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Repasse do pensamento crítico-histórico no Brasil (século XIX)

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REPASSE DO PENSAMENTO CRITICO-HISTORICO 
NO BRASIL (SeCULO XIX) 
DJACIR MENEZES 
As primeiras manifestações de um pensamento crítico no Brasil em formação, 
já refletindo consciência dos destinos comuns, e os primeiros clarões de uma 
consciência nacional são indecisos - e a exata indicação cronológica seria con­
testável. Essa consciência não tem uma data fixada: vai, como um dia que nasce, 
começando por dilúculos vagos da luz na escuridade do céu até ser madrugada 
e claridade. 
Porque essa consciência resultará da integração dos núcleos povoadores que se 
interligam, enquanto se corroem as relações com a metrópole, ciosa em manter 
sua autoridade direta com as províncias. Mas ao se agravar a ciumada entre elas 
e o Governo português, este sentiu a necessidade de evitar as vinculações interpro­
vinciais: o Grão-Pará, o Maranhão, Pernambuco, Bahia, Rio, São Paulo se de­
viam entender com o Reino. São fases iniciais da consciência nacional. Seus ho­
mens representativos falam como brasileiros - e o sentimento da dissociação 
dos laços de dependência política é a base obscura em que germina o pensamento 
que irá se traduzir nos episódios históricos. 
E nesse ambiente que, paralelamente, se vai definindo o pensamento critico 
- com aqueles escritores que selecionei na seção dos "inconformistas", em 
antologia organizada há alguns anos.' Poderia mesmo dizer que a crítica dos cos­
tumes e das instituições constitui o fator mais forte na aceleração do processo de 
tomada de consciência do país, porque lhe dá o choque de alertar ante as amea­
ças de debilitação da solidariedade in fieri. Despertando a reação dos centros or­
gânicos do que regulam o crescimento político, espevita o sentido cívico de vi­
gilância, com os ensaios de ajustar as instituições ao desenvolvimento das forças 
sociais. A crítica só amedronta os incapazes de enfrentar o futuro - e têm 
a ilusão de sobreviver parando os ponteiros da história. 
O alvo da crítica social não podia deixar de ser o fundamento das instituições 
políticas. 
Historiar esse pensamento crítico, como nos coube, implica, vez por outra, to­
mar pé na correnteza dos fatos de onde emanaram as provocações que suscitam 
idéias na cabeça das elites dirigentes. O mundo histórico é por excelência o 
mundo das idéias, que exprimem as finalidades porque lutam os grupos e classes 
sociais: e é através dos homens representativos que essas idéias são claramente 
formuladas em objetivos politicos. 
Na primeira linha dessa ação, que vai despertando a consciência dos destinos 
comuns, estão as elites que exercem a prática governativa. A organização de nossas 
instituições é uma obra de arte política, realizada pelos construtores da nacio­
nalidade, a que não faltou o influxo inspirado nas ideologias que vinham de fora 
, Menezes, Djacir. O Brasil no pensamento brasileiro. 2. ed. Rio de Janeiro, 1972. 
R. Cio pol., Rio de Janeiro, 26(2):40-50, maio/ ago. 1983 
- Montesquieu, Rousseau, Diderot, a Revolução Francesa, a Constituição norte­
americana, o federalismo, a maçonaria, a metafísica religiosa, o positivismo, o 
evolucionismo. Constituíram as componentes ativas do pensamento crítico que 
animou a pena dos escritores e panfletários e a oratória parlamentar, e se con­
centraram por fim, em certa altura de nossa história cultural, nas duas acade­
mias de direito - Recife e São Paulo. Correntes que assustariam e perturba­
riam o refúgio do velho direito quiritário da herança romântica, vinda na filosofia 
escolástica das ordenações, já nas transições dos meados do século XIX. 
O pensamento escrito entre nós não é, como alguns asseveraram, um reflexo 
superficial de concepções européias, simples doutrinas transplantadas, repetindo 
literaturas estranhas. As tendências de nosso crescimento, ferindo a sensibilidade 
política de um José Bonifácio, de um Bernardo Pereira de Vasconcelos, ou de 
um Justiniano José da Rocha, imprimem-lhes o sinete das realidades ambientes. 
A própria resonância das idéias depende da sua conexão com as exigências do 
meio, e por isso mesmo são instrumentos políticos de interpretação. Assim, ao 
lado da componente bacharelícia, que trazia a inspiração universalista da cul­
tura ocidental, havia a componente nativista, que se voltava ardorosamente para 
a terra e para o homem, reformulando aspirações a caminho da independência 
espiritual. 
