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Aleitamento Materno

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Aleitamento Materno 1
Aleitamento Materno
PREVALÊNCIA 5
A OMS orienta que o aleitamento materno seja feito por 2 anos ou mais, sendo 
exclusivo até os 6 meses. A introdução precoce de outros alimentos está 
associada a episódios de diarreia, hospitalizações por doensa respiratórias, 
maior risco de desnutrição, menor absorção de nutrientes importantes 
presentes no leite materno, menor eficácia da amamentação como método 
anticoncepcional e menor duração do aleitamento materno.
O aleitamento materno exclusivo AME é quando a criança recebe somente 
leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, 
sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo 
vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos.
O aleitamento materno predominante é quando a criança recebe, além do leite 
materno, água ou bebidas à base de água, sucos de frutas e fluidos rituais.
O aleitamento materno complementado é quando a criança recebe, além do 
leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido, com a finalidade de 
complementar o aleitamento, e não de substituí-lo.
A introdução de alimentação complementar deve ocorrer a partir dos 6 
meses de vida, na consistência de papas.
O aleitamento materno misto ou parcial é quando a criança recebe leite 
materno e qualquer outro tipo de leite.
Os principais benefícios do leite materno incluem:
Evita mortes infantis: protege a criança contra infecções, e a amamentação 
na primeira hora de vida pode ser um fator de proteção contra mortes 
neonatais.
Evita a diarreia.
Evita infecção respiratória.
Diminui o risco de alergia
Diminui o risco de HAS, colesterol alto e DM para a mãe e para o bebê.
Reduz a chance de obesidade: quanto maior o tempo em que o indivíduo 
for amamentado, menor será a chance de ele vir a apresentar sobrepeso ou 
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obesidade.
Melhor desenvolvimento da cavidade bucal: quando o palato é empurrado 
para cima, como acontece com chupetas e mamadeiras, o assoalho da 
cavidade nasal se eleva, com diminuição do tamanho do espaço reservado 
para a passagem do ar, prejudicando a respiração nasal.
Menor custo financeiro.
Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho.
Reduz a prevalência do CA de mama.
A amamentação pode ser usada como métodoanticoncepcional nos primeiros 
6 meses após o parto 98% de eficácia), desde que a mãe esteja 
amamentando exclusivamente ou predominantemente e ainda não tenha 
menstruado.
Em relação à produção do leite, na gestação, a mama é preparada para a 
amamentação (lactogênese fase I) sob a ação de diferentes hormônios — os 
mais importantes são o estrogênio (responsável pela ramificação dos ductos 
lactíferos) e o progestogênio (responsável pela formação dos lóbulos). Na 
primeira metade da gestação há crescimento e proliferação dos ductos e a 
formação dos lóbulos. Na segunda metade, a atividade secretora se acelera e 
os ácinos e alveólos ficam distendidos com o acúmulo de colosto, sendo que a 
secreção láctea incia após 16 semanas de gestação. Com o nascimento da 
criança e a expulsão da placenta, há uma queda acentuada nos níveis 
sanguíneos maternos de progetogênio, com consequente libieração de 
prolactina pela hipófise anterior, iniciando a lactogênese fase II e a secreção 
de leite. Há, também, durante a sucção, a liberação de ocitocina, hormônio 
produzido pela hipófise posterior, que tem a capacidade de contrair as células 
mioepiteliais que envolvem os alvéolos, expulsando o leite neles contido. A 
produção do leitie logo após o nascimento da criança é controlada 
principalmente por hormônios, e a “descida do leite ,ˮ que costuma ocorrer até 
o terceiro ou quaarato dia pós-parto, ocorre mesmo se a criança não sugar o 
seio. Após a “descida do leiteˮ ou apojadura, inicia-se a fase III da 
lactogênese, também denominada galactopoiese. Essa fase, que se mantém 
por toda a lactação, depende, principalmente, da sucção do bebê e do 
esvaziamento da mama.
Na amamentação, o volume de leite produzido varia dependendo do quanto 
a criança mama e da frequência com que mama.
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O leite materno é uma substânciai ativa, que se modifica para atender as 
necessidades do crescimento da criança.
O aspecto mais claro e fluido do leite inicial ou anterior reflete maior conteúdo 
líquido (fração solução do leite), e o aspecto mais consistente do leite do final 
da mamada ou posterior reflete maior conteúdo lipídico (fração emulsão do 
leite).
O leite inicial, pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da 
água de coco, porém é muito rico em anticorpos. O leite do meio da 
mamada tende a ter uma coloração branca opaca, devido ao aumento da 
concentração de caseína. O leite posterior é mais amarelado devido à 
presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, 
abóbora e em outros vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe.
Durante os primeiros 5 a 7 dias após o início da lactão, o leite passa pelo 
estágio de colostro. Após esse período, até cerca de 15 dias, ocorrem 
modificações químicas e imunológicas (leite de transição) e, depois, o leite já 
apresenta características de leite maduro (leite definitivo).
O colostro possui maior qunatidade de proteínas (lactoalbumina) e 
mineirais que o leite maduro, porém tem menos carboidratos e gorduras. A 
principal característica do colostro é a sua composição, com fatores 
imunológicos, céulas de defesa e grande concentração de 
imunoglobulinas, particularmente IgA secretória. A lactose é o carboidato 
predominante no leite, estando menos presente no colostro que no leite 
maduro.
A lactotse tem ação no desenvolvimento do SNC, pois é fonte de 
galactose, essencial para a produção de galactolipídeos, que incluem 
os cerebrosídeos.
