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TOC, Transtornos Somaticos, Dissociativos e Relacionados ao Estresse

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TRANSTORNO 
OBSESSIVO-COMPULSIVO
(TOC)
P R O F . T H A L E S T H A U M A T U R G O
Estratégia
MED
2Prof. Thales Thaumaturgo | Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)PSIQUIATRIA
PROF. THALES 
THAUMATURGO
@thales.thaumaturgo
APRESENTAÇÃO:
Seja muito bem-vindo, Estrategista e futuro Residente! 
Sou o professor Thales Thaumaturgo, de Foz do Iguaçu, Paraná, 
médico formado pela Universidade do Planalto Catarinense – 
UNIPLAC, em Lages, Santa Catarina, e especialista em Psiquiatria 
pelo Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina – IPq - SC. 
Como muitos de vocês, estudei em uma faculdade particular, 
em uma cidade pequena (muito fria) do interior, localizada na serra 
catarinense. Ao mesmo tempo que isso me distanciou um pouco 
dos grandes polos acadêmicos, dos centros de pesquisa e das 
instituições mais renomadas do país, também me deu a chance 
de colocar “a mão na massa”. Isso aconteceu porque os alunos 
da faculdade em que estudei prestavam assistência médica para 
quase toda a cidade, com muitas oportunidades de aprendizado 
na “vida real”, associadas a uma ótima carga teórica de ensino 
e grandes professores, que se tornaram amigos e colegas de 
profissão.
Após minha formação na faculdade, resolvi partir logo 
para a Residência Médica. Prestei muitas provas, em diversos 
estados do país, e conheci inúmeras bancas organizadoras 
durante minha preparação para entrar na Residência Médica. Vou 
contar para você: quando saí da faculdade, não tinha certeza de 
que carreira médica deveria seguir, por isso prestei provas para 
diversas especialidades. Na época, fui aprovado em Psiquiatria, 
Neurologia, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, além de 
Clínica Médica. 
Entre todas as opções em que havia sido aprovado, escolhi 
https://www.instagram.com/thales.thaumaturgo/
https://www.instagram.com/thales.thaumaturgo/
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MED
Prof. Thales Thaumaturgo | Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) 3PSIQUIATRIA
a especialidade que considerava a mais cômoda para os meus 
planos de vida: Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Era 
na minha cidade, eu estaria perto da minha família, dos meus 
amigos, com o hospital a poucos quilômetros da minha casa, na 
cidade onde eu já tinha contatos profissionais e onde já estava 
trabalhando em plantões nas emergências dos serviços de toda 
a região. Na verdade, já estava aprovado e prestes a iniciar a 
Residência de Psiquiatria, quando um amigo me perguntou 
durante um plantão: “você vai prestar a prova para Radio?” — 
eu nem sabia que, naquela altura, meados de fevereiro, ainda 
haveria uma prova de Residência Médica na cidade. Resolvi tentar. 
Poderia ter escolhido entre tentar a Radio, Gineco ou Anestesio. 
Passei em segundo lugar em Radio. Mas, rapidamente, descobri 
na prática que o comodismo pode ser um grande erro. E, para 
mim, foi. 
Não havia escolhido o que, de fato, queria fazer. Havia sido 
seduzido por uma aparente comodidade. Após a empolgação 
inicial, quando a fase da novidade já havia acabado, estava 
vivendo uma rotina que não me agradava e logo percebi que 
não estava feliz. Tive ainda mais certeza disso lá pelo meio do 
R1, quando estava dando um plantão noturno de ultrassom no 
hospital. Só pensava nas minhas possibilidades, culpava-me 
constantemente pelo meu “erro”, achava que tinha “jogado um 
ano inteiro da minha vida fora”, que tinha “ficado para trás”. Nessa 
noite, procurei um dos meus preceptores, que estava no plantão 
da tomografia, e perguntei de maneira direta: “professor, quando 
você percebeu que fez a escolha certa com a Radiologia?” Ele 
me respondeu: “desde o meu primeiro dia na Residência. Eu me 
encontrei nisso aqui. Minha mãe não entende direito o que eu 
faço, fala que eu sou ‘raio-xizeiro’”. 
Depois disso, ainda levei uns meses para criar a coragem 
necessária para recomeçar. Mas, um dia, pela manhã, lá pelo fim 
do ano, fui até a direção do hospital e pedi meu desligamento 
da Residência. Foi um dos dias mais estranhos que tive na vida. 
Estava muito triste por abandonar um curso de que não gostava, 
mas senti que finalmente tinha feito o que era preciso. Demorei 
alguns meses para perceber que tudo o que tinha vivido não 
fora uma perda de tempo. Aprendi muito profissionalmente, mas 
aprendi muito mais pessoalmente. O desconforto fez-me crescer, 
e isso não tem preço. A partir de então, voltei a dar plantões, 
estudei por algumas semanas na minha casa e encarei novamente 
as provas, dessa vez decidido: queria entrar na Residência de 
Psiquiatria. Entrei.
Durante minha Residência em Psiquiatria, conheci uma outra 
realidade e tive a oportunidade de trabalhar em grandes hospitais 
na região de Florianópolis, como o Hospital Universitário da UFSC 
e meu querido IPq – SC, hospital de internação psiquiátrica, com 
cerca de 300 leitos, onde fiz grandes amigos, conheci profissionais 
incríveis, atendi pacientes que marcaram minha vida e aprendi o 
belo ofício da Psiquiatria (que hoje tenho o prazer de ensinar). 
Foi lá onde, finalmente, descobri o que gostaria de fazer para o 
resto de minha vida. Foi ali, a duras penas, que percebi que minha 
faculdade tinha me preparado à altura para encarar esse grande 
desafio profissional.
Hoje, sou muito realizado com as minhas escolhas e muito 
grato por tudo que aprendi na faculdade e nos meus anos de 
Residência Médica, seja em Radio ou Psiquiatria. Acredite em 
mim, uma boa Residência faz toda a diferença em nossa 
carreira, nossa vida e no que podemos proporcionar a nossos 
pacientes! Por isso, estou aqui para ajudá-lo a conquistar sua 
sonhada vaga e espero que, em alguns anos, você também possa 
olhar sua trajetória e sentir orgulho dela.
Então, digo por experiência própria: siga o caminho que 
lhe trará realização profissional, mas, acima de tudo, que lhe 
dê satisfação pessoal, que o faça feliz. Não tenha medo de 
recomeçar, sempre valerá a pena.
@estrategiamed
@estrategiamed
/estrategiamed
Estratégia MED
t.me/estrategiamed
https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw
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Prof. Thales Thaumaturgo | Curso Extensivo | 2024 4
PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
SUMÁRIO
1.0 TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) 6
1.1 DIAGNÓSTICO DO TOC 7
1.2 EPIDEMIOLOGIA DO TOC 9
1.3 CURSO, PROGNÓSTICO E FATORES DE RISCO DO TOC 9
1.4 NEUROBIOLOGIA DO TOC 10
1.5 TRATAMENTO DO TOC 10
1.5.1 TOC REFRATÁRIO 11
2.0 TRANSTORNOS SOMÁTICOS 14
2.1 TRANSTORNO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS 15
2.1.1 EPIDEMIOLOGIA DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS 15
2.1.2 CURSO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS 15
2.1.3 TRATAMENTO DO TRANSTORNO SOMATOFORME 16
2.2 TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS 18
2.2.1 EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS 
 NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS 19
2.2.2 CURSO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS 20
2.2.3 TRATAMENTO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS 20
2.3 TRANSTORNO FACTÍCIO 21
2.3.1 CURIOSIDADE: QUEM FOI MÜNCHHAUSEN 23
2.3.2 INDÍCIOS PARA SE SUSPEITAR DO TRANSTORNO FACTÍCIO 23
2.3.2.1 TRATAMENTO DO TRANSTORNO FACTÍCIO 23
2.3.2.2 TRANSTORNO FACTÍCIO IMPOSTO A OUTRO 24
2.4 SIMULAÇÃO 24
3.0 TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS 26
3.1 TRANSTORNO DA AMNÉSIA DISSOCIATIVA 26
3.2 TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE 27
3.3 TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO E DESREALIZAÇÃO 28
4.0 TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT) 30
4.1 EPIDEMIOLOGIA DO TEPT 32
4.2 CURSO E PROGNÓSTICO DO TEPT 32
4.3 TRATAMENTO DO TEPT 32
5.0 LISTA DE QUESTÕES 34
6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35
7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35
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Prof. Thales Thaumaturgo | Curso Extensivo | 2024 5
PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Estrategista, nesta aula, agrupei os assuntos “transtorno 
obsessivo-compulsivo (TOC)”, “transtornos somáticos”, “transtornos 
dissociativos” e “transtornos relacionados a trauma e estressores”, 
porque são patologias que “andam juntas”, seja nas provas de 
ResidênciaMédica ou na prática clínica. 
Preciso lhe contar: caem poucas questões sobre esses temas nas provas, mas precisamos 
acertar todas. Cada questão faz a diferença. Concentre-se nas características mais relevantes dos 
principais transtornos para realizar o diagnóstico diferencial, pois é isso que as bancas cobram. 
