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ENSINO MÉDIO 1 - 2023 - VOLUME 1 - PROVA I Língua estrangeira: Inglês L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S ENSINO MÉDIO 1 - 2023 - VOLUME 1 - PROVA I Língua estrangeira: Espanhol L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 I lost my talk I lost my talk The talk you took away. When I was a little girl At Shubenacadie school. You snatched it away: I speak like you I think like you I create like you The scrambled ballad, about my world. Two ways I talk Both ways I say, Your way is more powerful. So gently I offer my hand and ask, Let me find my talk So I can teach you about me. JOE, R. I lost my talk. In: Poems of Rita Joe. Abanaki Press; 1st edition (January 1, 1978). Em “I lost my talk”, o eu lírico relata uma experiência que viveu em Shubenacadie, um internato para indígenas na Nova Escócia, Canadá. Nesse poema, o eu lírico se queixa do(a) A. cobrança para resgatar uma cultura antiga que deixou de ser importante. B. violência física que sofreu durante os anos que passou no internato. C. fato de ter se tornado incapaz de falar e conversar com as pessoas. D. perda de sua identidade pela imposição de uma cultura de prestígio. E. conflito que as duas línguas que domina causam em sua mente. Alternativa D Resolução: O poema apresenta a língua como uma parte essencial da identidade e da expressão cultural do indivíduo. Sua autora, Rita Joe, conta sua própria experiência quando foi forçada a abandonar sua língua nativa no período em que viveu em Shubenacadie, um internato para indígenas órfãos na província canadense da Nova Escócia. Ao ser forçada a adotar o inglês e abandonar sua língua materna, a autora argumenta que perdeu não apenas uma conexão vital com seu passado e seu povo, mas também com sua própria identidade. 3CN3 Para ela, isso foi o mesmo que apagar sua herança. E ela não foi forçada apenas a “falar”, mas também a “pensar” e “criar” em inglês, a cultura dominante que se sobrepôs às tradições, crenças e valores de seu povo. Sendo assim, está correta a alternativa D. As demais alternativas estão incorretas porque: (A) a cultura indígena que a autora foi forçada a abandonar ainda é importante para ela. Logo, a alternativa contradiz o texto; (B) não se fala em violência física no texto, mas em opressão cultural, que não deixa de ser um tipo de violência; (C) a autora não perdeu a capacidade de falar. Quando diz que perdeu a fala ou a voz (I lost my talk), ela se refere à perda da sua cultura de origem; (E) não há elementos no texto que indiquem confusão mental causada pelo uso de duas línguas. QUESTÃO 02 The problem with the English language in India Imagine living in a nation where you, a member of the majority, are unable to read the label of the medicine you must give your child, the menu at a local restaurant or even the warning signs of the road. This is the world that hundreds of millions of Indians live in simply because the elite prefer English. This discrimination has become so systemic that the elite and middle classes send their children to English private schools while the vast poor send theirs to the government schools of their mother tongue. One need not mention that universities and even government jobs require fluency in English. Therefore, a person’s socioeconomic status in Indian society is approximately in line with his or her fluency in the language. Many states in India have attempted to make English the medium of instruction for all schools; however, the shortage of teachers who can even speak English is surreal. What is perhaps most damning is that because of this favoritism afforded to the English language the cultures of India are dying as they lose out on generations of authors, activists, actors, artists, playwrights, innovators, orators, and businesspersons who would have otherwise contributed to, and enriched, their own language. AULA, S. Disponível em: <www.forbes.com>. Acesso em: 16 mar. 2021. [Fragmento] No que diz respeito à sociedade indiana, o autor do texto critica A. os índices elevados de analfabetismo entre a população mais pobre. B. o nível insuficiente de proficiência dos indianos na Língua Inglesa. C. a qualidade e eficiência do ensino nas escolas públicas indianas. D. a discriminação social baseada no conhecimento da Língua Inglesa. E. a formação precária dos professores de inglês das universidades. REO2 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa D Resolução: No primeiro parágrafo, o autor afirma que uma grande parcela da população indiana não consegue compreender instruções ou informações básicas porque estão em inglês, por uma imposição da elite do país, que prefere o idioma às línguas locais. Dessa forma, aqueles que desconhecem o inglês são discriminados e excluídos. Essa discriminação se reflete nas escolas: enquanto as elites e a classe média enviam seus filhos para escolas privadas que ministram em inglês, resta aos mais pobres enviar seus filhos para as escolas públicas, que ensinam nas línguas nativas locais. O autor conclui o primeiro parágrafo afirmando que o status socioeconômico de uma pessoa na sociedade indiana se equipara à sua fluência na língua: “[...] a person’s socioeconomic status in Indian society is approximately in line with his or her fluency in the language”. Sendo assim, está correta a alternativa D. As demais alternativas estão incorretas porque: (A) não há informações sobre os índices de analfabetismo no texto, apenas sobre a incapacidade de boa parte dos indianos de compreender o inglês; (B) a crítica do autor não se dirige à falta