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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gerência de Riscos Identificação de Riscos Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Májida Farid Barakat Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Identificação de Riscos; • Metodologia para Identificação de Riscos; • Identificação – Etapa Importante da Gestão de Riscos. Fonte: Getty Im ages Objetivos • Apresentar e discutir o processo de identificação de riscos como etapa preliminar para a adequada gerência de riscos; • Elucidar as ferramentas acessórias para identificação de riscos. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Identificação de Riscos UNIDADE Identifi cação de Riscos Contextualização Para iniciarmos esta unidade, convido você a analisar a imagem a seguir e identificar os perigos, estimando os riscos existentes no ambiente de trabalho representado. Não deixe de repetir esta atividade após concluir o aprendizado proposto nesta uni- dade. Compare a quantidade e qualidade dos riscos identificados. Riscos no ambiente de trabalho, disponíveis em: https://goo.gl/73Xq49 e https://goo.gl/ryVYbp 6 7 Identificação de Riscos Nesta Unidade, abordaremos a primeira etapa do gerenciamento de riscos, que é a identificação dos riscos. Identificação do Perigo. Estimação do Risco. A identificação de riscos é um uso sistemático de informações para identificar pe- rigos referentes à questão de risco ou descrição do problema. As informações podem incluir dados históricos, análises teóricas, opiniões informadas e as preocupações das partes interessadas. A identificação de riscos aborda a questão “O que pode dar errado?”, incluindo a identificação das possíveis consequências. Isso fornece a base para outras etapas do processo de gerenciamento de riscos. A identificação de risco é o uso sistemático de informações para identificar possíveis fontes de danos (perigos) referentes à questão de risco ou descrição do problema. Fatores a considerar no levantamento de PERIGOS e RISCOS Instalações Requisitos legais e técnicos Mudanças de processos, métodos e atividades Fatores humanos (comportamento e capacitação) Atividades de terceiros e visitantes Materiais utilizados no ambiente de trabalho Desenho das áreas de trabalho Situações de emergência Fatores internos e externos à empresa Processos produtivos Máquinas e equipamentos Atividades rotineiras e não rotineiras Figura 1 – Considerações na identifi cação de perigos e riscos Percepção de riscos A identificação do perigo e risco a que está exposto o trabalhador é a primeira atitu- de a ser tomada dentro do processo de gerenciamento de risco. Em seguida, há que se quantificar, ou seja, medir a intensidade da exposição. 7 UNIDADE Identifi cação de Riscos A percepção de risco é justamente a capacidade da pessoa de reconhecer as situa- ções ou condições que a expõem a risco no ambiente de trabalho, bem como identificar a frequência na qual está exposta ao perigo determinado pelo risco e quantificar a in- tensidade dessa exposição. A importância de conhecer os riscos Os locais de trabalho, pela própria natureza da atividade desenvolvida e pelas carac- terísticas de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a agentes físicos, químicos, biológicos, situações de deficiência ergonômica ou riscos de acidentes, podem comprometer a saúde do trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocan- do lesões imediatas, doenças ou a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa. Desta forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a necessi- dade de investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão expostos os trabalhadores. Muitas vezes, o trabalhador se expõe ao risco por desconhecer os perigos aos quais está exposto. Sem esta informação (que em Análise do Comportamento recebe o nome de “estímulo discriminativo”), dificilmente ele reconhecerá os riscos da tarefa e, assim, a probabilidade de se expor ao perigo fica aumentada e, por consequência, seu compor- tamento inseguro. Quando o trabalhador não percebe o risco é justamente quando mais se expõe aos perigos (desvios/incidentes), aumentando o risco de sua atividade e, como consequência, ocorrem acidentes. Quem conhece os riscos e sabe como agir pode diminuir muito sua vulnerabilidade e ainda ajudar o outro a se proteger. Como fase de identificação de perigos, podemos entender as atividades nas quais procuram-se situações, combinações de situações e estados de um sistema