Buscar

TEMA 5 - AULA 04 - DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO

Prévia do material em texto

AULA 4 
DIREITO CONSTITUCIONAL DO 
TRABALHO 
Profª. Sonia de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Neste encontro, iniciaremos o estudo das previsões expressas do art. 7º 
em relação ao direito individual do trabalho, os quais também são classificados 
como direitos e garantias fundamentais, no capítulo dos direitos sociais do 
cidadão, previstos na Constituição de 1988. Serão objeto de estudo neste 
encontro: 
1. Destinatários e aplicação das regras constitucionais trabalhistas; 
2. Proteção do contrato de trabalho e a sua extinção; 
3. Salário e participação nos lucros, resultados e administração da empresa; 
4. Duração do trabalho; 
5. Férias. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
João da Silva lhe procura para uma consulta, pois quer saber a 
possibilidade de pleitear vínculo de emprego com a empresa de alimentos em que 
ele trabalhou nos últimos cinco anos, com contrato de representação comercial 
(autônomo). Quer saber se pode requerer os direitos laborais constitucionais em 
seu favor. 
Ele diz que passou a representar a empresa comercialmente, realizando 
vendas dos produtos na região de Florianópolis – SC, onde a empresa é sediada, 
tanto por telefone, quanto pessoalmente. O combinado é que ele seria um 
trabalhador autônomo e que a sua remuneração seria de 5% sobre o total das 
vendas realizadas. 
Ele conta, ainda, que deveria chegar na sede da empresa todos os dias às 
8 horas para pegar a relação de clientes que deveria visitar e fazer as vendas 
naquele dia. Quando ele fazia a venda, considerando que preço dos produtos era 
estipulado pela própria empresa de alimentos, preenchia um formulário no tablet 
que a empresa forneceu para ele e enviava imediatamente para o gerente da 
empresa de alimentos representada. 
Durante o dia, enquanto estava visitando os clientes, João recebia várias 
ligações do gerente Marcos, que queria saber se estava vendendo bem e qual 
 
 
3 
cliente já estava visitando. Às vezes, pedia para ele ir para a empresa no final do 
dia. 
Considerando tal situação, seria possível a João pleitear vínculo de 
emprego com a empresa representada, sendo a ele garantidos os direitos 
constitucionais laborais, ou ele de fato era um trabalhador autônomo típico? 
TEMA 1 – DESTINATÁRIOS E APLICAÇÃO DAS REGRAS CONSTITUCIONAIS 
TRABALHISTAS 
O caput do art. 7º da Constituição prevê que os direitos ali elencados são 
destinados aos trabalhadores urbanos e rurais. Já o art. 7º, inciso XXXIV (Brasil, 
1988), complementa tal informação quando prevê a igualdade de direitos entre o 
trabalhador com vínculo empregatício e o trabalhador avulso, sendo este último, 
igualmente, destinatário das normas constitucionais laborais. 
Teremos um tema específico de estudo para os trabalhadores domésticos 
na Aula 5. Contudo, vale adiantar que as normas constitucionais previstas no art. 
7º da Constituição são parcialmente aplicáveis a esta categoria, conforme 
expresso em seu parágrafo único. 
Em relação aos servidores, ocupantes de cargos públicos, o art. 39, 
parágrafo 3º da Constituição, prevê expressamente que a eles serão aplicados os 
incisos, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX1, do art. 
7º da Constituição (Brasil, 1988), permitindo que a lei estabeleça requisitos 
diferenciados de admissão se a natureza do cargo exigir. 
Desse modo, as regras laborais previstas no art. 7º da CLT são 
integralmente aplicáveis os trabalhadores urbanos e rurais, que tenham vínculo 
empregatício ou que sejam avulsos, e parte das normas ali previstas são 
aplicáveis aos trabalhadores domésticos e servidores públicos (Brasil, 1943). 
Mas quem é considerado empregado? O conceito de empregado está 
previsto no art. 3º da CLT: “toda pessoa física que prestar serviços de natureza 
 
1 Salário mínimo, inclusive para os que recebam remuneração variável, 13º salário, adicional 
noturno, salário família, jornada de 8h diárias e 44h semanais, repouso semanal remunerado, hora 
extra com adicional mínimo de 50%, férias anuais com um terço, licença maternidade e 
paternidade, proteção do trabalho da mulher, redução dos riscos de acidente de trabalho, proibição 
de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, 
idade, cor ou estado civil. 
 
