeito às sanções previstas na legislação penal. 
● Ação penal: É instrumento utilizado pelo Estado para obter o exercício da pretensão punitiva, uma 
vez que, a partir da ação penal o Estado-acusação (ou o ofendido) ingressam em juízo para solicitar 
a aplicação das normas de direito penal ao caso concreto, exercendo a pretensão punitiva. 
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Nesse sentido, preleciona Renato Brasileiro: 
 
O Estado, por intermédio do Poder Legislativo, elabora as leis penais, cominando 
sanções àqueles que vierem a praticar a conduta delituosa, surge para ele o direito 
de punir os infratores num plano abstrato e, para o particular, o dever de se abster 
de praticar a infração penal. No entanto, a partir do momento em que alguém 
pratica a conduta delituosa prevista no tipo penal, este direito de punir desce do 
plano abstrato e se transforma no jus puniendi in concreto. O Estado, que até então 
tinha um poder abstrato, genérico e impessoal, passa a ter uma pretensão concreta 
de punir o suposto autor do fato delituoso (Manual de Processo Penal, Renato 
Brasileiro, 2017, p. 37). 
 
 Pergunta-se: Em que consiste a pretensão punitiva? 
 A pretensão punitiva, pode ser compreendida como o poder do Estado de exigir de quem comete 
um delito a submissão à sanção penal. Através da pretensão punitiva, o Estado procura tornar efetivo o jus 
puniendi, exigindo do autor do delito, que está obrigado a sujeitar-se à sanção penal, o cumprimento dessa 
obrigação, que consiste em sofrer as consequências do crime e se concretiza no dever de abster-se ele de 
qualquer resistência contra os órgãos estatais a que cumpre executar a pena. (Manual de Processo Penal, 
Renato Brasileiro, 2017, p. 37). 
 
2. AÇÃO PENAL 
 
2.1 Direito de Ação 
 
a) Conceito 
 
O Estado trouxe para si o exercício da função jurisdicional, de modo que ele deverá fornecer ao 
cidadão a tutela jurisdicional. Esse instrumento encontra-se solidificado no direito de ação. 
Nesse sentido, o direito de ação é o direito público subjetivo consagrado na CF/88, de se exigir do 
Estado-Juiz a aplicação do direito objetivo ao caso concreto, para a solução da demanda penal. 
A partir dele a parte acusadora – Ministério Público ou ofendido (querelante) – tem a possibilidade 
de, mediante o devido processo legal, provocar o Estado-Juiz a dizer o direito objetivo no caso concreto. 
(Renato Brasileiro). 
 
b) Fundamento Constitucional 
 
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O direito de ação é extraído da própria Constituição Federal, art. 5º, XXXV: “a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
O dispositivo constitucional consagra o chamado princípio da inafastabilidade de jurisdição. Assim, 
se não exclui a apreciação, significa dizer que há o dever de prestá-la. 
 
DICA: não confundir direito de ação com ação propriamente dita 
Direito de ação Ação 
É o direito de ingressar em juízo, na busca da 
tutela jurisdicional. Tem natureza jurídica de um 
direito público, subjetivo, abstrato, autônomo e 
instrumental (meio para se permitir o exercício 
do direito de punir do Estado). 
É a materialização do Direito de ação, razão 
pela qual denomina-se de ação propriamente 
dita. É o ato, por meio do qual, instrumentaliza-
se o direito de ação assegurado 
constitucionalmente. 
 
Conforme leciona Renato Brasileiro: 
 
De acordo com a doutrina majoritária, o direito de ação penal é o direito público 
subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo a um caso 
concreto. Funciona, portanto, como o direito que a parte acusadora – Ministério 
Público ou o ofendido (querelante) – tem de, mediante o devido processo legal, 
provocar o Estado a dizer o direito objetivo no caso concreto (2017, p. 199). 
 
ATENÇÃO: não se pode confundir o direito de ação com o direito que se afirma ter quando se exercita o 
direito de ação, o qual pode ser designado como o direito material deduzido em juízo. O direito de ação é 
abstrato, pois independe do conteúdo que se afirma quando se provoca a jurisdição. 
 