Vou deixar destacado, ao longo da aula, tudo o que for mais relevante para facilitar sua leitura!
Observe abaixo a engenharia reversa dos temas de Psiquiatria nas provas de R1 entre 2014 e 2023:
Engenharia Reversa Psiquiatria 
1° Dependência Química 21,50%
2° Intoxicações Exógenas 17,15%
3° Transtornos do Humor 16,80%
4° Psiquiatria Infantil 10,25%
5° Psicofarmacologia 9,30%
6° Transtornos Ansiosos 5,25%
7° Reforma Psiquiátrica e Psiquiatria Social 5,10%
8° TOC, Transtornos somáticos, Dissociativos e do Estresse 5,00%
9° Transtornos Psicóticos 4,05%
10° Transtornos Alimentares 2,70%
11° Psicopatologia 2,05%
12° Transtornos de personalidade 0,85%
Total 100,00%
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Prof. Thales Thaumaturgo | Curso Extensivo | 2024 6
PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
1.0 TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que já foi chamado de “a loucura da dúvida”, 
é caracterizado pela combinação de obsessões, isto é, pensamentos intrusivos e angustiantes 
que dominam a mente do paciente de maneira incontrolável, associados a compulsões, 
que representam os rituais executados pelo doente para aliviar o sofrimento causado pelas 
obsessões.
• As obsessões são pensamentos recorrentes ou imagens repetitivas, intrusivas 
e indesejadas, que causam angústia ao paciente, que não consegue controlá-las 
voluntariamente. 
• As compulsões são comportamentos adotados para aliviar 
o sofrimento causado pelas obsessões ou evitar que algo ruim 
aconteça. Essas ações podem ser representadas por comportamentos 
ritualizados, como checar repetidas vezes se as fechaduras das portas 
estão trancadas, lavar as mãos repetidas vezes, alinhar ou ordenar 
minuciosamente objetos, entre outros exemplos. As compulsões 
ainda podem ser representadas por atos mentais, como realizar 
cálculos, decorar placas de carros ou repetir mentalmente palavras 
ditas por outras pessoas.
Apesar de conceitualmente poder existir um transtorno obsessivo-compulsivo com 
apenas obsessões ou apenas compulsões, esse tipo de apresentação é muito incomum porque, 
normalmente, as compulsões são atos ritualísticos realizados pelo paciente para reduzir o 
sofrimento causado pelas obsessões.
CAPÍTULO
Alguns autores podem utilizar o termo “egodistônico” para referir-se às obsessões, ou seja, são pensamentos 
“estranhos ao ego”, que causam desconforto no indivíduo.
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PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
1.1 DIAGNÓSTICO DO TOC
Critérios diagnósticos do transtorno obsessivo-compulsivo, adaptados do DSM-5-TR
A Presença de obsessões, compulsões ou ambas.
Obsessões são definidas por (1) e (2):
1
Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que causam acentuada ansiedade ou 
sofrimento.
2
O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou, ainda, neutralizá-los com 
algum outro pensamento ou ação.
Compulsões são definidas por (1) e (2):
1 Comportamentos repetitivos que o indivíduo sente-se compelido a executar em resposta a uma obsessão.
2
Os comportamentos visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou, ainda, evitar algum evento 
ou situação temidos.
B As obsessões ou compulsões consomem tempo ou causam sofrimento clinicamente significativo. 
Ainda segundo o DSM-5-TR, é necessário caracterizar o grau de compreensão que o paciente tem sobre seus sintomas, ou seja, avaliar 
se o doente reconhece que tais comportamentos são de ordem patológica ou se acredita que os rituais são realmente necessários para que 
sejam evitadas tragédias, como a morte de alguém ou a queda de um avião. Veja a seguir:
• Insight bom: o paciente compreende que as obsessões, apesar de causarem sofrimento, não provocarão consequências reais 
caso os rituais não sejam adotados. 
• Insight pobre: o paciente considera que sua crença é “provavelmente verdadeira”. Ou seja, na dúvida, é melhor realizar o 
ritual. 
• Insight ausente: o paciente acredita firmemente na necessidade de completar seu ritual para evitar que algo de ruim aconteça. 
American Psychiatric Association, 2022.
Para o diagnóstico do TOC, é necessário observarmos os critérios a seguir:
Insight? Por mais complexa que seja a origem e o significado desse termo, podemos considerar, em linhas gerais, seu significado 
como “compreensão interna”.
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Prof. Thales Thaumaturgo | Curso Extensivo | 2024 8
PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Tipos comuns de crenças no TOC
Agressividade: o paciente é tomado por obsessões de caráter agressivo, imaginando que, a qualquer 
momento, pode atacar um inocente ou agredir a si mesmo.
Blasfêmia: a mente é invadida por pensamentos desagradáveis de conteúdo religioso ou espiritual.
Contaminação ou sujeira: um dos tipos mais comuns de obsessões. O paciente acredita que está 
contaminado por germes, micróbios ou radiação. Por isso, evita o contato físico com maçanetas, portas, mesas 
e corrimãos, dispensa cumprimentos e apertos de mão, e lava compulsivamente suas mãos ou limpa-as com 
panos umedecidos ou álcool. Alguns pacientes podem vestir mantas isolantes contra a radiação.
Dúvida patológica: o paciente tem sérias dúvidas sobre ter realizado corretamente alguma ação, como 
Estrategista, você leu que o TOC já foi chamado de “loucura da dúvida”, não é mesmo? Então, um dos motivos 
é este: pacientes com insight ausente apresentam crenças que beiram o delírio, aproximando o TOC das psicoses. 
fechar o gás do fogão, trancar a porta de casa, dar descarga no banheiro ou responder corretamente a uma questão de prova.
Organização e simetria: o paciente adota medidas exageradas para organizar seus pertences, por exemplo, alinha quadros, 
cataloga itens da geladeira, classifica roupas por tonalidades de cores.
Sexuais ou obscenas: o paciente tem pensamentos sexuais incontroláveis, imagina as outras pessoas nuas ou pensa em ter 
relações sexuais com conhecidos. Ou, ainda, o paciente pode ser atingido por pensamentos incontroláveis sobre sua orientação sexual.
Estrategista, existe o chamado “espectro do TOC”, que é um agrupamento de apresentações clínicas em que 
ocorrem obsessões e compulsões.
Transtorno dismórfico corporal: condição em que o paciente apresenta uma preocupação intensa com defeitos 
mínimos (muitas vezes imaginários) em sua aparência. Por exemplo, uma pessoa praticamente sem rugas acredita 
que seu rosto está cheio de rugas ou envelhecido.
Transtorno de acumulação: ocorre o acúmulo de objetos desnecessários, com ou sem valor ou utilidade, como 
embalagens usadas e jornais velhos.
Transtorno de escoriação ou skin-picking: trata-se do ato de cutucar-se ou beliscar a pele repetidamente, apertar 
espinhas, retirar cascas de feridas, geralmente lesionando a si mesmo.
Tricotilomania: é o ato de arrancar os próprios cabelos de maneira recorrente, muitas vezes engolindo-os após 
a retirada, caracterizando também a “tricotilofagia”.
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MED
Prof. Thales Thaumaturgo | Curso Extensivo | 2024 9
PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
1.2 EPIDEMIOLOGIA DO TOC
Segundo o DSM-5-TR, a prevalência de TOC encontra-se entre 1% e 2% da população de adultos, com distribuição parecida entre os 
gêneros; contudo, os sintomas iniciam-se de maneira mais precoce em pacientes do sexo masculino.
1.3 CURSO, PROGNÓSTICO E FATORES DE RISCO DO TOC
De modo geral, o TOC é um transtorno que pode ter início de maneira gradual ou súbita durante a infância ou adolescência na maioria 
dos pacientes. Possui um curso normalmente crônico, com oscilações durante a vida, raramente com longos períodos assintomáticos ouremissão sem tratamento. 
O TOC também se associa, em mais de 90% dos casos, a outros transtornos psiquiátricos, como 
depressão, transtornos ansiosos e fobias, transtornos de tique, esquizofrenia, transtorno do humor bipolar, 
transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, entre outros. Além disso, estima-se que metade dos 
pacientes realiza uma tentativa de suicídio no curso do transtorno.
Fatores de risco:
História familiar.
Abuso Sexual ou físico na
infância.
Infecção estreptocócica durante 
a infância (em estudo).
Prognóstico Ruim:
Início precoce.
Insight pobre ou ausente.
Pouca resposta ao tratamento.
Necessidade de internação.
Comorbidades psiquiátricas.
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PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
1.4 NEUROBIOLOGIA DO TOC
Nos últimos anos, as bases biológicas do TOC vêm sendo desvendadas, especialmente com estudos por meio de 
exames de imagem, como tomografia por emissão de pósitrons (PET), que tem detectado uma atividade cerebral anormal 
nos pacientes com TOC, especialmente nos lobos frontais, núcleos da base e no giro do cíngulo, reduções de volumetria na 
região talâmica, giro do cíngulo anterior e córtex orbitofrontal, além de alterações inespecíficas no eletroencefalograma. 
Alterações na neurotransmissão de serotonina também parecem estar relacionadas à gravidade dos sintomas.