"A justificação ética da representação política, que dá à minoria o direito de 
falar em nome do 'povo' - escrevi há alguns anos - está na convicção com 
que promovem o desenvolvimento nacional - e não no interesse de grupos." 
Essa liderança se define, politicamente, no alvorecer do Primeiro Reinado. Nin­
guém melhor que Manuel Bonfim viu o delinear dessa autonomia através das lu­
tas empenhadas. A perspectiva bragantina viciou a ótica dos historiadores na­
cionais, que acenderam sempre, diante das revoluções de 17 e 24, uma vela a 
Deus e outra ao Diabo. 
A definição do pensamento crítico no Brasil deveria começar por José Boni­
fácio. Poder-se-á colher numerosas citações que denunciam sempre o brasilei­
ro rebelde a injunções de fora. Nas Cartas Andradinas, notava (p. 42) que até 
o ano de 1825 a diplomacia do Brasil estava nas mãos dos portugueses. Tem o 
mesmo travo o conselho que, no ano seguinte, o Andrada dá ao Imperador: "Re­
concilie-se V. M. com a Nação." 
Seria erro supor que só no liberalismo se encontram representantes da crítica 
social e política, como pensa Manuel Bonfim, enxergando em todo conservador 
um obstáculo ao desenvolvimento nacional. Ouça-se, por exemplo, a desabusada 
afirmação de Bernardo Pereira de Vasconcelos, ao mandar às favas o Partido 
Liberal: 
"Fui liberal; então a liberdade era nova no país, estava nas aspirações de todos, 
mas não nas leis; o poder era tudo; fui liberal. Hoje, porém, é diverso o aspecto 
da sociedade; os princípios democráticos ganharam e muito comprometeram a 
sociedade, que então corria risco pelo poder, corre agora risco pela desorgani­
zação e pela anarquia. Como então quis, quero hoje servi-la, quero salvá-la; e 
por isso sou regressista. ''2 
Foi revoltado com o espetáculo da irresponsabilidade e desleixo parlamen­
tar e público que Vasconcelos infletiu na direção da autoridade. O povo invadia 
a sala de sessões da Câmara, aparteava deputados, vaiava ou aplaudia. Acana-
l Vasconcelos, Bernardo Pereira de. Carta aos eleitores da Província de Minas Gerais. 
p. XXIII. 
Pensamento crítico-hist6rico 41 
lhava-se o Poder Legislativo em nome da liberdade democrática - "quase ha­
via de todo desaparecido a distinção entre a galeria e os legisladores", diz ele. 
Após o sistema cultural que se apoiava na estrutura colonial do ensino jesuí­
tico - escreveu Fernando de Azevedo - ensaiávamos os primeiros passos noutro 
sistema, que prenunciava a idéia de preparação profissional: formação de milita­
res, advogados, médicos e engenheiros.3 As profissões liberais exigiam novas 
bases para o ensino, que ia-se livrando da ortodoxia religiosa e precisava reno­
var aquele velho humanismo latino alimentado de gramática, retórica e filo­
sofia escolástica: 
"A via intelectual, no norte, depois de um período de isolamento e segregação, 
readquire o antigo prestígio, com a fundação do curso jurídico em Olinda, trans­
ferido mais tarde, em 1854, para Recife, enquanto se inaugura em São Paulo um 
dos mais vivos focos de cultura intelectual com a primeira escola de direito ( ... ). 
E por eles de fato que penetra no Brasil a influência dos filósofos ingleses e fran­
ceses, e, mais tarde, no Recife, a dos alemães, com Tobias Barreto."4 
Não se deve esquecer, na avaliação da crítica movida contra as instituições exis­
tentes, o papel que desempenhou a maçonaria, grande estimuladora do pensa­
mento revolucionário em face das resistências obscurantistas que a Santa Aliança 
instigava nas primeiras décadas do século XIX. E a primeira figura com que de­
paramos é a de Silvestre Pinheiro Ferreira (1769-1846), professor de filosofia 
racional e moral no Colégio dasArtes em Coimbra, oficial da secretaria dos 
estrangeiros em Lisboa durante sete anos, encarregado de negócios em Ber­
lim, onde assistiu conferências de Fichte e Schelling, e que veio lecionar filosofia 
no Rio, redigindo compêndios em francês. Viera com D. João VI. E por se in­
clinar para certo iluminismo eclético, a vigilância escolástica farejava nele odores 
jacobinos.5 "Com Silvestre Pinheiro - escreve Oliveira Lima - era a pura bur­
guesia que se via chamada aos conselhos da Coroa." Antônio Paim dá-nos uma 
rápida e persuasiva síntese de suas Prelações filosóficas sobre a teoria do dis­
curso e da linguagem, a estética, a diceósina e a cosmologia.6 
Politicamente, nas "Cartas sobre a Revolução do Brasil"7 o manso jacobinismo 
de Silvestre Pinheiro encontra precavida simbiose com o absolutismo real, uma 
combinação que se ajustaria à época que se seguiu à revolução de 1817: a crí­
tica das armas - como diria um famigerado socialista anos depois - tomaria 
o lugar da crítica das idéias. Era o momento do repouso eclético - o momento 
de Victor Cousin e Royer Collard. 