de proficiência dos indianos no inglês, mas à preferência da elite indiana por esse idioma e a forma como impõe seu uso; (C) não há qualquer crítica à qualidade do ensino nas escolas públicas indianas. O autor apenas afirma que elas recebem alunos das classes mais pobres e ensinam em sua língua nativa; (E) o autor afirma que a escassez de professores que falam inglês na Índia é tão grande que se refere a isso como “surreal”. Entretanto, ele não faz qualquer menção à formação de professores de inglês universitários. QUESTÃO 03 Barcelona warns it will not grant license to controversial capsule apartment project A Barcelona company has announced that it is building an apartment that will house 15 people in tiny capsules spread over just 100 square meters, but city authorities have said they will never issue a business license for such an initiative. Haibu 4.0, the company behind the project,says the pods are not meant for tourists, but for longer stays by residents who cannot afford the soaring rents of the Catalan capital or who have long daily commutes to work from their regular residence. The group rented a space in July and began adapting it to their needs. Each pod is 120 cm wide, 120 cm high and 200 cm long. Inside there is a bedbase that you can lift to put suitcases inside, a headboard that can also be used for storage, a folding table, shelves, a wall socket and a USB charger. But the city of Barcelona frowns on the initiative. Housing councilor Josep Maria Montaner said there is no room for such a project in Barcelona. “The rules say that any housing unit must have a surface area of at least 40 square meters, which means that this company will never obtain the necessary operating licenses,” he warned. Disponível em: <https://elpais.com/>. Acesso em: 15 set. 2018. [Fragmento adaptado] 3YI3 Segundo o texto, a empresa Haibu 4.0 pretende construir microapartamentos de cerca de 2 metros quadrados em Barcelona. Apesar de controverso, a empresa considera o projeto positivo, pois seu objetivo é A. construir moradias coletivas e doá-las à cidade. B. criar um espaço para acolher moradores de rua. C. oferecer hospedagem mais em conta para turistas. D. propiciar um espaço minimalista para imigrantes. E. fornecer moradias mais baratas no centro da cidade. Alternativa E Resolução: A resposta para a questão está no segundo parágrafo do texto. De acordo com esse trecho, os microapartamentos não são destinados a turistas, o que já invalida a alternativa C, mas a possíveis residentes que não têm condições de arcar com os elevados aluguéis cobrados em Barcelona ou a pessoas que precisam se deslocar por grandes distâncias diariamente desde o trabalho até suas casas. Assim, está correta a alternativa E. Não há informações no texto que respaldam as alternativas A, B e D. QUESTÃO 04 Seemingly perfect lives I have looked up old school friends on Facebook and have never come away feeling good about life. I’m often left feeling like a bit of a loser thanks to their seemingly perfect lives with their perfect homes, perfect families and perfect friends. Today, we have access to the lives of other people in a way that we have never had in the past. Without social media we wouldn’t know what our friends have for breakfast, lunch and dinner, or what they’re listening to, reading, watching… the list is endless. So it’s easy to understand why we get envious from time to time. We’re constantly taking in little moments from other people’s lives and it’s difficult not to compare their lives to our own. We should compete against ourselves and try to surpass our own achievements rather than trying to outdo others. Look at ways you contrast rather than compare with other people, and realise that by comparing ourselves to others we forget our own achievements. I have come to realise that although I don’t have the perfect partner, dream home or even have a car of my own, I’ve had some great times and great friends. If I find myself typing in an old classmate or colleague’s name into the search bar I stop myself and drop a good friend a message. Looking at my own timeline I’m starting to appreciate that I might not be such a loser after all. WILLIAMS, Angharad. Disponível em: <http://www.thejournal.ie/>. Acesso em: 04 jun. 2018. [Fragmento adaptado] No texto anterior, a autora relata sua experiência pessoal em relação ao uso de redes sociais com o objetivo de A. convencer os leitores de que é preciso parar de se comparar com os outros. B. mostrar a futilidade das informações divulgadas nos perfis das redes sociais. C. refletir sobre a competição exagerada entre amigos na sociedade atual. D. valorizar o contato pessoal direto em vez do contato via redes sociais. E. criticar a exposição excessiva da vida pessoal nas redes sociais. MBBC LCT – PROVA I – PÁGINA 2 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A) CORRETA – No penúltimo parágrafo, a autora defende que cada um deve lutar para superar suas próprias limitações, em vez de se preocupar em superar o outro: “We should compete against ourselves and try to surpass our own achievements rather than trying to outdo others”. Ela afirma ainda que, quando mantemos o foco na comparação, nos esquecemos de nossas conquistas: “[...] by comparing ourselves to others we forget our own achievements”. B) INCORRETA – A autora relata, no segundo parágrafo, que hoje em dia, graças às redes sociais, temos acesso a uma lista infinita de informações sobre a vida de outras pessoas. Entretanto, ela não faz críticas à qualidade das informações divulgadas. C) INCORRETA – A autora não foca seu texto na competição exagerada entre amigos. Ela destaca que, com a exposição da vida pessoal nas redes sociais, é difícil não compararmos nossas vidas com as de outras pessoas. Para ela, cada um deve competir contra si mesmo, lutar para se superar e alcançar novas conquistas. D) INCORRETA – Em nenhum momento do texto a autora defende que o contato pessoal direto deve ser mais valorizado do que o contato via redes sociais. E) INCORRETA – Embora esteja implícita, no segundo parágrafo, a exposição excessiva da vida pessoal nas redes sociais, a autora não tece nenhuma crítica quanto a isso. Sua crítica direciona-se às comparações constantes que fazemos entre nossa vida e a dos outros, nos esquecendo de que também temos nossas conquistas. QUESTÃO 05 Amnesty International is a global movement of people fighting injustice and promoting human rights. Learn more about the campaigns, issues, cases, and countries we are currently focused on. PRIORITY ISSUES DEATH PENALTY We work to abolish the death penalty in the U.S. and globally HUMAN RIGHTS DEFENDERS We protect the people on the front lines defending all of our rights CLIMATE JUSTICE We advocate for ending Greenhouse Gas Emissions through a just transition to green energy TECHNOLOGY What do our fundamental rights look like in the digital age? GENDER, SEXUALITY & IDENTITY We protect the rights of women, LGBT, and Indigenous communities INDIVIDUALS AT RISK We help free people imprisoned for exercising their human rights NATIONAL SECURITY & HUMAN RIGHTS We expose and help end torture and other human rights violations DEADLY FORCE & POLICE ACCOUNTABILITY We expose and help stop unlawful killing by police Disponível em: <https://www.amnestyusa.org/>. Acesso em: 2 set. 2020. No texto, entre as questões defendidas pela Anistia Internacional para promover os direitos humanos e combater a injustiça social estão o(a) A. defesa da propriedade tecnológica digital e a transição para o uso de energia limpa. B. luta pela eliminação dos gases do efeito estufa e a libertação de presos comuns. C. exposição ampla dos casos de tortura e proteção das comunidades indígenas. D. repúdio ao assassinato de policiais em serviço e a proteção dos direitos humanos. E. engajamento na luta do público LGBT e a defesa da pena de morte nos Estados Unidos. Alternativa C Resolução: Entre as questões defendidas pela Anistia Internacional estão a exposição ampla dos casos de tortura, conforme indica o segundo item da lista, e a proteção das comunidades indígenas, conforme aponta o quinto item. Logo, a alternativa correta é a C. A alternativa A está incorreta porque em momento algum o texto menciona a defesa da propriedade tecnológica digital. A alternativa B está incorreta porque não se fala em libertação de presos comuns, mas sim daqueles que foram presos por exercerem seus direitos humanos, no sexto item. A alternativa D está incorreta porque o texto não menciona o repúdio ao assassinato de policiais, mas o uso desproporcional da força policial e os casos de assassinato cometidos por esses agentes da lei, conforme aponta o terceiro item. Por fim, a alternativa E também está incorreta porque a AnistiaInternacional defende, no primeiro item, o fim da pena de morte em todo o mundo, o que inclui, obviamente, os Estados Unidos. Q7YP EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 Windows 98 sigue vivo. Los colores chillones, el sonido enlatado y los gifs pixelados continúan en géneros musicales como el vaporwave, una corriente contracultural en la que el pasado se encuentra muy presente. Da igual que sea popular o no: este estilo bucea entre todo lo que tiempo atrás fue desprestigiado para recuperarlo con más fuerza. Un bofetón ochentero que, paradójicamente, no entiende de generaciones. “Es la apropiación y recontextualización de la música popular, principalmente de los años 80 o 90”, explica a eldiario.es Clinton Affair, un artista inglés de vaporwave alojado en Madrid. Entre los rasgos del género, señala que las canciones “son cortas, repetidas en bucle y suelen estar acompañadas de una estética correspondiente al periodo en el que se ambienta”. LUNA, J. A. Disponível em: <https://www.sinembargo.mx/>. Acesso em: 07 jun. 2019. No artigo, o uso da expressão “da igual que” (linha 02) indica que o estilo vaporwave inspira-se em A. programas de computadores atuais e na cultura hacker dos cyberpunks. B. elementos futuristas e predominantemente na cultura inglesa oitentista. C. vestimentas e modos de comportamento entendidos atualmente como retrógrados. D. notícias e acontecimentos de prestígio veiculados há mais de duas décadas pelas rádios. E. elementos computacionais e em estética musical que alcançou sucesso ou não no passado. Alternativa E Resolução: A alternativa E está correta, pois o termo retoma tudo o que foi dito antes, no primeiro parágrafo, sobre elementos da computação, e liga ao que se explica com mais detalhes, no 2º parágrafo, a respeito da produção musical dos anos 80 e 90. A alternativa A está incorreta, já que não há menção à cultura hacker ou cyberpunk no texto. A alternativa B também está incorreta, pois, apesar de se referir à cultura “oitentista”, não se limita geograficamente à Inglaterra. A alternativa C está incorreta, porque o desprestígio a que se refere o texto é o que tinham os elementos apropriados pela cultura vaporwave tempos atrás, não que sejam considerados retrógrados atualmente (o que se aplica também aos modos de comportamento). A alternativa D está incorreta, pois se fala, no 2º parágrafo, de música popular dos anos 80 e 90, não de notícias e acontecimentos prestigiosos. QUESTÃO 02 Disponível em: <www.facebook.com>. Acesso em: 12 jul. 2021. É comum, nas redes sociais, haver postagens que transmitam positividade. O texto anterior concretiza essa ação, pois A. reconhece a vida como um presente. B. realça a autonomia na utilização do tempo. C. celebra a quinta-feira como um dia produtivo. D. desvincula as realizações do poder financeiro. E. desvaloriza a linearidade dos dias da semana. GA53 YJYG LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa B Resolução: No texto em análise, em que se transmite uma mensagem positiva sobre a utilização do tempo, é realçada a ideia da autonomia em seu uso. Todos têm 24 horas em seu dia, mas cada um pode decidir como usá-las (“Tú decides como invertirlo.”). Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque a vida, nessa mensagem, não é entendida como um presente, mas afirma-se que a vida presenteia cada um de nós com um cheque de 24 horas. A alternativa C está incorreta porque o texto não menciona a ideia da produtividade, apenas deseja ao interlocutor uma excelente quinta-feira. A alternativa D está incorreta porque, ainda que a mensagem utilize o vocabulário do campo semântico financeiro para construir seu sentido, utilizando termos como “cheque” e “invertirlo”, não se menciona a falta de vínculo entre o poder financeiro e as realizações. A alternativa E está incorreta porque o texto não aborda a linearidade dos dias da semana, seja para valorizá-la, seja para desvalorizá-la. QUESTÃO 03 Un chip pequeño. Un avance enorme. Ya llegó el primer chip diseñado específicamente para la Mac. El sistema en chip (SoC) M1 de Apple tiene 16 000 millones de transistores e integra CPU, GPU, Neural Engine, E/S y mucho más en un diminuto chip. Por eso, te brinda un rendimiento increíble, tecnologías exclusivas y una eficiencia energética líder en la industria. El chip M1 es más que un paso adelante: es la entrada al futuro de la Mac. Disponível em: <www.apple.com>. Acesso em: 2 jun. 2021. [Fragmento] Para alcançar sua intenção comunicativa, a peça publicitária da Apple explora a significação de termos contraditórios no título. Esses termos expressam o(a) A. eficiência que garante a liderança da empresa no setor. B. alto rendimento em um espaço reduzido. C. exclusividade do chip no mercado de tecnologia. D. desenvolvimento tecnológico à frente de seu tempo. E. pioneirismo no uso da tecnologia M1. Alternativa B Resolução: No título da peça publicitária em análise, os termos pequeño e enorme estabelecem uma relação de oposição. Eles são utilizados para expressar que, apesar de pequeno, o chip é inovador e possui muitos recursos tecnológicos, ofertando ao seu usuário um alto rendimento e um avanço em relação às demais tecnologias. Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque o texto não menciona que haja uma liderança da Apple no setor em que atua, mas sim que a eficiência energética do chip M1 é líder na indústria. Além disso, nessa alternativa está expressa apenas a ideia relacionada àquilo que é enorme, mas não àquilo que é pequeño. A alternativa C está incorreta porque, ainda que o chip tenha sido projetado exclusivamente para o Mac, as ideias de pequeño ou enorme não podem ser observadas na proposição dessa alternativa. A alternativa D está incorreta porque, no texto, não se expressa que o chip represente um desenvolvimento tecnológico à frente de seu tempo, mas sim que, por meio dele, o Mac poderá entrar no futuro. Além disso, as noções de pequeño ou enorme não podem ser observadas nessa alternativa. A alternativa E está incorreta porque, ainda que a tecnologia seja pioneira, nessa ideia não se delineia a oposição em análise. QUESTÃO 04 Silvina, bailarina Hola, me llamo Silvina, ya sé que Silvina es un nombre poco común, pero es que todo el mundo no deja de decirme que yo también soy una niña fuera de lo común. Además Silvina rima con bailarina y eso no es casualidad por que bailar es una de las cosas que más me gusta hacer, aunque no es lo único que se me da bien... Desde que estaba en la tripa de mami, danzaba y danzaba sin parar como si fuera una sirenita en medio del mar… Me hicieron una fotomicrografía (una foto muy, muy, muy chiquitita), y descubrieron que yo venía con un cromosoma de más. “Tiene trisomía del par 21”, dijeron los médicos algo serios. Papi y mami al principio se preocuparon, pero enseguida se informaron bien de lo que significaba aquello, y prepararon todo para recibirme como me merecía. Y lo hicieron realmente bien porque mi llegada fue tan sonada, que todavía sigue en casa el alboroto. Flores, risas, abrazos y regalos… Abuelos, abuelas, tíos, tías, primos y primas… Amigos, mascotas, vecinos, y vecinas… ¡Todos esperándome! LATONDA, E. Silvina, bailarina. Disponível em: <http://bibliotecainfantil.fundaciononce.es>. Acesso em: 22 ago. 2019. [Fragmento] Ao se apresentar e contar um pouco de sua história,a narradora torna evidente que A. ela é muito amada por sua família. B. sua mãe dançava balé durante a gravidez. C. sua família e amigos lamentaram sua condição de saúde. D. ela protagoniza a história dedicando-se à dança e à fotografia. E. ela foi recebida com muito amor e cuidado em meio a dificuldades financeiras. 84YU 9EFB EM 1ª SÉRIE – VOL.1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A alternativa A está correta, pois os preparativos que os pais, familiares e amigos proporcionaram para a chegada da garota indicam sua preocupação para com ela, de modo que fica claro que é muito amada por essas pessoas. A alternativa B está incorreta, pois, segundo o texto, quem dançava balé era a própria menina, que o fazia ainda dentro do útero materno, como se pode comprovar em “Desde que estaba en la tripa de mami, [yo] danzaba y danzaba sin parar como si fuera una sirenita en medio del mar […]”. A alternativa C está incorreta, pois, segundo o texto, não houve nenhum episódio de lamentação quando os pais descobriram que ela possuía um cromossomo a mais; houve apenas uma breve preocupação, que os levou a buscar informações e a se prepararem adequadamente para sua chegada. A alternativa D está incorreta, pois a garota não se dedica à fotografia. A foto mencionada no texto é parte do exame a que foi submetida quando ainda estava no útero de sua mãe. A alternativa E está incorreta, pois não se mencionam as condições financeiras de sua família quando de seu nascimento. QUESTÃO 05 15 cosas que hacer en la CDMX No sé si a ustedes les pase, pero a mí me ocurre que cuando tengo tiempo libre prefiero quedarme a disfrutar de la tranquilidad de la ciudad. Si en estos días de descanso no te animaste a pueblear, te invitamos a recorrer las calles de la Ciudad de México y descubrir algunos rincones. 1. Explora el Bosque de Chapultepec La primera sección de Chapultepec está llena de espacios que te sorprenderán. Desde “El Castillo” hasta otras zonas ocultas como el audiorama, aquí podrás pasar un día divertido y lleno de cultura. 2. Ve por un cafecito Si lo tuyo es descubrir nuevos sabores, entonces relájate en algún café o casa de té que hay en la ciudad. La oferta es basta y actualmente existen muchos lugares especializados en el arte de preparar la taza de capuchino perfecta. […] 5. Maravíllate con los museos No cabe duda que la Ciudad de México tiene una gran variedad de museos con interesantes exposiciones, pero algunos de ellos por sí mismos son verdaderas obras de arte que valen la pena ver, pues su arquitectura los han convertido en íconos de la ciudad. […] 15. Saca tus dotes de fotógrafo Aprovecha la cámara de tu smartphone y sal a la ciudad a capturar los mejores detalles que hacen a la CDMX un lugar único y lleno de riqueza cultural. Te recomendamos darte una vuelta por algunos de los recintos que albergan los murales más espectaculares o bien admira las fachadas de algunos de los edificios más representativos del Centro Histórico. Disponível em: <https://www.mexicodesconocido.com.mx>. Acesso em: 18 fev. 2019. [Fragmento] O texto apresenta algumas sugestões de atividades a serem realizadas na capital do México, bem como pontos turísticos a serem visitados. De acordo com as indicações, o(s) A. prédio conhecido como El Castillo abriga objetos de arte rústica. B. Centro Histórico é eclético e tem edifícios com fachadas de luxo. C. cafés são boas opções para novas experiências gastronômicas. D. Bosque de Chapultepec recebe apresentações tradicionais do país. E. museus chamam muito a atenção pelo estilo arquitetônico moderno. Alternativa C Resolução: Segundo o texto-base, que apresenta sugestões de visitação a pontos turísticos e do que fazer na Cidade do México, caso o leitor se interesse por descobrir novos sabores, sugere-se a visitação a cafés e casas de chá, pois há muitos na cidade (“Si lo tuyo es descubrir nuevos sabores, entonces relájate en algún café o casa de té que hay en la ciudad. La oferta es basta [...]”). Desse modo, os cafés são opções para quem deseja novas experiências gastronômicas. Assim, está correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque o texto não informa o que existe no prédio conhecido como El Castillo. A alternativa B está incorreta porque não se afirma no texto que o Centro Histórico seja eclético ou que as fachadas dos prédios sejam de luxo, apenas se sugere que sejam admiradas as fachadas de alguns edifícios – supõe-se que pela beleza. A alternativa D está incorreta porque, no texto, informa-se que, no Bosque de Chapultepec, pode-se passar um dia divertido e cheio de cultura, mas não se informa que o espaço receba apresentações tradicionais. A alternativa E está incorreta porque, apesar de a Cidade do México contar com museus que são por si só verdadeiras obras de arte, não se afirma no texto que essa caracterização se deva ao fato de terem o estilo arquitetônico moderno. NØXS LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 DAVIS, J. Disponível em: <://tirinhasdogarfield.blogspot.com.br>. Acesso em: 19 set. 2018. Os textos carregam funções específicas e diversas, a fim de alcançar o público e transmitir a mensagem pretendida. Na tirinha, a função da linguagem predominante é aquela responsável por A. focar nos textos verbal e não verbal e na seleção do vocabulário. B. direcionar-se à própria mensagem como meio de provocar sensações. C. privilegiar os posicionamentos e impressões dos autores das mensagens. D. destacar o canal de comunicação e o contato por si só entre interlocutores. E. trabalhar as emoções do receptor e seu resultado no processo comunicativo. Alternativa D Resolução: As funções da linguagem dizem respeito à forma com que essa será utilizada de acordo com a intenção do falante. Na tirinha, a função da linguagem predominante é a função fática. Na função fática, o foco não está na mensagem, mas sim no estabelecimento ou interrupção da comunicação entre os interlocutores. Destaca-se, pois, o canal de comunicação, logo, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, pois o texto da tirinha se baseia na interjeição de concordância “ahã”, não havendo reflexão acerca da seleção de vocabulário dos textos, conforme esperado da função metalinguística da linguagem. A alternativa B está incorreta, pois a função poética preocupa-se com a maneira pela qual a mensagem será transmitida, sendo a mensagem o principal elemento comunicativo. Na tirinha, a mensagem se encontra em segundo plano, não havendo preocupação com o conteúdo veiculado. A alternativa C está incorreta, pois considera a subjetividade do emissor como o principal objetivo da comunicação. Na tirinha, não há o compartilhamento de opiniões entre os interlocutores, típico da função emotiva da linguagem. A alternativa E está incorreta, pois considera a função conativa como predominante na tirinha. Na função conativa, a linguagem é persuasiva, com o intuito de convencer o receptor, função ausente nessa tirinha, na qual os interlocutores, simplesmente, mantêm o canal comunicativo aberto, sem preocupação com o impacto da mensagem no receptor. QUESTÃO 07 Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com>. Acesso em: 26 fev. 2021. Nessa tirinha, a construção da mensagem comunicativa se dá a partir da ideia de que, para o garoto, o A. acontecimento comumente ruim se transformou em algo positivo, pois permitiu a aproximação com a família. B. momento enfrentado pela família possibilitou aos membros da casa concentrarem-se em seus afazeres. C. evento danoso possibilitou o desenvolvimento da imaginação devido às brincadeiras sem tecnologia. D. episódio da falta de energia foi ideal para fazer seus deveres de casa com a ajuda do pai e da mãe. E. cenário de perigo despertou medo, mas a situação foi apaziguada pelo pai com histórias divertidas. WKJC F7AV EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A tirinha apresenta, em seu primeiro quadro, um evento negativo (a interrupção da energia elétrica). A expectativa da narrativa, entretanto, é quebrada nos quadros subsequentes, pois a personagem conta como, a partir desse evento, ela passou um longoperíodo (“a noite”) com o pai, lendo. Isto é, graças ao evento negativo, houve uma aproximação familiar. Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B é incorreta, pois a leitura não era um afazer, e sim uma atividade prazerosa. Fica explícito que pai e filho leram um livro, e não que cada um foi cumprir seus afazeres. A alternativa C é incorreta, pois, na tirinha, não se fala em brincadeiras. A alternativa D é incorreta, pois “pegar o livro” não faz referência ao livro didático (ou outro livro com “deveres de casa”); faz, pelo contrário, referência à leitura literária, ou à outra realizada por prazer. A alternativa E é incorreta, pois a personagem não expressa medo. QUESTÃO 08 A pequena cidade de Javé será submersa pelas águas de uma represa. Seus moradores não serão indenizados e não foram sequer notificados porque não possuem registros nem documentos das terras. Inconformados, descobrem que o local poderia ser preservado se tivesse um patrimônio histórico de valor comprovado em “documento científico”. Decidem, então, escrever a história da cidade – mas poucos sabem ler e só um morador, o carteiro, sabe escrever. Depois disso, o que se vê é uma tremenda confusão, pois todos procuram Antônio Biá, o “autor” da obra de cunho histórico, para acrescentar algumas linhas e ter o seu nome citado. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Narradores_de_Jave> Acesso em: 21 nov. 2012. A sinopse anterior, sobre o filme nacional Narradores de Javé, 2003, dirigido por Eliane Caffé, ressalta a importância da linguagem escrita, ao mostrar que o(a) A. literatura é uma forma de escapar dos problemas da realidade. B. narrativa oral resgata uma tradição nacional esquecida. C. história de um povo deve ser escrita por todos. D. registro histórico ajuda a preservar o patrimônio cultural. E. registro escrito constitui uma memória indestrutível. Alternativa D Resolução: A sinopse esclarece que o filme demonstra que o registro histórico escrito ajuda a preservar o patrimônio cultural, uma vez que a existência de um documento escrito de caráter científico que atestasse o patrimônio histórico impediria que as referidas terras fossem submersas pelas águas de uma represa. Por essa razão, está correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta porque a sinopse do filme não alega que a literatura seja uma forma de escapar dos problemas da realidade. A alternativa B está incorreta porque não há foco nem menção na sinopse acerca da narrativa oral e como ela resgata uma tradição nacional. A alternativa C está incorreta porque não existe essa postulação na sinopse de que a história de um povo deva ser escrita por todos. A alternativa E está incorreta, pois a sinopse não conclui que o registro escrito possa constituir uma memória indestrutível. FSD7 QUESTÃO 09 Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço. ANDRADE, C. D. Procura da poesia. In: A rosa do povo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. [Fragmento] A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. No trecho, coexistem diferentes funções da linguagem, sendo predominante a A. conativa, pois o autor esquematiza a composição de um texto literário. B. metalinguística, pois o poema reflete sobre o processo de escrita. C. referencial, pois o foco está na descrição dos objetos em análise. D. poética, pois o autor inova no emprego dos recursos linguísticos. E. emotiva, pois o eu lírico valoriza seus sentimentos mais íntimos. Alternativa B Resolução: No poema de Carlos Drummond de Andrade, o poeta reflete sobre o processo de escrita, sobre seu fazer poético, predominando, portanto, a função metalinguística da linguagem em seu texto. Está correta, assim, a alternativa B. A alternativa A aponta que a função predominante seria a conativa. Embora essa função esteja presente nos versos em que o autor dialoga com seus leitores, como “Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. / Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.”, não há no texto uma esquematização clara de como compor um texto poético, mas sugestões altamente subjetivas de como lidar com o ato de criação. Além disso, a metalinguagem permeia todos os versos em análise, diferentemente da conativa, que está presente somente em alguns. Portanto, essa alternativa está incorreta. A alternativa C está incorreta porque a função referencial é aquela que se centra na mensagem, na informação. É uma função muito comum no meio jornalístico, em que se busca informar um fato de forma objetiva e direta. HOEB LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa D está incorreta porque, embora o texto de Drummond seja um poema, não é empregada a função poética em sua composição. Essa função consiste em utilizar, na construção do texto literário, aspectos inovadores da língua, explorando a linguagem conotativa. A alternativa E está incorreta porque a função emotiva é aquela que busca exprimir sentimentos íntimos. Embora seja muito comum em textos literários, especialmente na poesia, não é usada no caso em apreço, em que não há descrição de sentimentos pessoais do poeta, mas sim reflexões sobre o processo da escrita. QUESTÃO 10 Cadê teu suin-? Cadê teu repi- Quem é teu padri- Onde é que tu to- Cadê teu suin- Guitarra não po- Desista mole- Quem é que te indi- Cadê teu suin- CAMELO, M. Cadê teu suin-?. In: Bloco do eu sozinho. Los Hermanos. CD. Abril Music, 2001. [Fragmento] Para estruturar o texto da canção, o autor considerou, em todos os versos, A. a sílaba tônica da última palavra. B. o ditongo crescente na última palavra. C. o hiato na primeira e na última palavra. D. a posição da sílaba tônica em cada palavra. E. a ocorrência de semivogais na última palavra. Alternativa A Resolução: A última palavra de cada verso tem sua última sílaba suprimida, no entanto a primeira palavra do verso seguinte inicia-se com a sílaba que completa a palavra anterior. A sonoridade do texto não é afetada porque a última palavra dos versos é paroxítona, acomodando a sílaba da palavra que inicia os versos, já que as primeiras palavras não têm sua primeira sílaba pronunciada de forma enfática. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque não há ditongo nas últimas palavras. A alternativa C está incorreta porque não há hiato em todas as palavras que terminam os versos, somente em “suingue”. A alternativa D está incorreta porque somente a sílaba tônica das palavras que iniciam e terminam os versos são levadas em consideração, já que os versos não apresentam mesmo número de sílabas gramaticais nem poéticas. Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há semivogais nas últimas palavras; em “suingue”, na sílaba “gue” há, na verdade, um dígrafo, já que “gu” denota um fonema somente. 6SPA QUESTÃO 11 Disponível em: <https://valimpublicidade.com>. Acesso em: 20 abr. 2017. A publicidade anterior explora a função metalinguística da linguagem, uma vez que A. usa palavras num texto essencialmente imagético. B. sugere a leitura involuntária do código linguístico. C. vende um produto enquanto vende um espaço. D. utiliza o próprio texto para se dirigir ao público. E. divulga um espaço para um texto publicitário. Alternativa E Resolução: O texto é um outdoor, ou seja, um anúncio em um painel de grande extensão exposto em via pública,cujo objetivo é divulgar um produto, marca, etc. O que esse outdoor divulga é seu próprio espaço para que uma marca anuncie seu produto. Assim, a função metalinguística se faz presente no ato de a marca vender seu produto para que outra marca venda seu produto. É um texto publicitário que vende um texto publicitário. Portanto, a alternativa E é a correta. A alternativa A está incorreta porque o outdoor não é um texto essencialmente imagético, mas sim um texto que explora recursos verbais e não verbais. Além disso, ser essencialmente imagético não implica ser necessariamente metalinguístico. A alternativa B está incorreta porque a leitura do texto não é involuntária, já que as letras são grandes, e o painel fica exposto em pontos estratégicos da cidade; além do mais, isso não tem relação com a metalinguagem. A alternativa C está incorreta porque, para esse texto, o espaço é o produto, portanto relacionam-se à mesma coisa. Por fim, a alternativa D está incorreta porque é característica comum aos textos publicitários utilizar o próprio texto para se dirigir a seu público-alvo, portanto não é algo específico do outdoor em análise. Além disso, dirigir-se ao público não implica utilizar a estratégia da metalinguagem. QUESTÃO 12 As comunidades de relacionamento, independente de seu formato, dão suporte a toda uma diversidade de gêneros em seu interior, com maior destaque ao chamado post, de extensão e nível de formalidade variado e que tem por marca a anexação de símbolos visuais, como os chamados “emoticons”, compensadores frequentes da ausência de entonação encontrada nesse suporte. IØHL GR8C EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Por um lado se lida com a perspectiva de uma prontidão de resposta quase tão instantânea quanto a da fala, mas em meio escrito. Ainda acerca desses símbolos, “emoticons”, ao contrário do que se supõe, seu uso não é anárquico, havendo mesmo uma espécie de sintaxe para esses símbolos, já que não podem ser utilizados, por exemplo, ao bel-prazer, em qualquer parte da frase. O conjunto das potencialidades do mundo virtual e de sua comunicação, com certeza, ainda