Características do direito de ação penal: 
 
● Direito público: A ação é proposta contra o Estado, pois trata-se do direito de provocar o Estado-juiz 
para o exercício da atividade jurisdicional, cuja natureza é pública, sendo função típica do Poder 
Judiciário. 
OBS.: A ação penal privada também apresenta a mesma característica, visto que há transferência apenas 
da iniciativa da ação, mas NÃO da titularidade, visto que o poder punitivo pertence ao Estado. 
● Direito subjetivo: O titular do direito de ação penal pode exigir do Estado-Juiz a prestação 
jurisdicional, sendo essa titularidade conferida a um sujeito específico, conforme a legitimidade 
conferida pela lei. 
OBS.: Nos ensinamentos de Aury Lopes Jr. existe um direito potestativo em relação ao acusado – aliado 
ao direito subjetivo em relação ao Estado-jurisdição. Isso porque, uma vez exercitado o direito de ação, 
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o réu se sujeita ao processo, bem como à eventuais consequências que dele decorram (como a pena 
imposta em uma sentença penal condenatória). 
● Direito autônomo: Não se confunde com o direito material que se pretende tutelar. O direito de 
ação é o instrumento que viabiliza o pedido de condenação em relação a determinado fato, imputado 
a certo indivíduo. 
● Direito abstrato: Existe e será exercido mesmo quando a demanda for julgada improcedente, uma 
vez que independe do resultado (característicarelacionada a autonomia do direito de ação). 
● Direito específico: Apresenta um conteúdo, que é o objeto da imputação. Ou seja, apesar de 
abstrato, desenvolve-se a partir de um caso concreto. 
 
2.2 Condições da Ação 
 
2.2.1 Conceito 
São requisitos mínimos indispensáveis ao julgamento da causa. Segundo Nestor Távora: 
 
São os requisitos necessários e condicionantes ao exercício do direito de ação. 
Como se depreende, o exercício do direito de ação não se pode traduzir numa 
aventura desmedida. É certo que a deflagração da ação implica sérias 
consequências ao réu, exigindo-se do demandante o preenchimento de certas 
condições, para que o pleito jurisdicional possa ser exercido de forma legítima 
(2017, p. 156). 
 
Como o direito de ação é autônomo e abstrato, pode ser exercido mesmo que as condições não 
estejam presentes. O direito de invocar a tutela estatal é constitucional e incondicionado. Assim as condições 
da ação são analisadas no âmbito do processo penal, uma vez que, na sua ausência, o processo não se 
desenvolve, ou seja, não será objeto de análise meritória do Estado. O direito de ação é exercido com a 
propositura de inicial e a análise das condições é feita em seguida, pelo juiz, que pode rejeitas a peça 
acusatória. 
A análise das condições da ação observa a Teoria da Asserção, segundo a qual é realizada com base 
nos elementos fornecidos na inicial acusatória, conforme narrado pelo demandante, sem adentrar em 
aspectos probatórios. Assim, há um juízo superficial / precário de admissibilidade, sendo possível que, no 
curso do processo, seja demonstrada a ausência de uma dessas condições, dando azo à absolvição do réu. 
Historicamente, a doutrina se valia do Processo Civil para estabelecer as condições da ação: 
legitimidade da parte, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. O CPC 15 suprimiu a 
“possibilidade jurídica do pedido” e, diversos doutrinadores (como Aury Lopes Jr.) defendem que não é 
possível importar institutos do processo civil para o processo penal, sem qualquer adaptação. Nesse sentido, 
doutrina moderna aponta condições próprias da ação para o processo penal, como será visto adiante. 
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A doutrina trabalha com duas espécies de condições da ação: condições genéricas e as condições 
específicas (condições de procedibilidade). 
 
a) Condições Genéricas: 
São aquelas condições que deve estar presente em toda e qualquer ação penal, independentemente 
da natureza do crime, da pessoa processada, e do procedimento a ser seguido. 
São elas: 
1) Legitimidade para agir; 
2) Interesse de agir; 
3) Possibilidade jurídica do pedido + Justa Causa (lastro probatório mínimo de suporte para 
início da ação penal). 
 
b) Condições Específicas 
São necessárias apenas em relação a determinadas infrações penais, ou ainda, em alguns 
procedimentos específicos. 
Ex.1: representação nos crimes de ação penal pública condicionada. 
Ex.2: autorização de assembleia para que determinados agentes políticos sejam criminalmente 
processados. 
 