Mas esse ecletismo iria insuflar o espírito communard, que, nas páginas do 
Progresso, agitaria os rebeldes da Praieira: "Não seria possível a ausência do es­
pírito quarante-huitard, da mentalidade 48, na velha província pernambucana 
dos meados do século passado. Se a influência do pensamento francês é patente 
na nossa vida política e social, se ela se apresenta atuante em vários episódios 
de nossa história como na obscura e pouco estudada conspiração dos Suassunas 
de 1801, onde se vislumbra, ao lado da participação das idéias de 89, a alme­
jada ajuda de Napoleão Bonaparte, então primeiro Cônsul, a espalhar republique­
tas pela Europa." Assim considera o autor esse influxo liberal no recanto do 
Nordeste. 
3 Azevedo, Fernando de. A Cultura brasileira. p. 15 
1 Id. ibid. p. 152. 
5 Paim, Antônio. História das idéias filosóficas. p. 53. 
6 Id. ibid. p. 54-74. 
Revista do Instituto Histórico, t. 51 parte 1, p. 299-377, 1888. 
42 R.C.P. 2/83 
Diga-se, entretanto, a verdade: tais idéias, contaminando a mente de alguns 
homens divorciados da realidade brasileira, desligá-los-iam da realidade: seriam 
sonâmbulos que, sonhando transplantar sistemas estranhos ao nosso meio, vol­
viam em elementos de perturbações e desintegração. Utopistas - porque não 
tinham o material para construir o edifício político. Com os olhos nesses exem­
plos adverte duramente Alberto Rangel: 
"e tempo de arrancar a auréola a esses manipanços da sedição, que um entu­
siasmo errado e caracteristicamente sul-americano apôs nos quatro cantos do país 
como expressão idolátrica de seus sentimentos de descentralização, altivez e li­
berdade ( ... ). Não o esqueçamos, 'farrapos' e 'praieiros' são todos de Sul a 
Norte os grandes pecadores dos distúrbios ensangüentados em que se maquinava 
o despedaçamento da Pátria."8 
Recheado de ecletismo, Antônio Pedro de Figueiredo (1814-1859), ia catan­
do citações filosóficas que lhe permitissem defender os "proletários que empres­
tam, mediante paga, o seu trabalho, isto é, a sua atividade e vontade aos pro­
prietários" e "os proprietários que emprestam a juro a matéria aos proletários 
do trabalho". E comentava: "Assim, pois, tudo se reduz a esta alternativa: alugar 
o trabalho ou alugar a matéria do trabalho: mas que diferença entre esses dois 
modos de locação! Aquele que aluga o seu trabalho começa a sua escravidão; 
aquele que aluga a matéria do trabalho constitui a sua liberdade. ''9 
A maçonaria, entretanto, não foi apenas o refúgio do pensamento dissidente, 
maquinando contra as instituições bragantinas, como malsinou Gustavo Barroso. 
Nela se elaborou o movimento de emancipação política e se forjaram as linhas­
mestras do novo regime. Quem o diz é Oliveira Lima: "A maçonaria foi incon­
testavelmente uma escola de disciplina e de civismo e foi um laço de união entre 
esforços dispersos e dispersivos. A sua função foi essencialmente oportuna. Sem 
ela não teria o trono podido desempenhar o seu papel histórico, fundindo uma 
vez mais aspirações nacionais sob a sua ação desinteressada. "Ia A independência 
conjugaria curiosamente, como disse o historiador, os conciliábulos dos mostei­
ros e as lojas maçônicas. li 
Por toda a Regência e Segundo Reinado, o pensamento crítico se manifes­
tou com mais segurança a amplitude através da literatura política e filosófica. 