 
 
4 
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. (Brasil, 
1943) 
Embora a redação antes transcrita seja bastante clara, há casos em que 
discutir a existência ou não de vínculo empregatício entre trabalhador e tomador 
de serviço (o qual pode ser pessoa física ou jurídica) não é uma tarefa simples. 
Basta fazer uma busca de julgados sobre o tema para verificar que o tema é 
amplamente debatido nos Tribunais do Trabalho. 
Para a configuração do vínculo empregatício, devem estar presentes 
alguns pressupostos, quais sejam: a) pessoalidade, b) não-eventualidade, c) 
onerosidade e d) subordinação. 
Em relação aos trabalhadores rurais, a sua definição está consignada no 
art. 2º, da Lei n. 5.889/1973: “pessoa física que, em propriedade rural ou prédio 
rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob 
dependência deste e mediante salário” (Brasil, 1973). 
O trabalhador rural é aquele que presta serviços agroeconômicos (lavoura, 
pecuária ou indústria rural) e não simplesmente qualquer trabalhador que exerça 
atividades laborais em hotéis, pousadas, restaurantes etc. localizados no campo. 
(Süssekind, 1999, p. 98) 
O trabalhador avulso, por sua vez, é aquele que não tem uma relação de 
trabalho contínua com o tomador do serviço, mas também não é um trabalhador 
autônomo, vez que não assume os riscos do empreendimento. Segundo Arnaldo 
Süssekind (1999, p. 89): 
Distingue-se o trabalhador avulso do empregado, porque a relação de 
trabalho não é contínua, dependendo da sua designação pelo sindicato 
do qual a mão-de-obra é requisitada ou, quando for o caso, do órgão 
gestor da mão de obra portuária, onde a referida associação representa 
a correspondente categoria. [...] trata-se, na verdade, de figura jurídica 
nascida no trabalho de estiva e nos trapiches, mais tarde utilizada, 
excepcionalmente, em outas atividades: os serviços são prestados em 
grupos de duração episódica, constituído por trabalhadores, 
preferencialmente sindicalizados (na prática é preferência absoluta), 
escalados pelo sindicato da correspondente categoria, mediante 
requisição do interessado. 
 Considerando o disposto nos Decretos n. 63.912/1968 e 80.271/1977, os 
quais tratam da gratificação natalina e da férias, tem-se que os trabalhadores 
avulsos estão envolvidos com as seguintes atividades: estivadores em geral, 
trabalhadores na estiva de carvão e minérios, trabalhadores em alvarenga, 
conferentes de carga e descarga, consertadores de carga e descarga, vigias 
portuários, amarradores, arrumadores (trapiches, armazéns-gerais e 
 
 
5 
entrepostos), ensacadores de café, cacau e similares, trabalhadores de capatazia, 
trabalhadores em serviço de bloco (quando não empregados) e trabalhadores na 
indústria de sal (quando não empregados) (Süssekind, 1999, p. 89-90). 
No caso das cooperativas de trabalho, a ideia é de que não exista nenhum 
tipo de vínculo empregatícios entre os cooperados, os quais trabalham por sua 
própria conta e mantêm a cooperativa como forma de concentrar a venda dos 
bens ou serviços ofertados. Evidentemente que se a cooperativa for fundada 
como forma de fraudar a real existência de vínculo de emprego, a sua existência 
poderá ser declarada judicialmente se na instrução processual for comprovada a 
existência dos requisitos que ensejam o vínculo de emprego. 
O trabalhador autônomo é aquele que exerce atividade laboral por conta 
própria, independentemente do ajuste e execução de suas tarefas. Pode, 
inclusive, prestar serviço para outras empresas, e para preservar a sua natureza 
de autônomo deve trabalhar de forma independente (Carrion,2008, p. 37). 
Portanto, a ele não se aplicam as normas constitucionais trabalhistas. 
TEMA 2 – PROTEÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO E SUA EXTINÇÃO 
O art. 7º, inciso I da Constituição de 1988, protege o trabalhador contra a 
dispensa arbitrária e sem justa causa. Vejamos: “relação de emprego protegida 
contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, 
que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos” (Brasil, 1988). 
Esse inciso ainda não foi regulamentado, razão pela qual ainda está prejudicada 
a situação da “indenização compensatória” prevista no inciso I. 
O único benefício que se confere hoje ao trabalhador dispensado sem justa 
causa é o pagamento de seguro desemprego pelo INSS, conforme previsto na Lei 
n. 7.998/1990: 
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o trabalhador 
dispensado sem justa causa que comprove: 
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela 
equiparada, relativos a: 
a. pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) meses 
imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da primeira 
solicitação; 
b. pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses 
imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segunda 
solicitação; e 
c. cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de 
dispensa, quando das demais solicitações; 
 
 
 
