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ENSINO MÉDIO 1 - 2023 - VOLUME 1 - PROVA I Língua estrangeira: Inglês L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S ENSINO MÉDIO 1 - 2023 - VOLUME 1 - PROVA I Língua estrangeira: Espanhol L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 I lost my talk I lost my talk The talk you took away. When I was a little girl At Shubenacadie school. You snatched it away: I speak like you I think like you I create like you The scrambled ballad, about my world. Two ways I talk Both ways I say, Your way is more powerful. So gently I offer my hand and ask, Let me find my talk So I can teach you about me. JOE, R. I lost my talk. In: Poems of Rita Joe. Abanaki Press; 1st edition (January 1, 1978). Em “I lost my talk”, o eu lírico relata uma experiência que viveu em Shubenacadie, um internato para indígenas na Nova Escócia, Canadá. Nesse poema, o eu lírico se queixa do(a) A. cobrança para resgatar uma cultura antiga que deixou de ser importante. B. violência física que sofreu durante os anos que passou no internato. C. fato de ter se tornado incapaz de falar e conversar com as pessoas. D. perda de sua identidade pela imposição de uma cultura de prestígio. E. conflito que as duas línguas que domina causam em sua mente. Alternativa D Resolução: O poema apresenta a língua como uma parte essencial da identidade e da expressão cultural do indivíduo. Sua autora, Rita Joe, conta sua própria experiência quando foi forçada a abandonar sua língua nativa no período em que viveu em Shubenacadie, um internato para indígenas órfãos na província canadense da Nova Escócia. Ao ser forçada a adotar o inglês e abandonar sua língua materna, a autora argumenta que perdeu não apenas uma conexão vital com seu passado e seu povo, mas também com sua própria identidade. 3CN3 Para ela, isso foi o mesmo que apagar sua herança. E ela não foi forçada apenas a “falar”, mas também a “pensar” e “criar” em inglês, a cultura dominante que se sobrepôs às tradições, crenças e valores de seu povo. Sendo assim, está correta a alternativa D. As demais alternativas estão incorretas porque: (A) a cultura indígena que a autora foi forçada a abandonar ainda é importante para ela. Logo, a alternativa contradiz o texto; (B) não se fala em violência física no texto, mas em opressão cultural, que não deixa de ser um tipo de violência; (C) a autora não perdeu a capacidade de falar. Quando diz que perdeu a fala ou a voz (I lost my talk), ela se refere à perda da sua cultura de origem; (E) não há elementos no texto que indiquem confusão mental causada pelo uso de duas línguas. QUESTÃO 02 The problem with the English language in India Imagine living in a nation where you, a member of the majority, are unable to read the label of the medicine you must give your child, the menu at a local restaurant or even the warning signs of the road. This is the world that hundreds of millions of Indians live in simply because the elite prefer English. This discrimination has become so systemic that the elite and middle classes send their children to English private schools while the vast poor send theirs to the government schools of their mother tongue. One need not mention that universities and even government jobs require fluency in English. Therefore, a person’s socioeconomic status in Indian society is approximately in line with his or her fluency in the language. Many states in India have attempted to make English the medium of instruction for all schools; however, the shortage of teachers who can even speak English is surreal. What is perhaps most damning is that because of this favoritism afforded to the English language the cultures of India are dying as they lose out on generations of authors, activists, actors, artists, playwrights, innovators, orators, and businesspersons who would have otherwise contributed to, and enriched, their own language. AULA, S. Disponível em: <www.forbes.com>. Acesso em: 16 mar. 2021. [Fragmento] No que diz respeito à sociedade indiana, o autor do texto critica A. os índices elevados de analfabetismo entre a população mais pobre. B. o nível insuficiente de proficiência dos indianos na Língua Inglesa. C. a qualidade e eficiência do ensino nas escolas públicas indianas. D. a discriminação social baseada no conhecimento da Língua Inglesa. E. a formação precária dos professores de inglês das universidades. REO2 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa D Resolução: No primeiro parágrafo, o autor afirma que uma grande parcela da população indiana não consegue compreender instruções ou informações básicas porque estão em inglês, por uma imposição da elite do país, que prefere o idioma às línguas locais. Dessa forma, aqueles que desconhecem o inglês são discriminados e excluídos. Essa discriminação se reflete nas escolas: enquanto as elites e a classe média enviam seus filhos para escolas privadas que ministram em inglês, resta aos mais pobres enviar seus filhos para as escolas públicas, que ensinam nas línguas nativas locais. O autor conclui o primeiro parágrafo afirmando que o status socioeconômico de uma pessoa na sociedade indiana se equipara à sua fluência na língua: “[...] a person’s socioeconomic status in Indian society is approximately in line with his or her fluency in the language”. Sendo assim, está correta a alternativa D. As demais alternativas estão incorretas porque: (A) não há informações sobre os índices de analfabetismo no texto, apenas sobre a incapacidade de boa parte dos indianos de compreender o inglês; (B) a crítica do autor não se dirige à falta de proficiência dos indianos no inglês, mas à preferência da elite indiana por esse idioma e a forma como impõe seu uso; (C) não há qualquer crítica à qualidade do ensino nas escolas públicas indianas. O autor apenas afirma que elas recebem alunos das classes mais pobres e ensinam em sua língua nativa; (E) o autor afirma que a escassez de professores que falam inglês na Índia é tão grande que se refere a isso como “surreal”. Entretanto, ele não faz qualquer menção à formação de professores de inglês universitários. QUESTÃO 03 Barcelona warns it will not grant license to controversial capsule apartment project A Barcelona company has announced that it is building an apartment that will house 15 people in tiny capsules spread over just 100 square meters, but city authorities have said they will never issue a business license for such an initiative. Haibu 4.0, the company behind the project,says the pods are not meant for tourists, but for longer stays by residents who cannot afford the soaring rents of the Catalan capital or who have long daily commutes to work from their regular residence. The group rented a space in July and began adapting it to their needs. Each pod is 120 cm wide, 120 cm high and 200 cm long. Inside there is a bedbase that you can lift to put suitcases inside, a headboard that can also be used for storage, a folding table, shelves, a wall socket and a USB charger. But the city of Barcelona frowns on the initiative. Housing councilor Josep Maria Montaner said there is no room for such a project in Barcelona. “The rules say that any housing unit must have a surface area of at least 40 square meters, which means that this company will never obtain the necessary operating licenses,” he warned. Disponível em: <https://elpais.com/>. Acesso em: 15 set. 2018. [Fragmento adaptado] 3YI3 Segundo o texto, a empresa Haibu 4.0 pretende construir microapartamentos de cerca de 2 metros quadrados em Barcelona. Apesar de controverso, a empresa considera o projeto positivo, pois seu objetivo é A. construir moradias coletivas e doá-las à cidade. B. criar um espaço para acolher moradores de rua. C. oferecer hospedagem mais em conta para turistas. D. propiciar um espaço minimalista para imigrantes. E. fornecer moradias mais baratas no centro da cidade. Alternativa E Resolução: A resposta para a questão está no segundo parágrafo do texto. De acordo com esse trecho, os microapartamentos não são destinados a turistas, o que já invalida a alternativa C, mas a possíveis residentes que não têm condições de arcar com os elevados aluguéis cobrados em Barcelona ou a pessoas que precisam se deslocar por grandes distâncias diariamente desde o trabalho até suas casas. Assim, está correta a alternativa E. Não há informações no texto que respaldam as alternativas A, B e D. QUESTÃO 04 Seemingly perfect lives I have looked up old school friends on Facebook and have never come away feeling good about life. I’m often left feeling like a bit of a loser thanks to their seemingly perfect lives with their perfect homes, perfect families and perfect friends. Today, we have access to the lives of other people in a way that we have never had in the past. Without social media we wouldn’t know what our friends have for breakfast, lunch and dinner, or what they’re listening to, reading, watching… the list is endless. So it’s easy to understand why we get envious from time to time. We’re constantly taking in little moments from other people’s lives and it’s difficult not to compare their lives to our own. We should compete against ourselves and try to surpass our own achievements rather than trying to outdo others. Look at ways you contrast rather than compare with other people, and realise that by comparing ourselves to others we forget our own achievements. I have come to realise that although I don’t have the perfect partner, dream home or even have a car of my own, I’ve had some great times and great friends. If I find myself typing in an old classmate or colleague’s name into the search bar I stop myself and drop a good friend a message. Looking at my own timeline I’m starting to appreciate that I might not be such a loser after all. WILLIAMS, Angharad. Disponível em: <http://www.thejournal.ie/>. Acesso em: 04 jun. 2018. [Fragmento adaptado] No texto anterior, a autora relata sua experiência pessoal em relação ao uso de redes sociais com o objetivo de A. convencer os leitores de que é preciso parar de se comparar com os outros. B. mostrar a futilidade das informações divulgadas nos perfis das redes sociais. C. refletir sobre a competição exagerada entre amigos na sociedade atual. D. valorizar o contato pessoal direto em vez do contato via redes sociais. E. criticar a exposição excessiva da vida pessoal nas redes sociais. MBBC LCT – PROVA I – PÁGINA 2 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A) CORRETA – No penúltimo parágrafo, a autora defende que cada um deve lutar para superar suas próprias limitações, em vez de se preocupar em superar o outro: “We should compete against ourselves and try to surpass our own achievements rather than trying to outdo others”. Ela afirma ainda que, quando mantemos o foco na comparação, nos esquecemos de nossas conquistas: “[...] by comparing ourselves to others we forget our own achievements”. B) INCORRETA – A autora relata, no segundo parágrafo, que hoje em dia, graças às redes sociais, temos acesso a uma lista infinita de informações sobre a vida de outras pessoas. Entretanto, ela não faz críticas à qualidade das informações divulgadas. C) INCORRETA – A autora não foca seu texto na competição exagerada entre amigos. Ela destaca que, com a exposição da vida pessoal nas redes sociais, é difícil não compararmos nossas vidas com as de outras pessoas. Para ela, cada um deve competir contra si mesmo, lutar para se superar e alcançar novas conquistas. D) INCORRETA – Em nenhum momento do texto a autora defende que o contato pessoal direto deve ser mais valorizado do que o contato via redes sociais. E) INCORRETA – Embora esteja implícita, no segundo parágrafo, a exposição excessiva da vida pessoal nas redes sociais, a autora não tece nenhuma crítica quanto a isso. Sua crítica direciona-se às comparações constantes que fazemos entre nossa vida e a dos outros, nos esquecendo de que também temos nossas conquistas. QUESTÃO 05 Amnesty International is a global movement of people fighting injustice and promoting human rights. Learn more about the campaigns, issues, cases, and countries we are currently focused on. PRIORITY ISSUES DEATH PENALTY We work to abolish the death penalty in the U.S. and globally HUMAN RIGHTS DEFENDERS We protect the people on the front lines defending all of our rights CLIMATE JUSTICE We advocate for ending Greenhouse Gas Emissions through a just transition to green energy TECHNOLOGY What do our fundamental rights look like in the digital age? GENDER, SEXUALITY & IDENTITY We protect the rights of women, LGBT, and Indigenous communities INDIVIDUALS AT RISK We help free people imprisoned for exercising their human rights NATIONAL SECURITY & HUMAN RIGHTS We expose and help end torture and other human rights violations DEADLY FORCE & POLICE ACCOUNTABILITY We expose and help stop unlawful killing by police Disponível em: <https://www.amnestyusa.org/>. Acesso em: 2 set. 2020. No texto, entre as questões defendidas pela Anistia Internacional para promover os direitos humanos e combater a injustiça social estão o(a) A. defesa da propriedade tecnológica digital e a transição para o uso de energia limpa. B. luta pela eliminação dos gases do efeito estufa e a libertação de presos comuns. C. exposição ampla dos casos de tortura e proteção das comunidades indígenas. D. repúdio ao assassinato de policiais em serviço e a proteção dos direitos humanos. E. engajamento na luta do público LGBT e a defesa da pena de morte nos Estados Unidos. Alternativa C Resolução: Entre as questões defendidas pela Anistia Internacional estão a exposição ampla dos casos de tortura, conforme indica o segundo item da lista, e a proteção das comunidades indígenas, conforme aponta o quinto item. Logo, a alternativa correta é a C. A alternativa A está incorreta porque em momento algum o texto menciona a defesa da propriedade tecnológica digital. A alternativa B está incorreta porque não se fala em libertação de presos comuns, mas sim daqueles que foram presos por exercerem seus direitos humanos, no sexto item. A alternativa D está incorreta porque o texto não menciona o repúdio ao assassinato de policiais, mas o uso desproporcional da força policial e os casos de assassinato cometidos por esses agentes da lei, conforme aponta o terceiro item. Por fim, a alternativa E também está incorreta porque a AnistiaInternacional defende, no primeiro item, o fim da pena de morte em todo o mundo, o que inclui, obviamente, os Estados Unidos. Q7YP EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 Windows 98 sigue vivo. Los colores chillones, el sonido enlatado y los gifs pixelados continúan en géneros musicales como el vaporwave, una corriente contracultural en la que el pasado se encuentra muy presente. Da igual que sea popular o no: este estilo bucea entre todo lo que tiempo atrás fue desprestigiado para recuperarlo con más fuerza. Un bofetón ochentero que, paradójicamente, no entiende de generaciones. “Es la apropiación y recontextualización de la música popular, principalmente de los años 80 o 90”, explica a eldiario.es Clinton Affair, un artista inglés de vaporwave alojado en Madrid. Entre los rasgos del género, señala que las canciones “son cortas, repetidas en bucle y suelen estar acompañadas de una estética correspondiente al periodo en el que se ambienta”. LUNA, J. A. Disponível em: <https://www.sinembargo.mx/>. Acesso em: 07 jun. 2019. No artigo, o uso da expressão “da igual que” (linha 02) indica que o estilo vaporwave inspira-se em A. programas de computadores atuais e na cultura hacker dos cyberpunks. B. elementos futuristas e predominantemente na cultura inglesa oitentista. C. vestimentas e modos de comportamento entendidos atualmente como retrógrados. D. notícias e acontecimentos de prestígio veiculados há mais de duas décadas pelas rádios. E. elementos computacionais e em estética musical que alcançou sucesso ou não no passado. Alternativa E Resolução: A alternativa E está correta, pois o termo retoma tudo o que foi dito antes, no primeiro parágrafo, sobre elementos da computação, e liga ao que se explica com mais detalhes, no 2º parágrafo, a respeito da produção musical dos anos 80 e 90. A alternativa A está incorreta, já que não há menção à cultura hacker ou cyberpunk no texto. A alternativa B também está incorreta, pois, apesar de se referir à cultura “oitentista”, não se limita geograficamente à Inglaterra. A alternativa C está incorreta, porque o desprestígio a que se refere o texto é o que tinham os elementos apropriados pela cultura vaporwave tempos atrás, não que sejam considerados retrógrados atualmente (o que se aplica também aos modos de comportamento). A alternativa D está incorreta, pois se fala, no 2º parágrafo, de música popular dos anos 80 e 90, não de notícias e acontecimentos prestigiosos. QUESTÃO 02 Disponível em: <www.facebook.com>. Acesso em: 12 jul. 2021. É comum, nas redes sociais, haver postagens que transmitam positividade. O texto anterior concretiza essa ação, pois A. reconhece a vida como um presente. B. realça a autonomia na utilização do tempo. C. celebra a quinta-feira como um dia produtivo. D. desvincula as realizações do poder financeiro. E. desvaloriza a linearidade dos dias da semana. GA53 YJYG LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa B Resolução: No texto em análise, em que se transmite uma mensagem positiva sobre a utilização do tempo, é realçada a ideia da autonomia em seu uso. Todos têm 24 horas em seu dia, mas cada um pode decidir como usá-las (“Tú decides como invertirlo.”). Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque a vida, nessa mensagem, não é entendida como um presente, mas afirma-se que a vida presenteia cada um de nós com um cheque de 24 horas. A alternativa C está incorreta porque o texto não menciona a ideia da produtividade, apenas deseja ao interlocutor uma excelente quinta-feira. A alternativa D está incorreta porque, ainda que a mensagem utilize o vocabulário do campo semântico financeiro para construir seu sentido, utilizando termos como “cheque” e “invertirlo”, não se menciona a falta de vínculo entre o poder financeiro e as realizações. A alternativa E está incorreta porque o texto não aborda a linearidade dos dias da semana, seja para valorizá-la, seja para desvalorizá-la. QUESTÃO 03 Un chip pequeño. Un avance enorme. Ya llegó el primer chip diseñado específicamente para la Mac. El sistema en chip (SoC) M1 de Apple tiene 16 000 millones de transistores e integra CPU, GPU, Neural Engine, E/S y mucho más en un diminuto chip. Por eso, te brinda un rendimiento increíble, tecnologías exclusivas y una eficiencia energética líder en la industria. El chip M1 es más que un paso adelante: es la entrada al futuro de la Mac. Disponível em: <www.apple.com>. Acesso em: 2 jun. 2021. [Fragmento] Para alcançar sua intenção comunicativa, a peça publicitária da Apple explora a significação de termos contraditórios no título. Esses termos expressam o(a) A. eficiência que garante a liderança da empresa no setor. B. alto rendimento em um espaço reduzido. C. exclusividade do chip no mercado de tecnologia. D. desenvolvimento tecnológico à frente de seu tempo. E. pioneirismo no uso da tecnologia M1. Alternativa B Resolução: No título da peça publicitária em análise, os termos pequeño e enorme estabelecem uma relação de oposição. Eles são utilizados para expressar que, apesar de pequeno, o chip é inovador e possui muitos recursos tecnológicos, ofertando ao seu usuário um alto rendimento e um avanço em relação às demais tecnologias. Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque o texto não menciona que haja uma liderança da Apple no setor em que atua, mas sim que a eficiência energética do chip M1 é líder na indústria. Além disso, nessa alternativa está expressa apenas a ideia relacionada àquilo que é enorme, mas não àquilo que é pequeño. A alternativa C está incorreta porque, ainda que o chip tenha sido projetado exclusivamente para o Mac, as ideias de pequeño ou enorme não podem ser observadas na proposição dessa alternativa. A alternativa D está incorreta porque, no texto, não se expressa que o chip represente um desenvolvimento tecnológico à frente de seu tempo, mas sim que, por meio dele, o Mac poderá entrar no futuro. Além disso, as noções de pequeño ou enorme não podem ser observadas nessa alternativa. A alternativa E está incorreta porque, ainda que a tecnologia seja pioneira, nessa ideia não se delineia a oposição em análise. QUESTÃO 04 Silvina, bailarina Hola, me llamo Silvina, ya sé que Silvina es un nombre poco común, pero es que todo el mundo no deja de decirme que yo también soy una niña fuera de lo común. Además Silvina rima con bailarina y eso no es casualidad por que bailar es una de las cosas que más me gusta hacer, aunque no es lo único que se me da bien... Desde que estaba en la tripa de mami, danzaba y danzaba sin parar como si fuera una sirenita en medio del mar… Me hicieron una fotomicrografía (una foto muy, muy, muy chiquitita), y descubrieron que yo venía con un cromosoma de más. “Tiene trisomía del par 21”, dijeron los médicos algo serios. Papi y mami al principio se preocuparon, pero enseguida se informaron bien de lo que significaba aquello, y prepararon todo para recibirme como me merecía. Y lo hicieron realmente bien porque mi llegada fue tan sonada, que todavía sigue en casa el alboroto. Flores, risas, abrazos y regalos… Abuelos, abuelas, tíos, tías, primos y primas… Amigos, mascotas, vecinos, y vecinas… ¡Todos esperándome! LATONDA, E. Silvina, bailarina. Disponível em: <http://bibliotecainfantil.fundaciononce.es>. Acesso em: 22 ago. 2019. [Fragmento] Ao se apresentar e contar um pouco de sua história,a narradora torna evidente que A. ela é muito amada por sua família. B. sua mãe dançava balé durante a gravidez. C. sua família e amigos lamentaram sua condição de saúde. D. ela protagoniza a história dedicando-se à dança e à fotografia. E. ela foi recebida com muito amor e cuidado em meio a dificuldades financeiras. 84YU 9EFB EM 1ª SÉRIE – VOL.1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A alternativa A está correta, pois os preparativos que os pais, familiares e amigos proporcionaram para a chegada da garota indicam sua preocupação para com ela, de modo que fica claro que é muito amada por essas pessoas. A alternativa B está incorreta, pois, segundo o texto, quem dançava balé era a própria menina, que o fazia ainda dentro do útero materno, como se pode comprovar em “Desde que estaba en la tripa de mami, [yo] danzaba y danzaba sin parar como si fuera una sirenita en medio del mar […]”. A alternativa C está incorreta, pois, segundo o texto, não houve nenhum episódio de lamentação quando os pais descobriram que ela possuía um cromossomo a mais; houve apenas uma breve preocupação, que os levou a buscar informações e a se prepararem adequadamente para sua chegada. A alternativa D está incorreta, pois a garota não se dedica à fotografia. A foto mencionada no texto é parte do exame a que foi submetida quando ainda estava no útero de sua mãe. A alternativa E está incorreta, pois não se mencionam as condições financeiras de sua família quando de seu nascimento. QUESTÃO 05 15 cosas que hacer en la CDMX No sé si a ustedes les pase, pero a mí me ocurre que cuando tengo tiempo libre prefiero quedarme a disfrutar de la tranquilidad de la ciudad. Si en estos días de descanso no te animaste a pueblear, te invitamos a recorrer las calles de la Ciudad de México y descubrir algunos rincones. 1. Explora el Bosque de Chapultepec La primera sección de Chapultepec está llena de espacios que te sorprenderán. Desde “El Castillo” hasta otras zonas ocultas como el audiorama, aquí podrás pasar un día divertido y lleno de cultura. 2. Ve por un cafecito Si lo tuyo es descubrir nuevos sabores, entonces relájate en algún café o casa de té que hay en la ciudad. La oferta es basta y actualmente existen muchos lugares especializados en el arte de preparar la taza de capuchino perfecta. […] 5. Maravíllate con los museos No cabe duda que la Ciudad de México tiene una gran variedad de museos con interesantes exposiciones, pero algunos de ellos por sí mismos son verdaderas obras de arte que valen la pena ver, pues su arquitectura los han convertido en íconos de la ciudad. […] 15. Saca tus dotes de fotógrafo Aprovecha la cámara de tu smartphone y sal a la ciudad a capturar los mejores detalles que hacen a la CDMX un lugar único y lleno de riqueza cultural. Te recomendamos darte una vuelta por algunos de los recintos que albergan los murales más espectaculares o bien admira las fachadas de algunos de los edificios más representativos del Centro Histórico. Disponível em: <https://www.mexicodesconocido.com.mx>. Acesso em: 18 fev. 2019. [Fragmento] O texto apresenta algumas sugestões de atividades a serem realizadas na capital do México, bem como pontos turísticos a serem visitados. De acordo com as indicações, o(s) A. prédio conhecido como El Castillo abriga objetos de arte rústica. B. Centro Histórico é eclético e tem edifícios com fachadas de luxo. C. cafés são boas opções para novas experiências gastronômicas. D. Bosque de Chapultepec recebe apresentações tradicionais do país. E. museus chamam muito a atenção pelo estilo arquitetônico moderno. Alternativa C Resolução: Segundo o texto-base, que apresenta sugestões de visitação a pontos turísticos e do que fazer na Cidade do México, caso o leitor se interesse por descobrir novos sabores, sugere-se a visitação a cafés e casas de chá, pois há muitos na cidade (“Si lo tuyo es descubrir nuevos sabores, entonces relájate en algún café o casa de té que hay en la ciudad. La oferta es basta [...]”). Desse modo, os cafés são opções para quem deseja novas experiências gastronômicas. Assim, está correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque o texto não informa o que existe no prédio conhecido como El Castillo. A alternativa B está incorreta porque não se afirma no texto que o Centro Histórico seja eclético ou que as fachadas dos prédios sejam de luxo, apenas se sugere que sejam admiradas as fachadas de alguns edifícios – supõe-se que pela beleza. A alternativa D está incorreta porque, no texto, informa-se que, no Bosque de Chapultepec, pode-se passar um dia divertido e cheio de cultura, mas não se informa que o espaço receba apresentações tradicionais. A alternativa E está incorreta porque, apesar de a Cidade do México contar com museus que são por si só verdadeiras obras de arte, não se afirma no texto que essa caracterização se deva ao fato de terem o estilo arquitetônico moderno. NØXS LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 DAVIS, J. Disponível em: <://tirinhasdogarfield.blogspot.com.br>. Acesso em: 19 set. 2018. Os textos carregam funções específicas e diversas, a fim de alcançar o público e transmitir a mensagem pretendida. Na tirinha, a função da linguagem predominante é aquela responsável por A. focar nos textos verbal e não verbal e na seleção do vocabulário. B. direcionar-se à própria mensagem como meio de provocar sensações. C. privilegiar os posicionamentos e impressões dos autores das mensagens. D. destacar o canal de comunicação e o contato por si só entre interlocutores. E. trabalhar as emoções do receptor e seu resultado no processo comunicativo. Alternativa D Resolução: As funções da linguagem dizem respeito à forma com que essa será utilizada de acordo com a intenção do falante. Na tirinha, a função da linguagem predominante é a função fática. Na função fática, o foco não está na mensagem, mas sim no estabelecimento ou interrupção da comunicação entre os interlocutores. Destaca-se, pois, o canal de comunicação, logo, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, pois o texto da tirinha se baseia na interjeição de concordância “ahã”, não havendo reflexão acerca da seleção de vocabulário dos textos, conforme esperado da função metalinguística da linguagem. A alternativa B está incorreta, pois a função poética preocupa-se com a maneira pela qual a mensagem será transmitida, sendo a mensagem o principal elemento comunicativo. Na tirinha, a mensagem se encontra em segundo plano, não havendo preocupação com o conteúdo veiculado. A alternativa C está incorreta, pois considera a subjetividade do emissor como o principal objetivo da comunicação. Na tirinha, não há o compartilhamento de opiniões entre os interlocutores, típico da função emotiva da linguagem. A alternativa E está incorreta, pois considera a função conativa como predominante na tirinha. Na função conativa, a linguagem é persuasiva, com o intuito de convencer o receptor, função ausente nessa tirinha, na qual os interlocutores, simplesmente, mantêm o canal comunicativo aberto, sem preocupação com o impacto da mensagem no receptor. QUESTÃO 07 Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com>. Acesso em: 26 fev. 2021. Nessa tirinha, a construção da mensagem comunicativa se dá a partir da ideia de que, para o garoto, o A. acontecimento comumente ruim se transformou em algo positivo, pois permitiu a aproximação com a família. B. momento enfrentado pela família possibilitou aos membros da casa concentrarem-se em seus afazeres. C. evento danoso possibilitou o desenvolvimento da imaginação devido às brincadeiras sem tecnologia. D. episódio da falta de energia foi ideal para fazer seus deveres de casa com a ajuda do pai e da mãe. E. cenário de perigo despertou medo, mas a situação foi apaziguada pelo pai com histórias divertidas. WKJC F7AV EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A tirinha apresenta, em seu primeiro quadro, um evento negativo (a interrupção da energia elétrica). A expectativa da narrativa, entretanto, é quebrada nos quadros subsequentes, pois a personagem conta como, a partir desse evento, ela passou um longoperíodo (“a noite”) com o pai, lendo. Isto é, graças ao evento negativo, houve uma aproximação familiar. Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B é incorreta, pois a leitura não era um afazer, e sim uma atividade prazerosa. Fica explícito que pai e filho leram um livro, e não que cada um foi cumprir seus afazeres. A alternativa C é incorreta, pois, na tirinha, não se fala em brincadeiras. A alternativa D é incorreta, pois “pegar o livro” não faz referência ao livro didático (ou outro livro com “deveres de casa”); faz, pelo contrário, referência à leitura literária, ou à outra realizada por prazer. A alternativa E é incorreta, pois a personagem não expressa medo. QUESTÃO 08 A pequena cidade de Javé será submersa pelas águas de uma represa. Seus moradores não serão indenizados e não foram sequer notificados porque não possuem registros nem documentos das terras. Inconformados, descobrem que o local poderia ser preservado se tivesse um patrimônio histórico de valor comprovado em “documento científico”. Decidem, então, escrever a história da cidade – mas poucos sabem ler e só um morador, o carteiro, sabe escrever. Depois disso, o que se vê é uma tremenda confusão, pois todos procuram Antônio Biá, o “autor” da obra de cunho histórico, para acrescentar algumas linhas e ter o seu nome citado. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Narradores_de_Jave> Acesso em: 21 nov. 2012. A sinopse anterior, sobre o filme nacional Narradores de Javé, 2003, dirigido por Eliane Caffé, ressalta a importância da linguagem escrita, ao mostrar que o(a) A. literatura é uma forma de escapar dos problemas da realidade. B. narrativa oral resgata uma tradição nacional esquecida. C. história de um povo deve ser escrita por todos. D. registro histórico ajuda a preservar o patrimônio cultural. E. registro escrito constitui uma memória indestrutível. Alternativa D Resolução: A sinopse esclarece que o filme demonstra que o registro histórico escrito ajuda a preservar o patrimônio cultural, uma vez que a existência de um documento escrito de caráter científico que atestasse o patrimônio histórico impediria que as referidas terras fossem submersas pelas águas de uma represa. Por essa razão, está correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta porque a sinopse do filme não alega que a literatura seja uma forma de escapar dos problemas da realidade. A alternativa B está incorreta porque não há foco nem menção na sinopse acerca da narrativa oral e como ela resgata uma tradição nacional. A alternativa C está incorreta porque não existe essa postulação na sinopse de que a história de um povo deva ser escrita por todos. A alternativa E está incorreta, pois a sinopse não conclui que o registro escrito possa constituir uma memória indestrutível. FSD7 QUESTÃO 09 Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço. ANDRADE, C. D. Procura da poesia. In: A rosa do povo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. [Fragmento] A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. No trecho, coexistem diferentes funções da linguagem, sendo predominante a A. conativa, pois o autor esquematiza a composição de um texto literário. B. metalinguística, pois o poema reflete sobre o processo de escrita. C. referencial, pois o foco está na descrição dos objetos em análise. D. poética, pois o autor inova no emprego dos recursos linguísticos. E. emotiva, pois o eu lírico valoriza seus sentimentos mais íntimos. Alternativa B Resolução: No poema de Carlos Drummond de Andrade, o poeta reflete sobre o processo de escrita, sobre seu fazer poético, predominando, portanto, a função metalinguística da linguagem em seu texto. Está correta, assim, a alternativa B. A alternativa A aponta que a função predominante seria a conativa. Embora essa função esteja presente nos versos em que o autor dialoga com seus leitores, como “Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. / Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.”, não há no texto uma esquematização clara de como compor um texto poético, mas sugestões altamente subjetivas de como lidar com o ato de criação. Além disso, a metalinguagem permeia todos os versos em análise, diferentemente da conativa, que está presente somente em alguns. Portanto, essa alternativa está incorreta. A alternativa C está incorreta porque a função referencial é aquela que se centra na mensagem, na informação. É uma função muito comum no meio jornalístico, em que se busca informar um fato de forma objetiva e direta. HOEB LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa D está incorreta porque, embora o texto de Drummond seja um poema, não é empregada a função poética em sua composição. Essa função consiste em utilizar, na construção do texto literário, aspectos inovadores da língua, explorando a linguagem conotativa. A alternativa E está incorreta porque a função emotiva é aquela que busca exprimir sentimentos íntimos. Embora seja muito comum em textos literários, especialmente na poesia, não é usada no caso em apreço, em que não há descrição de sentimentos pessoais do poeta, mas sim reflexões sobre o processo da escrita. QUESTÃO 10 Cadê teu suin-? Cadê teu repi- Quem é teu padri- Onde é que tu to- Cadê teu suin- Guitarra não po- Desista mole- Quem é que te indi- Cadê teu suin- CAMELO, M. Cadê teu suin-?. In: Bloco do eu sozinho. Los Hermanos. CD. Abril Music, 2001. [Fragmento] Para estruturar o texto da canção, o autor considerou, em todos os versos, A. a sílaba tônica da última palavra. B. o ditongo crescente na última palavra. C. o hiato na primeira e na última palavra. D. a posição da sílaba tônica em cada palavra. E. a ocorrência de semivogais na última palavra. Alternativa A Resolução: A última palavra de cada verso tem sua última sílaba suprimida, no entanto a primeira palavra do verso seguinte inicia-se com a sílaba que completa a palavra anterior. A sonoridade do texto não é afetada porque a última palavra dos versos é paroxítona, acomodando a sílaba da palavra que inicia os versos, já que as primeiras palavras não têm sua primeira sílaba pronunciada de forma enfática. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque não há ditongo nas últimas palavras. A alternativa C está incorreta porque não há hiato em todas as palavras que terminam os versos, somente em “suingue”. A alternativa D está incorreta porque somente a sílaba tônica das palavras que iniciam e terminam os versos são levadas em consideração, já que os versos não apresentam mesmo número de sílabas gramaticais nem poéticas. Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há semivogais nas últimas palavras; em “suingue”, na sílaba “gue” há, na verdade, um dígrafo, já que “gu” denota um fonema somente. 6SPA QUESTÃO 11 Disponível em: <https://valimpublicidade.com>. Acesso em: 20 abr. 2017. A publicidade anterior explora a função metalinguística da linguagem, uma vez que A. usa palavras num texto essencialmente imagético. B. sugere a leitura involuntária do código linguístico. C. vende um produto enquanto vende um espaço. D. utiliza o próprio texto para se dirigir ao público. E. divulga um espaço para um texto publicitário. Alternativa E Resolução: O texto é um outdoor, ou seja, um anúncio em um painel de grande extensão exposto em via pública,cujo objetivo é divulgar um produto, marca, etc. O que esse outdoor divulga é seu próprio espaço para que uma marca anuncie seu produto. Assim, a função metalinguística se faz presente no ato de a marca vender seu produto para que outra marca venda seu produto. É um texto publicitário que vende um texto publicitário. Portanto, a alternativa E é a correta. A alternativa A está incorreta porque o outdoor não é um texto essencialmente imagético, mas sim um texto que explora recursos verbais e não verbais. Além disso, ser essencialmente imagético não implica ser necessariamente metalinguístico. A alternativa B está incorreta porque a leitura do texto não é involuntária, já que as letras são grandes, e o painel fica exposto em pontos estratégicos da cidade; além do mais, isso não tem relação com a metalinguagem. A alternativa C está incorreta porque, para esse texto, o espaço é o produto, portanto relacionam-se à mesma coisa. Por fim, a alternativa D está incorreta porque é característica comum aos textos publicitários utilizar o próprio texto para se dirigir a seu público-alvo, portanto não é algo específico do outdoor em análise. Além disso, dirigir-se ao público não implica utilizar a estratégia da metalinguagem. QUESTÃO 12 As comunidades de relacionamento, independente de seu formato, dão suporte a toda uma diversidade de gêneros em seu interior, com maior destaque ao chamado post, de extensão e nível de formalidade variado e que tem por marca a anexação de símbolos visuais, como os chamados “emoticons”, compensadores frequentes da ausência de entonação encontrada nesse suporte. IØHL GR8C EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Por um lado se lida com a perspectiva de uma prontidão de resposta quase tão instantânea quanto a da fala, mas em meio escrito. Ainda acerca desses símbolos, “emoticons”, ao contrário do que se supõe, seu uso não é anárquico, havendo mesmo uma espécie de sintaxe para esses símbolos, já que não podem ser utilizados, por exemplo, ao bel-prazer, em qualquer parte da frase. O conjunto das potencialidades do mundo virtual e de sua comunicação, com certeza, ainda estão por ser descobertas em plenitude. Aguardemo-las enquanto navegamos e descobrimos esse mundo. NASCIMENTO, A. U. S. Disponível em: <http://educacao.globo.com>. Acesso em: 21 set. 2017. [Fragmento] O texto apresenta o uso dos emoticons em posts como compensadores da ausência de entonação encontrada no suporte digital. Sua utilização mostra, nesse gênero, A. a anarquia na forma de expressão. B. o hibridismo entre a fala e a escrita. C. a instantaneidade de compreensão. D. a relação entre texto formal e informal. E. a substituição de palavras por símbolos. Alternativa B Resolução: A questão solicita que se identifique o que pode ser inferido pelo uso dos emoticons em posts como compensadores da ausência de entonação encontrada no suporte digital. Considerando que a entonação é uma característica expressiva da fala, o que, no texto escrito, seria representado por sinais gráficos de pontuação, percebe-se que o uso de emoticons exerce uma função que aproxima o texto da fala. Há no post, portanto, o hibridismo entre fala e escrita, como afirma a alternativa B. A anarquia na forma de expressão, proposta na alternativa A, é contrária ao que é defendido no texto, pois este defende justamente que há uma espécie de sintaxe para o uso dos símbolos. A instantaneidade de compreensão, sugerida em C, também não pode ser inferida do uso de emoticons em posts, pois, embora o símbolo já transmita a emoção do autor, o sentido do texto é construído na relação entre o aspecto verbal e o não verbal. A relação entre texto formal e informal, sugerida na alternativa D, não pode ser inferida pelas informações que constam do texto, pois tanto fala como escrita possuem diversos níveis de formalidade. Por fim, a função do símbolo não é substituir palavras, conforme sugere a alternativa E, mas contribuir para a construção de sentido do texto. QUESTÃO 13 III Colada à tua boca a minha desordem. O meu vasto querer. O incompossível se fazendo ordem. Colada à tua boca, mas descomedida Árdua Construtor de ilusões examino-te sôfrega CTFB Como se fosses morrer colado à minha boca. Como se fosse nascer E tu fosses o dia magnânimo Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer. HILST, H. Do desejo. In: ______. Da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. A linguagem apresenta funções distintas de acordo com a intenção do emissor. No poema de Hilda Hilst, a função poética da linguagem é predominante devido à presença de elementos que A. expressam o sentimento do eu lírico. B. inserem a ficção nos eventos narrados. C. exploram a forma na construção imagética. D. confundem o leitor na compreensão textual. E. abordam a subjetividade da experiência amorosa. Alternativa C Resolução: A função poética da linguagem está relacionada a uma preocupação com a forma como a mensagem será transmitida, o que, no poema, é feito por meio da construção das imagens que conformam o sentido dos versos e a versificação. Por isso, está correta a alternativa C. A alternativa A é incorreta, pois a expressividade dos sentimentos pode ser descrita pela função emotiva, e o eu lírico, nesse texto, refere-se apenas ao emissor, não revelando explicitamente o que sente; antes disso, nota-se o trabalho com a linguagem para se transmitir uma mensagem. A alternativa B é incorreta, pois não há precisamente uma narrativa, e sim a justaposição de imagens construindo o sentido poético; além disso, não há elementos que apontem para uma ficção no texto. A alternativa D é incorreta, pois o objetivo não é confundir o leitor, e sim apresentar o significado de outra maneira. A alternativa E é incorreta, pois a experiência amorosa pode ser representada por meio de outras funções da linguagem, não sendo esse aspecto o que define a função poética. QUESTÃO 14 Dez definições Verdade é uma opinião mais sensível num instante determinado. Mentira é uma opinião menos necessária por mais tempo. Arte é o que acontece, porém com algumas modificações pra quem não tem paciência de sair de casa e viver a sua própria vida. Diplomacia é uma boca-livre entre dois países críticos, seus smokings, uísques e dúvidas protocolares. Peixes são minerais ativos que rebolam dentro d’água. Moda é um vestido de uma noite. Família é um conjunto de pessoas que não têm dinheiro pra pagar, cada uma, seus malditos aluguéis. Deus é um pai ausente que nunca teve mãe. Mãe é uma gaiola com pé-direito bem grande, cercada de algodão por todos os lados. Vida é isso daqui mesmo, por incrível que pareça... BONASSI, F. Folha de S. Paulo, caderno Ilustrada, 02 set. 2000. KTOO LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Ao comparar a definição das palavras apresentada no texto com seus significados dicionarizados, o autor tem como objetivo A. evocar a quantidade de definições predeterminadas no título, sem a preocupação de relacioná-las logicamente. B. estabelecer uma relação, feita pelo pensamento, entre as palavras que remetem à associação entre os conceitos. C. dispor ideias comuns aleatoriamente para sugerir o caos do cotidiano e a velocidade dos acontecimentos. D. desconstruir a acepção, consagrada pelo uso, dos conceitos sobre os quais discorre, e redefini-los ludicamente. E. aludir à fragmentação do conhecimento por meio da disposição de conceitos ambíguos e sem relação entre si. Alternativa D Resolução: No texto, o autor redefine palavras de acordo com a sua percepção sobre como estas se realizam na vida. Dentro da sua perspectiva, os termos ganham sentido outro que aquele definido pelo dicionário, sendo construídos em tom descontraído, condizente com os usos cotidianos que busca replicar. Desse modo, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, poisas definições estabelecidas pelo autor são construídas dentro de uma sequência coerente, relacionando-se entre si. A alternativa B está incorreta, pois a associação estabelecida entre conceitos e palavras se pauta pelas ações cotidianas que, segundo o autor, a elas se relacionam. A alternativa C está incorreta, pois as ideias comuns são dispostas dentro de um contínuo, que vai de aspectos individuais da moral passando por conceitos coletivos que culminam no termo mais amplo, a vida. A alternativa E está incorreta, pois o jogo de sentidos é estabelecido entre a definição do dicionário e uma definição mais próxima da experiência humana com essas palavras, estando todos os conceitos relacionados entre si por essa experiência. QUESTÃO 15 Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem-comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente [protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário [o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas [...] Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare – Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. BANDEIRA, M. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. [Fragmento] MJ5U Todo texto apresenta peculiaridades a fim de que o objetivo pretendido pelo autor seja alcançado. No fragmento do poema, identifica-se a função emotiva da linguagem, pois A. o travessão, no último verso, propõe uma reflexão num diálogo com o leitor. B. o eu lírico demonstra irritação ao negar os valores de poetas do passado. C. a estrutura do próprio poema reflete a crítica do autor a poetas de outrora. D. o gênero textual escolhido pelo autor é o que determina o objetivo do texto. E. a comparação entre o clássico e o moderno sensibiliza leitores de poesia. Alternativa B Resolução: No texto, o eu lírico se mostra indignado com a forma pragmática de compor poesia, em que elementos normativos e engessados impedem uma criação poética espontânea. É possível, assim, perceber a presença do emissor em trechos como “Estou farto do lirismo comedido”, “Quero antes o lirismo dos loucos”, “Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”, indicando uma necessidade de subverter a ordem do lirismo clássico e de fazer uma poesia livre, sem censuras de estilo. Assim, predomina, no texto, a função emotiva da linguagem, corretamente explicada na alternativa B. A alternativa A está incorreta porque o travessão representa a materialização do discurso do eu lírico após suas reflexões; além disso, a função da linguagem associada à interlocução com o leitor é a conativa. A alternativa C está incorreta porque a função da linguagem focada no próprio código linguístico é a metalinguística. A alternativa D está incorreta porque a função emotiva da linguagem não está limitada ao gênero literário lírico, logo não é o fato de o autor ter escolhido o gênero textual poema que define a função de seu texto. Por fim, a alternativa E está incorreta porque a sensibilização dos leitores, no poema, relaciona-se ao posicionamento do eu lírico a respeito do lirismo e de como deve ser o fazer poético; além do mais, a comparação entre termos está ligada ao uso objetivo da linguagem, comum à função referencial. QUESTÃO 16 A curiosidade de um ouvinte belo-horizontino foi despertada após escutar o slogan de uma estação de rádio de sua cidade natal. Ele pensou, então, que haveria duas possibilidades de escrita, grafadas a seguir: I. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe por que ouve. II. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe, porque ouve. A diferença na escrita das palavras em destaque implica à interpretação dos slogans A. duplicidade de sentidos, pois o texto I exprime a ideia de “razão”, e o II a de explicação. B. ideia de consequência de um fato no texto I, e noção de causa no texto II. C. incoerência, posto que os pronomes relativos nos textos I e II estão mal-empregados. D. redundância, já que existe certeza do informado nos dois textos. E. semelhança de sentido, mas classificações morfológicas diferentes. 5FZN EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A frase ouvida no rádio pode ser interpretada de duas maneiras diferentes, dependendo de como transcrita. Em “Você sabe por que ouve”, o “por que” é equivalente a “motivo pelo qual”, impondo uma razão para a ação de ouvir, ou seja, os ouvintes sabem o motivo de ouvir à rádio. Já em “Você sabe, porque ouve”, o “porque” é uma conjunção coordenativa explicativa, equivalendo-se a “pois”, ou seja, a explicação de o ouvinte saber das coisas do mundo é o fato de ele ouvir à rádio. A alternativa A, portanto, está correta. A alternativa B está incorreta porque interpreta erroneamente os “porquês” em ambas as frases. C, porque sequer foram empregados pronomes relativos; na primeira frase o “que” é um pronome indefinido, e na segunda o “porque” é uma conjunção. D e E estão incorretas, porque, como exposto, os sentidos das frases são diferentes, além disso, pode-se afirmar que há redundância apenas na primeira frase, em que o ouvinte já saberia de antemão a razão de ouvir à rádio. QUESTÃO 17 Disponível em: <https://sociotramas.wordpress.com>. Acesso em: 29 jul. 2016. Para que um texto seja compreendido com clareza, é fundamental que sejam percebidos alguns fatores externos à sua elaboração. Na imagem anterior, o principal elemento da textualidade para produção de sentido é a A. intencionalidade, pois é preciso notar a desconstrução do quadro como sugestão de novo padrão de beleza. B. intertextualidade, pois deve-se mobilizar conhecimentos de outro texto para perceber a mensagem transmitida. C. informatividade, pois os observadores devem adquirir informações inéditas sobre a obra de arte em análise. D. situacionalidade, pois a recepção do conteúdo etá condicionada ao local em que a obra for exposta. E. aceitabilidade, pois o conhecimento prévio é importante para perceber a crítica a um movimento artístico. Alternativa B Resolução: No texto em análise, é trabalhada a intertextualidade entre a famosa obra Mona Lisa e o hábito, na atualidade, de tirar selfies com o celular, fazendo “biquinho” com a boca. Para compreender adequadamente o texto, o leitor/espectador tem que dispor de conhecimentos prévios sobre esses dois dados – obra e hábito –, de modo a inferir o caráter humorístico do texto em questão, que parodia uma ação comum dos jovens, transpondo-a para um quadro de uma mulher cujo sorriso/lábio sempre despertou mistério e interesse. A alternativa correta é, portanto, a B. YF33 A alternativa A é incorreta, pois o texto não se compromete a desconstruir a famosa obra de arte para estabelecer um novo padrão de beleza, mas sim parodia uma situação cotidiana dos jovens da atualidade. A alternativa C é incorreta, pois o objetivo do texto não é fornecer informação inéditas sobre a obra de arte em análise, até porque ela foi alterada. A alternativa D é incorreta, pois a compreensão do texto é possibilitada a todos que tenham contato com ele e disponham dos conhecimentos prévios necessários para sua compreensão, não sendo o local onde está exposta um fator relevante para a análise da obra. A alternativa E também está incorreta. De fato, o conhecimento prévio é importante para a análise dessa obra; contudo, não é feita uma crítica a um movimento artístico em especial, mas sim a um comportamento dos jovens da atualidade. QUESTÃO 18 Parte enfim para os serros pertendidos, Deixando a Pátria transformada em fontes, Por termos nunca usados, nem sabidos, Cortando matos, e arrasando montes; Os rios vadeando mais temidos Em jangadas, canoas, balsas, pontes, Sofrendo calmas, padecendo frios Por montes, campos, serras, vales, rios. GRASSON, D. In: COSTA, C. M. A poesiados Inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. O trecho pertence a um poema que trata da busca de Fernão Dias pelas esmeraldas no interior do Brasil seiscentista. Para tal, explora-se a característica narrativa de apresentar A. impressões interiores sendo exteriorizadas. B. encenação orientada pelo próprio narrador. C. acontecimentos sucessivos em um espaço. D. história contada pela fala das personagens. E. expressão subjetiva das emoções experimentadas. Alternativa C Resolução: A questão solicita que o aluno identifique a característica que define o trecho do poema como pertencente ao gênero narrativo. O texto apresenta a narração da aventura iniciada pela personagem no Sertão do país, atravessando matas, montes e rios em condições nem sempre favoráveis. Há, portanto, a apresentação de uma sucessão de acontecimentos situados no espaço, o que torna correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque propõe que o texto apresenta impressões interiores sendo exteriorizadas, o que está incorreto, pois se trata de uma narração objetiva em terceira pessoa. A alternativa B está incorreta porque sugere que há uma encenação orientada pelo narrador, o que está incorreto, pois não se trata de gênero dramático. A alternativa D está incorreta porque sugere que há uma história contada pela fala das personagens, o que também descreveria o gênero dramático. A alternativa E está incorreta porque propõe que há expressão subjetiva das emoções experimentadas, o que caracterizaria o gênero lírico. T8U3 LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 19 “Antes que seja tarde demais.” Disponível em: <http://wwf.org>. Acesso em: 30 ago. 2017. A peça publicitária de uma ONG que atua nas áreas de conservação, investigação e recuperação ambiental leva à reflexão de que A. os desmatamentos atacam indiretamente a vida humana. B. os habitantes da zona rural preservam o local onde vivem. C. a degradação à natureza é mais constante em áreas rurais. D. os depredadores escolhem maciços florestais para desmatar. E. o reflorestamento é uma prioridade em países desenvolvidos. Alternativa A Resolução: A publicidade da ONG WWF mostra um enorme bosque cuja imagem retratada lembra dois pulmões humanos. No canto inferior direito, vê-se que parte do bosque foi desmatado, constituindo em uma metáfora que simboliza a seguinte situação: quanto mais se ataca a natureza, mais se ataca o ser humano, já que este depende daquela. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque nada no texto aponta para uma suposta preservação da natureza por parte dos habitantes da zona rural. A alternativa C está incorreta, porque, mesmo que a afirmação esteja correta – uma vez que a zona urbana recebe este nome justamente por já ter desmatado as florestas locais para a construção da cidade –, não é essa informação que o texto privilegia, já que pretende trazer a mensagem de que é necessário preservar as florestas para preservar a vida. A alternativa D também está incorreta, ainda que sua afirmação seja verdadeira: é natural que sejam escolhidas grandes porções florestais para o desmatamento por motivos econômicos, logísticos etc., no entanto, não é objetivo do texto comunicar esse fato. Finalmente, a alternativa E está incorreta, porque o texto não traz dado algum que informe aos leitores o grau de prioridade do reflorestamento em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. QUESTÃO 20 Quais são as espécies mais ameaçadas de extinção no Brasil? O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio Ambiente realizada em 2008. O levantamento anterior, feito em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía peixes e outras espécies aquáticas. 2MWR TCFG O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Mas o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, e que levam milhares ou até mesmo milhões de anos para ocorrer, a exemplo do que aconteceu com os dinossauros. Porém, o homem vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente deste processo. “Os animais em risco estão muitas vezes sufocados pelo desmatamento provocado pela pecuária, pela abertura de terras, pela poluição e a expansão urbana”, diz a bióloga Ellen Augusta de Freitas. JOENCK, A. Disponível em: <https://www.terra.com.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento] A fala de uma bióloga é usada para reiterar um ponto de vista a respeito da extinção de animais no Brasil. Com base nisso, o texto defende que o A. processo é decorrente da própria cadeia evolutiva. B. agente responsável é principalmente o ser humano. C. evento ocorre lentamente e é inevitável aos humanos. D. levantamento exposto é pouco claro sobre a realidade. E. acontecimento é tão esperado como o dos dinossauros. Alternativa B Resolução: Considerando que a bióloga Ellen Augusta de Freitas aborda o fato de os animais muitas vezes serem sufocados por ações como a pecuária e a expansão urbana, percebe-se que sua fala reitera o posicionamento da autora de que o ser humano vem acelerando a taxa de extinção das espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente desse processo. Assim, no último parágrafo do texto, vê-se o posicionamento da autora e a fala da bióloga, citada como autoridade no assunto. A alternativa correta é, portanto, a B. Nesse sentido, a frequência com que espécies vêm sendo extintas não é considerada natural nem esperada dentro do processo evolutivo, o que invalida as alternativas A e E. A alternativa C está incorreta porque, por mais que a extinção natural das espécies seja lenta e inevitável, como pode ser inferido do texto, o posicionamento defendido é de que o ser humano agravou a situação, apressando eventos naturais. Por fim, o texto expõe que o levantamento atual sobre as espécies é completo e que o anterior não incluía peixes e outras espécies aquáticas, o que invalida a alternativa D, que o caracteriza como pouco claro. QUESTÃO 21 – Vai ser uma catástrofe! – O que eu podia fazer? – Você podia ter falado pra ela não vir. – Eu ia falar uma coisa dessas? – Por que não? – Uma pessoa me telefona falando que quer vir passar uns dias na minha casa: aí eu falo pra ela não vir? – Por que não? – Você falaria? – Claro que eu falaria. HUTF EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO – Pois eu não. – Eu falaria: “Escuta, fulana, eu fico muito feliz de você ter se lembrado de mim e da minha casa, mas seria melhor você não vir, porque meu marido não só não aprecia visitas, como também, e principalmente, não aprecia crianças, tanto é que nós não as temos.” – Muito engraçado... Já imaginou eu dizendo isso pra ela ou pra quem quer que seja? – Você não disse; o resultado aí está: eles vêm. – São só seis dias, Artur. – Só seis dias... VILELA, L. A cabeça. São Paulo: Cosac Naify, 2002. p. 85. Ao longo de sua existência, os seres humanos desenvolveram formas de narrar as suas experiências no mundo. Muitos modelos de narrativas foram produzidos em variadas épocas. O relato no fragmento se caracteriza por A. privilegiar um discurso em que a violência verbal explicita o conflito entre as partes. B. apresentar uma única personagem que explora o caráter ambíguo das reflexões alheias. C. construir-se em uma linguagem dinâmica que reproduz diálogos familiares no cotidiano. D. ser inverossímil ao denunciar o caráter absurdo da conversação entre as personagens. E. estruturar-se com o propósito de fomentar a encenação de uma peça teatral contemporânea. Alternativa C Resolução: No fragmento em análise, a narração se caracteriza por expor diálogos rápidos, dinâmicos, que ilustram uma conversação entre duas pessoas, que discutemsobre determinado assunto de conflito entre elas. Percebe-se um tom cotidiano, familiar, na conversa, que expõe a intimidade das personagens e colabora para o dinamismo do diálogo. Está correta, assim, a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois o discurso evidenciado no texto não expõe uma violência verbal, mas um mero confronto de argumentos sobre determinado assunto. A alternativa B está incorreta, pois, no diálogo, são evidenciadas duas personagens: o marido e a esposa. A alternativa D está incorreta, pois a conversa exposta no texto nada tem de inverossímil ou absurda, mas, ao contrário, representa uma discussão de casal possível e plenamente aceitável no contexto cotidiano. A alternativa E está incorreta, pois o propósito do texto não é fomentar a encenação de uma peça de teatro contemporâneo, mas sim evidenciar uma conversa dinâmica entre um casal no dia a dia, em um texto que se aproxima de um gênero narrativo como crônica, romance ou conto. QUESTÃO 22 Dos subúrbios do Rio à Antuérpia, Guilherme Paraense Disponível em: <https://odia.ig.com.br>. Acesso em: 25 fev. 2021. [Fragmento] 4MFS Na manchete retirada de uma reportagem, duas palavras recebem acentuação gráfica, pois configuram-se como paroxítonas A. terminadas em ditongo oral. B. terminadas em ditongo nasal. C. terminadas em hiatos tônicos. D. cujas sílabas tônicas terminam em “r”. E. cujas tonicidades estão na última sílaba. Alternativa A Resolução: As palavras “subúrbios” e “Antuérpia” são palavras paroxítonas (com a penúltima sílaba tônica) terminadas em ditongos orais – isto é, sílabas com duas vogais que têm o som produzido apenas pela boca, em oposição aos ditongos nasais, quando o som também é produzido pelo nariz. Por isso, a alternativa A é a correta. A alternativa B é incorreta, pois as palavras não apresentam ditongos nasais. A alternativa C é incorreta, pois o hiato ocorre quando há uma sílaba com apenas uma vogal, o que não ocorre na manchete. A alternativa D é incorreta, pois a terminação das sílabas tônicas em “r” não é o que define a acentuação das palavras. A alternativa E é incorreta, pois a tonicidade das palavras não está na última sílaba, mas sim na penúltima. QUESTÃO 23 Há 20 anos radicada no Brasil, a australiana Alison Entrekin já verteu para o inglês algumas obras importantes da literatura brasileira. Alguns exemplos são Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector, Cidade de Deus, de Paulo Lins, Estação Carandiru, de Drauzio Varella, Budapeste, Leite derramado e O irmão alemão, de Chico Buarque, entre outros. Agora está diante da missão mais desafiadora de sua carreira, traduzir Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, para a língua inglesa. Missão hercúlea diante da qual vários outros tradutores ingleses já jogaram a toalha. BORTOLOTI, M. Disponível em: <http://epoca.globo.com>. Acesso em: 04 set. 2017. O fragmento anterior foi retirado de um texto jornalístico, em que a linguagem figurada pode ser empregada como ferramenta linguística. Nesse sentido, apresenta sentido conotativo o vocábulo A. “obras”. B. “literatura”. C. “língua”. D. “tradutores”. E. “toalha”. Alternativa E Resolução: Considerando-se que a linguagem conotativa é figurada, opondo-se, portanto, à linguagem denotativa, que é literal, a análise dos cinco vocábulos expostos nas alternativas revela que somente a palavra “toalha”, na alternativa E, foi empregada fora de seu sentido objetivo. Q5XM LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A expressão “jogar a toalha” deriva de esportes de combate, como o boxe. O técnico ou a equipe do lutador jogam a toalha no ringue com a intenção de interromper a luta porque eles consideram que seu atleta não está apto para decidir se continua. Esse gesto, simbolicamente, indica a desistência pelo combate, ainda que o lutador discorde da decisão. Dessa forma, a expressão “jogar a tolha” apresenta o sentido figurado ou conotativo de “desistir”. No texto jornalístico em pauta, quando o autor emprega o vocábulo “toalha”, há noção de figuração, pois o intuito é afirmar que outros tradutores ingleses desistiram da tarefa de traduzir o romance Grande sertão: veredas. Os vocábulos nas alternativas de A a D, por outro lado, são usados em sentido denotativo. QUESTÃO 24 A importância da leitura para a sua vida profissional e pessoal Quando desenvolvemos o hábi to da le i tura, independentemente de que tipo de leitura estejamos falando, desenvolvemos e apuramos também o nosso senso crítico. Isso quer dizer que passamos a analisar de forma mais racional e inteligente os fatos que acontecem ao nosso redor, sem nos deixar levar pela opinião alheia, evitando, assim, nos tornarmos pessoas alienadas, que não conseguem formular opiniões, conceitos e dar sugestões por conta própria. Outro grande motivo, que faz com que a leitura seja verdadeiramente importante em todos os âmbitos de nossa vida, é o fato de que ela nos ajuda a conhecer novas palavras e termos, tornando, assim, o nosso vocabulário ainda mais amplo e rico. Com isso, temos cada vez mais desenvoltura e somos mais bem compreendidos em todas as nossas formas de nos expressarmos, ou seja, na oratória e também na escrita. Disponível em: <www.ibccoaching.com.br>. Acesso em: 8 maio 2021. [Fragmento adaptado] Conforme apontado pelo texto, a leitura é importante para a vida pessoal e profissional, pois A. melhora a forma do indivíduo de se comportar. B. colabora para a emissão de opiniões corretas. C. auxilia as pessoas que não sabem escrever. D. proporciona pensamentos mais inteligentes. E. permite apurar o senso crítico dos leitores. Alternativa E Resolução: O texto discute a importância da leitura para a vida pessoal e profissional, destacando que, por meio dela, os leitores têm seu senso crítico mais apurado, conseguindo desenvolver melhor sua capacidade de argumentação e emissão de opinião. Está correta, assim, a alternativa E. A alternativa A está incorreta, pois o texto menciona que a leitura ajuda na desenvoltura para se expressar, seja na oralidade, seja na escrita, e não que ela melhore a forma do indivíduo de se comportar. A alternativa B está incorreta, pois o texto não deixa entrever a ideia de que a leitura possibilite a emissão de opiniões corretas, mas sim que ela auxilia na formulação de opiniões próprias – o que não significa que estejam corretas. 5REW A alternativa C está incorreta, pois o texto também não menciona que a leitura ajude as pessoas que não sabem escrever; aborda apenas que ajuda no desenvolvimento das habilidades de oratória e escrita. A alternativa D está incorreta, pois também não se pode dizer que a leitura proporcione pensamentos inteligentes, mas sim que ela ajuda a pensar de forma mais racional e inteligente. QUESTÃO 25 Tragédia brasileira Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. BANDEIRA, M. In: Estrela da Manhã. São Paulo: Global Editora, 2012. [Fragmento] O que aproxima o conto de Manuel Bandeira a gêneros jornalísticos é o fatode o texto A. apresentar linguagem predominantemente objetiva. B. verificar o entendimento do leitor acerca da narrativa. C. persuadir o leitor a crer na versão apresentada do fato. D. expressar o conflito emocional da personagem criminosa. E. enfatizar questões subjetivas, como a cor do vestido da vítima. Alternativa A Resolução: Os gêneros jornalísticos têm foco na transmissão de informações de maneira objetiva e clara, o que se verifica no texto por meio da descrição objetiva, na qual não se identificam as impressões do narrador. Está correta, portanto, a alternativa A. A verificação do entendimento do leitor acerca da narrativa, sugerida em B, estaria presente no texto caso houvesse marcas de interlocução e / ou pressuposição de interlocutor – o que não acontece e invalida essa alternativa. Não pode ser identificada uma tentativa de persuasão do leitor, como proposto em C, pois não há marcas linguísticas de argumentação no texto – este apresenta-se no mundo narrado, com elementos concretos sobrepondo-se aos subjetivos. O5FZ EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa D propõe erroneamente que se expressa o conflito emocional da personagem criminosa, mas o conflito de Misael não é colocado de maneira explícita, em expressões, uma vez que somente o relato, objetivo e conciso, é colocado explicitamente – apenas fica subentendido, pelas mudanças de residência e pelas traições, seu sofrimento. Além disso, expor conflito emocional não é uma característica de gênero jornalístico. A alternativa E sugere que o texto enfatize questões subjetivas, como a cor do vestido da vítima, o que está incorreto, pois não se trata de algo subjetivo, uma vez que cores, apesar de simbólicas, aqui não apresentam explicitamente o significado de uma delas. QUESTÃO 26 CENA II TELMO (chegando ao pé de Madalena, que o não sentiu entrar) – A minha senhora está a ler? MADALENA (despertando) – Ah! Sois vós, Telmo. Não, já não leio: há pouca luz de dia já; confundia-me a vista. E é um bonito livro, este! O teu valido, aquele nosso livro, Telmo. GARRETT, A. Frei Luís de Sousa. Porto: Porto Editora, 2017. Considerando as informações presentes entre parênteses no trecho, sua função no gênero em pauta é A. contextualizar o espectador com um resumo dos fatos que serão encenados. B. explicar informações ambíguas do texto para evitar falhas na encenação. C. separar a fala emitida pelo coro e o diálogo principal entre as personagens. D. especificar atitudes e expressões das personagens com indicações cênicas. E. organizar o texto por meio da indicação de quem proferirá a fala seguinte. Alternativa D Resolução: A questão solicita que se indique qual é a função das informações presentes entre parênteses nos textos de gênero dramático. No trecho, as informações consistem em “(chegando ao pé de Madalena, que o não sentiu entrar)” e “(despertando)”, que especificam atitudes e expressões das personagens por meio de indicações cênicas. A alternativa correta é, portanto, D. As alternativas A e B estão incorretas porque, como são expressas apenas orientações cênicas, o objetivo dos parênteses não é especificar ou explicar informações ambíguas do texto, como expresso em B, ou resumir os fatos encenados como expresso em A, mas indicar as atitudes das personagens. As alternativas C e E estão incorretas porque essas informações não representam a fala do coro, como sugere a alternativa C, nem indicam quem proferirá a fala seguinte, como sugerido em E, pois se trata de observações do próprio autor da peça para dirigi-la, já que nesse gênero não há um narrador. S9HØ QUESTÃO 27 Araquém viu entrar em sua cabana o grande chefe da nação tabajara, e não se moveu. – Neste momento, Tupã não é contigo! replicou o chefe. O Pajé riu; e seu riso sinistro reboou pelo espaço como o regougo da ariranha. – Ouve seu trovão e treme em teu seio, guerreiro, como a terra em sua profundeza. Araquém proferindo essa palavra terrível, avançou até o meio da cabana; ali ergueu a grande pedra e calcou o pé com força no chão; súbito, abriu-se a terra. Do antro profundo saiu um medonho gemido, que parecia arrancado das entranhas do rochedo. Irapuã não tremeu, nem enfiou de susto; mas sentiu estremecer a luz nos olhos, e a voz nos lábios. ALENCAR, J. Iracema. São Paulo: Melhoramentos, 2012. Embora estruturada em prosa, a obra Iracema é permeada de construções líricas. O autor explicita isso ao A. narrar a relação entre humanos e a natureza por uma fábula. B. descrever as personagens como descendentes da floresta. C. caracterizar os nativos com profunda conexão com a natureza. D. apresentar um narrador-observador com linguagem denotativa. E. elaborar uma sequência temporal composta de lembranças. Alternativa C Resolução: As construções líricas são comuns no gênero poesia, mas podem ser encontradas em outros gêneros literários prosaicos. Entre as características dessas construções, estão o uso de figuras de linguagem e a recorrência da natureza como elemento que dá vida às imagens. Tendo isso em vista, a alternativa correta é a C, pois o excerto descreve as personagens a partir de uma relação estreita com a natureza, revelando seu caráter metafórico. A alternativa A é incorreta, pois a fábula pressupõe a humanização de animais, e não é isso que ocorre. A alternativa B é incorreta, pois a descrição não é feita por meio de uma construção lírica. A alternativa D é incorreta, pois a linguagem denotativa é aquela que se limita ao significado dicionarizado dos vocábulos, e isso é o avesso do lirismo. A alternativa E é incorreta, pois a sequência temporal, além de não ser a característica lírica, se justifica, nesse caso, pelo narrar, e não por uma lembrança em si. QUESTÃO 28 O bom marido Enquanto a mulher morria no trabalho, com oito filhos à cola, Teofrasto, o bom marido, procurava emprego. Teofrasto Pereira da Silva Bermudes. Magro, alto, arcado, feio. Bigodeira, orelhas cabanas, pastinha na testa. Dona Belinha casara-se contra a vontade dos seus, movida, quem sabe, menos de amor que de dó. Apiedou-a a humildade romântica de Téo, cujo palavrear de namoro feria habilmente uma tecla apenas – sua pobreza. LOBATO, M. Contos completos. São Paulo: Biblioteca Azul, 2014. [Fragmento] 6ØGY MH21 LCT – PROVA I – PÁGINA 16 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Na construção textual do fragmento do conto, a utilização de linguagem conotativa contribui para apresentar a imagem da personagem Belinha como A. preguiçosa no trabalho sem se preocupar com os cuidados dos filhos. B. iludida pelo marido, trabalhando excessivamente para manter sua casa. C. bondosa, pois considerava os caprichos dos filhos acima de seu marido. D. relapsa no sustento da própria casa, devido ao casamento por interesse. E. desapontada com a situação conjugal e os anseios materiais do parceiro. Alternativa B Resolução: Logo no início do conto, o fragmento “a mulher morria no trabalho” indica que dona Belinha era quem sustentava a casa através do seu trabalho em demasia, exagerado, sobremaneira. Além disso, infere-se que tenha sido iludida pela conversa de Teofrasto, “cujo palavrear de namoro feria habilmente uma tecla apenas – sua pobreza”. Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois não se pode dizer que dona Belinha era preguiçosa, visto que ela trabalhava demasiadamente. A alternativa C está incorreta, pois não se pode afirmar que dona Belinha considerava os caprichos dos filhos. A alternativa D está incorreta, pois, pelo texto, entende-se que era a mulher quem sustentava a casa, já que ela trabalhava em demasia, enquanto o marido procurava emprego. A alternativa E está incorreta, pois, no trecho em análise, não se indica que o casamento ia mal ou quais seriam os anseios materiais de Teofrasto. QUESTÃO 29DAVIS, J. Garfield. Disponível em: <https://crazyseawolf.blogspot. com>. Acesso em: 20 fev. 2019. Para que um texto seja considerado coerente, é necessário que suas ideias, informações e conceitos se articulem de modo a produzir o efeito de sentido pretendido. Na tirinha do gato Garfield, a crítica recai sobre uma incoerência social percebida na A. contra-argumentação direta de Garfield a Jon, mostrando como ele próprio também comete crimes sem receber punição. B. exposição da opinião por Jon, que questiona um animal matar o outro, sem perceber que ele, para sua sobrevivência, faz o mesmo. C. crítica velada ao capitalismo vigente, que possibilita a matança indiscriminada de animais para satisfazer os desejos dos seres humanos. D. ironia de um animal irracional, como a personagem Garfield, ser capaz de perceber a conduta errônea de Jon e defender os outros animais. E. incapacidade de Jon de acessar o pensamento de Garfield, uma vez que se trata de um animal sem habilidade de comunicação verbal. UØ3N Alternativa B Resolução: A incoerência está presente na fala de Jon, que afirma não gostar de filmes em que animais selvagens atacam seres humanos “inocentes”, mas, conforme apontado por Garfield, não vê problema em alimentar-se de outros animais. Por isso, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois Garfield aponta a contradição da atitude de Jon, mas não é caracterizado como crime passível de punição. A alternativa C está incorreta, pois não se pode relacionar a tirinha a uma crítica ao sistema capitalista. A alternativa D está incorreta, pois na construção do texto a personagem não se apresenta como um ser irracional, mas capaz de pensar e verificar uma atitude incoerente de seu dono. A alternativa E está incorreta, pois a incapacidade de Jon entender o gato não garante a percepção da crítica apresentada. QUESTÃO 30 GONSALES, F. Níquel Náusea. Folha Online, São Paulo, 2019. Tirinhas colocam foco nas linguagens utilizadas como forma de atingir o leitor e seus objetivos comunicativos. Na tira anterior, depreende-se o uso predominante da função emotiva da linguagem devido ao(à) A. cuidado do emissor com a construção de sua fala. B. expressão de predileção por parte da personagem. C. uso de figura de linguagem, como a personificação. D. ênfase posta sobre o contexto e a mensagem em si. E. importância atribuída pelos coelhos ao ato de reprodução. Alternativa B Resolução: Na tira, após a experiência de imprimir inúmeras imagens suas, a personagem chega à conclusão de que prefere se reproduzir do jeito tradicional, ou seja, por meio de uma relação sexual. Assim, porque ela expressa o que sente, caracteriza-se o uso da função emotiva da linguagem, cujo foco está no emissor, ou seja, naquele que produz o texto. Dessa forma, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque o cuidado do emissor com a construção e a estética do texto é uma característica da função poética da linguagem. A alternativa C está incorreta porque o uso de figura de linguagem, nesse caso, a personificação, não influi na caracterização da função da linguagem. A alternativa D está incorreta porque a ênfase posta sobre o contexto e a mensagem em si é uma característica da função referencial. A alternativa E está incorreta porque atribuir importância ao ato de reprodução constitui atribuir importância à mensagem em si, e essa é uma característica da função referencial. 66UR EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 31 Receita para se fazer um herói Toma-se um homem Feito de nada como nós Em tamanho natural [...] Embebece-lhe a carne De um jeito irracional Como a fome, como o ódio Depois, perto do fim Levanta-se o pendão E toca-se o clarim E toca-se o clarim Serve-se morto Serve-se morto Morto, morto JUNG, A. et. al. Receita para se fazer um herói. In: Ira!. Psicoacústica. LP. WEA, 1988. [Fragmento] Na letra da canção “Receita para se fazer um herói”, da banda de rock nacional Ira!, percebe-se certa confluência de gêneros, pois nesse texto mescla-se a estrutura tradicional de uma receita à(s) A. delimitação dos elementos estruturais típicos de uma narrativa. B. encenação de um fato presente em subgêneros como a tragédia. C. estrutura paralelística pertencente ao gênero dramático. D. lacunas e parcialidades características do gênero lírico. E. objetividade e formalidade inerentes ao gênero épico. Alternativa D Resolução: A letra de música em análise estrutura-se em versos, o que é comum ao gênero lírico, que trabalha a expressão de sentimentos e ideias por meio da função poética da linguagem, focando na forma da mensagem. O texto se vale, assim, de aspectos do gênero textual receita e do gênero literário lírico, o que torna correta a alternativa D, já que a canção é subjetiva, permitindo aos leitores / ouvintes interpretarem-na à sua maneira. A alternativa A está incorreta porque a narrativa se estrutura em torno de personagens, foco narrativo, enredo, tempo, ação e espaço, elementos não explorados pelo texto, que possui um eu lírico. As alternativas B e C estão incorretas porque o texto não apresenta indicações para encenação, como as rubricas e as falas das personagens, não podendo ser classificado como dramático; além disso o gênero dramático se caracteriza pela ação, que no texto ganha nuance instrucional devido ao uso da forma imperativa, condizente com o gênero receita. A alternativa E está incorreta porque o gênero épico narra fatos heroicos, apresentando uma estrutura semelhante à do gênero narrativo, o que não se vê no texto, apesar da menção à figura do “herói”, apresentado por meio de uma releitura atualizada, a qual não conta, inclusive, com a narração de feitos grandiosos. 