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DESENVOLVIMENTO PRÉ NATAL, PARTO E PUERPÉRIO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ – FEPI
Curso de Psicologia
João Victor Cardoso Sanches
DESENVOLVIMENTO PRÉ NATAL, PARTO E PUERPÉRIO 
ITAJUBÁ 
Ano: 2020
João Victor Cardoso Sanches
 DESENVOLVIMENTO PRÉ NATAL, PARTO E PUERPÉRIO 
TDE: Trabalho discente efetivo do centro universitário – FEPI, curso Psicologia 
Orientadora: Roselle Fernandes Torres de Oliveira
ITAJUBÁ 
Ano: 2020
RESUMO
Essa pesquisa tem como objetivo compreender e analisar as etapas do Pré natal, parto e puerpério e suas necessidades durante toda a fase de gestação da mulher. Dessa forma, relacionando essas etapas aos processos físicos e mentais que se desenvolvem no bebê e alteram na gestante, assimilando esses processos aos estudos do desenvolvimento humano. 
ABSTRACT
This research aims to understand and analyze the stages of prenatal, childbirth and puerperium and their needs throughout the woman's pregnancy phase. Thus, relating these steps to the physical and mental processes that develop in the baby and change in the pregnant woman, assimilating these processes to human development studies.
INTRODUÇÃO
A gestação é um momento de grandes transformações, especialmente para as mães primíparas. Ao ser mãe, muitas são as mudanças que se apresentam à mulher em termos físicos, psicológicos, familiares e sociais (Klaus, Kennel & Klaus, 2000; Maldonado, 1997). Tudo isto passa a estar associado a inúmeros sentimentos que povoam o mundo psíquico das gestantes.
Nesse contexto o atendimento especializado e humanizado durante toda a etapa da gravidez é extremamente essencial, uma vez que se faz-se necessário condicionar e acompanhar a gravida nesse período de modificações internas e externas, auxiliando cada mulher de uma forma diferente de acordo com os seus aspectos sociais, econômicos e comportamentais; assim promovendo a segurança e a saúde da mãe e do bebe durante todo o ciclo da gestação.
 Para que esse atendimento ocorra de forma qualificada e humanizada, o sistema de único de saúde, (SUS), deve sempre proporcionar uma atenção pré-natal, parto e puerperal séria, eficaz, acolhedora e sem intervenções desnecessárias e que leve em conta todos os exames e especialistas da área da saúde que auxiliem a gestante, como Psicólogos, Fisioterapeutas, Nutricionistas e os que são essências, os Médicos Obstetras. Sem esses profissionais, consultas frequentes, cirurgia acolhedora e exames como Ultassom, Cardiotocografia, Hemograma e etc, a mãe poderá ficar sujeita a complicações físicas e mentais que podem ser graves e portanto prejudicais para a condição da mãe e de seu futuro filho.
Vale ressaltar que é direito da mulher gravida receber esse atendimento qualificado e humanizado do pré – natal, parto e puerperal. Por conta disso é dever do estado e do município oferecer essas assistências citadas acima, coisa que infelizmente ainda hoje em dia esse atendimento não ocorre da maneira correta e muitas vezes não alcança todas as gravidas ao longo do país, principalmente as gestante que vivem em áreas isolados/interioranas e depende do sistema publico; provocando sérias consequências para essas mães que não possuem acompanhamento, e que no final podem acarretar na morte dela e de seu bebê ou gerar problemas sérios de saúde para ambos. 
 PRÉ NATAL
O acompanhamento pré-natal é um conjunto de exames realizados durante a gestação que possibilitam que a mulher faça um acompanhamento detalhado da sua saúde e do bebê. 
A assistência pré-natal é uma modalidade de atendimento originada no século XIX, momento em que teve início a interferência do Estado nas questões relacionadas aos cuidados pré-natais (Ministério da Saúde, 2001). Esse serviço surgiu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de um recém-nascido saudável e reduzir as elevadas taxas de mortalidade infantil que existiam.