que possam levar a um evento indesejável. Na realidade, na visão da segurança tradicional, o que se fazia era apenas a identificação de perigos, esbarrando-se, então, na não continuidade dos programas e não se chegando, efetivamente, até as fases de análise e avaliação dos riscos. Deste modo, a grande maioria das diversas técnicas para “identificar perigos” é de domínio da segurança tradicional, como, por exemplo: • experiência vivida; • reuniões de segurança; • reuniões da CIPA; • listas de verificações; • inspeções de campo de todo os tipos; • relato, análise e divulgação de acidentes e quase acidentes (pessoais e não pessoais); • exame de fluxogramas de todos os tipos, inclusive o de blocos; 8 9 • análise de tarefas; • experiências de bancada e de campo. Como contribuição à fase de identificação de perigos dentro de uma visão mais mo- derna, pode-se acrescentar às antigas técnicas tradicionais a Técnica What-If e a Técnica de Incidentes Críticos (TIC). Técnica What-If A metodologia What-If é uma ferramenta flexível utilizada em qualquer tipo de processo e instalação para a identificação de perigos em desvios no processo produtivo em unidade em operação, nas fases iniciais de projetos e em modificações na instalação. A avaliação dos riscos relacionados aos perigos identificados no estudo What-If é uma ferramenta essencial para priorização de investimentos e ações de melhoria e sua gestão à garantia de manuten- ção dos riscos a níveis aceitáveis. What-If é uma técnica qualitativa de cunho geral, de simples aplicação e muito útil como primeira abordagem, na identificação e detecção de riscos, em qualquer fase do projeto ou processo. A aplicação da ferramenta consiste em reuniões de uma equipe especializada, co- nhecedora do processo, que avalia o fluxo do processo, os subprocessos envolvidos, as entradas e saídas e, com base no conhecimento de cada integrante, são levantadas questões do tipo “What if?” ou, em português, “E se?”. Ao responder à questão levantada, a equipe não precisa, necessariamente, ir fundo na pesquisa e identificação das causas e consequências. Eventualmente, estas causas e consequências podem ser mais bem detalhadas, assim como as medidas de mitigação e prevenção, através de outras ferramentas. What if – exemplos de questões: • E se a válvula X estiver bloqueada? • E se o tanque transbordar? • E se a temperatura de reação subir acima do aceitável? • E sefaltar energia? Observe que as respostas a estas questões podem ter diferentes graduações de deta- lhamento, ensejando a oportunidade de utilização das outras ferramentas, que permiti- rão análise qualitativa e quantitativa dos riscos. Figura 2 Fonte: Getty Images 9 UNIDADE Identifi cação de Riscos Para realizar uma adequada análise “What if”, é importante um time multifuncional com experiência na planta e no processo, com um coordenador com capacidade de liderança, e realizar reuniões adequadamente conduzidas, iniciando com a apresentação da metodologia. É necessário também ter disponíveis o lay-out da planta, os fluxogramas de processo e de engenharia, especificações de equipamentos, variáveis do processo, diagramas de instrumentação (P&ID’s) e outros documentos pertinentes. Percorre-se o fluxo de processo, buscando-se colocar questões “What if” ao longo do percurso. O método testa possíveis falhas e omissões de procedimentos, na prática das normas e dos projetos, além de analisar o comportamento dos profissionais envolvidos e verifi- car se estão de acordo com a segurança proposta. Técnica dos Incidentes Críticos É uma técnica qualitativa, para identificar falhas e condições inseguras que podem contribuir para a ocorrência de acidentes reais ou potenciais. É um método para identificar erros e condições inseguras que contribuem para a ocorrência de acidentes com lesões reais e potenciais, com grande potencial, princi- palmente naquelas situações em que se deseja identificar perigos sem a utilização de técnicas mais sofisticadas e, ainda, quando o tempo é restrito. A técnica tem como objetivo a detecção de incidentes críticos e o tratamento dos riscos que os mesmos representam. Para isso, utiliza-se de uma equipe de entrevistados representativa dentre os principais departamentos da empresa, procurando representar as diversas operações da mesma dentro das diferentes categorias de risco. O incidente crítico define-se enquanto uma situação ou evento que se destaca pelas suas características, que o tornam crítico, distinto e relevante para a compreensão