Difícil é assinalar precisamente as lindes entre tais modalidades do espírito crí­
tico, como vimos tentando até aqui. Na segunda metade do século, a análise 
social e política, que se encontra nalgumas grandes peças da oratória parlamen­
tar, exprime o nível das idéias debatidas. A questão religiosa, o abolicionismo, 
o federalismo, o republicanismo, constituem o tríptico do pensamento político, 
com os fundamentos e aspectos sociais, que aquelas idéias implicam inevitavel­
mente. Bastaria lembrar os nomes de Saldanha Marinho, Rui (ainda em vésperas 
do prefácio do Papa e o Concílio), Lafaiete, Martinho Campos, digladiando-se 
sobre o casamento civil, a laicisação dos cemitérios, a separação da Igreja do 
Estado, todas as grandes questões do tempo, nas páginas dos anais do Poder Le­
gislativo, para que se possa avaliar o pensamento crítico em plena fermentação. 12 
No livro, aquela crítica parece mais fria e mais refletida, perde o calor do cho­
que entre as opiniões em contacto mais direto, no fogo do plenário, onde se cru-
8 Rangel, A. Textos e pretextos. p. 44-5. 
9 Figueiredo, Antônio Pedro de. In: O Progresso, p. 870-1. 
lO Oliveira Lima, O Movimento de Independência. p. 80. 
u Id. ibid. p. 145. 
12 Id. ibid. 
Pensamento crítico-histórico 43 
zam apartes e as galerias por vezes em irrupção são advertidas pelas campainhas 
regimentais da presidência. Quando todos apontam a monarquia como a rea­
ção conservadora, a estabilidade eterna de privilégios, responde Saldanha Mari­
nho com esta tirada: 
"É verdade que a monarquia no Brasil tem sido, desde a sua origem, revolucio­
nária. Quem estiver ainda lembrado dos 9 de janeiro, 3 de junho, 7 de setembro 
de 1822, 7 de abril de 1831 e 23 de julho de 1840, há de concordar comigo que 
a monarquia no Brasil é revolucionária."13 A seguir, ponderava que esse revolucio­
narismo monárquico se manifestava apenas no que condizia com os interesses di­
násticos "revoluções em proveito seu, sempre boas no seu conceito; as detestáveis 
serão as que forem em proveito real do povo". 
O pensamento crítico aparece em plena efervescência quando, na segunda ver­
tente do século XIX, publicistas e políticos se apercebem de que o "povo", 
a pedra angular da democracia, era uma figura de retórica parlamentar. Com­
provam-no as páginas veementes que se escreveram sobre a farsa eleitoral do 
Segundo Reinado ( ... ). Recordamos aqui essa reflexão exata do Prof. Eugênio 
Gudin: tínhamos então eleições falsas e representação verdadeira; hoje temos 
representação falsa e eleições verdadeiras. João Francisco Lisboa, descrevendo 
os episódios eleitorais no Maranhão, relatava de São Luís o que se passava em 
todo o Brasil - a cidade em pé de guerra no dia eleitoral; as rixas rebentando 
em cada local onde se encontravam as brigadas de choques das facções; os in­
sultos na imprensa; e "as brigas, rompimentos e inimizades se repetiam tão fre­
qüentemente e as coisas chegaram por fim a termos tais que metade da cidade 
não tirava o chapéu a outra metade" - refere o cronista de São Luís de Ma­
ranhão. 14 Depois de descrever os mesmos abusos, Belisário de Souza destaca 
o grande personagem das pelejas eleitorais - o capanga: "O capanga é o indi­
víduo que se lança nas lutas eleitorais em busca do salário e muito mais ainda 
por gosto, por deleite próprio. Uma facção que traz arregimentados e assoldada­
dos os principais capangas do lugar, tem ganho imenso terreno. Se ela é co­
medida, o esquadrão tem ordem restrita de se apresentar desarmado, de não 
ofender gravemente os adversários (salvo caso extremo que não se pode prever),sob pena de lhe ser recusada a paga. Os capangas são o ponto de apoio dos ca­
bos da eleição; sustentam suas opiniões, abordoam os adversários, intimidam­
nos, dão coragem, força e energia aos partidários. Como pode o homem pací­
fico apresentar-se perante uma mesa eleitoral para falar em nome da lei, cercado 
de dezenas de caras patibulares, que, a qualquer expressão sua, vociferam e 
ameaçam?" 
O depoimento é de um deputado que viveu aquele instante. A raridade da 
publicação de 1872, O Sistema eleitoral no Brasil, justifica a longura da transcri­
ção no texto. IS 
Esse "povo" heteróclito e fora do quadro político é bem caracterizado nas 
Instituições políticas do Brasil, de Oliveira Viana. Mas a ausência da principal 
peça política no funcionamento das instituições só apareceu claramente quando 
a crítica social abriu os olhos para nossas realidades demográficas. Tobias Bar-
B Sessão de 15 de julho de 1879. 
14 Lisboa, João Francisco. Obras. v. 1, p. 314 e segs. Cf. J. M. Pereira da Silva, t. 1, 
p. 27, 76, 126, 173. 
