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Como passar na oab 2022-1

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5. DIREITO DO CONSUMIDOR
Wander Garcia e Roberta Densa1
1. CONCEITO DE CONSUMIDOR. RELAÇÃO DE CONSUMO
(OAB/Exame Unificado – 2019.2) A concessionária de veículo X
adquiriu, da montadora, trinta unidades de veículo do mesmo modelo
e de cores diversificadas, a fim de guarnecer seu estoque, e direcionou
três veículos desse total para uso da própria pessoa jurídica. Ocorre
que cinco veículos apresentaram problemas mecânicos decorrentes de
falha na fabricação, que comprometiam a segurança dos passageiros.
Desses automóveis, um pertencia à concessionária e os outros quatro,
a particulares que adquiriram o bem na concessionária.
Nesse caso, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC),
assinale a afirmativa correta.
(A) Entre os consumidores particulares e a montadora inexiste relação
jurídica, posto que a aquisição dos veículos se deu na
concessionária.
(B) Entre os consumidores particulares e a montadora, por se tratar de
falha na fabricação, há relação jurídica protegida pelo CDC; a
relação jurídica entre a concessionária e a montadora, no que se
refere à unidade adquirida pela pessoa jurídica para uso próprio, é
de direito comum civil.
(C) Existe, entre a concessionária e a montadora, relação jurídica
regida pelo CDC, mesmo que ambas sejam pessoas jurídicas, no
que diz respeito ao veículo adquirido pela concessionária para
uso próprio, e não para venda.
(D) Somente há relação jurídica protegida pelo CDC entre o
consumidor e a concessionária, que deverá ingressar com ação de
regresso contra a montadora, caso seja condenada em ação
judicial, não sendo possível aos consumidores demandarem
diretamente contra a montadora.
A: incorreta. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor ao destinatário
final de produto ou serviço, nos termos do art. 2º da lei consumerista
(consumidor é pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final). Ademais, para o caso em estudo, a
concessionária e a montadora teriam responsabilidade civil solidária (art. 25
do CDC). Note-se que a jurisprudência do STJ segue no sentido de que é
solidária a responsabilidade do fabricante e da concessionária por vício do
produto, em veículos automotores, podendo o consumidor acionar qualquer
um dos coobrigados. Veja: STJ, 4ª Turma, Rel. Min. Raul Araújo, REsp
2018/0209842-3, DJe 15/04/2019. B: incorreta. Vide comentários à
alternativa “C”. C: correta. A teoria finalista mitigada, adotada pelo Superior
Tribunal de Justiça, admite a incidência da lei consumerista quando o
destinatário final do produto, ainda que para com a finalidade de lucro, seja
vulnerável. (Veja: REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por
unanimidade, julgado em 14/3/2017, DJe 21/3/2017). Assim, o Código de
Defesa do Consumidor é aplicável ao adquirente final (consumidores
particulares) e a concessionária para o veículo que adquiriu com a finalidade
de uso próprio, excluindo os automóveis por essa revendidos. D: incorreta.
Vide nota da alternativa “A”. RD
Gabarito “C”
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1599535
(OAB/Exame Unificado – 2017.1) Alvina, condômina de um edifício
residencial, ingressou com ação para reparação de danos, aduzindo
falha na prestação dos serviços de modernização dos elevadores.
Narrou ser moradora do 10º andar e que hospedou parentes durante o
período dos festejos de fim de ano. Alegou que o serviço nos
elevadores estava previsto para ser concluído em duas semanas, mas
atrasou mais de seis semanas, o que implicou falta de elevadores
durante o período em que recebeu seus hóspedes, fazendo com que
seus convidados, todos idosos, tivessem que utilizar as escadas, o que
gerou transtornos e dificuldades, já que os hóspedes deixaram de fazer
passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades de
acesso. Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o
planejamento de atividades para o período, Alvina afirmou ter sofrido
danos extrapatrimoniais decorrentes da mora do fornecedor de
serviço, que, ainda que regularmente notificado pelo condomínio,
quedou-se inerte e não apresentou qualquer justificativa que
impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva.
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta.
(A) Existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o
fornecedor de serviço, não tendo Alvina legitimidade para
ingressar com ação indenizatória, por estar excluída da cadeia da
relação consumerista.
(B) Inexiste relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual
regida pelo Código Civil, tendo a multa contratual pelo atraso na
execução do serviço cunho indenizatório, que deve servir a todos
os condôminos e não a Alvina, individualmente.
(C) Existe relação de consumo, mas não cabe ação individual, e sim a
perpetrada por todos os condôminos, em litisconsórcio, tendo
como objeto apenas a cobrança de multa contratual e
indenização coletiva.
(D) Existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com
base da teoria finalista, podendo Alvina ingressar individualmente
com a ação indenizatória, já que é destinatária final e quem sofreu
os danos narrados.
A: incorreta. A hipótese apresentada é de aplicação do CDC (vide alternativa
“D”), razão pela qual Alvina tem legitimidade para ingressar com ação
requerendo indenização por danos materiais e morais; B: incorreta. A
hipótese é de aplicação do CDC (vide justificativa da alternativa “D”); C:
incorreta. Tendo em vista que Alvina é consumidora, por ser quem utiliza o
serviço como destinatária final, cabe ação individual para reclamar
indenização; D: correta. Embora a contratação tenha ocorrido por meio do
condomínio Alvina é considerada consumidora por utilizar o serviço como
destinatária final (art. 2º, caput, do CDC). Por outro lado, a empresa de
elevadores é fornecedora nos termos do art. 3º do CDC, estando configurada
a relação jurídica de consumo e a integral aplicação do CDC. Nos termos do
art. 6º, VI, do Código de Defesa do Consumidor, a consumidora pode
requerer reparação dos danos materiais e morais sofridos em razão da
ausência de cumprimento do contrato. RD
(OAB/Exame Unificado – 2016.1) Amadeu, aposentado, aderiu ao
plano de saúde coletivo ofertado pelo sindicato ao qual esteve
vinculado por força de sua atividade laborativa por mais de 30 anos.
Ao completar 60 anos, o valor da mensalidade sofreu aumento
significativo (cerca de 400%), o que foi questionado por Amadeu, a
quem os funcionários do sindicato explicaram que o aumento
Gabarito “D”
decorreu da mudança de faixa etária do aposentado. A respeito do
tema, assinale a afirmativa correta.
(A) O aumento do preço é abusivo e a norma consumerista deve ser
aplicada ao caso, mesmo em se tratando de plano de saúde
coletivo e, principalmente, que envolva interessado com amparo
legal no Estatuto do Idoso.
(B) O aumento do preço é legítimo, tendo em vista que o idoso faz
maior uso dos serviços cobertos e o equilíbrio contratual exige
que não haja onerosidade excessiva para qualquer das partes, não
se aplicando o CDC à hipótese, por se tratar de contrato de plano
de saúde coletivo envolvendo pessoas idosas.
(C) O aumento do valor da mensalidade é legítimo, uma vez que a
majoração de preço é natural e periodicamente aplicada aos
contratos de trato continuado, motivo pelo qual o CDC autoriza
que o critério faixa etária sirva como parâmetro para os reajustes
econômicos.
(D) O aumento do preço é abusivo, mas o microssistema consumerista
não deve ser utilizado na hipótese, sob pena de incorrer em
colisão de normas, uma vez que o Estatuto do Idoso estabelece a
disciplina aplicável às relações jurídicas que envolvam pessoa
idosa.
A: correta, pois o CDC também se aplica às relações securitárias (vide o art.
3º, § 2º, do CDC), impedindo cláusulas abusivas como essa (art. 51, XV e §
1º, III, do CDC); ademais esse tipo de aumento é expressamente proibido
pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que no seu art. 15, § 3º, estabelece
ser “vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de
valores diferenciados em razão da idade”; B, C e D: incorretas, pois o CDC
também se aplica às relações securitárias (vide o art. 3º, § 2º, do CDC),
impedindo cláusulas abusivas como essa (art. 51, XV e § 1º, III, do CDC);
ademais esse tipo de aumento é expressamente proibido pelo Estatuto do
Idoso (Lei 10.741/2003), que no seu art. 15, § 3º, estabelece ser “vedada a
discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores
diferenciados em razão da idade”.
(OAB/Exame Unificado – 2015.2) Saulo e Bianca são casados há
quinze anos e, há dez, decidiram ingressar no ramo das festas de
casamento, produzindo os chamados “bem-casados”, deliciosos doces
recheados oferecidos aos convidados ao final da festa. Saulo e Bianca
não possuem registro da atividade empresarial desenvolvida, sendo
essa a fonte única de renda da família. No mês passado, os noivos
Carla e Jair encomendaram ao casal uma centena de “bem-casados”
no sabor doce de leite. A encomenda foi entregue conforme
contratado, no dia do casamento. Contudo, diversos convidados que
ingeriram os quitutes sofreram infecção gastrointestinal, já que o
produto estava estragado. A impropriedade do produto para o
consumo foi comprovada por perícia técnica. Com base no caso
narrado, assinale a alternativa correta.
(A) O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de fornecedor do
Código do Consumidor, pois fornecem produtos com
habitualidade e onerosidade, sendo que apenas Carla e Jair, na
qualidade de consumidores indiretos, poderão pleitear
indenização.
(B) Embora a empresa do casal Saulo e Bianca não esteja devidamente
registrada na Junta Comercial, pode ser considerada fornecedora à
luz do Código do Consumidor, e os convidados do casamento, na
Gabarito “A”
qualidade de consumidores por equiparação, poderão pedir
indenização diretamente àqueles.
(C) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso, sendo
certo que tanto Carla e Jair quanto seus convidados intoxicados
são consumidores por equiparação e poderão pedir indenização,
porém a inversão do ônus da prova só se aplica em favor de Carla
e Jair, contratantes diretos.