de um dado fenômeno ou processo. A aplicação da Técnica dos Incidentes Críticos (TIC) implica um conjunto de passos, de forma que os dados sejam recolhidos num formato que permita dar resposta aos objetivos da investigação. Esses passos podem ser sistematizados nas seguintes fases: 1. preparação; 2. coleta dos dados; e 3. análise dos dados. Para maior compreensão desta técnica, assita ao vídeo do link a seguir, disponível em: https://youtu.be/0nroL_ZSMro 10 11 Metodologia para Identificação de Riscos Um ponto importante a ser observado para a identificação efetiva de riscos é que não se trata apenas de uma lista de riscos que precisa ser elaborada progressivamente. O mesmo vale para a descrição completa de cada risco, uma declaração de risco total- mente especificada deve descrever não apenas o que pode acontecer, mas também por que, quando e para que efeito. A figura 2 apresenta os quatro passos para uma efetiva identificação de riscos. Identi�cação Básica Identi�cação Detalhada Veri�cação Cruzada Finalização Figura 3 – Identifi cação de riscos O primeiro passo – identificação básica Identi�cação Básica Identi�cação Detalhada Veri�cação Cruzada Finalização Ferramentas utilizadas para Identi�cação Básica: ∙ Análise SWOT ∙ Analogia Figura 4 – Identifi cação básica O primeiro passo é fazer duas perguntas: • Por que (ou por que não) nós? • Onde vimos isso antes? A primeira pergunta corresponde a uma análise SWOT, enquanto a segunda pode ser respondida com o uso de “lições aprendidas” ou outras fontes de analogia conhecidas. Análise SWOT SWOT: é um acrônimo formado pelas palavras inglesas Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Figura 5 – Análise SWOT Fonte: Getty Images 11 UNIDADE Identifi cação de Riscos FATORES POSITIVOS+ FATORES NEGATIVOS− S - Strengths F - Forças W - Weaknesses F - Fraquezas O - Oportunities O - Oportunidades T - Thereats A - Ameaças SWOT FOFA Fa to re s In te rn os Fa to re s Ex te rn os Figura 6 Estas quatro dimensões de estudo resultam em uma lista de prós e contras que au- xiliam na tomada de decisão. Consistem na análise subjetiva das capacidades internas, para identificar as forças e as fraquezas da organização, e do ambiente externo no qual atua a organização, para apontar as oportunidades e ameaças presentes. AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO FORÇAS E FRAQUEZAS OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DIAGNÓSTICO Figura 7 – Elementos integrantes do diagnóstico A análise SWOT foi desenvolvida pela escola do design, do grupo de administração geral da Harvard Business School (CHRISTENSEN; BOWER, 1965). O modelo pro- posto pela escola é a “formulação de estratégia que busque atingir uma adequação entre as capacidades internas e as possibilidades externas” (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000). Atribui-se, no entanto, a Sun Tzu, em seu livro A arte da guerra, a base do pensamento da SWOT. A análise SWOT deve ser aplicada anteriormente à formulação estratégica de ação. Analogia A abordagem é aprender com a experiência anterior. Neste caso, é muito importante selecionar um projeto ou conjunto de projetos que sejam realmente similares ao atual. Figura 8 Fonte: Getty Images 12 13 Segundo passo – identificação detalhada Os riscos identificados no primeiro passo servirão como desencadeador do pensa- mento em maior profundidade. Existem cinco técnicas principais para isso. Identi�cação Básica Identi�cação Detalhada Veri�cação Cruzada Finalização Há cinco ferramentas disponíveis para Identi�cação Detalhada: ∙ Entrevistas ∙ Análise de Premissas ∙ Cimentários de documentos ∙ Técnica de Delphi ∙ Brainstorming Figura 9 – Identifi cação detalhada Entrevista Para obter os melhores resultados de uma entrevista, ela deve ser executada com definição dos objetivos e o resultado desejado. Selecione as pessoas corretas e informe-as (entrevis- tadores e entrevistados). Devem ser alocados tempo e recursos. Figura 10 Fonte: Getty Images Análise de premissas Várias decisões são baseadas em suposições (conscientes ou inconscientes). Como cada suposição pode estar errada, cada uma é um risco potencial. Um desafio na análise de hipóteses é tentar tornar as suposições inconscientes visíveis. Figura 11 Fonte: Getty Images Desenvolva questões relevantes. 