Uma assistência pré-natal adequada prevê, como mínimo, seis consultas durante o período de gravidez (Ministério da Saúde, 2006b). Se a gestação não é classificada como de alto risco, indicam-se, no mínimo, uma consulta no primeiro trimestre de gestação, duas no segundo e três no terceiro. As gestantes devem ser vistas até atingir o trabalho de parto, ou ser atingido o período de risco para pós-maturidade, em torno da 42° semana. Para o Ministério da Saúde (2006b), conclui-se a assistência pré-natal somente no 42° dia após o parto, quando se realiza a consulta de puerpério. Essas determinações podem variar, conforme os riscos apresentados pela gestante, sendo fundamental em todos os casos a adesão à assistência pré-natal (Buchabqui, Abeche & Brietzke, 2001). Tais cuidados do pré natal quando são disponibilizados corretamente e logo no início, e que incluem serviços educacionais, sócias e nutricionais, podem ajudar a evitar a morte da mãe ou do bebê, bem como outras complicações no parto; também podem fornecer, para aquelas mães de primeira viagem, informações sobre a gravidez, o parto e o cuidado infantil (Shino e Behrman, 1995).
Dentro dessa abordagem do pré-natal é importante destacar as suas etapas. A primeira etapa é o Período Germinal (da fecundação até a segunda semana), essa etapa é caracterizada por rápida divisão celular, formação do blastócito e implantação na parede do útero. No segundo período da gestação, Período Embrionário (da segunda semana a oitava semana), acontece o rápido crescimento e desenvolvimento dos principais sistemas e órgãos do corpo é durante essa fase que pode ocorrer o Aborto espontâneo. No terceiro e último período, Período Fetal (da oitava semana até o nascimento), ocorre uma crescente diferenciação das partes do corpo e grande aumento de seu tamanho, e nessa fase que os exames de ultrassom começam a ser realizados. Essas etapas devem ser devidamente explicadas as mães pelos seus seguintes médicos, cada uma das etapas deve ser bem observada para verificar se o desenvolvimento do feto está ocorrendo normalmente de acordo com cada etapa, caso o médico observe algum problema no desenvolvimento, ele deve tomar as devidas precauções e avisar a mãe sobre oque está acontecendo. 
Também não podemos deixar de lado os fatores do ambiente externo que podem afetar o desenvolvimento do bebê, fatores como drogas, vírus, alimentação, humor, transtornos psicológicos e etc podem afetar diretamente na formação do bebê, esses fatores recebem a denominação de Teratógenos. Cada um desses agentes externos irá interferir de maneira diferente na formação do bebê, mas no geral os problemas que mais ocorrem por conta deles são: Nascimento prematuro, natimorto, aborto espontâneo, desenvolvimento cognitivo lesado, retardo mental, baixo peso e abstinência no caso do uso de drogas. O ideal é que a mãe evite o máximo possível esses agentes externos, mas em alguns casos por conta de descuidos da mãe e pela falta de assistência médica esses problemas persistem. Portanto é recorrente o tratamento especial para situações em que o bebê nasce com deformidades e fragilidade em sua saúde, com isso os centros hospitalares e os devidos pais devem estar prontos para tratar e cuidar dessa criança, tentando resolver o seu problema ou amenizá-lo. 
Por último vale ressaltar a importância da atenção psicológica as gestantes durante o ciclo de sua gestação. A formação de um bebê envolve diversos processos externos e internos que modificam o estado físico e emocional da mãe, por conta disso durante esse ciclo a gestante passa por um processo de transição em que ocorre mudanças em sua identidade e em sua personalidade, todas essas mudanças atingem a mãe de maneiras diferentes e consequentemente podem interferir na formação física e emocional do feto. Logo é fundamental um acompanhamento psicológico para orientar a mãe e ajudá-la a resolver suas angustias e questões presentes durante essa transição como: Estou feliz ou triste com a gravidez? Posso perder ou não? Será que minha família aceitará minha gravidez e me apoiará no processo?. Todas essas perguntas e outras são levantadas pela mãe durante a gestação epor conta disso é necessário um profissional que ajude ela a manter a sua estabilidade emocional e entenda as transformações decorrentes da gravidez; infelizmente essa assistência psicológica ainda não ocorre muito em âmbito universal, tais demandas dessa assistência, em alguns casos, são contempladas pelo menos parcialmente em grupos de apoio as gestantes realizados nos centros de saúde, os quais têm se mostrado positivos. (Falcone, Mãder, Nascimento, Santos & Nóbrega, 2005; Souza & Carvalho, 2003).
PARTO
Antigamente o procedimento do parto “era uma luta contra a morte”, geralmente o parto era feio por uma parteira que não tinha nenhuma formação técnica para realiza-lo, a parteira utilizava de truques para conseguir fazer o bebê nascer. 