(D) A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Bianca não está
oficialmente registrada na Junta Comercial e, portanto, por ser
ente despersonalizado, não se enquadra no conceito legal de
fornecedor da lei do consumidor, aplicando-se ao caso as regras
atinentes aos vícios redibitórios do Código Civil.
De acordo com o art. 3º, caput, do CDC os entes despersonalizados (que é o
caso de uma sociedade que não está devidamente constituída) também são
considerados fornecedores, para efeito de aplicação desse diploma. Assim,
Saulo e Bianca respondem nos termos do CDC, ficando afastada a
alternativas “D”. Os noivos Carla e Jair são consumidor típicos (diretos), por
terem adquirido esse produto (art. 2º, caput, do CDC), de modo que ficam
afastadas as alternativas “a” e “c”, já que a primeira assegura que os noivos
são meros consumidores indiretos e a segunda os trata como meros
consumidores equiparados. Quanto aos convidados da festa são
consumidores também, seja porque utilizaram o produto (art. 2º, caput, do
CDC), seja por equiparação, já que interviram na relação de consumo (art. 2º,
parágrafo único, do CDC). A alternativa “B”, portanto, está correta.
(FGV – 2013) A Lei n. 8.078/1990 estabelece a denominada Política
Nacional das Relações de Consumo, elencando seus princípios
norteadores e instrumentos a serem utilizados pelo Poder Público para
Gabarito “B”
sua efetivação. No tocante ao Código de Proteção e Defesa do
Consumidor (CDC) assinale a afirmativa incorreta.
(A) Estabelece normas de ordem pública e de interesse social, em
especial os direitos básicos do consumidor como a inversão do
ônus da prova que podem ser aplicados pelo Judiciário,
independentemente de requerimento específico.
(B) Consumidor é definido como toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
(C) Mesmo não se enquadrando no conceito legal de Consumidor, o
CDC prevê a figura do Consumidor por equiparação, a fim de
preservar direitos de todas as vítimas do evento danoso.
(D) O fabricante, o produtor, o construtor nacional ou estrangeiro e o
importador respondem, subjetivamente, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos de seus produtos, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.
(E) A oferta tem caráter vinculante, obrigando o fornecedor a, por
exemplo, vender um produto nas condições anunciadas por meio
de publicidade suficientemente precisa, veiculada por qualquer
forma ou meio de comunicação.
A: assertiva correta (arts. 1º, caput, e 6º, VIII, do CDC); B: assertiva correta
(art. 2º, caput, do CDC); C: assertiva correta, havendo casos de consumidor
equiparado nos arts. 2º, parágrafo único, 17 e 29 do CDC; D: assertiva
incorreta, devendo ser assinalada; isso se dá pois a responsabilidade, no
caso, é objetiva (e não subjetiva), nos termos do art. 12, caput, do CDC; E:
assertiva correta (art. 30 do CDC);
Í Á
Gabarito “D”
2. PRINCÍPIOS E DIREITOS BÁSICOS
(OAB/Exame Unificado – 2019.2) Antônio é deficiente visual e precisa
do auxílio de amigos ou familiares para compreender diversas
questões da vida cotidiana, como as contas de despesas da casa e
outras questões de rotina. Pensando nessa dificuldade, Antônio
procura você, como advogado(a), para orientá-lo a respeito dos
direitos dos deficientes visuais nas relações de consumo.
Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.
(A) O consumidor poderá solicitar às fornecedoras de serviços, em
razão de sua deficiência visual, o envio das faturas das contas
detalhadas em Braille.
(B) As informações sobre os riscos que o produto apresenta, por sua
própria natureza, devem ser prestadas em formatos acessíveis
somente às pessoas que apresentem deficiência visual.
(C) A impossibilidade operacional impede que a informação de
serviços seja ofertada em formatos acessíveis, considerando a
diversidade de deficiências, o que justifica a dispensa de tal
obrigatoriedade por expressa determinação legal.
(D) O consumidor poderá solicitar as faturas em Braille, mas bastará
ser indicado o preço, dispensando-se outras informações, por
expressa disposição legal.
A: correta. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) incluiu
ao Código de Defesa do Consumidor, parágrafo único do art. 6º, que garante
às pessoas com deficiência o direito básico à informação. B: incorreta. Na
forma do art. 6º, inciso III, do CDC, todo consumidor tem o direito básico “a
informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”. C e
D: incorretas. Ver justificativa da alternativa “A”. RD
(OAB/Exame Unificado – 2013.3) Maria e Manoel, casados, pais dos
gêmeos Gabriel e Thiago que têm apenas três meses de vida, residem
há seis meses no Condomínio Vila Feliz. O fornecimento do serviço
de energia elétrica na cidade onde moram é prestado por uma única
concessionária, a Companhia de Eletricidade Luz S.A. Há uma
semana, o casal vem sofrendo com as contínuas e injustificadas
interrupções na prestação do serviço pela concessionária, o que já
acarretou a queima do aparelho de televisão e da geladeira, com a
perda de todos os alimentos nela contidos. O casal pretende ser
indenizado. Nesse caso, à luz do princípio da vulnerabilidade previsto
no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa
correta.
(A) Prevalece o entendimento jurisprudencial no sentido de que a
vulnerabilidade no Código do Consumidor é sempre presumida,
tanto para o consumidor pessoa física, Maria e Manoel, quanto
para a pessoa jurídica, no caso, o Condomínio Vila Feliz, tendo
ambos direitos básicos à indenização e à inversão judicial
automática do ônus da prova.
(B) A doutrina consumerista dominante considera a vulnerabilidade
um conceito jurídico indeterminado, plurissignificativo, sendo
correto afirmar que, no caso em questão, está configurada a
vulnerabilidade fática do casal diante da concessionária, havendo
direito básico à indenização pela interrupção imotivada do
serviço público essencial.
Gabarito “A”
(C) É dominante o entendimento no sentido de que a vulnerabilidade
nas relações de consumo é sinônimo exato de hipossuficiência
econômica do consumidor. Logo, basta ao casal Maria e Manoel
demonstrá-la para receber a integral proteção das normas
consumeristas e o consequente direito básico à inversão
automática do ônus da prova e a ampla indenização pelos danos
sofridos.
(D) A vulnerabilidade nas relações de consumo se divide em apenas
duas espécies: a jurídica ou científica e a técnica. Aquela
representa a falta de conhecimentos jurídicos ou outros
pertinentes à contabilidade e à economia, e esta, à ausência de
conhecimentos específicos sobre o serviço oferecido, sendo que
sua verificação é requisito legal para inversão do ônus da prova a
favor do casal e do consequente direito à indenização.
A e C: incorretas; de fato, a vulnerabilidade do consumidor (ligada ao direito
material) é presumida no CDC; já a hipossuficiência (ligada ao direito
processual), que é causa da inversão do ônus da prova, não; dessa forma, é
incorreto dizer que o CDC prevê inversão automática do ônus da prova,
sendo necessário que o juiz verifique se é o caso, o que depende de haver ou
hipossuficiência do consumidor ou verossimilhança da alegação (art. 6º, VIII,
do CDC); B: correta, pois o consumidor é presumidamente vulnerável (art. 4º,
I, do CDC) e a situação narrada no enunciado narra, ainda, um consumidor
ainda mais desamparado dada as características do serviço que lhe é
prestado, face à total impossibilidade de se defender do consumidor, o que
provavelmente fará com que o juiz também o considere hipossuficiente e
inverta o ônus da prova em seu favor; D: incorreta, pois onde consta da
alternativa a palavra “vulnerabilidade” deveria constar “hipossuficiência”,
sendo que essa sim é que deve ser analisada se existe no caso concreto (já
que a vulnerabilidade já é presumida), e, se existir no caso concreto, aí sim é
que o juiz inverterá o ônus da prova.
(OAB/Exame Unificado – 2012.3.A) A sociedade empresária XYZ Ltda.
oferta e celebra, com vários estudantes universitários, contratos
individuais de fornecimento de material didático, nos quais garante a
entrega, com 25% de desconto sobre o valor indicado pela editora,
dos livros didáticos escolhidos pelos contratantes (de lista de editoras
de antemão definidas). Os contratos têm duração de 24 meses, e cada
estudante compromete-se a pagar valor mensal, que fica como
crédito, a ser abatido do valor dos livros escolhidos. Posteriormente, a
capacidade de entrega da sociedade diminuiu, devido a dívidas e
problemas judiciais. Em razão disso, ela pretende rever judicialmente
os contratos, para obter aumento do valor mensal, ou então liberar-se
do vínculo.
Acerca dessa situação, assinale a afirmativa correta.
(A) A empresa não pode se valer do Código de Defesa do Consumidor
e não há base, à luz do indicado, para rever os contratos.
(B) Aplica-se o CDC, já que os estudantes são destinatários finais do
serviço, mas o aumento só será concedido se provada a
dificuldade financeira e que, ademais, ainda assim o contrato seja
proveitoso para os compradores.
(C) Aplica-se o CDC, mas a pretendida revisão da cláusula contratual
só poderá ser efetuada se provado que os problemas citados têm
natureza imprevisível, característica indispensável, no sistema do
consumidor, para autorizar a revisão.
Gabarito “B”
(D) A revisão é cabível, assentada na teoria da imprevisão, pois existe
o contrato de execução diferida, a superveniência de onerosidade
excessiva da prestação, a extrema vantagem para a outra parte, e a
ocorrência de acontecimento extraordinário e imprevisível.
