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SEMIOLOGIA PULMONAR LaíseMarques T8A SISTEMA RESPIRATÓRIO 1. Noções Básicas 2. Anamnese 3. Exame Físico 4. Diagnóstico NOÇÕES BÁSICAS ANAMNESE Nas doenças respiratórias, a anamnese e o exame físico são muito mais importantes para hipótese diagnóstica do que exames complementares, que servem na maioria das vezes apenas para diagnóstico diferencial. ● Cálculo da carga tabágica (anos/maço): Nº de cigarros fumados por dia x Anos de tabagismo 20 Dor torácica: dor pleurítica, dor mediastínica, dor no pneumotórax espontâneo benigno, dor muscular, dor anginosa, dor da esofagite, dor da dissecção de aorta. Tosse: (seca x produtiva, aguda x subaguda x crônica) Expectoração: seroso; mucoide; purulento; hemoptoico Dispneia: (taquipneia, hiperpneia, ortopneia, dpp, trepopneia, platipneia). Chiado Soluço EXAME FÍSICO Inspeção: Estática e Dinâmica. - tórax atípico, simétrico, sem retrações, sem abaulamentos, sem cicatrizes. - eupneico, sem sinais de esforço respiratório. Palpação: FTV anteroposterior presente, expansibilidade em ápice, terço médio e bases simétricas e preservadas, sem edema, sem enfisema subcutâneo. Percussão: Som claro pulmonar Ausculta: Murmúrio vesicular universalmente audível sem ruídos adventícios (MVUA sem RA), ressonância vocal normal. Ausculta A ausculta é o método semiológico mais importante no exame físico dos pulmões. Sons normais: ● som traqueal ● som bronquico ● murmúrio vesicular ● som broncovesicular Sons anormais: ● descontínuos: estertores finos e grossos ● contínuos: roncos, sibilos e estridor ● sopros ● atrito pleural Sons vocais ● Broncofonia, egofonia, pectorilóquia fônica e afônica Roncos são sons graves. Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento destes ductos, seja por espasmo ou edema da parede ou achado de secreção aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, nas bronquites, nas bronquiectasias e nas obstruções localizadas. Sibilos são sons agudos, também se originam de vibrações das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, aparecendo na inspiração e na expiração. Em geral são múltiplos e disseminados por todo o tórax, quando provocados por doenças que comprometem a árvore brônquica, como acontece na asma e na bronquite. Quando bem localizados em uma determinada região, indicam semi obstrução por neoplasia ou corpo estranho. Estridor é um som produzido pela semi obstrução da laringe ou da traqueia, fato que pode ser provocado por difteria, laringite agudas, câncer da laringe e estenose da traquéia. Os estertores finos ou crepitantes ocorrem no final da inspiração, tem frequência alta, isto é, são agudos, e tem curta duração. Não se modificam com a tosse. Parece o som do atrito de um punhado de cabelos ou abrir um fecho tipo velcro. Acontece em pneumonia, na congestão pulmonar da insuficiência ventricular esquerda e doenças intersticiais pulmonares. Os estertores grossos ou bolhosos tem frequência menor e maior duração que os finos. Sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax. São audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. AUSCULTA Ressonância Vocal Ausculta-se a voz falada e a voz sussurrada (enquanto o paciente repete “triste e três”), e com a percepção da ressonância vocal através da parede torácica. Em condições normais, a ressonância vocal constitui-se de sons incompreensíveis, mas, quando o parênquima pulmonar está consolidado, a transmissão é facilitada e as palavras ficam nítidas. ● Pectorilóquia afônica e fônica: ausculta da voz falada (fônica) ou sussurrada (afônica) com nitidez, transmitida através do parênquima pulmonar consolidado. ● Broncofonia: aumento da ressonância vocal em decorrência de facilitação da transmissão das ondas sonoras, na presença de condensação pulmonar. ● Egofonia: tipo especial de broncofonia, quando esta adquire qualidade nasalada e metálica. Auscultada na área de transição do limite superior dos derrames pleurais. DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO Síndromes Brônquicas Acometimento brônquico por enfermidades que provocam redução do calibre, dilatação e/ou hipersecreção brônquica. As causas mais comuns são: asma, DPOC, bronquiectasia e infecções traqueobrônquicas. Sintomas: dispneia e tosse. Podem estar ausentes. Inspeção: taquipneia, redução da expansibilidade e tiragem Palpação: frêmito toracovocal normal ou diminuído Percussão: som claro pulmonar ou hipersonaridade Ausculta: diminuição do MV com expiração prolongada, sibilos predominantemente expiratórios em ambos os campos pulmonares, podem haver roncos e estertores grossos. Asma Brônquica Doença heterogênea, caracterizada pela inflamação crônica que causa broncoconstrição, espessamento da parede das vias respiratórias e aumento da produção de muco. Clínica: sibilância, dispneia, opressão torácica e tosse, que variam de intensidade e ao longo do tempo. Fatores agravantes: infecções virais, exposição ambiental a alergênicos ou irritantes, variações climáticas, exercício e estresse. Diagnóstico: clínico (espirometria para acompanhar) DPOC É uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias inferiores e do parênquima pulmonar. A inflamação é sistêmica, persistente e causada pela inalação de fumaças tóxicas (cigarro, queima de biomassa, poluição). A obstrução ao fluxo expiratório é o que