15 Souza, Belisário Soares de. O Sistema eleitoral no Brasil. p. 24. Cf. Introdução a Rocha 
Lima, Crítica e literatura, p. 11 e segs. 
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reto observara que "este povo, a cuja proteção e a fim de obter desculpas, cos­
tuma-se entregar sandices de todo gênero, é um público ideal. Dele não se re­
cebem aplausos nem censuras, pela simples razão de sua inexistência" .16 
Como organizar partidos na base dessa massa amorfa e ignorante? O que se 
organizava não passava de "cooperativas de empregos ou seguros contra a mi­
séria", expressão dos grandes clãs aglutinados do nosso patriciado rural, como 
anotou Oliveira Viana. Ao que acrescenta Gilberto Amado - "Sem os partidos, 
sem esses instrumentos imperfeitíssimos, incompletíssimos, atacados por uns (os 
teóricos da força) aqui e ali, mas prevalentes e sobreviventes em todo o mundo, 
qualquer idéia de eleição e, sobretudo, de representação terá no Brasil um cará­
ter mentiroso, indigno, pulha, será um logro, uma farsa, igual à em que temos 
vivido. "!7 
E por esse tempo que "um bando de idéias novas agita então o Brasil e lhe 
dá novas diretrizes" - no dizer de Sílvio Romero. O surto econômico marca o 
meridiano. 
As letras francesas aceleram a reação contra e metafísica e a teologia, à sombra 
das quais as gerações repetiam sonolentamente os ensinamentos tradicionais. 
Coumot, Vacherot, Taine Renan, o darwinismo e o positivismo entram em tumul­
tuosa beligerância contra as variantes do espiritualismo!8 - e os grandes que re­
volucionam a rotina são as duas Faculdades de Direito, de onde repercutem ecos 
na imprensa e no parlamento. Escreve Sílvio Romero: 
"Até 1868, o catolicismo reinante não tinha sofrido nestas plagas o mais leve 
abalo; a filosofia espiritualista, católica e eclética, a mais insignificante oposição; 
a autoridade das instituições monárquicas, o menor ataque sério por qualquer 
parte do povo; a instituição servil e os direitos tradicionais do feudalismo prá­
tico dos grandes proprietários, a mais indireta opugnação; o romantismo, com 
seus doces, enganosos e encantadores cismares, a mais apagada desavença rea­
tora."!9 
Ouvira-se, naquele ano, a voz de Timandro (Francisco de Sales Torres Ho­
mem) no Libelo do Povo, redigido no estilo usual e grandíloco, invocando exem­
plos históricos e clássicos, estranhando que não funcionassem nossas instituições 
no diapasão do liberalismo europeu. 
"A revolução da independência, que devolveu-nos à posse de nós mesmos, fir­
mava como dogma fundamental da nova ordem social o grande princípio da so­
berania do povo. No interior como no exterior, esse princípio, que é a pedra 
angular dos estados livres, tonava-nos os árbitros únicos, supremos e absolutos 
dos nossos destinos. Só do povo; só de suas luzes e espontânea deliberação pen­
dia a escolha da organização política, que desde então devia regê-lo; só a ele, 
e a mais ninguém, cabia traçar e erguer o novo edifício, em que devia abrigar­
se a nascente nacionalidade."20 Aclamamos o rei bragantino - argumenta Ti­
mandro - como poderíamos ter aclamado o filho do Grão-Turco: o rei era 
um artefacto produzido por nossas mãos. 
Alencar, com todo seu conservadorismo e coragem de se confessar escravo­
crata, formou na corrente do pensamento crítico. Nas Cartas de Erasmo, escre­
veu: "Pleiteio, contra essa improvisada aristocracia da imoralidade, o livre exer-
16 Barreto, T. Vários escritos. p. 110. 
li Id. ibid. 
If Bevilacqua, Clóvis. Juristas filósofos. 
19 Romero, Sílvio. Prefácio a Vários escritos. Ed. Estado do Sergipe. p. 26. 
:!! Timandro. Libelo do Povo, p. 30-1. 
Pensamento crítico-histórico 45 
cício dos direitos do povo e dos direitos da realeza, que são as molas do siste­
ma representativo. :E: natural pois que simultaneamente me denunciem, a vós, Se­
nhor, como anarquisador; à plebe, como absolutista."21 Essa "aristocracia" era 
"uma gente ambígua" que "sempre se interpõe entre o trono e a nação, que vive 
ao mesmo tempo das graças do poder e da tolerância do povo". 
