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Centro de Ciências da Natureza Curso: Ciências Biológicas Disciplina: Sistemática Filogenética RESUMO: ENSINO DE BIOLOGIA EVOLUTIVA UTILIZANDO A ESTRUTURA CONCEITUAL DA SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA – I1 Temos por base que todos os organismos foram gerados a partir de um ancestral comum, em algum nível hierárquico. A partir dessa teoria que revolucionou o século XIX, com os trabalhos de Charles Darwin e Alfred Wallace em comunhão com ideias vindas da genética, paleontologia e da história natural na primeira metade do século XX, fizeram da teoria da evolução o paradigma central da biologia. No entanto, o que é ensinado nas escolas em relação a este tema, deixa a desejar, porque aborda de forma engessada e ineficiente as versões apresentadas por Darwin x Lamarck, como por exemplo, os temas: dimensão temporal das mudanças evolutivas, a importância do pensamento populacional, a dificuldade em se descobrir os verdadeiros grupos ancestrais dos organismos, ideia de progresso na evolução, e relações genealógicas entre o homem e os demais animais. Para mudar esse quadro educacional, no qual se encontra o ensino de biologia, surge à sistemática filogenética que pode reforçar a ideia de que a evolução pode sim, ser representada de forma clara, através de uma árvore da vida, por que não? Dessa maneira, a “árvore da vida” funciona como um guia para a preparação e apresentação dos conteúdos, associando o reconhecimento da diversidade biológica ao processo evolutivo que afeta todos os aspectos do mundo natural. Uma árvore, ramificada, que possibilita também a síntese de uma grande quantidade de informações que englobe a embriologia, fisiologia, a morfologia externa e comportamentos em árvores evolutivas- os cladogramas, também chamados de filogenia, que mostra a relação de parentesco entre os grupos biológicos, tornando-o importante, já que facilita o entendimento do estudante na prática e da natureza da ciência biológica. E as primeiras pesquisas relacionadas ao método filogenético, surgiram na segunda metade do séc. XX por Willi Henning, segundo ele os organismos somente podem ser conhecidos por relações colaterais de parentesco ou de grupos-irmãos. 1 Autores: Charles Morphy Dias Santos Adolfo Ricardo Calor Assim, a sistemática filogenética passou a fazer um levantamento e análise de características dos organismos considerados similares especiais, os chamados caracteres derivados (modificados) ou apormofias, e quando são compartilhados por pelo menos dois grupos, elas são caracterizadas de sinapormofias. A partir do reconhecimento das relações de grupos-irmãos, pode-se depender a história evolutiva. Outro conceito fundamental para sistemática filogenética é a ideia de grupos monofiléticos; Que são aqueles que contêm o ancestral comum mais recente e todos os descendentes desse ancestral, e podem ser identificados por compartilharem características exclusivas resultantes do processo evolutivo. Podemos enfim concluir da importância de se modificar ou incrementar o atual ensino da Biologia, através da adoção de uma abordagem centrada no conceito de homologia, que pode ser introduzida desde o início das aulas de ciências do ensino básico. O conhecimento a respeito das relações entre seus parentes auxiliará na compreensão da estrutura genealógica da natureza, bem como para demonstrar a existência de variações dentro das populações. Com uma genealogia em mãos (um esquema simples mostrando os avós, seus filhos, os filhos dos seus filhos), pode-se apresentar e discutir conceitos como ancestralidade comum, grupo-irmão e variação intrínseca. Em aulas de níveis mais avançados (a partir do primeiro ano do ensino médio), o professor pode introduzir a sistemática filogenética como um método de reconstrução das relações evolutivas entre os grupos biológicos baseado no teste de hipóteses de homologia. A intenção é mostrar que toda homologia é uma proposta, uma conjectura, que sugere um agrupamento particular entre espécies.
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