13 UNIDADE Identifi cação de Riscos Comentários de documentos Todos os documentos envolvidos no processo fornecem detalhes que podem indicar áreas de risco. Alguns riscos podem vir de um processo defeituoso, enquanto outros podem ser inerentes à abordagem ou restrições do processo. Figura 12 Fonte: Getty Images Técnica Delphi O método Delphi apresenta três características fundamentais, que são: o anonimato; a interação e a realimentação controlada; e a resposta do grupo em forma de estatísti- ca. O anonimato significa que durante um Delphi nenhum dos participantes conhece a identidade dos demais que compõem o grupo de debates, o que oferece três aspectos positivos: impede que um membro do grupo seja influenciado pela reputação de outro dos membros ou pelo peso que supõe opor-se à maioria; permite que um membro possa mudar suas opiniões sem que isto suponha uma perda de imagem; e um dos especialis- tas pode defender seus argumentos com a tranquilidade de saber que no caso de estes estarem errados, seu equívoco não vai ser reconhecido pelos demais especialistas. Figura 13 Fonte: Getty Images A interação e realimentação controlada sugerem que se consegue a interação ao apresentar mais de uma vez o mesmo questionário. Como vão sendo apresentados os resultados obtidos com os questionários anteriores, consegue-se que os especialistas conheçam os diferentes pontos de vista e possam ir modificando sua opinião caso os argumentos apresentados lhes parecerem mais apropriados que os seus. 14 15 A resposta do grupo em forma estatísticaé a informação apresentada aos partici- pantes, não só do ponto de vista da maioria, mas representando todas as opiniões e indicando o grau de acordo obtido (LINSTONE et al., 2002; KONOW et al., 1990). O Delphi possui uma terminologia específica, que define cada uma de suas ativida- des, de suas etapas, bem como os sujeitos envolvidos, assim: 1. rodada (ou circulação) é cada um dos sucessivos questionários apresentados ao grupo; 2. questionário é o documento (instrumento) que se envia aos especialistas. Não é só um documento que contém uma lista de perguntas, mas um documento com o qual se consegue que os participantes da pesquisa interatuem, já que nele se apresentam os resultados das circulações anteriores; 3. painel é o conjunto de especialistas que farão parte do Delphi; 4. moderador é a pessoa responsável por recolher as respostas do painel e prepa- rar os questionários. Antes de iniciar-se um Delphi, realiza-se uma série de tarefas prévias. A primeira refere-se à delimitação do contexto e do horizonte temporal em que se deseja realizar a previsão sobre o tema do estudo. A seguir, procede-se à seleção do painel de especialistas e à obtenção de seu com- promisso em colaborar. Por fim, é dada a explicação aos especialistas sobre o método, buscando-se a obten- ção de informações confiáveis, uma vez que eles vão conhecer, a cada momento, qual o objetivo de cada um dos processos que requer a metodologia. Para Helmer et al. (1972), o método Delphi é um programa cuidadosamente elaborado que segue uma sequência de interrogantes individuais através de questionários, levando à obtenção de informação que constituirá a retroalimentação do questionário seguinte. Basicamente, o método consiste em um questionário interativo que circula repetidas vezes por um grupo de peritos, preservando o anonimato das respostas individuais. A cada nova rodada, as perguntas do questionário inicial são repetidas, contendo informações e dados estatísticos coletados nas respostas do questionário anterior. Quando são solicitadas novas respostas com justificativas, os participantes devem reavaliar suas respostas à luz das respostas numéricas e das justificativas dadas pelos demais respondentes da rodada anterior. Este procedimento é repetido até que a divergência de opinião entre os especialistas reduza-se a um nível considerado satisfatório, sendo que a resposta da última rodada é encarada como o consenso do grupo. O anonimato das respostas e o fato de não haver uma reunião física reduzem a influ- ência de fatores psicológicos, como os efeitos da capacidade de persuasão, a relutância em abandonar posições assumidas e a dominância de grupos majoritários em relação a opiniões minoritárias. 