Os liberais invocam o "povo" como pura ficção constitucional. Na realidade 
eleitoral, o povo era inteiramente outro: e a voz de Timandro se ouvia no mes­
mo ano em que o partido liberal, com maioria na Câmara, perdia incompreensivel­
mente o poder, que passava aos conservadores.22 A crítica do poder pessoal, na 
opinião de Aurelino Leal, era apenas "uma hábil exploração política". E nenhum 
partido reconhecia a verdade: que se buscava organizar uma democracia coroa­
da sem povo politicamente consciente do regime. A ilusão do liberalismo polí­
tico se prolongaria república adentro. As análises jurídicas do meio nacional não 
davam medida exata das estruturas sociais e econômicas, como bem se pode 
inferir da obra de Tavares Bastos. Todo o crescimento das forças produtivas, 
no quadro econômico e mográfico, se esquematizava, aos olhos do autor das 
Cartas do solitário e da Província, ao binômio da descentralização e descentrali­
zação. Desatar as províncias, que o ato adicional pretendia libertar do centralismo 
do Império - eis o objetivo máximo, que os "absolutistas do senado" recusavam. 
Dizia: "A veemência com que os conservadores ainda acometem a reforma de 
1834 é uma profanação. Não atendem que o jogo das instituições representati­
vas dadas pelo ato adicional às províncias não podia desde logo funcionar re­
gularmente."23 Era uma medíocre interpretação. 
Diante da pobreza da análise de Tavares Bastos, considerava criticamente To­
bias Barreto: 
"Os brasileiros não somos pensadores, nem no amplo, nem no estreito sen­
tido da palavra. Não sabemos sequer aproveitar-nos largamente dos produtos 
alheios. Falta-nos sobremodo aquele talento, aquela força de assimilação que 
muitas vezes substitui com vantagem o próprio gênio criador. Verdade é que 
acertamos, a cada hora, o nosso relógio pela pêndula francesa; mas seja como 
for, ou dureza ou desarranjo no mecanismo intelectual, não há dúvida de que 
temos um andar bem vagaroso."24 
O embasbacamento para o parlamentarismo inglês se dilataria de forma eru­
dita e ornamental na pregação de Rui. :E: essa atitude que Tobias denuncia e 
verbera na Província. Falta-lhe a intuição sociológica, que permitiria elucidar 
o sentido brasileiro do problema - e que exigiria antes de tudo o que é "povo 
brasileiro". Descobrir sociologicamente esse povo será a tarefa iniciada por Al­
berto Torres, por Oliveira Viana, pelos publicistas que entram pelo século XX 
e vêm até agora. 
Nos últimos dias da monarquia, o pensamento crítico se concentra quase todo 
na pregação positivista. :E: nos folhetos do Apostolado que vamos encontrar a 
análise inspirada nas idéias de Com te, provocando essas palavras iniciais de Síl­
vio Romero: "O positivismo é uma cousa perigosa e deve ser combatido com 
seriedade." E desembainhando o chanfalho, sai à liça para dar cabo do novo 
culto no livro Evolucionismo e positivismo no Brasil, cinco anos depois de pro­
clamado o novo regime. Para Sílvio, o positivismo é"na essência um sistema 
21 Alencar. Cartas de Erasmo. p. 33. 
22 Leal, Aurelino. Do Ato Adicional à Maioridade. Rio de Janeiro, 1915. p. 37. 
23 Bastos, T. A Província. p. 84. 
24 Barreto, T. V árias escritos. p. 106. 
46 R.C.P. 2/83 
aristocrático em suas principais doutrinas políticas, conferindo o governo ao pa­
triciado, selecionado num triunvirato de banqueiros, de plutocratas", repetindo a 
técnica plagiada da Igreja Católica no que toca à solução do problema social. 
Entre nós é o "pretencioso e atrasado Teixeira Mendes" que se incumbe de 
propagar a "nefasta e compressora doutrina positivista, cheia de erros, em luta 
aberta com a ciência progressiva" - e conclama ao estudo do spencerismo. 
A leitura, porém, dos fascículos editados por Teixeira Mendes dá-nos uma 
lição bem curiosa a respeito das instituições docentes nos começos da República. 
A série de artigos de Miguel Lemos, publicados na Gazeta de Notícias em 
1882 e reunidos em opúsculos, focaliza o debate à luz dos princípios positivis­
tas, com a elevação doutrinária que punham sempre em todas as questões. A 
análise discernia claramente o papel de chocadeira que o parlamentarismo, favo­
recendo a confusão, desempenhava na eclosão dos movimentos revolucionários. 
Declarava corajosamente que o "parlamentarismo só tem sido até hoje a dita­
dura das mediocridades intrigantes: instrumento de todas as vilezas nas mãos de 
ministros sem crepúsculos, obstáculos aos interesses públicos quando o país 
tem, para chefes visionários honestos, que tomam a sério as ficções revolucio­
nárias". 