caracteriza a DPOC. Os sintomas da DPOC são progressivos e determinantes para a inatividade física e a perda da qualidade de vida dos pacientes. As síndromes clínicas clássicas da DPOC são a síndrome pulmonar de hiperaeração e a síndrome brônquica obstrutiva. Bronquite Crônica da DPOC É uma condição caracterizada por excessiva secreção de muco na árvore brônquica. Bronquite aguda Geralmente é causada por vírus que compromete as vias respiratórias desde a faringe, manifestando-se por sintomas gerais (febre, cefaléia), desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca, seguida após alguns dias de expectoração mucosa que se transforma em mucopurulenta, se houver infecção bacteriana secundária. Bronquiectasia Dilatação irreversível dos brônquios em consequência de destruição de componentes da parede destes ductos, são divididas em dois grupos clínicos: bronquiectasias associadas à fibrose cística e bronquiectasias não associadas à fibrose cística (doença autoimune, dano pulmonar, malignidade). Consolidação Pulmonar ● Ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato. ● As principais causas de consolidação pulmonar são as pneumonias, o infarto pulmonar e a tuberculose. Sintomas: tosse produtiva, dispnéia e dor torácica Inspeção: taquipneia e expansibilidade diminuída do lado acometido Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito tóraco vocal aumentado Percussão: submacicez ou macicez Ausculta: estertores finos, pode haver som bronquico ou broncovesicular Pneumonia Processo inflamatório agudo que acomete espaços aéreos, de qualquer natureza, principalmente causado por agentes infecciosos, como bactérias, vírus e, mais raramente, fungos e parasitos. Entre as síndrome infecciosas respiratórias, a PAC é a de maior risco de morte e conta com número mais elevado de internações. Pneumonia adquirida x Pneumonia nosocomial ● Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): refere-se à doença adquirida fora do ambiente hospitalar ● Pneumonia nosocomial: é aquela que se instala após 48 horas de internação ou que ocorre até 48 horas após a alta hospitalar. Diagnóstico: Clínico, com ajuda de exames de imagem e laboratorial. Atelectasia Desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou exsudato. As causas mais comuns são as neoplasias e os corpos estranhos, infecções. Sintomas: dispnéia, tosse seca Inspeção: retração do hemitórax e tiragem Palpação: expansibilidade diminuída e FTV diminuído ou abolido Percussão: submacicez ou macicez Ausculta: redução do MV. Enfisema pulmonar Aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhadas de modificações estruturais das paredes alveolares, resultando em hiperaeração. Sintomas:dispneia Inspeção: expansibilidade diminuída, tórax em tonel Palpação: expansibilidade diminuída, FTV diminuído Percussão: hipersonoridade à medida que doença agrava Ausculta: MV diminuído, expiração prolongada. Congestão passiva dos pulmões Líquido se acumula no interstício. As principais causas da congestão passiva dos pulmões são a causas cardíacas: insuficiência ventricular esquerda e a estenose mitral. Sintomas: ortopneia, dispneia paroxística noturna, tosse seca, ou expectoração rósea na congestão aguda. Inspeção: expansibilidade normal ou diminuída Palpação: expansibilidade normal ou diminuído, FTV normal ou aumentado Percussão: submacicez nas bases Ausculta: estertores em bases Escavação ou caverna pulmonar São consequência de eliminação de parênquima em uma área que sofreu necrobiose. Isso pode ocorrer nos abscessos, neoplasias, micoses, mas a causa principal ainda é a tuberculose. Sintomas: tosse seca ou expectoração purulenta e/ou hemóptica Inspeção: expansibilidade diminuída na região afetada Palpação: expansibilidade diminuída e FTV aumentado Percussão: som claro pulmonar, com alterações local apenas. Ausculta: som broncovesicular ou brônquico local Síndrome Pleurítica Inflamação dos folhetos pleurais. Pode ocorrer em várias entidades clínicas, destacando-se a tuberculose, as pneumonias, a doença reumática e outras colagenoses, viroses e as neoplasias da pleura e pulmão. Pode evoluir para derrame pleural Sintomas: dor torácica ventilatória dependente Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade e FTV normais ou diminuídos Percussão: som claro pulmonar ou submacicez Ausculta: atrito pleural. Derrame Pleural Acúmulo anormal de líquido no espaço pleural, desencadeado por um desequilíbrio entre seus mecanismos de formação e reabsorção do líquido pleural. Observados nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e na insuficiência cardíaca. Sintomas: dispnéia, tosse seca e dor torácica Inspeção: expansibilidade diminuída, sinal de lemos torres. Palpação: expansibilidade diminuída, FTV reduzido na área Percussão: macicez ou submacicez Ausculta: MV diminuído ou abolido no local Pneumotórax Acúmulo de ar no espaço pleural, que penetra através de lesão traumática, ruptura de bolha subpleural, ou em certas afecções pulmonares (tuberculose, pneumoconiose, neoplasias) que põem em comunicação um ducto com o espaço pleural. Sintomas: dispneia aguda, dor torácica Inspeção: abaulamentos intercostais apenas nos de grande volume Palpação: expansibilidade diminuída e FTV diminuído ou abolido Percussão: Hipersonoridade Ausculta: MV diminuído ou abolido
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