15 UNIDADE Identifi cação de Riscos O Delphi tradicional, geralmente aplicado a tendências e eventos futuros, teve, recen- temente, seu conceito ampliado para incorporar a busca de ideias e estratégias para a proposição de políticas organizacionais mais gerais, deixando de se caracterizar unica- mente como um instrumento de previsão e tornando-se uma técnica de apoio à decisão e à definição de políticas. Brainstorming Este método foi inventado por Alex F. Osbom em 1939, quando ele presidia, à época, uma importante agência de propaganda. Figura 14 Fonte: Getty Images É usado para que um grupo de pessoas crie o maior número de ideias acerca de um tema previamente selecionado. O seu nome deriva de Brain = mente e Storming = tempestade, que se pode traduzir como Tempestade Cerebral/ Tempestade de Ideias. É também usado para identificar problemas no questionamento de causas ou para se fazer a análise da relação causa-efeito. O Brainstorming pode ser de dois tipos: • Estruturado: todos os integrantes devem dar uma ideia quando chegar a sua vez na rodada, ou passar a vez até a próxima rodada. Isso evita a preponderância dos integrantes mais falantes, dá a todos uma oportunidade igual para contribuir com ideias e promove um envolvimento maior de todos os integrantes, mesmo os mais tímidos. O Brainstorming termina quando nenhum dos integrantes tem mais ideias e todos “passam a vez” numa mesma rodada. • Não-estruturado: qualquer integrante lança ideias à medida que vão surgindo na mente. Tende-se a criar uma atmosfera mais relaxada, mas também há o risco de os integrantes mais falantes dominarem o ambiente. Torna-se mais fácil para certos integrantes pegar carona nas ideias dos outros. Essa técnica termina quando ne- nhum integrante tem mais ideias e todos concordam em parar. 16 17 Um Brainstorming é realizado em 6 etapas básicas: 1. Construir a equipe: a equipe deve ser definida. Geralmente participam os mem- bros do setor que busca envolver o problema. Eventualmente, pessoas criativas, de outros setores da empresa, podem ser convocadas. Os participantes devem estar reunidos em torno da uma mesa e devem indicar uma pessoa para secreta- riar (facilitador) a reunião, isto é: anotar as ideias que cada membro vai ditando. 2. Definir foco e enfoque: foco é o tema principal, o assunto. Geralmente está associado a um resultado indispensável (problema) ou a um desafio que se quer vencer. Definido o foco, é necessário estabelecer o enfoque, que mostrará como o foco vai ser abordado. 3. Geração de ideias: o que importa, nesta etapa, é a quantidade de ideias gera- das. Não importa a “qualidade”: O exercício deve centrar-se sobre o único foco já clara e previamente definido. As ideias emitidas, nesta etapa, devem ser anotadas pelo facilitador e devem ficar isentas de críticas. Pode-se dizer que quanto mais “potencialmente disparatada” for uma ideia, melhor, pois mais facilmente pode induzir a criatividade para a solução. O objetivo, nesta etapa, é emitir ideias que possam ser associadas a outras já emitidas. O participante deve emitir qualquer ideia, sem nenhum exercício de censura quan- to às próprias e quanto às ideias dos demais. A ideia deve ser formulada mesmo que num primeiro instante pareça ridícula. O facilitador deve anotar as ideias emitidas pelos participantes sem qualquer críti- ca. Quando emitir uma ideia deve expressá-la em voz alta e anotá-la. Periodicamente, o facilitador faz a leitura de todas as ideias até então anotadas. Ao término de um determinado período de tempo (de 10 a 20 minutos), as ideias começam a rarear e o facilitador pode propor o encerramento, passando-se para a etapa seguinte. 4. Crítica: nesta etapa, o que se objetiva é a qualidade. Isso é obtido através de uma primeira crítica às ideias geradas. O facilitador lê as ideias emitidas uma a uma e, em conjunto, é feita uma primeira análise. A ideia está voltada para o foco do problema? Se sim, ela continua; caso contrário, é riscada (eliminada). 5. Agrupamento: uma vez selecionadas as ideias em consonância com o foco, estas são agrupadas por “parentesco” ou semelhança de conteúdo, de forma a gerar subtítulos ou múltiplas respostas. 6. Conclusão: feita uma análise dos tópicos, subtítulos ou respostas, deve-se sele- cionar aquelas que, combinadas ou isoladamente, respondem à questão exposta no foco. Assista também ao vídeo “5 Passos para um Brainstorming perfeito“, que apresenta esta técnica poderosa. Disponível no link: https://youtu.be/-_M2YR76QqA 17 UNIDADE Identifi cação de Riscos O terceiro passo – verificação cruzada Até agora, você já tem um conjunto bastante extenso de riscos. No entanto, isso é quase inteiramente baseado no conhecimento e nas ideias de dentro da equipe. O próximo passo é avaliar se existe alguma informação relevante disponível além do processo envolvido. As ferramentas na fase de verificação cruzada podem ser: lista de verificação e categorias. Identi�cação Básica Identi�cação Detalhada Veri�cação Cruzada Finalização Para a Veri�cação Cruzada, há duas ferramentas disponíveis: ∙ Listas de Veri�cação ∙ Categorias Figura 15 – Verifi cação cruzada Lista de verificação Listas de verificação de risco são normalmente des- tinadas a um mercado específicoou área de tecnologia. Elas consistem em uma lista de riscos típicos com suas causas e impactos típicos. Estas listas também costumam propor respostas típicas. Estas listas só devem ser usadas uma vez que a lista inicial tenha sido desenvolvida porque tendem a sufocar a criatividade se usadas prematuramente. Categorias Os grupos desenvolvidos na etapa Agrupamento de Afinidade são exemplos de ca- tegorias. No entanto, de forma semelhante às listas de verificação, existem algumas listas estruturadas de categorias para processos típicos. Uma abordagem útil é obter ou desenvolver um desdobramento hierárquico em subcategorias para criar uma “estrutura de divisão de risco” para o processo. Após o terceiro passo – o que vem a seguir? Neste ponto, você terá uma lista de riscos, que, como mencionado no início, será uma mistura de causas, impactos, áreas e eventos. O que é finalmente necessário é preencher qualquer elemento ausente em cada de- claração de riscos totalmente especificada. Existem ferramentas específicas para determinar cada elemento ausente. Identi�cação Básica Identi�cação Detalhada Veri�cação Cruzada Finalização ∙ Para investigar uma área de risco, use o Fluxograma. ∙ Quando você conhece o impacto, use o Diagrama de Espinha de Peixe para determinar as causas potenciais. ∙ Quando você conhece as causas potenciais, para você conhecer o que elas afetam o seu processo, use o Diagrama de Inuências. Figura 17 – Finalização Figura 16 Fonte: Getty Images 18 19 Fluxograma Um fluxograma pode mostrar as atividades e decisões, bem como o fluxo de controle e dados por meio de uma área ou processo específico (DALE, 1999). A fim de determinar os riscos associados à área ou processo em questão, cada ação e ponto de decisão devem ser investigados do ponto de vista das ameaças e oportunidades que ele possa representar. O fluxograma é uma ferramenta utilizada para repre- sentar a sequência e interação das atividades do processo por meio de símbolos gráficos. Os símbolos proporcionam uma melhor visualização do funcionamento do processo, ajudando no seu entendimento e tornando a descrição do processo mais visual e intuitiva. A documentação do fluxo das atividades torna possível realizar melhorias e esclarece melhor o próprio fluxo de trabalho. Dentre as vantagens de utilizar o fluxograma, é possível ressaltar que ele: • melhora a compreensão do processo de trabalho; • mostra os passos necessários para a realização do trabalho; • cria normas-padrão para a execução dos processos; • demonstra a sequência e interação entre as atividades/projetos; • pode ser utilizado para encontrar falhas no processo; • pode ser utilizado como fonte de informação para análise crítica; • facilita a consulta em caso de dúvidas sobre o processo. Para facilitar o entendimento e análise do processo, o diagrama utiliza uma série de símbolos para representar as ações e momentos do processo. Não é obrigatório o uso de todos os símbolos, devendo-se utilizá-los de acordo com as necessidades das atividades mapeadas. No geral, pode-se dizer que os símbolos de início ou fim do processo e de tomada de decisões são os mais utilizados. Veja outros símbolos: Tabela 1 – Símbolos de um fl uxograma Símbolo Função Indica o início ou fim do processo Indica cada atividade que precisa ser executada Indica um ponto de tomada de decisão Indica a direção do fluxo Indica os documentos utilizados no processo Indica uma espera Indica que o fluxograma continua a partir desse ponto em outro círculo, com a mesma letra ou número, que aparece em seu anterior. Fonte: tabela elaborada pela professora conteudista Figura 18 – Verifi cação cruzada Fonte: Adaptado de Getty Images 19 UNIDADE Identifi cação de Riscos Quando um fluxograma de processo é elaborado, são identificados os fatores pro- blemáticos que não eram percebidos anteriormente, os quais poderão ser trabalhados e melhorados para alcançar melhores resultados. Diagrama de Espinha de Peixe O Diagrama de Ishikawa, conhecido como Espinha de Peixe, Diagrama 6M ou Dia- grama de Causa e Efeito, tem o objetivo de indicar a relação entre o efeito e as causas que contribuem para a sua ocorrência. Ele foi aplicado pelo professor Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1953, para