Com o passar dos tempos o parto foi sendo aprimorado pela medicina e nos dias atuais temos os mais diversos tipos de parto, Parto espontâneo induzido, Parto dirigido, Parto distócito e etc cada um tem sua especificidade que os diferem no processo, entretanto nessa abordagem irei falar do parto normal, vaginal, e do parto cessaria.
No caso do parto vaginal, temos o trabalho de parto, termo dado para o processo de dar à luz, esse trabalho é ativado por uma série de mudanças uterinas, cervicais, entre outras, a que se dá o nome de parturição. A parturição normalmente se inicia por volta de duas semanas antes do parto, quando a repentina elevação dos níveis de estrógeno estimula o útero a se contrair e cérvix a ficar mais flexível. O trabalho de parto em si ocorre por três etapas, a primeira etapa, a mais longa dura 12 a 14 horas para mães de primeira viagem, durante essa etapa, contrações uterinas regulares, e cada vez mais frequentes, causam a dilatação ou alargamento da cérvix em preparação para o parto. Durante a segunda etapa, que geralmente dura até 1 ou 2 horas, as contrações tornam-se fortes e mais próximas, essa etapa tem início quando o bebê se descola para o canal vaginal e termina quando ele sai por completo do corpo da mãe; se essa etapa durar mais de duas horas, sinalizando que o bebê precisa de ajuda, o médico pode usar o fórceps ou extração a vácuo para poder retirar o bebê. Na terceira e última etapa que dura de 10 minutos a 60 minutos, a placenta e o restante do cordão umbilical são expelidos do corpo da mãe e cortados. 
No parto cesariano o médico remove bebê o através do abdômen, a cessaria é escolhida quando o feto está em situações comprometedoras para a sua saída natural. Atualmente o parto cesariano é escolhido e realizado pela maioria das mães, principalmente no Brasil, uma vez que a cesárea se tornou algo primorosamente lucrativo para os médicos e hospitais que a realizam, logo muitas mães são convencidas a fazer cesárea mesmo não existindo a necessidade delas fazerem por esse método. Além disso a cesárea é um método que pode trazer riscos para a mãe como sangramento, infecção, danos a órgãos pélvicos e etc, devido a isso e outros fatores a OMS recomenda que o número de cesáreas seja menor do que o de partos vaginais, coisa que não ocorre no Brasil. Vale citar ainda que algumas pessoas e certas culturas optam por fazer o trabalho de parto fora de um centro hospitalar e sem medicamentos, seguindo procedimentos tradicionais, como é o caso das doulas ou ajudante experiente, que auxilia as mulheres a terem os filhos na Índia de forma natural.
Dentro dessa questão do parto é importante abordar o aspecto emocional e físico que a mãe sente durante todo o trabalho de parto, a pressão e a dor que a gestante passa ao longo do parto pode causar várias reações psicofisiologicas negativas para a saída do bebê, desse forma é extremamente necessário os profissionais da saúde e seus familiares prepararem e acompanharem a gestante nesse processo, sempre ouvindo-a e se importando com suas queixas e angustias para esse momento. Juntamente as reações da mãe, nesse momento o bebê recebe o seu primeiro contato com o mundo causando um choque em sua realidade, já que o bebê só conhecia a realidade de dentro do útero materno, essa experiência de ser expelido do seu lar maternal que lhe entregava conforto e nutrientes é extremamente catastrófico para o bebê, toda essa liberdade que ele adquire no primeiro instante lhe causa medo, fazendo-o querer retornar para o útero materno. Entretanto aos poucos esse angustia do bebê vai sendo tranquilizada através dos contatos físicos que ele finalmente consegue ter com a mãe, abraços, carinho, beijo e etc através daí que o vínculo afetivo entre eles se fortalece e constrói a sua base. 
 PUERPÉRIO
Após o parto, iniciou-se um período que se estende de 45 a 60 dias chamado puerpério (em mulheres que amamentam por um longo tempo, o puerpério pode durar um pouco mais). Durante este período, o seu corpo sofre transformações anatômicas e funcionais progressivas iniciadas depois do parto. É um ciclo no qual as mudanças causadas pela gravidez devem ser restituídas ao seu estado anterior de não-grávida. Todas estas transformações não se limitam às funções fisiológicas e endocrinológicas (hormonais). Também afetam o seu emocional. 