6 
Ainda, para o recebimento do seguro-desemprego, o empregado não 
poderá ter outra fonte de renda e não poderá estar recebendo qualquer outro 
benefício do INSS. 
No caso de dispensa sem justa causa, o trabalhador também poderá 
resgatar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) depositado em conta 
vinculada à Caixa Econômica Federal, em cujo valor deverá o empregador 
acrescer 40% a título de multa. 
Com a reforma trabalhista, promovida pela Lei n. 13.467/2017, foi instituída 
uma nova modalidade de rescisão do contrato de trabalho, por acordo das partes, 
em que o empregado não fará jus a metade do aviso prévio indenizado e da multa 
do FGTS (que será de 20% sobre os depósitos), podendo resgatar 80% do FGTS 
depositado em conta. As demais verbas rescisórias serão pagas de forma integral. 
Apesar de inexistir a regulamentação do art. 7º, inciso I, da Constituição, o 
seu texto, juntamente com o ato das disposições constitucionais transitórias – 
ADCT, prevê a impossibilidade de dispensa injustificada de alguns trabalhadores. 
TEMA 3 – SALÁRIO E PARTICIPAÇÃO NOS LUCRO E RESULTADOS DA 
EMPRESA 
A Constituição de 1988 protege o salário como forma de evitar abusos por 
parte do empregador. Os incisos IV ao XI, do art. 7º, preveem as regras gerais 
acerca da proteção da contraprestação pelo trabalho, sendo que o inciso XI trata 
da possibilidade de participação nos lucros e resultados da empresa, vejamos: 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de 
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com 
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo 
coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no 
valor da aposentadoria; 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção 
dolosa; 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da 
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, 
conforme definido em lei; 
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de 
baixa renda nos termos da lei. (Brasil, 1988) 
 
 
7 
A Constituição, portanto, protege o salário e prevê a existência de um 
salário mínimo capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador e de 
sua família. Se considerarmos todas as necessidades elencadas no art. 7º, inciso 
IV, da Constituição de 1988, não seria totalmente equivocado afirmar que, na 
prática, tal previsão constitucional está sendo ignorada, já que é difícil o 
trabalhador manter a si e a sua família com o que hoje temos de previsão salarial 
nacional. 
Ao prever a necessidade de “piso salarial” compatível com o trabalho e a 
sua complexidade, a Constituição confere legitimidade aos acordos e convenções 
coletivas de trabalho, documentos que, em regra, são os responsáveis pela 
fixação dos pisos salariais das categorias representadas. O mesmo se aplica 
quando a Constituição prevê a impossibilidade de redução do salário, salvo por 
acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
Alguns trabalhadores podem receber remuneração exclusivamente 
variável, como no caso dos vendedores comissionistas, cujo salário mensal é a 
soma das comissões recebidas pelas vendas realizadas. Nesse caso, não 
alcançando o empregado comissões suficientes para receber o equivalente ao 
salário mínimo legal, deverá o empregador complementar o salário, e garantir ao 
empregado a parcela mínima. 
Como incremento ao salário base, a Constituição ainda garante o 13º 
salário, também conhecido como gratificação natalina, cuja previsão de 
pagamento é anterior à Constituição, que instituída pela Lei n. 4.090/1962, e o 
adicional noturno de, no mínimo, 20%. 
A Constituição também prevê ser conduta criminosa a retenção dolosa do 
salário pelo empregador, o que pode ocorrer, por exemplo, para pagamento de 
suposta dívida de alojamento, alimentação e vestuário para empregados 
colocados em situação de risco em fazendas. Inexiste tipo penal específico para 
punição desse crime, mas se pode aplicar o disposto no art. 203 do Código Penal, 
cujo texto aduz: “Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho: Pena – detenção de um ano a dois anos, e multa, além da 
pena correspondente à violência” (Brasil, 1940). 
A previsão constitucional de que o empregado poderá participar dos lucros 
ou resultados da empresa é regulamentada pela Lei n. 10.101/2000, que 
estabelece todas as condições para pagamento dos lucros ou resultados. 
 
