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SIMULADO ENEM 2024 - VOLUME 1 - PROVA I
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
GAULD, T. Disponível em: <www.tomgauld.com>. Acesso em: 25 out. 2023.
Na tirinha, a mensagem do balão é compartilhada por dois personagens diferentes e separa dois momentos distintos que 
evidenciam o
A. 	 empenho dos pais em melhorar as notas da filha.
B. 	 interesse da garota em participar dos afazeres escolares.
C. 	 tempo perdido pela observação minuciosa do espaço físico.
D. 	 reconhecimento diferente dado a um mesmo comportamento.
E. 	 cuidado do professor em garantir um futuro de sucesso da aluna.
Alternativa D
Resolução: Uma possível tradução da fala compartilhada entre os personagens da tirinha seria: “isto [nota / medalha] é por 
gastar todo o seu tempo olhando para o espaço”. No primeiro quadrinho, durante uma reunião escolar, a aluna recebe uma 
nota ruim por esse comportamento. Já no segundo quadrinho, durante uma conferência de astronomia, ela recebe uma 
medalha. Assim, a mesma fala separa dois momentos distintos da vida da garota que evidenciam o reconhecimento diferente 
dado a um mesmo comportamento: o de gastar todo o tempo observando o espaço. Portanto, está correta a alternativa D. 
A alternativa A está incorreta, pois o empenho dos pais em melhorar as notas da filha não está em evidência na tirinha 
nem tem relação com o balão compartilhado. A alternativa B está incorreta, pois depreende-se que, no período escolar, a 
menina gostava de passar o seu tempo observando o espaço, e não participando dos afazeres escolares. A alternativa C 
está incorreta, pois o tempo gasto observando o espaço rendeu à personagem uma medalha na vida adulta e, portanto, 
não pode ser considerado como um tempo perdido. A alternativa E está incorreta, pois o professor critica o comportamento 
da menina e lhe dá uma nota baixa por isso. Assim, ele não está preocupado com o futuro dela, pois poderia incentivá-la 
desde cedo a seguir estudando astronomia, já que era sua área de interesse.
F5S1
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa E está incorreta, pois, como anteriormente 
explicado, embora houvesse um temor da sexualização dos 
corpos femininos durante a corrida, não há informações no 
texto que liguem isso à utilização de qualquer traje.
QUESTÃO 03 
Disponível em: <https://www.dss.gov.au>. Acesso em: 25 out. 2023.
Na campanha sobre violência doméstica realizada pelo 
governo australiano, o uso da expressão reach out sugere 
a ideia de que o interlocutor do texto deve
A. 	 entrar em contato com os meios informados para 
pedir ajuda.
B. 	 oferecer auxílio imediato às vítimas de violência da 
vizinhança.
C. 	 deixar sua residência o mais rápido possível em caso 
de agressão.
D. 	 mobilizar a sociedade para impedir novos casos de 
violência doméstica.
E. 	 alcançar a rede de apoio local através dos pontos de 
encontro anunciados.
Alternativa A
Resolução: O termo reach out tem o sentido, no contexto 
apresentado, de “entrar em contato com alguém”. Assim, o 
uso dessa expressão sugere que o interlocutor da campanha 
procure ajuda e entre em contato através dos meios informados 
no cartaz. Portanto, está correta a alternativa A, que contempla 
o sentido correto da expressão. A alternativa B está incorreta, 
pois oferecer auxílio imediato às vítimas de violência da 
vizinhança é uma afirmação que extrapola as informações 
contidas na campanha e o seu objetivo. Além disso, não tem 
relação com o termo em destaque no enunciado. A alternativa 
C está incorreta, pois não há informações na campanha que 
sugiram ao interlocutor que ele deixe sua residência o mais 
rápido possível em caso de agressão. A alternativa D está 
incorreta porque não há sugestão ao interlocutor no cartaz 
sobre mobilizar-se socialmente para impedir novos casos de 
violência doméstica, mas sim sobre entrar em contato caso 
sofra agressão. A alternativa E está incorreta, pois não há, no 
cartaz, informações ou anúncios de pontos de encontro que 
serviriam como rede de apoio local.
8O9P
QUESTÃO 02 
“Women are not physiologically capable of running a 
marathon.” Those nine words leapt off the paper like a slap to 
the face. The letter she held was the response to her request 
for an official entry to run the 1966 Boston Marathon – 
a flat-out refusal, but also a derogatory sideswipe of her 
capabilities as a woman, particularly given she was now 
running up to 40 miles at a stretch. In the mid-1960s, 
women’s long-distance running was still considered 
dangerously radical. Female runners had completed 26.2 
miles many times, but groundless ideas lingered that a 
woman’s body was not built for such extreme exertion. It 
was feared that allowing women to take on the distance 
would lead to dangerous levels of indecency. 
GIBB, B. The Boston Marathon pioneer who raced a lie. Disponível 
em: <www.bbc.com>. Acesso em: 19 out. 2023 (Adaptação).
No texto, a resposta oficial da Maratona de Boston, nos 
Estados Unidos, em 1966, expõe um caráter discriminatório 
perante as mulheres. Nesse sentido, entre as razões dadas 
às mulheres como impeditivas para competir, destaca-se a
A. 	 inexistência de coletivos femininos organizados nas 
corridas.
B. 	 impossibilidade de elas disputarem o pódio com 
outros homens.
C. 	 falsa ideia de que elas não tinham o biotipo 
recomendado para correr.
D. 	 proibição da prática de atividades físicas pelo grau de 
periculosidade.
E. 	 inadequação moral dos trajes utilizados nas 
competições da época.
Alternativa C
Resolução: A notícia trata sobre uma maratonista que, 
nos anos 1960, quando mulheres já corriam maratonas, 
foi impedida de competir em uma delas com a alegação de 
que “mulheres não são fisiologicamente capazes de correr”. 
A notícia apresenta outros pensamentos da época que foram 
empecilhos para uma mulher competir em maratonas, todos 
relacionados a uma suposta incapacidade física feminina, 
inclusive temendo uma sexualização do corpo da mulher. 
Portanto, a alternativa correta é a C, referente a essas razões 
preconceituosas citadas pela notícia. A alternativa A está 
incorreta, pois não há informações no texto sobre coletivos 
femininos organizados. A alternativa B está incorreta porque 
o texto não informa que as mulheres eram impossibilitadas 
de competir e disputar o pódio com outros homens. O fato 
de elas não poderem competir não é uma razão, mas sim 
uma consequência do pensamento preconceituoso da época. 
A alternativa D está incorreta, pois o texto não menciona a 
proibição de práticas de atividades físicas pelo seu grau 
de periculosidade. O que o texto informa é que o pedido 
de participação de uma mulher na Maratona de Boston 
foi recusado e que, na época, a corrida de longa distância 
feminina era considerada um esporte perigosamente radical. 
1OF3
LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 04 
poem where no one is deported
now i like to imagine la migra running 
into the sock factory where my mom 
& her friends worked. it was all women
who worked there. women who braided 
each other’s hair during breaks. 
women who wore rosaries, & never
had a hair out of place. women who were ready 
for cameras or for God, who ended all theirsentences 
with si dios quiere. as in: the day before
this god was the god that woke me up 
at 7am every day for school to let me know 
there was food in the fridge for me & my brothers.
i never asked my mom where the food came from, 
but she told me anyway: gracias a dios. 
gracias a dios del chisme, who heard all la migra’s plans 
& whispered them into the right ears 
to keep our families safe.
OLIVAREZ, J. Disponível em: <https://poets.org>. 
Acesso em: 21 set. 2023. [Fragmento]
O poema de José Olivarez estrutura-se a partir de um 
recurso linguístico que destaca o(a)
A. 	 efeito negativo da fome.
B. 	 falta de direitos nas fábricas.
C. 	 isolamento das trabalhadoras.
D. 	 vínculo entre desconhecidas.
E. 	 origem de uma comunidade.
Alternativa E
Resolução: A partir da leitura do poema, é possível inferir 
que o autor utiliza o recurso linguístico da mescla de dois 
idiomas (inglês e espanhol) como forma de destacar as 
origens e os costumes da comunidade do eu lírico. Embora 
não se saiba exatamente sua nacionalidade, infere-se que 
é latino-americano. O eu lírico conta sua história em língua 
inglesa e resgata as falas que ouvia e com as quais estava 
acostumado em espanhol. Assim, está correta a alternativa E. 
A alternativa A está incorreta porque o eu lírico relata que 
não faltava comida na geladeira e, portanto, é incorreto 
dizer que ele utiliza recurso linguístico para destacar o 
efeito negativo da fome. A alternativa B está incorreta, 
pois, em momento algum, o poema apresenta a informação 
sobre falta de direitos trabalhistas. A alternativa C está 
incorreta, pois não é possível inferir que as mulheres 
estivessem isoladas umas das outras ou de outros grupos.
Na verdade, o texto menciona que as mulheres eram 
amigas. A alternativa D está incorreta porque não se pode 
afirmar que as mulheres eram desconhecidas, uma vez 
que trabalhavam juntas na fábrica e o eu lírico afirma que 
a mãe trabalhava com as amigas. 
EZRS QUESTÃO 05 
People’s beliefs and attitudes to work will have a 
big impact on their creative development. Some are 
“performance-oriented”: they are very concerned about 
how they compare to others. In general, they see their 
talents as fixed, and so prefer to stick to tasks that will 
consistently result in success. They tend to take feedback 
more personally. They think that if you are unable to perform 
well, it’s because of the lack of capability – and it’s not 
something you can develop. 
Others are “learning-oriented”: they tend to be more 
focused on the opportunity to increase their skills and 
broaden their knowledge. They are also more resilient in 
the face of failure, since they analyse what went wrong and 
use those lessons as an opportunity for growth. 
To see whether these mindsets could influence 
people’s creativity, employees of a large electro-optical 
manufacturer in Israel were examined. Overall, it was 
found that the learning-oriented employees showed greater 
improvement in the number and quality of ideas they 
contributed to the scheme, compared to those who were 
performance-oriented, who tended to give up and stop trying 
after they had faced a disappointment. 
ROBSON, D. Disponível em: <www.bbc.com>. 
Acesso em: 12 jun. 2021. [Fragmento adaptado]
Ao comparar as características de pessoas learning-
oriented e performance-oriented, o texto sugere que, para 
desenvolver a criatividade, aqueles com o perfil voltado 
para o desempenho deveriam
A. 	 aprimorar a maneira de lidar com a frustração.
B. 	 realizar tarefas corriqueiras com mais precisão.
C. 	 combater a propensão a cometer os mesmos erros.
D. 	 explorar seus pontos fortes para lidar com suas 
limitações.
E. 	 investir na relação com os colegas de trabalho mais 
criativos.
Alternativa A
Resolução: Segundo o texto, pessoas com perfil voltado 
para o desempenho (performance-oriented) tendem a 
acreditar que não são capazes de desenvolver outros 
talentos e, por isso, preferem se concentrar em tarefas que 
executam bem. Essa crença prejudica o desenvolvimento 
da criatividade, já que essas pessoas não estão dispostas a 
experimentar situações novas. O texto afirma também que 
elas tendem a desistir depois de um fracasso ou decepção. 
Já as pessoas com perfil voltado para a aprendizagem 
(learning-oriented) são mais resilientes e receptivas a 
novas experiências, o que estimula sua criatividade e, 
consequentemente, sua atuação no mundo do trabalho. 
Isso está claro no último parágrafo, no qual se informa 
que estas contribuíram de forma mais significativa do 
que aquelas. Sendo assim, é correto afirmar que, para 
desenvolver a criatividade, as pessoas com perfil voltado 
para o desempenho deveriam aprimorar a maneira de lidar 
com a frustração, conforme indica a alternativa A.
XWFV
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
Desde hace rato, cuando ustedes llegaron
Ya estaban las huellas de nuestros zapatos
Se robaron hasta la comida’e gato
Y todavía se están lamiendo el plato
Bien encabrona’o con estos ingratos
Hoy le doy duro a los tambores
Hasta que me acusen de maltrato
Si no entiendes el dato
Pues te lo tiro en cumbia
Bossa nova, tango o vallenato
Estos canallas se les olvidó que el calendario que usan
Se lo inventaron los Mayas
Con la Valdivia Precolombina desde hace tiempo, ah
Este continente camina
RESIDENTE. This is not America. Miami: Sony Music Latin, 2022. 
[Fragmento]
Na letra da canção, o eu lírico expressa que a América 
Latina é uma região
A. 	 questionada por sua identidade.
B. 	 influenciada pelos países ricos.
C. 	 depreciada no aspecto musical.
D. 	 desapropriada de sua história.
E. 	 aprisionada ao passado opressor.
Alternativa D
Resolução: Na letra da canção “This is not America”, 
expressa-se que a América Latina tem uma história que 
antecede a chegada dos colonizadores (“Desde hace rato, 
cuando ustedes llegaron / Ya estaban las huellas de nuestros 
zapatos”). Porém, essa história não é reconhecida, sendo 
a região desapropriada do seu legado, como se a América 
Latina tivesse passado a existir apenas após a chegada dos 
europeus. As contribuições dos povos ameríndios, apesar 
de fundamentais, são desconsideradas (“Estos canallas se 
les olvidó que el calendario que usan / Se lo inventaron los 
Mayas”). Portanto, está correta a alternativa D. A alternativa 
A está incorreta porque a letra da canção não expressa 
que a América Latina é questionada por sua identidade, 
mas, antes, é expropriada de seus elementos típicos (“Se 
robaron hasta la comida’e gato”). A alternativa B está incorreta 
porque a América Latina mostra-se uma região autônoma 
e que contribui cultural e intelectualmente com outras. 
ØIFV
A alternativa C está incorreta porque, embora o eu lírico cite 
estilos musicais latino-americanos, não o faz com o intuito de 
demonstrar que esses estilos são depreciados, mas sim de 
mostrar a variedade e a riqueza artística. A alternativa E está 
incorreta porque, embora infira-se que o passado tenha sido 
opressor devido ao processo de colonização e subjugação dos 
povos ameríndios, não se pode afirmar, segundo a perspectiva 
do eu lírico, que a região esteja aprisionada, uma vez que o 
“continente camina”. 
QUESTÃO 02 
El militarismo de la sociedad de la cultura azteca se 
reflejaba con gran claridad en la esfera religiosa. Los mitos 
de creación, por ejemplo, sacralizaban la guerra al sostener 
que la única forma de evitar la destrucción de la humanidad, 
como había sucedido a las cuatro anteriores, consistía en 
alimentar al Sol con la sangre de los enemigos prisioneros 
de guerra para fortalecerle y evitar así su muerte.
Sin embargo, las creencias guerreras de los pipiltin 
mexicas no eran compartidas por la inmensa mayoría de 
los campesinos del México Central, sostén económico de 
Tenochtitlán, que seguían adorando a los viejos dioses de 
la vegetación y el agua. Estaoposición dio origen a una 
religión donde convivían en igualdad ambas tradiciones. 
La presencia de dos capillas gemelas en el Templo Mayor 
de Tenochtitlán, dedicada una a Tialoc, el dios acuático, 
y otra a Huitzilopochtli, la belicosa deidad de la cultura 
azteca, simbolizaba a la perfección el dualismo típico del 
pensamiento mexica. 
Los sacrificios humanos, punto culminante del 
complejo sistema ceremonial mexica, reproducían también 
la dualidad, ya que las técnicas empleadas en algunos 
de ellos (decapitación, flechamiento, inmersión en agua 
o desollamiento) tenían un claro simbolismo agrario. 
Sin embargo, todos finalizaban de la misma manera, que 
el sacrificio realizado en honor de Tonatiuh, la deidad solar: 
los sacerdotes abrían el pecho del cautivo con una gran 
navaja de piedra, sacaban el corazón y lo ofrecían al Sol.
Disponível em: <http://lahistoriamexicana.mx>. Acesso em: 14 mar. 2017.
A intenção comunicativa de um texto pode ser inferida, entre 
outros aspectos, por meio do conhecimento da informação 
veiculada e da identificação do público ao qual se dirige. 
Considerando-se as informações apresentadas e o provável 
público-alvo, o texto foi construído principalmente com a 
intenção de
A. 	pormenorizar os sacrifícios humanos realizados pelos 
astecas em honra ao deus sol.
B. 	estabelecer que a religiosidade para os astecas se 
restringia a aspectos militares. 
C. 	discorrer sobre a relação entre a religião e outros 
aspectos da vida dos astecas.
D. 	relatar a incorporação das crenças dos camponeses 
por parte dos guerreiros astecas.
E. 	descrever a existência de uma capela construída para 
o culto de duas divindades. 
L7E5
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: A alternativa correta é a C, pois o texto relaciona 
a religião com tipos de atividade profissional (camponeses, 
guerreiros), indicando que essa atividade está de acordo 
com várias esferas da vida dos astecas. A alternativa A 
está incorreta porque a descrição dos sacrifícios é apenas 
ilustrativa, não podendo ser considerada a intenção 
comunicativa principal do texto. A alternativa B está 
incorreta porque a religião para os astecas também 
estava relacionada ao universo campesino, como se 
observa na adoração aos deuses da vegetação e da 
água. A alternativa D está incorreta porque o texto relata 
uma separação entre as crenças dos camponeses e dos 
guerreiros. A alternativa E está incorreta, pois, segundo o 
texto, há duas capelas no Templo Mayor de Tenochtitlán.
QUESTÃO 03 
La sequía no es la única amenaza que acecha a los 
delfines del Amazonas
En su astucia e inteligencia, los delfines han aprendido 
cómo romper las mallas de los pescadores para quedarse 
con los peces, generando un conflicto con los humanos 
que se ha sumado a sus múltiples amenazas. No solo es 
que los maten. También está, claro, la sequía. Aquí, en el 
lado colombiano del río Amazonas, este y sus tributarios 
permanecen con aguas bajas a pesar de que, según la 
comunidad, los caudales ya deberían estar subiendo desde 
octubre. Pero hay otros factores que mantienen en vilo su 
supervivencia, como la contaminación por mercurio dejada 
atrás por la minería. 
MONSALVE, M. M. Disponível em: <https://elpais.com>. 
Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento]
No contexto de ameaça aos botos, a expressão en vilo 
destaca que a
A. 	 multiplicidade de fatores causa dúvida quanto à vida 
dos animais.
B. 	 inteligência animal tem impedido a degradação das 
espécies.
C. 	 sobrevivência dos animais depende da ação objetiva 
humana.
D. 	 seca prejudica tanto os animais quanto o grupo de 
pescadores.
E. 	 contaminação por mercúrio é um fator menos 
preponderante. 
Alternativa A
Resolução: No texto sobre as ameaças à vida dos botos, a 
expressão en vilo é utilizada para relatar que, além dos fatores 
mencionados pelo trecho, há outros que mantêm em dúvida 
ou põem em xeque a sobrevivência dos animais. A expressão, 
segundo o Diccionario de la Lengua Española, significa 
“con indecisión, inquietud” (com indecisão, inquietude). 
Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B está 
incorreta porque, embora se mencione que os animais 
sejam inteligentes, não se afirma que isso esteja impedindo 
a degradação das espécies, mas sim que, ao utilizar a 
inteligência para romper a rede dos pescadores e ficar 
com os peixes deles, tornam-se alvo dos seres humanos. 
NØ2X
A alternativa C está incorreta porque, ainda que se saiba que 
a ação humana pode impedir a extinção dos botos, o texto 
não afirma isso, tampouco a expressão en vilo tem esse 
significado. A alternativa D está incorreta porque o texto não 
relaciona os pescadores à seca. A alternativa E está incorreta 
porque não se informa que a contaminação por mercúrio seja 
menos preponderante que os demais fatores na extinção da 
vida dos botos.
QUESTÃO 04 
Resulta evidente cuando un autor entra en edad 
avanzada y empieza a ver su vida y su obra con perspectiva. 
Un sentimiento recurrente es el arrepentimiento, a menudo 
por considerar que tiene todavía mucho que ofrecer al arte 
que le llena, pero cada vez menos tiempo que dedicarle.
Con la edad, Pedro Almodóvar ha ido desprendiéndose 
de excentricidades visuales, con colores ligeramente más 
neutrales (siguen siendo más vivos que los de la mayoría de 
las películas que se estrenan) y puesta en escena más austera, 
aunque elegante. Eso parece venir bien en su salto al cine en 
inglés, haciendo una transición más fluida aquí que en La voz 
humana, dando a este wéstern un aroma reposado exquisito.
GALLEGO, P. Disponível em: <www.espinof.com>. 
Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento]
No trecho da resenha anterior, o autor defende que a obra 
fílmica analisada
A. 	 atualiza o que o cineasta chama de excentricidade 
visual.
B. 	 reflete sobre a postura infantil assumida nos primeiros 
filmes.
C. 	 mostra a adoção do estilo fluido próprio do cinema em 
inglês.
D. 	 revela uma retomada cinematográfica de recursos 
tradicionais.
E. 	 apresenta uma evolução elegante na cinematografia 
do espanhol.
Alternativa E
Resolução: No trecho da resenha em análise, o autor 
demonstra como o filme resenhado revela uma mudança 
no estilo cinematográfico de Pedro Almodóvar, que deixou 
excentricidades visuais para chegar a cenas mais austeras, 
embora elegantes. Desse modo, compreende-se que houve 
uma evolução na elegância da cinematografia de Almodóvar. 
Portanto, está correta a alternativa E. A alternativa A está 
incorreta porque a excentricidade visual não é atualizada, 
mas deixada de lado. A alternativa B está incorreta porque 
não se informa que Almodóvar tinha uma postura infantil 
nos primeiros filmes. A alternativa C está incorreta porque 
o trecho não afirma que Almodóvar tenha adotado o estilo 
fluido do cinema em inglês, mas sim que deu um salto 
ao cinema em inglês de forma fluida. A alternativa D está 
incorreta porque Almodóvar tem proposto mudanças em 
sua cinematografia, e não retomado recursos tradicionais.
F49S
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 05 
Disponível em: <www.instagram.com>. Acesso em: 20 out. 2023.
O território das Ilhas Malvinas, há anos, está em disputa entre o Reino Unido e a Argentina. Nesse sentido, a função do 
post do governo argentino é
A. 	 reafirmar a posição de reivindicação pela localidade.
B. 	 apresentar as pautas do diálogo mediado pela ONU.
C. 	 questionar o projeto de resolução do Comitê Especial. 
D. 	 parabenizar a ONU pela busca da resolução do conflito. 
E. 	 divulgar informações sobre o Comitê e seu funcionamento.
Alternativa A
Resolução: O post do governo argentino informa sobre a participação da delegação argentina na sessão anual do Comitê 
Especial de Descolonização das Nações Unidas para negociações sobre as Ilhas Malvinas. No texto, fica explícito que a 
Argentina reiterará sua petição sobre o território, uma vez que o país tem disputado com o Reino Unido a possedas ilhas 
(“Argentina reiterará ante la ONU su reclamo sobre la cuestión de las Islas Malvinas”). Portanto, está correta a alternativa A. 
A alternativa B está incorreta porque não são apresentadas as pautas da sessão anual. As alternativas C e D estão incorretas 
porque não há nem questionamento ao projeto das Nações Unidas nem parabenização. A alternativa E está incorreta porque, 
no post, há apenas um direcionamento para informações sobre o Comitê, indicado pela frase “Conocé cómo funciona el 
comité” e pelo símbolo de uma mão apontando para a direita.
78FN
LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
A CERTA PERSONAGEM DESVANECIDA...
Um soneto começo em vosso gabo
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.
Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei.
MATOS, G. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 166.
A comicidade é um elemento muitas vezes utilizado na 
construção de textos literários. Nesse soneto, o que provoca 
o riso é o(a)
A. 	 forma debochada como o sujeito lida com a construção 
do próprio poema.
B. 	 tom hostil desenvolvido ao longo dos versos que 
satirizam o fazer poético.
C. 	 arquitetura simplória de um manifesto proferido como 
um ato político.
D. 	 maneira perspicaz como o eu lírico valoriza os seus 
próprios atos.
E. 	 tratamento trivial dado às indagações filosóficas de 
um escritor.
Alternativa A
Resolução: No poema em análise, o recurso metalinguístico 
está associado ao tom humorístico para a construção 
textual. O eu lírico, ao comentar o início do soneto (“Um 
soneto começo em vosso gabo”) e como cada verso está 
estruturado (“Na quinta torce agora a porca o rabo”), 
debocha do próprio processo criativo e insere comicidade 
na situação. Portanto, está correta a alternativa A. 
A alternativa B está incorreta porque o poema não apresenta 
tom hostil, mas humorístico e debochado. A alternativa C 
está incorreta porque o texto não tem a arquitetura de 
um manifesto, tampouco há uma abordagem política. 
A alternativa D está incorreta porque o eu lírico não valoriza 
os próprios atos, mas caçoa da própria produção poética, 
ridicularizando-a, como em “Já este quartetinho está no cabo”. 
A alternativa E está incorreta porque o poema não trata de 
indagações filosóficas, mas da própria construção poética.
BB1H QUESTÃO 07 
Professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira 
no Colégio Lauro Farani Pedreira de Freitas, no município 
baiano de Iaçu, Elisabeth Amorim incentiva o hábito da 
leitura e sempre busca novas ideias para estimular os 
alunos a apreciarem a atividade. Assim, para combater a 
resistência dos estudantes em relação à leitura, ela resolveu 
promover oficinas, na sala de aula, para “desmontar” a 
literatura. “Isso significa dizer desconstruir o texto, mudando 
de uma série discursiva para outra”, explica Elisabeth.
Segundo ela, os alunos passaram a transformar 
contos ou romances em charges, bilhetes, cartas, cartazes, 
cartuns, histórias em quadrinhos ou grafites em tamanho 
gigante. Os registros tiveram início em 2007. “Vejo tanta 
riqueza na produção desses estudantes que não consigo 
desistir de investir em uma educação de qualidade”, afirma.
SCHENINI, F. “Desmonte” da literatura incentiva hábito da leitura em 
escola baiana. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. 
Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento]
A partir da exposição sobre o projeto desenvolvido pela 
professora, entende-se que a proposta de levar os alunos 
a “desconstruírem” os textos incentiva a leitura ao
A. 	 refletir sobre a atemporalidade das obras literárias.
B. 	 realizar adequação textual a gêneros do cotidiano.
C. 	 facilitar o conteúdo narrativo ao público infantil.
D. 	 requisitar a participação ativa da comunidade.
E. 	 valorizar as produções do ambiente escolar.
Alternativa B
Resolução: Os termos “desmontar”, “desconstrução” 
e “desmonte” que aparecem no texto, na fonte e no 
enunciado da questão traduzem o projeto da professora 
Elisabeth Amorim. Esse projeto consiste na apresentação 
de textos aos alunos em um determinado gênero e serão 
transformados por eles em outros. As palavras “desmontar”, 
“desconstrução”, “desmonte” e “transformação” são 
sinônimos contextuais de “adequação”, vocábulo presente 
na assertiva correta, alternativa B. A alternativa A está 
incorreta: a proposta da professora não está relacionada 
a pensar o conteúdo das obras literárias em relação a sua 
permanência ao longo do tempo, mas sim adaptá-lo a outro 
formato, outro gênero. A alternativa C está incorreta: não há 
dados na notícia a respeito da amenização de dificuldade 
dos textos que são recebidos pelos alunos a partir de 
sua transformação em outra série discursiva. O propósito 
da professora é combater a resistência à leitura, e não 
à dificuldade implicada por ela. A alternativa D está incorreta: 
ainda que a participação dos alunos seja um fator importante 
para a concretização do projeto, ela não é a atividade 
proposta. A alternativa E está incorreta: a valorização das 
produções dos alunos é um fato explicitado no texto que se 
relaciona com a professora, e não como parte do projeto 
de incentivo à leitura.
ØWOW
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 08 
A eletricidade é o que dá choque. No fio lá de casa é só 
o susto. Agora nos da rua muita gente morre a não ser os 
passarinhos que nem ligam. A eletricidade é também o que 
dá a luz elétrica que papai sempre diz que se esqueceu de 
pagar ela quando o homem vem cortar. A luz elétrica não é 
como a luz do Sol pois precisa de lâmpada pra acender e 
pra queimar. Fora isso eu não sei mais nada de eletricidade 
a não ser a televisão mas essa até mesmo o papai diz que 
ninguém entende.
FERNANDES, M. Disponível em: <http://www2.uol.com.br>. 
Acesso em: 19 abr. 2017.
A coesão é o processo que estabelece, linguisticamente, 
a ligação entre palavras, orações, períodos e parágrafos 
em um texto. Considerando os recursos empregados por 
Millôr Fernandes, contribui para a coesão do texto
A. 	 a elipse em “No fio lá de casa é só o susto”, que dá 
progressão textual ao trecho por meio da retomada do 
sujeito da oração anterior.
B. 	 a hiponímia em “muita gente”, que ocorre como forma 
de fazer referência à população em geral sem que 
haja repetição de termos.
C. 	 a locução concessiva em “Fora isso eu não sei mais 
nada de eletricidade a não ser a televisão”, que 
estabelece contradição.
D. 	 o advérbio “agora”, na terceira frase, que é responsável 
por estabelecer a relação de sequenciamento temporal 
entre as ações.
E. 	 o pronome demonstrativo “essa”, na última frase, 
que mantém a temática sobre a qual se discorre, 
retomando o termo “eletricidade”.
Alternativa A
Resolução: Em “No fio lá de casa é só o susto”, há elipse 
do sujeito “A eletricidade”, que é subentendido com base 
no período anterior: “A eletricidade é o que dá choque”. 
Assim, pode-se reescrever o segundo período do texto da 
seguinte maneira: “No fio lá de casa, a eletricidade é só 
o susto”. Isso acontece por causa da coesão referencial 
existente nesse trecho, que possibilita aos leitores identificar 
sobre o que se faz a declaração, ainda que esse termo não 
seja mencionado. O adjunto adverbial “no fio lá de casa” 
é também responsável por manter a referência, já que 
carrega o foco da declaração e impõe nova circunstância de 
lugar. Está correta, portanto, a alternativa A. A alternativa B 
está incorreta porque “muita gente” não faz referência à 
população em geral, mas às pessoas “da rua”, aquelas 
que lidam com a eletricidade dos postes,de acordo 
com as ideias do narrador. A alternativa C está incorreta 
porque, no fragmento mencionado, o trecho “a não ser” 
é concessivo, portanto, não tem valor de contradição. 
6CO3 A alternativa D está incorreta porque esse emprego de 
“agora” tem sentido de adversidade, podendo ser substituído, 
sem prejuízo à semântica do texto, por “já” ou “mas”; sua 
significação, então, não está associada à indicação de 
tempo. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque 
“essa” retoma “televisão”, tirando o foco de “eletricidade”.
QUESTÃO 09 
Thauane,
Em 4 de fevereiro, você postou o seguinte texto em 
sua página no Facebook: “Vou contar o que houve ontem, 
pra entenderem o porquê de eu estar brava com esse lance 
de apropriação cultural: eu estava na estação com o turbante 
toda linda, me sentindo diva. E eu comecei a reparar que 
tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que tavam 
me olhando torto, tipo ‘olha lá a branquinha se apropriando 
da nossa cultura’, enfim, veio uma falar comigo e dizer 
que eu não deveria usar turbante porque eu era branca. 
Tirei o turbante e falei ‘tá vendo essa careca, isso se chama 
câncer, então eu uso o que eu quero! Adeus’. Peguei e saí 
e ela ficou com cara de tacho. E, sinceramente, não vejo 
qual o PROBLEMA dessa nossa sociedade, meu Deus”.
Ao final, você fez a hashtag: #VaiTerTodosDeTurbanteSim.
Se esse episódio acontecesse alguns anos 
atrás, Thauane, eu talvez aderisse à sua hashtag 
#VaiTerTodosDeTurbanteSim. Porque acharia uma 
convocação mais igualitária. Até alguns anos atrás eu 
acreditava que era suficiente não ser racista. Eu me achava 
bacana por defender os direitos humanos e denunciar 
a violência contra as minorias. Eu me achava legal por 
não distinguir raça, mas enxergar pessoas. Eu teria 
convicção de que, ao usar um turbante, estaria fazendo 
um reconhecimento e uma homenagem à outra cultura. 
Até alguns anos atrás eu acreditava que era isso o que 
eu poderia fazer de melhor como branca num país racista.
BRUM, E. Disponível em: <http://brasil.elpais.com>. 
Acesso em: 04 abr. 2017. [Fragmento]
A articulista aborda o uso de turbantes por mulheres brancas 
direcionando seu texto a Thauane, jovem que alegou ter 
sofrido preconceito por usar o acessório. Para expor o que 
pensa, a autora utiliza
A. 	 nomes históricos, referindo-se a fatos relevantes na 
história do país.
B. 	 ideias hipotéticas, elencando possíveis reações 
pessoais ao ocorrido.
C. 	 verbos no pretérito, indicando atitudes tomadas em 
situação semelhante.
D. 	 circunstâncias de tempo, destacando a luta 
antirracismo dos brancos.
E. 	 trechos de outros autores, refletindo sobre possíveis 
reações à polêmica.
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LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: No segundo parágrafo do fragmento, Eliane 
Brum elenca reações que hipoteticamente teria se, 
no passado, tivesse experienciado a mesma situação 
vivenciada por Thauane. A ideia de hipótese pode ser 
reconhecida no uso do futuro do pretérito, que indica 
possibilidade, probabilidade: “acharia uma convocação mais 
igualitária” e “eu teria convicção de que, ao usar um turbante, 
estaria fazendo um reconhecimento e uma homenagem 
à outra cultura”. Está correta, assim, a alternativa B. 
A alternativa A está incorreta porque a autora não faz uso 
de nomes históricos nem se refere a fatos relevantes na 
história do país, apenas retoma uma situação ocorrida no 
momento presente. A alternativa C está incorreta porque os 
verbos usados no texto não indicam as atitudes tomadas 
em situação semelhante à que Thauane viveu; a autora, na 
verdade, nunca passou por essa situação. A alternativa D 
está incorreta porque a autora não discorre sobre uma 
suposta “luta antirracista dos brancos”. A utilização de 
termos que indicam tempo serve para localizar o fato a que 
a autora se refere e, ainda, para elencar suas possíveis 
reações no passado, numa época em que “acreditava que 
era suficiente não ser racista”. Por fim, a alternativa E está 
incorreta porque a autora não cita trechos de outros autores 
para refletir acerca de possíveis reações à polêmica do uso 
do turbante, mas apenas cita o post de Thauane em uma 
rede social para contextualizar o assunto, respondendo-a, 
além de refletir sobre possíveis reações que, no passado, 
ela mesma teria diante da polêmica.
QUESTÃO 10 
A leitura, enquanto construção de sentido, apresenta-se 
como um fenômeno muito singular por ser um acontecimento 
somente concretizado quando há a reconstrução significativa 
de um dizer, situado em uma interação social.
Bakhtin, teórico russo, defende que a construção de 
significados depende da inserção da palavra em uma 
situação enunciativa, na qual um indivíduo assume a posição 
de enunciador. Isso significa que os signos que compõem um 
dado enunciado não significam por si só e nem a língua pode 
ser concebida apenas como um sistema de signos, mas como 
o lugar de constituição da subjetividade, lugar da interação.
SANTOS, V.; CAMPELO, S. Leitura e construção de sentido: uma 
experiência com o gênero frase. In: Anais do IV COGITE: 
Colóquio sobre gêneros e textos. 2014. Disponível em: 
<https://revistas.ufpi.br>. Acesso em: 18 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
A partir das ideias de Bakhtin, entende-se que o processamento 
de sentido da leitura é
A. 	 baseado nas relações linguísticas e sociais.
B. 	 revelado através das seleções vocabulares.
C. 	 inferido a partir das construções sintáticas.
D. 	 apoiado em uma situação enunciativa prévia.
E. 	 estruturado na construção objetiva do receptor.
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Alternativa A
Resolução: No texto, há a informação de que a língua não 
pode ser “concebida apenas como um sistema de signos, 
mas como um lugar de constituição da subjetividade, lugar da 
interação”, a partir disso, entende-se que o processamento 
de sentido na leitura depende tanto do sistema de signos 
quanto da interação social a qual está inserido. Portanto, 
está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta: 
a seleção dos vocábulos não engloba a totalidade do 
processamento de sentido da leitura. A alternativa C está 
incorreta: as construções sintáticas são apenas uma parte 
do processamento, uma vez que o texto indica, também, o 
local das interações como fator necessário. A alternativa D 
está incorreta: não é preciso, necessariamente, de uma 
situação enunciativa prévia, tão menos o processamento 
de sentido de leitura se apoia totalmente nela. Por fim, 
a alternativa E está incorreta: o processamento de sentido 
de leitura é pautado tanto no aspecto linguístico quanto na 
interação social entre enunciado e receptor, não sendo, 
portanto, fundamentado apenas no receptor.
QUESTÃO 11 
TEXTO I
A alfabetização é um pilar fundamental, ao longo da vida, 
para o desenvolvimento pleno das crianças. A alfabetização 
com qualidade é um direito de todas elas. Pessoas que têm 
um nível insuficiente de alfabetização ficam à margem da 
sociedade, possuem menos oportunidades profissionais 
ou pessoais e não têm acesso aos seus direitos. O 
analfabetismo exclui uma parcela da população do acesso 
às informações mais básicas.
FUTURA. Disponível em: <https://futura.frm.org.br>. 
Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento]
TEXTO II
A alfabetização de crianças e adultos pode mudar de 
maneira significativa os rumos de um país, uma vez que, 
quanto maior o acesso do indivíduo a tudo o que a leitura 
oferece, seja por via cultural, lazer ou até mesmo pela 
própria educação, maiores são as chances de conquistar 
melhores oportunidades no mercado de trabalho e, 
consequentemente, uma melhor qualidade de vida e acesso 
a novos caminhos.
FUNDAÇÃO Abrinq. Disponível em: <www.fadc.org.br>. 
Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento]
O texto I compartilha da mesma ideia do texto II ao 
argumentar que a alfabetização
A. 	 possibilita a ampliação de contextos transformadores. 
B. 	 aumenta o distanciamento entre as camadas sociais.
C. 	 permite a participação popular nas decisões do país.D. 	 coopera com a criação de uma sociedade justa.
E. 	 precisa ser inserida nos anos escolares iniciais.
AØQJ
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa A
Resolução: Ambos os textos utilizam como argumento em defesa da alfabetização a possibilidade de modificar a realidade 
econômica daqueles que sabem ler e escrever. No texto I, isso ocorre através de uma formulação negativa que permite inferir 
o posicionamento favorável do editorial à alfabetização em: “Pessoas que têm um nível insuficiente de alfabetização ficam à 
margem da sociedade”. No texto II, a mesma ideia surge explicitamente em “maiores são as chances de conquistar melhores 
oportunidades no mercado de trabalho e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida e acesso a novos caminhos.” 
Portanto, a alternativa correta é a A. A alternativa B está incorreta: apenas o texto I aborda o tema da desigualdade social 
ao mencionar “pessoas que têm um nível insuficiente de alfabetização ficam à margem da sociedade”. A alternativa C está 
incorreta: a informação que relaciona a alfabetização a um impacto de nível nacional está presente apenas no texto II e 
não aborda um aspecto prático como a participação popular na tomada de decisões, ao contrário, discute subjetivamente o 
potencial modificador da alfabetização nos rumos de um país. A alternativa D está incorreta: apenas o texto I cria a relação 
entre a alfabetização e a justiça social quando cita o acesso dos cidadãos alfabetizados a seus direitos. A alternativa E está 
incorreta: não se menciona, em nenhum dos textos, em que etapa do processo de formação educacional a alfabetização 
deve se concretizar.
QUESTÃO 12 
Eram exatamente como a parentada da qual eu tinha fugido quando garota. Eu não os suportava e, no entanto, eles 
não me largavam, estavam todos dentro de mim. A existência às vezes tem uma geometria irônica. Desde os treze, quatorze 
anos, eu tinha aspirado um decoro burguês, a um bom italiano, a uma vida culta e reflexiva. Nápoles me parecera uma 
onda que me afogaria. Eu não acreditava que a cidade jamais pudesse conter formas de vida diferentes das que eu havia 
conhecido quando criança, violentas ou sensualmente indolentes, tingidas com uma vulgaridade sentimental ou obtusamente 
entrincheiradas na defesa da própria degradação miserável. Eu sequer procurava aquelas formas, nem no passado nem 
em um possível futuro. Tinha ido embora como uma pessoa queimada que, aos gritos, arranca do corpo a pele carbonizada 
acreditando estar arrancando do corpo a própria queimadura.
FERRANTE, E. A filha perdida. 
Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. 
A símile que conclui o excerto do livro de Elena Ferrante procura retomar a ideia de que o(a)
A. 	 vulgaridade com a qual as pessoas se portam causa estranhamento à personagem.
B. 	 difícil relação familiar da narradora marcou dolorosamente sua trajetória de vida.
C. 	 intelectualidade da personagem reafirma seu desprezo nas relações familiares.
D. 	 desamparo experienciado na infância e adolescência desfez-se na vida adulta.
E. 	 violenta cidade de origem marcou negativamente a narradora-personagem.
Alternativa B
Resolução: O fragmento da obra aborda as reflexões da narradora a respeito da sua tentativa de separar-se do seio 
familiar. Na primeira frase, ela deixa esse movimento de separação explícito em “parentada” e “fugido” e seus sentimentos 
de aversão são verificados na declaração objetiva “Eu não os suportava” e no símile presente nas linhas finais do texto. 
A comparação entre a pele queimada e a queimadura, mais interna, ilustra a impossibilidade de separação em causa e efeito. 
Portanto, a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta: o termo “vulgaridade”, usado pela personagem, refere-se 
a sentimentos, e não a maneira de portar-se fisicamente em sociedade. A alternativa C está incorreta: a intelectualidade é 
pretendida pela personagem como uma aspiração futura. Os fatores que motivam seu desprezo estão listados no texto da 
seguinte forma “(pessoas) violentas ou sensualmente indolentes, tingidas com uma vulgaridade sentimental ou obtusamente 
entrincheiradas na defesa da própria degradação miserável”. A alternativa D está incorreta: não há informações que nos 
permitam verificar no texto que a personagem tenha tido uma infância ou adolescência desprotegida. A alternativa E está 
incorreta: a violência não é uma característica associada à cidade, mas sim às pessoas com as quais a personagem teve 
contato na infância.
WIEL
LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa E está incorreta: o casamento infantil foi 
apenas um dos fatores mencionados como parte do todo 
que compõe as experiências desencadeadoras de danos 
psicológicos de Isabel. Portanto, ela é restritiva e não 
engloba todas as experiências negativas que causam os 
problemas psicológicos. 
QUESTÃO 14 
TEXTO I
Pesquisa inédita mostra que formados em escolas de 
tempo integral têm 63% de chance de entrar no ensino 
superior, enquanto os demais têm 46%.
Passar mais tempo na escola participando de atividades 
como teatro, dança e reforço escolar aumenta a chance de 
estudantes do Ensino Médio serem aprovados no vestibular. 
Além disso, eles terão, em média, um salário maior do que 
os demais ao ingressar no mercado de trabalho.
Educação em tempo integral garante diminuição das diferenças 
sociais. Disponível em: <https://eesp.fgv.br>. 
Acesso em: 22 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO II
Uma pesquisa de opinião intitulada “Percepções sobre 
a Educação Pública e o Ensino Médio no Brasil” apontou 
que 84% dos entrevistados avaliam o Ensino Médio Integral 
de forma positiva e associam esse modelo aos bons 
resultados educacionais.
Para o pesquisador e ex-secretário de Educação de 
São Paulo, Alexandre Schneider, essa modalidade de 
ensino é a melhor saída para a educação do país. “O tempo 
integral faz com que os alunos tenham o maior número de 
estímulos possível, não só pelo olhar educacional, mas 
também pelo profissionalizante”, avalia.
SALES, B.; CAMPOS, B. Ensino integral é a melhor alternativa para 
a educação do país, avalia pesquisador. Disponível em: 
<www.cnnbrasil.com.br>. Acesso em: 22 out. 2023. 
[Fragmento]
Os fragmentos apresentam um ponto de vista favorável ao 
modelo de educação em tempo integral, tendo em comum 
o argumento de que um dos benefícios é a
A. 	 indução à prática de habilidades sociais.
B. 	 preparação para o mercado de trabalho.
C. 	 ampliação do ingresso nas universidades.
D. 	 capacitação em múltiplas áreas do saber.
E. 	 aprovação popular do novo modelo escolar.
VX2J
QUESTÃO 13 
A juventude de Isabel foi marcada pela vulnerabilidade 
extrema durante os anos em que viveu em situação de 
rua na capital, após ser violentada dentro de casa pelo 
ex-marido, com quem se casou aos 10 anos de idade, 
depois de ser expulsa de casa pelo pai. “Como eu morei na 
rua e perdi duas filhas de fome e frio, quando meus netos 
me pedem algo de comer que eu não posso dar, isso me 
assusta e machuca muito”, desabafa ela, aos prantos. “Eles 
já falaram para mim que eu tinha que passar no posto de 
saúde por causa desses choros. O mais velho fala: ‘Vó, 
você tem tanta preocupação, a senhora tem que passar no 
psicólogo do posto’, mas eu falo: ‘Eu tô bem’. Nem comento 
muito com ele essas coisas.”
PEREIRA, M.; LOTH, L. Loucura como diagnóstico da fome? 
Como a insegurança alimentar afeta a saúde mental entre os mais 
vulneráveis no Brasil. Disponível em: <https://ojoioeotrigo.com.br>. 
Acesso em: 28 nov. 2023. [Fragmento adaptado]
A partir da análise do texto, entende-se o objetivo da 
reportagem de
A. 	 pautar a desigualdade social como elemento de 
adoecimento.
B. 	 reforçar a importância da oferta de tratamento 
psíquico no SUS.
C. 	 indicar os reflexos da violência contra a mulher para 
o psicológico.
D. 	 denunciar a omissão do Estado em casos de 
insegurança de moradia.
E.evidenciar o casamento infantil como forma de 
violação de segurança.
Alternativa A
Resolução: O fragmento da reportagem encadeia 
experiências de vulnerabilidade social sofridas por Isabel. 
As situações listadas afetam as pessoas de menor poder 
econômico da sociedade e estão postas como geradoras 
de danos psicológicos. Por isso, a alternativa correta é a A. 
A alternativa B está incorreta: o texto não se constrói de 
forma a reiterar a importância da oferta de tratamentos 
psicológicos no SUS, não há construção de argumentos para 
defender sua importância, apenas a menção à necessidade 
de Isabel consultar um psicólogo no posto de saúde. 
A alternativa C está incorreta: a violência física sofrida por 
Isabel é apenas um dos fatores que contribuem para a 
formação de seus traumas psicológicos, impossibilitando 
esta alternativa de resumir a totalidade do objetivo do texto. 
A alternativa D está incorreta: não é possível identificar, no 
fragmento, a responsabilização do Estado em qualquer 
uma das situações de vulnerabilidade extrema sofridas por 
Isabel, essa instância do poder público não é mencionada. 
VQ82
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa A está incorreta, pois é abordado o sentimento, 
e não o anseio por encontrar o ser amado. A alternativa B 
está incorreta, pois não há menção de um amor perdido 
pelo eu lírico. A alternativa C está incorreta, pois não há 
referências à busca por bens materiais. A alternativa D 
está incorreta, pois o trecho não traz informação de que o 
amor seria não correspondido, só se pode verificar que o 
sentimento do eu lírico é intenso.
QUESTÃO 16 
A dança e a alma
A dança? Não é movimento
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser
por sobre o mistério das fábulas.
ANDRADE, C. D. Obra completa. Rio de Janeiro: 
Editora Aguilar, 1964.
No poema de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico 
dedica sua reflexão para a
A. 	 imaginação de um movimento de formas ideais.
B. 	 desconstrução do aspecto metódico da dança.
C. 	 definição do dançar a partir de uma parábola.
D. 	 observação do bailar por imagens oníricas.
E. 	 descrição da intimidade entre dançarinos.
Alternativa B
Resolução: A dança é tematizada no poema de Drummond 
como uma experiência de liberdade e integração com a alma. 
Para descrever a dança, o poeta usa linguagem figurada, com 
imagens e caracterizações que atribuem a ela um caráter livre, 
expressivo, desprendido, fazendo com que a ideia de dançar 
esteja veiculada aos sentimentos e às várias possibilidades 
de transpassá-los através da movimentação do corpo. 
4RJ6
Alternativa B
Resolução: Ambos os textos utilizam como argumento em 
defesa do ensino integral a inserção dos alunos futuramente 
no mercado de trabalho. No texto I, o posicionamento surge 
de forma explícita em “um salário maior do que os demais 
ao ingressar no mercado de trabalho.” No texto II, a mesma 
ideia aparece numa reformulação positiva “não só pelo 
olhar educacional, mas também pelo profissionalizante”. 
O termo “profissionalizante” faz referência ao mercado 
de trabalho, já que ambos pertencem ao mesmo campo 
semântico. Portanto, a alternativa correta é a B. A alternativa 
A está incorreta: não se menciona, em nenhum dos textos, 
a prática de habilidades sociais como um benefício ao 
modelo de educação em tempo integral. A alternativa C 
está incorreta: apenas o texto I apresenta um comparativo 
de porcentagens sobre o ingresso de estudantes no ensino 
superior. A alternativa D está incorreta: o texto I menciona 
duas áreas do saber: o teatro e a dança. Esse dado não é 
apresentado para chamar a atenção à capacitação nessas 
áreas, mas citá-las como um caminho para alcançar outro 
objetivo, a aprovação em vestibulares. A alternativa E está 
incorreta: apenas o texto II propõe dados estatísticos a 
respeito da aprovação popular do modelo escolar integral. 
QUESTÃO 15 
Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar,
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar flor na janela me faz morrer,
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final.
BALEIRO, Z. Flor da pele. In: ______. Por onde andará Stephen Fry. 
1997. [Fragmento]
Para construir a mensagem comunicativa da voz poética, 
na canção, foi utilizada uma expressão popular cujo sentido 
remete ao(à)
A. 	 anseio pelo encontro do ser amado.
B. 	 sofrimento pela perda de um amor.
C. 	 modo de viver sem apegos materiais.
D. 	 luta por uma paixão não correspondida.
E. 	 emoção incontrolável que afeta o sujeito.
Alternativa E
Resolução: A expressão “à flor da pele” sugere a extrapolação 
das emoções, um sentimento intenso quase incontrolável, de 
forma que qualquer manifestação de emoção será intensificada, 
até mesmo exagerada. Assim, a alternativa E está correta. 
8NDG
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
– Jamais saberemos...
VERISSIMO, L. F. Dois mais dois. In: Verissimo antológico: 
Meio século de crônicas, ou coisa parecida. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2020.
Na crônica de Luis Fernando Verissimo, a escolha da 
história contada pela professora serve ao propósito de
A. 	 justificar o ensino de ciências exatas.
B. 	 criticar o posicionamento do estudante.
C. 	 ilustrar o futuro do aluno desinteressado.
D. 	 pautar o problema da alienação estudantil.
E. 	 transmitir lição moralizante típica do gênero.
Alternativa A
Resolução: A professora optou por contar ao seu aluno 
uma história que comprovasse seu ponto de vista a 
respeito da necessidade do aprendizado de Matemática. 
De forma didática, incluiu o argumento que seu aluno 
estava utilizando para não aprender e o refutou ao mostrar 
a dependência dos aparatos eletrônicos e nossa incerteza 
diante das informações transmitidas por eles. Portanto, 
a alternativa correta é a A. A alternativa B está incorreta: 
para que houvesse uma crítica ao posicionamento do 
estudante, seria necessário que a professora tivesse 
explicitado um julgamento, positivo ou negativo, à fala de 
seu aluno. A alternativa C está incorreta: a professora não 
define o garoto que protagoniza a história que conta, ela 
se refere ao personagem como “um garoto”, assim, ainda 
que relate um acontecimento futuro, este não pertence ao 
seu aluno. A alternativa D está incorreta: a alternativa supõe 
o debate de uma situação abrangente, já que “alienação 
estudantil” engloba a falta de interesse generalizada ao 
campo da educação e a história serve como argumento 
para convencer o aluno a estudar pontualmente uma 
disciplina. A alternativa E está incorreta: lições moralizantes 
não são características intrínsecas aos gêneros narrativos 
da questão (ficção e crônica), elas estão presentes 
especificamente em fábulas e provérbios.
QUESTÃO 18 
Então, adeus!
Isto aconteceu na Bahia, numa tarde em que eu visitava 
a mais antiga e arruinada igreja que encontrei por lá, perdida 
na última rua do último bairro. Aproximou-se de mim um 
padre velhinho, mas tão velhinho, tão velhinho que mais 
parecia feito de cinza, de teia, de bruma, de sopro do que 
de carne e osso. Aproximou-se e tocou o meu ombro:
– Vejo que aprecia essas imagens antigas – sussurrou-me 
com sua voz débil. E descerrando os lábios murchos num 
sorriso amável: – Tenho na sacristia algumas preciosidades. 
Quer vê-las?
TV2G
Essa percepção, portanto, desconstrói a ideia de método da 
dança, ou seja, a ideia de que para dançar é preciso seguir 
regras específicas, fazer passos específicos, etc. Por isso, 
a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta:ao 
associar o movimento da dança à expressão de uma alma, 
os movimentos tornam-se subjetivos, próprios de cada ser, 
sem padronizações ou formas ideais. A alternativa C está 
incorreta: a palavra parábola está relacionada à alma, e 
não à dança. A dança está definida no poema na primeira 
estrofe como “concentração da humana graça natural”. 
A alternativa D está incorreta: as imagens utilizadas para 
caracterizar a dança não fazem parte do universo dos 
sonhos, elas se dão da forma como estão descritas na 
realidade. A alternativa E está incorreta: o eu lírico dedica 
sua reflexão à interação entre a dança e a alma de quem 
está dançando, ou seja, a descrição focaliza o dançarino 
consigo mesmo, e não com outro.
QUESTÃO 17 
O Rodrigo não entendia por que precisava aprender 
Matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as 
contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora 
resolveu contar uma história.
 Um dia, disse a professora, todos os computadores do 
mundo serão unificados num único sistema. Todas as casas 
do mundo, todos os lugares do mundo terão terminais do 
Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador 
para compras, para recados, para reservas de avião, para 
consultas sentimentais. Para tudo.
Um dia, um garoto perguntará ao pai:
– Pai, quanto é dois mais dois?
– Não pergunte a mim – dirá o pai –, pergunte a Ele.
– Como é que sei que a resposta é certa?
– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.
– E se Ele estiver errado?
– Ele nunca erra.
– Mas se estiver?
– Sempre podemos contar nos dedos.
– O quê?
– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante 
dois dedos. Agora mais dois. Viu? Um, dois, três, quatro. 
O computador está certo.
– Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos 
dedos. A não ser reunindo muita gente e usando os dedos 
das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele está 
certa? Aí o pai suspirou e disse:
9KWG
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Solícito e trêmulo, foi-me mostrando os pequenos 
tesouros da sua igreja: um mural de cores remotas e tênues 
como as de um pobre véu esgarçado na distância; uma 
Nossa Senhora de mãos carunchadas e grandes olhos 
cheios de lágrimas; dois anjos tocheiros que teriam sido 
esculpidos por Aleijadinho, pois dele tinham a inconfundível 
marca nos traços dos rostos severos e nobres, de narizes 
já carcomidos… Mostrou-me todas as raridades, tão velhas 
e tão gastas quanto ele próprio. Em seguida, desvanecido 
com o interesse que demonstrei por tudo, acompanhou-me 
cheio de gratidão até a porta.
– Volte sempre – pediu-me.
– Impossível – eu disse. – Não moro aqui, mas, em todo 
o caso, quem sabe um dia… – acrescentei sem nenhuma 
esperança.
– E então, até logo! – ele murmurou descerrando os 
lábios num sorriso que me pareceu melancólico como o 
destroço de um naufrágio.
Olhei-o. Sob a luz azulada do crepúsculo, aquela face 
branca e transparente era de tamanha fragilidade, que 
cheguei a me comover. Até logo?… “Então, adeus!”, ele 
deveria ter dito. Eu ia embarcar para o Rio no dia seguinte 
e não tinha nenhuma ideia de voltar tão cedo à Bahia.
TELLES, L. F. Então, adeus! Disponível em: 
<https://literaturaemcontagotas.wordpress.com>. 
Acesso em: 29 abr. 2021. [Fragmento]
No fragmento da crônica, a narradora expressa seu olhar 
subjetivo sobre a experiência, o qual é demarcado pelos(as)
A. 	 comparações para a construção da descrição.
B. 	 diálogos, com a valorização do discurso direto.
C. 	 termos de exagero para apresentar a narrativa.
D. 	 menções religiosas sobre os detalhes percebidos.
E. 	 interrogações que ilustram as dúvidas levantadas.
Alternativa A
Resolução: No fragmento da crônica em análise, a 
narradora compara o padre a alguém feito “de cinza, de 
teia, de bruma, de sopro [mais] do que de carne e osso”, 
seu sorriso ao destroço de um naufrágio (“ele murmurou 
descerrando os lábios num sorriso que me pareceu 
melancólico como o destroço de um naufrágio”) e os objetos 
da igreja ao padre (“Mostrou-me todas as raridades, tão 
velhas e tão gastas quanto ele próprio”), formando analogias 
para expressar seu olhar subjetivo a respeito da situação. 
Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B é 
incorreta, pois os diálogos, representados pelo discurso 
direto, colaboram para demonstrar certa objetividade, já que 
reproduzem as falas da narradora e do padre de forma literal. 
A alternativa C é incorreta, pois os termos de exagero 
que revelam certa subjetividade da narradora, como “mas 
tão velhinho, tão velhinho”, “tão velhas e tão gastas” 
e “aquela face branca e transparente era de tamanha 
fragilidade”, não servem ao propósito de apresentar a 
narrativa, mas demarcam o aspecto descritivo do texto. 
A alternativa D é incorreta, pois as menções religiosas 
não são uma expressão da subjetividade da autora, mas 
um aspecto necessário para especificar os objetos vistos 
na sacristia. A alternativa E é incorreta, pois nem todas as 
interrogações do texto referem-se a dúvidas subjetivas 
da autora, como em “Quer vê-las?”, que é um convite do 
padre para que a narradora conheça as preciosidades que 
há na sacristia.
QUESTÃO 19 
ATO PRIMEIRO
Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de 
vidro, jarras com flores, cortinas, etc., etc. No fundo, porta 
de saída, uma janela, etc., etc.
CENA I
AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre – No mundo 
a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... 
Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência 
para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, 
se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade 
forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. 
Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, 
não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. 
Há oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, 
e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado 
está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo 
eu? Se em algum tempo tiver que responder pelos meus 
atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa.
PENA, M. O noviço. Porto Alegre: L&PM, 1999. 
No excerto da peça de Martins Pena, a cobiça do 
personagem Ambrósio é reforçada, em seu discurso, pelo(a)
A. 	 tratamento do ouro como libertador de condutas 
repreensíveis dos homens.
B. 	 concepção da fortuna como representação 
metonímica da alma humana.
C. 	 jogo entre ideias antagônicas, polarizadas entre 
ganância e perseverança.
D. 	 tom irônico que visa descredibilizar o pensamento 
materialista.
E. 	 comparação da usura com uma espécie de pecado.
W3KI
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa A
Resolução: Inserido num ambiente de riqueza, o 
personagem Ambrósio discursa sobre todos os meios 
serem viáveis se o objetivo for conquistar uma grande 
fortuna. Nas últimas linhas do fragmento deixa claro seu 
pensamento a respeito do dinheiro ser capaz de isentá-lo 
de qualquer culpa, caso tenha que responder pelas 
ações que o levaram a enriquecer. Por isso, a alternativa 
correta é a A. A alternativa B está incorreta: a relação 
metonímica estabelecida no texto se dá na relação entre 
matéria e objeto: “ouro” por “dinheiro”, e não por “alma”. 
A alternativa C está incorreta: o personagem não se 
contradiz, não constrói seu discurso baseando-se em 
ideias opostas. Sua linha de raciocínio é coerente, 
linear, dentro dos ideais que propõe. A alternativa D está 
incorreta: os adornos que compõem o lugar em que este 
personagem está reforçam, junto a seu discurso avarento, 
um pensamento em acordo ao materialismo, e não contrário 
a ele. A alternativa E está incorreta: ainda que o pensamento 
religioso não esteja posto no texto de forma explícita, nas 
últimas duas linhas é possível verificar a amplitude do 
pensamento do personagem, caso ele venha ser cobrado 
algum dia, em qualquer instância, o dinheiro justificará sua 
culpa. Assim, o acúmulo de renda não é visto por ele como 
um pecado.QUESTÃO 20 
Pintura
Eu sei que se tocasse
com as mãos aquele canto do quadro
onde um amarelo arde
me queimaria nele
ou teria manchado para sempre de delírio
a ponta dos meus dedos
GULLAR, F. Pintura. In: Toda Poesia. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2021.
No poema de Ferreira Gullar, há uma dualidade apresentada 
pelo eu lírico, de forma que materializar o desejo do toque 
na pintura significaria, para ele,
A. 	 entender as ilusões que norteiam seu cotidiano.
B. 	 definir a matéria-prima da composição da obra.
C. 	 reconhecer as dimensões de sua percepção.
D. 	 delimitar a legítima significação do quadro.
E. 	 realizar a intenção inconsciente de pintar.
Alternativa C
Resolução: O eu lírico tem o desejo de tocar uma parte 
de uma pintura com as mãos. Ele supõe o que pode 
acontecer caso seu desejo seja atendido e as possíveis 
consequências que apresenta podem reafirmar ou 
desmistificar sua percepção diante da cor amarela da obra. 
O7QD
Na poesia, ele propõe as duas possibilidades: queimar-se 
no amarelo da pintura (que é o que ele imagina acontecer) 
e a possível frustração caso isso não ocorra, marcando essa 
percepção da ausência da queimadura da cor amarela como 
um delírio (“ou teria manchado para sempre de delírio / a 
ponta dos meus dedos”), nesse sentido, o toque na pintura 
apresenta dois cenários possíveis para o eu lírico: ou ele 
estaria correto em sua percepção (e queimaria os dedos) ou 
ficaria frente a frente a sua desilusão pela não queimadura, 
ou seja, o toque na pintura responderia se o eu lírico 
está correto ou delirante em sua percepção. Por isso, a 
alternativa correta é a C. A alternativa A está incorreta: o 
toque na pintura permitiria ao eu lírico compreender seus 
pensamentos relacionados à própria obra, e não a algo 
externo a ela. A alternativa B está incorreta: o desejo do eu 
lírico não possui relação com aspectos práticos, objetivos, 
como o tipo de tinta ou outro material utilizado para dar o 
tom amarelo. Sua necessidade está vinculada à esfera do 
significado, e não do físico. A alternativa D está incorreta: 
a perspectiva do eu lírico sobre o significado da obra não se 
resume a esta parte do quadro. Não há versos, no poema, 
que permitam sustentar uma busca pela significação do todo 
a partir do pedaço amarelo mencionado. A alternativa E está 
incorreta: tocar com os dedos aquele pedaço do quadro 
não parte de uma necessidade de praticar a atividade da 
pintura, mas verificar um pensamento.
QUESTÃO 21 
O esporte radical é a prática de atividade física em que 
prevalece o risco e, apesar de existir há muito tempo, foi no 
início do século XXI que essa prática se consolidou, sendo 
estudado pela Educação Física. [...] Como metodologia, 
usamos o método filosófico dedutivo de pesquisa. Assumimos 
o conceito de esporte baseado nas suas dimensões sociais 
como: esporte de rendimento, participação e educação.
[...] como acreditamos em um pensamento complexo para 
explicar os fenômenos sociais estudados, fomos encontrar 
as diversas características dessas atividades, o que nos 
levou a classificá-las em esportes radicais de ação, que são 
aqueles em que predominam a busca da manobra perfeita, 
ou esportes radicais de aventura, em que o predomínio é a 
superação de determinados desafios geográficos.
Disponível em: <http://artigocientifico.com.br. 
Acesso em: 14 maio 2014.
Segundo o texto, a definição de “esporte radical” se constrói 
por meio de métodos filosóficos dedutivos. Segundo ele, 
o esporte radical tem como elemento principal a
 A consciência acerca do limite a ser alcançado pelo atleta.
 B efetividade da conquista do sucesso a qualquer preço. 
 C obrigatoriedade de ser praticado em grupo.
 D possibilidade de risco iminente.
 E presença de superação de obstáculos criados pelo 
atleta.
H4PU
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa B está incorreta: é um fato que a leitura 
está intimamente associada ao desenvolvimento de 
conhecimento e bagagem cultural, porém, o foco do texto 
não está em chamar a atenção para o caráter instrutivo 
da leitura. A alternativa C está incorreta: o texto-base não 
trata da divisão dos indivíduos em grupos de hierarquia por 
fatores econômicos ou educacionais. A alternativa E está 
incorreta: mesmo que seja um importante veículo de cultura, 
a leitura não está relacionada, no texto, à propagação de 
costumes, atividades, produções artísticas ou qualquer tipo 
de manifestação cultural de uma comunidade.
QUESTÃO 23 
A sociedade vive o “tempo” em que a tecnologia se 
tornou praticamente essencial para o desenvolvimento de 
grande parte das atividades cotidianas. 
As redes sociais permitiram uma maior conexão entre 
as pessoas, visto que é possível conversar com quem 
está a quilômetros de distância em questão de instantes. 
Contudo, essas redes sociais que aproximam quem está 
longe são as mesmas responsáveis por trazerem grandes 
malefícios, principalmente entre a população mais jovem.
Um estudo da Royal Society for Public Health (RSPH) 
apontou que as redes sociais podem provocar efeitos 
positivos ou nocivos à saúde humana. O resultado dos 
estudos indicou que o Instagram fez com que cerca de 
70% dos jovens se sentissem pior em relação à própria 
autoimagem. O estudo também apontou que as taxas de 
ansiedade e sintomas de depressão aumentaram em 70% 
entre o público jovem nos últimos 25 anos.
A internet trouxe, sim, muitos benefícios, no entanto, 
quando mal utilizada, pode gerar traumas, fobias, ódio e 
desunião. A realidade, às vezes, não é fácil, mas como 
diz o escritor Machado de Assis: “é melhor, muito melhor, 
contentar-se com a realidade; se ela não é tão brilhante 
como os sonhos, tem, pelo menos, a vantagem de existir”.
VIEIRA, K. A tecnologia na sociedade contemporânea. 
Disponível em: <https://faesadigital.com>. Acesso em: 22 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
A partir da análise dos impactos da tecnologia nos jovens, 
compreende-se que os malefícios do uso das redes sociais 
estão vinculados à
A. 	 exclusão social daqueles sem meios de integrarem as 
redes.
B. 	 compreensão das dificuldades existentes nas 
camadas sociais.
C. 	 tendência de avaliar a realidade individual a partir de 
comparações.
D. 	 inocência em relação aos vieses inconscientes 
presentes na internet.
E. 	 facilidade de acesso a informações que contestam 
crenças estabelecidas.
W81H
Alternativa D
Resolução: O texto aponta que o esporte radical é a 
atividade física em que prevalece o risco. Dessa forma, está 
correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois 
não é apontado que o esporte radical tenha que se basear 
em limites a serem superados. A alternativa B está incorreta, 
pois alcançar o sucesso não é algo essencial na construção 
do conceito de esporte radical. A alternativa C está 
incorreta, pois o texto não aborda a necessidade da prática 
dos esportes radicais ser em grupo. A alternativa E está 
incorreta, pois a existência de obstáculos não é apontada 
como característica essencial dos esportes radicais.
QUESTÃO 22 
MORAIS, S. Leitura: uma janela para o mundo. Disponível em: 
<www.facebook.com>. Acesso em: 18 out. 2023.
Na publicação anterior, o ato de ler é apresentado pela 
cordelista Susana Morais como um(a)
A. 	 elemento de construção de relacionamentos.
B. 	 instrumento para desenvolver a erudição.
C. 	 meio de diminuir a separação de classes.
D. 	 ferramenta para ampliar a visão social.
E. 	 alternativa para difundir uma cultura.
Alternativa D
Resolução: No cordel, o ato de ler é descrito como algo 
que permite ver um mundo sem limites, sem distinção de 
raça, como algo que derruba barreiras. Nesse sentido, 
a leitura é colocada como uma ferramenta que amplia a 
visão social, uma vez que as limitações mencionadas são 
substituídas por uma perspectiva social mais abrangente. 
Portanto, a alternativa correta é a D. A alternativa A 
está incorreta: ainda que a leitura permita observar o 
mundo através de uma perspectivasocial, o texto-base 
não atribui ao ato de ler características facilitadoras à 
construção de relacionamentos, como gerador, por exemplo, 
de empatia, honestidade, fraternidade, entre outros 
atributos necessários a relacionamentos interpessoais. 
APDF
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: O texto indica que o Instagram – rede social 
em que se compartilham fotos e vídeos – é responsável 
pela assustadora porcentagem de 70% do público jovem 
ter problemas de autoimagem, ansiedade e depressão. 
A partir da análise desses dados e da dinâmica da rede 
social em questão, infere-se que esses problemas têm 
raiz nas comparações promovidas pelo Instagram, logo, 
está correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta, 
pois o texto não pauta a exclusão das pessoas sem 
acesso a redes sociais. A alternativa B está incorreta: 
o texto não pauta as diferentes camadas sociais, uma vez 
que o recorte feito é apenas etário. A alternativa D está 
incorreta: o texto não pauta o enviesamento da internet. 
A alternativa E está incorreta: o texto não aborda a questão 
de crença e de sua possível contestação.
QUESTÃO 24 
Popular no Rio Grande do Sul, a chula é uma dança 
típica de Portugal. Desde sua origem, movimenta milhares 
de apaixonados que buscam acompanhar, nos festivais, 
passos aparentemente difíceis.
Recorrendo ao Manual de Danças Gaúchas, de 
Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, a chula foi introduzida 
pelos tropeiros, é dançada em desafios e praticada, 
preferencialmente, por homens. Ela tem bastante 
semelhança com o lundu sapateado, encontrada em outros 
estados brasileiros, pois é caracterizada pelas batidas dos 
pés. Durante a dança, um peão desafia o outro a realizar 
uma sequência de movimentos como floreios de taco, 
bico, joelho e pulos ao redor de uma lança no chão, com 
acompanhamento musical.
Para a realização da chula, os homens vestem a 
pilcha, tradicional vestimenta gaúcha. A indumentária 
completa inclui botas de cano mole e grandes esporas, 
bombacha, guaiaca, camisa de cor única, lenço de 
seda no pescoço e chapéu, além de acessórios que 
podem variar, como colete e faixa na cintura. As cores 
escolhidas para os lenços representam os ideais políticos 
e sociais do gaúcho na época da Revolução Farroupilha. 
A cor preta, por exemplo, significa, tradicionalmente, 
o sentimento de luto por algo que o peão está enfrentando. 
Recentemente, Izidoro perdeu seu pai por conta da covid-19 e, 
em sua homenagem, mudou o lenço.
– Estou em luto pelo falecimento de meu pai. Por isso, 
pretendo usar o preto durante um ano, sempre que me pilchar – 
destaca Izidoro.
Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br>. 
Acesso em: 1 nov. 2023. [Fragmento adaptado]
EIUA
O texto sobre a chula traz informações com a função de
A. 	 precisar as regras que devem ser seguidas pelos 
dançarinos.
B. 	 educar os dançarinos que precisam ajustar suas 
indumentárias.
C. 	 apresentar as origens e os fundamentos norteadores 
dessa prática.
D. 	 contrastar as danças de outras regiões do Brasil com 
essa coreografia.
E. 	 caracterizar as adaptações da tradição em relação à 
dança portuguesa.
Alternativa C
Resolução: O texto possui caráter descritivo, ou seja, 
faz uma listagem das principais características da 
manifestação cultural que pretende apresentar: a chula. 
Com o objetivo de formar uma imagem clara da dança 
típica de Portugal, o texto destaca os movimentos que 
a compõe, sua vestimenta e seu aspecto histórico. 
Portanto, a alternativa correta é a C. A alternativa A está 
incorreta: não são listadas proibições nem recomendações 
de movimentos a serem seguidos pelos dançarinos. 
A alternativa B está incorreta: a menção à possibilidade de 
adaptar suas indumentárias é um dos elementos discutidos 
pelo texto, não sendo a educação a respeito desse tema a 
função prioritária do texto. A alternativa D está incorreta: o 
Iundu, dança de outras regiões brasileiras, foi mencionada 
para que o leitor pudesse realizar uma comparação mental 
de um traço comum às duas danças. A alternativa E está 
incorreta: não há no texto adaptações explícitas da dança 
tradicional portuguesa para a versão que é praticada no 
Brasil. Assim, não é possível observar fragmentos que 
delimitem traços pertencentes a apenas uma das culturas 
em oposição a outra.
QUESTÃO 25 
Disponível em: <https://labpasteur.com.br>. Acesso em: 18 out. 2023.
Essa campanha de conscientização busca apontar para o 
público leitor que o(a)
A. 	 criança está protegida de doenças pela vacina.
B. 	 imunização protege o indivíduo da ação viral.
C. 	 barreira vacinal garante uma vida saudável.
D. 	 imunizante impede o ataque bacteriano.
E. 	 organismo infantil é resistente à doença.
F8UK
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: A criança presente na campanha está envolvida 
por uma bolha, a qual o agente viral (representado pelo 
desenho azul) não consegue acessar. O texto da campanha 
“Vacina contra a gripe” indica, então, a responsabilidade 
pela criação dessa redoma à vacina. Portanto, a alternativa 
correta é a B. A alternativa A está incorreta: o texto especifica 
a doença a qual ela será protegida (gripe), portanto, não 
é correto afirmar que ela estaria protegida de “doenças”, 
mas sim protegida de uma em específico. A alternativa C 
está incorreta: a barreira vacinal garante a proteção contra 
a gripe, mas não é um fator determinante para uma vida 
saudável como um todo. A alternativa D está incorreta: 
a vacina protege contra a gripe, doença viral, não bacteriana. 
Por fim, a alternativa E está incorreta: o organismo infantil, 
por si só, não é resistente à doença, para isso é necessária 
a vacinação, ato proposto pela campanha.
QUESTÃO 26 
Era uma vez dois pobres lenhadores, que voltavam 
para casa através de um grande pinheiral. Era inverno, 
e a noite estava extremamente fria. A neve jazia espessa no 
solo e sobre os galhos das árvores: a geada fazia estalar os 
tenros ramos por onde eles passavam; e quando chegaram 
à Cachoeira da Montanha, viram-na suspensa, imóvel no 
ar, pois o Rei Gelo a beijara.
O frio era tamanho que nem mesmo os animais e os 
pássaros sabiam como se arranjar.
– Ufa! – rosnou o lobo, ao passar vacilante, pelo 
mato, com a cauda entre as pernas. – Este tempo é 
terrivelmente monstruoso. Por que o governo não toma 
alguma providência?
– Piu, piu, piu! – pipilaram os pintarroxos verdes. – 
A velha terra está morta, e cobriram-na com sua mortalha 
branca.
– A terra vai se casar, e este é o seu vestido de noiva – 
murmuraram as rolas entre si. Seus pezinhos cor-de-rosa 
estavam inteiramente gelados pela neve, mas elas achavam 
que deveriam dar à situação uma nota romântica.
WILDE, O. O menino e a estrela. In: Contos e novelas de Oscar 
Wilde. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. p. 143.
A expressão que abre o conto marca, na cultura eurocêntrica, 
o modo de construção temporal de muitos gêneros narrativos. 
No fragmento do autor irlandês Oscar Wilde, o tempo é 
apresentado como momento impreciso, vinculando-se 
a uma representação
A. 	 fantástica e transgressora dos contos populares.
B. 	 mágica e longínqua da paisagem e dos animais.
C. 	 objetiva e moralizante das relações pessoais.
D. 	 inverossímil e infantilizada da natureza.
E. 	 bem-humorada e irônica da vida rural.
HPG6
Alternativa B
Resolução: A expressão “Era uma vez”, que abre o conto 
de Oscar Wilde, marca a imprecisão do tempo da narrativa, 
vinculando-se a uma representação mágica e longínqua da 
paisagem e das personagens. Corrobora essa ideia o trecho 
em que é informado que o Rei Gelo beijou a cachoeira, 
mencionando uma personagem de característica fantástica. 
Igualmente, o fato de os animais falarem também marca 
essa representação mágica do conto. Está correta, assim, a 
alternativa B. Improcede a alternativa A, pois, na narrativa, 
não há uma representação transgressora dos contos 
populares.Do mesmo modo, a alternativa C não procede, 
pois não se verifica no conto uma representação moralizante 
ou mesmo objetiva das relações pessoais. Ainda, no conto, 
não há uma representação inverossímil ou infantilizada da 
natureza, tampouco bem-humorada e irônica da vida rural, 
estando incorretas as alternativas D e E.
QUESTÃO 27 
Após o percurso teórico construído pela Linguística 
Textual nas décadas de 1980 e 1990, ela foi definida, de 
acordo com Luiz Antônio Marcuschi, como “o estudo das 
operações linguísticas, discursivas e cognitivas reguladoras 
e controladoras da produção, construção e processamento 
de textos escritos ou orais em contextos naturais de uso.” 
Ou seja, a língua começou a ser analisada em unidades 
de sentido chamadas texto e não mais em frases soltas, 
observando, assim, aspectos mais internos e construtivos. 
Dessa maneira, nota-se que o texto é um sistema de 
combinação e ligação entre enunciados, palavras, contextos 
com o intuito de construir sentido. Por isso, afirma-se que 
o texto é um evento que envolve diversos elementos que, 
unidos, pretendem construir relações de sentido de modo 
a formar a tessitura textual.
O fator da textualidade corresponde a um conjunto 
de características que nos possibilita conhecer um texto e 
distingui-lo de um amontoado de frases. Dito de outro modo, 
a textualidade faz de um texto, um texto.
PIOVESAN, V.; TOLDO, C. Os fatores de textualidade e a construção 
de sentidos no texto. Entretextos, Londrina, v. 23, n. 2, p. 83-103, 2023. 
[Fragmento adaptado]
Ao definir o que são as unidades linguísticas denominadas 
“texto”, o fragmento ressalta que os fatores de textualidade
A. 	 apresentam um sistema para regulação de ideias.
B. 	 garantem a construção e a transmissão de sentido.
C. 	 adequam contextos orais às características escritas.
D. 	 descrevem a elaboração de construções linguísticas.
E. 	 dependem da capacidade de comunicação individual.
R4VG
LCT – PROVA I – PÁGINA 18 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: No segundo parágrafo do texto-base há duas definições para o termo “texto”, ambas formam-se a partir 
de uma estrutura com o verbo “ser” na terceira pessoa do singular e, utilizando diferentes palavras, compartilham 
uma característica importante: o intuito ou a pretensão de construir sentido. O sentido de um texto, de acordo com 
o fragmento, é construído por meio da textualidade, da “tessitura textual”, descrita como “combinação e ligação 
entre enunciados, palavras, contextos com o intuito de construir sentido.” Por isso, a alternativa correta é a B. 
A alternativa A está incorreta: o termo “regulação” refere-se no texto a um campo de estudo da Linguística Textual, os fatores 
de textualidade permitem reconhecer um texto como uma unidade de sentido, e não regulador de ideias que o compõe. 
A alternativa C está incorreta: os fatores de textualidade não têm como objetivo adaptar a fala à escrita, eles são, na verdade, 
um conjunto de características perceptíveis, capazes de diferenciar frases soltas de um texto com unidade de sentido. 
A alternativa D está incorreta: o que descreve a elaboração de construções linguísticas são os estudos linguísticos, e não os 
fatores de textualidade. A alternativa E está incorreta: o texto-base não menciona a capacidade de comunicação individual 
como uma variável que influencie os fatores de textualidade, já que esses são postos como aspectos comuns, observáveis 
em todas as composições textuais.
QUESTÃO 28 
Quem quer fazer boa música
Sabe a importância da pausa
Traído ou bem-amado
Tem que forjar ferro-gusa
Quem quer fazer boa música
Tem que entender quando cruza
Tem que ter muito cuidado
Tentar cigarra e saúva
Quem quer fazer boa música
Tem que pisar ovos e uvas
Tem que obrigar o diabo
Sair debaixo da chuva
Quem quer fazer boa música
Dispensa coisa confusa
Além de tocar dobrado
Tem que ter uma ou mais musas
ASSUMPÇÃO, I. Variações. Petrobrás III - Devia ser Proibido. 
SESC-SP, 2010. CD. [Fragmento adaptado]
A canção de Itamar Assumpção sugere ideias para a elaboração de uma boa música. Para isso, mescla elementos do 
gênero canção a características textuais advindas de um gênero
A. 	 épico, enfatizando o heroísmo do compositor.
B. 	 noticioso, destacando o tempo para divulgá-la.
C. 	 cordelístico, pautando a sonoridade como fundamento. 
D. 	 instrutivo, indicando a justa medida entre método e dom.
E. 	 documental, demonstrando apreço pela objetividade dos fatos.
XFDK
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa A
Resolução: O gênero infográfico coordena informações 
escritas a desenhos, ilustrações, elementos visuais que 
facilitam a compreensão da mensagem. Nesse caso, 
o infográfico organiza em três colunas as regiões de 
moradia e os respectivos danos sofridos por cada uma 
delas em consequência das mudanças climáticas. Assim, 
os desenhos indicam as regiões e o texto abaixo deles, as 
consequências previstas. Por isso, a alternativa correta 
é a A. A alternativa B está incorreta: uma representação 
caricata acontece quando há deformações ou exageros 
daquilo que se busca representar. No infográfico, há 
apenas uma representação de cidadãos genéricos que 
podem corresponder a qualquer um dos ambientes. 
A alternativa C está incorreta: o infográfico não apresenta 
argumentos a respeito dos problemas ambientais, ele traz 
fatos que serão respostas a mudanças climáticas numa 
linguagem que segue a norma-padrão, acessível a grupos 
de leitores não especializados no tema. A alternativa D 
está incorreta: apesar de as informações descreverem 
perigos para a sociedade, o tema não foi abordado 
através de adjetivações ou construções com o objetivo 
de assustar os leitores. A alternativa E está incorreta: 
o infográfico se limita a relacionar os ambientes às 
mudanças climáticas relacionadas a eles e o consequente 
aumento no número de mortes. Assim, não há listagem de 
fatos que responsabilizem os indivíduos pelas mudanças 
climáticas nessa abordagem.
QUESTÃO 30 
Meu pai citou É isto um homem? na primeira briga séria 
que tivemos. Foi no segundo semestre do ano em que fiz 
Bar Mitzvah, quando disse a ele que queria deixar a escola. 
Naquela época as coisas já eram diferentes, eu não andava 
mais com os amigos de antes, não falava mais com eles e 
já havia me acostumado quando eles passaram também a 
me hostilizar: de um dia para o outro as pessoas começam 
a virar as costas, e param de telefonar e se dirigir a você 
para pedir um lápis emprestado que seja, e em uma semana 
você já não se sente confiante para conversar sobre isso 
com ninguém, a condenação que pode muito bem durar a 
sua vida dentro da escola porque não há nada mais difícil 
aos treze anos do que mudar um rótulo.
LAUB, M. Diário da queda. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 
No fragmento, o drama do narrador-personagem está 
baseado no(a)
A. 	 indiferença paterna às solicitações do filho.
B. 	 frustração juvenil com os deveres estudantis.
C. 	 receio do narrador em expor sua autenticidade.
D. 	 despreparo do pai para lidar com o adolescente.
E. 	 angústia do rapaz com as adversidades escolares.
PREW
Alternativa D
Resolução: Nas quatro estrofes da canção repete-se no 
primeiro verso a frase: “Quem quer fazer boa música”. 
Seguido dele há diversos verbos de ação e perífrases 
que indicam respectivamente pré-requisitos e obrigações 
para conquistar o objetivo de fazer uma boa música. 
Essa listagem serve como auxílio a quem pretende tentar 
compor. Portanto, a alternativa correta é a D. A alternativa 
A está incorreta: para enquadrar-se no gênero épico, seria 
necessário encontrar na canção narrativas sobre os feitos 
heroicos do compositor. A alternativa B está incorreta: não 
se encontram na canção elementos básicos característicos 
do gênero notícia, como o objeto da informação, o tempo e 
lugar em que se dá a composição ou os agentes envolvidos. 
A alternativa C está incorreta:a sonoridade é fundamental 
ao gênero cordel, porém, mais que ritmo e rimas, esses 
efeitos sonoros seguem um enredo que não podemos 
observar na canção. A alternativa E está incorreta: muitas 
das informações transmitidas a respeito da criação de 
uma boa composição são dadas de forma subjetiva, com 
linguagem figurada, como em “tem que forjar ferro-gusa” e 
“tem que pisar em ovos e uvas”.
QUESTÃO 29 
WORLD Health Organization. Disponível em: <https://portal.fiocruz.
br>. Acesso em: 23 out. 2023.
Para a transmissão de informações do infográfico, optou-se 
pela utilização de
A. 	 elementos designativos das situações e 
consequências.
B. 	 representações caricatas dos cidadãos e ambientes.
C. 	 linguagem científica que sustenta os argumentos.
D. 	 abordagem alarmista para convencer os leitores.
E. 	 fatos que levam à culpabilização do indivíduo.
JY1M
LCT – PROVA I – PÁGINA 20 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa E
Resolução: O parágrafo se inicia com a problemática da 
recepção do pai à solicitação do filho de deixar a escola e 
tem seu desenvolvimento com as justificativas do menino, 
que apresenta os fatores que o levaram a ter esse desejo: 
a dificuldade de relacionar-se com os colegas. Por isso, 
a alternativa correta é a E, já que ela resume o estado 
emocional e a variedade de problemas vividos pelo 
personagem. A alternativa A está incorreta: o drama do 
fragmento se desenvolve na descrição do cotidiano escolar 
do personagem, não enfoca a resposta negativa do pai ao 
seu pedido. A alternativa B está incorreta: a frustração do 
personagem se direciona aos problemas interpessoais que 
vive em ambiente escolar, não a seus deveres e tarefas 
como estudante. A alternativa C está incorreta: não há 
fragmentos no texto que ajudem a sustentar a ideia de 
que o personagem está escondendo sua personalidade, 
o drama está relacionado à sua interação com os colegas de 
classe, e não consigo mesmo. A alternativa D está incorreta: 
o fragmento não fundamenta o diálogo ou a relação do pai 
com o personagem, tudo que está disponível a seu respeito 
é um questionamento, que, aliás, não sofre nenhum tipo 
de análise que permita ao leitor inferir se a perspectiva da 
narrativa associa essa pergunta a um “despreparo”.
QUESTÃO 31 
FIDELINO
A amargura do povo é difusa e mal orientada, quase 
cômica na sua desinformação? Cabe a nós colocá-la 
nos trilhos, é da nossa responsabilidade. Eles pensam 
que a causa da desgraça geral somos nós? Temos que 
contradizê-los com coragem e lhes explicar que a verdade 
pela televisão, na hora da janta, quando as famílias estão 
reunidas e são mais receptivas. Contratar locutores bem-
-apessoados, de voz grave, do tipo que inspira confiança, 
para que expliquem aos idiotas que a vítima da exploração 
na Brazulândia são os empresários, e não os trabalhadores, 
que aliás têm pouco a perder (quase nada, uma miséria). 
Como salta aos olhos das pessoas de boa-fé, o grosso do 
prejuízo quem sofre somos nós, as classes proprietárias, 
de cujo capital a roubalheira de Sua Majestade arranca o 
filé-mignon, derrubando nosso ânimo de criar emprego. 
É por isso que pobres e proprietários devemos marchar 
juntos, fazer causa comum contra a rainha ladra. Enfim, 
tudo isso não passa de um esboço improvisado, mas acho 
que no geral tem que ser por aí.
SCHWARZ, R. Rainha Lira. São Paulo: Editora 34, 2022. 
YKVJ
A peça teatral Rainha Lira, de Roberto Schwarz, transforma 
o cenário político brasileiro em uma grande alegoria, 
construindo-a a partir do reino da Brazulândia e seus 
personagens. O caráter alegórico do trecho é observado 
a partir da
A. 	 concepção da ideia de “roubalheira” como metáfora 
para a corrupção.
B. 	 responsabilização do desemprego das massas aos 
empresários do reino.
C. 	 utilização de adjetivos pejorativos para caracterizar a 
classe trabalhadora.
D. 	 união das classes proprietárias e trabalhadoras em 
prol do bem-estar social.
E. 	 representação simbólica de um jogo de poder 
reconhecível na realidade nacional.
Alternativa E
Resolução: A alegoria consiste na expressão figurada de 
um pensamento ou sentimento. Nesse caso, a exploração da 
força de trabalho e o posicionamento irônico da classe dos 
empresários (que propõe, inclusive, o modo de manipular 
as informações) são características compartilhadas com a 
realidade do nosso país e faz com que Brazulândia seja 
uma representação do Brasil. Portanto, a alternativa correta 
é a E. A alternativa A está incorreta: a “roubalheira” não 
se constrói a partir de uma metáfora para a corrupção, a 
concepção do termo é literal, e não figurada. A alternativa B 
está incorreta: a responsabilização para o desemprego é 
de Sua Majestade, que desanima os empresários do reino. 
A alternativa C está incorreta: um adjetivo foi utilizado em 
tom pejorativo para caracterizar a classe trabalhadora 
(idiotas), no entanto, o sentido dado a essa palavra não foi 
alegórico, mas sim literal. A alternativa D está incorreta: a 
união proposta pela classe proprietária à trabalhadora não 
tem como objetivo o bem-estar social, mas sim o bem-estar 
unilateral da primeira. 
QUESTÃO 32 
Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu 
também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca 
do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. 
Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, 
é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto 
homônimo é que dá o título ao livro, e por que antes um 
que outro, – questão prenhe de questões, que nos levariam 
longe... Eia! chora os dois recentes mortos, se tens lágrimas. 
Se só tens riso, ri-te! É a mesma coisa. O Cruzeiro, que a 
linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz 
alto para não discernir os risos e as lágrimas dos homens. 
ASSIS, M. Quincas Borba. Belo Horizonte: Itatiaia, 2023. 
K3IL
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
No desfecho do romance Quincas Borba, o narrador machadiano revela seu conhecido pessimismo quanto à interpretação 
da realidade. Na concepção do narrador, os dramas humanos
A. 	 são suavizados e camuflados pela possibilidade do riso.
B. 	 precisam ser compreendidos em uma perspectiva sinestésica.
C. 	 devem, ironicamente, ser percebidos como armadilhas do destino.
D. 	 são consolidados e reforçados pela imensidão cósmica que cerca o planeta Terra.
E. 	 trazem uma dimensão reflexiva, marcada pela dualidade de emoções a respeito da existência.
Alternativa E
Resolução: O parágrafo traz a informação do falecimento do cachorro chamado “Quincas Borba” e, a partir dela, propõe 
uma reflexão acerca das possibilidades de percepção frente a vida, tendo em vista que não esclarece se o título do livro 
faz referência ao cão ou ao dono, uma vez que ambos possuem o mesmo nome. O narrador dirige-se ao leitor, então, 
com uma postura de indiferença, tanto em relação ao questionamento do título do livro quanto às possíveis reações frente 
às mortes narradas ao longo da história. Dessa forma, ele indica as possibilidades de recepção: lágrimas ou risos, ao 
que diz ser “a mesma coisa”. Nesse sentido, então, relativiza a reação do leitor, porque sua reação, qualquer que seja, é 
perfeitamente possível e igualmente insignificante. Portanto, a alternativa correta é a E. A alternativa A está incorreta: os 
dramas humanos são reduzidos a um patamar inferior quando as reações de riso e choro são igualmente aceitas numa 
situação de morte. A alternativa B está incorreta: uma perspectiva sinestésica implica o cruzamento de sensações em uma 
só impressão. O que é mencionado no texto não é a experiência de sensações simultâneas, mas a possibilidade de viver 
uma ou outra. A alternativa C está incorreta: não há no texto uma perspectiva que eleve o ser humano a uma posição 
central, como o destino. Ao contrário, a razão que justificaria o título do livro ou que selecionaria uma emoção para reagir 
à morte é irrelevante. A alternativa D está incorreta: os dramas humanossão reduzidos quando comparados à imensidão 
cósmica que cerca o planeta Terra. 
QUESTÃO 33 
Eu estava estonteada, e assim recebi o livro [Reinações de Narizinho] na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o 
livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, 
comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, 
meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. 
Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer 
pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas 
dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece 
que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
LISPECTOR, C. Felicidade clandestina. Disponível em: 
<https://edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 23 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
Entre os recursos estilísticos utilizados no texto, destaca-se a presença do paradoxo de
A. 	 evitar a leitura como meio de aproveitar o mundo a sua volta.
B. 	 retardar a alegria como estratégia de aumentar sua durabilidade.
C. 	 fugir da euforia como método de punir-se pela culpa que ela traz.
D. 	 criar obstáculos para a leitura como forma de torná-la mais lúdica.
E. 	 impedir o prazer que sente com a obra como forma de preservá-la.
Alternativa B
Resolução: O fragmento do conto evidencia a felicidade sentida pela personagem ao ter contato com um livro. Essa 
personagem estabeleceu uma rotina de aproximar-se e distanciar-se do livro para que a felicidade de tê-lo fosse mais 
duradoura. Portanto, a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta: o distanciamento que estipula entre si mesma 
e o livro não parte do desejo da personagem de desfrutar outros elementos do mundo a sua volta. Evitar a leitura tinha como 
propósito prolongar a felicidade de estar em contato com o livro. A alternativa C está incorreta: a personagem não carrega 
culpa, os sentimentos mencionados no texto são orgulho, pudor e felicidade. A alternativa D está incorreta: a leitura não 
se tornava mais divertida à medida que a personagem a adiava, ela se tornava mais longa. A alternativa E está incorreta: 
o impedimento não está no prazer que sente com a obra, mas no contato físico que tem com ela.
QWVV
LCT – PROVA I – PÁGINA 22 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 34 
ITO, P. Painel na região do bairro Pompeia, em São Paulo. 2014. 
Disponível em: <www.vivadecora.com.br>. Acesso em: 25 out. 2023.
O grafite de Paulo Ito foi realizado no contexto da Copa do 
Mundo de 2014, que foi sediada no Brasil. Os elementos 
inseridos pelo artista em sua obra compõem uma 
mensagem que busca demonstrar que a
A. 	 sociedade exige sacrifício dos jovens atletas.
B. 	 inclusão desportiva é essencial para o país.
C. 	 necessidade real da população é ignorada.
D. 	 prática esportiva nutre a formação infantil.
E. 	 ascensão social pelo esporte é uma ilusão.
Alternativa C
Resolução: O grafite de Paulo Ito representa uma criança, 
aparentemente desnutrida, chorando diante de um prato 
que não possui uma refeição, mas uma bola de futebol. 
Esse desenho, produzido no contexto da Copa do Mundo 
que ocorreu no Brasil em 2014, evidencia uma crítica às 
prioridades do governo naquele momento. Mesmo que para 
alguns a prioridade seja alimentação, o que é oferecido aos 
cidadãos não é o que eles precisam. Por isso, a alternativa 
correta é a C. A alternativa A está incorreta: a criança no 
grafite não representa um atleta, o sacrifício está sendo 
realizado por um cidadão comum. A alternativa B está 
incorreta: ao substituir a comida pela bola no prato, o 
receptor da mensagem traça uma comparação entre 
um elemento básico de subsistência e o esporte. Nessa 
comparação a comida é elevada ao grau essencial, e não o 
esporte. A alternativa D está incorreta: a alternativa aborda 
o tema a partir de uma metáfora. Ainda assim, a expressão 
facial do menino diante do elemento que remete ao esporte 
contradiz a ideia de alimentação ou nutrição infantil a partir 
dele, mostrando-o como insuficiente. A alternativa E está 
incorreta: não há elementos que se relacionem à ideia de 
ascensão social a partir do esporte ou que façam referência 
à impossibilidade de enriquecer.
ZPCI QUESTÃO 35 
Montenegro e Veloso formaram-se no mesmo dia, na 
Faculdade de Direito de São Paulo. Depois da cerimônia da 
colação do grau, foram ambos enterrar a vida acadêmica 
num restaurante, em companhia de outros colegas, 
e era noite fechada quando se recolheram ao quarto que, 
havia dois anos, ocupavam juntos em casa de umas velhotas 
na Rua de São José. Aí se entregaram à recordação da sua 
vida escolástica, e se enterneceram defronte um do outro, 
vendo aproximar-se a hora em que deviam separar-se, 
talvez para sempre. Montenegro era de Santa Catarina 
e Veloso do Rio de Janeiro; no dia seguinte aquele partiria 
para Santos e este para a capital do Império. As malas 
estavam feitas.
AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.
br>. Acesso em: 27 nov. 2023.
Para entender o trecho como uma unidade de sentido, 
é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus 
elementos. Nesse texto, a coesão é construída, entre 
outros recursos, pelo uso da elipse, que, no fragmento, é 
observada no trecho:
A. 	 “talvez para sempre”.
B. 	 “e este para a capital do Império”.
C. 	 “Montenegro era de Santa Catarina”.
D. 	 “na Faculdade de Direito de São Paulo”.
E. 	 “no dia seguinte aquele partiria para Santos”.
Alternativa B
Resolução: A elipse é o ocultamento de um termo numa 
frase que tenha sido anteriormente utilizado. Esse termo 
ocultado é facilmente localizado pelo contexto, como é 
o caso do verbo “partiria” no fragmento anterior. Para 
falar sobre o movimento dos dois personagens e evitar a 
repetição desnecessária do termo, o verbo “partiria” fica 
subentendido quando se refere ao destino de Veloso. 
Por isso, a alternativa correta é a B. A alternativa A está 
incorreta: esse fragmento do texto compõe uma informação 
acessória que complementa o período anterior com valor 
de dúvida e não faz referência a qualquer termo ocultado. 
A alternativa C está incorreta: essa oração está completa e 
possui os termos sujeito, verbo e complemento explícitos. 
Serve inclusive como referência à oração seguinte: 
“Veloso do Rio de Janeiro”. Apenas a oração seguinte a 
ela apresenta uma elipse: “Veloso (era) do Rio de Janeiro”. 
A alternativa D está incorreta: esse fragmento do texto 
compõe uma informação acessória que complementa o 
período anterior com valor locativo e não faz referência a 
qualquer termo ocultado. A alternativa E está incorreta: essa 
oração está completa e possui os termos sujeito, verbo e 
complemento explícitos. Serve como referência à oração 
seguinte: “e este para a capital do Império”. Apenas a oração 
seguinte a ela apresenta uma elipse: “e este (partiria) para 
a capital do Império”.
4IPS
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 23BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 36 
No dia em que o Collor ganhou as eleições, todo mundo da vizinhança comemorou, dizendo que agora finalmente o 
Brasil ia pra frente. Na TV, o Collor fazia o pronunciamento de vencedor. Eu juro que fazia um grande esforço para entender 
o que ele dizia. Mas tinha impressão de que ninguém entendia muito bem o que ele falava, porque ele costumava utilizar 
palavras difíceis e esquisitas, mas podia ouvir a madrinha observar que ele falava bonito, era inteligente e tinha classe. 
A TV gritando Collor, Collor, como se fosse um grito de gol em copas do mundo. O fim do ano se aproximava e a nossa mãe 
viria passar o Natal com a gente, como ela havia prometido, e aquelafoi a notícia mais feliz que eu e Augusto tivemos desde 
que viemos para o Rio. Dali em diante passamos a contar os dias para que ela chegasse. E sempre que havia indícios de 
que eu estava esquecendo o seu rosto, eu olhava para uma foto dela.
TENÓRIO, J. Estela sem Deus. Porto Alegre: Editora Zouk, 2018. 
No fragmento, o andamento da narrativa é apresentado a partir da
A. 	 mescla entre acontecimentos públicos e alegrias pessoais.
B. 	 narração de tom inocente em relação a um marco político.
C. 	 coloquialidade que revela um contexto de vulnerabilidade.
D. 	 lembrança de sentimentos contraditórios sobre a felicidade.
E. 	 memória sobre o rancor provocado pelo abandono materno.
Alternativa A
Resolução: O fragmento mostra a sucessão de acontecimentos passados vividos pelo narrador-personagem, ora narrando 
fatos ora fazendo digressões. Entre eles, a vitória do ex-presidente Collor e a visita que havia sido prometida pela mãe. 
Portanto, a alternativa correta é a A. A alternativa B está incorreta: a perspectiva do narrador a respeito do marco político 
mencionado é ingênua, porque ressalta a dificuldade de compreensão do que o político dizia, por exemplo. No entanto, o 
andamento da narrativa compreende outro fato além desse: a espera pela visita da mãe, o que não está incluso no texto 
da alternativa. A alternativa C está incorreta: é possível inferir certo grau de vulnerabilidade emocional do personagem a 
partir da exposição de seus sentimentos em relação à mãe, ou seja, a vulnerabilidade se associa aos sentimentos, e não à 
construção linguística do texto. A alternativa D está incorreta: as lembranças em que menciona o sentimento de felicidade 
não são contraditórias, ao contrário, constituem-se a partir de situações das quais esperamos esse sentimento: a esperança 
do povo diante de uma promessa de avanço nacional e a visita de um parente amado. A alternativa E está incorreta: não é 
possível observar quaisquer indícios de que o personagem sente rancor ou que tenha sido abandonado pela mãe, o que 
é posto pelo texto em relação à figura materna são os sentimentos de saudade e felicidade.
QUESTÃO 37 
A mata inteira ri dele, a mata toda grita aquelas palavras, a mata toda aperta seu coração, dança na sua cabeça. 
Na frente dona Teresa, não é ela toda, é só o rosto. Isso é bruxaria, é praga que rogaram no negro. Damião sabe bem o 
que eles querem. Querem que ele não mate Firmo... Dona Teresa está pedindo, o que ele pode fazer? Sinhô Badaró é um 
homem direito, dona Teresa tem o rosto branco. Está chorando... Mas quem é? É dona Teresa com seu rosto no chão ou 
é o negro Damião? Está chorando... Dói mais que talho de facão, que brasa chiando na carne do negro...
Prenderam seus braços, não pode matar. Prenderam seu coração, ele tem que matar... Pelo rosto negro de Damião 
choram os olhos azuis de dona Teresa... A mata se sacode em riso, se sacode em pranto, a bruxaria da noite rodeia o negro 
Damião. Ele sentou no chão e chora mansamente como uma criança castigada.
AMADO, J. Terras do sem-fim. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Para a caracterização da cena narrada, Jorge Amado faz uso da figura de linguagem
A. 	 hipérbole, exagerando a significação real dos atos de Damião.
B. 	 prosopopeia, transformando o ambiente em um personagem.
C. 	 pleonasmo, repetindo a angústia do cenário de forma enfática.
D. 	 metáfora, caracterizando o personagem enquanto uma criança.
E. 	 paradoxo, estabelecendo a dualidade entre vontade e obrigação.
Q1DU
QLF8
LCT – PROVA I – PÁGINA 24 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: Ao descrever o sofrimento do personagem em um ambiente de mata, o narrador atribui características humanas 
a ela: a mata ri, grita e aperta seu coração. Essa figura de linguagem é chamada de personificação ou prosopopeia. 
Por isso, a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta: o conflito vivido pelo personagem envolve sua 
responsabilidade diante do assassinato de outro, tendo em vista esse contexto – cuja humanidade do personagem justifica 
seu sofrimento – e a seleção vocabular do fragmento, não se pode afirmar que houve um exagero para descrever os atos 
de Damião. A alternativa C está incorreta: a angústia do cenário se dá por diferentes descrições, sendo repetido apenas 
um termo, o riso da mata. A distância entre as ocorrências e as diversas formas de construir o sentimento não configuram 
pleonasmo. A alternativa D está incorreta: a última frase do fragmento compara o personagem a uma criança, mas, 
para isso, faz uso do conector “como”, manifestando assim outra figura de linguagem, a comparação, e não a metáfora. 
A alternativa E está incorreta: mesmo que haja oposição entre a vontade do personagem e sua obrigação, essa dualidade 
não se estabelece de forma a desafiar a lógica, não configura impossibilidade de coexistência.
QUESTÃO 38 
Vi por mandado da santa & geral inquisição estes dez Cantos dos Lusiadas de Luis de Camões, dos valerosos feitos 
em armas que os Portugueses fizerão em Asia & Europa, e não achey nelles cousa algűa escandalosa nem contrária â fe 
& bõs custumes, somente me pareceo que era necessario aduertir os Lectores que o Autor pera encarecer a difficuldade da 
nauegação & entrada dos Portugueses na India, usa de hűa fição dos Deoses dos Gentios. E ainda que sancto Augustinho 
nas sas Retractações se retracte de ter chamado nos liuros que compos de Ordine, aas Musas Deosas. Toda via como isto 
he Poesia & fingimento, & o Autor como poeta, não pretende mais que ornar o estilo Poetico não tiuemos por inconueniente 
yr esta fabula dos Deoses na obra, conhecendoa por tal, & ficando sempre salua a verdade de nossa sancta fe, que todos 
os Deoses dos Gentios sam Demonios. E por isso me pareceo o liuro digno de se imprimir, & o Autor mostra nelle muito 
engenho & muita erudição nas sciencias humanas. Em fe do qual assiney aqui.
Frey Bertholameu Ferreira
FERREIRA, F. B. Prefácio. In: CAMÕES, L. Os Lusíadas. 
São Paulo: Abril Cultural, 1979. [Fragmento]
Frey Bertholameu foi um censor do Santo Ofício, cuja função era apontar o posicionamento da Igreja Católica sobre o 
lançamento, no século XVI, do poema épico Os Lusíadas, de Luís de Camões. Apesar de seu posicionamento positivo, 
há um alerta aos leitores que recai sobre a característica do gênero épico de
A. 	 apresentar menção aos deuses e heróis clássicos.
B. 	 utilizar alegorias dos ensinos de Santo Agostinho.
C. 	 criticar a ocultação de informações pela Igreja.
D. 	 valorizar o poeta e a estética de suas obras.
E. 	 realçar na poesia relatos heroicos lusitanos.
Alternativa A
Resolução: O texto apresenta a análise do frei acerca da obra Os Lusíadas, apontando os motivos para sua liberação de 
acordo com os preceitos da Igreja. Apesar de aprovar o poema de Camões, o religioso afirma ser necessário alertar os 
leitores sobre a presença de elementos referentes à cultura dos “pagãos”, como deuses e musas, os quais, de acordo com 
o frei, foram utilizados como forma de incrementar a narrativa, sendo ficção e fingimento. Assim, está correta a alternativa A. 
A alternativa B está incorreta, pois a menção a Santo Agostinho é feita pelo frei, não sendo apontada como uma característica 
da obra analisada por ele. A alternativa C está incorreta, pois não há referência sobre críticas à Igreja, o que seria motivo 
para a censura do texto, e não sua liberação. A alternativa D está incorreta, pois é apontado que a menção aos deuses 
ocorre para valorizar as grandes conquistas lusitanas, não sendo isso característica do gênero épico, além de não ocorrer 
valorização da estética em si. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois há alusão à presença de uma exaltação dos 
relatos portugueses, mas não é o ponto de alerta referido por Frey Bertholameu, bem como não é característica do gênero.
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ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 25BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 39 
Disponível em: <www.willtirando.com.br>. Acesso em: 31out. 2023.
A coesão é um mecanismo de textualidade decisivo para a construção do texto. Nesse sentido, o questionamento do 
estudante mostra-se
A. 	 adequado, tendo em vista o duplo sentido do verbo “derrubou”.
B. 	 genérico, tendo em vista a falta de clareza da pergunta realizada.
C. 	 equivocado, tendo em vista que a chuva forte derrubou a dona aranha.
D. 	 pertinente, tendo em vista a imprecisão do termo “a” em “e a derrubou...”.
E. 	 apropriado, tendo em vista que a dúvida dele é comum aos demais colegas.
Alternativa D
Resolução: Na tirinha, a professora ensina uma cantiga brasileira amplamente difundida. Um aluno questiona o referente 
do pronome “a”, tendo em vista que há duas palavras femininas no singular que podem servir de referente contextual: “dona 
aranha” ou “parede”. Portanto, a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta: o verbo “derrubar” não apresenta 
duplo sentido no contexto em que está inserido, independente do referente que possui, ele significará “levar ao chão”. 
A alternativa B está incorreta: o aluno organizou sua pergunta de forma objetiva e pontual. É possível, através de sua 
frase, compreender exatamente o que ele quis dizer, ele pergunta quem foi derrubada pela chuva forte. A alternativa C está 
incorreta: o senso comum nos leva a crer que a chuva forte derrubou a dona aranha por ser o sujeito da frase, sobre quem 
se declara algo. No entanto, a “parede” também pode ser o referente contextual do pronome “a”, por ser o primeiro termo 
que o antecede e compartilhar com ele gênero e número. A alternativa E está incorreta: não há informações que permitam 
verificar na tirinha que a dúvida do estudante é compartilhada pelos colegas de classe.
QUESTÃO 40 
Certa ocasião andava pelas ruas, era o início da noite, quando viu um homem deitado no chão, sob a marquise 
de uma agência bancária. Os desabrigados pareciam preferir como refúgio noturno as marquises das agências 
bancárias, talvez porque, por algum motivo, os gerentes dos bancos não se sentissem à vontade para expulsá-los. 
Os transeuntes normalmente fingiam não tomar conhecimento de um adulto ou uma criança naquela situação, mas nessa 
noite duas pessoas, um homem e uma mulher, estavam diligentemente curvadas sobre o corpo abandonado, como se 
tentassem reanimá-lo.
FONSECA, R. Anjos das marquises. In: A confraria das espadas. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
As ideias veiculadas no texto dependem, para a efetiva construção de sentido, de estratégias coesivas voltadas à retomada de 
certos elementos. Com esse objetivo, resgata-se a referência aos desabrigados, feita no começo da narrativa, por meio do(a)
A. 	 omissão do sujeito do verbo “fingiam”.
B. 	 pronome agregado ao verbo “expulsar”.
C. 	 uso intencional de recursos de redundância.
D. 	 alusão a pessoas apresentadas posteriormente.
E. 	 menção do termo “transeuntes”, de igual valor semântico.
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LCT – PROVA I – PÁGINA 26 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: Observa-se no texto a substituição do termo 
“desabrigados” por um pronome correspondente em 
gênero e número para fazer correta referenciação e evitar 
sua repetição desnecessária em um curto período. Isso 
acontece no segundo período do fragmento, quando o 
pronome “los”, anexado ao verbo expulsar, retoma o 
substantivo “desabrigados”. Por isso, a alternativa correta é 
a B. A alternativa A está incorreta: o sujeito do verbo “fingiam” 
está explícito, “Os transeuntes”, e não faz referência a 
“desabrigados”. A alternativa C está incorreta: a redundância 
é uma estratégia enfática que consiste na repetição 
excessiva de um termo, o contrário do que acontece com 
a palavra “desabrigados” no texto. A alternativa D está 
incorreta: a alusão é uma referência indireta a algo ou 
alguém de propósito comparativo. Nesse caso, há uma 
referência direta ao termo, literal. A alternativa E está 
incorreta: os termos “transeuntes” e “desabrigados” não 
possuem o mesmo significado. “Desabrigados” significa 
“pessoa sem abrigo” e “transeuntes”, “pessoa que vai 
caminhando”.
QUESTÃO 41 
Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia 
que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse. 
Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre 
me pareceu que mulher é bicho esquisito, difícil de governar.
A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito 
ordinária. Havia conhecido também a Germana e outras 
dessa laia. Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, 
inclinado para nenhuma: o que sentia era desejo de preparar 
um herdeiro para as terras de São Bernardo.
RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2020.
No excerto do livro São Bernardo, de Graciliano Ramos, 
observa-se um narrador que, ao mesmo tempo que 
degrada as mulheres, revela seu desejo de casar-se. Assim, 
entende-se que esse desejo está vinculado à
A. 	 formalidade necessária para manter o regime de 
propriedade privada.
B. 	 idealização de uma mulher submissa para ocupar a 
posição de esposa.
C. 	 noção de que o pleno pertencimento social depende 
da união conjugal.
D. 	 ideia calculista de percepção da mulher apenas como 
agente reprodutor.
E. 	 apuração econômica e política das vantagens de se 
estar em um casamento.
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Alternativa A
Resolução: O fragmento do livro focaliza o pensamento 
do narrador a respeito do casamento, não como uma 
forma de experimentar a vida conjugal, nem motivada por 
qualquer figura feminina, mas como uma necessidade 
de garantir a herança de suas terras para alguém com 
laços sanguíneos. Por isso, a alternativa correta é a A. 
A alternativa B está incorreta: o narrador menciona dois 
perfis psicológicos de mulher com os quais teve contato, 
mas não tece considerações a respeito de um perfil ao 
qual tenha preferência. A alternativa C está incorreta: 
a preocupação do narrador não é pertencer à sociedade 
através do casamento, mas perpetuar suas posses a um 
herdeiro legal. A alternativa D está incorreta: o desejo 
expressado pelo personagem não está vinculado ao 
seu pensamento em relação às mulheres, mas a ter um 
herdeiro para o qual transpor suas terras. A alternativa E 
está incorreta: o narrador não faz nenhum tipo de listagem 
de benefícios garantidos pelo casamento, ao contrário, ele 
possui apenas um objetivo prático.
QUESTÃO 42 
CIÊNCIA, P. Disponível em: <www.instagram.com>. 
Acesso em: 23 out. 2023.
A charge adota elementos do gênero cartaz de lançamento 
para criar uma reflexão sobre o(a)
A. 	 abundância de publicações sobre temas irrelevantes.
B. 	 incoerência entre o título e o volume da suposta obra.
C. 	 deboche do espaço dedicado às lamentações 
públicas.
D. 	 comparação entre o cartaz e a postagem dos “textões”.
E. 	 desatualização do livro físico como fonte de 
informação.
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ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 27BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: A charge é um gênero que tem como objetivo realizar uma crítica. O título do livro “Eu não ligo pra o que 
os outros pensam de mim” apresenta a ideia de indiferença diante das relações interpessoais. No entanto, o número de 
páginas, imagens, traduções a outros idiomas, esmero na composição de uma capa dura e a possível existência de um 
“volume 2” vai contra a ideia defendida no título, já que, se ele não ligasse, não teria tanto a dizer. Portanto, a alternativa 
correta é a B. A alternativa A está incorreta: para que o foco da crítica estivesse voltado para a abundância de publicações, 
seria necessário haver referência a múltiplos livros com diferentes temas irrelevantes como título. A alternativa C está 
incorreta: o título do livro não apresenta sentimentos associados à lamentação, como sofrimento, angústia ou tristeza. Ele 
busca apresentar um fato. A alternativa D está incorreta: não há referências na charge que permitam ao leitor associar o 
livro desenhado a longos textos publicados em redes sociais, uma vez que a tecnologia não é mencionada. A alternativa E 
está incorreta: não há referências na chargeque permitam ao leitor realizar uma comparação entre o livro físico e o livro 
digital, uma vez que a tecnologia não é mencionada.
QUESTÃO 43 
– Não lerei esse livro. Sei que está cheio de injustiças e de mentiras perversas. Os senhores romancistas não perdoam 
às mulheres; fazem-nas responsáveis por tudo – como se não pagássemos caro a felicidade que fruímos! Nesses livros 
tenho sempre medo do fim; revolto-me contra os castigos que eles infligem às nossas culpas, e desespero-me por não 
poder gritar-lhes: hipócritas! hipócritas! Leve o seu livro; não me torne a trazer desses romances. Basta-me o nosso, para 
eu ter medo do fim.
ALMEIDA, J. L. A falência. Jandira: Principis, 2019. [Fragmento adaptado] 
Lançado em 1901, o livro de Júlia Lopes de Almeida foi muito importante para transpor a voz feminina num meio 
majoritariamente masculino. No trecho, isso se dá em forma de 
A. 	 crítica aos leitores de romancistas consagrados e excludentes.
B. 	 denúncia da misoginia intrínseca à literatura publicada na época.
C. 	 protesto da normalização da violência de gênero entre escritores.
D. 	 queixa do propósito pedagógico da prosa contemporânea a seu tempo.
E. 	 censura do meio editorial que não analisa criticamente suas publicações.
Alternativa B
Resolução: O fragmento do texto é um desabafo feminino a respeito da maneira como se constroem os romances 
publicados em seu contexto histórico. A personagem mostra-se revoltada com o tratamento dado às mulheres 
nesses romances, sempre culpadas e retratadas com desprezo. Por isso, a alternativa correta é a B. A alternativa 
A está incorreta: a crítica realizada pela personagem está direcionada aos romancistas, e não aos leitores. 
A alternativa C está incorreta: o protesto da personagem aponta para a problemática da construção de personagens 
femininas em romances, e não da violência de gênero sofrida pelas escritoras. A alternativa D está incorreta: 
o tema da educação, seja ela de qualquer nível, não é citado pela personagem. A alternativa E está incorreta: a queixa da 
personagem não se direciona ao meio editorial, mas sim aos autores dos romances.
QUESTÃO 44 
A vida é esta, descer Bahia e subir Floresta. Quem não morou em Belo Horizonte, ao ouvir o mineiro suspirar num 
momento de cansaço e bobice – a vida é esta, descer Bahia e subir Floresta – não há de entender, perdendo-se em noções 
de selva e estado. Nada disso. A vida é descer a Rua da Bahia, que tinha dois ou três quarteirões de cidade grande, de 
prazer; depois que se atravessava o estirão da Avenida Afonso Pena, a Rua da Bahia caía em um declive desagradável 
para o vale das estações de estrada de ferro, ficava desolada, cumprida, estéril, acabando por subir sem fôlego e sem 
esperança o bairro da Floresta. Era a vida.
CAMPOS, P. M. Rua da Bahia. In: Cisne de feltro – crônicas autobiográficas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. 
A narrativa concentra sua força expressiva no desenvolvimento da afirmação contida na primeira frase do fragmento. Essa 
estratégia acaba por revelar o(a)
A. 	 caráter coloquial do cotidiano nos centros urbanos. 
B. 	 traço subjetivo da identidade cultural dos brasileiros.
C. 	 tom crítico ao descaso público com as regiões centrais.
D. 	 atmosfera reflexiva a partir do cotidiano belo-horizontino.
E. 	 aspecto detalhado dos itinerários mais famosos da capital.
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LCT – PROVA I – PÁGINA 28 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa D
Resolução: O esforço do parágrafo está em explicar os termos e a simbologia que envolvem a primeira frase “A vida 
é esta, descer Bahia e subir Floresta”. Ao apresentar a geografia, a aparência e a economia da Rua Bahia e do bairro 
Floresta, localizados em Belo Horizonte, o narrador objetiva também o significado subjetivo por trás das associações: 
literal e figurativamente os altos e baixos da vida. Portanto, a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta: parte 
da explicação da expressão linguística faz referência a uma rua de aspecto rústico que desemboca no bairro Floresta. 
A alternativa B está incorreta: o significado subjetivo referente às dificuldades enfrentadas ao longo da vida direciona-se a 
quem faz uso consciente da expressão, tendo morado em Belo Horizonte ou sendo mineiro. A alternativa C está incorreta: a 
descrição das regiões que envolvem a expressão não está acompanhada de construções que responsabilizem ou analisem 
de forma crítica o tratamento dado pelo poder público a elas. A alternativa E está incorreta: a expressão não reforça uma 
rota por ser comumente percorrida, mas pelo significado subjetivo que implica relacionar a alternância entre um ponto e 
outro, como etapas similares às dificuldades da vida.
QUESTÃO 45 
para o Carlinhos 
vou moer teu cérebro. vou retalhar tuas
 coxas imberbes & brancas.
 vou dilapidar a riqueza de tua
 adolescência. vou queimar teus
 olhos com ferro em brasa.
 vou incinerar teu coração de carne &
 de tuas cinzas vou fabricar a
 substância enlouquecida das
 cartas de amor.
(música de 
Bach ao fundo)
PIVA, R. XIV. In: Morda meu coração na esquina: Poesia reunida. São Paulo: Companhia das Letras, 2023.
No poema de Roberto Piva, o eu lírico apresenta sua visão do amor de forma
A. 	 hiperbólica, pautando a violência ensandecida do sentimento.
B. 	 metafórica, abordando o absurdo através de imagens de rancor.
C. 	 anafórica, reforçando a brutalidade da expressão do ato de amar.
D. 	 alegórica, desenvolvendo uma representação grotesca da paixão.
E. 	 paradoxal, construindo a poesia por meio de ideias contraditórias.
Alternativa A
Resolução: O eu lírico apresenta sua visão de amor baseando-se em verbos e expressões agressivas e extremamente 
violentas. Ou seja, optou por uma seleção vocabular exagerada para descrever seus sentimentos. Esse exagero é chamado 
de “hipérbole”, figura de linguagem utilizada para expressar intensidade. No poema, a ideia de amor do eu lírico, a “substância 
enlouquecida” do amor, é retirada justamente dessa violência para com o amado. Dessa forma, o amor é apresentado a 
partir do viés de loucura e brutalidade que, para o eu lírico, caracteriza tal sentimento. Portanto, a alternativa correta é a A. 
A alternativa B está incorreta: para que houvesse uma visão metafórica do sentimento do eu lírico, seria necessário construir 
os versos a partir de comparações mentais entre elementos que possuíssem um traço comum. Além disso, as imagens do 
poema não são de rancor, uma vez que indicam atos que objetivariam “fabricar” a substância do amor. A alternativa C está 
incorreta: a estratégia de composição dos versos não pode ser classificada como anafórica porque não há a recorrência de 
termos iguais ou referenciados através de pronomes. A alternativa D está incorreta: a alegoria é uma expressão figurada 
de um pensamento ou sentimento, facilmente associada ao elemento a que se faz referência. No poema, a linguagem não 
busca representar ou referenciar outro significado que fuja do que está posto. A alternativa E está incorreta: a visão brutal 
do eu lírico é coerente, ou seja, não está pautada em ideias opostas que desafiam a lógica.
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ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 29BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TEXTO I
A construção de uma sociedade justa e resiliente em 
meio às mudanças no clima passa pela justiça climática, 
como forma de enfrentamento à distribuição desigual de 
ônus e bônus ambientais entre pessoas ou comunidades a 
partir de suas dimensões de raça, gênero, etnia e origem, 
por exemplo. Esses são direitos humanos e fundamentais 
inter-relacionados, previstos na Constituição Federal, em 
tratados internacionais, bem como na legislação ambiental 
específica.
Disponível em: <www.conectas.org>. 
Acesso em: 20 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO II
O Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (INPE) 
desenvolveu dois cenários de Mudanças Climáticas para o 
Brasil, projetando o que poderá ocorrer até o ano de 2100, 
um com maiores emissões e, portanto, mais pessimista, 
e outro menos pessimista. Nesse cenário, o quadro mais 
pessimista prevê uma tendência ao desaparecimento de 
20% a 50% da Floresta Amazônica. Na Região Sul, o clima 
chuvoso pode afetar o balanço hídrico e os extremos de 
chuva e temperatura teriam impactos na agricultura, na 
geração de energia e na saúde da população. Na Região 
Centro-Oeste, mesmo a previsão de impacto menos 
pessimista provocaria a redução da biodiversidade do 
Pantanal e do Cerrado. Além disso, o aumento de 2 °C a 
4 °C poderia impactar a agricultura. Já no Sudeste, a versão 
menos pessimista da análise prevê aumento da ocorrência 
de extremos de chuva, seca e temperatura.
BRASIL. INPE. Mudanças climáticas: o clima está diferente. 
O que muda na nossa vida. Cartilha. Disponível em: 
<https://issuu.com>. Acesso em: 20 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO III
Em julho de 2022, uma resolução da Assembleia Geral 
das Nações Unidas (ONU) declarou que todas as pessoas no 
planeta têm direito a um meio ambiente saudável e disse que 
a mudança climática e a degradação ambiental são algumas 
das ameaças mais urgentes ao futuro da humanidade. 
A resolução chega no momento em que o mundo enfrenta 
a tripla crise planetária da mudança climática, da perda da 
natureza e da biodiversidade, da poluição e dos resíduos. 
A nova resolução diz que, se não forem controlados, esses 
problemas podem ter consequências desastrosas para as 
pessoas em todo o mundo, especialmente para os pobres, 
as mulheres e as meninas. Espera-se que os 193 Estados- 
-membros da ONU consolidem o direito a um meio 
ambiente saudável nas constituições nacionais e em 
tratados regionais, implementando essas leis. O Supremo 
Tribunal Federal (STF) do Brasil já declarou o Acordo 
de Paris sobre mudança climática um tratado de direitos 
humanos, lembrando que o pacto deveria prevalecer sobre 
a lei nacional. Os apoiadores estão esperançosos de que 
a última resolução da Assembleia Geral acabará levando 
a mais decisões como essas.
Disponível em: <https://brasil.un.org>. 
Acesso em: 20 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO IV
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
fonte: FGV/Guilherme Fasolin, Juliana Camargo e Matias Spektor
ACREDITAM QUE 
ESTÃO OCORRENDO
94%
ATIVIDADE HUMANA 
É RESPONSÁVEL
91%
CONSEQUÊNCIAS 
SÃO GRAVES
56%
Disponível em: <https://g1.globo.com>. 
Acesso em: 20 nov. 2023.
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número 
de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
QØ3B
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema 
“A manutenção dos direitos humanos diante das mudanças climáticas no Brasil”, apresentando proposta de intervenção 
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para 
defesa de seu ponto de vista.
LCT – PROVA I – PÁGINA 30 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A proposta de redação orienta-se por uma temática geral
A MANUTENÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DIANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL
Toda a coletânea apresenta informações referentes a esse tema e, de modo geral, também oferece elementos para que os 
alunos consigam problematizar seu enfoque. A proposição de um título não é obrigatória na redação do Enem, no entanto, 
caso os alunos decidam por dar um título a seu texto, a correção deve penalizar apenas aqueles que colocarem o tema 
como tal.
Itens de correção de acordo com a grade Enem:
I. Item destinado à avaliação da composição linguística do texto (uso da norma-padrão). São considerados os 
aspectos de domínio gramatical explorados na estruturação do raciocínio: concordância verbonominal, acentuação 
gráfica, ortografia, variedade vocabular, pontuação, entre outros recursos que, caso mal utilizados, devem ser 
penalizados. O aspecto linguístico deve ser considerado em função do conteúdo do texto. Desse modo, se o texto 
for claro, mas apresentar algumas falhas gramaticais que não prejudiquem o conjunto textual, elas devem ser 
penalizadas de forma moderada ou mesmo não ser penalizadas.
• Para a obtenção de nota total nessa competência, são permitidos até dois erros linguísticos. Este item é avaliado 
em consonância com o item IV. 
II. Em um primeiro momento, é preciso que os alunos atentem para o tipo de texto solicitado: o dissertativo- 
-argumentativo. Devem, portanto, mesclar essas suas duas condições: precisam progredir na exposição e no 
aprofundamento do tema ao mesmo tempo que usam as informações novas como conteúdo para seus argumentos 
na defesa de um determinado ponto de vista, sempre de maneira impessoal. Na compreensão do tema, 
é necessário que os alunos problematizem a situação abordada, a manutenção dos direitos humanos diante das 
mudanças climáticas no Brasil. No texto I, o estudante reconhecerá a relação entre as mudanças climáticas e 
os direitos humanos. Ou seja, entenderá que a distribuição desigual de ônus e bônus ambientais entre pessoas 
ou comunidades não configura justiça climática, pois, de acordo com a Constituição Federal, a distribuição 
desses direitos é fundamental para todos, independente de raça, gênero, etnia e origem. No entanto, a mudança 
climática se apresenta como um fator limitador dessa distribuição, inviabilizando a justiça. No texto II, o aluno tem 
acesso a previsões futuras feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O texto traz exemplos 
de consequências negativas da mudança climática em diversas esferas, como saúde, alimentação e equilíbrio 
ambiental. O texto III aborda o posicionamento da ONU a respeito do direito de todos ao meio ambiente saudável, 
detalha os aspectos que envolvem a crise planetária numa resolução que aponta a gravidade do problema e os 
principais afetados. Por fim, o texto exprime desejos de que os Estados-membros da ONU ajam em prol desse 
direito por meio da implementação de leis. O texto IV é verbovisual e permite ao aluno visualizar estatísticas 
a respeito da percepção das pessoas sobre as mudanças climáticas serem factuais, a responsabilização dos seres 
humanos sobre elas e a gravidade de suas consequências.
• Sinalizar, na correção, a existência ou a ausência da tese de raciocínio. Caso não haja tese no texto dos 
alunos, este item deve ser penalizado com maior rigor: nota mínima ou zero. Penalizar também a presença de 
trechos longos que escapem às tipologias argumentativa e expositiva, como os de cunho narrativo. Este item 
é avaliado em consonância com o item III.
III. Com relação à terceira habilidade avaliada, domínio da estrutura textual argumentativa, os alunos devem confirmar 
ou discutir sua tese por meio de estratégias argumentativas diversificadas, com certo grau de ineditismo e indícios 
de autoria, procurando fugir, ao menos parcialmente, de uma abordagem atrelada ao senso comum. No caso dessa 
proposta, podem ser utilizados os dados e as informações dos textos motivadores, cuidando para que não ocorra 
uma cópia destes. Tratando-se de um tema vinculado às demandas de saúdee sociais, a argumentação deve levar 
a uma reflexão acerca da manutenção dos direitos humanos diante das mudanças climáticas no Brasil. Desde uma 
perspectiva geral dos textos-base, é possível afirmar que cabe, aos quatro, a construção de argumentos de autoridade, 
já que todos referenciam fontes confiáveis, que geram credibilidade, se utilizadas de forma adequada. A partir do 
texto I, o estudante pode reivindicar a distribuição correta dos ônus e bônus ambientais, dispondo da Constituição 
Federal como documento oficial base de seu reclamo. O texto pode auxiliar na construção de um dos argumentos 
da redação, já que, utilizando uma linha argumentativa de raciocínio lógico, é possível apontar o poder público como 
negligente, caso seja omisso na garantia de direitos humanos fundamentais previstos por lei. A partir do texto II, 
o aluno poderá fazer uso de informações que abrangem três regiões diferentes do país: Sul, Centro-Oeste e Sudeste. 
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCT – PROVA I – PÁGINA 31BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A amplitude das projeções negativas a uma parcela significativa do território nacional contribui para o efeito 
de urgência do argumento. Além disso, as projeções estão divididas em dois extremos, mais otimistas e mais 
pessimistas, o que permite argumentar, após leitura atenta, que mesmo na perspectiva mais otimista as projeções 
também geram efeitos negativos para a sociedade. A partir dessas informações, uma possibilidade é desenvolver 
a tese e um dos parágrafos argumentativos baseando-se na relação de causa e consequência, em que as causas 
são os problemas ambientais conhecidos e as consequências, além de climáticas, privam o ser humano de direitos 
básicos. Já o texto III chama atenção para questões práticas, como reuniões, resoluções e anúncios de entidades 
governamentais a respeito do tema. Esse texto pode ser vinculado ao primeiro porque possuem em comum 
a citação a órgãos competentes anunciando direitos. O aluno pode, nesse momento, estabelecer um comparativo 
entre a Declaração de Direitos em oposição à carência de deveres e obrigações que os assegurem. Consoante 
a isso, o texto pode auxiliar na contextualização do tema, julgando o discurso encorajador tardio (2022), tendo em 
vista que temas como a crise planetária e os direitos humanos são alvos de debate nas últimas décadas. Por fim, 
o texto IV tem como fonte o G1, esse dado pode ser utilizado pelo aluno de forma conveniente, já que, pertencer 
a esse portal de notícias assegura que o tema está sob a ótica de cidadãos brasileiros. Os gráficos apresentam 
números expressivos, que revelam o nível de conscientização das pessoas a respeito da problemática. Assim, 
ao constatar a consciência de uma parcela de brasileiros numa amostragem, as porcentagens têm o potencial de 
nortear a linha argumentativa do estudante, ao se transformar numa chamada para ação, no desenvolvimento de 
um tópico frasal que constata o reconhecimento do problema, no desenvolvimento de um parágrafo argumentativo 
com estratégia de abordar o senso comum (para informações cujos valores ultrapassam 90%).
• A ausência de problematização do enfoque deve ser penalizada com nota igual ou inferior a 50%. Este item 
deve ser avaliado em conexão com o item II, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas.
IV. Na quarta habilidade, domínio da estrutura linguístico-semântica, os alunos devem demonstrar uso coerente 
de sequências discursivas, especialmente no que diz respeito às cadeias coesivas construídas no texto, com 
o auxílio de determinadas ferramentas da norma-padrão: pontuação, conectores, entre outros. As relações coesivas 
devem ser avaliadas entre as sentenças e entre os parágrafos. 
• Este item deve ser avaliado em conexão com o item I, para que não haja penalização dupla dos mesmos 
problemas.
V. Na quinta habilidade avaliada, proposta de intervenção, os alunos devem propor estratégias para solucionar 
as situações-problema apresentadas ao longo do texto. Nesse sentido, deve haver detalhamento e variedade 
nas propostas apresentadas. Com relação ao tema em questão, devem ser apontadas medidas para solucionar 
os desafios citados na argumentação. É esperado que a proposta de intervenção apresente cinco elementos 
estruturantes: ação (o que deve ser feito); agente (quem realizará); meio / modo (como a ação será concretizada ou 
por meio de que instrumento); finalidade (para que a ação será feita); detalhamento. Considerando esses aspectos, 
pode-se propor, por exemplo, que o Governo Federal trace estratégias de interferência em todo território nacional 
que vise extinguir os agentes causadores de desequilíbrio ambiental em grandes proporções. Esse processo deve 
ter início na fiscalização de produção de dejetos, poluição da água e emissão de gases poluentes de grandes 
indústrias, estendendo-se a campanhas de proteção ambiental para cada nicho da sociedade. Dessa forma, essas 
ações contribuem para a manutenção do direito básico ao meio ambiente saudável e divide a responsabilidade 
de cuidado com cada cidadão.
• A intervenção proposta pelos alunos deve estar em conformidade com a tese e a argumentação desenvolvidas 
ao longo do texto. Do contrário, deve haver penalização.
LCT – PROVA I – PÁGINA 32 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46 
Na democracia ateniense, todos os cidadãos podiam 
participar da assembleia do povo (Eclésia), que tomava as 
decisões relativas aos assuntos políticos em praça pública. 
Em Atenas, eram considerados cidadãos apenas os homens 
adultos (com mais de 18 anos de idade) nascidos de pai 
e mãe atenienses. O povo, definido como o conjunto dos 
cidadãos, era considerado soberano e suas decisões só 
estariam submetidas às leis resultantes de suas próprias 
deliberações. As leis, uma vez aprovadas, deveriam 
aplicar-se a todos; os que haviam votado contra ainda 
podiam deixar a cidade, mas ficando, deveriam obedecer 
à decisão tomada pela maioria.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. p. 38-39 
(Adaptação).
De acordo com o texto, a sociedade ateniense caracterizava-se 
pela 
A. 	 existência de uma participação política limitada.
B. 	 presença de um sistema político representativo.
C. 	 igualdade de gênero nas relações sociopolíticas.
D. 	 fragilidade das instituições políticas estabelecidas.
E. 	 interferência na política de outras cidades da região.
Alternativa A
Resolução: Conforme indicado no texto, em Atenas, 
apenas os homens adultos (com mais de 18 anos) nascidos 
de pai e mãe atenienses eram considerados cidadãos. 
Isso implicava na exclusão de estrangeiros, mulheres 
e escravizados. Assim, apesar da igualdade entre os 
cidadãos, a democracia ateniense era caracterizada por 
uma participação política limitada quando consideramos 
todos os habitantes da pólis. Portanto, está correta a 
alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois, na 
democracia ateniense, todos os cidadãos podiam participar 
da assembleia do povo, configurando um sistema político 
com participação direta. A alternativa C também está 
incorreta, já que, como mencionado anteriormente, as 
mulheres não eram consideradas cidadãs na Atenas antiga. 
A alternativa D está equivocada, pois, apesar das limitações 
na cidadania, as instituições democráticas atenienses 
funcionavam efetivamente, apresentando inclusive 
dispositivos de proteção do regime, como o ostracismo. 
Por fim, a alternativa E está incorreta, pois Atenas era uma 
cidade-estado com autonomia política e administrativa. 
Além disso, tal aspecto que não é abordado no texto.
TR2P
QUESTÃO 47 
A humanidade entrou em um período da História em que 
se configurou uma nova e complexa Geografia do mundo. 
Enquanto muros e símbolos de uma época se dissolveram, 
muitos outros se materializaram no espaço planetário. 
O muro leste-oeste sucumbiu, ao mesmo tempo que 
novos muros norte-sul se levantam; o World Trade Center 
nova-iorquino desabou, ao passoque o projeto de torres 
e edifícios “maiores do mundo” na China afirmava o novo 
poder do Oriente.
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. A nova des-ordem 
mundial. São Paulo: Editora UNESP, 2006 (Adaptação).
O texto sinaliza algumas mudanças ocorridas a partir da 
emergência de uma Nova Ordem Mundial, no contexto 
histórico após o final da Guerra Fria, como o(a)
A. 	 declínio das desigualdades quanto ao nível de 
desenvolvimento.
B. 	 surgimento de novas potências econômicas no 
cenário global.
C. 	 superação da regionalização mundial de caráter 
econômico.
D. 	 predominância do alinhamento ideológico entre os 
países.
E. 	 redução da interdependência econômica no mercado 
mundial.
Alternativa B
Resolução: Uma das características da Nova Ordem 
Mundial, que emergiu a partir do encerramento da Guerra 
Fria, no final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990, 
é a multipolaridade, que é caracterizada pela existência de 
diversas potências econômicas no cenário global. Entre 
essas potências, tem-se os Estados Unidos (que já figurava 
como uma das potências da ordem bipolar vigente durante 
a Guerra Fria), o Japão, a China e alguns países da União 
Europeia. As alternativas A e C estão incorretas, pois o texto 
menciona que “novos muros norte-sul se levantam”, o que 
sinaliza para regionalização mundial em países do norte e 
do sul, que é baseada nas desigualdades quanto ao nível de 
desenvolvimento econômico. A alternativa D está incorreta, 
pois o alinhamento ideológico entre os países era uma 
característica do período da Guerra Fria, o que configurou 
uma polarização entre os países do bloco capitalista e 
socialista. A alternativa E está incorreta, pois a Nova Ordem 
Mundial é marcada pela intensificação da globalização, 
que se traduz no aprofundamento da interdependência 
econômica entre os países.
Ø9MF
CH – PROVA I – PÁGINA 33ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 48 
Entre as características do conhecimento popular, 
também denominado de senso comum, está um aspecto 
valorativo resultante do ânimo e das emoções do 
observador, dificultando a isenção de opinião do objeto 
de estudo. O senso comum é um tipo de conhecimento 
que permite a reflexão, em decorrência de se apresentar 
com um nível de familiaridade com o objeto estudado, não 
instigando a consolidação de padrões e fórmulas gerais.
COSTA, M. R. P.; SILVA JÚNIOR, J. A. J. As especificidades e as 
diferenças entre os diversos tipos de conhecimento. Disponível em: 
<https://educapes.capes.gov.br>. Acesso em: 27 nov. 2023.
A partir da descrição no trecho sobre as crenças do 
senso comum, a atitude filosófica diante desse tipo de 
conhecimento é caracterizada pela
A. 	 investigação crítica que objetiva ajuizar sobre a 
validade de cada crença.
B. 	 adoção parcial que fornece pontos de partida irrefutáveis 
para a atividade intelectual.
C. 	 negação integral que permite o abandono de 
interpretações falsas para o método filosófico.
D. 	 superação total que consolida a Filosofia como um 
método superior para conhecer a realidade natural.
E. 	 apropriação positiva que orienta o sábio no 
questionamento das crenças baseadas nos sentidos 
humanos.
Alternativa A
Resolução: A atitude filosófica diante das crenças do 
senso comum, conforme descrita no trecho, é caracterizada 
pela investigação crítica que objetiva avaliar a validade 
de cada crença. Nesse sentido, a Filosofia busca analisar 
e questionar as bases e fundamentos das crenças 
populares, aplicando um olhar crítico e racional para 
determinar a consistência e a verdade das afirmações do 
senso comum. Dessa forma, a alternativa correta é a A. 
A alternativa B está incorreta, pois a atitude filosófica em 
relação ao senso comum não envolve a adoção irrestrita 
das crenças populares. Pelo contrário, a Filosofia não 
aceita automaticamente pontos de partida como irrefutáveis. 
A alternativa C está incorreta porque a Filosofia não 
implica necessariamente na negação completa do senso 
comum. Ela procura avaliar criticamente as crenças 
populares, buscando discernir entre o que é válido e o 
que é falso, em vez de simplesmente negar integralmente. 
A alternativa D está incorreta, já que o método filosófico 
procura complementar, aprimorar ou mesmo refutar quando 
provado como equívoco a compreensão do mundo proposta 
pelo senso comum; mas não busca uma supressão total do 
conhecimento popular. A alternativa E está incorreta, uma 
vez que a Filosofia não busca apenas uma apropriação 
positiva das crenças do senso comum. Ela propõe uma 
análise crítica que não se limita a aceitar as crenças 
populares como positivas sem uma avaliação rigorosa.
G9QR QUESTÃO 49 
Os sistemas de pensamento europeus foram 
integrados de forma crítica e seletiva, segundo os 
interesses políticos e culturais das camadas letradas, 
preocupadas em articular os ideários estrangeiros à 
realidade local. O racismo científico assumiu uma função 
interna, não coincidente com os interesses imperialistas, 
e se transformou em instrumento conservador e autoritário 
de definição da identidade social da classe senhorial e dos 
grupos dirigentes, perante uma população considerada 
étnica e culturalmente inferior.
VENTURA, R. Estilo Tropical. História cultural e polêmicas literárias no 
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. [Fragmento adaptado]
Considerando o texto, as teorias raciais que ganharam 
relevância durante o século XIX serviram ao propósito de
A. 	 justificar a desigualdade de tratamento de grupos 
sociais.
B. 	 reduzir o direito de manifestação de movimentos 
políticos.
C. 	 desobrigar o Estado do fornecimento de políticas 
públicas.
D. 	 romantizar a história da construção da República 
brasileira.
E. 	 perpetuar a promoção do crescimento de classes 
produtivas.
Alternativa A
Resolução: O texto aborda como os sistemas de 
pensamento europeus foram integrados de forma seletiva 
no contexto brasileiro, especificamente em relação ao 
racismo científico. Este desempenhou um papel interno, 
servindo aos interesses das classes dirigentes e sendo 
utilizado para justificar a desigualdade de tratamento de 
grupos sociais no Brasil. Tal contribuição foi fundamental 
para a definição da identidade social da classe dos senhores 
de terras, que integravam os grupos dominantes. Dessa 
maneira, a alternativa correta é a A. A alternativa B está 
incorreta, pois o texto não menciona a redução do direito de 
manifestação de movimentos políticos como propósito das 
teorias raciais. A alternativa C está incorreta, pois o texto 
não sugere que as teorias raciais visavam desobrigar o 
Estado do fornecimento de políticas públicas. A alternativa D 
está incorreta, pois o texto não indica que as teorias raciais 
foram utilizadas para romantizar a história da construção 
da República brasileira. A alternativa E está incorreta, pois 
o texto não aborda a promoção do crescimento de classes 
produtivas como propósito das teorias raciais.
2SET
CH – PROVA I – PÁGINA 34 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 50 
A pólis espartana permaneceu separada em vilarejos, 
sem uma muralha unificadora. Esparta foi um caso de 
ideal aristocrático levado ao conjunto dos cidadãos por 
uma suposta plena igualdade. Após a dominação de 
outras populações, como os habitantes do vale do Eurotas, 
ou o conjunto dos messênios, nos séculos VII e VI a.C. 
(habitualmente conhecidos como hilotas), os habitantes de 
Esparta reorganizaram-se de modo a repartir a exploração 
das populações conquistadas e dominá-las através de 
um treino específico para a guerra permanente. Em certo 
sentido, a pólis espartana incluía todos os dominados: 
messênios e hilotas trabalhavam a terra, periecos 
comerciavam e produziam objetos, espartanos guerreavam.
GUARINELLO, N. L. História Antiga. São Paulo: 
Contexto, 2020. p. 86-87 (Adaptação).
A organização da pólis espartana, tal como descrita no 
texto, era marcada pela
A. 	 disposição em um núcleo urbano.
B. 	 proteção do regime democrático.
C.equiparação entre os indivíduos.
D. 	 participação política ampliada.
E. 	 hierarquização social rígida.
Alternativa E
Resolução: De acordo com o texto, os espartanos 
eram treinados para a guerra permanente e eram 
responsáveis por guerrear, enquanto outros grupos 
se ocupavam de trabalhar a terra, como os hilotas, e 
da produção e comercialização de objetos, como os 
periecos, o que reforça uma hierarquização social rígida da 
sociedade espartana. Portanto, a alternativa E está correta. 
A alternativa A está incorreta, pois o texto destaca que 
“a pólis espartana permaneceu separada em vilarejos, 
sem uma muralha unificadora”, contrariando a ideia de 
desenvolvimento de um núcleo urbano. Contrariamente 
ao indicado na alternativa B, Esparta era uma cidade- 
-estado governada por uma diarquia. A alternativa C está 
incorreta, pois, embora houvesse uma pretensa ideia 
de igualdade, sobretudo entre os cidadãos espartanos, 
a sociedade da pólis espartana era hierarquizada e marcada 
pela desigualdade. Por fim, a alternativa D está incorreta, 
pois Esparta era uma oligarquia e a participação política 
era limitada, com mulheres e estrangeiros, por exemplo, 
sendo impedidos de tomar parte nas decisões da cidade.
QUESTÃO 51 
Os muçulmanos que vivem na Argentina e no Chile são 
os que menos horas do dia terão que jejuar pelo Ramadã 
neste ano, enquanto os de Noruega, Suécia e Finlândia, 
por outro lado, cumprirão o ritual por 20 horas.
Disponível em: <https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/
brasil/2016/06/09/localizacao-geografica-altera-duracao-do-jejum-do-
ramada-ao-redor-do-mundo.htm>. 
Acesso em: 25 maio 2018.
7LR3
M8OQ
O Ramadã é o mês sagrado do Islã em que os muçulmanos 
jejuam diariamente entre o nascer e o pôr do Sol. 
Considerando-se que as datas do Ramadã são móveis e 
em 2016 – quando a notícia anterior foi publicada – o mês 
sagrado foi entre junho e julho, os muçulmanos dos países 
do Hemisfério Norte, citados no texto, tiveram mais horas 
de jejum porque
A. 	 o Hemisfério Sul passa pelo equinócio de inverno 
nessa mesma época do ano.
B. 	 as regiões próximas dos círculos polares têm os dias 
mais longos do ano no verão.
C. 	 os polos norte e sul passam o inverno no escuro 
devido à inclinação da Terra.
D. 	 os países do Hemisfério Norte têm o solstício de verão 
mais extenso no fim do ano.
E. 	 as regiões intertropicais têm a maior variação de 
incidência solar no decorrer do ano.
Alternativa B
Resolução: As regiões próximas aos círculos polares 
experimentam no inverno os dias mais escuros, e no verão 
os dias mais iluminados. Isso se explica pelo formato 
esférico da Terra, pela inclinação do seu eixo de rotação e 
pelo movimento de translação ao redor do Sol, o que propicia 
a maior incidência dos raios solares nos extremos Norte e 
Sul terrestres no verão, e a menor incidência no inverno. 
Os muçulmanos de países próximos ao Círculo Polar Ártico, 
como Noruega, Suécia e Finlândia, em 2016, jejuaram mais 
horas (entre o nascer e o pôr do Sol) porque em junho e julho 
é verão no Hemisfério Norte, o que significa maior insolação 
e dias mais longos. A alternativa A está incorreta porque 
o solstício de inverno no Hemisfério Sul ocorre em junho, 
quando há o solstício de verão no Norte. A alternativa C 
está incorreta, pois o período do Ramadã em 2016 ocorreu 
no verão. A alternativa D está incorreta, pois o solstício de 
verão no Hemisfério Norte ocorre no dia 21 de junho, isto 
é, no meio do ano. A alternativa E está incorreta porque as 
regiões intertropicais têm a menor variação de incidência 
solar no decorrer do ano.
QUESTÃO 52 
A busca pelo conhecimento é, certamente, uma busca 
sem limites. O homem, desde tempos imemoriais, busca 
conhecer o ambiente, os objetos (materiais e imateriais), 
os fenômenos, as estruturas, as pessoas. O conhecimento 
das causas essenciais, dos pressupostos fundamentais é, 
certamente, um dos móveis do saber filosófico desde Tales 
até os filósofos mais contemporâneos e, nesse processo 
de busca, há que se salientar, não se pode falar em 
refutação, mas em pluralismo de discursos que aspiram à 
totalidade. O conhecimento se produz, se reproduz e assim 
infindavelmente.
CONTERATO, L. S. V.; SILVESTRE, A. C. F. A busca pelo 
conhecimento: A certeza no ser e a impossibilidade de aceder à coisa 
em si. Um diálogo entre o pensamento pré-socrático e o criticismo 
kantiano. Disponível em: <www.fai-mg.br>. 
Acesso em: 27 nov. 2023.
T47T
CH – PROVA I – PÁGINA 35ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A reflexão presente no texto sobre a relação dos indivíduos 
com o mundo caracteriza o conhecer como um
A. 	 impulso necessário, já que criticar é instintivo para a 
humanidade.
B. 	 objetivo infrutífero, pois a verdade é inconcebível para 
o ser humano.
C. 	 projeto cultural, posto que a valorização do 
conhecimento é restrita à sociedade europeia.
D. 	 desejo constante, uma vez que o conhecimento é 
procurado no decorrer da história humana.
E. 	 produto filosófico, porque o método da Filosofia é o 
único capaz de obter um conhecimento verdadeiro.
Alternativa D
Resolução: O texto destaca a busca incessante pelo 
conhecimento ao longo da história da humanidade, 
enfatizando que o homem, desde tempos imemoriais, busca 
conhecer o ambiente, objetos, fenômenos e estruturas. 
A afirmação de que o conhecimento se produz, se reproduz 
e continua indefinidamente indica que o desejo de conhecer 
é constante e persistente ao longo do tempo. Portanto, 
a alternativa D, que descreve o conhecimento como um 
desejo constante procurado ao longo da história humana, 
está correta. A alternativa A está incorreta porque o texto 
não menciona especificamente a crítica como instinto, 
mas sim a busca pelo conhecimento. A alternativa B está 
incorreta, já que o trecho destaca a produção contínua do 
conhecimento. A alternativa C está incorreta porque o texto 
fala sobre a busca pelo conhecimento ao longo da história 
humana, não restringindo essa busca a uma sociedade 
específica. A alternativa E está incorreta, pois embora o 
texto destaque a busca filosófica pelo conhecimento e a 
importância dos pressupostos fundamentais, não exclui a 
validade de outras formas de conhecimento. O texto fala 
sobre pluralismo de discursos na busca pelo conhecimento, 
sugerindo que há diversas abordagens e perspectivas que 
aspiram à totalidade. Portanto, a afirmativa de que o método 
da Filosofia é o único capaz de obter um conhecimento 
verdadeiro não é apoiada pelo texto.
QUESTÃO 53 
A Sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, 
sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução 
Francesa. As transformações econômicas, políticas e 
culturais suscitadas por esses acontecimentos criaram a 
impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer 
de uma nova sociedade. A ambição intelectual da 
Sociologia, a tentativa de compreender a origem, o caráter 
e os desdobramentos dessa nova sociedade levou-a a se 
apresentar como uma espécie de contraponto em relação 
às demais disciplinas das “ciências humanas”.
MUSSE, R. Apontamentos sobre o nascimento da Sociologia. 
Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br>. 
Acesso em: 17 nov. 2020 (Adaptação).
A7FC
Conforme o texto, a Sociologia surgiu para explicar as 
transformações sociais e culturais utilizando o(a)
A. 	 compreensão filosófica.
B. 	 conhecimento oriental.
C. 	 pensamento científico.
D. 	 percepção religiosa.
E. 	 sabedoria popular.
Alternativa C
Resolução: O texto-base contextualiza o surgimento 
da Sociologia, afirmando que essa ciência nasce sob o 
impacto das transformações na sociedade europeia do 
período. Assim, foram justamente os impactos desse 
mundo em transformação que levaram a Sociologia, 
utilizando o conhecimento, o rigor e a análise científica, 
a estudar os mecanismos sociais, políticos e econômicos 
dessa nova estrutura social. Esses fatos tornam correta a 
alternativa C. A alternativa A é incorreta porque a Sociologia 
se baseia em princípioscientíficos, ao invés de filosóficos. 
A alternativa B é incorreta porque o texto-base não aponta 
o conhecimento oriental como sendo a base da Sociologia. 
A alternativa D é incorreta porque a Sociologia não utiliza 
o pensamento religioso como fundamento de suas teorias. 
Por fim, a alternativa E é incorreta porque é o conhecimento 
científico que fundamenta as teorias sociológicas, e não o 
saber popular.
QUESTÃO 54 
Em termos constitucionais mais convencionais, o povo 
não só era elegível para cargos públicos e possuía o direito 
de eleger administradores, mas também era seu o direito 
de decidir quanto a todos os assuntos políticos e o direito 
de julgar, constituindo-se como tribunal, todos os casos 
importantes civis e criminais, públicos e privados. 
FINLEY, M. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: 
Edições Graal, 1988.
As características da democracia ateniense antiga 
apresentadas no texto, ainda vigentes nos governos 
democráticos contemporâneos, estão associadas, entre 
outros aspectos, à garantia da
A. 	 remuneração para o exercício das funções da 
administração pública.
B. 	 ampliação do direito à representação política na 
Assembleia Popular.
C. 	 tripartição do poder político em esferas independentes 
e harmônicas.
D. 	 adoção de critérios meritocráticos para a plena 
participação política. 
E. 	 promoção da igualdade de direito de acesso aos 
cargos públicos.
VXDF
CH – PROVA I – PÁGINA 36 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa E
Resolução: O texto afirma que “o povo [...] era elegível para 
cargos públicos”, destacando o princípio da isocracia, que 
assegura a igualdade de direito dos cidadãos à candidatura 
a cargos políticos e de participação na administração pública 
na democracia, o que torna correta, portanto, a alternativa E. 
A alternativa A está incorreta, pois o texto não se relaciona 
à mistoforia, que era a remuneração para todos os cargos 
e funções públicas instituída por Péricles na Atenas Antiga, 
e que possibilitava a qualquer cidadão a oportunidade de 
se afastar temporariamente de suas atividades particulares 
para colaborar na administração da cidade. A alternativa B 
também está incorreta, pois a democracia ateniense se 
caracterizava pela participação direta dos cidadãos na 
tomada de decisões acerca dos assuntos públicos da 
cidade. Contrariamente ao indicado na alternativa C, não 
há no texto aspectos que remetam à tripartição do poder. 
Por fim, a alternativa D também está incorreta, pois, na 
democracia ateniense, eram considerados cidadãos os 
homens, filhos de pai e mãe atenienses e maiores de 
dezoito anos; assim, a meritocracia não representava um 
critério definidor da participação política.
QUESTÃO 55 
IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
A representação cartográfica apresentada favorece a 
A. 	 observação dos fusos horários. 
B. 	 detecção dos limites tectônicos.
C. 	 visualização do polo meridional.
D. 	 constatação do relevo continental.
E. 	 verificação das correntes marítimas.
Alternativa C
Resolução: O mapa da questão foi produzido a partir de 
uma projeção cartográfica polar, ou seja, o globo é projetado 
em um plano que tangencia um dos polos. Nesse caso, 
trata-se do polo sul, que fica no centro do mapa, facilitando 
a sua visualização e a do restante do Hemisfério Meridional 
do planeta. As demais alternativas estão incorretas, pois 
apontam informações que não estão representadas no mapa. 
YXJ3
Além disso, como a representação cartográfica não 
mostra todo o globo, fica comprometida a identificação da 
distribuição dos aspectos geográficos mencionados sobre 
a superfície.
QUESTÃO 56 
Existem muitos métodos de se fazer filosofia, sendo que 
alguns são mais bem adaptados a certos tipos de busca da 
verdade e outros são melhores adaptados a outros tipos de 
respostas filosóficas. Por exemplo, a verificação empírica 
é apropriada à história, enquanto o método científico, 
a um estudo do mundo natural. Contudo, nenhum dos dois é 
adequado para a descoberta da verdade relativa à verdade 
pessoal ou aos valores. Já o método dedutivo somente 
pode ser usado onde a pessoa tem acesso a premissas 
matemáticas, teológicas ou filosóficas, com base nas quais 
pode fazer deduções lógicas. É um erro imaginar que existe 
um só método pelo qual poder-se-á chegar à descoberta 
da verdade.
GEILER, N. L.; FREINBERG, P. D. Introdução à Filosofia. Disponível em: 
<https://docs.ufpr.br>. Acesso em: 27 nov. 2023. [Fragmento adaptado]
Considerando a variedade de perspectivas apresentadas no 
texto para abordar questões filosóficas, o elemento comum 
entre os métodos mencionados consiste no(a)
A. 	 reflexão sistemática e criteriosa dos objetos do 
conhecimento.
B. 	 busca da verdade subjetiva por meio das reflexões 
metafísicas.
C. 	 raciocínio dedutivo baseado em premissas específicas.
D. 	 aplicação do método científico em todas as áreas.
E. 	 verificação empírica para validar hipóteses.
Alternativa A
Resolução: Considerando a variedade de perspectivas 
apresentadas no texto para abordar questões filosóficas, 
o elemento comum entre os métodos mencionados 
consiste na reflexão sistemática e criteriosa dos objetos 
do conhecimento. Portanto, a alternativa correta é a A. 
A alternativa B está incorreta, pois o texto não sugere que a 
busca da verdade seja estritamente subjetiva ou dependente 
de reflexões metafísicas. Ele destaca a inadequação de 
alguns métodos para a descoberta da verdade pessoal 
ou valores. A alternativa C está incorreta porque, embora 
o texto mencione o método dedutivo como adequado em 
certas circunstâncias, não é o único método comum entre 
as abordagens apresentadas. A variedade de métodos vai 
além do raciocínio dedutivo. A alternativa D está incorreta, já 
que o texto indica que métodos diferentes são apropriados 
em diferentes contextos, e não sugere que o método 
científico seja aplicável em todas as áreas. A alternativa E 
está incorreta, uma vez que, embora a verificação empírica 
seja mencionada no texto, não é o único método comum 
destacado. Além disso, o texto ressalta que métodos 
diferentes são adequados para diferentes tipos de buscas 
da verdade, e a verificação empírica é apenas um deles.
KG75
CH – PROVA I – PÁGINA 37ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 57 
Os incas foram responsáveis por se apropriar do 
antigo deus Wiracocha e “transformá-lo” em Inti. Inti é 
outra divindade, posterior ao Wiracocha tiwanakota, um 
avatar deste. Os incas foram hábeis em cultuar avatares 
de Wiracocha e de alguma forma ligá-los ao culto do sol, 
Inti. O Inca, tendo ele próprio saído da terra e sendo ao 
mesmo tempo filho do sol, era o ponto de comunicação 
entre os três mundos, tendo a seu serviço toda uma casta 
sacerdotal para corroborar sua suposta divindade através 
de intrincados rituais que vivificavam os mitos. Os incas 
fizeram com que muitos povos dominados acreditassem 
que o deus que eles cultuavam era, em verdade, Inti, 
o disco solar que garantia e regulava todos os ciclos da vida.
BELMONTE, A. Reflexões sobre a antiguidade da América: 
o altiplano andino como caso paradigmático. Nearco, Rio de Janeiro, 
n. I, v. X, p. 43-44, 2018. [Fragmento adaptado]
A estratégia de dominação adotada pelos incas, mostrada 
no texto, está fundamentada na
A. 	 ressignificação da cultura dos povos conquistados.
B. 	 consolidação de uma cultura de liberdade religiosa.
C. 	 aceitação da influência de valores culturais externos.
D. 	 eliminação da influência estatal nos assuntos religiosos.
E. 	 valorização das tradições culturais das áreas 
dominadas.
Alternativa A
Resolução: De acordo com o texto, “os incas foram 
responsáveis por se apropriar do antigo deus Wiracocha e 
'transformá-lo' em Inti (deus na cultura inca)”, o que mostra 
uma ressignificação da cultura dos povos conquistados. 
Portanto, a alternativa A está correta. As alternativas B e E 
estão incorretas, pois o texto afirma que “os incas fizeram 
com que muitospovos dominados acreditassem que o deus 
que eles cultuavam era, na verdade, Inti”, contrariando a 
ideia de liberdade individual e de valorização das tradições 
culturais dos dominados. A alternativa C também está 
incorreta, pois o texto aponta a influência inca sobre outras 
culturas. Por fim, a alternativa D está incorreta, pois o texto 
afirma que “o Inca [imperador] tinha a seu serviço toda uma 
casta sacerdotal para corroborar sua suposta divindade 
através de intrincados rituais que vivificavam os mitos”, 
reforçando a relação intrínseca entre Estado e religião na 
sociedade inca.
QUESTÃO 58 
TEXTO I
Sensoriamento remoto é uma expressão utilizada na 
área das ciências aplicadas que se refere à obtenção de 
imagens a distância sobre a superfície terrestre. Essas 
imagens são adquiridas através de aparelhos denominados 
sensores remotos, que podem ser câmeras e sensores 
colocados a bordo de aeronaves ou de satélites.
RUDORFF, B. Produtos de sensoriamento remoto. Disponível em: 
<www3.inpe.br>. Acesso em: 1 nov. 2023 (Adaptação).
7YV7
66PO
TEXTO II
Níveis de coleta de dados do sensoriamento remoto
NÍVEL ORBITAL
NÍVEL AÉREO
NÍVEL SOLO
Disponível em: <www.geoaplicada.com>. 
Acesso em: 1 nov. 2023.
Na técnica apresentada, a definição do nível de coleta de 
dados depende do(a)
A. 	 tamanho da área analisada.
B. 	 inclinação do eixo do planeta.
C. 	 determinação do fuso horário.
D. 	 distância da Linha do Equador.
E. 	 movimento de translação terrestre.
Alternativa A
Resolução: No sensoriamento remoto, a definição do nível 
de coleta de dados depende do tamanho da área analisada. 
No nível orbital, são empregados sensores acoplados a 
satélites e pode-se obter informações de áreas com grande 
extensão. No nível aéreo, são usadas câmeras acopladas 
a aeronaves e são analisadas grandes áreas, mas menos 
extensas do que no nível orbital. No nível solo, são utilizados 
equipamentos portáteis, como câmeras fotográficas, que 
coletam dados com grande riqueza de detalhes, mas 
referentes a áreas pequenas. A alternativa B está incorreta, 
pois a inclinação do eixo terrestre influencia a variação da 
intensidade da incidência solar sobre a superfície ao longo 
do ano. A alternativa C está incorreta, pois a determinação 
do fuso horário depende da posição longitudinal de uma 
localidade. A alternativa D está incorreta, pois a distância 
da Linha do Equador, em graus, indica a latitude de uma 
localidade. A alternativa E está incorreta, pois o movimento 
de translação do planeta, realizado em torno do Sol, causa 
a alternância entre as estações do ano e fundamenta 
a definição da duração do ano.
CH – PROVA I – PÁGINA 38 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 59 
O colonizador, como se fosse um escultor, talhou 
a América na forma em que havia imaginado. Destruía 
pirâmides para construir igrejas, derrubava habitações 
para obter o desenho da praça ou o traçado desejado para 
as ruas, jogava pedras nos canais para que os cavalos 
pudessem circular melhor na cidade. Reconstituía-se tudo 
o que era possível para que o núcleo urbano lembrasse 
a Europa.
THEODORO, J. Descobrimentos e Renascimento. 
São Paulo: Contexto, 1991.
O texto evidencia uma característica da conquista 
espanhola da América que se baseava na
A. 	 imposição de valores culturais.
B. 	 omissão da resistência nativa.
C. 	 adoção de princípios pacifistas.
D. 	 conservação da estrutura social.
E. 	 aplicação do respeito à alteridade.
Alternativa A
Resolução: Segundo o texto, “o colonizador, como 
se fosse um escultor, talhou a América na forma em 
que havia imaginado”, reforçando que o processo de 
conquista espanhola da América baseou-se na imposição 
dos valores culturais europeus, o que torna correta a 
alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois, de modo 
geral, os nativos apresentaram intensa resistência à invasão 
europeia. Além disso, o texto não menciona esse aspecto. 
Contrariamente ao indicado na alternativa C, a conquista 
espanhola da América foi marcada pelo uso da violência 
contra as comunidades nativas. A alternativa D também 
está incorreta, pois a estrutura social dos povos nativos foi 
fortemente impactada pela imposição dos valores culturais 
europeus. Além disso, esse aspecto não está presente 
no texto. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a 
conquista espanhola da América se pautou no pensamento 
eurocêntrico, ignorando completamente a alteridade em 
relação aos povos nativos.
QUESTÃO 60 
O mundo da criança é habitado por outras pessoas. 
Ela logo aprende a distinguir essas pessoas, e algumas 
delas assumem uma importância toda especial. Desde 
o início, a criança desenvolve uma interação não apenas 
com o próprio corpo e com o ambiente físico, mas também 
com outros seres humanos. A biografia do indivíduo, desde 
o nascimento, é a história de suas relações com outras 
pessoas.
BERGER, P.; BERGER, B. Socialização: como ser um membro da 
sociedade. In: FORACCHI, M. M.; MARTINS, J. S. Sociologia e 
sociedade: leituras de introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: 
LTC – Livros Técnicos e Científicos, 1977. [Fragmento adaptado]
SODR
SW78
O processo de socialização mencionado no texto estabelece 
a continuidade entre as diferentes gerações ao 
A. 	 perpetuar os elementos que vinculam indivíduos em 
sociedade.
B. 	 recompensar a reciprocidade presente entre irmãos.
C. 	 reforçar a responsabilidade de cuidado de idosos.
D. 	 gerar laços de solidariedade dentro das famílias.
E. 	 superar estigmas de criação nas crianças.
Alternativa A
Resolução: O texto aborda o processo de socialização na 
infância, destacando que a criança desenvolve interações 
significativas com outras pessoas desde o nascimento, 
sendo a socialização fundamental para transmitir valores, 
normas e padrões culturais de uma geração para outra. 
Portanto, a alternativa A está correta. A alternativa B está 
incorreta, pois o texto não aborda a reciprocidade entre 
irmãos como parte essencial do processo de socialização. 
A alternativa C está incorreta, pois o texto não menciona a 
responsabilidade de cuidado de idosos como parte central 
do processo de socialização. A alternativa D está incorreta, 
pois, ainda que o texto sugira que a socialização cria laços, 
não há uma especificação de que esses vínculos ocorrem 
principalmente dentro das famílias. A alternativa E está 
incorreta, pois o texto não foca na superação de estigmas 
de criação nas crianças como um resultado direto da 
socialização.
QUESTÃO 61 
Janeiro é um dos meses de pico para visitar Ushuaia, 
cidade localizada no sul da Argentina. Além das férias de 
verão no Hemisfério Sul, Ushuaia tem temperaturas mais 
amenas (média de 10 °C, mas pode chegar a 20 °C) e dias 
muito longos – anoitece às 22h. Porém, venta nessa época. 
Julho é o mês mais frio para visitar. Em Ushuaia, no inverno, 
dificilmente as temperaturas vão abaixo dos –5 °C, mas os 
dias não têm tantas horas de luz (chegando a 7 horas por 
dia de duração). É uma ótima época para ir esquiar, andar 
de snowboard e ver a Aurora Austral.
Disponível em: <www.dicasdeviagem.com>. 
Acesso em: 18 out. 2023 (Adaptação). 
As variações do intervalo diário de incidência da luz solar na 
região abordada são influenciadas, principalmente, pela sua
A. 	 posição latitudinal.
B. 	 localização tropical.
C. 	 extensão longitudinal.
D. 	 proximidade litorânea.
E. 	 irregularidade altimétrica.
R31P
CH – PROVA I – PÁGINA 39ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa A
Resolução: O eixo inclinado da Terra, aliado ao seu movimento de translação, causa uma variação da insolação nos Hemisférios 
Norte e Sul ao longo dos meses do ano. Com isso, no mês de junho, os raios solares incidem mais diretamente sobre o Hemisfério 
Norte, marcando o início do verão nesse hemisfério, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas. Já no Hemisfério 
Sul, inicia-se o inverno, quando os dias são mais curtos e as noites mais longas. No mês de dezembro,a situação inverte-se. 
Os raios solares incidem mais diretamente sobre o Hemisfério Sul, que entra na estação do verão, enquanto o 
Hemisfério Norte atravessa o inverno. Como Ushuaia está localizada na latitude aproximada de 54° S, no extremo 
sul da Argentina, a cidade apresenta as variações do intervalo diário de incidência da luz solar mencionadas no texto. 
Em janeiro, atravessa o verão e apresenta dias mais longos. Em julho, atravessa o inverno e apresenta dias mais curtos. 
A alternativa B está incorreta, pois a cidade abordada está situada entre o Trópico de Capricórnio (latitude aproximada 
de 23° 27’ S) e o Círculo Polar Antártico (latitude aproximada de 66° 33’ S), portanto, na zona temperada meridional. 
A região tropical situa-se entre o Trópico de Câncer (latitude aproximada de 23° 27’ N) e o Trópico de Capricórnio. 
A alternativa C está incorreta, pois a extensão longitudinal condiciona as diferenças horárias sobre a superfície. 
A alternativa D está incorreta, pois a proximidade litorânea é um fator climático que influencia a umidade e as variações 
térmicas, mas não as mudanças no intervalo diário de incidência solar. A alternativa E está incorreta, pois a altitude é um fator 
climático que influencia a temperatura e a pressão atmosférica, mas não as variações do intervalo diário de incidência solar.
QUESTÃO 62 
Disponível em: <https://razoncartografica.files.wordpress.com>. Acesso em: 23 out. 2023.
A representação cartográfica produzida no contexto das Grandes Navegações europeias, mostrada anteriormente, ressalta a
A. 	 ausência de interesses em relação às viagens marítimas.
B. 	 justificação da impossibilidade da Expansão Marítima.
C. 	 contestação das narrativas de viajantes medievais.
D. 	 supressão de técnicas nos assuntos náuticos.
E. 	 influência do pensamento mítico-religioso.
DMPR
CH – PROVA I – PÁGINA 40 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa E
Resolução: As Grandes Navegações europeias dos séculos XV e XVI foram marcadas por perigos reais e imaginários. 
A imagem em questão reforça a construção do imaginário europeu sobre as navegações desse período ao mostrar a 
crença de que o mar era habitado por monstros terríveis, ressaltando a necessidade da intervenção divina para o sucesso 
da empreitada marítima. Assim, a imagem destaca a influência do pensamento mítico-religioso, especialmente de origem 
medieval, na concepção europeia da expansão marítima, o que valida a alternativa E como correta. Contrariando a 
indicação da alternativa A, narrativas anteriores, como as de Marco Polo, e o desejo por riquezas alimentaram o interesse 
europeu nas aventuras marítimas. A alternativa B está incorreta, pois, embora existissem perigos reais na navegação, 
os representados na imagem pertencem à ordem fantástica e imaginária, não sendo, de fato, um impedimento para as 
navegações europeias. A alternativa C está incorreta, pois a imagem reforça a influência das narrativas medievais, repletas 
de mitos e superstições, no pensamento europeu durante as Grandes Navegações. Por fim, a alternativa D está incorreta, 
já que o imaginário desenvolvido sobre as Grandes Navegações não estava relacionado a um atraso técnico na navegação. 
Além disso, foi o avanço dos conhecimentos náuticos que possibilitou, juntamente com outros fatores, a expansão marítima 
europeia nos séculos XV e XVI.
QUESTÃO 63 
Pontos extremos do Brasil
Pontos extremos Latitude Longitude Localização
Norte +05° 16’19” –60° 12’45” Nascente do Rio Ailã (Roraima)
Sul –33° 45’07” –53° 23’50” Arroio Chuí (Rio Grande do Sul)
Leste –07° 09’18” –34° 47’34” Ponta do Seixas (Cabo Branco – Paraíba)
Oeste –07° 32’09” –73° 59’26” Nascente do Rio Moa (Acre)
Disponível em: <https://brasilemsintese.ibge.gov.br>. Acesso em: 18 nov. 2021 (Adaptação).
As coordenadas geográficas dos pontos extremos do território do Brasil indicam que o país está localizado inteiramente no(a)
A. 	 faixa de fusos de valor positivo.
B. 	 zona temperada meridional.
C. 	 região entre os trópicos.
D. 	 Hemisfério Ocidental.
E. 	 Hemisfério Sul.
Alternativa D
Resolução: Os dados da tabela mostram que as longitudes dos pontos extremos do Brasil no sentido leste-oeste estão 
com valores negativos, o que significa que ambos estão a oeste do meridiano inicial, que é o de Greenwich (0°). Isso indica 
que o território do Brasil está inteiramente localizado do Hemisfério Ocidental. A alternativa A está incorreta, pois, a oeste do 
Meridiano de Greenwich, os fusos horários são representados com valores negativos e as horas são atrasadas. A alternativa 
B está incorreta, pois a zona temperada meridional está localizada entre o Trópico de Capricórnio (cerca de 23, 5° S) e o 
Círculo Polar Antártico (cerca de 66, 5° S). As latitudes dos pontos extremos do Brasil no sentido norte-sul (+05° 16 ’19” e 
–33° 45’ 07”) indicam que apenas uma pequena parte do território do país está localizada abaixo do Trópico de Capricórnio e, 
portanto, na zona temperada meridional. A alternativa C está incorreta, pois a região intertropical do globo está situada entre 
o Trópico de Câncer (cerca de 23, 5° N) e o Trópico de Capricórnio (cerca de 23, 5° S). As latitudes dos pontos extremos 
do Brasil no sentido norte-sul indicam que a maior parte do território do país está situada na faixa intertropical, mas não 
totalmente, visto que uma porção territorial menor está abaixo do Trópico de Capricórnio. A alternativa E está incorreta, pois 
uma pequena faixa do território brasileiro está localizada ao norte da Linha do Equador, tanto que o ponto extremo norte 
do país (nascente do Rio Ailã em Roraima) possui um valor de latitude positivo (Hemisfério Norte), que é de +05° 16’ 19”.
R5DQ 
CH – PROVA I – PÁGINA 41ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 64 
TEXTO I
A pólis de Elis, pela proximidade do Santuário de Olímpia, é a responsável pela organização dos jogos, que ocorrem a 
cada quatro anos, e pelo envio de arautos às demais pólis anunciando a data exata da competição e o período de Trégua 
Sagrada. Os jogos são em honra a Zeus e as vitórias também são dedicadas ao pai de todos os deuses e mortais. Só há 
um vencedor em cada modalidade esportiva, o qual é compreendido como um escolhido dos deuses. A vitória não traz glória 
apenas para o atleta, mas também para a pólis que ele representa, a qual o retribui com reconhecimento e alimentação 
gratuita pelo resto da sua vida. Para a pólis, ter um cidadão seu como vencedor olímpico é uma demonstração de força 
para os seus inimigos e de preferência pelos deuses em relação às demais pólis. Isso traz ao mesmo tempo um respeito 
e um temor por parte das demais cidades-estado.
SILVA, P. L.; DUARTE, C. G. Dos Jogos Olímpicos da Antiguidade às olimpíadas de matemática: a constituição de atletas. 
Boletim online de Educação Matemática, Florianópolis, v. 8, n. 17, p. 164-179, 
nov. 2020.
TEXTO II
A ideia do renascimento dos Jogos Olímpicos não foi uma fantasia passageira: foi a culminação lógica de um grande 
momento. O século XIX presenciou o prazer pelos exercícios físicos renascer em todos os lugares [...]. Ao mesmo tempo, as 
grandes invenções, as ferrovias e o telégrafo, conectaram distâncias e a humanidade passou a viver uma nova existência. 
As pessoas se misturaram, conheceram-se melhor e imediatamente passaram a se comparar. O que um conseguia o outro 
desejava conseguir também. Exibições universais trouxeram para uma localidade produtos de todo o mundo, congressos 
científicos ou literários reuniram as variadas forças intelectuais. Então como poderiam os atletas não buscar se reunirem, 
já que a rivalidade é a base do atletismo e na realidade a razão de sua existência?
COUBERTIN, P. Disponível em: <www.educadores.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 22 out. 2023 (Adaptação).
Os textos estabelecem uma conexão entre a Antiguidade e o mundo contemporâneo ao
A. 	 considerarem a persistência das religiosidades no cotidiano.
B. 	 analisarem o caráter econômico por trásdos jogos olímpicos.
C. 	 reafirmarem a permanência da igualdade entre os indivíduos.
D. 	 evidenciarem o espírito competitivo presente nas sociedades.
E. 	 apontarem o avanço tecnológico viabilizado pelas competições.
Alternativa D
Resolução: Tal como nos jogos realizados em Olímpia na Antiguidade grega, em que “a vitória não traz glória apenas para 
o atleta, mas também para a pólis à qual ele representa”, nos Jogos Olímpicos da atualidade, os competidores buscam a 
glória pessoal e para o seu país ao superarem seus adversários nas mais diversas modalidades, evidenciando o espírito 
competitivo presente nas sociedades. Portanto, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, pois os jogos 
atuais, diferentemente dos jogos do passado que eram uma homenagem ao deus Zeus, não possuem uma natureza religiosa. 
A alternativa B está incorreta, pois o texto I não analisa o caráter econômico por trás dos jogos na Antiguidade. A alternativa C 
está incorreta, pois, nos jogos da Antiguidade, as mulheres, por exemplo, não podiam participar. Por fim, a alternativa E 
está incorreta, pois o avanço tecnológico não é apontado como algo viabilizado pelas competições.
QUESTÃO 65 
O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta realiza ao redor do seu próprio eixo. Esse movimento se faz 
no sentido anti-horário, de oeste para leste, e tem duração aproximada de 24 horas. Graças ao movimento, a luz solar vai 
progressivamente iluminando diferentes áreas, nos diversos pontos da superfície terrestre. Vale lembrar que, durante o 
ano, a iluminação do Sol não é igual em todos os lugares da Terra, pois o eixo em torno do qual a Terra faz a sua rotação 
tem uma inclinação de 23° 27’ em relação ao plano da órbita terrestre.
Disponível em: <https://educacao.uol.com.br>. 
Acesso em: 27 out. 2023 (Adaptação).
O movimento de rotação influencia diretamente na
A. 	 definição do intervalo anual.
B. 	 origem do campo magnético.
C. 	 sucessão dos turnos diurnos.
D. 	 duração da translação planetária.
E. 	 alternância das estações climáticas.
5QVM
LSXX
CH – PROVA I – PÁGINA 42 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa A
Resolução: O texto da questão aborda o aspecto econômico 
como um motivador para a organização das expedições 
de exploração por países europeus, como Portugal e 
Espanha, a fim de descobrir novas rotas comerciais, 
tendo em vista o controle turco das rotas do comércio de 
especiarias. Portanto, percebe-se que o objetivo português 
de investir em uma nova via e se introduzir nas incursões 
marítimas esteve relacionado à intenção de garantir o 
monopólio comercial de especiarias, conforme descrito 
na alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois formar 
navegadores de prestígio pode ter sido uma consequência 
do processo de Expansão Marítima, mas não o objetivo 
para inserção no projeto. A alternativa C está incorreta, 
pois o tráfico de escravos para as Américas ocorre em um 
momento posterior ao tratado no texto. Embora a questão 
religiosa tenha estado presente no projeto expansionista, os 
aspectos que o texto traz não se relacionam a esse ideal, 
o que invalida a alternativa D. Por fim, a alternativa E 
também está incorreta, pois, nesse contexto, os mitos 
sobre as áreas desconhecidas ainda estão presentes no 
imaginário do homem moderno. Em certa medida, esses 
mitos influenciaram o desejo de confirmação dessas 
narrativas.
QUESTÃO 67 
Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 9 nov. 2023.
A projeção apresentada é problematizada por
A. 	 excluir os polos planetários. 
B. 	 ofuscar o hemisfério setentrional.
C. 	 distorcer os formatos continentais.
D. 	 veicular a perspectiva eurocêntrica. 
E. 	 alterar o posicionamento geográfico.
LØRE
Alternativa C
Resolução: Como o texto descreve, o movimento de 
rotação da Terra dura aproximadamente 24 horas e faz 
com que diferentes partes da superfície, no sentido leste-
-oeste, sejam iluminadas progressivamente pela luz solar. 
Portanto, simultaneamente, há porções da superfície 
recebendo a luz do Sol (dia) e outras na escuridão (noite), 
gerando a sucessão entre os turnos diurnos e noturnos. 
As alternativas A, D e E estão incorretas, pois a translação 
é o movimento que o planeta realiza em torno do Sol e tem 
duração aproximada de 365 dias, sendo, portanto, utilizado 
como referência para a definição da duração do ano. Esse 
movimento é responsável pela mudança da posição do 
planeta em relação ao Sol ao longo do ano, causando 
variações, no sentido norte-sul, na intensidade da incidência 
da luz solar, o que leva à alternância entre as estações do 
ano. A alternativa B está incorreta, pois o campo magnético 
da Terra é gerado pelo núcleo do planeta, que apresenta 
metais em estado de fusão, originando correntes elétricas 
e o magnetismo.
QUESTÃO 66 
Com a tomada de Constantinopla pelos turcos 
otomanos em 29 de maio de 1453, porém, esse rico 
comércio [especiarias] encontrou obstáculos – as rotas 
caíram sob controle turco e ficaram bloqueadas para os 
mercadores cristãos. [...] Portugal e Espanha passaram 
a organizar expedições de exploração, visando encontrar 
rotas alternativas por terra e por mar. [...] Optou-se por um 
caminho que implicava uma inédita e arriscada manobra: 
circundar o desconhecido continente africano, cujo percurso 
completo levou mais de um século para ser realizado. Mas 
a demora virou proveito e Portugal instalou “feitorias” no 
litoral africano, vale dizer, estabeleceu pontos estratégicos 
para uma colonização presente e futura.
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. 2. ed. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 23. 
Com base no trecho, o interesse de Portugal em se 
introduzir nas incursões marítimas objetivou, entre outros 
aspectos,
A. 	 assegurar o monopólio comercial português.
B. 	 formar uma classe de navegadores de prestígio.
C. 	 intensificar o tráfico de escravos para as Américas.
D. 	 implementar um projeto de catequização aos não 
cristãos.
E. 	 corroborar com o fim dos mitos sobre as áreas 
desconhecidas.
L763
CH – PROVA I – PÁGINA 43ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa D
Resolução: O mapa da questão foi elaborado a partir da 
projeção cartográfica de Mercator, que é caracterizada 
como eurocêntrica. Isso porque exagera as áreas das 
elevadas latitudes, o que inclui porções continentais do 
Hemisfério Norte. Além disso, a Europa está em uma 
posição mais centralizada. Essa perspectiva eurocêntrica 
relaciona-se com o contexto em que a projeção foi criada, 
que se trata da Europa do século XVI, marcada pelas 
Grandes Navegações. A alternativa A está incorreta, pois 
os polos dos planetas estão representados no mapa. Como 
eles correspondem às elevadas latitudes, suas áreas estão 
exageradas. A alternativa B está incorreta, pois o Hemisfério 
Norte está representado no mapa. Como ele abriga porções 
continentais de elevadas latitudes, parte de suas áreas 
estão exageradas. A alternativa C está incorreta, pois a 
projeção de Mercator é classificada como conforme, ou 
seja, preserva os formatos continentais. A alternativa E está 
incorreta, pois a projeção distorce as áreas, mas preserva 
o posicionamento geográfico.
QUESTÃO 68 
O caminho trilhado pelo futuro esparciata em busca de 
sua plena cidadania era diferente dos métodos educacionais 
de Atenas. Essa educação, realizada em grupos bem 
determinados e de práticas formalizadas, possivelmente se 
destinava a inculcar a obediência, a coragem, a disciplina 
e uma vida pública ao invés da privada.
ASSUMPÇÃO, L. F. B. O processo de formação do jovem em 
Esparta, no século V a.C.: a relevância político-social da agôgé. 
Anais da Jornada de Estudos Antigos e Medievais, Maringá, 2011. 
[Fragmento adaptado]
De acordo com o texto, o modelo educacional espartano 
foi marcado pela
A. 	 valorização da individualidade dos jovens educandos.
B. 	 dedicação dos educandos ao aprendizado da 
Filosofia.
C. 	 promoção dos ideais políticos de naturezademocrática.
D. 	 inspiração militarista na formação de soldados-
cidadãos.
E. 	 instituição do coletivismo na promoção da igualdade 
social.
Alternativa D
Resolução: A educação espartana, ao buscar desenvolver 
valores como obediência, coragem e disciplina, volta-se 
para um ideal de sociedade militarizada característico 
dessa pólis. Os homens espartanos eram, desde a infância, 
preparados para os conflitos militares e incentivados 
a cultivar a excelência física. Em Esparta, o controle 
político era exercido justamente por essa elite militar, 
ou seja, pelos cidadãos guerreiros, que se dedicavam 
não apenas à guerra, mas também aos assuntos 
públicos da cidade, o que torna correta a alternativa D. 
V45F
A alternativa A está incorreta, pois a educação espartana 
era sempre voltada para o coletivo e a vida pública em 
detrimento do desenvolvimento de individualidades. 
A alternativa B está incorreta, pois a dedicação ao 
desenvolvimento das capacidades filosóficas foi uma 
característica da cidade de Atenas. Contrariamente ao 
indicado na alternativa C, o modelo educacional espartano 
não era de forma alguma democrático, uma vez que a 
sociedade espartana era oligárquica e aristocrática. Por 
fim, a educação espartana não promovia a igualdade social, 
pois destinava-se apenas aos filhos da elite espartana. Além 
disso, mulheres e deficientes físicos eram excluídos desse 
processo educacional, o que torna incorreta a alternativa E.
QUESTÃO 69 
O atual estágio de globalização cultural deve ser 
compreendido como etapa de um processo em curso, longe 
de ser concluído, no qual formas culturais nacionais ou locais 
entram crescentemente em contato, desterritorializam-se 
e geram mediações.
COMEGNA, M.; ZIGLIO, L. A cultura e o processo de globalização. 
Estudos Geográficos, v. 3, n. 2, Rio Claro, dez. 2005. Disponível em: 
<www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br>. Acesso em: 9 nov. 2023 
(Adaptação).
A tendência abordada foi possibilitada pelo(a)
A. 	 ampliação dos protecionismos alfandegários.
B. 	 intensificação da circulação informacional.
C. 	 enfraquecimento do turismo internacional.
D. 	 desaparecimento das crises financeiras.
E. 	 eliminação das restrições migratórias.
Alternativa B
Resolução: Os avanços tecnológicos dos meios de 
comunicação possibilitam uma intensa circulação das 
informações, incrementando o intercâmbio entre culturas 
e povos, o que contribui para a globalização cultural. 
A alternativa A está incorreta, pois o protecionismo 
alfandegário dificulta a globalização ao consistir na 
imposição de barreiras para a circulação de mercadorias 
entre as fronteiras nacionais. A alternativa C está incorreta, 
pois a globalização foi intensificada pelos avanços 
tecnológicos dos meios de transporte, que facilitaram a 
circulação de pessoas e, assim, o turismo internacional. 
A alternativa D está incorreta, pois a globalização é 
caracterizada pela ampliação da interdependência 
econômica entre os países, o que contribui para que 
as crises financeiras se propaguem em escala mundial. 
A alternativa E está incorreta, pois muitos países mantêm 
restrições para a entrada de imigrantes em seus territórios.
UT81
CH – PROVA I – PÁGINA 44 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 70 
O que era um vice-rei? Era alguém que estava no lugar 
do rei espanhol no México, com corte e palácio na colônia. 
Era sempre um nobre espanhol de família tradicional, que 
vinha com poderes quase totais para controlar o novo 
território. [...] O vice-rei prestava obediência somente ao rei. 
Porém, era mais comum que sua comunicação não fosse 
diretamente com o soberano, mas com o conselho criado 
para tratar da América: o Conselho das Índias. Este grupo 
de pessoas recebia, na Espanha, as cartas vindas das 
autoridades na América; resolvia as disputas e nomeava as 
autoridades. Grandes regiões foram subdivididas em áreas 
administrativas chamadas de Audiências. Os membros 
das Audiências faziam visitas de inspeção pelas cidades 
e aldeias. Muitas cidades também tiveram um Cabildo, 
espécie de Câmara de Vereadores ou governo municipal. 
Os membros do Cabildo eram escolhidos entre a elite local: 
grandes proprietários ou grandes comerciantes.
KARNAL, L. A conquista do México. São Paulo: FTD, 1996. 
De acordo com o texto, o estabelecimento da estrutura 
administrativa descrita tinha o objetivo de 
A. 	 promover a integração dos povos nativos à cultura 
espanhola.
B. 	 assegurar o controle metropolitano sobre as regiões 
coloniais.
C. 	 impedir a fragmentação do território conquistado no 
Novo Mundo.
D. 	 reproduzir a estrutura organizacional presente no 
continente europeu.
E. 	 garantir a participação no governo aos povos 
originários da América.
Alternativa B
Resolução: Inicialmente, o governo da Espanha transferiu 
a particulares, os chamados adelantados, o direito de 
explorar e administrar as terras americanas. Esses homens 
recebiam da Coroa espanhola o poder político e militar 
na América. Entretanto, ao notar o aumento das riquezas 
americanas, o rei anulou o poder desses homens e instituiu 
a estrutura administrativa descrita no texto, com indivíduos 
que deveriam representar os interesses reais na América e 
garantir o controle metropolitano sobre as regiões coloniais. 
Portanto, a alternativa B está correta. As alternativas A 
e E estão incorretas, pois o texto não relaciona a estrutura 
descrita à integração dos indígenas nem à sua participação 
na política local. A alternativa C está incorreta, pois o texto 
não associa a estrutura colonial estabelecida na América à 
preocupação com uma eventual fragmentação do território. 
No processo de Independência da América Hispânica, essa 
estrutura contribuiu profundamente para a fragmentação do 
território em diversos países. Por fim, a alternativa D está 
incorreta, pois a estrutura administrativa utilizada na América 
Espanhola era diferente da adotada em solo europeu.
ZNLB QUESTÃO 71 
A novidade que o século XIX trouxera foi a incorporação 
da história na natureza, através das ideias de evolução e 
de que o determinismo presente no mundo natural seria 
o mesmo que rege o desenvolvimento da humanidade. 
A esta foram dados estágios de desenvolvimento. Todos 
buscavam assim descobrir a lei que rege o progresso, que 
determina a evolução. Em Comte, ela estava na forma 
da lei dos três estados; em Darwin e Haeckel, ela estava 
na aptidão à sobrevivência; em Spencer, na evolução do 
homogêneo para o heterogêneo. Percebemos com isso 
que os cientificistas daquele século buscavam descobrir na 
verdade a lei que rege o conceito kantiano basilar do projeto 
moderno iluminista, o progressus mundano, substituto do 
profectus espiritual do qual fala Koselleck.
VITAL, D. L. Iluminismo e revolução nas ideias e nas práticas 
políticas da “ilustração” brasileira. Juiz de Fora, 2015. Dissertação 
(Mestrado em Educação) – Instituto de Ciências Humanas, 
Universidade Federal de Juiz de Fora. [Fragmento]
Entre os elementos apontados no texto, um aspecto que se 
destaca nos primeiros teóricos da Sociologia é o(a)
A. 	 permanência das teorias criacionistas no 
desenvolvimento da prática experimental.
B. 	 uso dos métodos das ciências naturais na construção 
do conhecimento sociológico.
C. 	 homogeneização das classes sociais no crescimento 
do capitalismo industrial.
D. 	 avanço dos ritos agnósticos na expansão do saber 
religioso.
E. 	 delimitação dos sistemas tradicionais na educação 
formal.
Alternativa B
Resolução: O texto menciona que, nos primórdios da 
Sociologia, os cientificistas buscavam descobrir a lei que 
rege o progresso, a evolução social, o que implicava o 
uso dos métodos das ciências naturais na construção do 
conhecimento sociológico. Dessa maneira, a alternativa 
correta é a B. A alternativa A está incorreta, pois o texto 
não aborda a permanência das teorias criacionistas 
no desenvolvimento da prática experimental, pelo 
contrário, o evolucionismo darwinista teve mais impactos 
em abordagens sociológicasdo que o criacionismo. 
A alternativa C está incorreta, pois o texto não menciona 
a homogeneização das classes sociais no crescimento do 
capitalismo industrial como um destaque nos teóricos da 
Sociologia. A alternativa D está incorreta, pois o texto não 
faz menção ao avanço dos ritos agnósticos na expansão 
do saber religioso. A alternativa E está incorreta, pois o 
texto não trata da delimitação dos sistemas tradicionais 
na educação formal como um destaque nos teóricos da 
Sociologia.
L58D
CH – PROVA I – PÁGINA 45ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 72 
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é o nome do sistema utilizado para navegação e aquisição de medidas 
precisas de localização geográfica e geodésica. Desenvolvido e mantido em órbita pelo Departamento de Defesa do governo 
dos Estados Unidos, o programa foi inicialmente idealizado para uso militar e aberto para uso civil a partir da década de 1980. 
Desde então, sua aplicação foi disseminada aos mais diversos campos científicos, comerciais, de telecomunicação e outros.
Disponível em: <www.embrapa.br>. 
Acesso em: 30 out. 2023 (Adaptação).
O sistema apresentado tem como principal função o(a)
A. 	 geração de histogramas climáticos.
B. 	 prevenção de movimentos sísmicos.
C. 	 detecção de alterações atmosféricas.
D. 	 reconhecimento da expansão urbana.
E. 	 auxílio da navegação instrumentalizada.
Alternativa E
Resolução: O Sistema de Posicionamento Global (GPS) possibilita a localização precisa de um ponto sobre a superfície terrestre 
ao fornecer informações referentes às coordenadas geográficas (latitude e longitude) e à altitude. Por isso, esse sistema é um 
instrumento aplicado para a navegação (aérea, marítima e terrestre), auxiliando para traçar rotas e guiar os meios de transporte. 
A alternativa A está incorreta, pois os histogramas climáticos são representações gráficas de aspectos do clima, como a 
pluviosidade. O GPS limita-se a coletar informações sobre a localização geográfica. A alternativa B está incorreta, pois os 
sismos são causados por processos que ocorrem no interior da Terra. O GPS coleta informações de pontos situados sobre 
a superfície. A alternativa C está incorreta, pois o GPS fornece dados da localização, não possibilitando detectar alterações 
atmosféricas, por exemplo, as condições de nebulosidade ou poluição. A alternativa D está incorreta, pois, para verificar a 
expansão urbana, é indicado o uso do sensoriamento remoto, que coleta imagens da superfície.
QUESTÃO 73 
Expansão ultramarina espanhola
ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo / 
Times Books, 1995 (Adaptação). 
As rotas de navegação utilizadas pelos espanhóis, demonstradas no documento cartográfico, reforçam o(a)
A. 	 desinteresse em relação à América no início do expansionismo.
B. 	 privilégio na posição geográfica para as Grandes Navegações.
C. 	 supremacia na Expansão Marítima dos séculos XV e XVI.
D. 	 persistência em alcançar o Oriente pela via marítima.
E. 	 ignorância em relação à esfericidade do planeta.
VZP1
ØS2A
CH – PROVA I – PÁGINA 46 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Além disso, em seu movimento diário aparente, o Sol 
nasce na direção leste e se põe na direção oeste. Balneário 
Camboriú está localizada fora da faixa intertropical, pois 
está ao sul do Trópico de Capricórnio, em uma latitude 
aproximada de 27° S. Assim, nessa cidade, o Sol sempre 
incide de forma indireta a partir da direção norte, vindo 
da direção nordeste no período da manhã e da direção 
noroeste no período da tarde. No texto, é apontando que, 
após às 14h, os prédios de Balneário Camboriú bloqueiam 
a luz solar e deixam a praia na sombra. Portanto, a praia 
está a leste dos prédios. A alternativa B está incorreta, pois, 
se a praia estivesse a norte dos prédios, ela receberia a luz 
solar ao longo de todo o intervalo diurno. As alternativas C 
e D estão incorretas, pois, se a praia estivesse a oeste ou 
a noroeste dos prédios, ela receberia a luz solar no período 
vespertino. A alternativa E está incorreta, pois o texto aponta 
que é após às 14 horas que a praia fica na sombra. Se ela 
estivesse a sudoeste dos prédios, ficaria na sombra ao 
longo de todo o intervalo diurno.
QUESTÃO 75 
Não é surpresa, portanto, encontrar capital e aptidões 
genovesas a desempenhar um papel importante, e às vezes 
decisivos, em empreendimentos ultramarinos ibéricos do 
século XV. Os genoveses estiveram bem representados 
nas expedições à costa africana em busca de escravos e 
de ouro e apoiaram ativamente o movimento de anexação 
e exploração das ilhas do Atlântico Leste – as Canárias, 
Madeira e os Açores – onde esperavam instalar novas 
plantações de cana-de-açúcar. [...] Mas os genoveses 
foram apenas um elemento, embora muito significativo, 
na companhia ultramarina ibérica no final da Idade Média. 
Portugal, em particular, tinha uma importante comunidade 
mercantil autóctone, que ajudou a ascender ao trono a Casa 
de Avis na Revolução de 1383-1385.
ELLIOTT, J. H. A Conquista Espanhola e a Colonização da América. 
In: BETHELLL, L. (org.). História da América Latina: América Latina 
Colonial. v. 1. São Paulo: Universidade de São Paulo; Brasília, DF: 
Fundação Alexandre de Gusmão, 2012 (Adaptação).
A análise do historiador John Huxtable Elliott, apresentada 
no trecho anterior, indica que a Expansão Marítima ibérica 
do século XV foi marcada, entre outros aspectos, pelo(a)
A. 	 pluralidade de agentes no projeto expansionista.
B. 	 monopólio do conhecimento técnico náutico.
C. 	 disputa comercial com cidades italianas.
D. 	 hegemonia na exploração do Atlântico.
E. 	 patrocínio financeiro das monarquias.
9TDF
Alternativa D
Resolução: O mapa demonstra que, mesmo após a 
chegada de Colombo à América em 1492, os espanhóis 
mantiveram suas empreitadas marítimas com o objetivo de 
alcançar o Oriente navegando para o oeste, como indicado 
pelas viagens de Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano 
entre 1519 e 1522, o que torna correta a alternativa D. 
A alternativa A está incorreta, pois a persistência em alcançar 
o Oriente por via marítima não significava desinteresse dos 
espanhóis pelas terras que seriam chamadas de América. 
Na verdade, várias incursões foram feitas ao Novo Mundo 
após a chegada de Colombo para compreender o potencial 
dessas terras. A alternativa B está incorreta, pois as rotas 
demonstradas no mapa não estão relacionadas a uma 
eventual posição geográfica privilegiada da Espanha, mas 
sim aos interesses espanhóis em alcançar o Oriente por 
via marítima. A alternativa C está incorreta, pois Espanha e 
Portugal disputavam o domínio das navegações marítimas 
no final do século XV e início do século XVI. Por fim, 
contrariamente ao indicado na alternativa E, a ideia de 
Colombo em alcançar o Oriente navegando para o oeste 
estava baseada na crença da esfericidade da Terra.
QUESTÃO 74 
Balneário Camboriú é chamada de “Dubai brasileira” 
– e é fácil perceber por quê. Apesar de ser bem menor 
do que metrópoles como São Paulo ou Rio de Janeiro, 
a cidade de pouco mais de 145 mil habitantes, em Santa 
Catarina, ostenta um recorde surpreendente: abriga seis 
dos dez edifícios residenciais mais altos da América do Sul. 
A maioria dos prédios altos fica ao longo da Praia Central, 
a mais famosa da cidade. Essa concentração de gigantes 
fez com que a orla “perdesse o Sol”. “Depois das 14h, os 
arranha-céus bloqueiam a luz do Sol e deixam a praia na 
sombra. Simples assim”, conta uma moradora à BBC. 
Disponível em: <www.bbc.com>. 
Acesso em: 30 out. 2023 (Adaptação). 
O sombreamento da praia no período da tarde indica que ela 
está situada na seguinte posição em relação aos prédios:
A. 	 Leste.
B. 	 Norte.
C. 	 Oeste.
D. 	 Noroeste.
E. 	 Sudoeste.
Alternativa A
Resolução: Ao longo do movimento de translação 
terrestre, o Sol incide diretamente, em algum momento 
do ano, apenas nas localidades situadas entre o Trópico 
de Câncer (latitude aproximada de 23° 27’ N) eo Trópico 
de Capricórnio (latitude aproximada de 23° 27’ S). 
9LJY
CH – PROVA I – PÁGINA 47ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa A
Resolução: O texto indica que a Expansão Marítima 
ibérica envolveu a participação de diversos agentes 
em seu desenvolvimento. Os genoveses, por exemplo, 
são mencionados como apenas um componente desse 
projeto, assim como a atuação da comunidade mercantil. 
Portanto, a alternativa A está correta. A alternativa B 
está incorreta, pois, como mencionado anteriormente, as 
aptidões genovesas desempenharam um importante papel 
na Expansão Marítima ibérica, contrariando a ideia de 
monopólio do conhecimento náutico. A alternativa C está 
incorreta, pois, contrariamente ao indicado na alternativa, 
o texto revela uma certa parceria com grupos italianos. 
A alternativa D também está incorreta, pois o texto 
destaca a atuação dos genoveses nas expedições à 
costa africana e não menciona uma hegemonia ibérica na 
exploração do Atlântico. Por fim, contrariamente ao indicado 
na alternativa E, o texto destaca a presença de capital 
genovês. Além disso, de modo geral, o empreendimento 
marítimo ibérico, sobretudo o português, contou com o 
investimento financeiro de grupos mercantes.
QUESTÃO 76 
Fusos horários do Brasil
Disponível em: <https://mastergeografia.wordpress.com>. 
Acesso em: 31 out. 2023.
Um voo, com duração de 2 h e 45 min, parte de Porto Alegre 
(RS) com destino a Porto Velho (RO) às 08h30min. Em qual 
horário, na hora local de Porto Velho, o avião pousará?
A. 	 12h30min
B. 	 11h30min
C. 	 11h15min
D. 	 10h30min
E. 	 10h15min
1XKA
Alternativa E
Resolução: O fuso de Porto Alegre corresponde ao 
GMT–3 e o de Porto Velho corresponde ao GMT–4. Isso 
significa que as duas cidades apresentam uma diferença 
de 1 hora em seus fusos, sendo que Porto Velho está a 
oeste, portanto, atrasado em relação a Porto Alegre. Assim, 
quando o aviou decolou em Porto Alegre (às 08h30min), 
em Porto Velho, a hora local correspondia às 07h30min. 
Acrescentado o tempo de duração da viagem (2 h e 45 min), 
quando o avião pousou em Porto Velho, a hora local 
correspondia às 10h15min.
QUESTÃO 77 
Para os gregos, a partir do olhar de assombro diante do 
mundo é que se começou a pensar. Assim, o conhecimento 
se inicia quando as coisas nos provocam a fazer perguntas: 
como? quando? por quê? A tarefa de conhecer pode ser 
resumida na relação entre o sujeito cognoscente (que 
busca o conhecimento) e o objeto conhecido (que se dá a 
conhecer). O conhecimento é, assim, produto da conjunção 
da atividade do sujeito com a manifestação de um objeto 
que de alguma forma se lhe mostra atraente / interessante.
BRAGA, W. F. L. O conhecimento. Disponível em: <http://fdc.br>. 
Acesso em: 17 nov. 2021 (Adaptação).
O texto aponta que o surgimento da necessidade de filosofar 
está relacionado com o(a)
A. 	 admiração da sabedoria dos intelectuais.
B. 	 conversão à religião da comunidade.
C. 	 utilidade dos objetos no cotidiano.
D. 	 desejo de compreender o mundo.
E. 	 exatidão da análise na ciência.
Alternativa D
Resolução: Para os gregos, o maravilhamento é algo 
conectado à curiosidade e ao espanto do ser humano diante 
dos fatos do mundo. Ao observá-los com esse tipo de olhar, 
o indivíduo apresentaria grande desejo por compreender os 
diversos fenômenos por ele testemunhados. Desse modo, 
a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta, 
uma vez que a pura admiração pela sabedoria de outros 
homens não necessariamente traz consigo a oportunidade 
de o indivíduo filosofar. A alternativa B está incorreta, 
já que o texto não trabalha com a influência da religião 
para o pensamento filosófico. A alternativa C está incorreta, 
já que a utilidade do conhecimento não é um valor trabalhado 
pelo trecho do autor dessa questão. A alternativa E está 
incorreta, pois não só a ciência é discutida pelo texto, mas 
se tem aqui uma abordagem da Filosofia de modo geral e 
das diversas formas de conhecimento.
LZ83
CH – PROVA I – PÁGINA 48 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 78 
A tradição romana apresenta a República como uma realização da aristocracia, que restaurou a “liberdade” 
de Roma ao expulsar o tirano. Na verdade, a queda dos Tarquínios não aconteceu graças a um ato revolucionário, 
mas sim à complexa situação circunstancial da Península Itálica, envolvendo as cidades etruscas, latinas e gregas. 
O ano de 509 a.C. marcou uma mudança de regime, como se verificou igualmente em outras cidades etruscas, nas quais 
as grandes famílias, exercendo seu poder, substituíram o rei por um colégio de magistrados [...]. 
CORASSIN, M. L. Sociedade e política na Roma antiga. 
São Paulo: Atual, 2001. 
O texto indica que a queda da monarquia em Roma, no final do século VI a.C., resultou da
A. 	 mudança na estrutura social romana.
B. 	 rivalidade territorial na Península Itálica.
C. 	 demanda política da elite social romana.
D. 	 continuidade da crise econômica na cidade.
E. 	 presença de grande número de estrangeiros.
Alternativa C
Resolução: O declínio da monarquia foi marcado pelo acirramento dos conflitos políticos entre as classes dos patrícios e dos 
plebeus. Com efeito, o último rei etrusco, Lúcio Tarquínio, foi deposto pelos patrícios, temerosos de uma aliança do monarca 
com os plebeus. O texto afirma que “a República foi uma realização da aristocracia”. Ainda segundo o texto, “o ano de 509 a.C. 
marcou uma mudança de regime, na qual as grandes famílias, exercendo seu poder, substituíram o rei por um colégio de 
magistrados”, indicando que a queda da monarquia em Roma estava relacionada aos interesses das grandes famílias, 
ou seja, da aristocracia (elite social) em controlar a esfera política da cidade, libertando-se da tirania etrusca. Portanto, 
a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta, pois, inicialmente, a passagem da monarquia para a República 
não implicou uma mudança na estrutura social, que permaneceu aristocrática, visto que a elite social foi quem conduziu o 
processo, atendendo aos seus próprios interesses. A alternativa B está incorreta, pois os conflitos que levaram à queda da 
monarquia em Roma estavam relacionados ao domínio dos Tarquínios (etruscos) e às disputas entre patrícios e plebeus, 
e não a disputas territoriais. Contrariamente ao indicado na alternativa D, Roma, nesse período, estava mais próspera 
devido ao crescimento das atividades comerciais. Além disso, o texto não associa a instituição da República a aspectos 
econômicos. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o texto não relaciona a queda da monarquia à presença acentuada 
de estrangeiros, mas ao desejo de romper com o domínio etrusco.
QUESTÃO 79 
Um dos acontecimentos que marcaram o período da Guerra Fria ocorreu no Vietnã. O conflito armado colocou o regime 
comunista do Vietnã do Norte contra o governo do Vietnã do Sul e seu principal aliado, os Estados Unidos.
Enquanto o Vietnã do Norte tentava unificar todo o país sob um único regime comunista inspirado nas experiências 
soviética e chinesa, o governo sul-vietnamita lutava para ter um sistema mais alinhado com o Ocidente, principalmente com 
os Estados Unidos. Tanto a União Soviética quanto a China enviaram armas, suprimentos e conselheiros de guerra para o 
Vietnã do Norte. Os Estados Unidos forneceram mais de 550 mil militares para servir ao Vietnã do Sul.
REDAÇÃO NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL. O que foi a Guerra do Vietnã e quais as suas causas? National Geographic Brasil, set. 2023. 
Disponível em: <www.nationalgeographicbrasil.com>. 
Acesso em: 7 nov. 2023. [Fragmento]
A Guerra do Vietnã insere-se em um contexto em que os conflitos foram marcados pela seguinte motivação:
A. 	 Rivalidade étnica.
B. 	 Polarização ideológica.
C. 	 Terrorismo internacional.
D. 	 Competitividade comercial.
E. 	 Fundamentalismo religioso.
V35F
UAZW
CH – PROVA I – PÁGINA 49ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: Na Guerrado Vietnã, o Vietnã do Norte procurou unificar todo o país sob um único regime comunista. Já o 
Vietnã do Sul tentou manter um sistema alinhado ao capitalismo. Portanto, esse conflito reflete a polarização ideológica do 
período da Guerra Fria, marcada pelo antagonismo entre dois sistemas político-econômicos, o capitalismo e o socialismo. 
As demais alternativas estão incorretas, pois apontam aspectos que não foram a causa principal das tensões geopolíticas 
características do período da Guerra Fria. Os aspectos indicados nas alternativas estão mais relacionados às tensões que 
marcam o período da Nova Ordem Mundial, que emerge a partir do fim da Guerra Fria, entre o final dos anos de 1980 e 
início dos anos de 1990.
QUESTÃO 80 
Os vasos figurados gregos não podem ser chamados de obras de arte em virtude da própria indefinição do que seja 
arte. Uma elaboração consensual de um conceito de arte plausível para todas as sociedades humanas é, sob ponto de vista 
teórico, uma tarefa bastante complicada. A definição do que é ou não uma obra de arte está, por conseguinte, basicamente 
centrada nas especulações e interesses internos de uma disciplina que se propõe estudar os ditos objetos: a História da 
Arte. Os vasos figurados gregos não eram objetos de consumo por seu valor eminentemente estético. Eles tinham uma 
série de funções específicas.
MOURA, J. F. Obras de arte ou artesanato? Algumas considerações sobre os vasos figurados gregos. Mirabilia 01, dez. 2001.
Ao problematizar o conceito de arte, o texto utiliza como exemplo produções gregas da Antiguidade por elas apresentarem
A. 	 banalidade cultural.
B. 	 identidade religiosa.
C. 	 irregularidade técnica.
D. 	 funcionalidade cotidiana.
E. 	 finalidade contemplativa.
Alternativa D
Resolução: O texto evidencia que os vasos figurados gregos não eram objetos consumidos pelo seu valor estético, 
característica que geralmente é associada às obras de arte na contemporaneidade. Sabe-se que tais vasos tinham uma série 
de funções específicas, relacionadas ao cotidiano grego, que iam desde a praticidade de seu uso para fins de armazenamento, 
até como objetos funerais ou votivos, o que torna a alternativa D correta. A alternativa A está incorreta, pois os vasos gregos 
não eram considerados banais, mas extremamente importantes para diversos aspectos do cotidiano da sociedade grega. 
A alternativa B está incorreta, pois, embora alguns vasos gregos apresentem elementos religiosos, não se pode generalizar 
que eles apresentam uma identidade religiosa. A alternativa C está incorreta, pois a problematização sobre o conceito de 
arte não se refere à qualidade técnica dos vasos gregos, até porque eles apresentam elementos técnicos apurados. Por 
fim, a alternativa E está incorreta, pois, apesar de as obras de arte poderem ter finalidade contemplativa, o texto aponta 
que os vasos figurados gregos não eram consumidos por seu valor eminentemente estético.
QUESTÃO 81 
Menos visíveis, mas igualmente profundos foram os desenvolvimentos no universo das relações afetivas. Nas camadas 
altas e médias das comunidades medievais, onde nome e fortuna eram o binômio que marcava os destinos de homens e 
mulheres, a escolha de parceiros dependia de critérios estamentais ou refletia interesses políticos ou econômicos familiares. 
Com o advento da modernidade, certas instituições começaram a se consolidar e a adquirir importância – entre elas o 
amor romântico, o casamento por escolha mútua, a estrutura nuclear da família, o reconhecimento da infância e mesmo 
da adolescência enquanto fases peculiares da vida.
QUINTANEIRO, T. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. [Fragmento]
As transformações apontadas no texto revelam um aspecto da modernidade que pode ser caracterizado por:
A. 	 Ruptura das tradições matrimoniais na sociedade.
B. 	 Instabilidade das relações sociais na adolescência.
C. 	 Irrelevância das religiões cristãs na aristocracia.
D. 	 Aumento da taxa de natalidade no subúrbio.
E. 	 Incremento da produção fabril na Europa.
VTGW
Z3C6
CH – PROVA I – PÁGINA 50 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: O texto, ao analisar a Expansão Marítima europeia, 
especialmente a portuguesa, destaca o desenvolvimento de 
uma série de instrumentos de navegação, além da criação 
de embarcações mais resistentes, como as caravelas, 
e a disseminação de conhecimentos náuticos orientais. 
Portanto, o texto associa a Expansão Marítima europeia 
ao desenvolvimento de conhecimentos técnicos-científicos 
necessários à navegação, o que torna correta a alternativa B. 
A alternativa A está incorreta, pois o texto não menciona 
alianças com os reinos orientais, apenas destaca a importância 
da difusão de instrumentos há muito utilizados pelos povos 
do Oriente. A alternativa C está incorreta, pois, apesar da 
existência de apoio estatal ao empreendimento marítimo, 
o texto não explicita esse aspecto. A alternativa D está 
incorreta, pois, embora a mudança na mentalidade europeia 
na passagem da Idade Média para a Modernidade tenha sido 
fundamental para as Grandes Navegações, esse aspecto não 
está presente no texto. Por fim, contrariamente ao indicado na 
alternativa E, o imaginário mítico-religioso acerca do mundo 
conviveu com o desenvolvimento técnico-científico do período.
QUESTÃO 83 
O conceito de território não deve ser confundido com 
o de espaço ou de lugar, estando muito ligado à ideia de 
domínio ou de gestão de uma determinada área. Desse 
modo, o território está associado à ideia de controle, seja 
o exercido pelo Estado ou pelas grandes empresas que 
estendem os seus tentáculos por grandes áreas territoriais, 
ignorando as fronteiras políticas.
ANDRADE, M. A questão do território no Brasil. São Paulo: Hucitec, 
1995 (Adaptação).
Considerando a perspectiva do texto, o conceito apresentado 
corresponde a uma categoria geográfica constituída através 
do(a)
A. 	 identificação de aspectos visíveis.
B. 	 delimitação de áreas homogêneas.
C. 	 descrição de elementos da natureza.
D. 	 estabelecimento de relações de poder.
E. 	 desenvolvimento de vivências afetivas.
Alternativa D
Resolução: O território é uma categoria geográfica que 
consiste no espaço apropriado a partir de relações de poder. 
O texto evidencia essa noção, pois afirma que o território 
está vinculado à ideia de domínio, gestão e controle; como 
os exercidos pelo Estado ou pelas grandes empresas. 
A alternativa A está incorreta, pois a paisagem é que é 
composta pelos aspectos visíveis do espaço. A alternativa B 
está incorreta, pois as regiões é que são áreas homogêneas 
em relação a determinado aspecto físico ou humano (por 
exemplo, regiões econômicas ou regiões climáticas). 
84NA
Alternativa A
Resolução: O trecho discute as transformações nas relações 
afetivas durante a modernidade, especialmente nas camadas 
altas e médias das comunidades medievais. O texto destaca 
o surgimento do amor romântico, do casamento por escolha 
mútua e a consolidação de instituições, indicando uma 
ruptura com os critérios estamentais e interesses políticos 
ou econômicos familiares que marcavam as escolhas de 
parceiros nas camadas altas e médias medievais. Dessa forma, 
evidencia-se as transformações nas relações afetivas durante 
a modernidade, indicando que a alternativa correta é a A. 
A alternativa B está incorreta, pois o texto não aborda a 
instabilidade das relações sociais na adolescência como 
um aspecto destacado da modernidade. A alternativa C 
está incorreta, pois o texto não sugere a irrelevância das 
religiões cristãs na aristocracia como uma característica da 
modernidade. A alternativa D está incorreta, pois o texto não 
menciona o aumento da taxa de natalidade no subúrbio como 
uma característica da modernidade. A alternativa E está 
incorreta, pois, ainda que a modernidade tenha trazido um 
incremento da produção fabril na Europa, o texto concentra-se 
nas mudanças ocorridas nas relações afetivas.
QUESTÃO82 
O que permitiu as grandes viagens marítimas, nesse 
período, foi o desenvolvimento dos instrumentos de 
navegação, a criação de embarcações mais resistentes 
e modernas, os incentivos e investimentos financeiros 
e também a disposição dos navegadores para viajar. 
Instrumentos como a ampulheta, a balestilha, o astrolábio, 
a bússola, o quadrante, etc., há muito tempo conhecidos no 
Oriente, foram, nesse período, bastante divulgados entre os 
europeus e aperfeiçoados por eles. A criação da caravela 
pelos portugueses foi outro importante fator que possibilitou 
as viagens marítimas, pois ela era uma embarcação forte, 
que permitia enfrentar correntes e tempestades do alto-mar, 
era veloz e dotada de bom espaço para carregar a tripulação 
e a carga.
SOUZA, W. As Grandes Navegações e o Descobrimento do Brasil. 
Disponível em: <www.fafich.ufmg.br>. Acesso em: 24 out. 2023. 
[Fragmento]
O texto associa a Expansão Marítima europeia no contexto 
moderno ao(à)
A. 	 estabelecimento de alianças com os reinos do Oriente. 
B. 	 desenvolvimento de conhecimentos técnico-científicos.
C. 	 direcionamento dos esforços estatais para as 
navegações.
D. 	 transformação da mentalidade europeia no fim da 
Idade Média.
E. 	 superação do imaginário europeu acerca do 
desconhecido.
LMØ8
CH – PROVA I – PÁGINA 51ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa C está incorreta, pois a descrição dos elementos 
da natureza não implica, necessariamente, o exercício de 
relações de poder. A alternativa E está incorreta, pois o lugar é 
que é constituído a partir das vivências e do estabelecimento 
de laços afetivos com o espaço.
QUESTÃO 84 
A visibilidade e popularidade são importantes 
instrumentos para a aquisição e manutenção do comando 
social. E os romanos souberam muito bem utilizar suas 
festas. A partir do imperador Otávio, passaram-se a 
comemorar em todas as províncias os dies natalis, ou seja, 
o aniversário do governante, e os dies imperii, o dia em 
que ele ascendeu ao comando imperial. Comemorar essas 
datas era demonstrar lealdade, pedir que o governante 
continuasse clemente na condução dos assuntos de Estado 
e solicitar aos deuses que, ao mantê-lo no comando, 
mantivessem também a ordem imperial.
GONÇALVES, A. T. M. As festas romanas. Revista de Estudos do 
Norte Goiano, v. 1, n. 1, p. 27-37, 2008. [Fragmento adaptado]
As festividades realizadas durante o Período Imperial 
Romano, tal como apresentadas no texto anterior, visavam
A. 	 intimidar os inimigos do governo.
B. 	 suscitar apoio financeiro do povo.
C. 	 desestimular a burocracia imperial.
D. 	 fomentar tensões entre as classes.
E. 	 assegurar a manutenção do poder.
Alternativa E
Resolução: De acordo com o texto, ao comemorar certas 
datas, como o nascimento do imperador e sua ascensão 
ao comando do império, os súditos demonstravam lealdade 
ao centro do poder e faziam pedidos aos deuses pela 
manutenção da ordem. Portanto, essas festividades, 
promovidas pelo governo, conforme descrito no texto, 
tinham como objetivo garantir a posição do imperador e 
manter o poder no Estado imperial. Isso valida a alternativa 
E como correta. A alternativa A está incorreta, pois as 
festividades buscavam obter apoio ao governo, e não 
necessariamente intimidar adversários. A alternativa B está 
incorreta, já que, conforme descrito no texto, as festividades 
buscavam apoio político e simbólico ao imperador, 
e não apoio financeiro. A alternativa C está incorreta, pois ao 
garantir a manutenção do poder, as festividades ajudavam 
na continuidade da estrutura organizativa imperial, centrada 
na figura do imperador. Por fim, a alternativa D está 
incorreta, pois o objetivo dessas festividades e celebrações 
era evitar crises e tensões ao criar um símbolo comum.
UNBC
QUESTÃO 85 
Logo no início da Guerra Fria, o bloco capitalista, 
liderado pelos Estados Unidos, fundou, em abril de 1949, 
por meio do Tratado de Washington, a Organização do 
Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Naquele contexto, 
a OTAN correspondia a uma aliança militar de assistência 
mútua contra uma possível tendência expansionista da 
União Soviética.
ALENCAR, D.; PEREIRA, R. A criação da OTAN e sua permanência 
no período pós-Guerra Fria. Fronteira, v. 3, n. 5, Belo Horizonte, jun. 
2004. Disponível em: <https://periodicos.pucminas.br>. 
Acesso em: 6 nov. 2023 (Adaptação).
A aliança militar em questão foi fundada com o objetivo de 
realizar o(a)
A. 	 promoção da defesa coletiva.
B. 	 financiamento da corrida espacial.
C. 	 negociação de acordos comerciais.
D. 	 reivindicação de territórios coloniais.
E. 	 gerenciamento de crises financeiras.
Alternativa A
Resolução: O texto indica que Organização do Tratado 
do Atlântico Norte (OTAN) foi criada pelos países do 
bloco capitalista como “uma aliança militar de assistência 
mútua contra uma possível tendência expansionista da 
União Soviética”. Ou seja, se um de seus membros fosse 
atacado, todos os demais comprometiam-se em defendê-lo. 
A alternativa B está incorreta, pois, durante a Guerra Fria, 
eram os governos dos Estados Unidos e da União Soviética 
que financiavam suas pesquisas e projetos aeroespaciais. 
As alternativas C e E estão incorretas, pois a OTAN é 
uma organização de caráter militar, não atuando na área 
econômica. A alternativa D está incorreta, pois o período 
pós-Segunda Guerra Mundial foi marcado pela descolonização. 
Além disso, as duas potências rivais da Guerra Fria não 
disputavam territórios coloniais, mas sim a hegemonia 
mundial de seus sistemas político-econômicos (capitalismo e 
socialismo), buscando angariar áreas de influência.
QUESTÃO 86 
Em meados do século V a.C., foi publicada a Lei das 
Doze Tábuas. Embora fosse a codificação da legislação 
tradicional, que previa grande poder aos patriarcas, 
estabeleceu-se ali o importante princípio da lei escrita. 
De fato, o chamado direito consuetudinário, baseado na 
tradição, gerava grande insegurança – já que, em caso 
de divergência, a palavra final era sempre dos patrícios. 
Com a publicação da lei, todos podiam recorrer a um texto 
conhecido para reclamar direitos sem depender da boa 
vontade dos poderosos. Instituiu-se também a classificação 
das pessoas pelas posses. Isso beneficiou os plebeus ricos, 
cuja importância social começou a ser reconhecida.
FUNARI, P. P. A cidadania entre os romanos. In: PINSKY, J.; PINSKY, 
C. B. (org.). História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2005.
MRH7
FVN2
CH – PROVA I – PÁGINA 52 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A lei mencionada no texto representou, no contexto republicano da Roma Antiga, a
A. 	 oficialização da legislação romana.
B. 	 subversão da estrutura social romana.
C. 	 manutenção das desigualdades jurídicas.
D. 	 expansão da participação popular no poder.
E. 	 supressão das disparidades socioeconômicas.
Alternativa A
Resolução: Ao publicar a Lei das Doze Tábuas, permitindo que os indivíduos vivendo em Roma pudessem ter conhecimento 
das leis e, portanto, conhecer seus direitos, o governo republicano oficializou o direito romano. Isso torna correta a alternativa A. 
As alternativas B e E estão incorretas, pois, embora a oficialização da legislação tenha permitido que os plebeus agissem 
contra os arbítrios dos patrícios, não alterou a estrutura social romana e não suprimiu as desigualdades sociais e econômicas 
existentes na cidade, uma vez que os patrícios se mantiveram como grupo social privilegiado. A alternativa C está incorreta, 
pois a Lei das Doze Tábuas implicava a conquista da igualdade jurídica pelos plebeus. Por fim, contrariamente ao indicado 
na alternativa D, apesar de garantir direitos civis, a Lei das Doze Tábuas não assegurou maior participação popular na 
vida política romana.
QUESTÃO 87 
A liberdade adquire valor antropocêntrico, visto que o homem é o centro das reflexões. O homem é livre na medida em 
que pode escolher fazer ou não fazer alguma coisa sem ser coagido por nenhuma força exterior.
MACKEIVICZ, O. O problemada liberdade na história da Filosofia. 
Disponível em: <www.educadores.diaadia.pr.gov.br>. 
 Acesso em: 27 nov. 2023.
A concepção apresentada no trecho descreve uma compreensão em que a liberdade
A. 	 indica o nível de evolução do gênero humano. 
B. 	 dificulta a estabilidade das comunidades políticas.
C. 	 depende da existência de opções limitadas pelo mundo físico.
D. 	 expressa a capacidade do ser humano em decidir entre as ações possíveis.
E. 	 expõe o desejo da humanidade de superar as limitações da natureza material.
Alternativa D
Resolução: A concepção apresentada no trecho destaca a liberdade como a capacidade do ser humano em decidir 
entre as ações possíveis. Essa compreensão reflete a ideia de que a liberdade adquire valor antropocêntrico, sendo 
o homem o centro das reflexões. A liberdade, nesse contexto, é caracterizada pela capacidade de escolher fazer 
ou não fazer algo sem a determinação de forças exteriores. Dessa forma, a alternativa correta é a D. A alternativa A 
está incorreta, já que esta opção não reflete a concepção apresentada no trecho. A liberdade, conforme descrito, não 
está associada diretamente ao nível de evolução do gênero humano, mas sim à capacidade individual de escolha. 
A alternativa B está incorreta, uma vez que o texto destaca a liberdade como uma capacidade individual, não como um fator 
que dificultaria a estabilidade das comunidades políticas. A alternativa C está incorreta porque a liberdade, segundo o texto, 
é mais relacionada à capacidade de escolha do que à existência de opções limitadas pelo mundo físico. A alternativa E 
está incorreta, pois o texto destaca a capacidade de escolha individual, não necessariamente um desejo de superar as 
limitações da natureza material como sendo a essência da liberdade.
QUESTÃO 88 
Em um mapa, uma diminuição progressiva da escala cartográfica corresponde a um aumento da probabilidade de 
homogeneidade do ambiente estudado. A tendência à homogeneidade aumenta na razão inversa da escala. Assim, 
a redução da escala do mapa envolve processos de generalização cartográfica, como a simplificação de traçados de linhas 
e contornos e a eliminação ou fusão de pontos, linhas ou polígonos.
OLIVEIRA, I.; ROMÃO, P. As escalas da Geografia: pontes entre os conceitos de escala cartográfica e escala geográfica. 
Boletim Goiano de Geografia, v. 41, n. 1, 2021. Disponível em: <https://revistas.ufg.br>. 
Acesso em: 1 nov. 2023 (Adaptação).
1DB4
NWY6
CH – PROVA I – PÁGINA 53ENEM – VOL. 1 – 2024BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
O tipo de alteração da escala descrito no texto acarreta o(a)
A. 	 declínio do nível de detalhamento.
B. 	 manutenção das distâncias gráficas.
C. 	 substituição da projeção cartográfica.
D. 	 aprimoramento do sistema de coordenadas.
E. 	 eliminação das distorções da representação.
Alternativa A
Resolução: O texto indica que a redução da escala do 
mapa acarreta a diminuição do nível de detalhamento, pois 
leva a um aumento da homogeneidade e à generalização, 
“como a simplificação de traçados de linhas e contornos 
e a eliminação ou fusão de pontos, linhas ou polígonos”. 
Isso ocorre porque a diminuição da escala implica reduzir a 
realidade um número maior de vezes para ser representada 
cartograficamente. A alternativa B está incorreta, pois, com a 
redução da escala, as distâncias no mapa serão encurtadas. 
As alternativas C e D estão incorretas, pois a redução da 
escala não altera a projeção cartográfica nem o sistema 
de coordenadas geográficas do mapa. A alternativa E está 
incorreta, pois os mapas, por serem uma representação 
plana do globo, sempre apresentam algum tipo de distorção.
QUESTÃO 89 
A Guerra do Peloponeso combinou o ataque de 
seus pares com a revolta de seus súditos, cujas classes 
abastadas reagiam às oligarquias do continente desde 
o começo da guerra. Mesmo assim, o ouro persa foi 
necessário para financiar uma frota espartana capaz de 
terminar com o domínio ateniense do mar, antes que o 
Império Ateniense fosse finalmente derrubado por terra por 
Lisandro. Depois disso já não houve mais oportunidade de 
as cidades helênicas gerarem um estado imperial unificado 
a partir de seu meio interior, apesar de sua relativamente 
rápida recuperação dos efeitos da longa Guerra do 
Peloponeso: a própria paridade e multiplicidade de centros 
urbanos na Grécia neutralizava-as coletivamente para 
a expansão externa. As cidades gregas do século IV 
mergulharam na exaustão [...].
ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. 
São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. 
Segundo o texto, no contexto da Antiguidade Grega, o 
conflito descrito contribuiu para a
A. 	 expansão da cultura helênica.
B. 	 extenuação das cidades-estado.
C. 	 dominação duradoura de Esparta.
D. 	 ascensão do imperialismo ateniense.
E. 	 multiplicação de regimes oligárquicos.
Alternativa B
Resolução: O texto destaca que, com a Guerra do Peloponeso, 
“as cidades gregas do século IV mergulharam na exaustão”, 
indicando o enfraquecimento das pólis gregas. Portanto, 
a alternativa B está correta. A alternativa A está incorreta, 
pois, segundo o texto, “a própria paridade e multiplicidade 
de centros urbanos na Grécia neutralizavam-nas [as 
cidades helênicas] coletivamente para a expansão externa”. 
CDAE
Contrariamente ao indicado na alternativa C, apesar da 
vitória na Guerra do Peloponeso, o domínio espartano foi 
efêmero. A alternativa D está incorreta, pois o resultado da 
Guerra do Peloponeso, com a derrota de Atenas, significou 
o fim da hegemonia ateniense sobre as demais cidades- 
-estado gregas. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois, 
apesar da vitória de Esparta, uma oligarquia, ter gerado a 
multiplicação desse regime, o texto não aborda esse aspecto.
QUESTÃO 90 
Desde as últimas duas décadas do século XX, o 
mundo experimentou uma nova aceleração do processo 
de globalização. Uma característica dessa nova onda 
é o aumento dos fluxos financeiros e comerciais entre 
os países. Dia após dia, lemos no noticiário econômico 
discussões acerca dos chamados “capitais especulativos” 
e “capitais de investimento direto”, assim como a intensa 
disputa comercial envolvendo empresas e países.
TUROLLA, F. Globalização e desigualdade. GVExecutivo, v. 2, n. 4, 
nov. 2003. Disponível em: <https://periodicos.fgv.br>. 
 Acesso em: 9 nov. 2023 (Adaptação).
O cenário abordado decorre da seguinte tendência do 
processo de globalização:
A. 	 Abertura dos mercados.
B. 	 Pacificação dos conflitos.
C. 	 Estatização das empresas.
D. 	 Estagnação das tecnologias.
E. 	 Decadência das transnacionais.
Alternativa A
Resolução: O texto aponta uma característica da 
globalização, que é a intensificação dos fluxos financeiros 
e comerciais entre os países. Isso foi possibilitado pela 
abertura dos mercados, que reduziram ou eliminaram 
as barreiras para a circulação de capitais e mercadorias. 
A alternativa B está incorreta, pois a globalização não 
eliminou os conflitos no cenário mundial. Além disso, o 
texto aborda aspectos econômicos, e não geopolíticos. 
A alternativa C está incorreta, pois o texto refere-se a 
um contexto econômico marcado pela expansão do 
neoliberalismo, que envolve a redução da intervenção 
estatal na economia, a privatização de empresas e a 
liberalização dos mercados. A alternativa D está incorreta, 
pois a intensificação dos fluxos de capitais e de mercadorias 
foi possibilitada pelos avanços tecnológicos dos meios de 
comunicação e transporte. A alternativa E está incorreta, 
pois a globalização, sobretudo no período pós-Segunda 
Guerra Mundial, foi acompanhada da expansão mundial 
das empresas transnacionais. Elas passaram a instalar 
unidades produtivas em diferentes regiões do globo e 
ampliaram o mercado de seus produtos. Com isso, houve 
um incremento da circulação de seus investimentos e 
mercadorias em escala mundial.
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CH – PROVA I – PÁGINA 54 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO

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