A: correta, pois o pedido de revisão contratual requer a existência de um fato
superveniente relacionado à prestação (ex: um contrato atrelado ao dólar
pode ser objeto de revisão se a cotação do dólar aumentar de forma muito
forte), não sendo possível que o devedor (no caso, a sociedade XYZ) alegue
problema de sua responsabilidade e alheio à prestação que tem de cumprir
(crise na empresa) para conseguir uma revisão contratual; vale lembrar que
o direito de revisão contratual está no inciso V, do art. 6º, do CDC, que traz
“direitos básicos do consumidor” e não “direitos básicos do fornecedor”; B:
incorreta, pelas mesmas razões mencionadas no comentário à alternativa
anterior; C e D: incorretas; em primeiro lugar, não é cabível a revisão,
conforme se viu dos comentários às demais alternativas; ademais, a revisão
contratual no caso é regida pelo CDC e este, como se sabe, traz como
requisito à revisão apenas a existência de um fato novo que leve à uma
excessiva onerosidade das prestações (art. 6º, V, do CDC), não sendo
necessário “imprevisibilidade” (alternativa “c”) ou “extrema vantagem para a
outra parte, e a ocorrência de acontecimento extraordinário e imprevisível
(alternativa “d”).
(OAB/Exame Unificado – 2011.3.B) O ônus da prova incumbe a quem
alega a existência do fato constitutivo de seu direito e impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito daquele que demanda. O Código
de Proteção e Defesa do Consumidor, entretanto, prevê a
possibilidade de inversão do onus probandi e, a respeito de tal tema, é
correto afirmar que
Gabarito “A”
(A) ocorrerá em casos excepcionais em que o juiz verifique ser
verossímil a alegação do consumidor ou quando for ele
hipossuficiente.
(B) é regra e basta ao consumidor alegar os fatos, pois caberá ao réu
produzir provas que os desconstituam, já que o autor é
hipossuficiente nas relações de consumo.
(C) será deferido em casos excepcionais, exceto se a inversão em
prejuízo do consumidor houver sido previamente ajustada por
meio de cláusula contratual.
(D) ocorrerá em todo processo civil que tenha por objeto as relações
consumeristas, não se admitindo exceções, sendo declarada
abusiva qualquer cláusula que disponha de modo contrário.
A: correta, nos estritos termos do disposto no art. 6º, VIII, do CDC; B:
incorreta, pois o CDC presume o consumidor vulnerável (conceito de direito
material – art. 4º, I, do CDC) e não hipossuficiente (conceito de direito
processual); assim, a inversão do ônus da prova não é automática; o juiz,
para decidir pela inversão do ônus da prova, deve verificar se está presente
um dos requisitos autorizadores, ou seja, se há HIPOSSUFICIÊNCIA ou
VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO (art. 6º, VIII, do CDC); C: incorreta, pois
é nula de pleno direito qualquer cláusula que determine a inversão do ônus
da prova em prejuízo do consumidor (art. 51, VI, do CDC); D: incorreta, pois,
como se viu, a inversão do ônus da prova não é automática, devendo o juiz
determiná-la, caso preenchido o requisito legal.
(OAB/Exame Unificado – 2011.1) Analisando o artigo 6º, V, do Código
de Defesa do Consumidor, que prescreve: “São direitos básicos do
consumidor: V – a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de
Gabarito “A”
fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”, assinale
a alternativa correta.
(A) Exige a imprevisibilidade do fato superveniente.
(B) Não traduz a relativização do princípio contratual da autonomia
da vontade das partes.
(C) Almeja, em análise sistemática, precipuamente, a resolução do
contrato firmado entre consumidor e fornecedor.
(D) Admite a incidência da cláusula rebus sic stantibus.
A: incorreta, pois o art. 6º, V, do CDC não exige que o fato superveniente que
torne a obrigação excessivamente onerosa seja imprevisível, para que se
tenha direito à revisão contratual; assim, diferentemente do Código Civil (art.
478), o CDC não adotou a Teoria da Imprevisão, mas sim a Teoria da
Onerosidade
Excessiva; B: incorreta, pois a possibilidade de modificação
contratual (quanto a prestações que já nascem desproporcionais) e de
revisão contratual (quanto a prestações que se tornem excessivamente
onerosas por fatos supervenientes) faz com que o princípio da autonomia da
vontade seja relativizado, já que o juiz interfere na autonomia da vontade das
partes quando promove a modificação ou revisão contratual; C: incorreta,
pois o princípio da conservação dos contratos exige que o contrato seja
mantido, salvo se não houver possibilidade alguma nesse sentido; a ideia da
lei é modificar ou revisar os contratos nas situações mencionadas no art. 6º,
V, do CDC, e não resolver (extinguir) o contrato; D: correta, pois tal cláusula
determina que as estipulações contratuais sejam mantidas enquanto as
condições permanecerem inalteradas; assim, caso ocorra um fato novo, que
altere as condições existentes quando da realização do contrato, é cabível a
revisão contratual; no caso, basta que esse fato novo torne a prestação de
uma das partes excessivamente onerosa, para que se tenha direito à revisão
contratual.
(OAB/Exame Unificado – 2011.1) No âmbito do Código de Defesa do
Consumidor, em relação ao princípio da boa-fé objetiva, é correto
afirmar que
(A) importa em reconhecimento de um direito a cumprir em favor do
titular passivo da obrigação.
(B) não se aplica à fase pré-contratual.
(C) para a caracterização de sua violação imprescindível se faz a
análise do caráter volitivo das partes.
(D) sua aplicação se restringe aos contratos de consumo.
A: assertiva considerada correta pela examinadora; no entanto, a questão
deveria ser anulada, pois essa alternativa também está incorreta; primeiro
porque o princípio da boa-fé se aplica a ambos os contratantes, mesmo que
um deles tenha mais obrigações que o outro, pois esse princípio tem por
efeito criar deveres anexos a ambos os contratantes (Enunciado JDC/CJF nº
24); assim, não é só a favor do “titular passivo da obrigação” que se deve
reconhecer direitos pela aplicação do princípio; segundo porque, mesmo que
assim o fosse, o certo era que constasse a expressão “titular ativo da
obrigação”, pois titular passivo é quem tem a obrigação, e não quem se
favorece dela; terceiro porque está errado, tecnicamente, dizer que alguém
tem um “direito a cumprir em favor” de outrem, sendo correto dizer que
alguém tem um “dever a cumprir em favor” de outrem; enfim, a questão tem
graves equívocos conceituais, que justificam a sua anulação; B: incorreta,
pois o princípio da boa-fé se aplica a todas as fases que envolve o contrato
(tratativas, celebração, execução, extinção e pós-extinção do contrato); C:
incorreta, pois o princípio é da boa-fé objetiva, que é aquela extraída do
contexto social; assim, pouco importa qual é o pensamento ou a intenção
Gabarito “D”
das partes, ficando caracterizada a violação ao princípio com a simples
conduta que o juiz entender que viola os deveres de lealdade extraídos da
ética social; D: incorreta, pois o Código Civil também estabelece o princípio
da boa-fé objetiva (art. 422 do CC).
3. RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR
(OAB/Exame Unificado – 2020.2) Maria compareceu à loja Bela, que
integra rede de franquias de produtos de beleza e cuidados com a
pele. A vendedora ofereceu a Maria a possibilidade de experimentar
gratuitamente o produto na própria loja, sendo questionada pela
cliente se esta poderia fazer uso com quadro de acne em erupção e
inflamada, oportunidade em que a funcionária afirmou que sim.
Porém, imediatamente após a aplicação do produto, Maria sentiu
ardência e vermelhidão intensas, não o comprando. Logo após sair da
loja, a situação agravou-se, e Maria buscou imediato atendimento
médico de emergência, onde se constataram graves lesões na pele. Da
leitura do rótulo obtido através do site da loja, evidenciou-se erro da
vendedora, que utilizou no rosto da cliente produto contraindicado
para o seu caso.
Nessa situação, à luz do Código de Defesa do Consumidor e do
entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que
(A) é objetiva a responsabilidade civil da vendedora que aplicou o
produto em Maria sem observar as contraindicações, afastando- se
a responsabilidade da empresa por culpa de terceiro.
(B) a responsabilidade civil objetiva recai exclusivamente sobre a
franqueadora, a quem faculta-se ingressar com ação de regresso
em face da franqueada.
Gabarito “A”
(C) se a franqueadora for demandada judicialmente, não poderá
invocar denunciação da lide à franqueada, por se tratar de
acidente de consumo.
(D) não há relação de consumo, uma vez que se tratou de hipótese de
amostra grátis, sem que tenha se materializado a relação de
consumo, em razão de o produto não ter sido comprado por
Maria.
A: Incorreta. Tratando-se de fato do produto, a responsabilidade civil objetiva
e solidária do fabricante e do franqueador está definida no art. 12 do CDC. De
fato, entende o Superior Tribunal de Justiça que “1. Os contratos de franquia
caracterizam-se por um vínculo associativo em que empresas distintas
acordam quanto à exploração de bens intelectuais do franqueador e têm
pertinência estritamente inter partes. 2. Aos olhos do consumidor, trata-se de
mera intermediação ou revenda de bens ou serviços do franqueador –
fornecedor no mercado de consumo, ainda que de bens imateriais. 3. Extrai-
se dos arts. 14 e 18 do CDC a responsabilização solidária de todos que
participem da introdução do produto ou serviço no mercado, inclusive
daqueles que organizem a cadeia de fornecimento, pelos eventuais defeitos
ou vícios apresentados. (REsp 1426578/SP, Rel. Ministro Marco Aurélio
Bellizze, Terceira Turma, julgado em 23/06/2015, DJe 22/09/2015). Assim, as
hipóteses de excludentes de responsabilidade definidas no art. 12, § 3º, do
CDC, não são aplicáveis ao caso. B: Incorreta. Trata-se de responsabilidade
civil objetiva e solidária. C: Correta. O Código de Defesa do Consumidor, no
seu art. 88, veda a denunciação da lide, o que é corroborado pela
jurisprudência do STJ, que entende que a “denunciação da lide em processos
de consumo é vedada porque poderia implicar maior dilação probatória,
gerando a produção de provas talvez inúteis para o deslinde da questão
principal, de interesse do consumidor”. Vide REsp 917.687; REsp 1.165.279
e Ag 1.333.671. D: Incorreta. Para ser considerado fornecedor basta colocar
o produto ou o serviço no mercado de consumo. Nesse caso, a amostra
grátis deve ser vista como forma de publicidade do produto, configurando-se
a relação de consumo. RD
(OAB/Exame Unificado – 2020.1) Adriano, por meio de um site
especializado, efetuou reserva de hotel para estada com sua família
em praia caribenha. A reserva foi imediatamente confirmada pelo site,
um mês antes das suas férias, quando fariam a viagem.
Ocorre que, dez dias antes do embarque, o site especializado
comunicou a Adriano que o hotel havia informado o cancelamento da
contratação por erro no parcelamento com o cartão de crédito.
Adriano, então, buscou nova compra do serviço, mas os valores
estavam cerca de 30% mais caros do que na contratação inicial, com
o qual anuiu por não ser mais possível alterar a data de suas férias.
Ao retornar de viagem, Adriano procurou você, como advogado(a), a
fim de saber se seria possível a restituição dessa diferença de valores.
Neste caso, é correto afirmar que o ressarcimento da diferença arcada
pelo consumidor
(A) poderá ser buscado em face exclusivamente do hotel, fornecedor
que cancelou a contratação.
(B) poderá ser buscado em face do site de viagens e do hotel, que
respondem solidariamente, por comporem a cadeia de
fornecimento do serviço.
(C) não poderá ser revisto, porque o consumidor tinha o dever de
confirmar a compra em sua fatura de cartão de crédito.
Gabarito “C”
(D) poderá ser revisto, sendo a responsabilidade exclusiva do site de
viagens, com base na teoria da aparência, respondendo o hotel
apenas subsidiariamente.
Trata-se de vício de serviço previsto
no art. 20 do Código de Defesa do
Consumidor. Há, na doutrina, quem defenda a ideia de tratar-se de defeito de
serviço, nos termos do art. 14 do CDC. No entanto, tendo em vista que a
saúde e segurança dos consumidores (art. 14) não foram colocadas em
risco, melhor entendimento é aquele que enquadra a situação exposta como
sendo vício de serviço (art. 20). De um modo ou de outro, trata-se de
responsabilidade solidária do site que vendeu as reservas e do hotel, com
fundamento no caput do art. 20, no art. 7º e no art. 25 do Código de Defesa
do Consumidor. RD
(OAB/Exame Unificado – 2019.3) Durante período de intenso calor, o
Condomínio do Edifício X, por seu representante, adquiriu, junto à
sociedade empresária Equipamentos Aquáticos, peças plásticas
recreativas próprias para uso em piscinas, produzidas com material
atóxico. Na primeira semana de uso, os produtos soltaram
gradualmente sua tinta na vestimenta dos usuários, o que gerou
apenas problema estético, na medida em que a pigmentação era
atóxica e podia ser removida facilmente das roupas dos usuários por
meio de uso de sabão.
O Condomínio do Edifício X, por seu representante, procurou você,
como advogado(a), buscando orientação para receber de volta o valor
pago e ser indenizado pelos danos morais suportados.
Nesse caso, cuida-se de
Gabarito “B”
(A) fato do produto, sendo excluída a responsabilidade civil da
sociedade empresária, respondendo pelo evento o fabricante das
peças; não cabe indenização por danos extrapatrimoniais, por ser
o Condomínio pessoa jurídica, que não sofre essa modalidade de
dano.
(B) inaplicabilidade do CDC, haja vista a natureza da relação jurídica
estabelecida entre o Condomínio e a sociedade empresária,
cabendo a responsabilização civil com base nas regras gerais de
Direito Civil, e incabível pleitear indenização por danos morais,
por ter o Condomínio a qualidade de pessoa jurídica.
(C) aplicabilidade do CDC somente por meio de medida de defesa
coletiva dos condôminos, cuja legitimidade será exercida pelo
Condomínio, na defesa dos interesses a título coletivo.
(D) vício do produto, sendo solidária a responsabilidade da sociedade
empresária e do fabricante das peças; o Condomínio do Edifício X
é parte legítima para ingressar individualmente com a medida
judicial por ser consumidor, segundo a teoria finalista mitigada.
A: incorreta. O caso não pode ser tratado como fato do produto (ou acidente
de consumo) tendo em vista que não colocou em risco a saúde e a
segurança dos consumidores. O caso deve ser estudado como sendo vício
de produto, nos termos do art. 18 do CDC. Por outro lado, o Superior
Tribunal de Justiça já emitiu a súmula 227, que garante indenização à pessoa
jurídica: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. B: incorreta. Trata-se de
relação jurídica de consumo, sendo o condomínio considerado um
consumidor final nos termos do art. 2º do CDC. Ademais, os condôminos
também são considerados consumidores por serem os usuários finais do
produto. C: incorreta. Não é cabível, na espécie, a aplicação da defesa dos
direitos difusos e coletivos nos termos do art. 81 do CDC. Para que haja
direitos transindividuais, deveria ter a configuração de um direito difuso,
coletivo ou individual homogêneo, o que não se configura na espécie. D:
correta. Trata-se de vício de produto nos termos do art. 18 do CDC, trazendo
responsabilidade civil solidária entre todos os envolvidos na cadeia produtiva
(vide também o art. 7º e o art. 25 do CDC). Ademais, a teoria finalista
mitigada, adotada pelo STJ, entende que consumidor é a pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final,
para uso próprio ou fins profissionais, desde que haja vulnerabilidade. No
caso em estudo, o condomínio adquiriu produto para utilização dos seus
condôminos, sendo considerado destinatário final do produto. RD
(OAB/Exame Unificado – 2019.1) Mara adquiriu, diretamente pelo site
da fabricante, o creme depilatório Belle et Belle, da empresa Bela
Cosméticos Ltda. Antes de iniciar o uso, Mara leu atentamente o
rótulo e as instruções, essas unicamente voltadas para a forma de
aplicação do produto.
Assim que iniciou a aplicação, Mara sentiu queimação na pele e
removeu imediatamente o produto, mas, ainda assim, sofreu lesões
nos locais de aplicação. A adquirente entrou em contato com a central
de atendimento da fornecedora, que lhe explicou ter sido a reação
alérgica provocada por uma característica do organismo da
consumidora, o que poderia acontecer pela própria natureza química
do produto.
Não se dando por satisfeita, Mara procurou você, como advogado(a),
a fim de saber se é possível buscar a compensação pelos danos
sofridos.
Nesse caso de clara relação de consumo, assinale a opção que
apresenta a orientação a ser dada a Mara.
Gabarito “D”
(A) Poderá ser afastada a responsabilidade civil da fabricante, se esta
comprovar que o dano decorreu exclusivamente de reação
alérgica da consumidora, fator característico daquela destinatária
final, não havendo, assim, qualquer ilícito praticado pela ré.
(B) Existe a hipótese de culpa exclusiva da vítima, na medida em que
o CDC descreve que os produtos não colocarão em risco a saúde
e a segurança do consumidor, excetuando aqueles de cuja
natureza e fruição sejam extraídas a previsibilidade e a
possibilidade de riscos perceptíveis pelo homem médio.
(C) O fornecedor está obrigado, necessariamente, a retirá-lo de
circulação, por estar presente defeito no produto, sob pena de
prática de crime contra o consumidor.
(D) Cuida-se da hipótese de violação ao dever de oferecer
informações claras ao consumidor, na medida em que a
periculosidade do uso de produto químico, quando composto por
substâncias com potenciais alergênicos, deve ser apresentada em
destaque ao consumidor.
A: incorreta. Trata-se de defeito de produto, nos termos do art. 12 do Código
de Defesa do Consumidor, em razão da falta de informação na rotulagem
sobre eventuais reações alérgicas dos consumidores. B: incorreta. A culpa
exclusiva do consumidor pode ser alegada nas relações de consumo (art. 12,
§ 3º, III), no entanto, a falta de informação tornou o produto defeituoso e
obriga o fornecedor a indenizar. C: incorreta. O recall de produtos está
definido no art. 10, § 1º, do CDC. Mencionado dispositivo legal obriga aos
fornecedores de produtos e serviços a comunicar o defeito do produto caso
seja descoberto depois da colocação do produto no mercado. Nesse caso, o
fornecedor deveria fazer o recall avisando aos consumidores sobre os riscos
do produto. Sendo assim, não seria o caso de, necessariamente, retirar o
produto do mercado de consumo. D: correta. Trata-se de periculosidade
inerente (ou latente do produto) nos termos do art. 9º do CDC. Deveria o
fornecedor avisar sobre os riscos que os consumidores estão expostos pelo
uso do produto, sob pena de incorrer nas penas do art. 63 do mesmo
diploma legal. Ademais, art. 12 do CDC define o defeito de produto como
sendo o problema por ele apresentado que coloque em risco a saúde e a
segurança do consumidor, incluindo as hipóteses de informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Sendo assim, a
falta de informação torna do produto defeituoso e obriga o fornecedor a
indenizar pelos danos causados aos consumidores. RD
(OAB/Exame Unificado – 2018.2) Dora levou seu cavalo de raça para
banho, escovação e cuidados específicos nos cascos, a ser realizado
pelos profissionais da Hípica X. Algumas horas depois de o animal ter
sido deixado no local, a fornecedora do serviço entrou em contato
com Dora para informar-lhe que, durante o tratamento, o cavalo
apresentou sinais de doença cardíaca. Já era sabido por Dora que os
equipamentos utilizados poderiam causar estresse no animal. Foi
chamado o médico veterinário da própria Hípica X, mas o cavalo
faleceu no dia seguinte.