detectar os problemas de qualidade de uma fábrica. Para a boa execução da metodologia, será preciso a participação de alguns colabo- radores que conhecem o processo de trabalho para dar sua opinião. Pois nada melhor do que quem está envolvido de fato no processo de trabalho para poder nos informar sobre esses fatores. Vale lembrar que o engenheiro em segurança do trabalho deve ter o conhecimento de todo fluxograma das atividades, ou seja, conhecer o processo produtivo para, então, reconhecer onde pode existir uma condição que possa colocar a vida ou a saúde dos trabalhadores em risco. Para estruturá-lo, existem seis tipos de categorias utilizadas para classificar o problema. Esse diagrama é parecido com a espinha de um peixe. Quando for começar elaborar o diagrama, o efeito, ou seja, a consequência do ocorrido, deverá ser registrado na cabeça do peixe. E as suas possíveis causas deverão ser registradas nas espinhas. Figura 19 – Esquema do Diagrama de Espinha de Peixe Fonte: Acervo do Conteudista Para estruturar o Diagrama de Causas e Efeitos, existem seis categorias, os 6 “M” (mão de obra, métodos, máquinas, meio ambiente, materiais e medidas). A tabela 2 apresenta alguns exemplos que devem ser considerados como causas, ao estruturar um diagrama de efeito e causa. 20 21 Tabela 2 – Exemplos de causas por categoria 6 M EXEMPLOS Mão de obra Treinamento, motivação, habilidades Métodos Procedimentos, manuais, instruções de trabalho Máquinas Manutenção, proteções, condições inseguras, finalidade Meio Ambiente Relações interpessoais, clima, sujeira, localização Materiais Especificações, fornecedores, toxicidade, características Medidas Verificação, instrumentos, métricas, controle Fonte: tabela elaborada pela professora conteudista • Método: Quanto a forma de trabalho influenciou o problema? • Máquina: Houve problemas com máquinas e equipamentos em geral? • Medida: Será que as métricas que usamos para medir o trabalho estão adequadas? • Meio ambiente: Houve alguma influência do meio ambiente na ocorrência do problema? • Material: Será que o material utilizado pode ter influenciado o trabalho? Tinha boa qualidade? Foi proveniente de um fornecedor homologado? • Mão-de-obra: Registra-se aqui se houve dificuldades por parte das pessoas (mão de obra), se falta treinamento, se a atitude está adequada, se houve falta de expe- riência etc. Para cada causa pode haver também uma subcausa e assim por diante, enquanto fizer sentido aprofundar a análise. Através do link: https://youtu.be/fSOScQTgo_Y, você terá mais informações sobre essa técnica. Diagrama de influência Um diagrama de influência é uma maneira de mostrar a relação entre ações - em sua ordem cronológica - e causas potenciais. Desta forma, o conjunto completo de cenários de risco pode ser mostrado. Tudo o que resta é ler os vários cenários do diagrama se- guindo as relações de influência. A figura 10 exemplifica um diagrama de influências para decisão de evacuação por conta de um furação. Previsão Decisão Caminho do Furação Consequência Possíveis Previsões “Vai acertar Miami” “Não vai acertar Miami” Resultados Acerta Miami Erra Miami Escolhas Evacuar Ficar Escolha Evacuar Ficar Resultado Acerta Miami Erra Miami Acertar Miami Erra Miami Consequência Segurança, alto custo Perigo, Baixo Custo Segurança, Baixo Custo Figura 20 – Diagrama de infl uências 21 UNIDADE Identifi cação de Riscos A tabela 3 apresenta os passos para identificação de riscos. Tabela 3 – Passos da identifi cação de risco FERRAMENTA SAÍDA VALOR AGREGADO Identificação Básica Análise SWOT Analogia Riscos óbvios Ponto de início para melhor identificação; Visão antecipada e níveldos riscos. Identificação Detalhada Entrevistas Análise de Premissas Comentários de documentos Técnica de Delphi Brainstorm “Lista enriquecida” Listas contendo menos riscos óbvos; Riscos maiores descobertos. Verificação Cruzada Listas de Verificação Categorias Mais completa Benefícios advinhos da experiência de outros. Finalização Fluxograma Diagrama de Espinha de Peixe Diagrama de influências Atividade de risco mapeada com causas e efeitos; Efeito indesejado com causas mapeadas; Causas “ameaçadores” e seus efeitos mapeados. Detalhes para o estabelecimento completo do risco. Identificação – Etapa Importante da Gestão de Riscos A identificação de perigos e avaliação de riscos é essencial para garantir a segurança das empresas e de todos os seus colaboradores, pois a avaliação dos riscos consiste na análise das situações indesejadas que são potencialmente danosas para a saúde e segu- rança dos trabalhadores no seu local de trabalho decorrentes das circunstâncias em que o perigo ocorre no trabalho. Assim, conforme metodologia aprendida, faz-se a decomposição analítica ou detalhada do objeto de estudo, podendo ser uma tarefa, um local, um equipamento de trabalho, a estrutura…, de forma a se conseguir uma caracterização dos riscos presentes, a sua relação com a fonte, possível desenvolvimento, probabilidade de ocorrência, extensão e operador(es) exposto(s). Para isso, inicia-se o processo com uma identificação de perigos com a aquisição de dados, não só através de manuais de máquinas, fichas de segurança, histórico de ocor- rências, inquéritos e questionários, mas também através da observação direta com o fim de identificar materiais, sistemas, processos e instalações que podem ter consequências indese- jáveis e/ou danosas para os trabalhadores ou terceiros que estejam expostos. No processo de identificação de riscos, devem também ser identificadas as pessoas que estão ou podem vir a estar expostas a tais perigo identificados, podendo estas serem os operadores, fornece- dores, clientes, visitantes, dependendo da atividade da empresa. Desta forma, a identificação de perigos e riscos consiste na verificação dos perigos presentes numa dada situação de trabalho e suas possíveis consequências, em termos dos danos sofridos pelos trabalhadores expostos. Após o processo de identificação de riscos, procede-se, então, à avaliação de riscos. 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros As sete ferramentas gerenciais da qualidade: implementando a melhoria contínua com maior eficácia MOURA, E. C. As sete ferramentas gerenciais da qualidade: implementando a me- lhoria contínua com maior eficácia. São Paulo: Makron Books, 1994. Controle da qualidade: as ferramentas essenciais SELEME, R.; STADLER, H. Controle da qualidade: as ferramentas essenciais. 20ª ed. Curitiba: Ibpex, 2010. Design and implementation of an identification system in construction site safety for proactive accident prevention YANG, H. et al. Design and implementation of an identification system in construction site safety for proactive accident prevention. Accident Analysis & Prevention. v. 48, p.193-203, 2012. Leitura Safety risk identification system for metro construction on the basis of construction drawings DING, L. Y. et al. Safety risk identification system for metro construction on the basis of construction drawings. Automation in Construction, v. 27, p. 120-137, 2012. https://goo.gl/YPxRv3 Riscos no trabalho em olarias e seu entendimento por parte dos trabalhadores FAGUNDES, J. P. B. Riscos no trabalho em olarias e seu entendimento por parte dos trabalhadores. RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e So- ciedade, [S.l.], v. 4, fev. 2018. https://goo.gl/yq5pD9 Percepção de riscos no trabalho: estudo de caso com colaboradores de uma indústria metalúrgica SOUZA, D., GASQUES, A. F. Percepção de riscos no trabalho: estudo de caso com co- laboradores de uma indústria metalúrgica. Trabalhos de Conclusão de Curso do DEP, Maringá: Paraná, v. 13, n. 1, abr. 2018. https://goo.gl/LbaeHj 23 UNIDADE Identifi cação de Riscos Referências CHRISTENSEN, C. R., BOWER, J. L. Business policy: text and cases, R. D. Irwin, 7. ed. 1965. DALE, B. G. Managing quality. Malden Mass, USA: Blackwell Publishers. 1999. HELMER, O.; RESCHER, N. Sobre la epistemologia de las Ciencias Inexactas. Futuro Presente Lisboa, n. 8, p. 115-135, 1972. KONOW, I.; PÉREZ, G. Método Delphi. In.: KONOW, Irene; PÉREZ, Gonzalo. Métodos y técnicas de investigación prospectiva para la toma de decisiones. Chile: Funda- ción de Estudios Prospectivos, 1990. LINSTONE, H. A.; TUROFF, M. The Delphi Method: techniques and applications. New Jersey: Listone e Turof, 2002. Disponível em: <http://is.njit.edu/pubs/delphi- book>. Acesso em: 8 set. 2015. MINTZBERG, H., AHLSTRAND, B., LAMPEL, J. Safári de estratégia. Porto Alegre: Editora Artmed – Bookman., 2000. OLIVEIRA, M. M. B. Análise das decisões na incerteza aplicada à administração. 2018. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/12802087/> Acesso em: 27 jan. 2019. PINEY, C. Risk identification: combining the tools to deliver the goods. Paper presented at PMI® Global Congress 2003—EMEA, The Hague, South Holland, The Netherlands. Newtown Square, PA: Project Management Institute. 2003. 24
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