1.5 TRATAMENTO DO TOC
O tratamento do TOC é dividido em duas categorias: 
medicamentosa e não medicamentosa.
A terapia não medicamentosa é realizada principalmente 
por meio de abordagem psicoterápica, com a terapia cognitivo-
comportamental (TCC) sendo a indicação de primeira escolha 
para o transtorno. A TCC abrange o desenvolvimento de técnicas 
de exposição e dessensibilização, bem como outros treinamentos 
cognitivos e comportamentais. Quando associada ao tratamento 
psicofarmacológico, aumenta as taxas de sucesso terapêutico.
A terapia medicamentosa é realizada com uso de antidepressivos, sendo considerados como primeira linha de 
tratamento os inibidores da recaptação de serotonina (ISRS). O tempo para que a resposta ao tratamento seja percebida 
costuma ser de até 4 meses. Além disso, não raramente, as doses necessárias para tratar um quadro de TOC são as máximas 
permitidas e, em alguns casos, doses superiores à máxima.
Caso não haja uma boa resposta com um agente ISRS, o próximo passo é a instituição de 
um antidepressivo tricíclico. A clomipramina é o agente dessa classe considerado como primeira 
linha, tendo sido a primeira droga aprovada pelo FDA para esse fim. Apesar disso, devido ao seu 
perfil de efeitos colaterais mais intensos, é recomendado que a clomipramina seja utilizada após 
uma tentativa frustrada com ISRS. Antidepressivos duais e antidepressivos atípicos são considerados 
opções de segunda linha no tratamento do TOC.
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PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
1.5.1 TOC REFRATÁRIO
Estima-se que cerca de 50% a 70% dos pacientes não 
respondem adequadamente ao tratamento. Esses indivíduos 
são considerados pacientes com TOC refratário. Nesses casos, o 
tratamento pode seguir esta ordem:
1 - Monoterapia com ISRS ou clomipramina.
2 - Troca do ISRS para clomipramina ou vice-versa.
3 - Associação de medicamentos.
4 - Clomipramina ou ISRS por via endovenosa.
5 - Terapias empíricas ou eletroconvulsoterapia.
6 - Neuropsicocirurgia (cingulotomia anterior).
Exemplos de drogas que podem ser associadas ao antidepressivo no TOC:
• Risperidona
• Haloperidol
• Olanzapina
• Ácido valproico
• Carbamazepina
• Memantina
• N-acetilcisteína (NAC)
• Lítio
CAI NA PROVA
(SURCE 2022) Durante seu atendimento na demanda espontânea em uma UBS, você atende Dona Marta, de 52 anos. Dona Marta vem com 
queixa de "angústia" e traz o seguinte relato: "Doutor, desde agosto de 2019, quando minha filha terminou o namoro com um rapaz, eu não 
consigo superar o fim do relacionamento dela, porque ela perdeu a virgindade com esse rapaz. Doutor, eu durmo e acordo pensando nisso, 
eu não consigo tirar esse problema da minha cabeça. Eu já perdi 7 quilos, desde o fim desse relacionamento deles dois. Eu reconheço que isso 
é ridículo, que não faz sentido, que não me faz bem, mas eu não consigo nem mais ter relação com meu marido desde então. Eu não consigo 
tirar esses pensamentos da cabeça. Eu cheguei ao ponto de escrever cartas sobre como a vida dele e da minha filha poderia ser. Eu só consigo 
melhorar essa angústia se eu escrever. Eu já escrevi mais de 30 cartas." 
Considerando o relato de Dona Marta, assinale a alternativa com hipótese diagnóstica mais provável. 
A) Fobia social.
B) Transtorno esquizoafetivo.
C) Transtorno obsessivo-compulsivo.
D) Transtorno de ansiedade generalizada.
COMENTÁRIOS
Estrategista, estamos diante de um provável caso de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Note que a mulher tem ideias obsessivas 
sobre o relacionamento sexual de sua filha, que causam intenso sofrimento, e, por causa disso, adotou compulsões, ou seja, rituais. Neste 
caso, a escrita de cartas como forma de aliviar o seu sofrimento.
Incorreta a alternativa A. A principal característica da fobia social, ou transtorno de ansiedade social, é o medo ou a ansiedade em situações 
de convívio social, nas quais o indivíduo pode se sentir avaliado, observado ou julgado por outras pessoas. O seu tratamento é realizado com 
ISRS.
Estratégia
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Prof. Thales Thaumaturgo | Curso Extensivo | 2024 12
PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Correta a alternativa C. Correto, como vimos na introdução.
Incorreta a alternativa D. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é caracterizado por uma preocupação ou tensão excessiva, constante, 
generalizada, e dura pelo menos 6 meses. No TAG, frequentemente ocorrem sintomas físicos, como fadiga, tensão muscular, ranger de 
dentes, entre outros sintomas. Seu tratamento deve ser realizado com uso de antidepressivos ISRS.
(HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUC-RS 2022) Adolescente, 12 anos, encaminhada pela psicóloga de sua escola com queixa de arrancar os cabelos. 
Os pais contam que, sem nenhum desencadeante ambiental, há sete meses a menina começou a arrancar fios de cabelo, apresentando 
extensas áreas de alopecia em todo o couro cabeludo. A menina refere sentir uma necessidade urgente e incontrolável de arrancar os cabelos, 
seguida de alívio momentâneo. A mãe nota que ela arranca mais cabelos quando fica ansiosa por algum motivo. Também relata que a filha 
engole os pedacinhos da raíz dos cabelos, bem como aparenta escoriações próximas das unhas das mãos. Relaciona-se bem com seus amigos 
e, embora não deixe de frequentar a escola, fica mais isolada do que o habitual, pois incomoda-se com as perguntas a respeito de seu cabelo. 
Nega, porém, sintomas gastrintestinais. A família nega qualquer dificuldade de relacionamento em casa ou em outros contextos sociais. Em 
relação ao caso, qual é o transtorno mais provável?
A) De escoriação.
B) Tricotilomania.
C) Dismórfico corporal.
D) Obsessivo-compulsivo.
COMENTÁRIOS
Estrategista, estamos observando uma jovem que recorrentemente sente uma necessidade urgente e irrevogável de arrancar pelos 
e fios de cabelo, sentindo-se aliviada ou gratificada após o ato. Além disso, notamos que a paciente também ingere alguns fios de cabelo e 
cutuca as unhas. 
Neste caso, o seu provável diagnóstico é de tricotilomania com tricotilofagia, que são transtornos do "espectro do TOC", ou seja, podemos 
considerá-los como uma variante do TOC, assim como o transtorno de escoriação, transtorno dismórfico corporal e o transtorno de acumulação. 
Vamos às alternativas!
Incorreta a alternativa A. O transtorno de escoriação, também conhecido como skin-picking, caracteriza-se pela vontade inegociável de 
cutucar-se e beliscar-se, com sentimento de alívio após o ato, e é uma variante do TOC.
Correta a alternativa B. Correta,como vimos na introdução.
Incorreta a alternativa C. O transtorno dismórfico corporal é caracterizado pela preocupação exagerada com a percepção de defeitos ou 
falhas na aparência física que não são observáveis por outras pessoas. Por exemplo, uma pessoa magra que acredita estar acima do peso. 
Também é uma variação do TOC.
Incorreta a alternativa D. O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma combinação de obsessões e compulsões. As 
obsessões são pensamentos recorrentes ou imagens repetitivas, intrusivas e indesejadas e que normalmente causam angústia ao paciente, 
que não as consegue controlar voluntariamente. As compulsões são rituais adotados para aliviar o sofrimento causado pelas obsessões ou 
para “evitar que algo de ruim aconteça”.
Incorreta a alternativa B. O transtorno esquizoafetivo é uma “mistura” de sintomas de esquizofrenia, como alucinações e delírios, com 
sintomas de depressão ou bipolaridade. Seu tratamento dá-se com uso de antipsicóticos e estabilizadores do humor ou antidepressivos.
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 (HCG 2017) O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma condição psiquiátrica de grande importância epidemiológica, chegando a afetar 
mais de 2% da população, segundo alguns estudos. O TOC:
A) pode se manifestar com a ocorrência de imagens ou impulsos recorrentes, intrusivos e egodistônicos. Muito frequentemente, inicia-se 
na infância ou adolescência e responde a tratamentos diversos, como, por exemplo, a psicocirurgia e o uso do antidepressivo tricíclico 
clomipramina.
B) manifesta-se clinicamente com ideias obsessivas e rituais compulsivos. Tem etiologia neurobiológica bem determinada, mas responde 
melhor à terapia cognitivo- comportamental associada a inibidores seletivos de recaptura de serotonina. Não melhora com o uso de 
antidepressivos tricíclicos. 
C) é uma condição psicologicamente determinada e deve ser tratada primordialmente com o uso de psicoterapia. O uso de antidepressivos 
promove ação ansiolítica, mas não é capaz de controlar a ocorrência de pensamentos obsessivos.
D) é uma doença mais prevalente entre as mulheres. Inicia-se habitualmente após os 30 anos de idade. Pode ser tratada com terapia 
cognitivo-comportamental, com psicocirurgia ou com antidepressivos sem ação noradrenérgica. 