2.2.2 Condições genéricas 
 
a) Legitimatio ad causam (Ativa/Passiva): é a pertinência subjetiva da ação. 
 
● Legitimidade ativa: 
Nessa esteira, segundo Renato Brasileiro, é a situação prevista em lei que permite a um determinado 
sujeito propor a demanda judicial e a um determinado sujeito ocupar o polo passivo dessa mesma demanda. 
Há legitimidade de partes quando o autor afirma ser titular do direito subjetivo material demandado 
(legitimidade ativa) e pede a tutela em face do titular da obrigação correspondente àquele direito 
(legitimidade passiva). 
 
DICA: A espécie da ação penal definirá o seu legitimado. 
 
▪ Na ação penal pública: A legitimidade ativa é, em regra, do Ministério Público. 
▪ Na ação penal privada: A legitimidade ativa é do ofendido ou de seu representante legal. 
 
Lembre-se que, ainda que de ação penal pública, se verificada a inércia do MP, surge para o ofendido a 
possibilidade de propor queixa-crime subsidiária (ação penal privada subsidiária da pública). 
 
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● Legitimidade passiva: 
A ação penal pode ser proposta em face apenas do suposto autor do fato delituoso, com 18 anos 
completos ou mais. 
 
ATENÇÃO! 
(1) Legitimidade ad causam ativa e passiva da Pessoa Jurídica 
A pessoa jurídica é dotada de legitimidade ativa (pode oferecer ação penal pública, se restar 
caracterizada a inércia do MP, ou privada). Nesse sentido, a disciplina do art. 37, CPP. 
 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão 
exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos 
contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou 
sócios-gerentes. 
 
Também é admitida a legitimidade passiva (pode ser o provável autor do delito), porém adstrita aos 
crimes ambientais. O art. 173, CF permite que a pessoa jurídica seja responsabilizada criminalmente quanto 
aos crimes ambientais, e também quanto aos crimes contra a ordem econômica, financeira e contra a 
economia popular, na forma da lei. Contudo, não há lei ordinária regulando a responsabilidade penal da 
pessoa jurídica no que diz respeito aos crimes contra a ordem econômica, financeira e contra a economia 
popular. 
 
Lei 9.605/98 – Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, 
civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão 
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
 
Teoria da Dupla Imputação: Até pouco tempo atrás trabalhava-se com a adoção da teoria da dupla 
imputação, segundo a qual a imputação da pessoa jurídica deveria ter por consequência a imputação 
também da pessoa física. Em outras palavras: a pessoa jurídica só poderia ser denunciada pela prática de 
crimes ambientais se a pessoa física também fosse. 
Contudo, esse não é o entendimento que prevalece atualmente. Assim, é possível dizer que a pessoa 
jurídica figurar como polo passivo da ação penal, independentemente da responsabilização concomitante 
das pessoas físicas, pois os Tribunais Superiores não mais adotam a Teoria da Dupla Imputação. 
 
STJ: “(...). Conforme orientação da 1ª Turma do STF, ‘O art. 225, § 3º, da 
Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica 
por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese 
responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária 
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dupla imputação. (RE 548181). Tem-se, assim, que é possível a responsabilização 
penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da 
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. 
Precedentes desta Corte. 3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não 
pode servir de artifício para a prática de condutas espúrias por parte das pessoas 
naturais responsáveis pela sua condução. 4. Recurso ordinário a que se nega 
provimento”. (STJ, 5ª Turma, RMS 39.173/BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, j. 06/08/2015, Dje 13/08/2015). 
 
(2) Legitimidade ad causam ativa de Ente Sem Personalidade Jurídica 
 O CDC possibilita que certas entidades e órgãos da administração pública, direta e indireta, ainda que 
sem personalidade jurídica, atuem como assistentes do Ministério Público e, também ajuízem a queixa-crime 
em caso de inércia do órgão ministerial. Trata-se da denominada ação penal privada subsidiária da pública. 
 
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como 
a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão 
intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 
82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a 
denúncia não for oferecida no prazo legal. 
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: 
(...) 
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que 
sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e 
direitos protegidos por este 
código; 
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam 
entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este 
código, dispensada a autorização assemblear. 
 