O idealismo cientificista de Comte reagiu contra a ideologia que punha o cen­
tro das decisões sociais sob a influência numérica das assembléias políticas agen­
ciadas pela técnica do sufrágio universal. Tentava abrir caminho entre dois pe­
rigos, o da demagogia e o da oligarquia. Comte encontraria, na propaganda de 
suas idéias, a resistência das universidades: depois de sua ação renovadora elas 
se tomam centro de conservação e estabilidade espiritual, "compostas especialmen­
te de metafísicos e legistas; e o poder temporal, concedendo-Ihes privilégios, ser­
via espontaneamente ao progresso, preparando a arma de guerra contra o pa­
pado e contra o feudalismo". 
Entre outras argüições, assinala ainda que as universidades, "depois de terem 
sido os focos de liberdade espiritual, quando o catolicismo tomou-se opressor, 
tomaram-se hoje, por sua vez, instituições decadentes e um dos maiores obstá­
culos a toda livre tentativa de reorganização espiritual". Se já havia - reflete 
Miguel Lemos - escolas superiores suficientes para prover as necessidades pro­
fissionais do país, a criação da universidade só viria "dar maior intensidade às 
deploráveis pretensões pedantocráticas da nossa burguesia, cujos filhos abando­
nam as demais profissões, igualmente úteis e honrosas, para só preocupar-se com 
a aquisição de um diploma qualquer. Para que inverter capitais "contra os inte­
resses do país e em proveito dos parasitas científicos?" Em vez disso, libertar e 
tratar da educação dos libertos - aconselha o apóstolo positivista. E, diante da 
simpatia do Imperador pela idéia, escreve, desconfiado: "Estamos ameaçados 
de ver surgir em nossa Pátria semelhante instituição." 
Tomadas essas afirmações desligadas do seu contexto, como tanto se tem feito, 
disvirtuando-se a citação, calunia-se a pregação positivista. Cumpre inseri-la nas 
premissas daquele nobre pensamento para que se possa aquilatar-lhe o alcance 
filosófico e social. 
Vale a pena ouvir, nas próprias palavras de Miguel Lemos, a crítica contra 
a universidade de seu tempo, segundo a imaginava; até parece de um esquerdista 
de escada abaixo, quando profliga o nepotismo das classes superiores: 
"O nível do ensino secundário e superior tende, portanto, a baixar para afa­
zer-se à incapacidade do parasitismo burguês, que tudo invade, lugares de aluno 
e professorado; inventam-se cadeiras novas para os recém-diplomados e pretex­
tam-se progresso e as necessidades do ensino para justificá-las." f: nessa toada 
Pensamento crítico-hist6rico 47 
a cavilação do "Parlamentarismo, que só tem sido até hoje a ditadura das me­
diocridades intrigantes; instrumento de todas as vilezas na mão de ministros 
sem escrúpulos; obstáculos aos interesses públicos quando o país tem, para chefes, 
visionários honestos, que tomavam a sério as ficções revolucionárias". 
Naquele tempo, argüiam os positivistas, sempre obedientes ao ensino de Comte, 
que os privilégios dos diplomados multiplicavam o "funcionalismo pedantocrá­
tico". Para que acelerar sua proliferação? Então Miguel Lemos concluiu, diri­
gindo-se à Monarquia, nestes termos veementes sobre a fundação da universidade, 
que cria ser um risco iminente: 
"Só lucrarão os pedantocratas, que vão receber os vencimentos e as honras; 
mas esses mesmos lucrarão menos do que supõem. Porque o seu domínio não 
há de ser eterno e seus filhos terão de sofrer com as dificuldades sociais que 
eles tiveram acumulado e com o desprezo que há de selar-lhes as memórias." 
Tais ponderações nos mostram como falham as previsões sociais de um homem 
ilustre, ao trancar-se nas paredes de um credo que, inevitavelmente, lhe altera 
as possibilidades de julgar com exatidão. Que predisse aquele grande espírito? 