COMENTÁRIOS:
Correta a alternativa . O TOC é caracterizado por pensamentos ou rituais recorrentes, incontroláveis, egodistônicos, ou seja, que 
causam desconforto ao indivíduo, frequentemente com início na infância ou na adolescência. 
Antidepressivos ISRS ou tricíclicos podem ser empregados no tratamento. Em casos graves e refratários, cingulotomia pode ser indicada.
Incorreta a alternativa B. Existem hipóteses sobre a natureza biológica do TOC, como alterações neuroanatômicas e disfunção 
serotoninérgica de certas vias cerebrais, contudo não estão “bem determinadas”. A terapia cognitivo-comportamental, associada à 
farmacoterapia, resulta em melhores desfechos. Tricíclicos, especialmente a clomipramina, podem ser empregados nesse transtorno.
Incorreta a alternativa C. TOC é um transtorno neuropsiquiátrico, que, como a maioria, sofre influências de experiências pessoais e 
ambientais, além de estar relacionado a questões genéticas. Os antidepressivos são o tratamento farmacológico de primeira linha, 
podendo remitir os sintomas em sua totalidade.
Incorreta a alternativa D. É discretamente mais prevalente em mulheres e inicia-se ainda na infância ou na adolescência. Seu tratamento 
farmacoterápico é feito com medicações de ação serotoninérgica, associadas ou não à psicoterapia. Psicocirurgias são reservadas a casos 
extremos.
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(PREFEITURA MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU - 2021) Com relação aos critérios diagnósticos do Transtorno Dismórfico Corporal, segundo o 
DSM-V, assinale aalternativa correta:
A) Despreocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência física que não são observáveis ou que parecem leves para 
os outros.
B) Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo executou comportamentos repetitivos (p. ex., verificar-se no espelho, 
arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, buscar tranquilização) ou atos mentais (p. ex., comparando sua aparência com a de outros) 
em resposta às preocupações com a aparência.
C) A preocupação não causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo.
D) A preocupação com a aparência é mais bem explicada por preocupações com a gordura ou o peso corporal em um indivíduo cujos 
sintomas satisfazem os critérios diagnósticos para um transtorno alimentar.
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A. Visto que ocorre uma PREOCUPAÇÃO.
Correta a alternativa B. Este é um comportamento característico desse transtorno, que é considerado uma variante do TOC.
Incorreta a alternativa C. Visto que o transtorno CAUSA sofrimento ao indivíduo.
Incorreta a alternativa D. Pois a preocupação NÃO é mais bem explicada por outros transtornos.
2.0 TRANSTORNOS SOMÁTICOS 
A medicina psicossomática é a ciência que estuda a complexa relação entre a 
“soma”, nosso corpo, e a “psique”, nossa mente. O psiquiatra austríaco Sigmund Freud 
dedicou grande parte de sua carreira, na virada do século XX, ao estudo de pacientes 
que sofriam de doenças da “soma”, mas que tinham seus sintomas supostamente com 
origem na psique, desenvolvendo a teoria do inconsciente. Sob essa ótica, os sintomas 
manifestados de maneira física guardam íntima relação com conflitos internos e 
inconscientes, de cunho impróprio, que são reprimidos por serem intoleráveis para o 
indivíduo. Assim, os sintomas físicos seriam representações simbólicas de tais conflitos. 
Entre os transtornos somáticos, estudaremos aqui o transtorno dos sintomas 
somáticos, o transtorno conversivo, o transtorno factício e o transtorno factício por 
procuração.
CAPÍTULO
Fonte: Shutterstock.
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2.1 TRANSTORNO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS
O transtorno dos sintomas somáticos, ou transtorno somatoforme, 
caracteriza-se pela presença de sintomas físicos, também chamados de sintomas 
somáticos, que causam prejuízo e sofrimento ao paciente e não possuem uma 
origem orgânica detectável. Nesse transtorno, o paciente pode queixar-se de 
sintomas como dores pelo corpo, cansaço ou náuseas.
Estrategista, o fato é que não se encontram 
motivos fisiopatológicos que possam justificar a presença 
dos sintomas ou, quando presentes, tais motivos parecem 
não explicar a gravidade e a intensidade das queixas.
Cabe ressaltar que os sintomas somáticos não 
são intencionalmente produzidos, ou seja, não 
se trata de uma tentativa de simulação. O foco 
do sofrimento dos sintomas somáticos não está 
relacionado à organicidade da queixa, mas sim a 
como o paciente a percebe e a vivencia.
2.1.1 EPIDEMIOLOGIA DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS
Segundo o DSM-5-TR, a prevalência desse diagnóstico na população adolescente e adulta encontra-se entre 6% e 17%, sendo as 
mulheres mais acometidas. 
2.1.2 CURSO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS
O curso do transtorno é intermitente, com episódios que podem durar desde dias até vários anos. Normalmente, é possível estabelecer 
uma associação entre períodos estressantes na vida do indivíduo e a piora de seu quadro clínico. 
Mesmo que a relação entre os sintomas somáticos e o humor seja evidente para o clínico, o paciente 
dificilmente aceita que seu estado emocional tenha associação com suas queixas físicas e duvida que os 
problemas possam ter origem mental.
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PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)Dicas de como atuar em casos de transtorno somatoforme:
• Exercitar a paciência e a empatia com o sofrimento do paciente. Lembre-se: o sofrimento é real.
• A formação de um bom vínculo médico-paciente é indispensável, evitando que o indivíduo permaneça em 
um círculo vicioso à procura de um profissional que o acolha. Lembre-se: o próprio vínculo com o paciente é 
uma ferramenta terapêutica fundamental.
• Não menosprezar as angústias e os sofrimentos do paciente, reconhecendo o prejuízo causado pelos sintomas 
em sua vida.
• Não confrontar ou desmoralizar o paciente com frases do tipo: “isso é coisa da sua cabeça”, “seu exame não 
mostrou nada”, “isso aí é coisa de louco”, “vai passar uma hora”, “isso é falta do que fazer”.
• Gradualmente, demonstrar ao paciente a influência de fatores ambientais no processo de saúde e doença, 
bem como a relação do sistema nervoso central, das emoções, dos sentimentos, das experiências pessoais e 
de relacionamentos com o surgimento de queixas físicas reais. 
Psicoterapia deverá ser indicada, especialmente para aqueles pacientes que já desenvolveram um bom vínculo terapêutico com seu 
médico. As modalidades cognitivo-comportamentais e a terapia orientada para o insight são úteis para o tratamento desse transtorno.
O emprego de tratamento psicofarmacológico poderá ser indicado nos casos em que 
haja comorbidade psiquiátrica, como transtornos depressivos ou ansiosos. Contudo, como a 
maior parte dos pacientes apresenta quadros com sintomas dolorosos, a resposta terapêutica 
geralmente é pobre. 
2.1.3 TRATAMENTO DO TRANSTORNO SOMATOFORME
O tratamento dos pacientes com transtorno de sintomas somáticos é encarado como “difícil” por 
muitos médicos, porque esses profissionais sentem-se, frequentemente, frustrados ou irritados com o 
paciente, que apresenta queixas vagas, inespecíficas e recorrentes, muitas vezes colaborando pouco para 
o processo de investigação diagnóstica. Por sua vez, o paciente, acometido por um autêntico sofrimento, 
sente-se incompreendido, atacado ou menosprezado.
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 CAI NA PROVA
(UEVA - 2020) Maria, de 57 anos, procura consulta médica na UBS carregando uma sacola repleta de exames, alegando que médico nenhum 
consegue resolver o problema dela. Refere que já passou por vários especialistas, fez uso de várias medicações, mas permanece com dores 
no corpo todo. Começa descrevendo "o queimor" nas pernas, depois as fincadas nos quadris e segue explicando a dor que mais a preocupa, 
a dor no peito, que irradia para as costas, o pescoço e a cabeça. Associadas a isso ela descreve ainda fadiga, dispneia e palpitações. Não se 
conforma que os resultados dos exames estejam normais e deseja fazer "exames mais específicos". Tira da sacola o frasco da medicação 
manipulada que lhe foi prescrita por último, uma associação de meloxicam, ciclobenzaprina, amitriptilina, prednisona e ranitidina. Assinale a 
alternativa correta:
A) sintomas físicos difusos, pouco definidos, para os quais não se verificam alterações anatomopatológicas que os justifiquem, frequentemente 
rejeitados ou ignorados pelos profissionais de saúde, são causas pouco frequentes de busca por atendimento médico em pessoas com 
sofrimento emocional.
B) hipermedicalização, solicitação irracional de exames, indicação de procedimentos desnecessários e outras intervenções não baseadas em 
evidências são práticas pouco observadas na abordagem a pacientes que apresentam sintomas somáticos.
C) no Brasil, apesar de os sintomas sem explicação médica serem frequentes em pessoas com sofrimento emocional, a minoria delas tem 
associação com transtornos mentais comuns, tais como depressão e ansiedade.
D) ao paciente que somatiza é especialmente importante proceder com uma anamnese cuidadosa, buscando-se a compreensão do seu 
universo psicossocial. O exame físico pode ajudar a descartar causas médicas pouco evidentes e também doenças físicas. Os exames 
complementares devem ser parcimoniosos.
