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Seção 1.3 O papel do RH na gestão de mudanças Estamos avançando nos estudos e isso é bastante prazeroso, mostra que a cada etapa estamos conhecendo mais, aprendendo e ficando antenados com o que está acontecendo lá fora no mundo corporativo. Você está lembrado que a gerente Gabrielle Souza tem um grande desafio e você terá que ajudá-la a resolver, certo? Então vamos à questão? Gabrielle Souza é uma gerente que ama o que faz, gosta de trabalhar com gente e este é o perfil para quem escolheu trabalhar com recursos humanos. Ela se depara, então, com uma empresa que se diz ecologicamente correta na produção de suas embalagens e no que oferece ao mercado. Na liderança tem espaço para falar, emitir suas sugestões, a gestão é horizontal e é dado um certo poder nas ações para alguns líderes mais antigos. Eles são valorizados pelos seus feitos, pela sua dedicação e autoconhecimento e por contribuírem para o resultado positivo da organização, ou seja, de forma tímida, existe uma possibilidade de trabalhar ações que motivem os colaboradores. Se tem ações que contribuem, inclusive, para a imagem da companhia são as que lidam com diversidades e voluntariado, os colaboradores se sentem orgulhosos de pertencer a uma empresa que oferece oportunidades para ambos os sexos, raça, cor, credo e que também busca colaborar com entidades necessitadas, sejam de bens materiais ou intelectuais e atividades sociocriativas. Os colaboradores ficam bem animados, já que a empresa tem em seu DNA o cuidado com o meio ambiente e com a natureza. Você, como gerente de RH, deve elaborar um plano de ação que trabalhe programas de diversidade e de voluntariado. Não esqueça que vocês são vitalizadores de gestão de mudança! Bom trabalho! Diálogo aberto 32 U1 - Desafios da gestão de pessoas Não pode faltar Vamos adentrar agora em um universo que tratará sobre temas interessantes, atuais e que se aplicam em empresas preocupadas com pessoas, bem-estar, inclusão e oportunidades. Então, vamos conhecer os contextos destes assuntos? Ter um programa de diversidade em uma organização mexe com as pessoas, porque vai levantar questões internas de cada indivíduo, como preconceito e crenças. Por outro lado, vai oferecer a oportunidade de derrubar tudo isso de forma positiva se tiver um programa bem elaborado com suporte, construtivo. Muitas empresas já vêm trabalhando e tem até departamento próprio para este tema dependendo do tamanho da empresa, mas vamos conceituar o que vem a ser diversidade. Segundo o autor Cox Jr. (1993, p. 5-6), a questão da diversidade em um contexto de sistema social é caracterizada por um grupo majoritário e por grupos minoritários, isto é, aqueles grupos com menor representatividade no sistema social, comparados ao grupo majoritário e que têm historicamente mais poder e recursos econômicos que os grupos minoritários. Ele menciona ainda que isso traz potenciais benefícios para as organizações, em termos de melhor tomada de decisão, maior criatividade e inovação e um melhor atendimento mercadológico de diferentes tipos de consumidores. Em contraponto, o autor diz que existe também um custo potencial associado a uma força de trabalho mais diversificada como a elevação de rotatividade, conflitos interpessoais e problemas de comunicação. Pesquise mais A questão da diversidade está diariamente exposta nas pessoas e suas atitudes e isso reflete diretamente na sociedade e dentro das organizações. Cabe somente a profissionais de RH buscar soluções para inibir essas ações entre os funcionários. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=Mv5m7OX6piU. Acesso em: 19 abr. 2017. Uma definição mais ampla é apresentada por Thomas Jr. (1991, p. 10) para o qual o conceito de diversidade inclui todos, não é algo que seja definido apenas por raça ou gênero. É um conceito que engloba a idade, história pessoal e corporativa, formação educacional, função e personalidade. Inclui, também, estilo de vida, orientação sexual, origem geográfica, tempo de serviço na organização, status de privilégio ou de não-privilégio e administração e não-administração. U1 - Desafios da gestão de pessoas 33 A partir disso foi criado um time organizacional heterogêneo, e isso não é nenhum problema. Independente de escolhas e diversidade, chega um momento que isso deve ser deixado de lado pelos funcionários, devido a cultura organizacional existente em cada empresa. Principalmente, uma mistura racial em que os novos empregados pudessem abandonar suas diferenças para serem moldados de acordo com as normas de comportamento organizacional existentes. A assimilação por meio da mistura racial se destinaria a assegurar a minimização das diferenças e a conformidade de comportamentos. O resultado foi a “diversidade assimilada”, que é de fato uma aparência superficial de diversidade. Esta abordagem foi um meio de criar uma força de trabalho