 
8 
Apesar dessa previsão aparecer juntamente com as regras constitucionais 
de proteção ao salário, é importante destacar que tal parcela, se paga pelo 
empregador, ainda que independentemente de acordo ou convenção coletiva, não 
tem natureza salarial. Desse modo, não é base de cálculo para outras verbas 
salariais, e sobre ela incide apenas o desconto de imposto de renda. 
Ainda, o empregador poderá fazer o pagamento de participação nos lucros 
independentemente de acordo coletivo ou convenção coletiva com o sindicato 
profissional; contudo, deverá fazê-lo a todos empregados de forma indiscriminada. 
TEMA 4 – DURAÇÃO DO TRABALHO 
Estabelece a Constituição, expressamente, que a duração do trabalho não 
será superior a 8 horas diárias ou 44 horas semanais, facultada a compensação 
de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de 
trabalho, conforme o art. 7º, inciso XIII. Contudo, ao mesmo tempo a Constituição 
determina que as horas laboradas e que excedam este limite deverão ser pagas 
com adicional de, no mínimo, 50% sobre o valor da hora normal, conforme inciso 
XVI (Brasil, 1988). 
A Constituição também permite o trabalho em turnos ininterruptos de 
revezamento, o qual não poderá ter duração superior a seis horas. Mas aqui o 
texto constitucional também prevê a possibilidade de negociação coletiva de 
trabalho para que se dê de outra forma à prestação do trabalho em tempo parcial. 
O descanso semanal, que deve ser de 24 horas, deverá ser remunerado, 
por previsão expressa do inciso XV, art. 7º da Constituição, que deverá ser 
preferencialmenteaos domingos. Em primeiro lugar, importante mencionar que, 
para o empregado que recebe salário semanal, quinzenal ou mensal, já está 
incluído o repouso remunerado e os reflexos das horas extras realizadas; contudo, 
para os que recebem por peça, tarefa ou comissão, o repouso deverá ser 
calculado considerando a particularidade de cada forma de pagamento2. 
 
2 “Art. 7º A remuneração do repouso semanal corresponderá: a) para os que trabalham por dia, 
semana, quinzena ou mês, à de um dia de serviço, computadas as horas extraordinárias 
habitualmente prestadas; b) para os que trabalham por hora, à sua jornada norma de trabalho, 
computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas; c) para os que trabalham por tarefa 
ou peça, o equivalente ao salário correspondente às tarefas ou peças feitas durante a semana, no 
horário normal de trabalho, dividido pelos dias de serviço efetivamente prestados ao empregador; 
d) para o empregado em domicílio, o equivalente ao quociente da divisão por 6 (seis) da 
importância total da sua produção na semana” (Brasil, 1949). 
 
 
 
9 
E ainda, quando a Constituição afirma que o descanso será 
“preferencialmente” aos domingos, está deixando aberta a possibilidade de haver 
trabalho nesse dia, dependendo do tipo de atividade exercida pelo empregador. 
Nesse caso, o descanso deverá ser concedido em outro dia, sempre respeitada a 
frequência semanal. 
A Lei n. 605/1949, que trata do repouso semanal remunerado, teve o seu 
conteúdo recepcionado pela Constituição de 1988. Essa lei também prevê o 
descanso nos feriados civis e religiosos, ainda que permitindo o labor nesses dias, 
desde que seja dada uma folga compensatória ao empregado. 
Conforme previsão do art. 6º, da Lei n. 605/1949, não será devida a 
remuneração do descanso semanal se o empregado faltar ao emprego por toda a 
semana, desde que sem motivo justificado. 
TEMA 5 – FÉRIAS 
O fundamento das férias é o mesmo de qualquer outro descanso 
determinado ao trabalhador: metas de saúde e segurança do trabalho, reinserção 
familiar, comunitária e política do trabalhador (Delgado, 2011, p. 978). É o período 
em que o empregado pode recuperar suas “energias” físicas e mentais após longo 
período de trabalho. 
A Constituição de 1988, no art. 7º, inciso XVII, confere ao trabalhador férias 
anuais remuneradas com adicional de no mínimo 1/3 maior que o seu salário, que 
deve ser pago juntamente com a remuneração das férias, dois dias antes do início 
da fruição do período (Brasil, 1988). 
A previsão constitucional é simples, cabendo à lei infraconstitucional 
estabelecer as demais diretrizes sobre esse período. Em relação 
regulamentação das férias, cabe a CLT. 
FINALIZANDO 
Neste encontro, foram estudados os destinatários da norma constitucional 
trabalhista, bem como alguns relacionados aos direitos básicos expressos na 
Constituição de 1988 aos trabalhadores urbanos e rurais. 
Em seguida, estudamos as normas inerentes à proteção e extinção do 
contrato de trabalho, o salário e suas particularidades, a duração do trabalho e as 
férias. Grande parte desses direitos também são previstos na CLT e em outras 
 
 
10 
legislações infraconstitucional, as quais devem obedecer ao comando 
constitucional, podendo melhorar o direito dos trabalhadores, mas jamais suprimi-
los. 
Este estudo foi o primeiro acerca das normas constitucionais e do direito 
individual do trabalho, o qual segue no próximo encontro. Abraço! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
_____. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 31 dez. 1940. 
_____. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 9 ago. 1943. 
_____. Lei n. 605, de 5 de janeiro de 1949. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 13 jan. 1949. 
_____. Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 30 out. 1973. 
_____. Lei n. 7.998, de 11 de janeiro de 1990. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 12 jan. 1990. 
_____. Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 14 jul. 2017. 
DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2011. 
SÜSSEKIND, A. Direito constitucional do trabalho. Rio de Janeiro: Renovar, 
1999

Continue navegando