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A: sintomas somáticos são uma das 3 principais queixas psiquiátricas na atenção básica, ao lado deIncorreta a sintomas 
depressivos e ansiosos.
Incorreta a alternativa B: tais ações representam uma conduta muito comum nos pacientes com sintomas somáticos, em tentativa forçosa 
de atribuir as queixas a uma causa orgânica.
Incorreta a alternativa C: ao lado dos sintomas ansiosos e depressivos, os sintomas somáticos compõem os chamados “transtornos 
mentais comuns”, conceito utilizada a o na atenção básica para designar as causas de sofrimento mais prevalentes na comunidade, estando 
frequentemente associadas.
Correta a alternativa D:
 criar vínculo com o paciente, empatizar e compreender seu sofrimento são ferramentas terapêuticas na 
abordagem dos pacientes com sintomas somáticos. A avaliação clínica cuidadosa e, se necessário,Correta a 
exames complementares, devem fazer parte da abordagem ao paciente.
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COMENTÁRIOS:
Incorreta a alternativa A. Transtornos do humor ou transtornos afetivos são aqueles que alteram o humor ou o afeto do paciente, 
geralmente relacionando-se às principais síndromes desse grupo: depressão e transtorno bipolar.
Incorreta a alternativa B. O termo “neurose” tem, atualmente, uma “conotação histórica”, sendo substituído por termos catalogados 
pelos manuais diagnósticos, como “conversão”, “dissociação” e “somatização”, para definir a presença de sinais ou sintomas físicos sem a 
justificada causa orgânica.
Incorreta a alternativa C. Transtornos ansiosos são identificados por apresentarem, geralmente, sintomas psíquicos — como medo e 
ansiedade — de maneira sustentada — como no caso da ansiedade generalizada —, associados a sintomas físicos — como dor no peito, 
dor abdominal, náuseas, vômitos, entre outros.
Incorreta a alternativa D. Síndromes psicóticas apresentam, por definição, sintomas alucinatórios e/ou delirantes.
(SES-MA 2017) Em saúde mental, os transtornos cujas queixas físicas não se associam nem com alterações do exame físico nem dos exames 
complementares e que não preenchem critério diagnóstico algum são denominados transtornos:
A) De humor.
B) Neuróticos. 
C) De ansiedade. 
D) Psicóticos. 
E) Somatoformes. 
Correta a alternativa E.
Sintomas somatoformes são queixas de sintomas físicos que geram sofrimento e prejuízo funcional ao 
paciente sem que haja uma causa orgânica ou sem que uma causa orgânica existente seja capaz de 
produzir tamanha intensidade sintomática.
2.2 TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS
Transtorno dos sintomas neurológicos funcionais, 
nomenclatura conferida pelo DSM-5-TR, é equivalente ao 
chamado transtorno conversivo. Trata-se da presença de sintomas 
neurológicos na ausência de patologia neurológica. Os sintomas 
mais comumente apresentados são perda de força ou sensibilidade, 
perda da visão, sensação de “bola na garganta” — também 
conhecida como globus hystericus —, convulsões e desmaios.
Diferentemente do transtorno dos sintomas somáticos, 
que tem como eixo o sofrimento mental, o foco dos sintomas 
conversivos é a perda da função neurológica.
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E o Freud explica?
Segundo Freud, os sintomas conversivos, que já foram chamados de 
“histeria”, poderiam originar-se de conflitos internos reprimidos que não 
podem ser conscientemente expressados porque são inaceitáveis para o 
indivíduo, como instintos agressivos ou sexuais. Desse modo, durante uma 
“crise conversiva”, a repressão intrapsíquica poderia ser simbolicamente 
manifestada por meio dos sintomas físicos. 
Transtorno dos 
sintomas somáticos
Foco no sofrimento
Transtorno
conversivo
Foco na perda
de função
2.2.1 EPIDEMIOLOGIA EFATORES DE RISCO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS 
FUNCIONAIS
Sua prevalência é imprecisa, contudo é mais frequentemente observado em mulheres. Acredita-se que cerca de 5% dos pacientes 
encaminhados para avaliação neurológica apresentam apenas sintomas conversivos. 
Como fatores de risco, são notados: baixa escolaridade, histórico de traumas físicos e emocionais. 
Fique atento: o diagnóstico é realizado apenas quando sintomas conversivos não são completamente explicados por causas 
orgânicas após uma investigação clínica adequada.
Fonte: Shutterstock.
Assim como nos demais transtornos somatoformes, não há intencionalidade para a 
produção das queixas, e os sintomas são sentidos pelo paciente como involuntários.
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2.2.2 CURSO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS
A ocorrência dos sintomas conversivos é quase sempre aguda, durando desde poucos minutos até alguns dias, e o transtorno tende a 
ser crônico. 
La belle indifférence: trata-se da aparente 
despreocupação ou indiferença demonstrada 
pelo paciente com seu estado de saúde após uma 
crise conversiva. Esse fenômeno é comumente 
observado em pacientes com esse transtorno.
2.2.3 TRATAMENTO DO TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS
Assim como nos demais transtornos somatoformes, o tratamento psicoterápico é de primeira linha. 
CAI NA PROVA
(SES-GO 2023) Trata-se de um transtorno constituído por sintomas que afetam funções motoras/sensoriais voluntárias, sugerindo etiologia 
neurológica, embora seja causado por fatores psicológicos. Costuma ser precedido por forte estresse emocional, apesar de não haver 
intencionalidade na produção de sintomas. Historicamente, já foi chamado de “Histeria”, termo em desuso hoje. A nomenclatura atual desse 
transtorno é
A) Transtorno de sintomas somáticos.
B) Transtorno hipocondríaco.
C) Transtorno factício.
D) Transtorno conversivo.
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A. O transtorno dos sintomas somáticos é caracterizado por queixas de sintomas físicos que geram sofrimento e 
prejuízo funcional ao paciente, sem que haja uma causa orgânica identificável. Muitas vezes é representado por sintomas dolorosos ou fadiga. 
É necessário ressaltar que o sofrimento do paciente é genuíno.
Incorreta a alternativa B. A hipocondria trata-se da ansiedade quanto à possibilidade de se ficar doente. A pessoa preocupa-se exageradamente 
com a mera chance de ter algum problema de saúde. O tratamento para tal condição é psicoterápico.
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Incorreta a a alternativa C. O transtorno factício, ou síndrome de Münchhausen, é um transtorno caracterizado pela falsificação, simulação, 
produção ou exagero de sintomas clínicos para a obtenção de atenção para si (ganho primário).
COMENTÁRIOS:
Incorreta a alternativa A. O transtorno dismórfico corporal é caracterizado pela preocupação exagerada com a percepção de defeitos ou 
falhas na aparência física que não são observáveis por outras pessoas. 
Incorreta a alternativa B. O transtorno da personalidade histriônica é um padrão de comportamento que se inicia precocemente e que se 
mantém de forma contínua durante a vida. Envolve busca por atenção, teatralidade e expressão exagerada de emoções.
Incorreta a alternativa C. O sintoma neurológico surgiu de maneira aguda, após briga com o irmão, sem outros indícios compatíveis 
com um tumor cerebral, como perda de força, convulsões ou outros défices focais. O exame físico neurológico também não demonstra 
alterações relevantes. 
Correta a alternativa D. Transtorno conversivo é diagnosticado quando um ou mais sintomas neurológicos surgem e causam perda 
de função, sem que haja evidências de alteração de exame físico ou clínico, ou seja, sem uma evidência 
fisiopatológica de doença. Nesse caso, a redução da sensibilidade não é explicada adequadamente por uma condição neurológica ou outra 
comorbidade clínica. Muitas vezes, esses sintomas surgem após um “trauma emocional”, como no caso da paciente em questão. Por fim, 
note que há uma descrição compatível com “a bela indiferença”, achado típico nessa síndrome.
Incorreta a alternativa E. ”Histeria” é um termo médico atualmente em desuso pelos manuais diagnósticos. Antigamente, aqueles que 
tinham sintomas físicos decorrentes de “conflitos internos” eram chamados de histéricos.
2.3 TRANSTORNO FACTÍCIO 
O transtorno factício, também conhecido como síndrome de Münchhausen, caracteriza-se pela produção, exagero, simulação ou 
falsificação, por parte do paciente, de sinais e sintomas de uma doença a fim de obter o “papel de doente”. Segundo o DSM-5-TR, cerca de 
1% das internações hospitalares são factícias.
Correta a alternativa D.
 Antigamente chamado por Freud de histeria, o transtorno conversivo, ou transtorno dos sintomas neurológicos 
funcionais, é a ocorrência de sintomas neurológicos sem que haja evidências fisiopatológicas de doença.
(UNAERP 2016) Mulher de 22 anos é admitida no hospital devido à anestesia da mão direita, que se desenvolveu após uma discussão com 
seu irmão. Ela está bem-disposta e parece despreocupada quanto ao seu problema. Não há história de trauma físico. O exame neurológico 
é negativo, exceto pela sensibilidade à dor diminuída em uma distribuição de luva sobre a mão direita. Sua família inteira está presente e 
expressando grande preocupação e atenção. Ela ignora seu irmão e parece alheia ao ciúme e à rivalidade crônica descrita por sua família. O 
diagnóstico mais provável é:
A) Transtorno dismórfico corporal. 