(3) Legitimidade Ordinária x Extraordinária (Substituição Processual) x Sucessão Processual x 
Representação Processual (Legitimidade Ad Processum) 
Na legitimação ordinária, alguém pleiteia, em seu próprio nome, um direito também próprio. Essa é 
a regra: defender em juízo um direito seu. É o caso da legitimação do Ministério Público para iniciar a ação 
penal pública. 
Já na legitimação extraordinária (substituição processual), há a defesa de direito alheio em nome 
próprio. Essa é a hipótese da ação penal privada: o ofendido vai a juízo, mediante transferência do Estado da 
legitimidade para iniciar a ação. A vítima tem legitimidade para estar em juízo, enquanto o Estado é o titular 
da pretensão punitiva. 
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Situação diversa é a de sucessão processual, que decorre da morte ou ausência do ofendido, quando 
o seu direito de queixa ou de prosseguir na ação passará aos legitimados do art. 31, CPP. 
Por fim, a representação processual (legitimidade ad processum) se opera quando alguém vai em 
juízo, atuando em nome e na defesa de direito alheio. O sujeito não é parte, mas apenas confere capacidade 
para que o legitimado ingresse em juízo. Ex.: vítima de crime de ação penal privada menor de 18 anos, cuja 
legitimidade pode ser conferida a curador especial nos termos do art. 33, CPP, na ausência de representante 
legal ou na hipótese de colisão de interesses. 
 
b) Interesse de Agir: Composto pelo trinômio (necessidade, adequação e utilidade) 
 
b.1) Necessidade: No processo penal a necessidade é presumida, pois “nulla poena sine judicio”. 
Desse modo, NÃO é possível a imposição de pena sem existência de um processo penal. 
 
Exceções: 
1. Transação Penal (Lei 9.099/95); 
2. Acordo de não persecução penal (art. 28-A, CPP – inserido pelo Pacote Anticrime); 
3. Colaboração premiada (Lei 12.850/13). 
 
Art. 76. É possível o cumprimento imediato de pena, sem que haja sequer processo, 
pois a pena negociada é anterior mesmo ao oferecimento da peça acusatória. 
 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado 
formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave 
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá 
propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas 
cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir 
em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva 
de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a 
investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um 
ou mais dos seguintes resultados 
 
OBS.: Todas as exceções elencadas são mitigações do princípio da obrigatoriedade da ação penal pública 
(presentes as condições da ação, o MP é obrigado a denunciar, art. 24 CPP). 
 
b.2) Adequação: É preciso pleitear-se uma medida adequada para buscar seus interesses. 
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Atenção: Essa adequação NÃO tem importância para as ações penais condenatórias. Tem relevância nas 
ações penais não condenatórias, por exemplo, Habeas Corpus. 
 
Ex.: HC nas hipóteses que não é cabível. 
SUM 693, STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de 
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária 
seja a única cominada. 
 
SUM 694, STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de 
militar ou de perda de patente ou de função pública. 
 
SUM 695, STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de 
liberdade. 
 
b.3) Utilidade: Consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer a tutela do direito do 
autor. 
 
Atenção: A prescrição em perspectiva (virtual/hipotética) consiste no reconhecimento antecipado da 
prescrição em virtude da constatação de que, no caso de possível condenação, eventual pena que venha a 
ser imposta ao acusado estaria fulminada pela prescrição da pretensão punitiva retroativa, tornando inútil 
a instauraçãodo processo penal. 
 
STF e STJ NÃO admitem a prescrição virtual. 
 
Súmula 438, STJ. É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da 
existência ou sorte do processo penal. 
 
c) Justa Causa: Podemos conceituar justa causa como sendo o lastro probatório mínimo indispensável para 
a instauração de um processo penal. 
Assim, deve a acusação ser portadora de elementos de informação que justifiquem a admissão da 
acusação e o custo que representa o processo penal em termos de estigmatização e penas processuais. 
Funciona, pois, como uma condição de garantia contra o uso abusivo de direito de acusar, evitando a 
instauração de processos levianos ou temerários. 
A natureza jurídica da justa causa é alvo de divergência doutrinária, no entanto, prevalece que o CPP 
insere a justa causa como condição genérica da ação, em razão do art. 395, III, CPP: 
 