4BMW QUESTÃO 32 O fato é que, menino ainda, Adriano já era independente como o diabo e sempre dizia que não havia de suceder o pai com o facão para vender carne de segunda a pessoas de terceira. Esta sua piada tinha corrido por toda a Congonhas, indignando os fregueses do velho açougueiro, e este, para dar uma satisfação à sociedade carnívora de Congonhas, sovara valentemente o menino Adriano. CALLADO, A. A madona de cedro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p.15. Há várias estratégias de escrita capazes de imprimir humor ao texto literário. No romance de Antônio Callado, a recepção negativa da piada de Adriano origina-se de uma compreensão da passagem “vender carne de segunda a pessoas de terceira” como A. metáfora debochada que degrada a imagem da clientela do açougue. B. ironia fina que minimiza o desprezo do jovem pelos seus conterrâneos. C. contradição que evidencia o caráter inescrupuloso e infeliz do açougueiro. D. trocadilho que permite aos moradores da cidade sentirem-se homenageados. E. comparação ingênua que exalta a qualidade moral dos compradores de carne. Alternativa A Resolução: A piada de Adriano, “vender carne de segunda a pessoas de terceira” indignou os clientes do antigo açougueiro porque constitui uma metáfora debochada e depreciativa, pois significa vender carne inferior a pessoas de baixa classe e sem nenhum prestígio, trabalho este que Adriano considera indigno e, por essa razão, se recusava a seguir o ofício do pai açougueiro. Dado o fato de que a piada de Adriano claramente inferioriza o ofício do pai e degrada a imagem de sua clientela, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque não se percebe nenhum tipo de ironia que minimiza ou diminui o desprezo de Adriano pelos clientes do pai, pelo contrário, o jovem é claro em degradar e diminuir a imagem das pessoas que compram e consomem a carne vendida por seu pai. A alternativa C está incorreta porque não existe tal contradição que evidencia um caráter inescrupuloso e infeliz do açougueiro. Escrúpulos, entretanto, parecem faltar ao menino Adriano por depreciaro ofício do pai e diminuir a imagem de seus clientes. A alternativa D está incorreta porque, embora o uso das expressões “carne de segunda” e “pessoas de terceira” soe como um trocadilho, este não homenageia os moradores da cidade, pelo contrário, faz com que se sintam depreciados e diminuídos pela pessoa de Adriano. A alternativa E está incorreta porque não há comparação: os moradores da cidade, o trabalho do pai de Adriano, a carne vendida pelo açougueiro, o próprio Adriano ou seu pai, nada ou ninguém está sendo comparado. O que ocorre, entretanto, é uma infeliz grosseria por parte do menino Adriano inferiorizando o ofício do pai, o produto vendido por ele e seus clientes. RQZV LCT – PROVA I – PÁGINA 18 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 33 Com todos os últimos acontecimentos, tudo leva a crer que o mundo caminha para um futuro híbrido e distribuído, no qual as pessoas poderão escolher quando e onde trabalhar. O trabalho medido em horas passa a perder força, enquanto o foco em resultados tende a prevalecer. Idealmente, grande parte da força de trabalho terá o melhor dos dois mundos: a estrutura e a sociabilidade dos coworkings e dos escritórios tradicionais de um lado e a independência e a flexibilidade do home office do outro. Enxergo, de modo especial, que as empresas híbridas podem aproveitar algumas reuniões e colaborações presencialmente e deixar algumas tarefas que exigem mais criatividade e foco para serem realizadas à distância. Acredito que o poder de escolha será a tônica do futuro dos espaços de trabalho. Afinal, devemos caminhar para um mercado e um mundo mais flexível, com menos estresse e depressão, e com mais bem-estar e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. VASCONCELLOS, R. Disponível em: <www.otempo.com.br>. Acesso em: 26 fev. 2021. [Fragmento adaptado] No trecho do artigo de opinião, em relação ao local de trabalho, a autora aponta que a A. escolha será uma decisão com força de lei no futuro. B. possibilidade de escolha é o caminho mais provável. C. flexibilização pode trazer prejuízos para as empresas. D. hibridização será uma escolha fácil para o mercado. E. execução das tarefas em casa cura o estresse e a depressão. Alternativa B Resolução: No texto, a autora traça um panorama do crescente aumento de pessoas trabalhando em sistema home office e expõe seu argumento de que o poder de decisão sobre o local de trabalho será a tônica do futuro, pois traz inúmeros benefícios para a empresa e para os funcionários, deixando claro que considera esse o caminho mais acertado. Está correta, assim, a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois a autora não afirma que a escolha do local de trabalho terá força de lei, mas apenas acredita que esse seja o melhor cenário. A alternativa C está incorreta, pois a autora não aponta prejuízos que possam advir da flexibilização do local de trabalho. A alternativa D está incorreta, pois a autora também não expõe que essa hibridização do mercado tende a ser fácil, mas sim possível e o caminho mais acertado. A alternativa E está incorreta, pois não se pode entender, do texto, que o trabalho em formato home office, por si só, possa curar o estresse e a depressão. O que a autora coloca é que essa modalidade de trabalho tende a aliviar as tensões e possibilitar um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o que pode ajudar no tratamento desses problemas. KØZI QUESTÃO 34 Disponível em: <lourdesnunes7.blogspot.com.br>. Acesso em: 15 dez. 2013. Nessa frase, o recurso responsável pela construção de sentido é a A. intertextualidade, que por meio da paródia referencia um partido político e seu principal símbolo. B. metalinguagem, que explicita na própria frase o que se afirma no plano semântico. C. polissemia, que possibilita diferentes interpretações do texto a partir do uso de um termo metafórico. D. quebra de expectativa, obtida a partir do uso de uma palavra que amplia o sentido do texto. E. situacionalidade, que desloca o sentido do texto ao associá-lo ao contexto em que se manifesta. Alternativa B Resolução: O texto, no formato de uma peça publicitária, é composto por um período que afirma que as pessoas se confundem quando, durante a leitura, há quebras de expectativas. No entanto, a própria frase quebra a expectativa do leitor ao terminar com um vocábulo que não a complementa, pois apresenta-se em um campo semântico completamente diferente. Assim, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque o nome, com a logomarca, “Publistagram” cria uma intertextualidade com a rede social “Instagram”, o que poderia relacionar esse texto a uma publicidade feita nessa plataforma por meio de um post. A alternativa C está incorreta porque o termo “periquito” foi usado fora do campo semântico do restante da frase do texto, porém não com mais de um sentido. A alternativa D está incorreta porque o uso do vocábulo fora do campo semântico do restante da construção frásica quebra a expectativa do leitor e gera confusão e humor, mas não amplia o sentido do texto. A alternativa E está incorreta porque o texto não se associa a um contexto específico – tanto poderia ser um texto publicado em redes sociais quanto uma campanha publicitária veiculada em um outdoor. EOV3 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 35 CABALAU. O Estado. Disponível em: <https://imirante.com/>. Acesso em: 25 ago. 2020. A construção da charge em análise remete ao entendimento de uma crítica sobre o(a) A. fato de algumas pessoas terem de se fantasiar no período eleitoral para fazer propaganda política dos candidatos. B. desconhecimento de parcela da população brasileira quanto aos anos em que ocorrem eleições e seus resultados. C. falta de organização das eleições brasileiras, que acarretam situações constrangedoras durante a votação. D. situação política no país e os artifícios dos políticos para enganar a população durante o período eleitoral. E. período carnavalesco, que cada vez mais se estende, gerando uma ilusão no povo acerca da realidade. Alternativa D Resolução: Na charge de Cabalau, observa-se uma crítica contundente à situação política no Brasil, mostrando que cada vez mais a população tem atuado como “palhaça” nesse cenário, sendo enganada e ludibriada pelas autoridades. A alternativa correta é, portanto, a D. A alternativa A está incorreta, pois a personagem não está fantasiada para fazer propaganda eleitoral, mas sim porque esse é o papel em que se vê nesse período: um palhaço diante do cenário político. A alternativa B está incorreta, pois a charge não se relaciona com desconhecimento da população acerca do ano eleitoral, visto que a primeira personagem não personifica alguém que desconhece o ano, mas que estranha a fantasia do outro. A alternativa C está incorreta, pois não há menção na charge sobre a falta de organização das eleições, tampouco traz qualquer elemento que permita inferir uma situação constrangedora. A alternativa E está incorreta, pois não é verdade que o período carnavalesco se estenda além do mês de fevereiro, nem isso pode ser inferido como crítica na charge. KESV QUESTÃO 36 Disponível em: <http://gilmaronline.blogspot.com>. Acesso em: 1 mar. 2021. Pela análise da charge, o entendimento sobre a necessidade de mudança dos hábitos deve-se à A. perda da casa pela poluição industrial. B. negligência do casal com a limpeza urbana. C. consequência gerada pela produção de lixo. D. atenção do homem aos problemas de outros. E. desespero da mulher pela situação vivenciada. Alternativa C Resolução: O homem na charge está se informando sobre a Lei do Lixo, urgente diante da poluição urbana gerada pela produção e acúmulo de lixo, e por isso responde à mulher sobre a necessidade de mudança de hábitos. Portanto, está correta a alternativa C. A alternativaA é incorreta, pois não se aborda na charge a poluição industrial, mas o acúmulo de lixo. A alternativa B é incorreta, pois a charge não aborda os hábitos de limpeza das personagens, mas os de descarte e geração de lixo de toda a população. A alternativa D é incorreta, pois o problema abordado engloba toda a população, inclusive as personagens, não se tratando de problemas apenas de outras pessoas. A alternativa E é incorreta, pois a mudança não se deve ao desespero da mulher, mas à produção de lixo. QUESTÃO 37 Mestre, são plácidas Todas as horas Que nós perdemos, Se no perdê-las, Qual numa jarra, Nós pomos flores. Não há tristezas Nem alegrias Na nossa vida. Assim saibamos, Sábios incautos, Não a viver, MTH8 LGLB LCT – PROVA I – PÁGINA 20 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Mas decorrê-la, Tranquilos, plácidos, Tendo as crianças Por nossas mestras, E os olhos cheios De Natureza... [...] O tempo passa, Não nos diz nada. Envelhecemos. Saibamos, quase Maliciosos, Sentir-nos ir. REIS, Ricardo. [Fernando Pessoa]. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1965. p. 253. [Fragmento] No fragmento do poema anterior, aborda-se a questão do tempo. Logo na abertura, o caráter poético faz-se presente por meio da mudança do significado da expressão “perder tempo”, que ganha sentido conotativo porque A. constrói uma oposição entre as atitudes de pressa e contemplação. B. critica, por meio do eufemismo, a ideia de que viver significa aproveitar o tempo. C. inverte seu caráter negativo usual, apontando a passagem do tempo como ganho. D. recria, de maneira lírica, o ditado popular “Tempo é dinheiro.”. E. sugere, por metáforas, uma nova forma de relacionamento entre o homem e a natureza. Alternativa C Resolução: A expressão idiomática “perder tempo” tem seu significado associado a ocupar-se com tarefas pouco produtivas ou desinteressantes. No entanto, Ricardo Reis atribui a ela sentido positivo em “Mestre, são plácidas / Todas as horas / Que nós perdemos”, sugerindo que quando essas horas são gastas em atividades tranquilas, que transmitem serenidade, elas, na verdade, são ganhas, e não perdidas, como aponta corretamente a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque ainda que o poema transmita a ideia de oposição entre pressa e contemplação, ela não está sintetizada na expressão “perder tempo”. A alternativa B está incorreta porque a expressão em análise não é eufemística, ainda que o texto critique a necessidade de sempre aproveitar o tempo. A alternativa D está incorreta porque o texto não apresenta uma interpretação capitalista de como se gastar o tempo. Finalmente, na alternativa E, a sugestão do eu lírico não se relaciona apenas com a natureza, mas com todos os aspectos da vida. QUESTÃO 38 Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. O cartaz da campanha do Governo de Goiás pretende, por meio dos recursos visuais e verbais, incentivar a doação de órgãos. A linguagem utilizada desenvolve-se estrategicamente por meio do(a) A. intertextualidade. B. tom humorístico. C. linguagem técnica. D. mensagem retórica. E. contextualização temporal. Alternativa A Resolução: A construção “um herói de verdade nunca morre” estabelece uma relação com os aspectos não verbais da caixa toráxica expandida, da roupa aberta e do peitoral humano posto em evidência – cena comum à personagem “Super Homem”, da DC Comics, produtora de histórias em quadrinhos e filmes. Ou seja, a campanha estabelece uma relação com outros textos, de intertextualidade, como recurso estratégico de convencimento do público-alvo. Assim, está correta a alternativa A. O tom da campanha é leve, porém sério – pois aborda a doação de órgãos, o que torna incorreta a alternativa B. A linguagem, acessível a um amplo público-alvo, é simples, coloquial, clara a direta – apesar de conotativa, tonando incorreta a alternativa C. A mensagem produzida é eficaz, no sentido de ter como objetivo convencer o receptor a mudar sua atitude por meio de tal publicação, o que torna incorreta a alternativa D. Por se tratar de uma personagem conhecida pela maioria da população, de diversas faixas etárias, e por ser um tema que deve ser abordado a todo momento, a campanha não apresenta – nem necessitaria – de contextualização temporal, o que invalida a alternativa E. ZMC6 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 39 GONSALES, F. Disponível em: <http://www.uol.com.br>. Acesso em: 01 abr. 2019. A variação dos níveis de linguagem e a associação entre as imagens contribuem para a construção do humor na tirinha, pois as personagens revelam, nos dois primeiros quadrinhos, um discurso A. proferido tranquilamente por anteceder à reação emocional. B. controlado intencionalmente para disfarçar seus reais objetivos. C. formulado inicialmente com o intuito de compartilhar o alimento. D. elaborado educadamente para convencer o colega com argumentos. E. arquitetado cuidadosamente para conhecer as intenções do interlocutor. Alternativa B Resolução: Percebe-se uma diferença entre a linguagem utilizada nos dois primeiros quadrinhos, que é formal e claramente controlada pelos interlocutores, e a linguagem presente no último quadrinho, que trata de ofensas informais em contexto que revela reação emocional. Além disso, as expressões faciais das duas personagens denunciam um interesse diferente do que expressa o aspecto verbal. A diferença nas linguagens se deve ao fato de, nos dois primeiros quadrinhos, as personagens desejarem o alimento um do outro, mas disfarçarem suas reais intenções de roubá-lo, o que fica evidente exatamente pelo aspecto imagético, algo que é revelado no último quadrinho. Está correta, portanto, a alternativa B. A razão de o discurso ser proferido com tranquilidade não é o fato de anteceder a reação emocional, mas disfarçar as intenções que a reação revelou, invalidando a alternativa A. O intuito não era, como pressupõe as imagens, o de compartilhar o alimento, o que invalida a alternativa C. Considerando que a real intenção das personagens era a apropriação do que pertence ao outro, fica invalidada a alternativa D, pois não há a tentativa de convencer o colega com argumentos. Por fim, como fica clara a intenção, pelos fatores verbo-visuais, do controle da linguagem para disfarçar intenções antiéticas do emissor, fica invalidada a alternativa E, que sugere um discurso arquitetado cuidadosamente para sondar as intenções do interlocutor. QUESTÃO 40 Ode sobre uma urna grega I Inviolada noiva de quietude e paz, Filha do tempo lento e da muda harmonia, Silvestre historiadora que em silêncio dás Uma lição floral mais doce que a poesia: Que lenda flor-franjada envolve tua imagem De homens ou divindades, para sempre errantes. Na Arcádia a percorrer o vale extenso e ermo? Que deuses ou mortais? Que virgens vacilantes? Que louca fuga? Que perseguição sem termo? Que flautas ou tambores? Que êxtase selvagem? II A música seduz. Mas ainda é mais cara Se não se ouve. Dai-nos, flautas, vosso tom; Não para o ouvido. Dai-nos a canção mais rara, O supremo saber da música sem som: Jovem cantor, não há como parar a dança, A flor não murcha, a árvore não se desnuda; Amante afoito, se o teu beijo não alcança A amada meta, não sou eu quem te lamente: Se não chegas ao fim, ela também não muda, É sempre jovem e a amarás eternamente. KEATS, J. Ode sobre uma urna grega. Tradução de Afonso Henriques Neto. Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2015. [Fragmento] OATH WDD4 LCT – PROVA I – PÁGINA 22 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A ode é um canto de exaltação. O texto anterior, exemplar desse gênero, carrega características líricas por A. explorar os múltiplos sentidos denotativos do léxico. B. roteirizar um monólogo performático entre os versos. C. fundamentar-se nas sensações despertadas pelo eu lírico. D. estabelecer uma hierarquiacronológica entre suas estrofes. E. demonstrar feitos heroicos das personagens que representa. Alternativa C Resolução: O poema de John Keats é um canto de exaltação que descreve as pinturas presentes em uma urna grega. Essa descrição é estabelecida no diálogo entre o eu lírico e as imagens que se apresentam, estando, portanto, permeada pela subjetividade típica do gênero lírico. Logo, a alternativa C está correta. O poema apresenta várias imagens usadas como metáforas, valorizando o sentido conotativo do léxico, portanto, a alternativa A está incorreta. A declamação da ode pode ser representada como um monólogo, no entanto, a estrutura do poema não prevê instruções para sua encenação. Desse modo, a alternativa B está incorreta. As estrofes se desenrolam conforme a observação que o eu lírico faz das imagens na urna, não havendo uma progressão cronológica no sentido de relatar os fatos, logo a alternativa D está incorreta. Por fim, o tom entoativo e descritivo do poema não condiz com a narração de feitos heroicos. Desse modo, a alternativa E está incorreta. QUESTÃO 41 Lenda do Sol Para os índios o sol era gente e se chamava KUANDÚ. Kuandú tinha três filhos: um é o sol que aparece na seca; o outro, mais novo, sai na chuva e o filho do meio ajuda os outros dois quando estão cansados. Há muito tempo um índio Juruna teria comido o pai de KUANDÚ. Por isso este queria se vingar. Uma vez Kuandú estava bravo e foi para o mato pegar coco. Lá encontrou Juruna em uma palmeira inajá. Kuandú disse que ele ia morrer, mas Juruna foi mais rápido acertando Kuandú com um cacho na cabeça. Aí tudo escureceu. As crianças começaram a morrer de fome porque Juruna não podia trabalhar na roça e nem pescar. Estava tudo escuro. A mulher de Kuandú mandou o filho sair de casa e ficou claro de novo. Mas só um pouco porque era muito quente para ele. O filho não aguentou e voltou para casa. Escureceu de novo. E assim ficaram os 3 filhos de Kuandú. Entrando e saindo de casa. Portanto, quando é seca e sol forte é o filho mais velho que está fora de casa. Quando é sol mais fraco é o filho mais novo. O filho do meio só aparece quando os irmãos ficam cansados. Disponível em: <http://www.cdpara.pa.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2017. Por meio de lendas, contos, fábulas e mitos, acessa-se uma dimensão do mundo feita pela exploração do imaginário. As narrativas mitológicas, como a lenda que conta o nascimento do Sol, são importantes porque A. viabilizam, no momento presente, a propagação da racionalidade dos antepassados de um povo. B. respondem de maneira totalizadora e inquestionável perguntas sobre a criação do homem e do cosmos. H1KT C. manifestam a cultura popular, promovendo um senso de coletividade ao narrarem a origem dos elementos da natureza. D. transformam em conteúdo material as histórias que pertencem ao imaginário fantástico dos detentores do poder. E. ordenam o conhecimento de uma comunidade ao determinarem quais informações serão passadas às novas gerações. Alternativa C Resolução: O texto é uma narrativa mitológica indígena que apresenta a versão dos nativos para o surgimento do Sol. Embora possam ser encarados pela sociedade ocidental como fantasia, textos como este, que são transmitidos oralmente entre os membros da comunidade, manifestam a cultura desse povo, disseminando conhecimentos. O fato de serem, ainda, registrados por escrito em Língua Portuguesa consolida a preservação. Portanto, está correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque esses textos, em qualquer época, têm o objetivo de transmitir entre os membros da respectiva comunidade um conhecimento associado à cultura local, não necessariamente havendo nelas os aspectos de racionalidade propostos pela ciência ocidental. A alternativa B está incorreta porque as narrativas mitológicas são uma resposta somente para a respectiva comunidade, não possuindo representatividade para outras culturas. A alternativa D está incorreta porque narrativas mitológicas como a “Lenda do Sol” pertencem a grupos sociais minoritários, que não estão no poder, daí a importância de se preservar a manifestação cultural. Por fim, a alternativa E está incorreta porque as narrativas não selecionam o que será transmitido, já que supostamente toda a cultura desse povo é transmitida sem juízo de valor por aqueles que a recontam. QUESTÃO 42 Neste ponto, surge uma pergunta: qual a influência exercida pelo meio social sobre a obra de Arte? Digamos que ela deve ser imediatamente completada por outra: qual a influência exercida pela obra de arte sobre o meio? Há nesse sentido duas respostas tradicionais, ainda fecundas conforme o caso, que devem todavia ser afastadas numa investigação como esta. A primeira consiste em estudar em que medida a arte é expressão da sociedade; a segunda, em que medida é social, isto é, interessada nos problemas sociais. Dizer que ela exprime a sociedade constitui hoje verdadeiro truísmo; mas houve tempo em que foi novidade e representou algo historicamente considerável. [...] Talvez tenha sido Madame de Staél, na França, quem primeiro formulou e esboçou sistematicamente a verdade que a literatura é também um produto social, exprimindo condições de cada civilização em que ocorre. Para o sociólogo moderno, ambas as tendências tiveram a virtude de mostrar que a arte é social nos dois sentidos: depende da ação de fatores do meio, que se exprimem na obra em graus diversos de sublimação; e produz sobre os indivíduos um efeito prático, modificando a sua conduta e concepção do mundo, ou reforçando neles o sentimento dos valores sociais. Isto decorre da própria natureza da obra e independe do grau de consciência que possam ter a respeito os artistas e os receptores de arte. CANDIDO, A. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006. [Fragmento] 4UKA EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 23BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A descrição de Amâncio evidencia, linguisticamente, A. seu caráter ético e seu alto nível de escolaridade. B. sua posição socioeconômica e seu local de origem. C. sua profissão e seu desejo de crescer profissionalmente. D. sua forma diferente de ver o mundo e sua cultura regional. E. seu poder aquisitivo e sua perspicácia em lidar com o desconhecido. Alternativa B Resolução: Ao descrever Amâncio como alguém que vestia casimira, um tecido fino, de lã, considerado nobre, e apresentava em seus adornos esmeralda, brilhante e ouro, pedras e metais preciosos, o narrador o caracteriza como alguém de classe socioeconômica alta. Simultaneamente, a personagem é descrita como “tipo do Norte”, “franzino”, “cabelos crespos” – características atribuídas, segundo o narrador, a indivíduos cuja origem não era a Região Sudeste do Brasil, considerada mais “progressa” à época. Além disso, a própria personagem declara “Cheguei hoje do Maranhão”. Portanto, está correta a alternativa B. Não é possível, no trecho analisado, depreender o caráter e o nível de escolaridade de Amâncio, o que torna incorreta a alternativa A. Também pela descrição não se materializa a profissão e o desejo de crescimento profissional de Amâncio, o que torna incorreta a alternativa C. O foco do narrador é Amâncio, mas não há uma visão que parte da personagem para com o mundo, não ficando evidente qual a visão de mundo do jovem, o que torna incorreta a alternativa D. A descrição da posse de ouro, diamante e esmeralda evidencia o poder aquisitivo de Amâncio, porém sua falta de jeito diante do interlocutor demonstra exatamente o oposto de perspicácia com o desconhecido. Logo, está incorreta a alternativa E. QUESTÃO 44 As quatro estações A noite cai, o frio desce Mas aqui dentro predomina Esse amor que me aquece Protege da solidão A noite cai, a chuva traz O medo e a aflição Mas é o amor que está aqui dentro Que acalma meu coração Passa o inverno, chega o verão O calor aquece minha emoção Nãopelo clima da estação Mas pelo fogo dessa paixão MHTV O texto, de autoria de Antonio Candido, coloca que uma das funções da literatura é A. atuar como expressão da sociedade, manifestando seus valores. B. construir padrões sociais que possam ser seguidos por todos. C. extrapolar suas raízes sociais e antecipar padrões de época. D. formar a identidade dos indivíduos que dela se alimentam. E. ser produto exclusivo do meio com o qual se relaciona. Alternativa A Resolução: No texto de Antonio Candido, ele aponta duas funções principais da literatura: atuar como expressão da sociedade, refletindo seus valores, e modificar a conduta de indivíduos a partir do reforço de valores sociais. Está correta, assim, a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois não é função da literatura, segundo o texto, construir padrões a serem seguidos por todos, indiscriminadamente. A literatura é produto do meio e com ele se relaciona, modificando comportamentos daqueles que se dispõem a interagir com ela. A alternativa C está incorreta, pois em nenhum momento do texto é falado que a literatura antecipe padrões de época, mas apenas que ela é produto do meio social em que se encontra. A alternativa D está incorreta, pois, embora a literatura ajude a formar identidades, ela não é o principal elemento nesse sentido, mas apenas um dos fatores sociais que permitem a formação identitária. A alternativa E está incorreta, pois o texto não menciona ser a literatura produto exclusivo do meio. Embora ela se relacione com esse meio e seja uma expressão social dele, não se pode falar em exclusividade nesse sentido. QUESTÃO 43 O rapaz aproximou-se das grades de cedro polido, que o separavam do comerciante. Era de vinte anos, tipo do Norte, franzino, amornado, pescoço estreito, cabelos crespos e olhos vivos e penetrantes, se bem que alterados por um leve estrabismo. Vestia casimira clara, tinha um alfinete de esmeralda na camisa, um brilhante na mão esquerda e uma grossa cadeia de ouro sobre o ventre. Os pés, coagidos em apertados sapatinhos de verniz, desapareciam-lhe casquilhamente nas amplas bainhas da calça. O moço avançou dois passos, com ar muito acanhado; o chapéu de pelo seguro por ambas as mãos; a bengala debaixo do braço. – Desejo entregar esta carta, disse, cada vez mais atrapalhado com o seu chapéu e a sua bengala, sem conseguir tirar da algibeira um grosso maço de papéis que levava. – Cheguei hoje do Maranhão, acrescentou o provinciano, sacando as cartas finalmente. As últimas palavras do moço pareciam interessar deveras o negociante, porque este, logo que as ouviu, passou a considerá-lo da cabeça aos pés, e exclamou depois: – Ora espere... O senhor é o Amâncio! AZEVEDO, A. Casa de pensão. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 04 set. 2019. [Fragmento] CO7W LCT – PROVA I – PÁGINA 24 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Na primavera, calmaria Tranquilidade, uma quimera Queria sempre essa alegria Viver sonhando, quem me dera No outono é sempre igual As folhas caem no quintal Só não cai o meu amor Pois não tem jeito, é imortal LIMA, S., FREIRE, C., WAENHNELDT, A. Disponível em: <http://sandyejunior.com.br/>. Acesso em: 05 ago. 2019. No processo constituinte dos ciclos naturais, o eu lírico da canção de Sandy & Júnior reflete imagens, cujo lirismo está baseado em uma A. resistência do amor diante das transformações da vida. B. tristeza diante das perdas ocorridas ao longo dos anos. C. sensação de vazio ilustrada pela mudança de estações. D. omissão do tempo por meio dos eventos representados. E. enumeração de mudanças pelas transformações naturais. Alternativa A Resolução: A canção interpretada pela dupla Sandy & Júnior tem seu lirismo baseado na resistência do amor às várias transformações da vida do ser humano, o que se mostra pelos ciclos naturais – dia e noite, estações do ano, temperaturas opostas, etc. Logo, está correta a alternativa A. Embora o verbo “queria” apresente conotação de desejo de alegria (“queria sempre essa alegria”), trata-se de uma relação com a primavera, não existindo o pressuposto de tristeza durante os anos, o que torna a alternativa B incorreta. A mudança de estações, segundo o eu lírico do texto, opõe climas diferentes e sensações derivadas destes, mas o lirismo de todo o texto não se pauta apenas no vazio – mas também em seu oposto (“é o amor que está aqui dentro”), o que torna a alternativa C incorreta. O correr do tempo é construído, na canção, por meio do lirismo existente nas transformações cíclicas da natureza, o que torna incorreta a alternativa D. A alternativa E está incorreta, por fim, devido ao fato de que o eu lírico não enumera mudanças pelas transformações naturais, mas, ao contrário, evidencia que as transformações naturais refletem as mudanças internas dos indivíduos em relacionamentos. QUESTÃO 45 O haikai é uma modalidade poética de origem japonesa que prima pela simplicidade, concisão e plasticidade. Segundo o dicionário Michaelis, haikai é “uma pequena composição poética japonesa, em que se cantam as variações da natureza e a sua influência na alma do poeta. Consta de dezessete sílabas, divididas em grupos de cinco, sete e cinco.” Disponível em: <http://www.uece.br>. Acesso em: 17 nov. 2014. O texto que mais se aproxima de um haikai, segundo o conceito anterior, é: BFPG A A insônia Furo a terra fria. No fundo, em baixo do mundo, trabalha-se: é dia. Guilherme de Almeida B Outono Folhas. Ventania. Cajus se despencam nus: apodrece o dia. Adriano Espínola C Epitáfio Aqui jaz um homem rico nesta rica sepultura; escapava da moléstia, se não morresse da cura. Bocage D Escapulário No Pão de Açúcar De Cada Dia Dai-nos Senhor A Poesia De Cada Dia Oswald de Andrade E A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos. Mário Quintana Alternativa B Resolução: A contagem das sílabas e a associação imediata da natureza com o poeta, num processo pelo qual aquela reflete-se neste, determinam ser correta a alternativa B. O texto de Guilherme de Almeida apresenta um número de sílabas maior que 17, o que torna a alternativa A incorreta. A alternativa C também apresenta um texto que excede o número de sílabas definidor de um haikai. A alternativa D está incorreta, pois apresenta uma ironia ao usar o “pão de açúcar” para parodiar a oração “pai nosso”, ou seja, o texto não aborda a temática típica do haikai. O texto de Mário Quintana também não tematiza a relação entre homem e natureza, ao abordar a libertação de convenções sociais pela morte, de maneira metafórica. Assim, a alternativa E está incorreta. EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 25BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “Os impactos das tecnologias na sociedade”, apresentando proposta de intervenção que respei te os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I A sociedade da informação não é um modismo. É um fenômeno global, com elevado potencial transformador das atividades sociais e econômicas. Tem ainda marcante dimensão social, em virtude do seu elevado potencial de promover a integração, ao reduzir as distâncias entre pessoas e aumentar o seu nível de informação. TAKAHASHI, T. Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Disponível em: <http://www.direitoacomunicacao.org.br>. Acesso em: 21 maio 2019. [Fragmento] TEXTO II Nosso mundo está em processo de transformação estrutural há duas décadas. É um processo multidimensional, associado à emergência de um novo paradigma tecnológico,baseado nas tecnologias de comunicação e informação (TICs), que começaram a tomar forma nos anos 60 e que se difundiram de forma desigual por todo o mundo. A tecnologia não determina a sociedade: é a sociedade. CASTELLS, M. A sociedade em rede do conhecimento à política. Imprensa Nacional: Casa da Moeda, 2005. [Fragmento] TEXTO III Homens e mulheres caminhando nas ruas de cabeças baixas, casais sem conversar sentados lado a lado, crianças em silêncio absoluto em mesas de restaurante, todos com a boca entreaberta, os dedos frenéticos e os olhos vidrados na tela luminosa. As cenas, cada vez mais comuns, são o retrato de como as novas tecnologias estão interferindo de maneira radical nas relações sociais. Na primeira infância, até os 7 anos, a criança precisa exercitar a criatividade. Celulares, tablets e até mesmo a televisão oferecem brincadeiras prontas. Ao colocar um smartphone na mão de uma criança para ela comer, não fazer birra no supermercado ou parar de correr de um lado para o outro entre as mesas do restaurante no fundo se está transferindo a responsabilidade de educar para um objeto. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/blog/>. Acesso em: 28 ago. 2020. [Fragmento adaptado] TEXTO IV GALHARDO. Disponível em: <https://aleatoridadesaleatorias.wordpress.com/>. Acesso em: 28 ago. 2020. TEXTOS MOTIVADORES INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto. 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. N4T8 LCT – PROVA I – PÁGINA 26 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A proposta de redação orienta-se por uma temática geral: OS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS NA SOCIEDADE Toda a coletânea apresenta informações referentes a esse tema e, de modo geral, também oferece elementos para que os alunos consigam problematizar seu enfoque. A proposição de um título não é obrigatória na redação do Enem, no entanto, caso os alunos decidam por dar um título a seu texto, a correção deve penalizar apenas aqueles que colocarem o tema como tal. Itens de correção de acordo com a grade Enem: I. Item destinado à avaliação da composição linguística do texto (uso da norma-padrão). São considerados os aspectos de domínio gramatical explorados na estruturação do raciocínio: concordância verbonominal, acentuação gráfica, ortografia, variedade vocabular, pontuação, entre outros recursos que, caso mal utilizados, devem ser penalizados. O aspecto linguístico deve ser considerado em função do conteúdo do texto. Desse modo, se o texto for claro, mas apresentar algumas falhas gramaticais que não prejudiquem o conjunto textual, elas devem ser penalizadas de forma moderada ou mesmo não ser penalizadas. • Para a obtenção de nota total nessa competência, são permitidos até dois erros linguísticos. Este item é avaliado em consonância com o item IV. II. Em um primeiro momento, é preciso que os alunos atentem para o tipo de texto solicitado: o dissertativo-argumentativo. Devem, portanto, mesclar essas suas duas condições: precisam progredir na exposição e no aprofundamento do tema ao mesmo tempo em que usam as informações novas como conteúdo para seus argumentos na defesa de um determinado ponto de vista, sempre de maneira impessoal. Na compreensão do tema, é necessário que os alunos problematizem a situação abordada, que é o impacto das tecnologias na sociedade. O texto I, um fragmento de um livro acadêmico, aponta que a sociedade da informação é um fenômeno global, com um grande potencial transformador das agendas econômicas, políticas e sociais. O texto II, do teórico Manuel Castells, argumenta que o mundo está em transformação estrutural há décadas. Além disso, o texto ilustra que esse processo de transformação está ancorado nas tecnologias da comunicação e da informação, sendo que, para o autor, a tecnologia é a sociedade. O texto III, uma reportagem, aponta algumas mudanças nos comportamentos dos indivíduos por conta do uso constante das novas tecnologias. O texto III ainda diz que, no caso específico das crianças, há uma transferência da responsabilidade do educar para um objeto tecnológico. Por fim, o texto IV, uma história em quadrinhos, faz uma comparação satírica entre a capacidade de armazenamento dos objetos tecnológicos e a da mente de seu dono. • Sinalizar, na correção, a existência ou a ausência da tese de raciocínio. Caso não haja tese no texto dos alunos, este item deve ser penalizado com maior rigor: nota mínima ou zero. Penalizar também a presença de trechos longos que escapem às tipologias argumentativa e expositiva, como os de cunho narrativo. Este item é avaliado em consonância com o item III. III. Com relação à terceira habilidade avaliada, domínio da estrutura textual argumentativa, os alunos devem confirmar ou discutir sua tese por meio de estratégias argumentativas diversificadas, com certo grau de ineditismo e indícios de autoria, procurando fugir, ao menos parcialmente, de uma abordagem atrelada ao senso comum. No caso dessa proposta, podem ser utilizados os dados e informações dos textos motivadores, cuidando para que não ocorra uma cópia destes. Tratando-se de um tema com enfoque social, a argumentação deve levar a uma reflexão acerca dos impactos da tecnologia na sociedade. Considerando a proposta, os argumentos devem expor as alterações sociais e os impactos que a introdução massiva e o uso das tecnologias trazem para a sociedade. Pode-se abordar, em um primeiro momento, que o uso das novas tecnologias (internet, smartphones, tablets, redes sociais, etc.) introduz mudanças nas relações sociais. Dessa forma, pode-se apontar que, muito por conta do uso constante dessas tecnologias, as relações sociais tornam-se mais superficiais e casuais, como afirmado pelo sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman. Além disso, pode-se argumentar que as novas tecnologias trazem uma comunicação mais rápida, ajudando, por exemplo, no contato com pessoas distantes ou gerando uma facilidade para se agilizar relações no mundo do trabalho. Também pode-se argumentar que esse processo – o da emergência de um novo paradigma tecnológico – vem sendo construído há décadas, gerando, paulatinamente, uma série de alterações na sociedade nos âmbitos do comportamento individual (novas formas de interagir com o mundo e aumento da quantidade de acesso a informação) e coletivo (novas formas de mobilização, por exemplo, os protestos online). Ainda assim, é possível argumentar, baseado sobretudo no texto II, que os próprios meios de comunicação e as tecnologias alteram os indivíduos e a sociedade na qual se inserem. Nesse ponto, pode-se dizer que a História pode ser compreendida como o processo de evolução das tecnologias, uma vez que, por exemplo, o desenvolvimento de uma ferramenta também é uma tecnologia. Portanto, esse processo foi se tornando mais complexo, ao longo do tempo, e culminando no desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação. Também pode-se argumentar que um dos impactos da tecnologia na sociedade atual é o excesso de informações a que o sujeito é exposto. Nesse caso, pode-se dizer que o indivíduo, embora tenha à sua disposição muitas informações, absorve poucas delas, uma vez que a sociedade da informação é rápida demais para o espaço contemplativo e reflexivo do sujeito. • A ausência de problematização do enfoque deve ser penalizada comnota igual ou inferior a 50%. Este item deve ser avaliado em conexão com o item II, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas. EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 27BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO IV. Na quarta habilidade, domínio da estrutura linguístico-semântica, os alunos devem demonstrar uso coerente de sequências discursivas, especialmente no que diz respeito às cadeias coesivas construídas no texto, com o auxílio de determinadas ferramentas da norma-padrão: pontuação, conectores, entre outros. As relações coesivas devem ser avaliadas entre as sentenças e entre os parágrafos. • Este item deve ser avaliado em conexão com o item I, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas. V. Na quinta habilidade avaliada, proposta de intervenção, os alunos devem propor estratégias para solucionar as situações-problema apresentadas ao longo do texto. Nesse sentido, deve haver detalhamento e variedade nas propostas apresentadas. Com relação ao tema em questão, devem ser propostas medidas para solucionar os desafios citados na argumentação. Um ponto pode ser a ação dos órgãos governamentais, no sentido de atuar mediando os impactos do uso das tecnologias na sociedade. Nesse ponto, pode ser proposta a criação de uma campanha publicitária que conscientize as pessoas sobre o número de horas gastas, sobretudo em relação às crianças, nos smartphones, tablets, etc. Além disso, pode-se propor a criação de um eixo no currículo escolar que debata, apresente e problematize os impactos das tecnologias na sociedade, de forma a deixar os estudantes conscientes dessas alterações na vida social. Pode-se também propor que o setor privado alimente financeiramente organizações da sociedade civil, para que elaborem uma pesquisa que evidencie o impacto das tecnologias na vida dos indivíduos de um determinado local. Ainda, pode-se propor que o Governo Federal, em uma ação conjunta com estados e municípios, elabore um curso educativo para minimizar os impactos que o excesso de informações, imposto pela sociedade da informação, tem sobre o sujeito. Nesse caso, pode-se propor que esse curso debata o tempo necessário para a absorção e reflexão das várias informações e que conscientize os sujeitos sobre a importância de sempre verificar essas informações, evitando notícias falsas. • A intervenção proposta pelos alunos deve estar em conformidade com a tese e a argumentação desenvolvidas ao longo do texto. Do contrário, deve haver penalização. LCT – PROVA I – PÁGINA 28 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 Uma nova Inteligência Artificial (IA) testada recentemente por cientistas de dados e psiquiatras em Ohio, nos EUA, comprova quão urgente é essa questão. Urgência que só aumenta em grau conforme se avança o desenvolvimento das IAs. Criou-se um software capaz de avaliar (com 92% de precisão, alegam seus criadores) o comportamento de jovens estudantes em escolas públicas. Alimentado de dados fornecidos por pais, professores e pelos próprios alunos, o programa se apoia nas informações para estipular a probabilidade de uma criança ou adolescente adotar atitudes agressivas. Fica óbvio que a ideia é utilizar a IA para impedir atos violentos extremos, como os tiroteios infelizmente tão frequentes nas instituições de ensino americanas. VILICIC, F. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/>. Acesso em: 25 jan. 2019. O programa citado no texto se insere no debate filosófico sobre liberdade e determinismo, apoiando a posição de que o ser humano é predominantemente A. livre, cabendo à tecnologia garantir-lhe segurança. B. determinado, considerando que suas ações são inanalisáveis. C. livre, reafirmando a visão de que a humanidade é violenta e imprevisível. D. determinado, ressaltando que há margem de previsão de comportamentos. E. livre, confirmando a perspectiva de que os seus limites são dados pela natureza. Alternativa D Resolução: O debate sobre a liberdade do ser humano remonta à Antiguidade e, graças ao advento da neurociência nos últimos anos, recebeu importantes colaborações. No texto, lemos os cientistas afirmarem que há um software que avalia, com 92% de precisão, o comportamento de estudantes em escolas públicas. Essa afirmação corrobora a ideia de o ser humano ser determinado, já que é possível prever seus comportamentos com base na ciência. A alternativa A está incorreta, pois a tese apresentada pelos cientistas endossa uma visão de que a liberdade não é assim tão ampla. A alternativa B está incorreta porque as evidências apresentadas mostram que há margem de previsão e análise das ações humanas. A alternativa C está incorreta, já que o texto apresenta evidências que não afirmam isso, já que houve previsão dos comportamentos em 92%. A alternativa E está incorreta, uma vez que os limites do ser humano de fato são dados pela natureza, mas isso não faz dele livre, conforme é afirmado no texto. UEA7 QUESTÃO 47 Disponível em: <http://www.turminha.mpf.mp.br>. Acesso em: 26 fev. 2021. O modelo de organização política retratado na imagem se difere do adotado em Atenas, na Antiguidade, por se basear na A. distinção classista. B. participação indireta. C. organização oligárquica. D. representação partidária. E. heterogeneização ideológica. Alternativa B Resolução: Uma característica marcante da organização política ateniense é a democracia direta, ou seja, os cidadãos eram responsáveis diretamente pelas decisões políticas da pólis. Já a imagem destaca um modelo representativo, o que torna correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois a imagem apresenta uma diversidade de pessoas sendo representadas pela figura de um político. Não há, portanto, uma distinção classista. A alternativa C está incorreta, pois não é possível afirmar que a imagem destaca uma organização oligárquica. Ela destaca uma diversidade de pessoas representadas por um político. A alternativa D também está incorreta, pois o foco da imagem não é uma representação partidária, mas uma democracia indireta. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a imagem destaca um político representando a população, ou seja, ela não evidencia uma heterogeneização ideológica. QUESTÃO 48 Em 2015, a China deu o histórico passo de acabar com a política do filho único e permitir que todos os casais do país tivessem dois filhos, mas a medida não parece ter bastado para resolver seus problemas demográficos, o que levou o governo a estudar o fim de qualquer restrição familiar. A China, país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de habitantes, tem um crescente problema de rápido envelhecimento da população. O governo esperava amenizar a situação com a mudança anunciada em 2015, mas a medida não teve o sucesso esperado. De acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China, em 2050, o número de idosos no país será equivalente a 34,9% da população total. Atualmente, a taxa é de 17,3%. Além disso, a taxa que indica o número médio de filhos por mulher em idade fértil está abaixo de 2,1; que é valor necessário para garantir a reposição das próximas gerações. Disponível em: <https://veja.abril.com.br>. Acesso em: 11 nov. 2020 (Adaptação). W6VV B6TR EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 29BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A situação demográfica da China pode gerar problemas para a economia em função da A. ampliação dos gastos com a escolarização infantil. B. queda das despesas com o sistema previdenciário. C. ocorrência de um período de bônus demográfico. D. redução da população economicamente ativa. E. diminuição da razão de dependência idosa. Alternativa D Resolução: O texto aponta que a população chinesa está passando por um rápido processo de envelhecimento e que a taxa de fecundidade está abaixo do nível de reposição, que equivale a 2,1 filhos por mulher. Essasituação pode causar problemas de ordem econômica, pois pode resultar em uma diminuição da população economicamente ativa, o que justifica o encerramento governamental da política do filho único. A alternativa A está incorreta, pois a queda da taxa de fecundidade e natalidade da população chinesa tende a reduzir a população jovem (0 a 14 anos), o que deve causar uma diminuição dos gastos com a escolarização infantil. A alternativa B está incorreta, pois a ampliação do índice de envelhecimento da população chinesa tende a causar um aumento dos gastos com o sistema previdenciário. A alternativa C está incorreta, pois o bônus demográfico ocorre quando o contingente da população economicamente ativa supera o da população dependente (idosos e jovens). A população da China está caminhando no sentido contrário da ocorrência de um bônus demográfico, visto que o número de idosos está aumentando e a população economicamente ativa tende a sofrer reduções. A alternativa E está incorreta, pois o número de idosos e, consequentemente, da sua razão de dependência está aumentando. QUESTÃO 49 Esse recurso alternativo aos ventos alísios, mar afora, em seguida a “volta” (o movimento de caranguejo para noroeste) até a zona de ventos do oeste, e afinal o impulso para casa com os ventos do oeste como ventos de popa. É duvidoso que os navegadores da era das explorações tenham pensado formalmente no recurso à “volta”. É improvável que tenham aprendido a técnica a partir de algum conceito; eles, afinal, não estavam investigando as leis na natureza, mas apenas vasculhando os mares em busca de um vento favorável. Mas padrões predominantes de pensamento surgiram dos padrões de ventos dominantes, e os navegadores ibéricos passaram a usar a “volta” como molde para determinar seu curso de navegação para a Ásia, para as Américas e para a volta ao mundo. CROSBY, A. W. Imperialismo ecológico: a expansão biológica da Europa, 900-1900. Tradução de José Augusto Ribeiro e Carlos Afonso Malferrari. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 124. [Fragmento adaptado] ØØUV Conforme descrito no texto, o sucesso dos empreendimentos marítimos do período moderno foi facilitado pelo(a) A. pensamento filosófico e pela consolidação teórica. B. desenvolvimento técnico e pelas práticas empiristas. C. inspiração oriental e pela organização metropolitana. D. inovação cartográfica e pela refutação do misticismo. E. abandono religioso e pela valorização do racionalismo. Alternativa B Resolução: O texto aborda o desenvolvimento de técnicas utilizadas nos empreendimentos marítimos, que foram surgindo a partir de experimentações, e não de conceitos teóricos já consolidados. Nessas práticas empiristas, eram observados padrões que contribuíram para o desenvolvimento técnico, o que torna a alternativa B a correta e invalida a alternativa A. A alternativa C está incorreta, pois o texto não aborda as inspirações orientais no processo desenvolvimentista nem a organização metropolitana como facilitadoras dos empreendimentos marítimos. A alternativa D está incorreta, pois, embora as produções cartográficas tivessem um importante papel nesse processo expansionista moderno, esse não é o aspecto abordado no texto. Além do fato de o misticismo estar muito presente no imaginário popular desse período, não ocorrendo, portanto, uma refutação dele. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a religião também estava muito presente na sociedade da época, não ocorrendo o abandono desse aspecto. QUESTÃO 50 A única coisa que não pode ser comprada é o saber. Não é possível se tornar um homem culto com um cheque em branco. Criamos um mundo onde as pessoas pensam apenas no seu próprio egoísmo. Perdeu-se de vista o sentido da solidariedade humana. Um mundo que nos obriga a viver na dor é um mundo possível? Eu não acredito. Os saberes, como a música, a literatura, a filosofia, a arte, nos ensinam a importância da gratuidade. Devemos fazer coisas que não buscam o lucro. A dignidade humana não é a conta que temos no banco. A dignidade humana é a nossa capacidade de abraçar os grandes valores, a solidariedade, o amor pela justiça, o bem-estar. Como convencer as pessoas disso? Meu argumento é que estamos numa rota autodestrutiva. CAZES, L. “A única coisa que não pode ser comprada é o saber” diz Nuccio Ordine. In: O GLOBO (edição online). Disponível em: <https:// oglobo.globo.com/>. Acesso em: 03 jun. 2019. A posição apresentada no texto se caracteriza como reflexão filosófica ao A. repensar as noções de valor e inutilidade, transcendendo seu sentido imediato. B. gerar um mal-estar entre os intelectuais, fazendo-os acreditar que sua profissão é inútil. C. abrir caminho para que se pense na inutilidade das coisas, esvaziando o sentido das reflexões. D. pensar o ser humano como ser incapaz de refletir, garantindo o papel dos filósofos na sociedade. E. inserir nos debates políticos contemporâneos o financiamento à Filosofia, mercantilizando sua atividade. M6E5 CH – PROVA I – PÁGINA 30 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A Filosofia se caracteriza pelo trabalho com conceitos, pensando e repensando-os sempre que novas situações se apresentam ao pensamento do filósofo. No caso, o trecho da entrevista com esse pensador mostra sua reflexão sobre a utilidade e a inutilidade e suas consequências – imediatas e de longo prazo – para a vida das pessoas. Assim, a resposta correta é a alternativa A. As alternativas B e C estão incorretas, pois o texto elogia a reflexão. A alternativa D está incorreta porque o texto-base não nega a capacidade de reflexão do ser humano. Aliás, o próprio texto é uma demonstração do uso de tal capacidade. A alternativa E está incorreta, posto que o texto não focaliza o debate econômico. QUESTÃO 51 [...] Em decorrência das guerras de conquista e de povos conquistados, a camada que mais aumentou foi a dos escravos. Estes se dividiam em dois grupos: os escravos domésticos e os artesãos, geralmente gregos, que viviam nas cidades ou como preceptores nas casas das grandes famílias romanas, onde ensinavam artes, literatura e filosofia. Os outros escravos eram explorados nos latifúndios, nas minas ou nos serviços públicos. EYLER, F. M. História Antiga Grécia e Roma: A formação do Ocidente. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2014. p.171. A expansão territorial romana implicou profundas modificações socioeconômicas e culturais na Roma Antiga, evidenciadas na A. supressão da importância do trabalho livre para o sistema de produção. B. extensão da cidadania aos escravos que atuavam em funções públicas. C. determinação do padrão estético-cultural romano pelos modelos gregos. D. priorização do artesanato urbano em detrimento das atividades agrícolas. E. ampliação do uso da mão de obra escrava nas diversas áreas produtivas. Alternativa E Resolução: A) INCORRETA – O uso majoritário de escravos em atividades produtivas não implica a dispensa completa dos trabalhadores livres, que continuaram a desempenhar importante papel em determinados setores. B) INCORRETA – O fato de escravos desempenharem serviços públicos não pode ser considerado uma elevação de sua condição social à cidadania, mas uma especificidade da exploração de seu trabalho. C) INCORRETA – Embora tenha sofrido forte influência grega, o padrão estético-cultural romano não foi determinado pelos modelos culturais da Grécia Antiga. D) INCORRETA – Embora as atividades urbanas como o artesanato e o comércio tenham sido impulsionadas pelas conquistas, isso não se deu em detrimento das atividades rurais. 