B) Transtorno de personalidade histriônica. 
C) Tumor cerebral parietal. 
D) Transtorno de conversão. 
E) Histeria. 
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Apesar de ser um transtorno autoimposto, não se trata de uma mera simulação, pois não há busca pelo ganho 
secundário, ou seja, o paciente não está em busca de vantagens financeiras, mas sim de atenção médica. O transtorno 
factício, na verdade, não é necessariamente intencional, pois, apesar da atuação consciente, a motivação é inconsciente.
Ganho primário e secundário
2
1Ganho primário - O ganho primário é a busca pela atenção médica, pelo “papel de doente”. De acordo com a 
corrente de pensamento psicanalítica, o paciente precisa atuar como vítima para conseguir a atenção médica 
e manter conflitos inconscientes reprimidos. Portanto, os sintomas, apesar de voluntariamente produzidos, 
estariam intimamente ligados ao inconsciente.
Ganho secundário – No ganho secundário, o indivíduo simula seus sintomas em busca de um ganho real, como 
dinheiro, fuga de situações como alistamento militar obrigatório, processos na justiça, prisões, deportações, 
entre outros motivos.
Conforme a investigação clínica avança e as contradições e 
inconsistências são notadas, o paciente pode passar a queixar-se de 
novos sintomas ou, ainda, pode adotar uma postura querelante ou 
arrogante. Muitos pacientes, quando percebem que estão prestes 
a ser descobertos, abandonam a internação de maneira súbita 
e aparecem em hospitais de outras cidades, em uma verdadeira 
peregrinação hospitalar.
Essa busca por atenção médica já recebeu outros nomes, como síndrome rato de hospital e síndrome do 
paciente peregrino.
As formas de produção ou manipulação de sinais e sintomas são inúmeras, como contar uma história falsa 
ou exagerada, fraudar documentos ou exames, fornecer urina ou sangue de terceiros para análise laboratorial, 
automutilar-se, consumir substâncias que alteram sinais vitais ou outros parâmetros, como glicemia, níveis 
hormonais, entre outras técnicas.
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2.3.1 CURIOSIDADE: QUEM FOI MÜNCHHAUSEN
KarlFriedrich Hieronymus von Münchhausen (1720-1797) foi um barão alemão que teria servido 
em diversas campanhas germânicas contra exércitos estrangeiros e acabou tornando-se um contador 
de histórias inacreditáveis. Essas histórias fantasiosas, ao serem contadas pelo barão, pareciam 
verdadeiras, pois continham uma série de ricos detalhes que encantavam seus ouvintes. Ainda no 
século XVIII, o escritor alemão Rudolf Erich Raspe compilou as histórias contadas por Münchhausen em 
um livro, As Aventuras do Barão de Münchhausen, fato que teria deixado o militar furioso, pois ficara 
conhecido na Alemanha como "o Barão das Mentiras”. Em 1951, o médico britânico Richard Asher 
atribuiu o nome de Münchhausen a uma síndrome que levava os pacientes a mentir e a criar histórias 
fantásticas sobre seu estado de saúde. Em 1988, o barão teve suas histórias retratadas em um filme, 
homônimo ao livro, que concorreu a quatro premiações do Oscar.
Fonte: Shutterstock.
2.3.2 INDÍCIOS PARA SE SUSPEITAR DO TRANSTORNO FACTÍCIO
• A apresentação da história é exagerada. O tom usado pelo paciente para contar sua história é dramático.
• O paciente dificulta acesso a parentes ou amigos, não fornece referências e não passa contatos telefônicos. Raramente 
recebe visitas no hospital.
• O indivíduo reage de maneira inesperada a muitas medicações, queixando-se de diversos efeitos colaterais. 
• O paciente queixa-se de que novos sintomas surgem quando um problema clínico é resolvido.
• Não gosta de ser interrogado por seu médico, dificulta o raciocínio clínico, insere dados falsos na história para confundir o 
diagnóstico.
2.3.2.1 TRATAMENTO DO TRANSTORNO FACTÍCIO
A abordagem desses pacientes não deve ser feita com a franca confrontação, pois isso normalmente causa a evasão do paciente e 
impede o estabelecimento de vínculo com o indivíduo. 
O tratamento padrão é realizado com uma abordagem psicoterápica. Apesar disso, são poucos os pacientes que aceitam ajuda. 
Pode parecer paradoxal que um paciente que passa boa parte de sua vida à procura de atenção médica apresente uma enorme 
incapacidade de perceber que realmente precisa de tratamento.
https://en.wikipedia.org/wiki/Rudolf_Erich_Raspe
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2.3.2.2 TRANSTORNO FACTÍCIO IMPOSTO A OUTRO
Transtorno factício imposto a outro, ou síndrome de Münchhausen por procuração, 
ou ainda by proxy, é diagnosticado quando sinais ou sintomas de uma doença são forjados 
em um terceiro. Estima-se que, em 90% dos casos, uma mãe impõe sintomas ao seu filho. 
Assim como na variante autoimposta, não há intenção de ganho secundário, e sim uma 
busca do autor da fraude por atenção médica.
É muito importante lembrar, Estrategista, que o transtorno factício por 
procuração não pode ser diagnosticado quando a fraude serve como 
justificativa para esconder casos de agressão à vítima, ou seja, quando 
a intenção é encobrir um ato criminoso de agressão contra uma vítima.
O diagnóstico de transtorno factício imposto a outro é dado para o autor da fraude; quem sofre recebe 
o diagnóstico de “vítima de abuso”. As vítimas desse tipo de fraude correm até mesmo risco de morte. Estudos 
mostram uma taxa de mortalidade de quase 10%, causada por ações fraudulentas do autor ou por intervenções 
médicas invasivas e desnecessárias, como cirurgias exploradoras.
Muita atenção, Estrategista: nessa variante, uma grande “dica” é perceber que o abusador faz questão de estar sempre por 
perto, acompanhando todos os passos da investigação médica e do tratamento. A vítima normalmente apresenta melhora clínica 
quando fica distante do abusador.
2.4 SIMULAÇÃO
A simulação tem uma causa externa identificável, como a obtenção de dinheiro, 
aposentadorias e indenizações, fuga da polícia, fuga de responsabilidades criminais, fuga de 
obrigações militares, acesso a medicamentos como opioides e benzodiazepínicos ou apenas a 
obtenção de um local para abrigar-se e alimentar-se. 
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CAI NA PROVA
(AMRIGS - 2021) São características gerais da síndrome de Münchhausen por procuração:
I. Queixas constantes de sinais e sintomas de doenças, de várias localizações, associadas com patologias habituais, porém, sem resposta 
aos tratamentos.
II. Busca de atendimento médico frequente, por parte do agressor, por queixas de sintomas fixos e sem resposta aos tratamentos 
convencionais, ou com sintomas variados e procura de consultas em especialistas de diversas áreas, sem obtenção de melhora.
III. Da parte da criança, a vítima, há uma colagem no discurso do agressor, muitas vezes repetindo com as mesmas palavras a queixa de 
ter sintomas dos quais não sabe nem o significado.
Quais estão corretas?
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) I, II e III.
COMENTÁRIOS
Estrategista, vamos avaliar as assertivas!
I. Correta. Os responsáveis pelo transtorno inventam queixas variadas, que não fazem sentido clinicamente/topograficamente/fisiologicamente, 
e raramente alegam resposta ao tratamento.
II. Correta e autoexplicativa.
III. Correta. A criança é vítima do agressor, normalmente um responsável, e é levada a repetir e a acreditar em ideias implantadas pelo 
perpetrador da violência.
Portanto, todas estão corretas. 
Correta a alternativa D.
(UESPI - 2020) É característica da síndrome de Münchhausen por procuração:
A) Deixar sequelas físicas e psíquicas, com a criança assumindo o papel de doente, frágil e dependente de seu agressor.
B) Agressor com psicopatologia diagnosticada, compulsivo, que utiliza a criança para seus rituais sadomasoquistas.
C) Forma de autoagressão, com a simulação de doença para obtenção de vantagens pessoais.
D) Classificada como transtorno somatoforme, em que a criança simula a doença para chamar a atenção dos pais e do meio médico.
E) Nenhuma das anteriores está correta.
COMENTÁRIOS
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3.0 TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
Os transtornos dissociativos são encarados como um mecanismo inconsciente de defesa, que 
interrompe a integração das funções psíquicas como a memória, a consciência, a identidade, as 
emoções e a percepção para autopreservação.
CAPÍTULO
Correta a alternativa A:
 o transtorno factício, ou síndrome de Münchhausen, é um transtorno caracterizado pela falsificação, 
simulação, produção ou pelo exagero de sintomas clínicos para a obtenção de atenção para si (ganho 
primário). Se os pais falsificam sintomas em seus filhos, o quadro é chamado de Münchhausen by proxy, ou por procuração. Quando é notado 
que a falsificação dos sintomas tem como objetivo ganhos secundários, como benefícios fiscais, licença do trabalho, fuga de obrigações como 
o alistamento militar, entre outros, fica caracterizada a simulação.