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Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
I - for manifestamente inepta; 
I - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
 
ATENÇÃO! Justa causa duplicada na lavagem de capitais. 
A expressão “justa causa duplicada” refere-se à condição para que seja iniciada uma ação penal para 
julgar um crime de lavagem de capitais, previsto na Lei nº. 9.613/98. 
Segundo Renato Brasileiro: 
Em se tratando de crime de lavagem de capitais, porém, não basta demonstrar a 
presença de lastro probatório quanto à ocultação de bens, direitos ou valores, 
sendo indispensável que a denúncia também seja instruída com suporte probatório 
demonstrado que tais valores são provenientes, direta ou indiretamente, de 
infração penal (Lei 9.613/98, art. 1º, caput, com redação dada pela Lei 12.683/12). 
Tem-se aí o que a doutrina chama de justa causa duplicada, ou seja, lastro 
probatório mínimo quanto à lavagem e quanto à infração precedente. A propósito, 
o art. 2º, § 1º, da Lei 9.613/98, estabelece que a denúncia será instruída com 
indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os 
fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou 
extinta a punibilidade da infração penal antecedente. 
 
Lei n. 9.613/98, art. 2º, § 1º: A denúncia será instruída com indícios suficientes da 
existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta 
Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade 
da infração penal antecedente. 
 
Justa causa triplicada: A doutrina aponta ainda para a existência de uma justa causa triplicada que ocorre 
quando a infração penal antecedente à lavagem de capitais também possui uma infração penal antecedente 
para a sua configuração. É o exemplo do crime de lavagem que tem como infração penal antecedente o crime 
de receptação, o qual, por sua vez, tem como infração penal antecedente o crime de roubo. 
 Assim, quando do oferecimento da denúncia, cabe ao Parquet revelar o suporte probatório mínimo 
em relação a estes três delitos, daí porque a justa causa se apresenta, de fato, triplicada. 
 
ATENÇÃO (Súmula aprovada em 2021) 
Súmula 648-STJ: A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da ação 
penal por falta de justa causa feito em habeas corpus. 
 
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 Imagine a seguinte situação hipotética: O Ministério Público ajuizou ação penal contra João 
acusando-o da prática de determinado crime. O juiz recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para 
responder à acusação. João apresentou resposta escrita alegando que não havia justa causa e que, portanto, 
ele deveria ser absolvido sumariamente. O magistrado, contudo, rejeitou o pedido de absolvição sumária e 
determinou o início da instrução penal. 
 
 Diante desse cenário, existe algum recurso que João possa interpor? Cabe algum recurso contra a 
decisão do juiz que rejeita o pedido de absolvição sumária? 
NÃO. Não existe recurso cabível na legislação para esse caso. Nesse contexto, contudo, a 
jurisprudência admite a impetração de habeas corpus sob o argumento de que existe risco à liberdade de 
locomoção. Desse modo, em nosso exemplo, a defesa de João impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça 
pedindo o trancamento da ação penal por falta de justa causa. O Desembargador negou o pedido de liminar 
e designou o dia 15/08 para o julgamento do habeas corpus pela Câmara Criminal do TJ. Ocorre que, antes 
disso, no dia 08/08, o juiz proferiu sentença condenando o réu. 
 
 Diante desse cenário, o que acontece com o julgamento do habeas corpus? O Tribunal de Justiça irá 
apreciar o mérito do habeas corpus? 
 NÃO. A superveniência de sentença condenatória torna prejudicado o pedido feito no habeas 
corpus se buscava o trancamento da ação penal sob a alegação de falta de justa causa. A sentença 
condenatória analisa a existência de justa causa de forma mais aprofundada, após a instrução penal com 
contraditório e ampla defesa. Logo, não faz mais sentido o Tribunal examinar a decisão de rejeição da 
absolvição sumária se já há uma nova decisão mais aprofundada. Será essa nova manifestação (sentença) 
que precisará ser analisada. 
Logo, o réu terá que interpor apelação contra a sentença condenatória, recurso de cognição ampla 
por meio do qual toda a matéria será devolvida ao Tribunal, que terá a possibilidade de examinar se a 
condenação foi acertada, ou não. 
 
 E se a sentença tivesse sido absolutória? Se o juiz tivesse absolvido João, o HC também ficaria 
prejudicado? 
 SIM. Com maior razão, o habeas corpus estaria prejudicado, mas agora por outro motivo: falta de 
interesse processual já que a providência buscada pela defesa foi alcançada em 1ª instância. Nesse sentido: 
 
A superveniência de sentença absolutória, na linha da orientação firmada nesta 
Corte, torna prejudicado o pedido que buscava o trancamento da ação penal sob a 
alegação de falta de justa causa. STJ. 6ª Turma. AgInt no RHC 31.478/SP, Rel. Min. 
Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 26/03/2019. 
 
d) Originalidade 
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E, por fim, como uma condição da ação (mas que não está em qualquer manual de processo penal), 
tem-se a ORIGINALIDADE. Segundo Afrânio Silva Jardim, a “originalidade” como condição genérica para o 
regular exercício de qualquer ação. O autor sustenta que os tradicionais pressupostos objetivos extrínsecos 
denominados “litispendência” e “coisa julgada” são, em verdade, condições da ação, porquanto não são 
sanáveis, sem viabilidade de renovação da demanda com correção do vício. Em outros termos, a ação (penal) 
tem que ser original, não se admitindo reproduções, em face da vedação de dupla persecução penal. 
Nos ensinamentos dos professores, André Luiz Nicolitt e Afrânio Silva Jardim: 
 
A maior parte da doutrina não considera a originalidade uma condição da ação, 
classificando-a como pressuposto processual negativo. A originalidade consiste na 
ausência de litispendência e coisa julgada, isto é, a demanda deve ser original, 
porquanto o ordenamento jurídico veda o exercício mais de uma vez da mesma 
ação. 
 
2.2.3 Condições Específicas da Ação 
 
Também chamadas de condições de procedibilidade. Vejamos alguns exemplos: 
1) Representação do ofendido; 
2) Requisição do Ministro da Justiça; 
3) Sentença anulatória de casamento, no crime do art. 236, do CP; 
4) Ingresso no país do autor do crime praticado no estrangeiro; 
5) Declaração de procedência da acusação pela Câmara dos Deputados, no julgamento do 
Presidente da República; 
6) Sentença que decreta a falência, nas ações falimentares. 
 
CUIDADO! NÃO confundir condição de procedibilidade com condição de prosseguibilidade: 
● Condição de procedibilidade: é aquela necessária para dar início à ação penal. 
Ex.: nos crimes contra a honra, em regra, a representação é uma condição de procedibilidade, pois, sem 
ela, a ação penal não pode ser iniciada. 
 
● Condição de prosseguibilidade: é aquela necessária para dar prosseguimento à ação penal. Trata-
se da situação na qual a ação penal já está em curso, mas uma lei posterior altera a natureza da ação 
penal para aquele crime. Ou seja: o crime que antes era de ação penal pública incondicionada (e, por 
isso, não exigia representação), passou a ser de ação penal pública condicionada, de modo que essa 
representação passa a ser condição necessária para dar prosseguimento na ação penal. 
Ex.: A lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9099/95) passou a exigir representação para os crimes de lesão 
corporal leve e lesão corporal culposa. Ou seja, tais crimes, que antes eram de ação penal pública 
incondicionada, passaram a exigir a representação tanto para dar início à ação penal (hipótese em que a 
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representação funciona como condição de procedibilidade), como para dar continuidade à ação que já 
estava em andamento (hipótese em que funciona como condição de prosseguibilidade). 
Nesse sentido, qual a natureza da representação quando se tratar de lesão corporal leve ou culposa 
no âmbito dos Juizados Especiais? R.: Depende! 
▪ Processos relativos à lesão corporal leve e culposa ainda não iniciados: exige representação para 
dar início à ação penal → condição de procedibilidade (art. 88, Lei 9.099/95). 
▪ Processos relativos à lesão corporal leve e culposa que já estavam em andamento: exige 
representação para dar continuidade à ação penal → condição de prosseguibilidade (art. 91, Lei 
9099/95). 
 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de 
representação a ação penal relativa aos crimes de lesão corporais leve e lesões 
culposas. (CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE) 
 
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura 
da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimada para 
oferecê-la no prazo de 30 dias, sob pena de decadência. (CONDIÇÃO DE 
PROSSEGUIBILIDADE) 
 
OBS.: É certo que sem a representação não se pode nem iniciar a persecutio criminis, conforme preconiza o 
artigo 5º, §4º, do CPP. Nesse caso, a representação é condição especial de persequibilidade, porque sem a 
representação não há como deflagrar a persecutio criminis, que antecede a ação penal. 
 
Sem representação a autoridade policial não pode instaurar o inquérito e assim dar início à persecutio 
(condição especial de persequibilidade), sem a representação não se procede em Juízo, isto é, não se deflagra 
ação penal (condição especial de procedibilidade) e sem a representação não se pode dar sequência ao feito 
(condição especial de prosseguibilidade). 
 
Considerações Importantes: 
 
1) A lei que altera a natureza jurídica de uma ação penal é considerada norma penal mista ou híbrida. 
Vamos relembrar os tipos de norma penal e processual? 
● Normas penais: Cuidam do crime, da pena, da medida de segurança, dos efeitos da condenação e do 
direito de punir do Estado (ex.: causas extintivas da punibilidade). 
● Normas processuais penais: Versam sobre o processo desde o seu início até o final da execução ou 
extinção da punibilidade. Lembre-se que, à luz do art. 2º do CPP, a lei processual penal possui 
aplicação imediata: 
 
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Art. 2º - A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos 
atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
As normas processuais penais podem ser: 
 
a) Norma genuinamente processual: Cuidam de procedimentos, atos processuais, técnicas de 
processo. 
b) Norma processual material (ou norma mista ou híbrida): Versam sobre o processo desde o seu início 
até o final da execução ou extinção da punibilidade. Assim, se um dispositivo legal, embora inserido 
em lei processual, versa sobre regra penal, de direito material, a ele serão aplicáveis os princípios 
que regem a lei penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna. (Renato Brasileiro, 
Manual de Processo Penal, 2017). 
Em outras palavras: quando se tratar de norma penal mista, o critério a ser aplicado é o mesmo do 
direito penal, ou seja, irretroatividade da lei maléfica e retroatividade da lei benigna. 
 
As normas que alteram a natureza jurídica de uma ação penal são consideradas normas híbridas porque, 
embora inseridas em diploma processual penal, possuem reflexos diretos em institutos de direito penal, 
como, por exemplo, a extinção da punibilidade. Isso porque, o crime que antes era de ação penal pública 
incondicionada e se torna de ação penal pública condicionada, passa a admitir uma nova hipótese de extinção 
da punibilidade, qual seja, a decadência pela ausênciade representação). 
 
2) Considerando que a norma sobre a natureza jurídica da ação penal é uma norma híbrida e que as 
normas híbridas devem seguir as regras das normas penais, é possível dizer que, em regra, caberá a 
retroatividade da lei em benefício do réu. 
 
ATENÇÃO! Essa retroatividade nem sempre será possível! Não basta analisar o instituto apenas de acordo 
com a lei penal no tempo, sendo necessário também analisar se se trata de uma condição de procedibilidade 
ou prosseguibilidade. 
 
Vamos exemplificar para uma melhor compreensão: 
A Lei 13.964/2019 alterou a natureza jurídica da ação penal referente ao crime de estelionato. Antes, 
o crime de estelionato era sempre de ação penal pública incondicionada. Com a vigência da lei, o crime 
passou a ser de ação penal pública condicionada à representação, salvo algumas hipóteses expressamente 
previstas. Veja: 
 
Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima 
for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
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 I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
Logo, temos que: 
● Antes da Lei 13.964/2019: o crime era de ação penal pública incondicionada 
● Após a Lei 13.964/2019: o crime passou a ser tratado, em regra, como crime de ação penal pública 
condicionada à representação. 
Regra: ação penal pública condicionada à representação. 
Exceção: ação penal pública incondicionada quando o estelionato for perpetrado em face de: 
✔ Administração Pública, direta ou indireta; 
✔ Criança ou adolescente; 
✔ Pessoa com deficiência mental; 
✔ Maior de 70 (setenta) anos de idade; 
✔ Incapaz. 
 