Que a universidade imperial se reduziria a "um viveiro de parasitas imundos 
mantidos criminosamente pelos cofres públicos".25 
Evidentemente, o apóstolo encerrava o folheto já furibundo com a Monar­
quia: estávamos a um lustro da República e toda a juventude militar ouvia, 
aquecida, as prédicas de Benjamim Constant, que o monarca recusara nomear 
professor após sete concursos em que fora honrosamente classificado.26 
A tendência para olvidar e amesquinhar o papel, que o evolucionismo desem­
penhou, acentuou-se de modo bem preciso. A título de exemplo, citarei apenas 
o compêndio mais vulgarizado sobre história da filosofia no Brasil, o do padre 
Leonel Franca, jesuíta extremamente polêmico e estudioso, que terçara armas 
com autores protestantes a propósito da crença luterana em face do catolicismo 
e da ciência, e arrasara, no fogo de sua dialética, arraiais espíritas. Como se 
deveria esperar do ilustre sacerdote, as obras de Sílvio Romero e Tobias Barreto 
são apresentadas como artefatos medíocres, onde abundam erros e falsidades. 
Questões sobre a vida psíquica, sobre atividade racional, sobre o estudo científico 
da sociedade escapam à inteligência daqueles críticos: "Todas essas questões 
e muitas outras - diz Franca - que o monismo não resolve e nem parece 
sequer suspeitar acodem espontaneamente a qualquer espírito medianamente pers­
picaz. Tobias não as percebeu." E a miopia de que padecem os heréticos e seus 
assemelhados, não há dúvida. 
O jesuíta, quando nega, nega peremptoriamente: "Toda sua obra não encerra 
uma investigação de valor, profunda, que lhe seja própria." Tobias reivindica 
algo como dele? Pois se dele é, trata-se de "bagatelas tão mesquinhas que a 
pretensão chega a ser ridícula ou são tão antigas as inculcadas novidades que 
bem mostram quão falhos e incompletos eram os conhecimentos filosóficos do 
autor". Assim, a penadas justiceiras, esfacela o inimigo. Mas perdoa-lhe, porque 
"Tobias acabou bem, destruiu moralmente todo o seu passado intelectual" - isto 
é, converteu-se in articulo mortis. A última hora, desertara suas bandeiras. Con­
vinha trombetear o exemplo. Essa conversão, porém, foi explicada pela própria 
filha do convertido, em carta ao Prof. Hermes de Lima: em seus últimos instan-
25 Teixeira Mendes. A Universidade. Rio de Janeiro, Apostolado Positivista do Brasil, 
1903. n.O 6. 
l6 Menezes, Djacir. Idéias contra ideologia. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, 1971. p. 29-31. 
48 R.C.P. 2/83 
tes, contemporizou aceitando a presença de um sacerdote amigo da família. 
"A conversão de Tobias não teria passado assim de ato puramente sentimental" -
pondera o biógrafo. Deixava de pé o exemplo de resistência do lutador.Escla­
receu-se o caso - mas o compêndio continua exibindo a conversão, edições 
sucessivas a fio, numa serena indiferença à verdade. Consultei a 15/l. do ano 
de 1957 e já outras saíram. Não convém que os jovens estudantes saibam da 
lucidez com que sucumbi o tumultuoso escritor. Isso incentivaria os recalcitrantes. 
O velho eclesiástico desceu com a mesma rijeza no lombo de Sílvio Romero, 
que lanhou tantas reputações improvisadas neste país. Não tomo o encargo de 
defendê-lo do azorrague jesuítico. Parece que a dissidência começa com o próprio 
filho, de formação tomista, reconhecendo cordatamente, até certo ponto, a repri­
menda doutrinária que lhe passaram ao pai insigne. O litígio é lá dele - e me­
rece respeito. 
Despedimo-nos do século XIX com os olhos voltados para o maior centro 
do pensamento crítico, que foi a escola do Recife. Diria melhor, que foi o Nor­
deste: porque o movimento das idéias não se concentrou apenas na Faculdade 
de Direito daquela província. Em Fortaleza, no jornal maçônico Fraternidade, 
uma elite de estudiosos, lidos em Vacherot, Renan, Quinet, Strauss, Darwin, 
Com te, Bournouf, freqüentava as mesmas fontes onde se abeberavam os arautos 
recifenses. Thomas Pompeu Filho, João Lopes, Capistrano (que ainda estava 
lá), Xilderico de Faria, Araripe Júnior, João Brígido e esse supreendente Rocha 
Lima, morto em 1877 aos 24 anos - estavam em dia com a literatura revolu­
cionária e liberal que vinha da França e que se tomara o veículo da renovação 
cultural dos fins do século. 
Nesse repassar de idéias no curso da centúria anterior - e aqui volto a uma 
afirmativa preliminar - nem sempre foi possível permanecer só no plano das 
idéias: tivemos para melhor compreender-lhes a prospecção e força, de perquirir 
o contexto social onde foram pensadas e litigadas. Porque - e já o escrevemos 
noutro instante - é o con-vívio, que vai desboto ar e amadurecer, quer no indi­
víduo, quer na espécie, o prodígio que se denomina espírito humano. 
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