Durante o puerpério, é preciso ter cuidados especiais com a mulher. O puerpério inicia-se uma a duas horas após a saída da placenta e pode ser dividido em: Puerpério imediato (1 ° ao 10° dia), momento o qual o corpo começa a se recuperar. Nesse período, o útero começa a retornar ao seu tamanho normal e há a ocorrência de corrimento — inicialmente avermelhado e, com o passar dos dias, em volume reduzido e tonalidade amarelada. 
Puerpério tardio (11 ° ao 45° dia), período no qual o corpo ainda está passando por transformações e o cuidado deve ser redobrado. O útero continua a regredir e a região genital continuam a sofrer modificações para se recuperar por completo do período gestacional. 
Puerpério remoto (a partir do 45° dia) até enquanto a mulher amamentar ela estará sofrendo modificações da gestação (lactância).
A mãe e o bebê devem retornar à Unidade de Saúde na primeira semana após o parto. Sempre que possível, acompanhada do pai do bebê ou do(a) parceiro(a) ou um familiar. O atendimento nesse período é importante para:
• saber como está a saúde da mãe e do bebê;
• avaliar a amamentação e o sangramento vaginal;
• observar a cicatrização e retirar pontos, se necessário;
• examinar o bebê, vacinar e realizar o teste do pezinho;
• discutir se deseja ou não uma nova gravidez e sobre os métodos anticoncepcionais.
No decorrer da quarentena e em função das mudanças hormonais, a mulher pode estar mais frágil e sentimental. Por isso, a ajuda do parceiro e parentes mais próximos é fundamental nesse período difícil. É importante que as pessoas ao redor da nova mamãe estejam preparadas para ajudá-la e dar toda a segurança que ela precisa nesse período, isso pode ajudar a ela ter menos chances de possuir a famosa depressão pós parto. Também é importante lembrar que essas mudanças são passageiras na maioria das mulheres e que a confusão emocional logo passará. 
Mudanças físicas também ocorrem nessa quarentena, por isso é indicado a mãe não exagerar na alimentação e não fazer exercícios físicos pesados, uma vez que o corpo dela está se recuperando de forma intensa. 
CONCLUSÃO
O ciclo de gravidez é uma etapa da vida da mulher extremamente desafiadora e prazerosa ao mesmo tempo. Com esse trabalho entende-se que a gravidez não é impecável e maravilhosa que nem as pessoas dizem, ao contrário, a gravidez apresenta diversos riscos e transformações que atingem as gestantes das mais diversas formas possíveis, algumas surtam, ficam loucas, ficam confusas e receosas em relação a sua personalidade e aparência física, já outras melhoram como pessoa e aprendem diversas coisas que se não fosse pela gravidez não aprenderiam. Logo é de extrema importância entender esse processo e perceber que cada mulher passa pelo período gestacional de uma forma única e dependendo da sua situação cultural, econômica e emocional o desenvolvimento desse bebê pode ser algo bem prazeroso e recompensador para gestante ou pode ser umproblema que necessita ser resolvido com urgência. 
Outro ponto importante que adquiri através desse trabalho foi a importância de acompanhar a gestante em todos as etapas da gravidez e dar o atendimento adequado e humanizado a ela, uma vez que sem esse atendimento, a mulher pode se sentir deslocada da situação e devido a falta de informações o seu período gestacional pode ser extremamente complicado. Nisso destacamos que todos os profissionais da saúde que possam ajudar nessa área, estejam dispostos a realizar consultas e tratamentos que beneficiem a mãe durante os 9 meses de gestação.
Por último vale ressaltar todo o entendimento técnico que o trabalho me possibilitou entender, o funcionamento do pré natal, como o parto ocorre e os tipos de parto e a o período de puerpério da mulher. Todo esse conhecimento é importante para daqui pra frente visualizarmos a gravidez de uma forma mais cuidadosa e natural. 
 
BIBLIOGRAFIA:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722012000100004&lng=pt&tlng=pt
https://www.huggies.com.br/o-parto/o-que-%C3%A9-o-puerp%C3%A9rio
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/Importancia_pre_natal_aten%C3%A7ao_basica.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf
https://www.huggies.com.br/o-parto/o-que-%C3%A9-o-puerp%C3%A9rio
http://www.cordvida.com.br/blog/o-que-e-puerperio-entenda-e-saiba-como-cuidar-da-mulher-no-pos-parto/
Livro do DESENVOLVIMENTO HUMANO

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