Incorreta a alternativa B: o objetivo é o ganho da atenção da equipe médica.
Incorreta a alternativa C: na modalidade “por procuração”, um terceiro é a vítima, e a busca é pela atenção médica.
Incorreta a alternativa D: a criança é a vítima, e os pais são considerados os agentes.
Incorreta a alternativa E: a primeira está correta.
3.1 TRANSTORNO DA AMNÉSIA DISSOCIATIVA
A amnésia dissociativa caracteriza-se pela perda inexplicada 
de informações ou memórias, geralmente de conteúdo traumático, 
como episódios que envolvem sequestro ou abuso sexual. Esse 
transtorno acomete entre 1% e 2% da população, segundo o DSM-
5-TR, sendo duas vezes mais comum em mulheres.
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Em muitos casos, os episódios de amnésia são acompanhados pelas chamadas “fugas dissociativas”, 
quando um indivíduo realiza viagens ou perambulações inesperadas e, quando encontrado, não é capazde relatar os motivos de sua fuga ou os acontecimentos ocorridos durante o tempo em que esteve 
desaparecido.
O curso desse transtorno é incerto, e seu término tende a ser abrupto na maior parte dos casos, assim que a pessoa for afastada das 
causas traumáticas. O tratamento da amnésia dissociativa é baseado principalmente em abordagens psicoterapêuticas. A farmacoterapia não 
tem se mostrado útil no tratamento desse transtorno.
3.2 TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE 
O transtorno dissociativo de identidade (TDI), também 
conhecido como transtorno de identidades múltiplas, é caracterizado 
pela presença de distintos “estados de personalidade”. Nesse 
transtorno, cada personalidade distinta é estranha à outra, isto é, 
os diferentes alter egos do indivíduo parecem não se conhecer. 
O TDI é considerado um transtorno raro e pouco 
compreendido. É mais comum no sexo feminino. Os 
principais fatores de risco são histórias de abuso físico 
ou sexual na infância, presentes em mais de 90% dos 
pacientes.
O tratamento deve concentrar-se em abordagens psicoterapêuticas, como terapia psicanalítica, cognitiva ou comportamental. 
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3.3 TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO E DESREALIZAÇÃO
A despersonalização é caracterizada como um sentimento de estranheza de si mesmo, como 
se o indivíduo estivesse observando a si mesmo de fora do próprio corpo, sem ser o responsável por 
suas ações. 
A desrealização é uma sensação de distanciamento da realidade, ocorrendo um estranhamento 
do ambiente ou a sensação de se estar dentro de um sonho.
Segundo o DSM-5-TR, ao menos metade da população considerada saudável já vivenciou pelo 
menos um momento de desrealização ou despersonalização, que normalmente dura apenas alguns 
segundos. 
Seu tratamento é incerto, mas acredita-se que antidepressivos possam reduzir sua frequência.
Fonte: Shutterstock.
CAI NA PROVA
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - 2021) Magda, de 35 anos, previamente hígida e sem prévio diagnóstico( psiquiátrico, estava 
aparentemente bem até dois dias atrás. Ontem foi trazida ao pronto-socorro por ter tentado engolir água sanitária. Magda recebeu notícia 
sobre o assassinato do noivo em uma briga de trânsito. Inicialmente, a família notou que ela reagira com uma tranquilidade incomum, não 
falava e dedicava-se a atividades repetitivas, como dobrar e desdobrar roupas. Algumas horas depois, deu um grito, pegou uma garrafa de 
água sanitária e tentou bebê-la, sendo impedida pelo irmão. Ela caiu no chão tremendo, chorando e gritando e, depois, ficou parada “como 
se estivesse morta”. A família não notou movimentos tônico-clônicos ou liberação esfincteriana. Após ser levada ao hospital, foi se tornando 
mais responsiva, mas diz não se lembrar de nada que ocorreu após receber a notícia da morte de seu noivo. Foi mantida em observação e 
teve vários episódios de agitação repentina, choro e gritos, durante os quais tentou arranhar o rosto e sair do quarto. Ao exame, mostrava-se 
chorosa, triste e relatando desrealização e amnésia para o episódio em que tentou beber água sanitária. Os exames laboratoriais de screening 
e o exame físico não constataram alterações.
Nesse caso, qual é o diagnóstico e o tratamento mais adequado para o quadro apresentado por Magda?
A) Transtorno psicótico agudo; prescrição de risperidona por pelo menos quatro semanas.
B) Episódio depressivo grave, com tentativa de suícido; iniciar escitalopram 10 mg.
C) Transtorno de estresse pós-traumático; iniciar fluoxetina e psicoterapia.
D) Transtorno dissociativo; ofertar suporte emocional e psicoterapia.
COMENTÁRIOS
Estrategista, estamos diante de um caso em que uma mulher recebe uma notícia da morte do seu marido. Imediatamente após isso, seu 
comportamento “dissocia-se" dessa emoção. Ou seja, mesmo com a terrível notícia, parece agir com toda a tranquilidade. Esse fato é 
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O transtorno factício, ou de Münchhausen, é caracterizado pela falsificação de sintomas clínicos ou 
mesmo o exagero de sinais e sintomas de uma doença preexistente, muitas vezes, de maneira “inconsciente” 
para conseguir atenção para si (ganho primário). 
Incorreta a alternativa C. O transtorno somático refere-se à presença de sintomas físicos que geram prejuízo ao paciente, sem que haja 
uma causa orgânica identificável. Por exemplo, uma pessoa que apresenta dores no corpo com frequência sem qualquer razão médica 
detectada. Incorreta a alternativa D. Reações dissociativas são reações físicas ou psicológicas, geralmente frente a um estressor ou a uma 
vivência traumática. Por exemplo, a amnésia dissociativa, quando um paciente “se esquece” de um acontecimento traumático. Incorreta a 
Incorreta a alternativa E. O transtorno conversivo é diagnosticado quando um ou mais sintomas neurológicos surgem sem que haja 
evidências de alteração de exame físico ou clínico, ou seja, sem uma evidência fisiopatológica de doença. 
um mecanismo de defesa, em que o indivíduo tenta se afastar da emoção. Momentos depois, a paciente apresenta alterações em seu 
comportamento, como uma aparente amnésia e sensação de desrealização.
Vamos às alternativas!
Incorreta a alternativa A: não há sintomas psicóticos, como delírios ou alucinações descritos no enunciado. Além disso, o tratamento 
medicamentoso após a resolução de um transtorno psicótico agudo ou breve deve ser mantido por mais 12 meses após a melhora do quadro.
Incorreta a alternativa B: sequer há possibilidade temporal para esse diagnóstico. Lembre-se de que, para o diagnóstico de depressão, 
devemos observar humor deprimido e/ou anedonia, mais critérios menores, por 14 dias ou mais, na maior parte do tempo.
Incorreta a alternativa C: para esse diagnóstico, seus sintomas precisam durar mais de 30 dias.
Correta a alternativa D: observamos reações dissociativas, como amnésia dissociativa e desrealização.
(UFT 2017) O médico deve estar atento em como lidar com casos em que não são comprovadas por intermédio de exame físico e complementar 
as queixas do paciente. Dos diagnósticos abaixo, qual o paciente sabe que não está realmente doente, mas produz deliberadamente sinais ou 
sintomas para se colocar aos cuidados de terceiros?
A) Delírio somático.
B) Transtorno factício.
C) Transtorno somatoforme.
D) Transtorno dissociativo.
E) Transtorno conversivo. 
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A. Delírio somático refere-se a um delírio, ou seja, uma crença falsa e inabalável de que há algo de errado com a 
própria “soma”, ou corpo. Por exemplo, acreditar que seus órgãos estão apodrecendo ou que se está infestado por parasitas. Um exemplo 
clássico é o delírio de parasitose. Contudo, não há qualquer produção sintomática proposital.
Correta a alternativa B.
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CAPÍTULO
4.0 TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO 
(TEPT)
O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é uma síndrome que surge após a exposição 
a um trauma grave, que necessariamente envolva uma ameaça à vida, como um desastre natural, 
acidente de trânsito grave, assalto armado ou tentativa de assassinato. Também é considerado causa 
para o surgimento do TEPT receber a notícia de um acontecimento traumático, normalmente fatal, 
que tenha acometido um familiar ou amigo próximo.
É caracterizado por sintomas de estresse, ansiedade, negativismo, alterações no humor, 
comportamento e memória, associados a um estado de tensão permanente e hipervigilância, que 
faz com que o indivíduo se sinta constantemente pronto para reagir imediatamente em caso de nova 
ameaça.
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Critérios diagnósticos do transtornode estresse pós-traumático, adaptados do DSM-5-TR
A Exposição a um evento traumático grave.
B Presença de lembranças angustiantes, sonhos recorrentes, flashbacks.
C Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático.
D Piora da cognição ou alterações no humor.
E
Ocorrência de surtos de raiva, ou problemas de concentração, ou alterações no sono, ou sensação de 
“hipervigilância”.
F Duração superior a um mês.
American Psychiatric Association, 2022.
• Sintomas duram mais de 
 1 mês.
Reação aguda ao
estresse
• Sintomas duram entre 3
 e 30 dias.