Inicialmente, pergunta-se: Trata-se de alteração de ordem penal ou de ordem processual? 
Essa pergunta é relevante já que definimos que se a norma é penal e for considerada benéfica, terá 
retroatividade e deverá ser aplicada as ações penais em curso. Assim, aquelas pessoas que se encontram 
processadas pelo delito de estelionato deverão ter em seus processos a aplicação da referida norma, 
havendo a necessidade de ocorrer a representação como condição de prosseguibilidade do processo. 
Por outro lado, se entendermos que a norma possui caráter processual, a aplicação será imediata e 
sem retroatividade, somente se aplicando aos delitos de estelionato ocorridos após a entrada em vigor da 
referida legislação. 
Assim, respondendo ao questionamento, a referida norma possui caráter híbrido, penal e 
processual, e, nesses casos, há de prevalecer a sua vertente penal. 
 
E como se posiciona a jurisprudência? 
Considerando a alteração promovida pela Lei 13.964/2019, os Tribunais Superiores foram instados a 
se manifestar acerca da retroatividade da sua aplicação e, consequentemente, necessidade de oferecimento 
ou não da representação aos processos em curso. 
A discussão teve início no STJ (HC 573.093) e, no curso dos anos de 2020 e 2021 foi objeto de uma 
série de divergências. Veja a evolução jurisprudencial: 
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(1) Em 14/04/2020, no HC 573.093, a 5ª Turma do STJ decidiu que a retroatividade da representação deve 
se restringir à fase policial, pois do contrário estar-se-ia transformando uma condição de 
procedibilidade em prosseguibilidade. 
(2) Em 04/08/2020, no Julgado HC 583.837, a decisão da 6ª Turma do STJ foi no sentido de que, por ser lei 
mais benéfica, deve retroagir. 
(3) Em 21/09/2020, a 5ª Turma reiterou o entendimento de que a retroatividade da representação no crime 
de estelionato deve se restringir à fase policial (ato jurídico perfeito). 
(4) Em 14/10/2020, a 1ª Turma do STF reconheceu não ser cabível a aplicação retroativa do parágrafo 5º 
do artigo 171 do CP, uma vez que no momento do oferecimento da denúncia a ação era incondicionada 
e não se exigia representação (HC 187.341/SP). 
(5) Em 13/04/2021, a Terceira Seção consolidou o entendimento das turmas criminais do Superior Tribunal 
de Justiça (STJ) ao definir que a exigência de representação da vítima como pré-requisito para a ação 
penal por estelionato – introduzida pelo Pacote Anticrime– não pode ser aplicada retroativamente para 
beneficiar o réu nos processos que já estavam em curso (Info 691). 
(6) Em 22/06/2021, A 2ª Turma do STF decidiu que a alteração promovida pela Lei nº 13.964/2019, que 
introduziu o § 5º ao art. 171 do Código Penal, ao condicionar o exercício da pretensão punitiva do Estado 
à representação da pessoa ofendida, deve ser aplicada de forma retroativa a abranger tanto as ações 
penais não iniciadas quanto as ações penais em curso até o trânsito em julgado (Info 1023). 
Logo, no cenário atual acerca da matéria, temos o entendimento pacificado do STJ no sentido de que 
deve ser observada a retroatividade, respeitando-se a limitação do ato jurídico perfeito e acabado 
materializado com o oferecimento da denúncia. No STF, contudo, permanece a divergência, uma vez que a 
1ª Turma acompanha do entendimento do STJ, porém, a 2ª Turma, segundo decisão mais recente, admite a 
extensão da retroatividade para todas as ações penais em curso que ainda não tenham transitado em 
julgado. 
 
E como se posiciona a doutrina? 
Quanto ao tema, explica Rogério Sanches: 
 
Tendo em vista que a necessidade de representação traz consigo institutos 
extintivos da punibilidade, a regra do art. 171, §5º deve ser analisada sob a 
perspectiva da aplicação da lei penal no tempo. Vamos diferenciar duas hipóteses: 
a) Se a denúncia já foi ofertada, trata-se de ato jurídico perfeito, não sendo 
alcançado pela mudança. Não nos parece correto o entendimento de que a vítima 
deve ser chamada para manifestar seu interesse em ver prosseguir o processo. Essa 
lição transforma a natureza jurídica da representação de condição de 
procedibilidade em condição de prosseguibilidade. A lei nova (Lei 13.964/2019) 
NÃO EXIGIU ESSA MANIFESTAÇÃO, AO CONTRÁRIO

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