No leite humano, destaca-se o papel dos lipídeos como fonte energética para o 
crescimento adequado do RN.
A concentração de proteínas é maior no colostro e declina nas primeiras 
duas a quatro semanas, de forma que o leite maduro apresenta menos 
proteínas totais. A composição do leite humano é cerca de 30% de caseína 
e 70% de proteínas do “soroˮ (principalmente lactoalbumina).
O leite de vaca aparesenta um nível de caseína 6x mais alto.
No leite humano, a proteína com maior concentração é a 
alfalactoalbumina. No leitie de vaca, a proteína com mair concentração é 
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a betalactoglobulina.
Todas as classes de imunoglobulinas estão presentes no leite humano. A IgA é 
a principal imunoglobulina das secreções externas, nas quais se encontra, 
predominantemente, sob forma dimérica (secretoria), constituindo 90% de 
todas as imunoglobulinas presentes no colostro e no leite.
O leite de vaca contém níveis mais altos de todos os minerais, comparado com 
o leite humano. A concentração no leite humano é bem mais adaptada às 
necessidades nutricionais e à capacidade metabólica do RN.
O Fe do leite materno está disponível em quantidade menor porém é muito 
mais biodisponível, snedo absorvido cerca de 50%.
O leite materno apreseneta apenas 1/3 do conteúdo de sódio quando 
comparado ao leite de vaca.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que o leite de vaca não seja 
oferecido para o bebê menor de 12 meses.
Em relação à técnica de amamentação, são considerados pontos-chaves para 
uma boa técnica:
Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz em oposição ao mamilo.
Boca bem aberta e aréola um pouco mais visível acaima da boca do bebê.
Lábio inferior voltado para fora.
Queixo tocando a mama.
Os sinais de técnica inadequada incluem:
Bochechas do bebê encovadas a cada sucção.
Ruídos da língua.
Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada.
Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas 
quando o bebê solta a mama.
Dor na amamentação.
Em relação ao armazenamento, o leite cru (não pasteurizado) pode ser 
conservado em geladeira por 12h eno freezer ou congelador por até 15 dias.
Alguns problemas enfrentados pelas nutrizes duranteo aleitamento materno, 
se não forem precocemente identificados e tratados, podem ser importantes 
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causas de interrupção da amamentação, como:
Mamilos planos ou invertidos: não impedem necessariamente a 
amamentação. Devemos ajudar a mãe a favorecer aa pega e tentear 
diferentes posições, para identificar aquela em que se adaptam melhor.
Ingurgitamento mamário: há compressão dos ductos lactíferos, 
dificultando ou impedindo a saída do leite dos alvéolos. Não havendo alívio, 
a produção do leite pode ser interrompida, com posterior reabsorção do 
leite repressado. O leite acumulado na mama sob press˜ao torna-se mais 
viscoso (ˮleite empedradoˮ). Deve-se orientar a ordenha manual, mamadas 
frequentes, massagem nas mamas e uso de analgésicos, se houver 
necessidade. A melhor orientação é ordenhar um pouco a mama antes das 
mamadas e esvaziar toda a mama em cada mamada.
Fissuras e infecções fúngicas: a infecção da mama no puerpério por 
Candida sp é bastante comum. Mãe e bebê devem ser tratados 
simultaneamente, mesmo que a criança não apresente sinais evidentes de 
candidíase.
O tratamento inicial é local, com nisatina, clotrimazol, miconazol ou 
cetoconazol tópicos por duas semanas. O creme pode ser aplicado 
após cada mamada e não precisa ser removido antes da próxima 
mamada.
Se o tratamento tópico não for eficaz, recomenda-se cetoconazol 
200mg/dia.
Mastite: é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama (o 
mais comumente afetado é o QSE, geralmente unilateral, que pode 
progredir ou não para um infecção bacteriana. O tratamento deve ser 
instituido o mais precocemente possível pois, sem o tratamento adequado, 
a mastite pode evoluir para abscesso mamário, uma complicação grave e 
que, dependendo da área afetada, pode necessitar da interrupção da 
amamentação.
O tratamento inclui os seguintes componentes: identitficação e 
tratamento dacausa da estagnação do leitie e esvaziamento adequado 
da mama.
Não contraindica a amamentação.
O aleitamento materno está contraindicado nas seguintes situações:
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Mães infectadas pelo HIV.
Mães infectadas pelo HTLV.
Criança portadora de galactosemia, uma doença rara em que a criança não 
pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose.
Psicose puerperal.
Em relação ao uso de medicamentos durante a amamentação, estão 
contraindicados:
Isótopos radioativos.
Ácido reitinóico VO.
Sais de ouro.
Antineoplásicos.
Imunossupressores (ciclofosfamida, ciclosporina).
Amiodarona.
Ergotamina.
MIsoprostol.
Drogas de vício ou abuso (anfetaminas, cocaína e maconha).
O álcool em dose reudzida e esporádica é considerado compatível com a 
amamentação, considerando que ela ocorra após duas horas da ingesta.
Sobre os métodos contraceptivos hormonais, aqueles que contêm somente 
progestágenos devem ser preferidos no regime de amamentação exclusiva.
Existem, também, as contraindicações relativas, como: vírus varicela-zóster (o
aleitamento pode ser mantido se as condições físicas permitirem), vírus da 
hepatite B (se HBsAg positivo, o RN deve receber a imunoglobulina hiperimune 
específica e vacina), infecção por CMV, tuberculose.
A COVID19 não impede o aleitamento materno, porém a doação de leite 
humano é contraindicada para mulheres com sintomas compatíveis com 
síndrome gripal, infecção respiratória ou confirmação de COVID19.

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