diversificada e facilitar a mobilidade ascendente de minorias (negros, homossexuais) e mulheres. Um dos principais benefícios dessa alternativa foi a maior inclusão destes grupos em grandes empresas, mas esse progresso foi ilusório e difícil de sustentar, apesar dos fortes motivos legais, morais e de responsabilidade social. Maria Tereza Leme Fleury (2000) afirma que “há diversos aspectos a serem considerados ao se pensar no que significa diversidade: sexo, idade, grau de instrução, grupo étnico, religião, origem, raça e língua”. Segundo Borger (2001), a atuação das empresas orientadas para a responsabilidade social não implica que a gestão empresarial deixe os seus objetivos econômicos e não atenda aos interesses dos acionistas, uma empresa é socialmente responsável se desempenha seu papel econômico na sociedade produzindo bens e serviços, gerando empregos, retornos para os seus acionistas dentro das normas legais e éticas da sociedade. A responsabilidade social engloba uma série de ações, comportamentos e atitudes, podemos citar: os compromissos éticos e o compromisso com o desenvolvimento profissional, a valorização da diversidade e a empregabilidade para com o público interno; a reciclagem, a compensação da natureza pelos impactos ambientais e uso de recursos para com o meio ambiente; o voluntariado e iniciativas para a redução da pobreza para com a sociedade. Pesquise mais O artigo intitulado Gestão da diversidade: além de responsabilidade social, uma estratégia, é uma boa leitura para gestores de recursos humanos se inteirar sobre esse tema tão importante dentro e fora das empresas 34 U1 - Desafios da gestão de pessoas nos dias atuais. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2004_Enegep0707_0034.pdf. Acesso em: 19 abr. 2017. Cox (1993) menciona os seguintes resultados com a gestão da diversidade: • Atrair e reter os melhores talentos no mercado de trabalho. • Promover a criatividade e a inovação. • Facilitar a resolução de problemas. • Desenvolver a flexibilidade organizacional. • Reconhecimento de que pessoas de origens diferentes tem talentos diferentes e habilidades diferentes e que podem contribuir para o crescimento da empresa. Outro tema muito interessante nas organizações são os programas de voluntariado que, quando bem aplicados, de forma bem construída, com pilares sólidos, trazem um resultado bem positivo e todos saem ganhando, mas quando é confundido com assistencialismo, ou seja, os indivíduos são encarados e vistos como “coitadinhos” ao invés de haver contribuição para a inserção destes na sociedade. Para o mercado de trabalho, ao contrário, excluímos, deixando do mesmo jeito que está, mas vamos lá, entender melhor o contexto deste tema tão atual. Segundo Fischer e Falconer (1999), na pesquisa “Estratégias de empresas no Brasil: Atuação social e voluntariado”, as atividades podem variar de modo informal, para que as pessoas se dediquem fora do horário de trabalho, até a criação de programas formais, nos quais os colaboradoressão convidados a realizar atividades durante o horário de trabalho. O voluntariado empresarial traz ganhos para a empresa, a comunidade e os colaboradores. O programa de voluntários melhora a imagem da empresa, além de conseguir maior comprometimento e motivação de seus colaboradores. Os funcionários têm a oportunidade de exercer sua cidadania e de desenvolver outras habilidades que nem sempre sabem que têm e que, em uma atividade simples de recreação, é despertado ou revelado como uma competência. Já a comunidade ganha através das aptidões, energia, talento e compromisso dos voluntários que podem auxiliar na gestão da organização. Segundo o autor Goldberg (2001, p. 32) o trabalho voluntário revela iniciativa, pró-atividade e resistência à frustração por U1 - Desafios da gestão de pessoas 35 parte dos colaboradores, pois geralmente é árduo e os resultados são poucos divulgados, indica que a pessoa tem disposição para contribuir com os demais e se doar, que é cooperativa, de fácil relacionamento e carrega em sua essência um propósito maior, uma crença de que o mundo pode ser melhorado. Por isso, ser voluntário conta pontos positivos no currículo e agrega valor ao ser humano e à organização assim como à comunidade. Pesquise mais O Programa de voluntariado é muito importante para o entendimento do Recursos Humanos. Como é uma realidade cada vez maior nas empresas e influencia diretamente as pessoas, tornou-se fundamental fazer um estudo sobre o mesmo. Leia o artigo Engajamento voluntário faz bem à sociedade para saber mais sobre o assunto. Disponível em: http://www. rh.com.br/Portal/Responsabilidade_Social/Artigo/10397/engajamentovoluntario-faz-bem-a- sociedade.html. Acesso em: 19 abr. 2017. Caro aluno, creio que até aqui esteja tudo bem, certo? Agora vamos adentrar em um tema que é intrigante, mas muito importante para RH, até porque todos queremos ser avaliados e exigimos saber o quanto somos eficientes ou não, ou será que não é bem assim? Já ouviu alguém dizer que foi bem avaliado ou não na empresa? Vamos entender que tema é esse? Segundo Chiavenato (2001) a avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento, é um processo que serve para julgar ou estimular o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa e a sua contribuição para o negócio da organização. É muito válida para identificar problemas de gerenciamento de pessoal, integração de pessoas à organização, de adequação da pessoa ao cargo, de carência de treinamento e serve para resolver problemas de desempenho e melhorar a qualidade do trabalho e a qualidade de vida dentro das organizações. A grande pergunta é por que avaliar o desempenho? Todo indivíduo necessita receber feedback a respeito de seu desempenho para saber como está indo no trabalho. Sem esse feedback fica-se às cegas e a empresa necessita também saber 36 U1 - Desafios da gestão de pessoas como está o desempenho das atividades para se ter uma ideia das potencialidades dos empregados. As principais razões pelas quais as organizações estão preocupadas em avaliar o desempenho de seus funcionários são. 1. Fundamentação para aumentos salariais. 2. Comunicar aos colaboradores de como eles estão sugerindo necessidades de mudança no comportamento, nas atitudes, habilidades ou conhecimentos, ou seja, nas competências. 3. A avaliação permite saber o que o gestor pensa a respeito do trabalho dele. Chiavenato (2001). Assimile Dentre as funções da avaliação de desempenho está a de adequação da pessoa ao cargo, resolver problemas de desempenho e melhorar a qualidade do trabalho e a qualidade de vida dentro das organizações. Os benefícios da avaliação: ela não deve abarcar somente o desempenho do cargo ocupado, mas o alcance de metas e objetivos, deve enfatizar o indivíduo no cargo e não os hábitos pessoais dele no trabalho, ou seja, levar para o lado pessoal e não comportamento, há uma grande diferença neste quesito, avaliação deve ser aceita por avaliador e avaliado e deve trazer benefício para a organização e para o colaborador. Geralmente os pontos fracos do processo de avaliação de desempenho são: quando os indivíduos percebem como recompensa ou punição pelo desempenho passado, quando a ênfase do processo repousa mais sobre o preenchimento de formulários do que sobre a avaliação, quando as pessoas avaliadas percebem o processo como injusto ou tendencioso. Segundo Chiavenato (2001), a avaliação 360 graus é utilizada nas grandes empresas. Todos os colaboradores, independentemente de sua posição hierárquica, podem ser simultaneamente avaliadores e avaliados. Essa metodologia permite que o colaborador seja avaliado por si mesmo, por seus superiores e pares/funcionários. Participam da avaliação o chefe, os colegas e pares, os subordinados, os clientes internos e externos, os fornecedores, enfim, todas as pessoas em torno do avaliado, em uma abrangência de 360 graus. U1 - Desafios da gestão de pessoas 37 O sucesso dessa técnica depende da proteção do anonimato dos avaliadores e exige um nível alto de maturidade dos envolvidos, garantindo a todos maior liberdade para avaliar o desempenho de superiores e colegas. Assim, obtém-se um feedback realmente verdadeiro e imparcial, bem como sugestões de estratégias para viabilizar a mudança de comportamentos que resultem na melhoria efetiva da performance da equipe. Já a Avaliação 180 graus é uma ferramenta que tem como foco a gestão estratégica de pessoas, onde o avaliado é analisado somente pelos seus superiores, ou seja, permite que o gestor realize uma avaliação de cada membro da sua equipe, tendo por base as metas que lhe foram determinadas durante o período. Trata-se de um modelo intermediário da avaliação e denominado 180 graus, no qual não ocorre a avaliação dos subordinados, mas apenas dos pares, clientes e da chefia imediata. A avaliação 360° (um pouco diferente da Avaliação 180) fornece uma imagem mais completa dos pontos fortes e fracos dos funcionários e, muitas vezes, capta qualidades que outros métodos ignoram. Por exemplo, um funcionário pode ter um relacionamento complicado com seu supervisor, mas ser muito bem visto por seus pares e subordinados. A abordagem pode levar a ganhos significativos, muitas vezes motivando os funcionários a melhorar suas notas. Por outro lado, os funcionários podem mostrar-se indispostos para serem rígidos com seus colegas, levando a certa uniformidade das classificações. Em geral, este tipo de avaliação tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de comportamentos e habilidades demandados pela empresa. Neste sentido, o avaliador deve ter uma visão sistêmica da rede, de como funciona a comunicação interna, o clima de cooperação ou competitividade e se certificar de que as pessoas envolvidas na avaliação foram preparadas para tal.
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