6ANI E) CORRETA – O texto enfatiza a relação das guerras de conquista com a generalização do uso de escravos e destaca uma diversidade de funções que estes podiam desenvolver no mundo romano antigo. QUESTÃO 52 Distribuição da população brasileira por proporção de grandes grupos etários2010 24,7% 0 a 14 anos 15 a 64 anos mais de 64 anos 68% População total: 194 890 682 7,3% 2017 21,6% 69,5% População total: 206 804 741 8,9% 2018 21,3% 69,4% População total: 208 494 900 9,2% 2019 21,1% 69,4% População total: 210 147 125 9,5% 2020 20,9% 69,3% População total: 211 755 692 9,8% Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 24 mar. 2021 (Adaptação). As alterações demográficas ocorridas no Brasil entre 2010 e 2020 refletem a redução do(a) A. total de dependentes idosos. B. índice de envelhecimento. C. taxa de fecundidade. D. expectativa de vida. E. população absoluta. Alternativa C Resolução: Os dados do gráfico mostram que, entre 2010 e 2020, houve uma redução do percentual da população mais jovem (0 a 14 anos) no Brasil, o que é reflexo da queda da taxa de fecundidade (estimativa do número médios de filhos por mulher). Essa queda é decorrente de mudanças socioeconômicas que vêm ocorrendo no país desde as últimas décadas do século XX, como a ampliação da urbanização, da inserção das mulheres no mercado de trabalho, do acesso a métodos contraceptivos e dos custos de vida. A alternativa A está incorreta, pois, no período representado, houve um aumento do percentual da população idosa (mais de 64 anos) e, consequentemente, da sua razão de dependência. A alternativa B está incorreta, pois o índice de envelhecimento é obtido por meio da razão entre a população idosa e a população jovem. No período representado no gráfico, ocorreu um aumento desse índice, pois o percentual da população idosa cresceu e o da jovem diminuiu. A alternativa D está incorreta, pois o crescimento da população idosa é reflexo do aumento da expectativa de vida. A alternativa E está incorreta, pois o gráfico mostra um aumento da população absoluta (total de habitantes) do Brasil entre 2010 e 2020. 1NDM EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 31BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 53 No estado teológico, o espírito humano, dirigindo essencialmente suas investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo. COMTE, A. Curso de filosofia positiva. In: COMTE, A. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978 (Adaptação). Com base no texto, no estado teológico os fatos do mundo são gerados por meio das ações de A. divindades transcendentais. B. conhecimentos científicos. C. pensamentos lógicos. D. métodos filosóficos. E. homens racionais. Alternativa A Resolução: O texto-base aponta que, no estado teológico, o espírito humano apresenta os fenômenos do mundo como sendo produzidos por agentes sobrenaturais, cujas intervenções destes explicam as anomalias do universo. É importante ressaltar que, para Comte, o estado teológico é dominado pelas formas de explicações religiosas e míticas, que envolvem a ação do sobrenatural e de divindades transcendentais. Assim, a alternativa A é a correta. A alternativa B é incorreta porque insere uma característica do estado positivo. A alternativa C é incorreta porque o pensamento lógico não condiz com as explicações que dominam o estado teológico, segundo Comte. A alternativa D é incorreta porque a Filosofia está presente no estado metafísico. Por fim, a alternativa E é incorreta porque a racionalidade está presente no estado positivo. QUESTÃO 54 Entre as razões que levaram Clístenes a criar o ostracismo estaria o receio de Atenas voltar a cair num regime tirano como o imposto por Pisístrato, “que tirou vantagem da sua posição como líder popular e general para nomear-se tirano”. A primeira vítima do ostracismo, em 488 [a.C.], foi precisamente Hiparco, filho de Carmo, personagem bem próxima de Pisístrato, e arconte em 496/5 [a.C.]. Disponível em: <https://www.academia.edu>. Acesso em: 16 nov. 2020. A medida discutida no texto, estabelecida em Atenas, tinha o objetivo de A. fragilizar o governo da tirania vigente. B. desestabilizar o poder dos eupátridas. C. assegurar a organização democrática. D. barrar a atuação política dos metecos. E. ampliar a cidadania na pólis ateniense. WHNO 22ØN Alternativa C Resolução: O ostracismo foi uma forma de punição, criada por Clístenes – o pai da democracia –, que atingia aqueles acusados de atentarem contra a democracia e consistia no banimento por dez anos desses indivíduos. A decisão do ostracismo acontecia por meio de uma votação, modo que tornava tal decisão democrática. Desse modo, o ostracismo era uma maneira de se tentar assegurar a democracia em Atenas, o que torna a alternativa C correta. A alternativa A está incorreta, pois, quando Clístenes criou o ostracismo, a sociedade grega já não mais se encontrava na tirania, e sim na democracia, por isso o texto afirma “receio de Atenas voltar a cair num regime tirano”. A alternativa B está incorreta, pois a finalidade do ostracismo era garantir a democracia e evitar a tirania. Desse modo, tal medida não tinha como finalidade combater nenhum setor específico da sociedade ateniense. A alternativa D está incorreta, pois os estrangeiros, conhecidos em Atenas como metecos, eram proibidos de participar da política, independentemente do ostracismo. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o ostracismo foi uma maneira de tentar garantir a eficácia da democracia grega, entretanto não pode ser considerado uma medida relacionada à ampliação da cidadania em Atenas. QUESTÃO 55 Rússia Vladivostok Moscou 14,5 cm 1 : 100 000 000 Disponível em: <https://mapmaker.nationalgeographic.org/>. Acesso em: 19 out. 2018. Uma geógrafa foi à Copa da Rússia em 2018 e, para conhecer o maior país em extensão territorial do mundo, resolveu viajar pela Ferrovia Transiberiana saindo da capital, Moscou. Considerando o trajeto em linha reta, a distância real, em quilômetros, percorrida pela viajante foi de A. 14 500. B. 145 000. C. 1 450 000. D. 14 500 000. E. 1 450 000 000. QHKL CH – PROVA I – PÁGINA 32 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: O cálculo da distância real, em quilômetros, percorrida em linha reta pela geógrafa, para viajar pela Transiberiana entre Moscou e Vladivostok, pode ser realizado com o uso da regra de três ou da aplicação da fórmula da escala. 1 cm 100 000 000 cm 14,5 cm X X = 1 450 000 000 cm Para converter a unidade de medida centímetros para quilômetros: 100 000 cm 1 km 1 450 000 000 X km 100 000 X = 1 450 000 000 X = 14 500 km Ou com a fórmula: D = d . E D = 14,5 cm . 100 000 000 cm D = 1 450 000 000 cm 100 000 cm 1 km 1 450 000 000 D km 100 000 D = 1 450 000 000 D = 14 500 km QUESTÃO 56 A conquista do comércio oriental de especiarias não é uma conquista de território, pois: os navegadores não vão ocupar as áreas produtoras, nem interferir nelas. É uma conquista que cedo reveste de violência, porque disputa privilégios, particularmente o do monopólio imposto pela força da maioria dos casos. Trata-se de substituir os antigos mercadores árabes, que ali obtinham as mercadorias ao Ocidente, por mercadores europeus, estabelecendo contato direto com as zonas produtoras e eliminando os roteiros terrestres. Para a conquista do comércio há necessidade de fundar estabelecimentos, é um princípio de ocupação por pontos, a importância está em determinadas praças orientais que coletam a produção regional. Essa coleta tem importância enorme, sem ela não existiria comércio, há que reunir o que populações dispersas produzem. A produção, entretanto, é preexistente: não trata de criá-la, antecede a fase das Grandes Navegações. Ehá uma população suficientemente densa para permitir a coleta da produção dispersa. Trata-se de comercializar, pois, e não de produzir, nem de povoar, nem de colonizar. SODRÉ, N. W. Formação Histórica do Brasil. São Paulo: Editora Brasiliense, 1963. p. 37. [Fragmento adaptado] OSUK O texto aborda os empreendimentos portugueses no contexto das Grandes Navegações, caracterizado pelo(a) A. organização de um sistema produtivo. B. subjugação das comunidades orientais. C. desenvolvimento da política das feitorias. D. estabelecimento das capitanias hereditárias. E. consolidação do projeto colonizador marítimo. Alternativa C Resolução: O texto trata sobre a conquista do comércio oriental e da necessidade de fundar estabelecimentos do tipo feitorias para garantir o controle do comércio, tendo em vista que o objetivo, nesse ponto, não era o de conquista do território nem do desenvolvimento de um sistema produtivo. As fundações desses entrepostos comerciais nesse período serviam para o abastecimento de novas embarcações e contribuíam para as trocas mercantis, o que torna a alternativa C correta e invalida a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois o texto não aborda o aspecto de subjugação de comunidades orientais. A alternativa D está incorreta, pois o texto aborda a política de feitorias, e não o sistema de capitanias hereditárias. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois, como já mencionado, o aspecto abordado não é a consolidação de um projeto colonizador, mas o estabelecimento dos entrepostos comerciais. QUESTÃO 57 Localidade Fuso horário Nova Iorque (Estados Unidos) GMT –5 Tóquio (Japão) GMT +9 Disponível em: <https://time.is/pt_br>. Acesso em: 16 dez. 2020 (Adaptação). Considerando os dados da tabela, quando em Nova Iorque os relógios apontaram 16 horas do dia 16 de dezembro, em Tóquio, a hora e data local correspondiam às: A. 02 horas do dia 16 de dezembro. B. 12 horas do dia 16 de dezembro. C. 20 horas do dia 16 de dezembro. D. 06 horas do dia 17 de dezembro. E. 07 horas do dia 17 de dezembro. Alternativa D Resolução: Como Nova Iorque e Tóquio estão situadas em hemisférios diferentes, para saber a diferença horária entre as duas localidades, basta somar o valor dos seus fusos (5 + 9), o que totaliza 14 horas. O fuso de Nova Iorque está indicado com o sinal de negativo, o que significa que está atrasado em relação ao fuso do Meridiano de Greenwich e no Hemisfério Ocidental. O fuso de Tóquio está indicado com o sinal de positivo, o que significa que está adiantado em relação ao fuso do Meridiano de Greenwich e no Hemisfério Oriental. Então, para saber a hora e a data em Tóquio quando em Nova Iorque eram 16 horas do dia 16 de dezembro, basta acrescentar a esse valor a diferença horária entre as duas cidades (14 horas), o que resulta em 06 horas do dia 17 de dezembro. EAJG EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 33BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa A está incorreta, pois indica o horário e a data que seriam em Tóquio se a cidade estivesse atrasada em relação ao fuso de Nova Iorque. A alternativa B está incorreta, pois indica um horário e data como se Tóquio estivesse atrasada em relação à Nova Iorque e como se fosse realizada uma subtração entre os valores dos fusos das duas cidades para calcular a sua diferença horária, o que é feito quando as localidades estão situadas no mesmo hemisfério. A alternativa C está incorreta porque também apresenta um horário e data caso fosse realizada uma subtração entre os valores dos fusos das duas cidades para calcular a sua diferença horária. A alternativa E está incorreta, pois apresenta um valor de horário e data como se Tóquio estivesse no horário de verão, que é quando os relógios são adiantados em uma hora. O Japão não adota o horário de verão nem poderia adotar na data indicada, pois está localizado no Hemisfério Norte, onde durante o mês de dezembro há a vigência da estação do inverno. QUESTÃO 58 Procurando reduzir a multiplicidade percebida à unidade exigida pela razão, os pensadores de Mileto propuseram sucessivas versões de uma física e de uma cosmologia constituídas em termos qualitativos: as qualidades sensíveis (como “frio”, “quente”, “leve”, “pesado”) eram entendidas como realidades em si (“o frio”, “o quente”, etc.). O universo apresentava-se, assim, como um conjunto ou um “campo” no qual se contrapunham pares de opostos. PESSANHA, J. A. M. Vida e Obra. In: SOUZA, J. C. (Org.). Os Pré-Socráticos: Fragmentos, Doxografia e Comentários. São Paulo: Nova Cultural, 2000. De maneira diferente ao pensamento mítico, os filósofos de Mileto, conforme o texto, empregavam um método que consistia em A. estabelecer o Ser como princípio eterno e imutável do cosmos. B. empregar a junção dos quatro elementos em tudo o que existe. C. buscar na natureza física os elementos empíricos que a constituem. D. compreender o ar como aquilo que anima e dá movimento aos seres. E. identificar a arché com as partículas indivisíveis que constituem matéria. Alternativa C Resolução : Os pensadores pré-socráticos foram responsáveis por alterar o centro das reflexões sobre a realidade e sua composição. Para esses filósofos, não seriam os mitos a fonte de conhecimento sobre a origem e o funcionamento do universo, mas a observação e o pensamento racional – o uso do logos – que levariam o ser humano a compreender o mundo. No caso dos pensadores de Mileto, como o texto destaca, abstraíram das sensações (sensações particulares de calor ou frio) as qualidades sensíveis (“o calor”, “o frio”), passando a compreender o universo como uma contraposição de pares de opostos. Portanto, a alternativa correta é a C. A alternativa A está incorreta, pois essa afirmação dialoga com a filosofia de Parmênides. A alternativa B está incorreta, já que ela dialoga com a filosofia de Empédocles. A alternativa D está incorreta porque sua afirmação dialoga com a filosofia de Anaxímenes. A alternativa E está incorreta, uma vez que ela representa o atomismo de Leucipo e Demócrito. 8CDD QUESTÃO 59 Todo panteão, como o dos gregos, supõe deuses múltiplos; cada um tem suas funções próprias, seus domínios reservados, seus modos particulares de ação, seus tipos específicos de poder. Esses deuses que, em suas relações mútuas, compõem uma sociedade do além hierarquizada, na qual as competências e os privilégios são alvo de uma repartição bastante estrita, limitam-se necessariamente uns aos outros, ao mesmo tempo que se completam [...] Esses deuses múltiplos estão no mundo e dele fazem parte. Há, portanto, algo de divino no mundo e algo de mundano nas divindades. Assim, o culto não pode visar a um ser radicalmente extramundano, cuja forma de existência não tenha relação com nada que seja de ordem natural, no universo físico, na vida humana, na existência social. VERNANT, J.-P. Mito e religião na Grécia Antiga. Tradução de Joana Angélica D’Avila Melo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006. p. 4. Em relação ao mundo das divindades na cultura grega, de acordo com o texto, evidenciam-se, como características da religião e dos deuses gregos, a A. associação divina a fenômenos naturais e a necessidade de sacerdotes para interpretação espiritual. B. presença de sentimentos humanos nas divindades e a ausência da condição de onipotência. C. permanência da antropozoomorfia e o poder de interferência na vida terrena. D. ausência de poder absoluto divino e a restrição à vida extramundana. E. existência da onisciência e a submissão a uma ordenação divina. Alternativa B Resolução: Os gregos antigos eram politeístas, ou seja, cultuavam vários deuses, que eram antropomórficos, possuidores de características humanas, como desejo, raiva, paixão e vingança. Como mencionado no texto, cada Deus tinha suas próprias funções, seus domínios reservados, modos diferentes de ação e de poder, não correspondendo, portanto,à condição de onipotência, o que torna correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois o texto não aborda a associação divina a fenômenos naturais nem a necessidade de sacerdotes para interpretação espiritual. A alternativa C está incorreta, pois, conforme já mencionado, os deuses cultuados na religião grega eram antropomórficos. Embora na cultura grega existisse a presença de seres antropozoomórficos, cujo corpo era parte homem e parte animal, esse não é o aspecto abordado no texto. A alternativa D está incorreta, pois as divindades gregas não estavam restritas à vida extramundana, pelo contrário, participavam diretamente da vida dos homens, diferenciando-se destes por sua imortalidade. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois, embora existisse uma hierarquização divina, esses deuses não eram oniscientes. IUNX CH – PROVA I – PÁGINA 34 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 60 Qual país tem mais fusos horários? Se fosse levada em conta apenas a área do território, a China deveria vir em seguida [4º lugar], com cinco fusos. Ocorre que o governo obriga todos os relógios do país a serem ajustados em um único horário: o da capital, Pequim. Esse é apenas um dos vários casos de desobediência à Conferência Internacional dos Meridianos, que, em 1884, dividiu o mundo em 24 faixas de tempo. [...] Segundo John Tiltman, do Observatório Real de Greenwich, na Inglaterra, que zela pelo padrão de tempo universal, “não há lei que impeça os países de adotarem o horário que melhor lhes convier”. Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em: 09 jan. 2017. [Fragmento adaptado] Considerando que Pequim se localiza a leste, o limite prático de fuso horário na China é mais inconveniente para os habitantes do A. oeste, pois veem o Sol nascer horas depois de Pequim e estão no mesmo horário que a capital. B. leste, pois veem o Sol se pôr horas depois do oeste, e a capital determina o fuso horário único. C. sul, pois veem a mesma luminosidade durante todo o ano, e o fuso horário é igual ao de Pequim. D. norte, pois veem o Sol nascer e se pôr antes de Pequim e estão no mesmo horário que a capital. E. leste, pois têm o período de claridade reduzido e estão no mesmo horário que a capital. Alternativa A Resolução: Para resolver a questão, é preciso saber que a Terra gira em torno de si mesma no sentido oeste-leste. Isso faz com que o movimento aparente do Sol seja de leste para oeste. Considerando isso, as regiões a leste são as primeiras a serem iluminadas, e, consequentemente, os habitantes do oeste da China veem o Sol nascer horas depois, em torno das 9 horas da manhã no horário de Pequim. QUESTÃO 61 O sistema dos pagamentos públicos é uma necessidade. Aos artesãos que negligenciam os negócios públicos, não se pode infligir uma multa, pois eles precisam viver. A formação do Império determinou a criação de numerosos empregos, e a proibição legal da reeleição obriga a recorrer a um número maior de cidadãos e a descer, para recrutá-los, cada vez mais nas classes inferiores. A necessidade de um pagamento para o exercício das funções se encontra tanto mais aumentada. HOMO, L. Périclès: une expérience de démocratie dirigée. Paris: R. Laffont, 1954. p.112-113. [Fragmento adaptado] O sistema descrito no texto, instituído em Atenas no século V a.C., representava A. o fomento de práticas políticas aristocráticas. B. a extensão de deveres cívicos aos não cidadãos. C. o aumento da corrupção entre os líderes políticos. D. a formação de uma classe de políticos profissionais. E. a busca por maior equidade no sistema democrático. Alternativa E Resolução: No sistema democrático ateniense, a criação da mistoforia visou corrigir problemas relacionados à participação política dos cidadãos. A premissa central da democracia é a de que os deveres políticos incumbem a todos os cidadãos, sem distinção entre eles. Contudo, há diversos indícios históricos que comprovam que a democracia ateniense era excludente, uma vez que aqueles cidadãos que viviam de seu próprio trabalho não possuíam condições (tempo livre) de participar das assembleias ou de ocupar cargos públicos e, por isso, acabavam negligenciando a política. Nesse sentido, de acordo com o texto, instituir um pagamento indenizatório para que cidadãos mais pobres pudessem cumprir seus deveres cívicos foi uma estratégia democratizante adotada com o intuito de promover maior equidade e reforçar a noção da democracia enquanto um regime de iguais, o que torna a alternativa E correta e invalida a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois a mistoforia estava relacionada apenas aos cidadãos atenienses e, portanto, não significou uma extensão de direitos cívicos a não cidadãos. A alternativa C está incorreta, pois o texto não relaciona o sistema instituído com um aumento da corrupção entre os líderes políticos. E, por fim, a alternativa D está incorreta, pois o texto também não relaciona a instituição da mistoforia com a intenção de criação de uma classe política profissionalizada. WWBJ AØEL EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 35BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 62 Disponível em: <https://educa.ibge.gov.br>. Acesso em: 25 mar. 2021. O mapa representa uma anamorfose, em que a área territorial de cada país foi deformada de acordo com o tamanho da sua população total. Essas deformações refletem o(a) A. presença dos países mais populosos no continente asiático. B. população absoluta reduzida dos países subdesenvolvidos. C. equilíbrio na distribuição populacional entre os continentes. D. contingente populacional elevado dos países da Oceania. E. ausência de áreas que constituem vazios demográficos. Alternativa A Resolução: As anamorfoses são representações cartográficas em que as áreas das unidades territoriais são deformadas de forma proporcional a um tema de interesse. Na anamorfose da questão, o tema é a população total e se verifica que os países que tiverem a sua área mais deformada e ampliada foram alguns localizados no contente asiático, com destaque para a China e a Índia, que são os países mais populosos do mundo. A alternativa B está incorreta, pois há países subdesenvolvidos com elevado contingente populacional, como, por exemplo, Índia, Paquistão, Bangladesh e o próprio Brasil. A alternativa C está incorreta, pois há um desequilíbrio na distribuição populacional entre os continentes. Por exemplo, a Ásia apresenta países muito populosos, enquanto a área da Oceania está muito reduzida na anamorfose, evidenciando o seu menor contingente populacional, o que torna a alternativa D também incorreta. A alternativa E está incorreta, pois existem regiões que constituem vazios demográficos, o que pode ser reflexo da presença de condições naturais adversas à ocupação humana. Na anamorfose, verifica-se que a Antártica é um exemplo desse tipo de região, pois está com a sua área bastante reduzida. QUESTÃO 63 Em 2018, a edição da Copa do Mundo de futebol masculino aconteceu na Rússia entre os meses de junho e julho. Para aqueles torcedores que viajaram para a Rússia para participar do evento, além da euforia que rodeia todo o torneio, havia outro motivo para se ter dificuldades na hora de dormir. Durante esse período do ano, o país com o maior território do planeta recebe a iluminação do Sol durante cerca de 17 horas do período diário. No dia da abertura do mundial (14 de junho), por exemplo, o Sol nasceu às 3h44min da madrugada e só se pôs depois das 21h. Disponível em: <https://esportes.r7.com>. Acesso em: 7 out. 2020 (Adaptação). A situação apontada no texto está associada à A. posição geográfica latitudinal do país. B. influência da longitude sobre o clima. C. extensão territorial do país. D. ocorrência dos equinócios. E. atuação das massas de ar. 1XL6 GPMI CH – PROVA I – PÁGINA 36 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: O movimentode translação da Terra condiciona a alternância entre as estações do ano, e a inclinação do eixo do planeta faz com que as localidades situadas em altas latitudes apresentem uma maior variação na duração do período do dia e da noite entre as estações. Assim, nessas localidades, durante o verão, os dias são bem mais longos e, durante o inverno, as noites são bem mais longas. Isso explica o fato de que a Rússia, situada em altas latitudes do Hemisfério Norte, apresenta grandes períodos diários de recebimento da energia solar durante o verão, que ocorre entre os meses de junho e setembro. A alternativa B está incorreta, pois é a latitude que representa um fator climático. As diferenças de longitude condicionam a existência de vários fusos horários no planeta. A alternativa C está incorreta, pois a situação descrita no texto tem relação com a localização geográfica da Rússia em altas latitudes; não sendo determinada pela grande extensão territorial do país, que é maior no sentido longitudinal. A alternativa D está incorreta, pois os equinócios demarcam o início da primavera e do outono e a ocorrência de maiores períodos de recebimento da energia solar é durante o verão, cujo início é demarcado pelo solstício. A alternativa E está incorreta, pois a atuação das massas de ar não é capaz de alterar o período diário de incidência da energia solar. Elas influenciam as condições do tempo, podendo causar alterações na temperatura e na umidade atmosférica. QUESTÃO 64 A compreensão da liberdade se encontra desta forma associada a um só tempo a dois aspectos; um propriamente positivo e outro negativo. No aspecto positivo, a liberdade é certa potência e necessidade interna, atividade própria. É livre aquilo que é capaz de agir pelas leis de sua própria natureza, a partir das quais suas ações são determinadas, suas propriedades e efeitos seguindo de sua essência apenas. Por outro lado, há também um aspecto negativo: é livre aquilo que não é constrangido por nada que lhe é externo. Isto é, nenhuma causa externa, nenhum poder estranho à própria essência da coisa contribui para o seu estado. COELHO, C. S. A liberdade divina e a liberdade humana em Spinoza: convergências e divergências. Disponível em: <http://www.revistas. usp.br/>. Acesso em: 15 out. 2018. A noção de liberdade apresentada no texto se caracteriza por A. estabelecer uma ideia inaplicável à humanidade. B. fundamentar a humanidade como puramente livre. C. colocar o ser humano como agente livre e indeterminado. D. entender que os seres que têm atividade cerebral são livres. E. pensar esse conceito sob seus vieses positivos e negativos. Ø17M Alternativa E Resolução: A noção de liberdade motiva longos debates desde tempos antigos. Contemporaneamente, graças às contribuições da neurociência e de outras áreas do saber, mais elementos foram fornecidos para se pensar o tema. No texto, o conceito de liberdade é apresentado sob aspectos positivos, como a potência de extrapolar uma limitação do instinto, e negativos, como não ser controlado por nada externo a si mesmo. É importante compreender que não se está abordando aqui as noções de “positivo” e “negativo” como “bom” e “ruim” ou “qualidade” e defeito”, mas como “algo que a coisa é” e “algo que a coisa não é”. A alternativa A está incorreta, pois o texto não afirma isso e o debate é voltado para o entendimento sobre o ser humano. As alternativas B e C estão incorretas, já que o debate do texto-base se situa entre liberdade e determinismo. A alternativa D está incorreta porque o trecho não afirma que atividade cerebral faz qualquer ser vivo livre. QUESTÃO 65 Em oposição ao seu controle local, o desenvolvimento nacional do controle do comércio é anterior aos Grandes Descobrimentos e à formação de companhias de comércio. Desde o século XIV, tanto na Inglaterra como na França, o poder da Coroa já era suficiente para adotar políticas tarifárias e obrigar as cidades a dar prioridade aos regulamentos do comércio. O alargamento do campo, do volume e do valor do comércio resultante dos descobrimentos, entretanto, acentuou interesses que eram claramente nacionais e promoveu seu controle pelas autoridades nacionais. OGG, F. A.; RICE, W. S. Economic development of Modern Europe. In: CARVALHO, D. História Geral. Rio de Janeiro: Distribuidora Record. v. 3, p. 29 (Adaptação). O expansionismo marítimo moderno, dos séculos XV e XVI, é retratado no texto como um processo que A. deu origem à formação de governos centralizados, sendo responsável pelo surgimento das primeiras monarquias nacionais. B. favoreceu a ascensão política da burguesia, ampliando sua participação em cargos da administração pública. C. fortaleceu os Estados Nacionais, aumentando sua ingerência e regulamentação nas atividades econômicas. D. enfraqueceu o comércio interno europeu, priorizando o atendimento às novas demandas do mercado colonial. E. provocou a decadência das principais cidades europeias, direcionando a produção agrícola para exportação. AW2U EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 37BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa C Resolução: A) INCORRETA – Conforme o texto-base ressalta, o poder os reinos europeus é anterior ao processo das Grandes Navegações. B) INCORRETA – Nos séculos XV e XVI, os grupos mercantis não detinham o poder político, que estava ligado aos tradicionais grupos aristocráticos. C) CORRETA – Conforme o texto destaca, o “alargamento do campo, do volume e do valor do comércio resultante dos descobrimentos, entretanto, acentuou interesses que eram claramente nacionais e promoveu seu controle pelas autoridades nacionais”. Portanto, o fortalecimento dos Estados modernos pode ser relacionado às Grandes Navegações, que exigiram uma significativa atuação do Estado nesse processo. D) INCORRETA – A Expansão Marítima impulsionou o comércio internacional, não significando, entretanto, um enfraquecimento das relações comerciais internas. E) INCORRETA – As principais cidades europeias apresentaram um grande desenvolvimento a partir do processo expansionista marítimo, já que houve um significativo aumento da circulação de riquezas decorrente desse processo. QUESTÃO 66 A palavra “cartografia” tem origem na Língua Portuguesa, tendo sido registrada pela primeira vez em 1839 numa correspondência, indicando a ideia de um traçado de mapas e cartas. Hoje entendemos cartografia como a representação geométrica plana, simplificada e convencional de toda a superfície terrestre ou de parte desta, apresentada através de mapas, cartas ou plantas. Por meio da cartografia, quaisquer levantamentos (ambientais, socioeconômicos, educacionais, de saúde, etc.) podem ser representados espacialmente, retratando a dimensão territorial, facilitando e tornando mais eficaz a sua compreensão. Não se pode esquecer, no entanto, que os mapas, como meios de representação, traduzem os interesses e objetivos de quem os propõe, podendo se aproximar ou se afastar da realidade representada. Disponível em: <https://atlasescolar.ibge.gov.br>. Acesso em: 25 mar. 2021. O texto faz uma ressalva em relação aos mapas, que indica que um dos seus aspectos é a A. deficiência no aprimoramento das técnicas cartográficas. B. possibilidade de constituírem um instrumento de poder. C. neutralidade na representação da superfície terrestre. D. falta de referências que padronizem a sua confecção. E. representação fidedigna da realidade em um plano. 