Dora, que conhecia a pré-existência da doença do animal, ingressou
com ação judicial em face da Hípica X pleiteando reparação pelos
danos morais suportados, em decorrência do ocorrido durante o
tratamento de higiene.
Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é
correto afirmar que a Hípica X
(A) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no
procedimento de higiene foi adequada, seguindo padrões fixados
Gabarito “D”
pelos órgãos competentes, e que a doença do animal que o levou
a óbito era pré-existente ao procedimento de higienização do
animal.
(B) poderá ser responsabilizada em razão de o evento deflagrador da
identificação da doença do animal ter ocorrido durante a sua
higienização, ainda que se comprove ser pré-existente a doença e
que tenham sido seguidos os padrões fixados por órgãos
competentes para o procedimento de higienização, pois o nexo
causal resta presumido na hipótese.
(C) não poderá ser responsabilizada somente se provar que prestou os
primeiros socorros, pois a pré-existência da doença não inibiria a
responsabilidade civil objetiva dos fornecedores do serviço;
somente a conduta de chamar atendimento médico foi capaz de
desconstruir o nexo causal entre o procedimento de higiene e o
evento do óbito.
(D) poderá ser responsabilizada em solidariedade com o profissional
veterinário, pois os serviços foram prestados por ambos os
fornecedores, em responsabilidade objetiva, mesmo que Dora
comprove que o procedimento de higienização do cavalo tenha
potencializado o evento que levou ao óbito do animal, ainda que
seguidos os padrões estipulados pelos órgãos competentes.
O examinador entendeu haver responsabilidade civil pelo fato do serviço,
embora tenha colocado a saúde do animal em risco, não a saúde do próprio
consumidor. Para que haja a caracterização do defeito de serviço deve
ocorrer o chamado acidente de consumo nos termos do art. 14 do CDC “o
serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele
pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes,
entre as quais: I – o modo de seu fornecimento; II – o resultado e os riscos
que razoavelmente dele se esperam; III – a época em que foi fornecido”.
Entendemos que nesse caso houve vício de serviço, o que não altera o
gabarito oficial, mas o fundamento estaria no art. 20 do Código de Defesa do
Consumidor. No entanto, nossos comentários serão feitos com fundamento
no art. 14, já que esse parece ter sido o entendimento da banca examinadora.
A: correta. Trata-se de excludente de responsabilidade. Nos termos do art.
14, § 3º, o fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando
provar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Tendo em vista que a
consumidora não avisou sobre a doença do animal, o fornecedor não
responde pelos danos, havendo quebra de nexo de causalidade; B: incorreta.
O nexo de causalidade é o elo entre a conduta praticada e o resultado da
ação. Houve culpa exclusiva da consumidora por ter deixado de avisar sobre
os riscos, não havendo, portanto, responsabilidade do fornecedor; C:
incorreta. Vide resposta da alternativa anterior. A desconstituição do nexo de
causalidade ocorreu por culpa exclusiva do consumidor. Ademais, a
responsabilidade civil do profissional liberal (médico veterinário) é subjetiva,
nos termos do art. 14, § 4º, do CDC; D: incorreta. Vide resposta da alternativa
anterior. RD
(OAB/Exame Unificado – 2018.1) Eloá procurou o renomado Estúdio
Max para tratamento de restauração dos fios do cabelo, que entendia
muito danificados pelo uso de químicas capilares. A proposta do
profissional empregado do estabelecimento foi a aplicação de
determinado produto que acabara de chegar ao mercado, da marca
mundialmente conhecida OPS, que promovia uma amostragem
inaugural do produto em questão no próprio Estúdio Max.
Eloá ficou satisfeita com o resultado da aplicação pelo profissional no
estabelecimento, mas, nos dias que se seguiram, observou a queda e a
quebra de muitos fios de cabelo, o que foi aumentando
Gabarito “A”
progressivamente. Retornando ao Estúdio, o funcionário que a havia
atendido informou-lhe que poderia ter ocorrido reação química com
outro produto utilizado por Eloá anteriormente ao tratamento, levando
aos efeitos descritos pela consumidora, embora o produto da marca
OPS não apontasse contraindicações.
Eloá procurou você como advogado(a), narrando essa situação.
Neste caso, assinale a opção que apresenta sua orientação.
(A) Há evidente fato do serviço executado pelo profissional, cabendo
ao Estúdio Max e ao fabricante do produto da marca OPS, em
responsabilidade solidária, responderem pelos danos suportados
pela consumidora.
(B) Há evidente fato do produto; por esse motivo, a ação judicial
poderá ser proposta apenas em face da fabricante do produto da
marca OPS, não havendo responsabilidade solidária do
comerciante Estúdio Max.
(C) Há evidente fato do serviço, o que vincula a responsabilidade civil
subjetiva exclusiva do profissional que sugeriu e aplicou o
produto, com base na teoria do risco da atividade, excluindo-se a
responsabilidade do Estúdio Max.
(D) Há evidente vício do produto, sendo a responsabilidade objetiva
decorrente do acidente de consumo atribuída ao fabricante do
produto da marca OPS e, em caráter subsidiário, ao Estúdio Max e
ao profissional, e não do profissional que aplicou o produto.
A: correta. O Estúdio Max reponde pelos danos causados à consumidora por
ter utilizado o produto que sabia poder causar reação química se em
interação com outro produto, colocando em risco a saúde e a segurança da
consumidora. Por ter sido utilizado sem os cuidados necessários pelo salão
de beleza estamos diante de um defeito de serviço (art. 14 do CDC). Por
outro lado, a fabricante OPS responde solidariamente pelos danos causados,
pela falta de informações em relação ao uso do produto (art. 12 o CDC); B:
incorreta. Trata-se de responsabilidade solidária pelo defeito de produto e
defeito de serviço; C: incorreta. A responsabilidade civil prevista no CDC é
objetiva, exceto para os profissionais liberais, para quem a responsabilidade
civil é subjetiva; D: incorreta. Trata-se de defeito de produto e serviço, uma
vez que colocou em risco a saúde e a segurança da consumidora. RD
(OAB/Exame Unificado – 2017.3) Os arquitetos Everton e Joana
adquiriram pacote de viagens para passar a lua de mel na Europa,
primeira viagem internacional do casal. Ocorre que o trajeto do voo
previa conexão em um país que exigia visto de trânsito, tendo havido
impedimento do embarque dos noivos, ainda no Brasil, por não terem
o visto exigido. O casal questionou a agência de turismo por não ter
dado qualquer explicação prévia nesse sentido, e a fornecedora
informou que não se responsabilizava pela informação de necessidade
de visto para a realização da viagem.
Diante do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
(A) Cabe ação de reparação por danos extrapatrimoniais, em razão da
insuficiência de informação clara e precisa, que deveria ter sido
prestada pela agência de turismo, no tocante à necessidade de
visto de trânsito para a conexão internacional prevista no trajeto.
(B) Não houve danos materiais a serem ressarcidos, já que os
consumidores sequer embarcaram, situação muito diferente de
terem de retornar, às próprias expensas, diretamente do país de
conexão, interrompendo a viagem durante o percurso.
Gabarito “A”
(C) Não ocorreram danos extrapatrimoniais por se tratar de pessoas
que tinham capacidade de leitura e compreensão do contrato,
sendo culpa exclusiva das próprias vítimas a interrupção da
viagem por desconhecerem a necessidade de visto de trânsito para
realizarem a conexão internacional.
(D) Houve culpa exclusiva da empresa aérea que emitiu os bilhetes de
viagem, não podendo a agência de viagem ser culpabilizada, por
ser o comerciante responsável subsidiariamente e não responder
diretamente pelo fato do serviço.
A: correta. Trata-se de vício de serviço (art. 20 do CDC) e a agência de
turismo (fornecedora) responde pelos danos morais e materiais causados
em relação aos vícios na prestação de serviços
em razão da falta de
informação (art. 6, VIII, do CDC); B: incorreta. Evidentes os danos materiais
causados pela falta de informação uma vez que os consumidores não
conseguiram embarcar, perdendo o valor relativo às passagens aéreas
pagas; C: incorreta. Vide justificativa da alternativa A. Além disso, estão
presentes as vulnerabilidades técnica, informacional e jurídica dos
consumidores; D: incorreta. Sendo um vício de serviço, a agência de turismo
(comerciante), é solidariamente responsável pelos danos causados aos
consumidores. RD
(OAB/Exame Unificado – 2017.3) Osvaldo adquiriu um veículo zero
quilômetro e, ao chegar a casa, verificou que, no painel do veículo, foi
acionada a indicação de problema no nível de óleo. Ao abrir o capô,
constatou sujeira de óleo em toda a área. Osvaldo voltou
imediatamente à concessionária, que realizou uma rigorosa avaliação
do veículo e constatou que havia uma rachadura na estrutura do
motor, que, por isso, deveria ser trocado. Oswaldo solicitou um novo
Gabarito “A”
veículo, aduzindo que optou pela aquisição de um zero quilômetro
por buscar um carro que tivesse toda a sua estrutura “de fábrica”.
A concessionária se negou a efetuar a troca ou devolver o dinheiro,
alegando que isso não descaracterizaria o veículo como novo e que o
custo financeiro de faturamento e outras medidas administrativas eram
altas, não justificando, por aquele motivo, o desfazimento do negócio.
No mesmo dia, Osvaldo procura você, como advogado, para orientá-
lo. Assinale a opção que apresenta a orientação dada.
(A) Cuida-se de vício do produto, e a concessionária dispõe de até
trinta dias para providenciar o reparo, fase que, ordinariamente,
deve preceder o direito do consumidor de pleitear a troca do
veículo.
(B) Trata-se de fato do produto, e o consumidor sempre pode exigir a
imediata restituição da quantia paga, sem prejuízo de pleitear
perdas e danos em juízo.
(C) Há evidente vício do produto, sendo subsidiária a
responsabilidade da concessionária, devendo o consumidor
ajuizar a ação de indenização por danos materiais em face do
fabricante.
(D) Trata-se de fato do produto, e o consumidor não tem interesse de
agir, pois está no curso do prazo para o fornecedor sanar o
defeito.
A: correta. Trata-se de vício de produto e, nos termos do art. 18 do Código
de Defesa do Consumidor, o fornecedor tem o direito de consertar do
produto em até trinta dias. Se não consertar dentro desse prazo, poderá o
consumidor optar pela troca do produto, devolução dos valores ou
abatimento proporcional do preço; B: incorreta. A caracterização de fato do
produto exige o acidente de consumo, ou seja, que o produto coloque em
risco a vida e a saúde do consumidor, o que não foi mencionado pelo
problema; C: incorreta. Trata-se de vício do produto sendo, portanto,
solidária (não subsidiária) a responsabilidade do fornecedor; D: incorreta. O
defeito do produto, tratado no art. 12 do CDC, não permite que o fornecedor
conserte o produto, devendo ser o consumidor imediatamente indenizado.
RD
(OAB/Exame Unificado – 2016.1) Antônio desenvolve há mais de 40
anos atividade de comércio no ramo de hortifrúti. Seus clientes
chegam cedo para adquirir verduras frescas entregues pelos produtores
rurais da região. Antônio também vende no varejo, com pesagem na
hora, grãos e cereais adquiridos em sacas de 30 quilos, de uma marca
muito conhecida e respeitada no mercado. Determinado dia, a cliente
Maria desconfiou da pesagem e fez a conferência na sua balança
caseira, que apontou suposta divergência de peso. Procedeu com a
imediata denúncia junto ao Órgão Oficial de Fiscalização, que
confirmou que o instrumento de medição do comerciante estava com
problemas de calibragem e que não estava aferido segundo padrões
oficiais, gerando prejuízo aos consumidores. A cliente denunciante
buscou ser ressarcida pelo vício de quantidade dos produtos. Com
base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.
(A) Trata-se de responsabilidade civil solidária, podendo Maria acionar
tanto o comerciante quanto os produtores.
(B) Trata-se de responsabilidade civil subsidiária, pois o comerciante
só responde se os demais fornecedores não forem identificados.
(C) Trata-se de responsabilidade civil exclusiva do comerciante, na
qualidade de fornecedor imediato.
Gabarito “A”
(D) Trata-se de responsabilidade civil objetiva, motivo pelo qual
inexistem excludentes de responsabilidade.
A e B: incorretas, pois, no caso do fornecimento de produto mediante
pesagem ou mediação no momento da compra, responderá perante o
consumidor apenas o fornecedor imediato, nos termos do art. 19, § 2º, do
CDC; C: correta, pois, de fato, no caso do fornecimento de produto mediante
pesagem ou mediação no momento da compra, responderá perante o
consumidor apenas o fornecedor imediato, nos termos do art. 19, § 2º, do
CDC; D: incorreta, pois o CDC reconhece a existência de excludentes de
responsabilidade, como a culpa exclusiva da vítima ou de terceiro; no caso
em tela dificilmente será reconhecida uma excludente; porém, não é possível
dizer que a alternativa traz informação correta.
(OAB/Exame Unificado – 2015.3) Dulce, cinquenta e oito anos de
idade, fumante há três décadas, foi diagnosticada como portadora de
enfisema pulmonar. Trata-se de uma doença pulmonar obstrutiva
crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos
pulmonares, que causa a perda da capacidade respiratória e uma
consequente oxigenação insuficiente. Em razão do avançado estágio
da doença, foi prescrito como essencial o tratamento de
suplementação de oxigênio. Para tanto, Joana, filha de Dulce, adquiriu
para sua mãe um aparelho respiratório na loja Saúde e Bem-Estar.
Porém, com uma semana de uso, o produto parou de funcionar. Joana
procurou imediatamente a loja para substituição do aparelho,
oportunidade na qual foi informada pela gerente que deveria aguardar
o prazo legal de trinta dias para conserto do produto pelo fabricante.
Com base no caso narrado, em relação ao Código de Proteção e
Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta.
Gabarito “C”
(A) Está correta a orientação da vendedora. Joana deverá aguardar o
prazo legal de trinta dias para conserto e, caso não seja sanado o
vício, exigir a substituição do produto, a devolução do dinheiro
corrigido monetariamente ou o abatimento proporcional do preço.
(B) Joana não é consumidora destinatária final do produto, logo tem
apenas direito ao conserto do produto durável no prazo de
noventa dias, mas não à devolução da quantia paga.
(C) Joana não precisa aguardar o prazo legal de trinta dias para
conserto, pois tem direito de exigir a substituição imediata do
produto, em razão de sua essencialidade.
(D) Na impossibilidade de substituição do produto por outro da
mesma espécie, Joana poderá optar por um modelo diverso, sem
direito à restituição de eventual diferença de preço, e, se este for
de valor maior, não será devida por Joana qualquer
complementação.
A: incorreta, pois, em se tratando de produto essencial para a destinatária
final dele (Dulce), a lei estabelece que não é necessário aguardar o prazo
legal de 30 dias para o concerto, podendo a adquirente do produto (Joana)
ou a usuária do produto (Dulce) requerer a substituição imediata do produto
ou qualquer outra alternativa prevista no art. 18, § 1º, do CDC, tudo nos
termos do art. 18, § 3º, do CDC; B: incorreta, pois tanto que adquire o
produto (Joana), como quem usa o produto (Dulce) são considerados
consumidores (art. 2º, caput, do CDC); C: correta, pois, em se tratando de
produto essencial para a destinatária final dele (Dulce), a lei estabelece que
não é necessário aguardar o prazo legal de 30 dias para o concerto, podendo
a adquirente do produto (Joana) ou a usuária do produto (Dulce) requerer a
substituição imediata do produto ou qualquer outra alternativa prevista no
art. 18, § 1º, do CDC, tudo nos termos do art. 18, § 3º, do CDC; D: incorreto,
pois, não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço (art. 18, § 4º, do CDC).
(OAB/Exame Unificado – 2015.1) A responsabilidade civil dos
fornecedores de serviços e produtos, estabelecida pelo Código do
Consumidor, reconheceu a relação jurídica qualificada pela presença
de uma parte vulnerável, devendo ser observados os princípios da
boa-fé, lealdade contratual, dignidade da pessoa humana e equidade.
A respeito da temática, assinale a afirmativa correta.
(A) A responsabilidade civil subjetiva dos fabricantes impõe ao
consumidor a comprovação da existência de nexo de causalidade
que o vincule ao fornecedor, mediante comprovação da culpa,
invertendo-se o ônus da prova no que tange ao resultado danoso
suportado.
(B) A responsabilidade civil do fabricante é subjetiva e subsidiária
quando o comerciante é identificado e encontrado para responder
pelo vício ou fato do produto, cabendo ao segundo a
responsabilidade civil objetiva.
(C) A responsabilidade civil objetiva do fabricante somente poderá ser
imputada se houver demonstração dos elementos mínimos que
comprovem o nexo de causalidade que justifique a ação proposta,
ônus esse do consumidor.
(D) A inversão do ônus da prova nas relações de consumo é questão
de ordem pública e de imputação imediata, cabendo ao fabricante
a carga probatória frente ao consumidor, em razão da
responsabilidade civil objetiva.
Gabarito “C”
A: incorreta, pois a responsabilidade dos fabricantes não é subjetiva, mas
sim objetiva, não sendo necessário que haja conduto culposa do fabricante
(arts. 12, caput, e 18, caput, ambos do CDC); B: incorreta, pois a
responsabilidade do fabricante é objetiva (e não subjetiva) e direta (e não
subsidiária), podendo o fabricante ser acionado diretamente,
independentemente de o comerciante ser identificado ou encontrado; C:
correta, pois, de fato, a responsabilidade do fabricante é objetiva, cabendo ao
autor da ação, o consumidor, a demonstração dos elementos mínimos para a
configuração dessa responsabilidade, ressalvado, é claro, os casos em que
cabe a inversão do ônus da prova, que, como se sabe, não é automática; D:
incorreta, pois a inversão do ônus da prova não é automática no regime do
CDC, já que depende do preenchimento de um dos seguintes requisitos pelo
consumidor, a critério do juiz: verossimilhança de sua alegação ou que este
seja hipossuficiente (art. 6º, VIII, do CDC).
(OAB/Exame Unificado – 2014.3) Carmen adquiriu veículo zero
quilômetro com dispositivo de segurança denominado airbag do
motorista, apenas para o caso de colisões frontais. Cerca de dois
meses após a aquisição do bem, o veículo de Carmen sofreu colisão
traseira, e a motorista teve seu rosto arremessado contra o volante,
causando-lhe escoriações leves. A consumidora ingressou com
medida judicial em face do fabricante, buscando a reparação pelos
danos materiais e morais que sofrera, alegando ser o produto
defeituoso, já que o airbag não foi acionado quando da ocorrência da
colisão. A perícia constatou colisão traseira e em velocidade inferior à
necessária para o acionamento do dispositivo de segurança. Carmen
invocou a inversão do ônus da prova contra o fabricante, o que foi
indeferido pelo juiz.
Gabarito “C”
Analise o caso à luz da Lei nº 8.078/90 e assinale a afirmativa correta.
(A) Cabe inversão do ônus da prova em favor da consumidora, por
expressa determinação legal, não podendo, em qualquer hipótese,
o julgador negar tal pleito.
(B) Falta legitimação, merecendo a extinção do processo sem
resolução do mérito, uma vez que o responsável civil pela
reparação é o comerciante, no caso, a concessionária de veículos.
(C) A responsabilidade civil do fabricante é objetiva e independe de
culpa; por isso, será cabível indenização à vítima consumidora,
mesmo que esta não tenha conseguido comprovar a colisão
dianteira.
(D) O produto não poderá ser caracterizado como defeituoso,
inexistindo obrigação do fabricante de indenizar a consumidora,
já que, nos autos, há apenas provas de colisão traseira.
A: incorreta, pois, apesar de caber inversão do ônus da prova no caso, esta
depende do preenchimento de um dos seguintes requisitos pelo consumidor,
a critério do juiz: verossimilhança de sua alegação ou que este seja
hipossuficiente (art. 6º, VIII, do CDC); B: incorreta, pois o consumidor alega a
chamada responsabilidade por fato do produto (ou por defeito do produto),
que é aquela em que se alega efetivo dano à saúde ou a segurança do
consumidor; assim sendo, incide o regime do art. 12, caput, do CDC, que
não permite como regra o acionamento do comerciante que vendeu o
produto, devendo-se acionar o fabricante; esse regime difere do regime da
responsabilidade pelo vício do produto (quando este simplesmente tem
problema de qualidade ou quantidade, mas que não houve efetivo dano à
saúde ou à segurança do consumidor), quando se pode acionar todos os
fornecedores da cadeia, ou seja, tanto o comerciante, como o fabricante do
produto (art. 18, caput, do CDC); C: incorreta; de fato, a responsabilidade do
fabricante é objetiva e independe de culpa (art. 12, caput, do CDC); porém,
essa responsabilidade depende de se ter um efetivo defeito no produto;
segundo a lei, um produto é considerado defeituoso quando não oferece a
segurança que dele legitimamente se espera (art. 12, § 1º, do CDC); e o
produto em questão era uma airbag apenas para colisões frontais, e não para
colisões traseiras, de modo que não é possível dizer que o produto não
ofereceu a segurança que dele legitimamente se esperava; D: correta; o
veículo só poderia ser considerado defeituoso se não dispusesse da
segurança que legitimamente se espera dele (art. 12, § 1º, do CDC); e no
caso, o produto não fora fabricado para colisões traseiras, mas sim para
colisões frontais, o que afasta o pressuposto básico para a responsabilidade
pelo fato do produto, que é a existência de produto defeituoso.
(OAB/Exame Unificado – 2014.2) Um homem foi submetido à cirurgia
para remoção de cálculos renais em hospital privado. A intervenção
foi realizada por equipe médica não integrante dos quadros de
funcionários do referido hospital, apesar de ter sido indicada por esse
mesmo hospital. Durante o procedimento, houve perfuração do fígado
do paciente, verificada somente três dias após a cirurgia, motivo pelo
qual o homem teve que se submeter a novo procedimento cirúrgico,
que lhe deixou uma grande cicatriz na região abdominal. O paciente
ingressou com ação judicial em face do hospital, visando a
indenização por danos morais e estéticos. Partindo dessa narrativa,
assinale a opção correta.
(A) O hospital responde objetivamente pelos danos morais e estéticos
decorrentes do erro médico, tendo em vista que ele indicou a
equipe médica.
Gabarito “D”
(B) O hospital responderá pelos danos, mas de forma alternativa, não
se acumulando os danos morais e estéticos, sob pena de
enriquecimento ilícito do autor.
(C) O hospital não responderá pelos danos, uma vez que se trata de
responsabilidade objetiva da equipe médica, sendo o hospital
parte ilegítima na ação porque apenas prestou serviço de
instalações e hospedagem do paciente.
(D) O hospital não responderá pelos danos, tendo em vista que não se
aplica a norma consumerista à relação entre médico e paciente,
mas, sim, o Código Civil, embora a responsabilidade civil dos
profissionais liberais seja objetiva.
A: correta, pois, uma vez que o médico foi indicado pelo hospital, há
responsabilidade solidária do médico que cometeu o erro e do hospital; da
mesma forma, se o médico também fosse daqueles indicados ou
credenciados por um plano de saúde, este também responderia de forma
solidária com o médico que cometesse o erro (STJ REsp 866.371/RS, j.
27/03/12); quanto ao médico, este responde subjetivamente por ser
profissional liberal (art. 14, § 4º, do CDC), ao passo que o hospital responde
objetivamente nos termos do art. 14, caput, do CDC; B: incorreta, pois a
responsabilidade do
hospital, como se viu, não é alternativa, mas solidária
(arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC); C: incorreta, pois, conforme se
viu o hospital indicou o médico e, assim, responde solidariamente (arts. 7º,
parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC); D: incorreta, pois o CDC se aplica sim à
relação entre médico e paciente, lembrando que o médico responde
subjetivamente, por ser profissional liberal (art. 14, § 4º, do CDC), ao passo
que o hospital, objetivamente (art. 14, caput, do CDC).
Gabarito “A”
(OAB/Exame Unificado – 2013.2) O Mercado A comercializa o
produto desinfetante W, fabricado por “W.Industrial”. O proprietário
do Mercado B, que adquiriu tal produto para uso na higienização das
partes comuns das suas instalações, verifica que o volume contido no
frasco está em desacordo com as informações do rótulo do produto.
Em razão disso, o Mercado B propõe ação judicial em face do
Mercado A, invocando a Lei n. 8.078/90 (CDC), arguindo vícios
decorrentes de tal disparidade. O Mercado A, em defesa, apontou que
se tratava de responsabilidade do fabricante e requereu a extinção do
processo.
A respeito do caso sugerido, assinale a alternativa correta.
(A) O processo merece ser extinto por ilegitimidade passiva.
(B) O caso versa sobre fato do produto, logo a responsabilidade do réu
é subsidiária.
(C) O processo deve ser extinto, pois o autor não se enquadra na
condição de consumidor.
(D) Trata-se de vício do produto, logo o réu e o fabricante são
solidariamente responsáveis.
A: incorreta; no caso temos um vício do produto (do tipo vício de quantidade
– art. 19 do CDC) e não um defeito do produto (art. 12 do CDC), já que se
trata de um problema interno do produto (quantidade díspar do rótulo) e não
de um problema externo do produto (que é aquele problema que acontece
quando se atinge a segurança do consumidor); nesse sentido, e
considerando que o comerciante só está a princípio liberado de responder no
caso de defeito (art. 12 do CDC – só respondem o fabricante, o produtor, o
construtor e importador), mas responde quando se trata de vício (pois aqui
todos os fornecedores respondem, inclusive o comerciante – art. 19 do
CDC), não há que se falar em ilegitimidade passiva do comerciante
(“Mercado A”), que tem o dever de responder no caso; B: incorreta, pois o
caso trata de vício do produto, e não de fato do produto (= a defeito do
produto ou acidente de consumo), hipótese em que a responsabilidade dos
fornecedores é solidária (art. 19, caput, do CDC) e não subsidiária; C:
incorreta, pois o produto em questão não foi adquirido para revenda ou para
servir de insumo para a produção (casos em que fica afastada a aplicação do
CDC, salvo se se tratar de um adquirente vulnerável), tratando-se de produto
de uso interno, no caso, para higienização do local de trabalho; D: correta,
tratando de vício de quantidade, com responsabilidade solidária
expressamente mencionada na lei (art. 19, caput, do CDC).
(OAB/Exame Unificado – 2013.2) Carla ajuizou ação de indenização
por danos materiais, morais e estéticos em face do dentista Pedro,
lastreada em prova pericial que constatou falha, durante um
tratamento de canal, na prestação do serviço odontológico. O referido
laudo comprovou a inadequação da terapia dentária adotada, o que
resultou na necessidade de extração de três dentes da paciente, sendo
que na execução da extração ocorreu fratura da mandíbula de Carla, o
que gerou redução óssea e sequelas permanentes, que incluíram
assimetria facial.
Com base no caso concreto, à luz do Código de Defesa do
Consumidor, assinale a afirmativa correta.
(A) O dentista Pedro responderá objetivamente pelos danos causados à
paciente Carla, em razão do comprovado fato do serviço, no
prazo prescricional de cinco anos.
(B) Haverá responsabilidade de Pedro, independentemente de dolo ou
culpa, diante da constatação do vício do serviço, no prazo
decadencial de noventa dias.
Gabarito “D”
(C) A obrigação de indenizar por parte de Pedro é subjetiva e fica
condicionada à comprovação de dolo ou culpa.
(D) Inexiste relação de consumo no caso em questão, pois é uma
relação privada, que encerra obrigação de meio pelo profissional
liberal, aplicando-se o Código Civil.
A: incorreta, pois, segundo o art. 14, § 4º, do CDC, o profissional liberal (no
caso em questão temos um dentista enquanto profissional liberal, não
havendo menção ao fato de que se tratava de um empresa de tratamentos
dentários, hipótese em que a regra não se aplicaria) responde subjetivamente
(e não objetivamente), ou seja, mediante a verificação de sua culpa (= culpa
em sentido estrito ou dolo); B: incorreta, pois, como se viu, a
responsabilidade no caso é subjetiva (e não objetiva); ademais, se houvesse
responsabilidade o prazo seria prescricional (relativo a pretensão
indenizatória) e de 5 anos (art. 27 do CDC); C: correta (art. 14, § 4º, do CDC);
D: incorreta, pois há fornecedor (dentista Pedro, que é um prestador de
serviço remunerado – art. 3º, caput e § 2º, do CDC), consumidor (Carla),
objeto (prestação de serviço – art. 3º, § 2º, do CDC)) e elemento finalístico
cumprido (Carla é destinatária final do serviço – art. 2º, caput, do CDC), de
modo que há uma relação de consumo sim, e não relação regida pelo Código
Civil.
(OAB/Exame Unificado – 2013.1) Elisabeth e Marcos, desejando
passar a lua de mel em Paris, adquiriram junto à Operadora de
Viagens e Turismo “X” um pacote de viagem, composto de passagens
aéreas de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro saúde e
acidentes pessoais, este último prestado pela seguradora “Y”. Após
chegar à cidade, Elisabeth sofreu os efeitos de uma gastrite severa e
Marcos entrou em contato com a operadora de viagens a fim de que o
Gabarito “C”
seguro fosse acionado, sendo informado que não havia médico
credenciado naquela localidade. O casal procurou um hospital, que
manteve Elisabeth internada por 24 horas, e retornou ao Brasil no
terceiro dia de estada em Paris, tudo às suas expensas.
Partindo da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
(A) O casal poderá acionar judicialmente a operadora de turismo,
mesmo que a falha do serviço tenha sido da seguradora, em razão
da responsabilidade solidária aplicável ao caso.
(B) O casal somente poderá acionar judicialmente a seguradora Y, já
que a operadora de turismo responderia por falhas na organização
da viagem, e não pelo seguro porque esse foi realizado por outra
empresa.
(C) O casal terá que acionar judicialmente a operadora de turismo e a
seguradora simultaneamente por se tratar da hipótese de
litisconsórcio necessário e unitário, sob pena de insurgir em
carência da ação.
(D) O casal não poderá acionar judicialmente a operadora de turismo
já que havia liberdade de contratar o seguro saúde viagem com
outra seguradora e, portanto, não se tratando de venda casada,
não há responsabilidade solidária na hipótese.
A: correta, pois o seguro foi adquirido junto à própria Operadora de Viagens,
de modo que esta responderá solidariamente com a empresa de seguro de
saúde (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC); B: incorreta, tendo em
vista a solidariedade entre ambas (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do
CDC); C: incorreta, pois, na solidariedade passiva, a obrigação pode ser
cobrada de qualquer um dos devedores solidários, individualmente; D:
incorreta, pois, conforme mencionado, o seguro foi adquirido junto à própria
Operadora de Viagens, de forma que esta responderá solidariamente com a
empresa de seguro de saúde (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC).
(OAB/Exame Unificado – 2012.2) Determinado consumidor, ao
mastigar uma fatia de pão com geleia, encontrou um elemento rígido,
o que lhe causou intenso desconforto e a quebra parcial de um dos
dentes. Em razão do fato, ingressou com medida judicial em face do
mercado que vendeu a geleia, a fim de ser reparado. No curso do
processo, a perícia constatou que o elemento encontrado era uma
pequena porção de açúcar cristalizado, não oferecendo risco
à saúde
do autor. Diante desta narrativa, assinale a afirmativa correta.
(A) O fabricante e o fornecedor do serviço devem ser excluídos de
responsabilidade, visto que o material não ofereceu qualquer risco
à integridade física do consumidor, não merecendo reparação.
(B) O elemento rígido não característico do produto, ainda que não o
tornasse impróprio para o consumo, violou padrões de segurança,
já que houve dano comprovado pelo consumidor.
(C) A responsabilidade do fornecedor depende de apuração de culpa
e, portanto, não tendo o comerciante agido de modo a causar
voluntariamente o evento, não deve responder pelo resultado.
(D) O comerciante não deve ser condenado e sequer caberia qualquer
medida contra o fabricante, posto que não há fato ou vício do
produto, motivo pelo qual não deve ser responsabilizado pelo
alegado defeito.
A: incorreta, pois, efetivamente, houve um dano à saúde do consumidor,
com nexo de causalidade claro entre a conduta do fornecedor e o dano;
configurou-se, assim, o chamado defeito do produto, também conhecimento
Gabarito “A”
como acidente de consumo (art. 12 do CDC); vale acrescentar que o produto
é considerado defeituoso (requisito essencial para a configuração da
responsabilidade) “quando não oferece a segurança que dele legitimamente
se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes”, entre
as quais “o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam”; no caso, o
elemento rígido violou o padrão de segurança esperado para um produto
dessa natureza, configurando-se efetivamente o defeito do produto; dessa
forma, é incorreto dizer que o fabricante deve ser excluído de
responsabilidade; B: correta, conforme comentário feito à alternativa “a”; C:
incorreta, pois a responsabilidade pelo fato do produto é objetiva, ou seja,
independentemente de culpa ou dolo, nos termos do art. 12 do CDC; D:
incorreta; de fato, o comerciante não responde em caso de defeito no
produto (art. 12 do CDC), salvo as exceções do art. 13 do CDC; só para
lembrar, o comerciante só responde em caso de vício do produto (arts. 18 a
20); já o fabricante, este sim responde tanto no caso de defeito, como no de
vício; dessa forma, é incorreto dizer que não cabe qualquer medida contra o
fabricante.
(OAB/Exame Unificado – 2011.2) Ao instalar um novo aparelho de
televisão no quarto de seu filho, o consumidor verifica que a tecla de
volume do controle remoto não está funcionando bem. Em contato
com a loja onde adquiriu o produto, é encaminhado à autorizada. O
que esse consumidor pode exigir com base na lei, nesse momento, do
comerciante?
(A) A imediata substituição do produto por outro novo.
(B) O conserto do produto no prazo máximo de 30 dias.
(C) Um produto idêntico emprestado enquanto durar o conserto.
(D) O dinheiro de volta.
Gabarito “B”
O caso em tela revela um vício de qualidade no produto. Incide, assim, o
disposto no § 1º do art. 18 do CDC, pelo qual o fornecedor tem o prazo
máximo de 30 dias para sanar o vício. Somente em caso de não resolução do
vício no prazo mencionado é que o consumidor poderá exigir,
alternativamente e à sua escolha, a substituição do produto, a restituição da
quantia paga ou o abatimento proporcional do preço (art. 18, § 1º, do CDC).
O consumidor só poderá pular a primeira parte (pedido para sanar o vício em
30 dias) quando se tratar de produto essencial ou se a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do
produto. No caso, não há que se falar em produto essencial, nem de
comprometimento do produto em caso de seu conserto. Dessa forma, a
alternativa “B” é a única consentânea com o regime jurídico do vício de
qualidade em produto.
(OAB/Exame Unificado – 2010.3) O prazo para reclamar sobre vício
oculto de produto durável é de
(A) 90 (noventa) dias a contar da aquisição do produto.
(B) 90 (noventa) dias a contar da entrega do produto.
(C) 90 (noventa) dias a contar de quando ficar evidenciado o vício.
(D) 30 (trinta) dias a contar da entrega do produto.
Art. 26, II e § 3º, do CDC.
(OAB/Exame Unificado – 2009.2) Com base no Código de Defesa do
Consumidor, assinale a opção correta acerca da responsabilidade na
prestação de serviços.
Gabarito “B”
Gabarito “C”
(A) O serviço é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
(B) O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando
provar culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, ou quando
provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste.
(C) O fornecedor de serviço responderá pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços ou decorrentes de informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos somente se comprovada a
sua culpa.
(D) A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais deve ser
apurada independentemente da verificação de culpa.
A: incorreta, art. 14, § 2º, do CDC; B: correta, art. 14, § 3º, I e II, do CDC; C:
incorreta, art. 14, caput, do CDC; D: incorreta, art. 14, § 4º, do CDC.
(OAB/Exame Unificado – 2009.1) Acerca da responsabilidade no
Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta.
(A) É permitida a estipulação contratual de cláusula que impossibilite,
exonere ou atenue a obrigação de indenizar.
(B) Caso o vício do produto ou do serviço não seja sanado no prazo
legal, pode o consumidor exigir o abatimento proporcional do
preço.
(C) No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável
perante o consumidor o fornecedor imediato, mesmo se
identificado claramente o produtor.
(D) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por
inadequação dos produtos e serviços o exime de
Gabarito “B”
responsabilidade.
A: incorreta, art. 25 do CDC; B: correta, art. 18, § 1º, III, c/c art. 20, III,
ambos do CDC; C: incorreta, art. 18, § 5º, do CDC; D: incorreta, art. 23 do
CDC.
(FGV – 2011) A respeito do tema relações de consumo, disciplinada
pela Lei 8.078/90, é correto afirmar que
(A) a ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por
inadequação do produto para o consumo o exime da
responsabilidade solidária para com os demais fornecedores.
(B) o serviço será considerado defeituoso quando não fornecer a
segurança que o consumidor dele espere, ainda que se trate de
adoção de novas técnicas.
(C) no fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação
de qualquer produto, considera-se implícita a obrigação do
fornecedor de empregar componentes de reposição novos e
originais.
(D) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica privada, excetuando-se
as públicas, que exerçam atividades como produção, montagem e
construção de produtos e prestação de serviços.
(E) nas compras realizadas por telefone, assiste ao consumidor o
direito de desistir do contrato no prazo de cinco dias contados do
recebimento do produto.
A: incorreta, pois a responsabilidade é objetiva, pouco importando a ciência
ou não do vício de qualidade do produto (art. 23 do CDC); B: incorreta, pois o
fato de existirem produtos no mercado com novas técnicas, não torna os
Gabarito “B”
demais produtos defeituosos (art. 14, § 2º, do CDC); C: correta (art. 21 do
CDC); D: incorreta, pois as pessoas jurídicas de direito público também
podem ser fornecedoras (art. 3º, caput, do CDC); E: incorreta, pois o direito
de desistir pode se dar até sete dias (e não cinco dias), contados da
assinatura do contrato ou do ato de recebimento do produto ou serviço.
(FGV – 2010) O direito de reclamar por um vício de qualidade que
torna um produto impróprio ou inadequado ao consumo caduca em:
(A) 15 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e de
produto não durável.
(B) 30 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e de
produto não durável.
(C) 60 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e de
produto durável.
(D) 120 dias, tratando-se de vício aparente ou de fácil constatação e
de produto durável.
(E) 180 dias, tratando-se de vício oculto.
Art. 26, I, da Lei

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