TEPT
Vale mencionar que a CID-11 trouxe duas importantes alterações em seus conceitos:
1 - Criação do chamado TEPT complexo, que é resultado da exposição a traumas extremamente ameaçadores à vida, recorrentes 
ou prolongados, como longos períodos em cativeiro ou situações análogas à escravidão. Nesse caso, os sintomas observados são mais 
severos e persistentes.
2 - Exclusão do diagnóstico de reação aguda ao estresse, que passa a ser considerado uma reação natural, esperada e passageira 
após uma vivência traumática.
O TEPT também provoca revivescências do trauma, seja por meio de sonhos vívidos, “flashbacks” ou pensamentos intrusivos, que o 
paciente não consegue evitar. Esses indivíduos costumam evitar o local onde aconteceu o trauma, alteram sua rotina e seu círculo social ou 
até se mudam de cidade.
Conceitualmente, o diagnóstico do TEPT é realizado quando seu quadro dura mais de 30 dias. O início dos sintomas deve ocorrer em 
até 6 meses após o acontecimento traumático. Em algumas situações, sintomas desenvolvem-se anos depois do evento traumático, como em 
circunstâncias em que o indivíduo volta a ter um contato com um contexto relacionado ao seu trauma. Nesses casos, o diagnóstico é definido 
como “transtorno do estresse pós-traumático com expressão tardia”.
Segundo o DSM-5-TR, caso os sintomas durem entre 3 dias e 1 mês, o diagnóstico é de reação aguda ao estresse. 
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4.1 EPIDEMIOLOGIA DO TEPT
Os números variam de acordo com a realidade da região avaliada, com estudos apontando uma prevalência global próxima a 4%. 
As mulheres são mais afetadas do que os homens. Acredita-se que metade das pessoas que se envolvem em acontecimentos traumáticos 
desenvolve uma reação aguda ao estresse.
4.2 CURSO E PROGNÓSTICO DO TEPT
O curso é crônico na metade dos casos. Estima-se que apenas 20% a 30% dos pacientes não tratados atinjam a remissão espontânea. 
Um bom funcionamento social prévio ao trauma, suporte familiar e ausência de comorbidades são considerados fatores de bom prognóstico. 
Por sua vez, a presença de outros transtornos psiquiátricos, idade avançada, baixa escolaridade e sexo feminino são considerados fatores de 
prognóstico ruim.
O tratamento do TEPT é realizado com medicamentos 
antidepressivos, preferencialmente os ISRS. Os benzodiazepínicos 
atualmente são contraindicados nos meses imediatamente posteriores ao 
trauma, pois alguns estudos demonstram que estão associados à fixação 
de memórias traumáticas. Além do tratamento psicofarmacológico, 
abordagens psicoterápicas são recomendadas.
(UFPR - 2021) Com relação ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), é correto afirmar:
A) Sexo masculino é fator de risco para o desenvolvimento do transtorno.
B) A exposição direta ao trauma é condição para diagnóstico no DSM-5.
C) Distúrbios do sono são pouco comuns.
D) Hidrocortisona tem eficácia na prevenção do TEPT.
4.3 TRATAMENTO DO TEPT
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COMENTÁRIOS
Benzodiazepínicos são indicados como tratamento após o trauma agudo para prevenir o TEPT.
Incorreta a alternativa A. O gênero feminino é considerado fator de risco para o TEPT.
Incorreta a alternativa B. Alternativa duvidosa. De fato, a exposição direta ao trauma é uma condição para o diagnóstico, contudo não é a 
única, pois admite-se que possa também surgir quando se recebe a notícia de um evento traumático grave ocorrido com um parente ou 
amigo próximo.
Incorreta a alternativa C. Alterações no ciclo sono-vigília são muito comuns em pacientes traumatizados, incluindo pesadelos e despertares 
noturnos.
Correta a alternativa D.
 Polêmico! Estrategista, é inconclusivo que o uso de hidrocortisona previna o surgimento do TEPT. Apesar 
disso, há diversos estudos em andamento para tentar confirmar sua eficácia. De toda forma, este é o gabarito 
oficial.
Incorreta a alternativa E. O uso de benzodiazepínicos parece estar relacionado à fixação das memórias traumáticas, por isso deve ser evitado.
(UNICAMP - 2020) Homem, 53 anos, procura serviço médico com queixas de tonturas, zumbidos e insônia há seis meses. Relaciona os 
sintomas com a função de motorista de ônibus urbano há 15 anos. Diz que o trabalho é cansativo e relatou que há um ano foi vítima de 
um assalto a mão armada e desmaiou. Desde então, não consegue trabalhar devido aos zumbidos e tampouco dormir, pois acorda com 
lembranças daquele episódio. O diagnóstico é de:
A) Síndrome vestibulococlear relacionada ao trabalho.
B) Transtorno de estresse pós-traumático.
C) Depressão.
D) Síndrome de pânico.
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A. Na síndrome vestibulococlear, ocorre a percepção reduzida de fala sussurrada, vertigem sistêmica e não sistêmica 
associada a movimentos da cabeça.
Correta a alternaitiva B.
 Observamos que o motorista foi vítima de um assalto armado, que causou uma ameaça real à sua vida. 
Nos meses seguintes, surgiram sintomas difusos, como insônia, pesadelos e despertares noturnos, além de 
alterações físicas.
Incorreta a alternativa C. O caso não descreve sintomas depressivos maiores, como humor deprimido ou anedonia. 
Incorreta a alternativa D. Não há descrição de ataques de pânicos, que são eventos súbitos e inesperados, de curta duração, que envolvem 
sintomas psíquicos e somáticos.
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6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPÍTULO
1. American Psychiatric Association: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition, Text Revision. Washington, DC, 
American Psychiatric Association, 2022.
2. Cheniaux E. Psicopatologia: questões gerais. In: Cheniaux E. Manual de Psicopatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2015.
3. Classificação de TranNstornos Mentais e de Comportamentos da CID- 10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1993.
4. International Classification of Diseases, Eleventh Revision (ICD-11), World Health Organization (WHO) 2019/2021 https://icd.who.int/
browse11. Licensed under Creative Commons Attribution-NoDerivatives 3.0 IGO licence (CC BY-ND 3.0 IGO). 
5. Kaplan, Sadock BJ, Sadock VA et al. Contribuições das ciências socioculturais In: Sadock BJ, Sadock VA, Ruiz P. Compêndio de Psiquiatria: 
ciência do comportamento e Psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed; 2017. p. 139-45.
6. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recursoeletrônico] : DSM-5 / [American Psychiatric Association; tradução: 
Maria Inês Corrêa Nascimento et. al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: 
Artmed, 2014.
7. Psiquiatria: estudos fundamentais / Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
8. Sadock, B. J., Sadock, V. A., Ruiz, P., & Kaplan, H. I. (2017). Kaplan and Sadock’s comprehensive textbook of psychiatry (10th ed.). 
Wolters Kluwer.
9. Stahl, Stephen M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas / Stephen M. Stahl; tradução Patricia Lydie Voeux; 
revisão técnica Irismar Reis de Oliveira. – 4. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
10. The Maudsley prescribing guidelines in psychiatry/ David M. Taylor, Thomas R. E. Barnes, Allan H. Young, 13h edition| Hoboken, NJ: 
 Wiley, 2019.
CAPÍTULO
7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim desta aula, e espero que ela tenha sido proveitosa para você.
Em casos de dúvidas ou sugestões, não hesite em utilizar o fórum ou em nos contactar por meio das redes sociais.
Até breve, 
Professor Thales !
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PSIQUIATRIA Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
	1.0 Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
	1.1 Diagnóstico do TOC
	1.2 Epidemiologia do TOC
	1.3 Curso, prognóstico e fatores de risco do TOC
	1.4 Neurobiologia do TOC
	1.5 Tratamento do TOC
	1.5.1 TOC refratário
	2.0 TRANSTORNOS SOMÁTICOS 
	2.1 TRANSTORNO DOS SINTOMAS SOMÁTICOS
	2.1.1 Epidemiologia do transtorno dos sintomas somáticos
	2.1.2 Curso do transtorno dos sintomas somáticos
	2.1.3 Tratamento do transtorno somatoforme
	2.2 TRANSTORNO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS FUNCIONAIS
	2.2.1 Epidemiologia e fatores de risco do transtorno dos sintomas neurológicos funcionais
	2.2.2 Curso do transtorno dos sintomas neurológicos funcionais
	2.2.3 Tratamento do transtorno dos sintomas neurológicos funcionais
	2.3 TRANSTORNO FACTÍCIO 
	2.3.1 Curiosidade: quem foi Münchhausen
	2.3.2 Indícios para se suspeitar do transtorno factício
	2.3.2.1 Tratamento do transtorno factício
	2.3.2.2 Transtorno factício imposto a outro
	2.4 SIMULAÇÃO
	3.0 TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
	3.1 Transtorno da amnésia dissociativa
	3.2 TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE 
	3.3 TRANSTORNO DE DESPERSONALIZAÇÃO E DESREALIZAÇÃO
	4.0 TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT)
	4.1 Epidemiologia do TEPT
	4.2 Curso e prognóstico do TEPT
	4.3 Tratamento do TEPT
	5.0 LISTA DE QUESTÕES
	6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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