6Ø4N Alternativa B Resolução: O texto apresenta a ressalva de que os mapas revelam os interesses e objetivos de quem os elaboram, “podendo se aproximar ou se afastar da realidade”. Portanto, eles podem ser portadores de uma visão de mundo e de uma ideologia, possibilitando que constituam instrumentos de poder ao apresentarem a realidade da forma como se deseja que ela seja reconhecida. Um exemplo disso é o mapa-múndi elaborado a partir da famosaprojeção de Mercator, criada no século XVI, no contexto da expansão marítima europeia, e reconhecida por expressar uma visão eurocêntrica ao exagerar as áreas de regiões do Hemisfério Norte e menosprezar as áreas de regiões do Hemisfério Sul. A alternativa A está incorreta, pois o texto não aponta uma deficiência das técnicas cartográficas. Além disso, a Cartografia, ao longo da história, se aperfeiçoou tecnicamente, chegando no grau de desenvolvimento atual em que se vale de modernas tecnologias digitais. A alternativa C está incorreta, pois o texto afirma que os mapas “traduzem os interesses e objetivos de quem os propõe”. A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta que a Cartografia envolve uma representação convencional da superfície, ou seja, há padrões que referenciam a sua elaboração. A alternativa E está incorreta, pois o texto afirma que os mapas, ao serem elaborados a partir dos interesses de quem os propõe, podem “se aproximar ou se afastar da realidade”. QUESTÃO 67 A Constituição que nos rege nada tem de invejar à dos outros povos; não imita nenhuma; ao contrário, serve-lhes de modelo. Seu nome é democracia, porque não funciona no interesse de uma minoria, mas em benefício do maior número. Em Atenas, todos entendem de política e se preocupam com ela. E aquele que se mantém afastado dos negócios públicos é um inútil. Reunidos em Assembleia, os cidadãos sabem julgar corretamente quais são as melhores soluções, porque não acreditam que a palavra prejudique a ação e, pelo contrário, desejam que a luz surja da discussão. DISCURSO DE PÉRICLES. In: TUCÍDIDES. A Guerra do Peloponeso. Brasília: Editora Unb, 1999. O trecho do discurso de Péricles indica que o modelo político instituído em Atenas, no Período Clássico, caracterizava-se pela A. ampliação de representação política na estrutura de poder. B. valorização da confrontação de ideias no processo decisório. C. participação irrestrita da população nas atividades públicas. D. rejeição ao estabelecimento de lideranças políticas na pólis. E. exclusão social dos cidadãos omissos nos assuntos públicos. 2B1I CH – PROVA I – PÁGINA 38 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa B Resolução: A) INCORRETA – A democracia ateniense era direta. O que significa que não havia representação política, ou seja, cada cidadão ateniense podia tomar parte nas decisões públicas. B) CORRETA – De acordo com o texto, “reunidos em Assembleia, os cidadãos sabem julgar corretamente quais são as melhores soluções, porque desejam que a luz surja da discussão”, revelando que a democracia ateniense valorizava o debate de ideias no processo de tomada de decisões acerca das questões da cidade. C) INCORRETA – A democracia ateniense era limitada, pois excluía da participação política alguns grupos, como as mulheres, os estrangeiros e os escravos. D) INCORRETA – Embora os cidadãos tivessem participação direta nas discussões acerca das questões da cidade, a democracia ateniense também contou com lideranças políticas, como o próprio Péricles. E) INCORRETA – Apesar de Péricles considerar o cidadão que se mantinha afastado das questões públicas um inútil, não havia na democracia ateniense um instrumento punitivo contra aqueles que não se envolviam nas questões públicas. QUESTÃO 68 O modelo em que a produção era realizada por artesões, localizados em seus domicílios, em pequenos vilarejos, tornou-se rapidamente obsoleto. A concentração das fábricas em cidades manufatureiras, devido às facilidades de escoamento da produção, assim como o incremento de atividades administrativas, educacionais, dos serviços em geral, incentivou uma maciça transferência populacional. As cidades inglesas tornaram-se, em breve, as maiores da Europa, um surto de crescimento intensificado pela redução das taxas de mortalidade, que deram início ao ininterrupto aumento populacional característico do mundo moderno. MUSSE, R. Apontamentos sobre o nascimento da Sociologia. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/>. Acesso em: 27 ago. 2020. Ao debater um fato histórico do século XIX, o texto evidencia a seguinte consequência desse processo: A. A ocorrência do êxodo rural na Europa. B. O incremento da cultura artesã na cidade. C. O aumento na divisão econômica da riqueza. D. A influência da estrutura produtiva do Oriente. E. A eficiência da política tradicional na Inglaterra. Alternativa A Resolução: O texto-base demonstra que, no século XIX, o modelo de produção praticado por artesões, em seus pequenos vilarejos, foi substituído pela produção feita nas fábricas das grandes cidades. Como consequência, o texto-base aponta que essa mudança incentivou uma grande transferência populacional na Europa. Portanto, pode-se dizer que uma das consequências do processo relatado pelo texto foi o êxodo rural, visto que a concentração das Ø63Ø fábricas nas cidades impôs uma grande transferência populacional e os pequenos vilarejos se tornaram formas de produzir obsoletas, o que torna a alternativa A correta. A alternativa B está incorreta porque argumenta o contrário do que o texto-base expõe. A alternativa C está incorreta porque o texto-base não discute divisão econômica da riqueza. A alternativa D está incorreta porque o texto-base não discute o modelo de produção oriental. Por fim, a alternativa E está incorreta porque o texto-base não discute a política tradicional inglesa. QUESTÃO 69 URUGUAI ARGENTINA PARAGUAI CHILE BOLÍVIA PERU COLÔMBIA EQUADOR Linha do Equador VENEZUELA GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA BRASIL O C E A N O P A C ÍF IC O OC EA NO AT LÂ NT ICO N 0 300 600 km 76° Oeste 72° Oeste 68° Oeste 64° Oeste 60° Oeste 56° Oeste 52° Oeste 48° Oeste 44° Oeste 40° Oeste 36° Oeste 76° Oeste 4° Norte 4° Sul 8° Sul 12° Sul 16° Sul 20° Sul 24° Sul 28° Sul 32° Sul 0° 4° Norte 4° Sul 8° Sul 12° Sul 16° Sul 20° Sul 24° Sul 28° Sul 32° Sul 0° 72° Oeste 68° Oeste 64° Oeste 60° Oeste 56° Oeste 52° Oeste 48° Oeste 44° Oeste 40° Oeste 36° Oeste Disponível em: <https://educa.ibge.gov.br>. Acesso em: 10 dez. 2020. Considerando o mapa, uma pessoa realizou uma viagem partindo de uma localidade cujas coordenadas geográficas correspondem a 20° S e 52° W para outra, cujas coordenadas equivalem a 4° S e 68° W. O seu trajeto caracterizou-se por A. aproximar-se do Trópico de Capricórnio. B. atravessar para outro hemisfério. C. cruzar as fronteiras nacionais. D. seguir na direção noroeste. E. cortar a linha do Equador. Alternativa D Resolução: Uma pessoa, ao realizar uma viagem no interior da área representada no mapa, deslocou para a direção norte ao sair da latitude 20° S para a 4° S e para a direção oeste ao sair da longitude 52° W para a 68° W. Portanto, ao final do deslocamento, a pessoa seguiu na direção noroeste. A alternativa A está incorreta, pois o Trópico de Capricórnio está situado na latitude de 23° 27’ do Hemisfério Sul. Portanto, ao sair da latitude 20° S para a 4° S, no final do deslocamento, há um afastamento desse trópico. A alternativa B está incorreta, pois não houve uma alteração do hemisfério ao final da viagem. A pessoa permaneceu ao sul da Linha do Equador e a oeste do Meridiano de Greenwich. A alternativa C está incorreta, pois a pessoa permaneceu no interior do território brasileiro, apenas alterando a região do país na qual se localizava. A alternativa E está incorreta, pois a pessoa permaneceu no Hemisfério Sul, não atravessando a Linha do Equador. KLUF EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 39BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 70 A Filosofia consiste principalmente em sugerir respostas ininteligíveis para problemas insolúveis. ADAMS, H. The Education of Henry Adams. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 25 jan. 2019. [Fragmento adaptado] A afirmação de Henry Adams apresenta um entendimento inadequado sobrea Filosofia, porque A. repreende os filósofos com ataques pessoais e infundados. B. confunde o pensamento filosófico com parte da atividade científica. C. ignora a necessidade que todos os seres humanos têm de aprender. D. apoia a noção do senso comum de que só as elites intelectuais devem refletir. E. avalia exageradamente a dificuldade dos seus estudos e ignora seus resultados. Alternativa E Resolução: Muitas pessoas ao longo da história fizeram críticas das mais diversas à Filosofia. Seja considerando-a uma inimiga da fé – como o fizeram alguns pensadores cristãos na Antiguidade e medievalidade – seja considerando-a inútil e infértil, como o historiador citado na questão, críticas das mais variadas foram lançadas. O importante aqui é compreender que não é adequado afirmar que a Filosofia é ininteligível e que não dá resposta alguma. Pelo contrário, até hoje suas investigações suscitam importantíssimos debates, como os do campo bioético, apenas para citar um exemplo. Ainda assim, cabe entender qual crítica está sendo feita. A alternativa A está incorreta, pois o autor não está atacando pessoalmente os filósofos, mas o estudo filosófico e seus resultados. A alternativa B está incorreta porque há pessoas que afirmam que parte da ciência é incompreensível e inútil, o que é igualmente incorreto, mas não é isso que o autor está afirmando. A alternativa C está incorreta, pois apesar de negligenciar a importância da Filosofia, o autor não nega a importância do conhecimento para a humanidade. A alternativa D está incorreta, já que apesar de defender uma noção de senso comum, que a Filosofia é inútil, o historiador não está defendendo a que a alternativa traz. QUESTÃO 71 O fundador da literatura latina foi o grego Lívio Andronico. Levado de Tarento em 272 a.C., com baixa idade, como escravo de guerra, Andronico viria a assumir como praenomen o gentilício do seu dominus Marco Lívio Salinator, que cedo o terá libertado e certamente protegido como cliente. Só essa hipótese torna compreensível a facilidade com que Andronico assume funções de poeta oficial com a incumbência de representar peças de teatro em 240 a.C. e de compor um canto religioso para cerimônia pública de purificação, em 207 a.C. BRANDÃO, J. L.; OLIVEIRA, F. História de Roma Antiga: das origens à morte de César. Disponível em: <https://estudogeral.uc.pt>. Acesso em: 12 abr. 2019. VW3N ØA2Z O texto demonstra aspectos distintivos da sociedade romana na Antiguidade ao A. retratar as funções impostas aos grupos sociais subalternos. B. representar a possibilidade de o forro conquistar a cidadania. C. destacar os critérios oficiais para a ascensão social dos libertos. D. apresentar os motivadores sociais para a obtenção de escravos. E. expressar uma deficiência artística ao depender da cultura grega. Alternativa B Resolução: A) INCORRETA – O texto destaca que os romanos aproveitaram os conhecimentos artísticos de um prisioneiro de guerra, libertando-o, ou seja, não trata-se de impor funções aos escravos ou libertos. B) CORRETA – Tanto na República quanto no Império, a alforria de escravos foi uma prática muito comum, principalmente no que diz respeito ao escravo urbano. Do ponto de vista do direito privado, o liberto podia tomar o nome de seu dono e ser o seu protegido, conforme o exemplo citado no texto. Os ex-escravos podiam também tornar-se cidadãos com plenos direitos cívicos, como aconteceu com o famoso intelectual citado. O texto apresentado é um exemplo claro dessa possibilidade de mobilidade na sociedade romana na Antiguidade. C) INCORRETA – A mobilidade social citada no texto não faz parte de um critério oficial. A alforria de escravos em Roma foi uma prática muito comum, principalmente no meio urbano, independentemente de o prisioneiro de guerra ser um artista ou não. D) INCORRETA – Os motivadores para a obtenção de escravos em Roma estão relacionados às necessidades da sociedade de obter mão de obra para as atividades no campo e nos meios urbanos. Desse modo, o texto não destaca essa questão. E) INCORRETA – Apesar de os romanos apreciarem a cultura grega, não é possível afirmar que eles apresentavam uma deficiência artística. QUESTÃO 72 Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos retos. Pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos. Em compensação, as áreas extensas ou situadas em latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões exageradamente ampliadas. Disponível em: <http://www.ead.uepb.edu.br>. Acesso em: 21 out. 2016. Qual é a projeção conforme caracterizada no texto anterior? A. Goode. B. Azimutal. C. Mercator. D. Afilática. E. Peters. S6ØV CH – PROVA I – PÁGINA 40 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa C Resolução: A projeção conforme de Mercator representa todos os ângulos sem deformação, embora haja grande distorção de áreas afastadas do Equador. Assim, a alternativa correta é a C. Goode (alternativa A) traz as massas continentais e oceânicas descontínuas, e, para ter maior exatidão, os meridianos centrais da projeção correspondem aos meridianos quase centrais dos continentes. Uma projeção azimutal (alternativa B) tem paralelos em círculos concêntricos e meridianos retos. Uma projeção afilática (alternativa D) não tem nenhuma das propriedades dos outros tipos. A projeção de Peters é equivalente, por isso não pode ser conforme, o que torna a alternativa E também incorreta. QUESTÃO 73 Deus quer, o homem sonha, a obra nasce Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma, E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal! PESSOA, F. O Infante. Mensagem. Obra poética, 1960. O poema de Fernando Pessoa apresenta, como uma das características que permearam o ideal português no período das Grandes Navegações, entre outros aspectos, A. o desejo de conhecer e absorver novos valores. B. o expansionismo guiado pela aspiração religiosa. C. o deslocamento do eixo econômico para a América. D. a necessidade de obtenção de novas fontes de mão de obra. E. a consolidação de parcerias aventureiras com outras nações. Alternativa B Resolução: O poema de Fernando Pessoa destaca características presentes no ideal português referente às Grandes Navegações, como a aspiração religiosa, que esteve presente no ideário expansionista. Essa característica pode ser percebida, por exemplo, nos versos “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce / Deus quis que a terra fosse toda uma”. A concepção religiosa esteve muito presente durante o expansionismo marítimo, sendo as Grandes Navegações compreendidas como uma extensão do projeto de Reconquista, tendo em vista que a ampliação territorial assinalava expansão da fé católica, o que torna correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois não está presente na obra o desejo de conhecer e praticar novas culturas. A alternativa C está incorreta, pois não há um deslocamento do eixo econômico para a América nesse XNØU período. A alternativa D está incorreta, pois não há no texto referência à busca de outras fontes de mão de obra. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois não se observa nesse contexto a formação de parcerias entre nações nas aventuras expansionistas. QUESTÃO 74 Esse conceito refere-se a uma medida que indica o número de habitantes por unidade da superfície, geralmente, expressa em habitantes por quilômetro quadrado (hab./km²). Portanto, trata-se de uma medida em relação à distribuição espacial da população e permite o estudo da concentração ou dispersão dessa população no espaço geográficoconsiderado. Ela é importante para o planejamento urbano e para as políticas de ocupação do território, informando sobre a pressão populacional e as necessidades de infraestrutura da área. Disponível em: <https://seriesestatisticas.ibge.gov.br>. Acesso em: 26 nov. 2020 (Adaptação). O texto refere-se ao seguinte conceito demográfico: A. Crescimento vegetativo. B. População absoluta. C. População relativa. D. Fluxo migratório. E. Estrutura etária. Alternativa C Resolução: O texto refere-se ao conceito de população relativa, ou também chamada de densidade demográfica, que corresponde ao número médio de habitantes por unidade da superfície, geralmente, expressa em habitantes por quilômetro quadrado (hab./km²). Essa medida revela a distribuição espacial da população, indicando se uma determinada porção do espaço apresenta uma alta ou baixa concentração demográfica. A alternativa A está incorreta, pois o crescimento vegetativo refere-se ao saldo entre as taxas de natalidade e de mortalidade em uma população. A alternativa B está incorreta, pois a população absoluta refere-se ao número total de habitantes que vivem em uma determinada área. A alternativa D está incorreta, pois um fluxo migratório corresponde ao deslocamento das pessoas sobre o espaço geográfico. A alternativa E está incorreta, pois a estrutura etária refere-se à proporção entre os grupos de idade que compõem uma população. QUESTÃO 75 Os processos de socialização podem ser compreendidos como um compêndio de interações entre seres humanos, das quais estes participam ativamente e assim tornam-se membros de determinada sociedade e cultura. Por meio de tais processos, os indivíduos internalizam uma série de valores, formas de agir e maneiras de pensar e ao mesmo tempo desenvolvem seu self individual em uma relação de interdependência e de conflito com os valores socioculturais que lhes são oferecidos. GRIGOROWITSCHS, T. O conceito de “socialização” caiu em desuso? Uma análise dos processos de socialização na infância com base em Georg Simmel e George H. Mead. Educação e Sociedade. Campinas, v. 29, n. 102, jan./abr. 2008 (Adaptação). RKOL ØGKR EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 41BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Segundo o texto, a socialização, processo fundamental para a internalização dos valores e costumes sociais, caracteriza-se por A. consolidar a igualdade material entre as pessoas. B. produzir seres sociais para a vida em sociedade. C. controlar as instituições sociais da sociedade. D. selecionar os mais aptos para a vida social. E. padronizar a personalidade dos indivíduos. Alternativa B Resolução: O texto-base demonstra o processo de socialização como um compêndio de interações entre os indivíduos e que os torna membros de uma comunidade social e cultural. Nesse processo, há a internalização de regras, valores e costumes que orientam a vida em sociedade. Assim, vamos analisar as alternativas: A) INCORRETA – O texto-base não aponta o processo de socialização como responsável por instituir uma igualdade material entre as pessoas. B) CORRETA – A socialização, como dito anteriormente, consiste em um processo que produz seres sociais, ou seja, indivíduos que aprenderam uma série de regras que os possibilita viver em sociedade. C) INCORRETA – As instituições, como a família, a igreja e o Estado, são importantes para a socialização do indivíduo. Contudo, o processo de socialização não as controla. D) INCORRETA – A socialização insere as pessoas na vida social, mas não seleciona os mais aptos por intermédio de uma hierarquização. E) INCORRETA – O próprio texto-base elenca que há uma série de valores e formas de agir que são internalizadas pelos indivíduos. Dessa forma, cada um desenvolve a sua individualidade. QUESTÃO 76 Nos séculos XV e XVI, o Velho Mundo descobriu o Novo. As façanhas náuticas desses duzentos anos levaram os europeus a quase todas as regiões que tinham acesso marítimo, e deram origem a uma nova concepção geográfica do pequeno mundo até então conhecido, centralizado no Mediterrâneo – Europa, parte do Oriente Próximo, Norte da África –, para o mundo como o conhecemos hoje e cuja integridade geográfica fora então revelada. BASTOS, M. M. G. S. As grandes navegações portuguesas e a conquista das águas profundas pelo Brasil. Revista Economia e Energia, ano XVI, n. 87, out./dez. 2012. Ao abordar o processo de Expansão Marítima dos séculos XV e XVI, o texto emprega a ideia de uma nova concepção geográfica do mundo, que está associada ao(à) A. abandono do pensamento mítico religioso. B. contato com povos da África e do Oriente. C. descoberta do Mediterrâneo pelos europeus. D. desenvolvimento de inovadas rotas marítimas. E. passagem da Antiguidade para a modernidade. Alternativa D Resolução: O texto aborda a descoberta do “Novo”, das façanhas marítimas que levaram os europeus a outras regiões que tinham acessos marítimos, através das descobertas de novas rotas marítimas, o que torna a alternativa D correta. A alternativa A está incorreta, pois, nesse período, o pensamento mítico e religioso ainda estava muito presente no imaginário europeu, permeando esse processo de expansionismo marítimo. A alternativa B está incorreta, pois o texto não aborda o aspecto do contato com os povos da África e do Oriente, mas o processo de descoberta de novas rotas associado a uma nova concepção geográfica. A afirmativa C está incorreta, pois o Mediterrâneo já era conhecido pelos europeus. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o que o autor chama de Velho Mundo é a Europa, em contraste com o Novo Mundo, as Américas, e não a Antiguidade Clássica e a Idade Moderna. QUESTÃO 77 No padrão histórico típico, no início, as taxas elevadas de natalidade e mortalidade compensam-se entre si e o resultado é um crescimento demográfico lento. Em uma segunda fase, começa a queda de mortalidade com manutenção da natalidade ainda em nível alto, trazendo como consequência o acelerado aumento populacional. Numa terceira fase, a mortalidade e natalidade equilibram-se a um nível muito mais baixo e o crescimento novamente é lento. Este processo denomina-se transição demográfica. YUNES, J. A dinâmica populacional dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 5, n. 1, jun. 1971. Disponível em: <https://www.scielo.br>. Acesso em: 24 mar. 2021 (Adaptação). F1RB XXFY CH – PROVA I – PÁGINA 42 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO O processo de transição demográfica de uma população é desencadeado por transformações socioeconômicas que proporcionam a A. redução do controle sobre doenças contagiosas. B. predominância de uma economia agrícola. C. evolução do processo de urbanização. D. queda dos índices de escolaridade. E. diminuição dos custos de vida. Alternativa C Resolução: A transição demográfica de uma população é acompanhada do processo de urbanização, que, em um primeiro momento, pode levar à melhoria das condições de vida e à redução da mortalidade. Em segundo momento, a passagem para uma sociedade predominantemente urbana desencadeia também a queda das taxas de natalidade e de fecundidade, o que se deve a transformações socioeconômicas, como a maior participação das mulheres no mercado de trabalho, a ampliação do acesso a métodos contraceptivos e o aumento dos custos de vida. A alternativa A está incorreta, pois a transição demográfica das populações foi possibilitada pela melhoria das condições médico-sanitárias, que levaram a um maior controle sobre as doenças contagiosas, reduzindo as taxas de mortalidade. A alternativa B está incorreta, pois a transição demográfica é acompanhada da passagem de uma economia agrícola para uma urbana-industrial. A alternativa D está incorreta, pois a transição demográfica é acompanhada de mudanças socioeconômicas que levam a uma ampliação do acesso à escolarização, o que afeta o comportamento reprodutivodas pessoas, colaborando para que elas adotem o planejamento familiar e recorram a métodos contraceptivos. Esse processo resulta na queda da taxa de natalidade. A alternativa E está incorreta, pois a transição demográfica é alavancada pela urbanização, sendo que o modo de vida urbano proporciona uma elevação dos custos de vida. Isso faz com que as pessoas optem por ter menos filhos. QUESTÃO 78 A abertura de novas rotas, a fim de superar os entraves derivados do monopólio das importações orientais pelos venezianos e muçulmanos, e a escassez do metal nobre implicavam dificuldades técnicas (navegações do Mar Oceano) e econômicas (alto custo dos investimentos), o que exigia larga mobilização de recursos em escala nacional. A expansão marítima, comercial e colonial, postulando um certo grau de centralização do poder para tornar-se realizável, constituiu-se em fator essencial do poder do Estado metropolitano. NOVAIS, F. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: MOTA, C. G. (Org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1982. [Fragmento adaptado] Em sua análise, o autor indica que o projeto expansionista europeu, dos séculos XV e XVI, tinha como objetivo A. fortalecer a economia dos Estados Nacionais europeus. B. eliminar as relações comerciais mediterrâneas com o Oriente. C. propagar a religião católica entre os povos considerados pagãos. D. buscar territórios para o escoamento do excedente populacional. E. assegurar os interesses políticos da burguesia comercial europeia. Alternativa A Resolução: De acordo com o texto, a Expansão Marítima “constituiu-se em fator essencial do poder do Estado metropolitano”, indicando que, entre os seus objetivos, encontrava-se o fortalecimento dos Estados Nacionais Modernos europeus, o que torna correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois a Expansão Marítima, sobretudo a Ibérica, buscava superar os entraves derivados do monopólio das importações orientais pelos venezianos e muçulmanos, por meio da abertura de novas rotas, o que não implicava a eliminação das rotas comerciais mediterrâneas. A alternativa C também está incorreta, pois, embora o projeto de difusão da fé católica estivesse associado à Expansão Marítima, o texto não aborda esse objetivo. Contrariamente ao indicado na alternativa D, o texto não relaciona o empreendimento expansionista europeu dos séculos XV e XVI à conquista de territórios para o escoamento do excedente populacional europeu. Por fim, a alternativa E também está incorreta, pois a Expansão Marítima estava associada aos interesses econômicos da classe burguesa, que buscava se consolidar socialmente, e não politicamente, ainda. QUESTÃO 79 O Luverdense foi o grande campeão da Copa Verde 2017. O Verdão do Norte garantiu o título ao segurar o empate com o Paysandu na noite da última terça-feira (16/05/2017), no Estádio Olímpico do Mangueirão, em Belém (PA). Esta conquista não foi importante apenas para o próprio Verdão do Norte, mas também para o estado de Mato Grosso. [...] Disponível em: <https://www.cbf.com.br>. Acesso em: 04 out. 2017 (Adaptação). C75O LLN8 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 43BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Considerando que a partida começou às 20h30min, no estado brasileiro localizado no fuso GMT – 3, a que horas a partida foi transmitida ao vivo para os torcedores do Mato Grosso, (GMT – 4)? A. 18h30min. B. 19h30min. C. 20h30min. D. 21h30min. E. 23h30min. Alternativa B Resolução: A partida de futebol aconteceu às 20h30min, hora local em Belém (PA), no dia 16 de maio, isto é, fora do horário de verão, e foi transmitida no Mato Grosso às 19h30min, hora local. Conforme os dados da questão, o Pará localiza-se no segundo fuso brasileiro (GMT –3) e o Mato Grosso está no terceiro fuso brasileiro (GMT –4). Desse modo, o Mato Grosso tem uma hora a menos do que o Pará. A alternativa A está incorreta porque 18h30min foi o horário em que o jogo foi transmitido no Acre e em parte do Amazonas, estados do quarto fuso brasileiro. A alternativa C está incorreta, pois 20h30min foi o horário da partida no Pará, que é o fuso da hora oficial de Brasília. A alternativa D está incorreta porque 21h30min foi o horário de transmissão do jogo no primeiro fuso brasileiro. A alternativa E está incorreta, pois 23h30min foi a hora em que a partida foi transmitida no fuso do Meridiano de Greenwich. QUESTÃO 80 D. João, mestre da Ordem Militar de Avis, assumiu o poder e reinou de 1385 a 1433. Henrique, um dos seus quatro filhos, é considerado o idealizador e mentor dessa expansão, até o ano de sua morte, em 1460. Os sucessivos reis dessa família – Duarte I, filho primogênito de João I, que reinou entre 1433 e 1438, Afonso V (1438-1481), João II (1481-1495), Manuel I (1495-1521), João III (1521-1557) e Sebastião I (1557-1578) – tomaram iniciativas e deram continuidade a esse projeto expansionista até meados do século XVI. [...] Os portugueses definiram inicialmente dois projetos de expansão ultramarina: povoar as ilhas da Madeira e promover viagens de reconhecimento ao longo das costas africanas para além do trecho já conhecido. Disponível em: <https://revistas.ufpi.br>. Acesso em: 17 nov. 2020. O texto sinaliza que a execução do empreendimento marítimo, na Era Moderna, foi A. encorajada pela vitória cruzadística. B. impulsionada por diferentes políticas. C. motivada pelo tradicionalismo cristão. D. favorecida pela estabilidade dinástica. E. estimulada pela ideologia eurocêntrica. Alternativa D Resolução: Conforme o texto destaca, os portugueses possuíam uma cultura focada na navegação, que foi reforçada pela ação dos reis da dinastia de Avis. O texto apresenta a sequência de reis da casa de Avis, que investiram no projeto de navegação. Desse modo, a estabilidade da dinastia, aliada a essa tradição navegadora, permitiu que o Estado português promovesse, de forma pioneira, esses investimentos em um projeto tão arrojado, o que torna a alternativa D correta. A alternativa A está incorreta, pois não se pode afirmar que ocorreu a “vitória cruzadística”, haja vista que as cruzadas foram, em grande medida, um fracasso quanto aos objetivos religiosos, além de não ser esse o aspecto abordado no texto. A alternativa B está incorreta, pois, conforme o texto destaca, o sucesso português na Expansão Marítima se deu pela incisiva ação da dinastia de Avis, que conduziu todo o processo e deu continuidade ao projeto expansionista iniciado por D. Henrique, e, portanto, não foi impulsionado por diferentes políticas. A alternativa C está incorreta, pois, apesar de a religiosidade cristã estar presente na mentalidade portuguesa da época, não é esse o aspecto abordado no texto. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois, embora o eurocentrismo estivesse presente na mentalidade da época, não existe no texto nenhuma relação entre esse pensamento e a condução da Expansão Marítima pelos Avis. FSI5 CH – PROVA I – PÁGINA 44 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 81 População mundial total, segundo regiões mais desenvolvidas e menos desenvolvidas, 1950-2050 – Participação relativa (%) Período Regiões mais desenvolvidas * Regiões menos desenvolvidas ** 1950 32,26 67,74 1960 30,27 69,73 1970 27,26 72,74 1980 24,37 75,63 1990 21,76 78,24 2000 19,61 80,39 2010 17,91 82,09 2020 16,42 83,58 2030 15,25 84,75 2040 14,33 85,67 2050 13,62 86,38 ONU. Population Division of the Departament of Economic and Social Affairs of the United Nations Secretariat. World Population Prospects: The 2004 Revision. *Europa, América do Norte, Austrália, Nova Zelândia e Japão. **África, Ásia (excluindo o Japão), América Latina e Caribe. A leitura dos dados da tabela auxilia na elaboração de que tipo de raciocínio acerca da distribuição da população mundial e da sua evolução demográfica? A. As regiões mais desenvolvidas começaram a apresentar queda na taxa de crescimentovegetativo a partir da segunda metade do século XX como resultado das políticas antimigratórias. B. Os países menos desenvolvidos expressaram uma queda no crescimento natural a partir da década de 1980, inaugurando, assim, sua entrada na última fase da transição demográfica. C. Os países mais ricos apresentaram crescimento populacional moderado no início do século XXI em função das quedas acentuadas de fecundidade, sobretudo da população nativa. D. As regiões de economia periférica apresentaram um expressivo crescimento populacional entre as décadas de 1960 e 1970 devido, sobretudo, à queda das taxas de mortalidade. E. As regiões mais pobres iniciaram um processo de crescimento populacional negativo na década de 1990 que lhes possibilita uma aproximação com o padrão de crescimento dos países ricos. Alternativa D Resolução: Os países menos desenvolvidos apresentaram queda das taxas de mortalidade, resultado do acesso ampliado aos sistemas sanitário e de saúde, fenômeno que ficou conhecido na segunda metade do século XX como Revolução Médico- -Sanitária. A alternativa A está incorreta por considerar o crescimento vegetativo como resultado dos movimentos migratórios, sendo que o crescimento vegetativo ou natural resulta da diferença entre os índices de natalidade e de mortalidade. Além disso, é impossível inferir da tabela que houve “queda na taxa de crescimento vegetativo a partir da segunda metade do século XX”, porque os dados começam em 1950. Teria que haver dados anteriores para a comparação. A alternativa B está incorreta ao afirmar que os países menos desenvolvidos já estão na última fase da transição demográfica, pois parte desse grupo de países ainda apresenta elevadas taxas de natalidade. De acordo com a tabela, o crescimento populacional nesses países é contínuo. A alternativa C está incorreta, pois não houve crescimento populacional moderado entre os países ricos no início do século XXI, e sim decréscimo. A alternativa E está incorreta, pois a tabela demonstra o crescimento positivo contínuo da população das regiões menos desenvolvidas. 588O EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 45BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 82 [...] Parece que por inspiração divina começou o infante Dom Henrique este descobrimento por mar que outro nenhum príncipe da Europa que eram senhores de muito maior estado que ele, porque dele herdassem os reis de Portugal que foram dali por diante este descobrimento principalmente o ilustríssimo rei dom Manuel, para quem a divina providência tinha guardado o feito dele que era a Índia. CASTANHEDA, F. L. História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses. Coimbra: Imprensa Universidade, 1924. p. 71. [Fragmento adaptado] No texto, o historiador português associa as viagens marítimas da época moderna à A. organização política. B. tradição racionalista. C. predestinação régia. D. concepção xenofóbica. E. idealização paradisíaca. Alternativa C Resolução: Conforme destacado no texto, o historiador português associa o sucesso da Expansão Marítima portuguesa à providência divina, reservando aos Avis o papel determinado por Deus de realizar os feitos marítimos, o que torna a alternativa C correta. A alternativa A está incorreta, pois o texto do historiador português não faz uma associação das viagens marítimas como consequências de uma organização política, embora saibamos que esse aspecto contribuiu para os empreendimentos marítimos. A alternativa B está incorreta, pois o autor não faz nenhuma referência ao pensamento racionalista. A alternativa D também está incorreta, pois, apesar de o processo expansionista ter sido marcado pela intolerância, não há xenofobia no texto do historiador português. Por fim, apesar de os relatos ligados à Expansão Marítima serem repletos de referências paradisíacas, no texto não há nenhuma referência a idealizações de paraíso terrestre, o que invalida, portanto, a alternativa E. QUESTÃO 83 Disponível em: <https://www.google.com.br/maps>. Acesso em: 25 out. 2018 (Adaptação). ØHEI ØWQN Um avião partiu de Auckland, na Nova Zelândia, no dia 1º de janeiro de um certo ano e aterrissou em Honolulu, no Havaí, no dia 31 de dezembro do ano anterior, fazendo o que foi chamado de “viagem no tempo”. Com base na rota da viagem traçada no globo, o fato relatado ocorreu porque o avião A. permaneceu a oeste do Meridiano de Greenwich. B. cruzou a Linha Internacional de Mudança de Data. C. passou do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte. D. viajou do Hemisfério Oeste para o Hemisfério Leste. E. cortou os paralelos de Capricórnio, Câncer e Equador. Alternativa B Resolução: O sistema de fusos horários foi elaborado utilizando como referência o Meridiano de Greenwich, a partir do qual as horas estão atrasadas ou adiantadas. Essa escolha trouxe como consequência a conveniente localização do correspondente Antimeridiano de Greenwich (180º) no meio do Oceano Pacífico. Essa linha ficou conhecida como Linha Internacional de Mudança de Data (LID) que, por convenção internacional, determina a mudança da data. Ao cruzar-se a LID do Hemisfério Leste para o Hemisfério Oeste, retrocede-se um dia no calendário civil e o oposto ocorre se o trajeto tiver sentido inverso. O caso apontado na questão (“viagem no tempo”) deve-se ao fato de que o avião partiu do Hemisfério Leste, onde fica a Nova Zelândia, em direção ao arquipélago do Havaí, no Hemisfério Oeste – considerados a partir de Greenwich. Nessa situação, devido à convenção internacional, 24 horas são subtraídas de 1º de janeiro para 31 de dezembro do ano anterior. A alternativa A está incorreta porque independentemente de que lado do Meridiano de Greenwich se esteja, a adição ou a subtração de 24 horas é determinada pela LID. A alternativa C está incorreta, pois apesar de o avião deslocar-se do Hemisfério Sul para o Norte, esse fato não tem nenhuma relevância para explicar o fenômeno apresentado, uma vez que as horas variam unicamente em função das longitudes e não das latitudes. A alternativa D está incorreta porque o sentido da viagem foi do Hemisfério Leste (em relação à Greenwich) para o Oeste. A alternativa E está incorreta, pois a Linha do Equador e os outros paralelos delimitam as latitudes que não influenciam a variação das horas. QUESTÃO 84 Os Tribunos da Plebe, a princípio dois e mais tarde dez, eram invioláveis. Tinham direito de poder socorrer o cidadão ameaçado por um magistrado e interceder ou anular atos ou decisões que julgassem prejudiciais aos plebeus. Podiam reunir a assembleia da plebe e fazer votar o que tinha valor de lei para os plebeus. KOSHIBA, L. História: origens, estruturas e processos. São Paulo: Atual Editora, 2000. p. 83. No contexto republicano da Roma Antiga, a criação do cargo descrito no texto representou o(a) A. deslocamento do centro de poder administrativo. B. ampliação do direito de representação na política. C. garantia da igualdade política entre os grupos sociais. D. extensão da cidadania a todos os habitantes de Roma. E. apaziguamento dos conflitos entre plebeus e patrícios. M8GD CH – PROVA I – PÁGINA 46 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO C) INCORRETA – Como dito, a Sociologia não estava interessada em propor uma transformação na sociedade e, no caso específico da alternativa, no capitalismo. D) INCORRETA – O texto-base não demonstra a existência de cooptação dos trabalhadores das fábricas por parte da Sociologia. E) INCORRETA – O texto-base não relata a Sociologia como protetora da burguesia contra ações violentas. QUESTÃO 86 Utilizaram [...] a limitação ou exclusão dos estrangeiros do meio social respectivo, o sigilo na sua política, em especial, pelo sequestro de documento, a organização da espionagem nos países concorrentes, e a política do “mare clausum” [“mar fechado”], utilizando a difusão de lendas proibitivas, o segredo geográfico, a organizaçãopor meio de tratados e delimitação de zonas e, finalmente, a aplicação de sanções violentas contra os transgressores. CORTESÃO, J. A Política de Sigilo nos Descobrimentos. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1997. O texto descreve estratégias adotadas pela monarquia portuguesa no contexto das Grandes Navegações dos séculos XV e XVI para A. fortalecer as estruturas militares nacionais. B. impulsionar o progresso técnico e científico. C. consolidar o processo de centralização política. D. garantir a hegemonia no projeto expansionista. E. viabilizar a propagação do cristianismo católico. Alternativa D Resolução: O Estado português, com o objetivo de impedir o acesso dos demais reinos europeus às informações do seu processo de Expansão Marítima, adotou uma política de sigilo, procurando controlar os documentos vinculados às suas expedições e limitar ou impedir a participação de estrangeiros em seus empreendimentos. Além disso, segundo o texto, realizou ações de espionagem nos países concorrentes e invocou também a política do “mare clausum”, na intenção de garantir o domínio sobre determinas áreas marítimas, indicando o interesse luso em assegurar a hegemonia, e até mesmo o monopólio sobre determinadas rotas, no processo de Expansão Marítima europeia dos séculos XV e XVI, o que torna correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois a política de sigilo não objetivava fortalecer as estruturas militares portuguesas, mas se valia delas para se efetivar. A alternativa B também está incorreta, pois, embora o progresso técnico e científico vinculado às navegações marítimas fosse intensamente estimulado pela Coroa portuguesa, a política de sigilo não foi utilizada nesse sentido, visando apenas proteger os novos conhecimentos náuticos portugueses. Contrariamente ao indicado na alternativa C, Portugal, no período das Grandes Navegações, já havia se consolidado como um Estado Nacional centralizado, sendo essa condição determinante para a realização da própria Expansão Marítima. Por fim, a alternativa E também está incorreta, pois, embora a divulgação da religião católica estivesse atrelada às Grandes Navegações portuguesas dos séculos XV e XVI, a política de sigilo adotada por Portugal não estava associada a esse aspecto da Expansão Marítima. 51ZL Alternativa B Resolução: Na estrutura da República Romana, além das magistraturas (cônsul e pretor) e do Senado, havia uma outra instituição, a Assembleia Popular, à qual cabia representar os interesses da plebe. Após uma série de revoltas e motins, os plebeus tiveram seus desejos de participação política atendidos com a criação do cargo do Tribuno da Plebe, que poderia vetar, inclusive, as decisões do Senado, o que torna correta a alternativa B. As alternativas A e D estão incorretas, pois, embora a criação do cargo de Tribuno garantisse a representação política da plebe na Roma Antiga, o poder político seguia centrado nas magistraturas, que representavam os interesses da elite romana. Contrariamente ao indicado na alternativa C, a criação do cargo de Tribuno da Plebe só ampliou a representação política na Roma Antiga, o que não implicava a garantia de igualdade entre os diversos grupos sociais. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a criação do Tribuno da Plebe não foi capaz de apaziguar os conflitos entre plebeus e patrícios, que levariam à elaboração da Lei das Doze Tábuas, em 450 a.C., considerada a base do direito romano. QUESTÃO 85 A Sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. As transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por esses acontecimentos criaram a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer de uma nova sociedade. A própria concepção de vida social alterou-se bruscamente. Não se tratava mais de seguir a tradição, a estática de uma posição estabelecida pelo nascimento, mas de situar-se em uma dinâmica social em constante transformação e movimento. MUSSE, R. Apontamentos sobre o nascimento da Sociologia. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/>. Acesso em: 11 abr. 2019 (Adaptação). Impulsionada pelo surgimento de uma nova ordem social, a Sociologia nasce com a finalidade de A. revolucionar as bases políticas da sociedade. B. entender a estrutura social da modernidade. C. transformar a ordem social do capitalismo. D. cooptar os trabalhadores das indústrias. E. proteger a burguesia da violência social. Alternativa B Resolução: O texto-base concede informações sobre o cenário de formação da Sociologia. Essa ciência, que nasce em um mundo em constante transformação das bases econômicas e sociais, surge com o objetivo de entender a nova formação social, isto é, a estrutura social da modernidade. Por isso, a alternativa B é a correta. Vamos analisar as demais alternativas: A) INCORRETA – O texto-base não indica que a Sociologia queria, em seu início, revolucionar as bases políticas da sociedade. O que ela objetivava era entender o novo cenário social que se formava devido a uma série de transformações políticas, econômicas e sociais que ocorriam naquele determinado período histórico. MJD7 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 47BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 87 O caráter fundamental da filosofia positiva é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis, cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor número possível constituem o objetivo de todos os nossos esforços, considerando como absolutamente inacessível e vazia de sentido para nós a investigação das chamadas causas, sejam primeiras, sejam finais. COMTE, A. Primeira lição. In: ______. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978 Relegando as investigações das causas dos eventos, o positivismo de Auguste Comte objetiva a descoberta de A. dogmas religiosos fundantes do universo. B. leis naturais que regem os fenômenos. C. argumentos metafísicos da natureza. D. políticas econômicas da vida social. E. fatos filosóficos do mundo natural. Alternativa B Resolução: O texto-base demonstra que o caráter fundamental do positivismo de Comte é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis. Ao mesmo tempo, a descoberta dessas leis é o foco dos esforços do positivismo. Dessa maneira, a alternativa correta é a B. Analisando as demais alternativas, temos: A) INCORRETA – No texto-base é dito que o positivismo não quer investigar as causas, primeiras e finais, dos fenômenos. C) INCORRETA – Os argumentos metafísicos, para Comte, fazem parte do estado metafísico, etapa anterior ao estado positivo no qual a ciência auxilia na busca pelas leis que regem os fenômenos. D) INCORRETA – O texto-base não reflete uma busca do positivismo por políticas econômicas. E) INCORRETA – A Filosofia ocupa parte do estado metafisico na obra de Comte. Como dito, é no estado positivo que se busca pelas leis naturais que regem os fenômenos. QUESTÃO 88 Algumas salas de aula de escolas públicas de Boston, no nordeste dos Estados Unidos, começaram a usar o mapa do mundo elaborado a partir da projeção cartográfica de Gall-Peters, batizada em homenagem a James Gall, escocês aficionado por astronomia que a desenhou pela primeira vez em 1855, e ao historiador alemão Arno Peters, que a difundiu na década de 1970. Esse mapa mostra o tamanho e a proporção entre as áreas de países, continentes e oceanos com mais precisão. Em 2017, cerca de 600 escolas públicas da cidade norte-americana receberam cópias dele, noticiou o jornal The Boston Globe. Disponível em: <https://www.bbc.com>. Acesso em: 16 dez. 2020 (Adaptação). As informações mencionadas no texto evidenciam que a projeção cartográfica de Gall-Peters é classificada como: A. Equidistante. B. Equivalente. C. Conforme. D. Azimutal. E. Afilática. Alternativa B Resolução: As projeções cartográficas são classificadas de acordocom as propriedades geométricas da superfície que são capazes de preservar e evitar distorções, o que resulta em projeções conformes (preservam as formas), equidistantes (preservam as distâncias) e equivalentes (preservam as áreas). A projeção cartográfica de Gall-Peters é classificada como equivalente, pois, como é explicitado no texto, ela “mostra o tamanho e a proporção entre as áreas de países, continentes e oceanos com mais precisão”; o que torna a alternativa B correta e as alternativas A e C incorretas. As projeções também são classificadas de acordo com o tipo de superfície usado na transposição do globo terrestre para o mapa, o que resulta em projeções cilíndricas, cônicas e azimutais (ou planas). A projeção de Gall-Peters é do tipo cilíndrica, o que torna a alternativa D incorreta. A alternativa E está incorreta, pois as projeções afiláticas são aquelas que não conservam nenhuma propriedade geométrica da superfície. ENSX IGZM CH – PROVA I – PÁGINA 48 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 89 Um dia, eu meditava sobre o fato de que Esparta sendo, uma das cidades menos povoadas, não obstante, mostrado a mais poderosa e conhecida na Grécia, não pude deixar de me perguntar, querer saber, como tal coisa pode acontecer [...] Embora Licurgo que lhes deu leis, cuja obediência lhes devem sua prosperidade, ao fazer isso eu admiro você homem conhecido pela extrema sabedoria. XENOFONTE. A República dos Lacedemônios, I. 1-2. In: SILVEIRA, C. T. Do mítico ao histórico: Licurgo sob o olhar de Xenofonte e Plutarco. Alétheia – Revista de estudos sobre Antiguidade e Medievo, v. 2, ago./dez. 2009. O autor Xenofonte, ao analisar o poderio de Esparta, relaciona-o A. ao sistema legislativo espartano. B. à organização populacional. C. à constituição militarista. D. ao governo democrático. E. à posição geográfica. Alternativa A Resolução: O autor faz uma reflexão à medida que atribui as grandezas de Esparta não à sua população, mas ao sistema legislativo, leis que foram deixadas por Licurgo. Este que é uma figura que não se sabe seguramente se existiu, mas que faz parte da mitologia antiga. Acredita-se que Licurgo foi um legislador lendário que, segundo a tradição, viveu nos séculos IX-VIII na pólis espartana e deixou um conjunto de leis. Sua memória é recorrentemente mencionada em Esparta do século V a.C., o que torna a alternativa A correta e invalida a alternativa B. A alternativa C está incorreta, pois, embora Esparta seja reconhecida pelo seu poderio e organização militar, esse não é o aspecto tratado no texto por Xenofonte. A alternativa D está incorreta, pois em Esparta não se constituiu um governo democrático. E, por fim, a alternativa E está incorreta, pois Xenofonte também não atribuiu o poderio espartano à posição geográfica em que a cidade se encontrava. QUESTÃO 90 Mapas em escalas grandes permitem a representação de levantamentos com precisão geométrica; por isso são utilizados na administração geral (planejamento, construções, etc.) de obras públicas – sistemas de saneamento, distribuição de água, barragens, pontes, viadutos, estradas de ferro e de rodagem. Também são de uso imprescindível aos coletores de dados estatísticos, pois servem de instrumento básico para o registro geográfico e cadastral. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Noções Cartográficas: para Base Operacional Geográfica. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br>. Acesso em: 25 mar. 2021 (Adaptação). Os mapas em escalas grandes possibilitam as aplicações citadas pelo texto porque são indicados para A. reduzir o terreno um grande número de vezes. B. levantar dados mais gerais em nível nacional. C. mostrar as divisões políticas entre países. D. representar um alto nível de detalhes. E. cartografar extensas áreas territoriais. Alternativa D Resolução: O texto afirma que mapas em escalas grandes possibilitam a representação da superfície terrestre com grande nível de precisão e que, por isso, são amplamente usados na administração de obras públicas e na coleta de dados estatísticos. Isso é possível porque esses mapas reduzem a realidade um número menor de vezes, permitindo representar um nível maior de detalhamento. A alternativa A está incorreta, pois os mapas em escalas pequenas é que reduzem a realidade um número maior de vezes ao ser representada cartograficamente. A alternativa B está incorreta, pois os mapas em escalas grandes são mais indicados para representar informações mais específicas de regiões menores, como áreas urbanas. Os mapas em escala pequena é que são adequados para representar informações gerais em nível nacional. A alternativa C está incorreta, pois os mapas em escala pequena é que são apropriados para representar as divisões político-administrativas de um país ao possibilitarem cartografar áreas mais extensas. A alternativa E está incorreta, pois os mapas em escalas grandes, ao reduzirem a realidade um número menor de vezes, são apropriados na representação de áreas menos extensas, como é o caso de plantas de cidades, bairros ou construções. FNC7 ZZU4 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 CH – PROVA I – PÁGINA 49BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO