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5. DIREITO DO CONSUMIDOR Wander Garcia e Roberta Densa1 1. CONCEITO DE CONSUMIDOR. RELAÇÃO DE CONSUMO (OAB/Exame Unificado – 2019.2) A concessionária de veículo X adquiriu, da montadora, trinta unidades de veículo do mesmo modelo e de cores diversificadas, a fim de guarnecer seu estoque, e direcionou três veículos desse total para uso da própria pessoa jurídica. Ocorre que cinco veículos apresentaram problemas mecânicos decorrentes de falha na fabricação, que comprometiam a segurança dos passageiros. Desses automóveis, um pertencia à concessionária e os outros quatro, a particulares que adquiriram o bem na concessionária. Nesse caso, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC), assinale a afirmativa correta. (A) Entre os consumidores particulares e a montadora inexiste relação jurídica, posto que a aquisição dos veículos se deu na concessionária. (B) Entre os consumidores particulares e a montadora, por se tratar de falha na fabricação, há relação jurídica protegida pelo CDC; a relação jurídica entre a concessionária e a montadora, no que se refere à unidade adquirida pela pessoa jurídica para uso próprio, é de direito comum civil. (C) Existe, entre a concessionária e a montadora, relação jurídica regida pelo CDC, mesmo que ambas sejam pessoas jurídicas, no que diz respeito ao veículo adquirido pela concessionária para uso próprio, e não para venda. (D) Somente há relação jurídica protegida pelo CDC entre o consumidor e a concessionária, que deverá ingressar com ação de regresso contra a montadora, caso seja condenada em ação judicial, não sendo possível aos consumidores demandarem diretamente contra a montadora. A: incorreta. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor ao destinatário final de produto ou serviço, nos termos do art. 2º da lei consumerista (consumidor é pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final). Ademais, para o caso em estudo, a concessionária e a montadora teriam responsabilidade civil solidária (art. 25 do CDC). Note-se que a jurisprudência do STJ segue no sentido de que é solidária a responsabilidade do fabricante e da concessionária por vício do produto, em veículos automotores, podendo o consumidor acionar qualquer um dos coobrigados. Veja: STJ, 4ª Turma, Rel. Min. Raul Araújo, REsp 2018/0209842-3, DJe 15/04/2019. B: incorreta. Vide comentários à alternativa “C”. C: correta. A teoria finalista mitigada, adotada pelo Superior Tribunal de Justiça, admite a incidência da lei consumerista quando o destinatário final do produto, ainda que para com a finalidade de lucro, seja vulnerável. (Veja: REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 14/3/2017, DJe 21/3/2017). Assim, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao adquirente final (consumidores particulares) e a concessionária para o veículo que adquiriu com a finalidade de uso próprio, excluindo os automóveis por essa revendidos. D: incorreta. Vide nota da alternativa “A”. RD Gabarito “C” http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1599535 (OAB/Exame Unificado – 2017.1) Alvina, condômina de um edifício residencial, ingressou com ação para reparação de danos, aduzindo falha na prestação dos serviços de modernização dos elevadores. Narrou ser moradora do 10º andar e que hospedou parentes durante o período dos festejos de fim de ano. Alegou que o serviço nos elevadores estava previsto para ser concluído em duas semanas, mas atrasou mais de seis semanas, o que implicou falta de elevadores durante o período em que recebeu seus hóspedes, fazendo com que seus convidados, todos idosos, tivessem que utilizar as escadas, o que gerou transtornos e dificuldades, já que os hóspedes deixaram de fazer passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades de acesso. Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o planejamento de atividades para o período, Alvina afirmou ter sofrido danos extrapatrimoniais decorrentes da mora do fornecedor de serviço, que, ainda que regularmente notificado pelo condomínio, quedou-se inerte e não apresentou qualquer justificativa que impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. (A) Existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o fornecedor de serviço, não tendo Alvina legitimidade para ingressar com ação indenizatória, por estar excluída da cadeia da relação consumerista. (B) Inexiste relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual regida pelo Código Civil, tendo a multa contratual pelo atraso na execução do serviço cunho indenizatório, que deve servir a todos os condôminos e não a Alvina, individualmente. (C) Existe relação de consumo, mas não cabe ação individual, e sim a perpetrada por todos os condôminos, em litisconsórcio, tendo como objeto apenas a cobrança de multa contratual e indenização coletiva. (D) Existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com base da teoria finalista, podendo Alvina ingressar individualmente com a ação indenizatória, já que é destinatária final e quem sofreu os danos narrados. A: incorreta. A hipótese apresentada é de aplicação do CDC (vide alternativa “D”), razão pela qual Alvina tem legitimidade para ingressar com ação requerendo indenização por danos materiais e morais; B: incorreta. A hipótese é de aplicação do CDC (vide justificativa da alternativa “D”); C: incorreta. Tendo em vista que Alvina é consumidora, por ser quem utiliza o serviço como destinatária final, cabe ação individual para reclamar indenização; D: correta. Embora a contratação tenha ocorrido por meio do condomínio Alvina é considerada consumidora por utilizar o serviço como destinatária final (art. 2º, caput, do CDC). Por outro lado, a empresa de elevadores é fornecedora nos termos do art. 3º do CDC, estando configurada a relação jurídica de consumo e a integral aplicação do CDC. Nos termos do art. 6º, VI, do Código de Defesa do Consumidor, a consumidora pode requerer reparação dos danos materiais e morais sofridos em razão da ausência de cumprimento do contrato. RD (OAB/Exame Unificado – 2016.1) Amadeu, aposentado, aderiu ao plano de saúde coletivo ofertado pelo sindicato ao qual esteve vinculado por força de sua atividade laborativa por mais de 30 anos. Ao completar 60 anos, o valor da mensalidade sofreu aumento significativo (cerca de 400%), o que foi questionado por Amadeu, a quem os funcionários do sindicato explicaram que o aumento Gabarito “D” decorreu da mudança de faixa etária do aposentado. A respeito do tema, assinale a afirmativa correta. (A) O aumento do preço é abusivo e a norma consumerista deve ser aplicada ao caso, mesmo em se tratando de plano de saúde coletivo e, principalmente, que envolva interessado com amparo legal no Estatuto do Idoso. (B) O aumento do preço é legítimo, tendo em vista que o idoso faz maior uso dos serviços cobertos e o equilíbrio contratual exige que não haja onerosidade excessiva para qualquer das partes, não se aplicando o CDC à hipótese, por se tratar de contrato de plano de saúde coletivo envolvendo pessoas idosas. (C) O aumento do valor da mensalidade é legítimo, uma vez que a majoração de preço é natural e periodicamente aplicada aos contratos de trato continuado, motivo pelo qual o CDC autoriza que o critério faixa etária sirva como parâmetro para os reajustes econômicos. (D) O aumento do preço é abusivo, mas o microssistema consumerista não deve ser utilizado na hipótese, sob pena de incorrer em colisão de normas, uma vez que o Estatuto do Idoso estabelece a disciplina aplicável às relações jurídicas que envolvam pessoa idosa. A: correta, pois o CDC também se aplica às relações securitárias (vide o art. 3º, § 2º, do CDC), impedindo cláusulas abusivas como essa (art. 51, XV e § 1º, III, do CDC); ademais esse tipo de aumento é expressamente proibido pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que no seu art. 15, § 3º, estabelece ser “vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade”; B, C e D: incorretas, pois o CDC também se aplica às relações securitárias (vide o art. 3º, § 2º, do CDC), impedindo cláusulas abusivas como essa (art. 51, XV e § 1º, III, do CDC); ademais esse tipo de aumento é expressamente proibido pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que no seu art. 15, § 3º, estabelece ser “vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade”. (OAB/Exame Unificado – 2015.2) Saulo e Bianca são casados há quinze anos e, há dez, decidiram ingressar no ramo das festas de casamento, produzindo os chamados “bem-casados”, deliciosos doces recheados oferecidos aos convidados ao final da festa. Saulo e Bianca não possuem registro da atividade empresarial desenvolvida, sendo essa a fonte única de renda da família. No mês passado, os noivos Carla e Jair encomendaram ao casal uma centena de “bem-casados” no sabor doce de leite. A encomenda foi entregue conforme contratado, no dia do casamento. Contudo, diversos convidados que ingeriram os quitutes sofreram infecção gastrointestinal, já que o produto estava estragado. A impropriedade do produto para o consumo foi comprovada por perícia técnica. Com base no caso narrado, assinale a alternativa correta. (A) O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de fornecedor do Código do Consumidor, pois fornecem produtos com habitualidade e onerosidade, sendo que apenas Carla e Jair, na qualidade de consumidores indiretos, poderão pleitear indenização. (B) Embora a empresa do casal Saulo e Bianca não esteja devidamente registrada na Junta Comercial, pode ser considerada fornecedora à luz do Código do Consumidor, e os convidados do casamento, na Gabarito “A” qualidade de consumidores por equiparação, poderão pedir indenização diretamente àqueles. (C) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso, sendo certo que tanto Carla e Jair quanto seus convidados intoxicados são consumidores por equiparação e poderão pedir indenização, porém a inversão do ônus da prova só se aplica em favor de Carla e Jair, contratantes diretos. (D) A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Bianca não está oficialmente registrada na Junta Comercial e, portanto, por ser ente despersonalizado, não se enquadra no conceito legal de fornecedor da lei do consumidor, aplicando-se ao caso as regras atinentes aos vícios redibitórios do Código Civil. De acordo com o art. 3º, caput, do CDC os entes despersonalizados (que é o caso de uma sociedade que não está devidamente constituída) também são considerados fornecedores, para efeito de aplicação desse diploma. Assim, Saulo e Bianca respondem nos termos do CDC, ficando afastada a alternativas “D”. Os noivos Carla e Jair são consumidor típicos (diretos), por terem adquirido esse produto (art. 2º, caput, do CDC), de modo que ficam afastadas as alternativas “a” e “c”, já que a primeira assegura que os noivos são meros consumidores indiretos e a segunda os trata como meros consumidores equiparados. Quanto aos convidados da festa são consumidores também, seja porque utilizaram o produto (art. 2º, caput, do CDC), seja por equiparação, já que interviram na relação de consumo (art. 2º, parágrafo único, do CDC). A alternativa “B”, portanto, está correta. (FGV – 2013) A Lei n. 8.078/1990 estabelece a denominada Política Nacional das Relações de Consumo, elencando seus princípios norteadores e instrumentos a serem utilizados pelo Poder Público para Gabarito “B” sua efetivação. No tocante ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC) assinale a afirmativa incorreta. (A) Estabelece normas de ordem pública e de interesse social, em especial os direitos básicos do consumidor como a inversão do ônus da prova que podem ser aplicados pelo Judiciário, independentemente de requerimento específico. (B) Consumidor é definido como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. (C) Mesmo não se enquadrando no conceito legal de Consumidor, o CDC prevê a figura do Consumidor por equiparação, a fim de preservar direitos de todas as vítimas do evento danoso. (D) O fabricante, o produtor, o construtor nacional ou estrangeiro e o importador respondem, subjetivamente, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. (E) A oferta tem caráter vinculante, obrigando o fornecedor a, por exemplo, vender um produto nas condições anunciadas por meio de publicidade suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação. A: assertiva correta (arts. 1º, caput, e 6º, VIII, do CDC); B: assertiva correta (art. 2º, caput, do CDC); C: assertiva correta, havendo casos de consumidor equiparado nos arts. 2º, parágrafo único, 17 e 29 do CDC; D: assertiva incorreta, devendo ser assinalada; isso se dá pois a responsabilidade, no caso, é objetiva (e não subjetiva), nos termos do art. 12, caput, do CDC; E: assertiva correta (art. 30 do CDC); Í Á Gabarito “D” 2. PRINCÍPIOS E DIREITOS BÁSICOS (OAB/Exame Unificado – 2019.2) Antônio é deficiente visual e precisa do auxílio de amigos ou familiares para compreender diversas questões da vida cotidiana, como as contas de despesas da casa e outras questões de rotina. Pensando nessa dificuldade, Antônio procura você, como advogado(a), para orientá-lo a respeito dos direitos dos deficientes visuais nas relações de consumo. Nesse sentido, assinale a afirmativa correta. (A) O consumidor poderá solicitar às fornecedoras de serviços, em razão de sua deficiência visual, o envio das faturas das contas detalhadas em Braille. (B) As informações sobre os riscos que o produto apresenta, por sua própria natureza, devem ser prestadas em formatos acessíveis somente às pessoas que apresentem deficiência visual. (C) A impossibilidade operacional impede que a informação de serviços seja ofertada em formatos acessíveis, considerando a diversidade de deficiências, o que justifica a dispensa de tal obrigatoriedade por expressa determinação legal. (D) O consumidor poderá solicitar as faturas em Braille, mas bastará ser indicado o preço, dispensando-se outras informações, por expressa disposição legal. A: correta. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) incluiu ao Código de Defesa do Consumidor, parágrafo único do art. 6º, que garante às pessoas com deficiência o direito básico à informação. B: incorreta. Na forma do art. 6º, inciso III, do CDC, todo consumidor tem o direito básico “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”. C e D: incorretas. Ver justificativa da alternativa “A”. RD (OAB/Exame Unificado – 2013.3) Maria e Manoel, casados, pais dos gêmeos Gabriel e Thiago que têm apenas três meses de vida, residem há seis meses no Condomínio Vila Feliz. O fornecimento do serviço de energia elétrica na cidade onde moram é prestado por uma única concessionária, a Companhia de Eletricidade Luz S.A. Há uma semana, o casal vem sofrendo com as contínuas e injustificadas interrupções na prestação do serviço pela concessionária, o que já acarretou a queima do aparelho de televisão e da geladeira, com a perda de todos os alimentos nela contidos. O casal pretende ser indenizado. Nesse caso, à luz do princípio da vulnerabilidade previsto no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta. (A) Prevalece o entendimento jurisprudencial no sentido de que a vulnerabilidade no Código do Consumidor é sempre presumida, tanto para o consumidor pessoa física, Maria e Manoel, quanto para a pessoa jurídica, no caso, o Condomínio Vila Feliz, tendo ambos direitos básicos à indenização e à inversão judicial automática do ônus da prova. (B) A doutrina consumerista dominante considera a vulnerabilidade um conceito jurídico indeterminado, plurissignificativo, sendo correto afirmar que, no caso em questão, está configurada a vulnerabilidade fática do casal diante da concessionária, havendo direito básico à indenização pela interrupção imotivada do serviço público essencial. Gabarito “A” (C) É dominante o entendimento no sentido de que a vulnerabilidade nas relações de consumo é sinônimo exato de hipossuficiência econômica do consumidor. Logo, basta ao casal Maria e Manoel demonstrá-la para receber a integral proteção das normas consumeristas e o consequente direito básico à inversão automática do ônus da prova e a ampla indenização pelos danos sofridos. (D) A vulnerabilidade nas relações de consumo se divide em apenas duas espécies: a jurídica ou científica e a técnica. Aquela representa a falta de conhecimentos jurídicos ou outros pertinentes à contabilidade e à economia, e esta, à ausência de conhecimentos específicos sobre o serviço oferecido, sendo que sua verificação é requisito legal para inversão do ônus da prova a favor do casal e do consequente direito à indenização. A e C: incorretas; de fato, a vulnerabilidade do consumidor (ligada ao direito material) é presumida no CDC; já a hipossuficiência (ligada ao direito processual), que é causa da inversão do ônus da prova, não; dessa forma, é incorreto dizer que o CDC prevê inversão automática do ônus da prova, sendo necessário que o juiz verifique se é o caso, o que depende de haver ou hipossuficiência do consumidor ou verossimilhança da alegação (art. 6º, VIII, do CDC); B: correta, pois o consumidor é presumidamente vulnerável (art. 4º, I, do CDC) e a situação narrada no enunciado narra, ainda, um consumidor ainda mais desamparado dada as características do serviço que lhe é prestado, face à total impossibilidade de se defender do consumidor, o que provavelmente fará com que o juiz também o considere hipossuficiente e inverta o ônus da prova em seu favor; D: incorreta, pois onde consta da alternativa a palavra “vulnerabilidade” deveria constar “hipossuficiência”, sendo que essa sim é que deve ser analisada se existe no caso concreto (já que a vulnerabilidade já é presumida), e, se existir no caso concreto, aí sim é que o juiz inverterá o ônus da prova. (OAB/Exame Unificado – 2012.3.A) A sociedade empresária XYZ Ltda. oferta e celebra, com vários estudantes universitários, contratos individuais de fornecimento de material didático, nos quais garante a entrega, com 25% de desconto sobre o valor indicado pela editora, dos livros didáticos escolhidos pelos contratantes (de lista de editoras de antemão definidas). Os contratos têm duração de 24 meses, e cada estudante compromete-se a pagar valor mensal, que fica como crédito, a ser abatido do valor dos livros escolhidos. Posteriormente, a capacidade de entrega da sociedade diminuiu, devido a dívidas e problemas judiciais. Em razão disso, ela pretende rever judicialmente os contratos, para obter aumento do valor mensal, ou então liberar-se do vínculo. Acerca dessa situação, assinale a afirmativa correta. (A) A empresa não pode se valer do Código de Defesa do Consumidor e não há base, à luz do indicado, para rever os contratos. (B) Aplica-se o CDC, já que os estudantes são destinatários finais do serviço, mas o aumento só será concedido se provada a dificuldade financeira e que, ademais, ainda assim o contrato seja proveitoso para os compradores. (C) Aplica-se o CDC, mas a pretendida revisão da cláusula contratual só poderá ser efetuada se provado que os problemas citados têm natureza imprevisível, característica indispensável, no sistema do consumidor, para autorizar a revisão. Gabarito “B” (D) A revisão é cabível, assentada na teoria da imprevisão, pois existe o contrato de execução diferida, a superveniência de onerosidade excessiva da prestação, a extrema vantagem para a outra parte, e a ocorrência de acontecimento extraordinário e imprevisível. A: correta, pois o pedido de revisão contratual requer a existência de um fato superveniente relacionado à prestação (ex: um contrato atrelado ao dólar pode ser objeto de revisão se a cotação do dólar aumentar de forma muito forte), não sendo possível que o devedor (no caso, a sociedade XYZ) alegue problema de sua responsabilidade e alheio à prestação que tem de cumprir (crise na empresa) para conseguir uma revisão contratual; vale lembrar que o direito de revisão contratual está no inciso V, do art. 6º, do CDC, que traz “direitos básicos do consumidor” e não “direitos básicos do fornecedor”; B: incorreta, pelas mesmas razões mencionadas no comentário à alternativa anterior; C e D: incorretas; em primeiro lugar, não é cabível a revisão, conforme se viu dos comentários às demais alternativas; ademais, a revisão contratual no caso é regida pelo CDC e este, como se sabe, traz como requisito à revisão apenas a existência de um fato novo que leve à uma excessiva onerosidade das prestações (art. 6º, V, do CDC), não sendo necessário “imprevisibilidade” (alternativa “c”) ou “extrema vantagem para a outra parte, e a ocorrência de acontecimento extraordinário e imprevisível (alternativa “d”). (OAB/Exame Unificado – 2011.3.B) O ônus da prova incumbe a quem alega a existência do fato constitutivo de seu direito e impeditivo, modificativo ou extintivo do direito daquele que demanda. O Código de Proteção e Defesa do Consumidor, entretanto, prevê a possibilidade de inversão do onus probandi e, a respeito de tal tema, é correto afirmar que Gabarito “A” (A) ocorrerá em casos excepcionais em que o juiz verifique ser verossímil a alegação do consumidor ou quando for ele hipossuficiente. (B) é regra e basta ao consumidor alegar os fatos, pois caberá ao réu produzir provas que os desconstituam, já que o autor é hipossuficiente nas relações de consumo. (C) será deferido em casos excepcionais, exceto se a inversão em prejuízo do consumidor houver sido previamente ajustada por meio de cláusula contratual. (D) ocorrerá em todo processo civil que tenha por objeto as relações consumeristas, não se admitindo exceções, sendo declarada abusiva qualquer cláusula que disponha de modo contrário. A: correta, nos estritos termos do disposto no art. 6º, VIII, do CDC; B: incorreta, pois o CDC presume o consumidor vulnerável (conceito de direito material – art. 4º, I, do CDC) e não hipossuficiente (conceito de direito processual); assim, a inversão do ônus da prova não é automática; o juiz, para decidir pela inversão do ônus da prova, deve verificar se está presente um dos requisitos autorizadores, ou seja, se há HIPOSSUFICIÊNCIA ou VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO (art. 6º, VIII, do CDC); C: incorreta, pois é nula de pleno direito qualquer cláusula que determine a inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor (art. 51, VI, do CDC); D: incorreta, pois, como se viu, a inversão do ônus da prova não é automática, devendo o juiz determiná-la, caso preenchido o requisito legal. (OAB/Exame Unificado – 2011.1) Analisando o artigo 6º, V, do Código de Defesa do Consumidor, que prescreve: “São direitos básicos do consumidor: V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de Gabarito “A” fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”, assinale a alternativa correta. (A) Exige a imprevisibilidade do fato superveniente. (B) Não traduz a relativização do princípio contratual da autonomia da vontade das partes. (C) Almeja, em análise sistemática, precipuamente, a resolução do contrato firmado entre consumidor e fornecedor. (D) Admite a incidência da cláusula rebus sic stantibus. A: incorreta, pois o art. 6º, V, do CDC não exige que o fato superveniente que torne a obrigação excessivamente onerosa seja imprevisível, para que se tenha direito à revisão contratual; assim, diferentemente do Código Civil (art. 478), o CDC não adotou a Teoria da Imprevisão, mas sim a Teoria da Onerosidade Excessiva; B: incorreta, pois a possibilidade de modificação contratual (quanto a prestações que já nascem desproporcionais) e de revisão contratual (quanto a prestações que se tornem excessivamente onerosas por fatos supervenientes) faz com que o princípio da autonomia da vontade seja relativizado, já que o juiz interfere na autonomia da vontade das partes quando promove a modificação ou revisão contratual; C: incorreta, pois o princípio da conservação dos contratos exige que o contrato seja mantido, salvo se não houver possibilidade alguma nesse sentido; a ideia da lei é modificar ou revisar os contratos nas situações mencionadas no art. 6º, V, do CDC, e não resolver (extinguir) o contrato; D: correta, pois tal cláusula determina que as estipulações contratuais sejam mantidas enquanto as condições permanecerem inalteradas; assim, caso ocorra um fato novo, que altere as condições existentes quando da realização do contrato, é cabível a revisão contratual; no caso, basta que esse fato novo torne a prestação de uma das partes excessivamente onerosa, para que se tenha direito à revisão contratual. (OAB/Exame Unificado – 2011.1) No âmbito do Código de Defesa do Consumidor, em relação ao princípio da boa-fé objetiva, é correto afirmar que (A) importa em reconhecimento de um direito a cumprir em favor do titular passivo da obrigação. (B) não se aplica à fase pré-contratual. (C) para a caracterização de sua violação imprescindível se faz a análise do caráter volitivo das partes. (D) sua aplicação se restringe aos contratos de consumo. A: assertiva considerada correta pela examinadora; no entanto, a questão deveria ser anulada, pois essa alternativa também está incorreta; primeiro porque o princípio da boa-fé se aplica a ambos os contratantes, mesmo que um deles tenha mais obrigações que o outro, pois esse princípio tem por efeito criar deveres anexos a ambos os contratantes (Enunciado JDC/CJF nº 24); assim, não é só a favor do “titular passivo da obrigação” que se deve reconhecer direitos pela aplicação do princípio; segundo porque, mesmo que assim o fosse, o certo era que constasse a expressão “titular ativo da obrigação”, pois titular passivo é quem tem a obrigação, e não quem se favorece dela; terceiro porque está errado, tecnicamente, dizer que alguém tem um “direito a cumprir em favor” de outrem, sendo correto dizer que alguém tem um “dever a cumprir em favor” de outrem; enfim, a questão tem graves equívocos conceituais, que justificam a sua anulação; B: incorreta, pois o princípio da boa-fé se aplica a todas as fases que envolve o contrato (tratativas, celebração, execução, extinção e pós-extinção do contrato); C: incorreta, pois o princípio é da boa-fé objetiva, que é aquela extraída do contexto social; assim, pouco importa qual é o pensamento ou a intenção Gabarito “D” das partes, ficando caracterizada a violação ao princípio com a simples conduta que o juiz entender que viola os deveres de lealdade extraídos da ética social; D: incorreta, pois o Código Civil também estabelece o princípio da boa-fé objetiva (art. 422 do CC). 3. RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR (OAB/Exame Unificado – 2020.2) Maria compareceu à loja Bela, que integra rede de franquias de produtos de beleza e cuidados com a pele. A vendedora ofereceu a Maria a possibilidade de experimentar gratuitamente o produto na própria loja, sendo questionada pela cliente se esta poderia fazer uso com quadro de acne em erupção e inflamada, oportunidade em que a funcionária afirmou que sim. Porém, imediatamente após a aplicação do produto, Maria sentiu ardência e vermelhidão intensas, não o comprando. Logo após sair da loja, a situação agravou-se, e Maria buscou imediato atendimento médico de emergência, onde se constataram graves lesões na pele. Da leitura do rótulo obtido através do site da loja, evidenciou-se erro da vendedora, que utilizou no rosto da cliente produto contraindicado para o seu caso. Nessa situação, à luz do Código de Defesa do Consumidor e do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que (A) é objetiva a responsabilidade civil da vendedora que aplicou o produto em Maria sem observar as contraindicações, afastando- se a responsabilidade da empresa por culpa de terceiro. (B) a responsabilidade civil objetiva recai exclusivamente sobre a franqueadora, a quem faculta-se ingressar com ação de regresso em face da franqueada. Gabarito “A” (C) se a franqueadora for demandada judicialmente, não poderá invocar denunciação da lide à franqueada, por se tratar de acidente de consumo. (D) não há relação de consumo, uma vez que se tratou de hipótese de amostra grátis, sem que tenha se materializado a relação de consumo, em razão de o produto não ter sido comprado por Maria. A: Incorreta. Tratando-se de fato do produto, a responsabilidade civil objetiva e solidária do fabricante e do franqueador está definida no art. 12 do CDC. De fato, entende o Superior Tribunal de Justiça que “1. Os contratos de franquia caracterizam-se por um vínculo associativo em que empresas distintas acordam quanto à exploração de bens intelectuais do franqueador e têm pertinência estritamente inter partes. 2. Aos olhos do consumidor, trata-se de mera intermediação ou revenda de bens ou serviços do franqueador – fornecedor no mercado de consumo, ainda que de bens imateriais. 3. Extrai- se dos arts. 14 e 18 do CDC a responsabilização solidária de todos que participem da introdução do produto ou serviço no mercado, inclusive daqueles que organizem a cadeia de fornecimento, pelos eventuais defeitos ou vícios apresentados. (REsp 1426578/SP, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 23/06/2015, DJe 22/09/2015). Assim, as hipóteses de excludentes de responsabilidade definidas no art. 12, § 3º, do CDC, não são aplicáveis ao caso. B: Incorreta. Trata-se de responsabilidade civil objetiva e solidária. C: Correta. O Código de Defesa do Consumidor, no seu art. 88, veda a denunciação da lide, o que é corroborado pela jurisprudência do STJ, que entende que a “denunciação da lide em processos de consumo é vedada porque poderia implicar maior dilação probatória, gerando a produção de provas talvez inúteis para o deslinde da questão principal, de interesse do consumidor”. Vide REsp 917.687; REsp 1.165.279 e Ag 1.333.671. D: Incorreta. Para ser considerado fornecedor basta colocar o produto ou o serviço no mercado de consumo. Nesse caso, a amostra grátis deve ser vista como forma de publicidade do produto, configurando-se a relação de consumo. RD (OAB/Exame Unificado – 2020.1) Adriano, por meio de um site especializado, efetuou reserva de hotel para estada com sua família em praia caribenha. A reserva foi imediatamente confirmada pelo site, um mês antes das suas férias, quando fariam a viagem. Ocorre que, dez dias antes do embarque, o site especializado comunicou a Adriano que o hotel havia informado o cancelamento da contratação por erro no parcelamento com o cartão de crédito. Adriano, então, buscou nova compra do serviço, mas os valores estavam cerca de 30% mais caros do que na contratação inicial, com o qual anuiu por não ser mais possível alterar a data de suas férias. Ao retornar de viagem, Adriano procurou você, como advogado(a), a fim de saber se seria possível a restituição dessa diferença de valores. Neste caso, é correto afirmar que o ressarcimento da diferença arcada pelo consumidor (A) poderá ser buscado em face exclusivamente do hotel, fornecedor que cancelou a contratação. (B) poderá ser buscado em face do site de viagens e do hotel, que respondem solidariamente, por comporem a cadeia de fornecimento do serviço. (C) não poderá ser revisto, porque o consumidor tinha o dever de confirmar a compra em sua fatura de cartão de crédito. Gabarito “C” (D) poderá ser revisto, sendo a responsabilidade exclusiva do site de viagens, com base na teoria da aparência, respondendo o hotel apenas subsidiariamente. Trata-se de vício de serviço previsto no art. 20 do Código de Defesa do Consumidor. Há, na doutrina, quem defenda a ideia de tratar-se de defeito de serviço, nos termos do art. 14 do CDC. No entanto, tendo em vista que a saúde e segurança dos consumidores (art. 14) não foram colocadas em risco, melhor entendimento é aquele que enquadra a situação exposta como sendo vício de serviço (art. 20). De um modo ou de outro, trata-se de responsabilidade solidária do site que vendeu as reservas e do hotel, com fundamento no caput do art. 20, no art. 7º e no art. 25 do Código de Defesa do Consumidor. RD (OAB/Exame Unificado – 2019.3) Durante período de intenso calor, o Condomínio do Edifício X, por seu representante, adquiriu, junto à sociedade empresária Equipamentos Aquáticos, peças plásticas recreativas próprias para uso em piscinas, produzidas com material atóxico. Na primeira semana de uso, os produtos soltaram gradualmente sua tinta na vestimenta dos usuários, o que gerou apenas problema estético, na medida em que a pigmentação era atóxica e podia ser removida facilmente das roupas dos usuários por meio de uso de sabão. O Condomínio do Edifício X, por seu representante, procurou você, como advogado(a), buscando orientação para receber de volta o valor pago e ser indenizado pelos danos morais suportados. Nesse caso, cuida-se de Gabarito “B” (A) fato do produto, sendo excluída a responsabilidade civil da sociedade empresária, respondendo pelo evento o fabricante das peças; não cabe indenização por danos extrapatrimoniais, por ser o Condomínio pessoa jurídica, que não sofre essa modalidade de dano. (B) inaplicabilidade do CDC, haja vista a natureza da relação jurídica estabelecida entre o Condomínio e a sociedade empresária, cabendo a responsabilização civil com base nas regras gerais de Direito Civil, e incabível pleitear indenização por danos morais, por ter o Condomínio a qualidade de pessoa jurídica. (C) aplicabilidade do CDC somente por meio de medida de defesa coletiva dos condôminos, cuja legitimidade será exercida pelo Condomínio, na defesa dos interesses a título coletivo. (D) vício do produto, sendo solidária a responsabilidade da sociedade empresária e do fabricante das peças; o Condomínio do Edifício X é parte legítima para ingressar individualmente com a medida judicial por ser consumidor, segundo a teoria finalista mitigada. A: incorreta. O caso não pode ser tratado como fato do produto (ou acidente de consumo) tendo em vista que não colocou em risco a saúde e a segurança dos consumidores. O caso deve ser estudado como sendo vício de produto, nos termos do art. 18 do CDC. Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça já emitiu a súmula 227, que garante indenização à pessoa jurídica: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. B: incorreta. Trata-se de relação jurídica de consumo, sendo o condomínio considerado um consumidor final nos termos do art. 2º do CDC. Ademais, os condôminos também são considerados consumidores por serem os usuários finais do produto. C: incorreta. Não é cabível, na espécie, a aplicação da defesa dos direitos difusos e coletivos nos termos do art. 81 do CDC. Para que haja direitos transindividuais, deveria ter a configuração de um direito difuso, coletivo ou individual homogêneo, o que não se configura na espécie. D: correta. Trata-se de vício de produto nos termos do art. 18 do CDC, trazendo responsabilidade civil solidária entre todos os envolvidos na cadeia produtiva (vide também o art. 7º e o art. 25 do CDC). Ademais, a teoria finalista mitigada, adotada pelo STJ, entende que consumidor é a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, para uso próprio ou fins profissionais, desde que haja vulnerabilidade. No caso em estudo, o condomínio adquiriu produto para utilização dos seus condôminos, sendo considerado destinatário final do produto. RD (OAB/Exame Unificado – 2019.1) Mara adquiriu, diretamente pelo site da fabricante, o creme depilatório Belle et Belle, da empresa Bela Cosméticos Ltda. Antes de iniciar o uso, Mara leu atentamente o rótulo e as instruções, essas unicamente voltadas para a forma de aplicação do produto. Assim que iniciou a aplicação, Mara sentiu queimação na pele e removeu imediatamente o produto, mas, ainda assim, sofreu lesões nos locais de aplicação. A adquirente entrou em contato com a central de atendimento da fornecedora, que lhe explicou ter sido a reação alérgica provocada por uma característica do organismo da consumidora, o que poderia acontecer pela própria natureza química do produto. Não se dando por satisfeita, Mara procurou você, como advogado(a), a fim de saber se é possível buscar a compensação pelos danos sofridos. Nesse caso de clara relação de consumo, assinale a opção que apresenta a orientação a ser dada a Mara. Gabarito “D” (A) Poderá ser afastada a responsabilidade civil da fabricante, se esta comprovar que o dano decorreu exclusivamente de reação alérgica da consumidora, fator característico daquela destinatária final, não havendo, assim, qualquer ilícito praticado pela ré. (B) Existe a hipótese de culpa exclusiva da vítima, na medida em que o CDC descreve que os produtos não colocarão em risco a saúde e a segurança do consumidor, excetuando aqueles de cuja natureza e fruição sejam extraídas a previsibilidade e a possibilidade de riscos perceptíveis pelo homem médio. (C) O fornecedor está obrigado, necessariamente, a retirá-lo de circulação, por estar presente defeito no produto, sob pena de prática de crime contra o consumidor. (D) Cuida-se da hipótese de violação ao dever de oferecer informações claras ao consumidor, na medida em que a periculosidade do uso de produto químico, quando composto por substâncias com potenciais alergênicos, deve ser apresentada em destaque ao consumidor. A: incorreta. Trata-se de defeito de produto, nos termos do art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, em razão da falta de informação na rotulagem sobre eventuais reações alérgicas dos consumidores. B: incorreta. A culpa exclusiva do consumidor pode ser alegada nas relações de consumo (art. 12, § 3º, III), no entanto, a falta de informação tornou o produto defeituoso e obriga o fornecedor a indenizar. C: incorreta. O recall de produtos está definido no art. 10, § 1º, do CDC. Mencionado dispositivo legal obriga aos fornecedores de produtos e serviços a comunicar o defeito do produto caso seja descoberto depois da colocação do produto no mercado. Nesse caso, o fornecedor deveria fazer o recall avisando aos consumidores sobre os riscos do produto. Sendo assim, não seria o caso de, necessariamente, retirar o produto do mercado de consumo. D: correta. Trata-se de periculosidade inerente (ou latente do produto) nos termos do art. 9º do CDC. Deveria o fornecedor avisar sobre os riscos que os consumidores estão expostos pelo uso do produto, sob pena de incorrer nas penas do art. 63 do mesmo diploma legal. Ademais, art. 12 do CDC define o defeito de produto como sendo o problema por ele apresentado que coloque em risco a saúde e a segurança do consumidor, incluindo as hipóteses de informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Sendo assim, a falta de informação torna do produto defeituoso e obriga o fornecedor a indenizar pelos danos causados aos consumidores. RD (OAB/Exame Unificado – 2018.2) Dora levou seu cavalo de raça para banho, escovação e cuidados específicos nos cascos, a ser realizado pelos profissionais da Hípica X. Algumas horas depois de o animal ter sido deixado no local, a fornecedora do serviço entrou em contato com Dora para informar-lhe que, durante o tratamento, o cavalo apresentou sinais de doença cardíaca. Já era sabido por Dora que os equipamentos utilizados poderiam causar estresse no animal. Foi chamado o médico veterinário da própria Hípica X, mas o cavalo faleceu no dia seguinte. Dora, que conhecia a pré-existência da doença do animal, ingressou com ação judicial em face da Hípica X pleiteando reparação pelos danos morais suportados, em decorrência do ocorrido durante o tratamento de higiene. Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é correto afirmar que a Hípica X (A) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no procedimento de higiene foi adequada, seguindo padrões fixados Gabarito “D” pelos órgãos competentes, e que a doença do animal que o levou a óbito era pré-existente ao procedimento de higienização do animal. (B) poderá ser responsabilizada em razão de o evento deflagrador da identificação da doença do animal ter ocorrido durante a sua higienização, ainda que se comprove ser pré-existente a doença e que tenham sido seguidos os padrões fixados por órgãos competentes para o procedimento de higienização, pois o nexo causal resta presumido na hipótese. (C) não poderá ser responsabilizada somente se provar que prestou os primeiros socorros, pois a pré-existência da doença não inibiria a responsabilidade civil objetiva dos fornecedores do serviço; somente a conduta de chamar atendimento médico foi capaz de desconstruir o nexo causal entre o procedimento de higiene e o evento do óbito. (D) poderá ser responsabilizada em solidariedade com o profissional veterinário, pois os serviços foram prestados por ambos os fornecedores, em responsabilidade objetiva, mesmo que Dora comprove que o procedimento de higienização do cavalo tenha potencializado o evento que levou ao óbito do animal, ainda que seguidos os padrões estipulados pelos órgãos competentes. O examinador entendeu haver responsabilidade civil pelo fato do serviço, embora tenha colocado a saúde do animal em risco, não a saúde do próprio consumidor. Para que haja a caracterização do defeito de serviço deve ocorrer o chamado acidente de consumo nos termos do art. 14 do CDC “o serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I – o modo de seu fornecimento; II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III – a época em que foi fornecido”. Entendemos que nesse caso houve vício de serviço, o que não altera o gabarito oficial, mas o fundamento estaria no art. 20 do Código de Defesa do Consumidor. No entanto, nossos comentários serão feitos com fundamento no art. 14, já que esse parece ter sido o entendimento da banca examinadora. A: correta. Trata-se de excludente de responsabilidade. Nos termos do art. 14, § 3º, o fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Tendo em vista que a consumidora não avisou sobre a doença do animal, o fornecedor não responde pelos danos, havendo quebra de nexo de causalidade; B: incorreta. O nexo de causalidade é o elo entre a conduta praticada e o resultado da ação. Houve culpa exclusiva da consumidora por ter deixado de avisar sobre os riscos, não havendo, portanto, responsabilidade do fornecedor; C: incorreta. Vide resposta da alternativa anterior. A desconstituição do nexo de causalidade ocorreu por culpa exclusiva do consumidor. Ademais, a responsabilidade civil do profissional liberal (médico veterinário) é subjetiva, nos termos do art. 14, § 4º, do CDC; D: incorreta. Vide resposta da alternativa anterior. RD (OAB/Exame Unificado – 2018.1) Eloá procurou o renomado Estúdio Max para tratamento de restauração dos fios do cabelo, que entendia muito danificados pelo uso de químicas capilares. A proposta do profissional empregado do estabelecimento foi a aplicação de determinado produto que acabara de chegar ao mercado, da marca mundialmente conhecida OPS, que promovia uma amostragem inaugural do produto em questão no próprio Estúdio Max. Eloá ficou satisfeita com o resultado da aplicação pelo profissional no estabelecimento, mas, nos dias que se seguiram, observou a queda e a quebra de muitos fios de cabelo, o que foi aumentando Gabarito “A” progressivamente. Retornando ao Estúdio, o funcionário que a havia atendido informou-lhe que poderia ter ocorrido reação química com outro produto utilizado por Eloá anteriormente ao tratamento, levando aos efeitos descritos pela consumidora, embora o produto da marca OPS não apontasse contraindicações. Eloá procurou você como advogado(a), narrando essa situação. Neste caso, assinale a opção que apresenta sua orientação. (A) Há evidente fato do serviço executado pelo profissional, cabendo ao Estúdio Max e ao fabricante do produto da marca OPS, em responsabilidade solidária, responderem pelos danos suportados pela consumidora. (B) Há evidente fato do produto; por esse motivo, a ação judicial poderá ser proposta apenas em face da fabricante do produto da marca OPS, não havendo responsabilidade solidária do comerciante Estúdio Max. (C) Há evidente fato do serviço, o que vincula a responsabilidade civil subjetiva exclusiva do profissional que sugeriu e aplicou o produto, com base na teoria do risco da atividade, excluindo-se a responsabilidade do Estúdio Max. (D) Há evidente vício do produto, sendo a responsabilidade objetiva decorrente do acidente de consumo atribuída ao fabricante do produto da marca OPS e, em caráter subsidiário, ao Estúdio Max e ao profissional, e não do profissional que aplicou o produto. A: correta. O Estúdio Max reponde pelos danos causados à consumidora por ter utilizado o produto que sabia poder causar reação química se em interação com outro produto, colocando em risco a saúde e a segurança da consumidora. Por ter sido utilizado sem os cuidados necessários pelo salão de beleza estamos diante de um defeito de serviço (art. 14 do CDC). Por outro lado, a fabricante OPS responde solidariamente pelos danos causados, pela falta de informações em relação ao uso do produto (art. 12 o CDC); B: incorreta. Trata-se de responsabilidade solidária pelo defeito de produto e defeito de serviço; C: incorreta. A responsabilidade civil prevista no CDC é objetiva, exceto para os profissionais liberais, para quem a responsabilidade civil é subjetiva; D: incorreta. Trata-se de defeito de produto e serviço, uma vez que colocou em risco a saúde e a segurança da consumidora. RD (OAB/Exame Unificado – 2017.3) Os arquitetos Everton e Joana adquiriram pacote de viagens para passar a lua de mel na Europa, primeira viagem internacional do casal. Ocorre que o trajeto do voo previa conexão em um país que exigia visto de trânsito, tendo havido impedimento do embarque dos noivos, ainda no Brasil, por não terem o visto exigido. O casal questionou a agência de turismo por não ter dado qualquer explicação prévia nesse sentido, e a fornecedora informou que não se responsabilizava pela informação de necessidade de visto para a realização da viagem. Diante do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. (A) Cabe ação de reparação por danos extrapatrimoniais, em razão da insuficiência de informação clara e precisa, que deveria ter sido prestada pela agência de turismo, no tocante à necessidade de visto de trânsito para a conexão internacional prevista no trajeto. (B) Não houve danos materiais a serem ressarcidos, já que os consumidores sequer embarcaram, situação muito diferente de terem de retornar, às próprias expensas, diretamente do país de conexão, interrompendo a viagem durante o percurso. Gabarito “A” (C) Não ocorreram danos extrapatrimoniais por se tratar de pessoas que tinham capacidade de leitura e compreensão do contrato, sendo culpa exclusiva das próprias vítimas a interrupção da viagem por desconhecerem a necessidade de visto de trânsito para realizarem a conexão internacional. (D) Houve culpa exclusiva da empresa aérea que emitiu os bilhetes de viagem, não podendo a agência de viagem ser culpabilizada, por ser o comerciante responsável subsidiariamente e não responder diretamente pelo fato do serviço. A: correta. Trata-se de vício de serviço (art. 20 do CDC) e a agência de turismo (fornecedora) responde pelos danos morais e materiais causados em relação aos vícios na prestação de serviços em razão da falta de informação (art. 6, VIII, do CDC); B: incorreta. Evidentes os danos materiais causados pela falta de informação uma vez que os consumidores não conseguiram embarcar, perdendo o valor relativo às passagens aéreas pagas; C: incorreta. Vide justificativa da alternativa A. Além disso, estão presentes as vulnerabilidades técnica, informacional e jurídica dos consumidores; D: incorreta. Sendo um vício de serviço, a agência de turismo (comerciante), é solidariamente responsável pelos danos causados aos consumidores. RD (OAB/Exame Unificado – 2017.3) Osvaldo adquiriu um veículo zero quilômetro e, ao chegar a casa, verificou que, no painel do veículo, foi acionada a indicação de problema no nível de óleo. Ao abrir o capô, constatou sujeira de óleo em toda a área. Osvaldo voltou imediatamente à concessionária, que realizou uma rigorosa avaliação do veículo e constatou que havia uma rachadura na estrutura do motor, que, por isso, deveria ser trocado. Oswaldo solicitou um novo Gabarito “A” veículo, aduzindo que optou pela aquisição de um zero quilômetro por buscar um carro que tivesse toda a sua estrutura “de fábrica”. A concessionária se negou a efetuar a troca ou devolver o dinheiro, alegando que isso não descaracterizaria o veículo como novo e que o custo financeiro de faturamento e outras medidas administrativas eram altas, não justificando, por aquele motivo, o desfazimento do negócio. No mesmo dia, Osvaldo procura você, como advogado, para orientá- lo. Assinale a opção que apresenta a orientação dada. (A) Cuida-se de vício do produto, e a concessionária dispõe de até trinta dias para providenciar o reparo, fase que, ordinariamente, deve preceder o direito do consumidor de pleitear a troca do veículo. (B) Trata-se de fato do produto, e o consumidor sempre pode exigir a imediata restituição da quantia paga, sem prejuízo de pleitear perdas e danos em juízo. (C) Há evidente vício do produto, sendo subsidiária a responsabilidade da concessionária, devendo o consumidor ajuizar a ação de indenização por danos materiais em face do fabricante. (D) Trata-se de fato do produto, e o consumidor não tem interesse de agir, pois está no curso do prazo para o fornecedor sanar o defeito. A: correta. Trata-se de vício de produto e, nos termos do art. 18 do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor tem o direito de consertar do produto em até trinta dias. Se não consertar dentro desse prazo, poderá o consumidor optar pela troca do produto, devolução dos valores ou abatimento proporcional do preço; B: incorreta. A caracterização de fato do produto exige o acidente de consumo, ou seja, que o produto coloque em risco a vida e a saúde do consumidor, o que não foi mencionado pelo problema; C: incorreta. Trata-se de vício do produto sendo, portanto, solidária (não subsidiária) a responsabilidade do fornecedor; D: incorreta. O defeito do produto, tratado no art. 12 do CDC, não permite que o fornecedor conserte o produto, devendo ser o consumidor imediatamente indenizado. RD (OAB/Exame Unificado – 2016.1) Antônio desenvolve há mais de 40 anos atividade de comércio no ramo de hortifrúti. Seus clientes chegam cedo para adquirir verduras frescas entregues pelos produtores rurais da região. Antônio também vende no varejo, com pesagem na hora, grãos e cereais adquiridos em sacas de 30 quilos, de uma marca muito conhecida e respeitada no mercado. Determinado dia, a cliente Maria desconfiou da pesagem e fez a conferência na sua balança caseira, que apontou suposta divergência de peso. Procedeu com a imediata denúncia junto ao Órgão Oficial de Fiscalização, que confirmou que o instrumento de medição do comerciante estava com problemas de calibragem e que não estava aferido segundo padrões oficiais, gerando prejuízo aos consumidores. A cliente denunciante buscou ser ressarcida pelo vício de quantidade dos produtos. Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. (A) Trata-se de responsabilidade civil solidária, podendo Maria acionar tanto o comerciante quanto os produtores. (B) Trata-se de responsabilidade civil subsidiária, pois o comerciante só responde se os demais fornecedores não forem identificados. (C) Trata-se de responsabilidade civil exclusiva do comerciante, na qualidade de fornecedor imediato. Gabarito “A” (D) Trata-se de responsabilidade civil objetiva, motivo pelo qual inexistem excludentes de responsabilidade. A e B: incorretas, pois, no caso do fornecimento de produto mediante pesagem ou mediação no momento da compra, responderá perante o consumidor apenas o fornecedor imediato, nos termos do art. 19, § 2º, do CDC; C: correta, pois, de fato, no caso do fornecimento de produto mediante pesagem ou mediação no momento da compra, responderá perante o consumidor apenas o fornecedor imediato, nos termos do art. 19, § 2º, do CDC; D: incorreta, pois o CDC reconhece a existência de excludentes de responsabilidade, como a culpa exclusiva da vítima ou de terceiro; no caso em tela dificilmente será reconhecida uma excludente; porém, não é possível dizer que a alternativa traz informação correta. (OAB/Exame Unificado – 2015.3) Dulce, cinquenta e oito anos de idade, fumante há três décadas, foi diagnosticada como portadora de enfisema pulmonar. Trata-se de uma doença pulmonar obstrutiva crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, que causa a perda da capacidade respiratória e uma consequente oxigenação insuficiente. Em razão do avançado estágio da doença, foi prescrito como essencial o tratamento de suplementação de oxigênio. Para tanto, Joana, filha de Dulce, adquiriu para sua mãe um aparelho respiratório na loja Saúde e Bem-Estar. Porém, com uma semana de uso, o produto parou de funcionar. Joana procurou imediatamente a loja para substituição do aparelho, oportunidade na qual foi informada pela gerente que deveria aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto do produto pelo fabricante. Com base no caso narrado, em relação ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta. Gabarito “C” (A) Está correta a orientação da vendedora. Joana deverá aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto e, caso não seja sanado o vício, exigir a substituição do produto, a devolução do dinheiro corrigido monetariamente ou o abatimento proporcional do preço. (B) Joana não é consumidora destinatária final do produto, logo tem apenas direito ao conserto do produto durável no prazo de noventa dias, mas não à devolução da quantia paga. (C) Joana não precisa aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto, pois tem direito de exigir a substituição imediata do produto, em razão de sua essencialidade. (D) Na impossibilidade de substituição do produto por outro da mesma espécie, Joana poderá optar por um modelo diverso, sem direito à restituição de eventual diferença de preço, e, se este for de valor maior, não será devida por Joana qualquer complementação. A: incorreta, pois, em se tratando de produto essencial para a destinatária final dele (Dulce), a lei estabelece que não é necessário aguardar o prazo legal de 30 dias para o concerto, podendo a adquirente do produto (Joana) ou a usuária do produto (Dulce) requerer a substituição imediata do produto ou qualquer outra alternativa prevista no art. 18, § 1º, do CDC, tudo nos termos do art. 18, § 3º, do CDC; B: incorreta, pois tanto que adquire o produto (Joana), como quem usa o produto (Dulce) são considerados consumidores (art. 2º, caput, do CDC); C: correta, pois, em se tratando de produto essencial para a destinatária final dele (Dulce), a lei estabelece que não é necessário aguardar o prazo legal de 30 dias para o concerto, podendo a adquirente do produto (Joana) ou a usuária do produto (Dulce) requerer a substituição imediata do produto ou qualquer outra alternativa prevista no art. 18, § 1º, do CDC, tudo nos termos do art. 18, § 3º, do CDC; D: incorreto, pois, não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço (art. 18, § 4º, do CDC). (OAB/Exame Unificado – 2015.1) A responsabilidade civil dos fornecedores de serviços e produtos, estabelecida pelo Código do Consumidor, reconheceu a relação jurídica qualificada pela presença de uma parte vulnerável, devendo ser observados os princípios da boa-fé, lealdade contratual, dignidade da pessoa humana e equidade. A respeito da temática, assinale a afirmativa correta. (A) A responsabilidade civil subjetiva dos fabricantes impõe ao consumidor a comprovação da existência de nexo de causalidade que o vincule ao fornecedor, mediante comprovação da culpa, invertendo-se o ônus da prova no que tange ao resultado danoso suportado. (B) A responsabilidade civil do fabricante é subjetiva e subsidiária quando o comerciante é identificado e encontrado para responder pelo vício ou fato do produto, cabendo ao segundo a responsabilidade civil objetiva. (C) A responsabilidade civil objetiva do fabricante somente poderá ser imputada se houver demonstração dos elementos mínimos que comprovem o nexo de causalidade que justifique a ação proposta, ônus esse do consumidor. (D) A inversão do ônus da prova nas relações de consumo é questão de ordem pública e de imputação imediata, cabendo ao fabricante a carga probatória frente ao consumidor, em razão da responsabilidade civil objetiva. Gabarito “C” A: incorreta, pois a responsabilidade dos fabricantes não é subjetiva, mas sim objetiva, não sendo necessário que haja conduto culposa do fabricante (arts. 12, caput, e 18, caput, ambos do CDC); B: incorreta, pois a responsabilidade do fabricante é objetiva (e não subjetiva) e direta (e não subsidiária), podendo o fabricante ser acionado diretamente, independentemente de o comerciante ser identificado ou encontrado; C: correta, pois, de fato, a responsabilidade do fabricante é objetiva, cabendo ao autor da ação, o consumidor, a demonstração dos elementos mínimos para a configuração dessa responsabilidade, ressalvado, é claro, os casos em que cabe a inversão do ônus da prova, que, como se sabe, não é automática; D: incorreta, pois a inversão do ônus da prova não é automática no regime do CDC, já que depende do preenchimento de um dos seguintes requisitos pelo consumidor, a critério do juiz: verossimilhança de sua alegação ou que este seja hipossuficiente (art. 6º, VIII, do CDC). (OAB/Exame Unificado – 2014.3) Carmen adquiriu veículo zero quilômetro com dispositivo de segurança denominado airbag do motorista, apenas para o caso de colisões frontais. Cerca de dois meses após a aquisição do bem, o veículo de Carmen sofreu colisão traseira, e a motorista teve seu rosto arremessado contra o volante, causando-lhe escoriações leves. A consumidora ingressou com medida judicial em face do fabricante, buscando a reparação pelos danos materiais e morais que sofrera, alegando ser o produto defeituoso, já que o airbag não foi acionado quando da ocorrência da colisão. A perícia constatou colisão traseira e em velocidade inferior à necessária para o acionamento do dispositivo de segurança. Carmen invocou a inversão do ônus da prova contra o fabricante, o que foi indeferido pelo juiz. Gabarito “C” Analise o caso à luz da Lei nº 8.078/90 e assinale a afirmativa correta. (A) Cabe inversão do ônus da prova em favor da consumidora, por expressa determinação legal, não podendo, em qualquer hipótese, o julgador negar tal pleito. (B) Falta legitimação, merecendo a extinção do processo sem resolução do mérito, uma vez que o responsável civil pela reparação é o comerciante, no caso, a concessionária de veículos. (C) A responsabilidade civil do fabricante é objetiva e independe de culpa; por isso, será cabível indenização à vítima consumidora, mesmo que esta não tenha conseguido comprovar a colisão dianteira. (D) O produto não poderá ser caracterizado como defeituoso, inexistindo obrigação do fabricante de indenizar a consumidora, já que, nos autos, há apenas provas de colisão traseira. A: incorreta, pois, apesar de caber inversão do ônus da prova no caso, esta depende do preenchimento de um dos seguintes requisitos pelo consumidor, a critério do juiz: verossimilhança de sua alegação ou que este seja hipossuficiente (art. 6º, VIII, do CDC); B: incorreta, pois o consumidor alega a chamada responsabilidade por fato do produto (ou por defeito do produto), que é aquela em que se alega efetivo dano à saúde ou a segurança do consumidor; assim sendo, incide o regime do art. 12, caput, do CDC, que não permite como regra o acionamento do comerciante que vendeu o produto, devendo-se acionar o fabricante; esse regime difere do regime da responsabilidade pelo vício do produto (quando este simplesmente tem problema de qualidade ou quantidade, mas que não houve efetivo dano à saúde ou à segurança do consumidor), quando se pode acionar todos os fornecedores da cadeia, ou seja, tanto o comerciante, como o fabricante do produto (art. 18, caput, do CDC); C: incorreta; de fato, a responsabilidade do fabricante é objetiva e independe de culpa (art. 12, caput, do CDC); porém, essa responsabilidade depende de se ter um efetivo defeito no produto; segundo a lei, um produto é considerado defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera (art. 12, § 1º, do CDC); e o produto em questão era uma airbag apenas para colisões frontais, e não para colisões traseiras, de modo que não é possível dizer que o produto não ofereceu a segurança que dele legitimamente se esperava; D: correta; o veículo só poderia ser considerado defeituoso se não dispusesse da segurança que legitimamente se espera dele (art. 12, § 1º, do CDC); e no caso, o produto não fora fabricado para colisões traseiras, mas sim para colisões frontais, o que afasta o pressuposto básico para a responsabilidade pelo fato do produto, que é a existência de produto defeituoso. (OAB/Exame Unificado – 2014.2) Um homem foi submetido à cirurgia para remoção de cálculos renais em hospital privado. A intervenção foi realizada por equipe médica não integrante dos quadros de funcionários do referido hospital, apesar de ter sido indicada por esse mesmo hospital. Durante o procedimento, houve perfuração do fígado do paciente, verificada somente três dias após a cirurgia, motivo pelo qual o homem teve que se submeter a novo procedimento cirúrgico, que lhe deixou uma grande cicatriz na região abdominal. O paciente ingressou com ação judicial em face do hospital, visando a indenização por danos morais e estéticos. Partindo dessa narrativa, assinale a opção correta. (A) O hospital responde objetivamente pelos danos morais e estéticos decorrentes do erro médico, tendo em vista que ele indicou a equipe médica. Gabarito “D” (B) O hospital responderá pelos danos, mas de forma alternativa, não se acumulando os danos morais e estéticos, sob pena de enriquecimento ilícito do autor. (C) O hospital não responderá pelos danos, uma vez que se trata de responsabilidade objetiva da equipe médica, sendo o hospital parte ilegítima na ação porque apenas prestou serviço de instalações e hospedagem do paciente. (D) O hospital não responderá pelos danos, tendo em vista que não se aplica a norma consumerista à relação entre médico e paciente, mas, sim, o Código Civil, embora a responsabilidade civil dos profissionais liberais seja objetiva. A: correta, pois, uma vez que o médico foi indicado pelo hospital, há responsabilidade solidária do médico que cometeu o erro e do hospital; da mesma forma, se o médico também fosse daqueles indicados ou credenciados por um plano de saúde, este também responderia de forma solidária com o médico que cometesse o erro (STJ REsp 866.371/RS, j. 27/03/12); quanto ao médico, este responde subjetivamente por ser profissional liberal (art. 14, § 4º, do CDC), ao passo que o hospital responde objetivamente nos termos do art. 14, caput, do CDC; B: incorreta, pois a responsabilidade do hospital, como se viu, não é alternativa, mas solidária (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC); C: incorreta, pois, conforme se viu o hospital indicou o médico e, assim, responde solidariamente (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC); D: incorreta, pois o CDC se aplica sim à relação entre médico e paciente, lembrando que o médico responde subjetivamente, por ser profissional liberal (art. 14, § 4º, do CDC), ao passo que o hospital, objetivamente (art. 14, caput, do CDC). Gabarito “A” (OAB/Exame Unificado – 2013.2) O Mercado A comercializa o produto desinfetante W, fabricado por “W.Industrial”. O proprietário do Mercado B, que adquiriu tal produto para uso na higienização das partes comuns das suas instalações, verifica que o volume contido no frasco está em desacordo com as informações do rótulo do produto. Em razão disso, o Mercado B propõe ação judicial em face do Mercado A, invocando a Lei n. 8.078/90 (CDC), arguindo vícios decorrentes de tal disparidade. O Mercado A, em defesa, apontou que se tratava de responsabilidade do fabricante e requereu a extinção do processo. A respeito do caso sugerido, assinale a alternativa correta. (A) O processo merece ser extinto por ilegitimidade passiva. (B) O caso versa sobre fato do produto, logo a responsabilidade do réu é subsidiária. (C) O processo deve ser extinto, pois o autor não se enquadra na condição de consumidor. (D) Trata-se de vício do produto, logo o réu e o fabricante são solidariamente responsáveis. A: incorreta; no caso temos um vício do produto (do tipo vício de quantidade – art. 19 do CDC) e não um defeito do produto (art. 12 do CDC), já que se trata de um problema interno do produto (quantidade díspar do rótulo) e não de um problema externo do produto (que é aquele problema que acontece quando se atinge a segurança do consumidor); nesse sentido, e considerando que o comerciante só está a princípio liberado de responder no caso de defeito (art. 12 do CDC – só respondem o fabricante, o produtor, o construtor e importador), mas responde quando se trata de vício (pois aqui todos os fornecedores respondem, inclusive o comerciante – art. 19 do CDC), não há que se falar em ilegitimidade passiva do comerciante (“Mercado A”), que tem o dever de responder no caso; B: incorreta, pois o caso trata de vício do produto, e não de fato do produto (= a defeito do produto ou acidente de consumo), hipótese em que a responsabilidade dos fornecedores é solidária (art. 19, caput, do CDC) e não subsidiária; C: incorreta, pois o produto em questão não foi adquirido para revenda ou para servir de insumo para a produção (casos em que fica afastada a aplicação do CDC, salvo se se tratar de um adquirente vulnerável), tratando-se de produto de uso interno, no caso, para higienização do local de trabalho; D: correta, tratando de vício de quantidade, com responsabilidade solidária expressamente mencionada na lei (art. 19, caput, do CDC). (OAB/Exame Unificado – 2013.2) Carla ajuizou ação de indenização por danos materiais, morais e estéticos em face do dentista Pedro, lastreada em prova pericial que constatou falha, durante um tratamento de canal, na prestação do serviço odontológico. O referido laudo comprovou a inadequação da terapia dentária adotada, o que resultou na necessidade de extração de três dentes da paciente, sendo que na execução da extração ocorreu fratura da mandíbula de Carla, o que gerou redução óssea e sequelas permanentes, que incluíram assimetria facial. Com base no caso concreto, à luz do Código de Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta. (A) O dentista Pedro responderá objetivamente pelos danos causados à paciente Carla, em razão do comprovado fato do serviço, no prazo prescricional de cinco anos. (B) Haverá responsabilidade de Pedro, independentemente de dolo ou culpa, diante da constatação do vício do serviço, no prazo decadencial de noventa dias. Gabarito “D” (C) A obrigação de indenizar por parte de Pedro é subjetiva e fica condicionada à comprovação de dolo ou culpa. (D) Inexiste relação de consumo no caso em questão, pois é uma relação privada, que encerra obrigação de meio pelo profissional liberal, aplicando-se o Código Civil. A: incorreta, pois, segundo o art. 14, § 4º, do CDC, o profissional liberal (no caso em questão temos um dentista enquanto profissional liberal, não havendo menção ao fato de que se tratava de um empresa de tratamentos dentários, hipótese em que a regra não se aplicaria) responde subjetivamente (e não objetivamente), ou seja, mediante a verificação de sua culpa (= culpa em sentido estrito ou dolo); B: incorreta, pois, como se viu, a responsabilidade no caso é subjetiva (e não objetiva); ademais, se houvesse responsabilidade o prazo seria prescricional (relativo a pretensão indenizatória) e de 5 anos (art. 27 do CDC); C: correta (art. 14, § 4º, do CDC); D: incorreta, pois há fornecedor (dentista Pedro, que é um prestador de serviço remunerado – art. 3º, caput e § 2º, do CDC), consumidor (Carla), objeto (prestação de serviço – art. 3º, § 2º, do CDC)) e elemento finalístico cumprido (Carla é destinatária final do serviço – art. 2º, caput, do CDC), de modo que há uma relação de consumo sim, e não relação regida pelo Código Civil. (OAB/Exame Unificado – 2013.1) Elisabeth e Marcos, desejando passar a lua de mel em Paris, adquiriram junto à Operadora de Viagens e Turismo “X” um pacote de viagem, composto de passagens aéreas de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro saúde e acidentes pessoais, este último prestado pela seguradora “Y”. Após chegar à cidade, Elisabeth sofreu os efeitos de uma gastrite severa e Marcos entrou em contato com a operadora de viagens a fim de que o Gabarito “C” seguro fosse acionado, sendo informado que não havia médico credenciado naquela localidade. O casal procurou um hospital, que manteve Elisabeth internada por 24 horas, e retornou ao Brasil no terceiro dia de estada em Paris, tudo às suas expensas. Partindo da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. (A) O casal poderá acionar judicialmente a operadora de turismo, mesmo que a falha do serviço tenha sido da seguradora, em razão da responsabilidade solidária aplicável ao caso. (B) O casal somente poderá acionar judicialmente a seguradora Y, já que a operadora de turismo responderia por falhas na organização da viagem, e não pelo seguro porque esse foi realizado por outra empresa. (C) O casal terá que acionar judicialmente a operadora de turismo e a seguradora simultaneamente por se tratar da hipótese de litisconsórcio necessário e unitário, sob pena de insurgir em carência da ação. (D) O casal não poderá acionar judicialmente a operadora de turismo já que havia liberdade de contratar o seguro saúde viagem com outra seguradora e, portanto, não se tratando de venda casada, não há responsabilidade solidária na hipótese. A: correta, pois o seguro foi adquirido junto à própria Operadora de Viagens, de modo que esta responderá solidariamente com a empresa de seguro de saúde (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC); B: incorreta, tendo em vista a solidariedade entre ambas (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC); C: incorreta, pois, na solidariedade passiva, a obrigação pode ser cobrada de qualquer um dos devedores solidários, individualmente; D: incorreta, pois, conforme mencionado, o seguro foi adquirido junto à própria Operadora de Viagens, de forma que esta responderá solidariamente com a empresa de seguro de saúde (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC). (OAB/Exame Unificado – 2012.2) Determinado consumidor, ao mastigar uma fatia de pão com geleia, encontrou um elemento rígido, o que lhe causou intenso desconforto e a quebra parcial de um dos dentes. Em razão do fato, ingressou com medida judicial em face do mercado que vendeu a geleia, a fim de ser reparado. No curso do processo, a perícia constatou que o elemento encontrado era uma pequena porção de açúcar cristalizado, não oferecendo risco à saúde do autor. Diante desta narrativa, assinale a afirmativa correta. (A) O fabricante e o fornecedor do serviço devem ser excluídos de responsabilidade, visto que o material não ofereceu qualquer risco à integridade física do consumidor, não merecendo reparação. (B) O elemento rígido não característico do produto, ainda que não o tornasse impróprio para o consumo, violou padrões de segurança, já que houve dano comprovado pelo consumidor. (C) A responsabilidade do fornecedor depende de apuração de culpa e, portanto, não tendo o comerciante agido de modo a causar voluntariamente o evento, não deve responder pelo resultado. (D) O comerciante não deve ser condenado e sequer caberia qualquer medida contra o fabricante, posto que não há fato ou vício do produto, motivo pelo qual não deve ser responsabilizado pelo alegado defeito. A: incorreta, pois, efetivamente, houve um dano à saúde do consumidor, com nexo de causalidade claro entre a conduta do fornecedor e o dano; configurou-se, assim, o chamado defeito do produto, também conhecimento Gabarito “A” como acidente de consumo (art. 12 do CDC); vale acrescentar que o produto é considerado defeituoso (requisito essencial para a configuração da responsabilidade) “quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes”, entre as quais “o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam”; no caso, o elemento rígido violou o padrão de segurança esperado para um produto dessa natureza, configurando-se efetivamente o defeito do produto; dessa forma, é incorreto dizer que o fabricante deve ser excluído de responsabilidade; B: correta, conforme comentário feito à alternativa “a”; C: incorreta, pois a responsabilidade pelo fato do produto é objetiva, ou seja, independentemente de culpa ou dolo, nos termos do art. 12 do CDC; D: incorreta; de fato, o comerciante não responde em caso de defeito no produto (art. 12 do CDC), salvo as exceções do art. 13 do CDC; só para lembrar, o comerciante só responde em caso de vício do produto (arts. 18 a 20); já o fabricante, este sim responde tanto no caso de defeito, como no de vício; dessa forma, é incorreto dizer que não cabe qualquer medida contra o fabricante. (OAB/Exame Unificado – 2011.2) Ao instalar um novo aparelho de televisão no quarto de seu filho, o consumidor verifica que a tecla de volume do controle remoto não está funcionando bem. Em contato com a loja onde adquiriu o produto, é encaminhado à autorizada. O que esse consumidor pode exigir com base na lei, nesse momento, do comerciante? (A) A imediata substituição do produto por outro novo. (B) O conserto do produto no prazo máximo de 30 dias. (C) Um produto idêntico emprestado enquanto durar o conserto. (D) O dinheiro de volta. Gabarito “B” O caso em tela revela um vício de qualidade no produto. Incide, assim, o disposto no § 1º do art. 18 do CDC, pelo qual o fornecedor tem o prazo máximo de 30 dias para sanar o vício. Somente em caso de não resolução do vício no prazo mencionado é que o consumidor poderá exigir, alternativamente e à sua escolha, a substituição do produto, a restituição da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço (art. 18, § 1º, do CDC). O consumidor só poderá pular a primeira parte (pedido para sanar o vício em 30 dias) quando se tratar de produto essencial ou se a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto. No caso, não há que se falar em produto essencial, nem de comprometimento do produto em caso de seu conserto. Dessa forma, a alternativa “B” é a única consentânea com o regime jurídico do vício de qualidade em produto. (OAB/Exame Unificado – 2010.3) O prazo para reclamar sobre vício oculto de produto durável é de (A) 90 (noventa) dias a contar da aquisição do produto. (B) 90 (noventa) dias a contar da entrega do produto. (C) 90 (noventa) dias a contar de quando ficar evidenciado o vício. (D) 30 (trinta) dias a contar da entrega do produto. Art. 26, II e § 3º, do CDC. (OAB/Exame Unificado – 2009.2) Com base no Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta acerca da responsabilidade na prestação de serviços. Gabarito “B” Gabarito “C” (A) O serviço é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. (B) O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, ou quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste. (C) O fornecedor de serviço responderá pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços ou decorrentes de informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos somente se comprovada a sua culpa. (D) A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais deve ser apurada independentemente da verificação de culpa. A: incorreta, art. 14, § 2º, do CDC; B: correta, art. 14, § 3º, I e II, do CDC; C: incorreta, art. 14, caput, do CDC; D: incorreta, art. 14, § 4º, do CDC. (OAB/Exame Unificado – 2009.1) Acerca da responsabilidade no Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta. (A) É permitida a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar. (B) Caso o vício do produto ou do serviço não seja sanado no prazo legal, pode o consumidor exigir o abatimento proporcional do preço. (C) No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, mesmo se identificado claramente o produtor. (D) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços o exime de Gabarito “B” responsabilidade. A: incorreta, art. 25 do CDC; B: correta, art. 18, § 1º, III, c/c art. 20, III, ambos do CDC; C: incorreta, art. 18, § 5º, do CDC; D: incorreta, art. 23 do CDC. (FGV – 2011) A respeito do tema relações de consumo, disciplinada pela Lei 8.078/90, é correto afirmar que (A) a ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação do produto para o consumo o exime da responsabilidade solidária para com os demais fornecedores. (B) o serviço será considerado defeituoso quando não fornecer a segurança que o consumidor dele espere, ainda que se trate de adoção de novas técnicas. (C) no fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto, considera-se implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição novos e originais. (D) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica privada, excetuando-se as públicas, que exerçam atividades como produção, montagem e construção de produtos e prestação de serviços. (E) nas compras realizadas por telefone, assiste ao consumidor o direito de desistir do contrato no prazo de cinco dias contados do recebimento do produto. A: incorreta, pois a responsabilidade é objetiva, pouco importando a ciência ou não do vício de qualidade do produto (art. 23 do CDC); B: incorreta, pois o fato de existirem produtos no mercado com novas técnicas, não torna os Gabarito “B” demais produtos defeituosos (art. 14, § 2º, do CDC); C: correta (art. 21 do CDC); D: incorreta, pois as pessoas jurídicas de direito público também podem ser fornecedoras (art. 3º, caput, do CDC); E: incorreta, pois o direito de desistir pode se dar até sete dias (e não cinco dias), contados da assinatura do contrato ou do ato de recebimento do produto ou serviço. (FGV – 2010) O direito de reclamar por um vício de qualidade que torna um produto impróprio ou inadequado ao consumo caduca em: (A) 15 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e de produto não durável. (B) 30 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e de produto não durável. (C) 60 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e de produto durável. (D) 120 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e de produto durável. (E) 180 dias, tratando-se de vício oculto. Art. 26, I, da Lei
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