estão por ser descobertas em plenitude. Aguardemo-las enquanto navegamos e descobrimos esse mundo. NASCIMENTO, A. U. S. Disponível em: <http://educacao.globo.com>. Acesso em: 21 set. 2017. [Fragmento] O texto apresenta o uso dos emoticons em posts como compensadores da ausência de entonação encontrada no suporte digital. Sua utilização mostra, nesse gênero, A. a anarquia na forma de expressão. B. o hibridismo entre a fala e a escrita. C. a instantaneidade de compreensão. D. a relação entre texto formal e informal. E. a substituição de palavras por símbolos. Alternativa B Resolução: A questão solicita que se identifique o que pode ser inferido pelo uso dos emoticons em posts como compensadores da ausência de entonação encontrada no suporte digital. Considerando que a entonação é uma característica expressiva da fala, o que, no texto escrito, seria representado por sinais gráficos de pontuação, percebe-se que o uso de emoticons exerce uma função que aproxima o texto da fala. Há no post, portanto, o hibridismo entre fala e escrita, como afirma a alternativa B. A anarquia na forma de expressão, proposta na alternativa A, é contrária ao que é defendido no texto, pois este defende justamente que há uma espécie de sintaxe para o uso dos símbolos. A instantaneidade de compreensão, sugerida em C, também não pode ser inferida do uso de emoticons em posts, pois, embora o símbolo já transmita a emoção do autor, o sentido do texto é construído na relação entre o aspecto verbal e o não verbal. A relação entre texto formal e informal, sugerida na alternativa D, não pode ser inferida pelas informações que constam do texto, pois tanto fala como escrita possuem diversos níveis de formalidade. Por fim, a função do símbolo não é substituir palavras, conforme sugere a alternativa E, mas contribuir para a construção de sentido do texto. QUESTÃO 13 III Colada à tua boca a minha desordem. O meu vasto querer. O incompossível se fazendo ordem. Colada à tua boca, mas descomedida Árdua Construtor de ilusões examino-te sôfrega CTFB Como se fosses morrer colado à minha boca. Como se fosse nascer E tu fosses o dia magnânimo Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer. HILST, H. Do desejo. In: ______. Da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. A linguagem apresenta funções distintas de acordo com a intenção do emissor. No poema de Hilda Hilst, a função poética da linguagem é predominante devido à presença de elementos que A. expressam o sentimento do eu lírico. B. inserem a ficção nos eventos narrados. C. exploram a forma na construção imagética. D. confundem o leitor na compreensão textual. E. abordam a subjetividade da experiência amorosa. Alternativa C Resolução: A função poética da linguagem está relacionada a uma preocupação com a forma como a mensagem será transmitida, o que, no poema, é feito por meio da construção das imagens que conformam o sentido dos versos e a versificação. Por isso, está correta a alternativa C. A alternativa A é incorreta, pois a expressividade dos sentimentos pode ser descrita pela função emotiva, e o eu lírico, nesse texto, refere-se apenas ao emissor, não revelando explicitamente o que sente; antes disso, nota-se o trabalho com a linguagem para se transmitir uma mensagem. A alternativa B é incorreta, pois não há precisamente uma narrativa, e sim a justaposição de imagens construindo o sentido poético; além disso, não há elementos que apontem para uma ficção no texto. A alternativa D é incorreta, pois o objetivo não é confundir o leitor, e sim apresentar o significado de outra maneira. A alternativa E é incorreta, pois a experiência amorosa pode ser representada por meio de outras funções da linguagem, não sendo esse aspecto o que define a função poética. QUESTÃO 14 Dez definições Verdade é uma opinião mais sensível num instante determinado. Mentira é uma opinião menos necessária por mais tempo. Arte é o que acontece, porém com algumas modificações pra quem não tem paciência de sair de casa e viver a sua própria vida. Diplomacia é uma boca-livre entre dois países críticos, seus smokings, uísques e dúvidas protocolares. Peixes são minerais ativos que rebolam dentro d’água. Moda é um vestido de uma noite. Família é um conjunto de pessoas que não têm dinheiro pra pagar, cada uma, seus malditos aluguéis. Deus é um pai ausente que nunca teve mãe. Mãe é uma gaiola com pé-direito bem grande, cercada de algodão por todos os lados. Vida é isso daqui mesmo, por incrível que pareça... BONASSI, F. Folha de S. Paulo, caderno Ilustrada, 02 set. 2000. KTOO LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Ao comparar a definição das palavras apresentada no texto com seus significados dicionarizados, o autor tem como objetivo A. evocar a quantidade de definições predeterminadas no título, sem a preocupação de relacioná-las logicamente. B. estabelecer uma relação, feita pelo pensamento, entre as palavras que remetem à associação entre os conceitos. C. dispor ideias comuns aleatoriamente para sugerir o caos do cotidiano e a velocidade dos acontecimentos. D. desconstruir a acepção, consagrada pelo uso, dos conceitos sobre os quais discorre, e redefini-los ludicamente. E. aludir à fragmentação do conhecimento por meio da disposição de conceitos ambíguos e sem relação entre si. Alternativa D Resolução: No texto, o autor redefine palavras de acordo com a sua percepção sobre como estas se realizam na vida. Dentro da sua perspectiva, os termos ganham sentido outro que aquele definido pelo dicionário, sendo construídos em tom descontraído, condizente com os usos cotidianos que busca replicar. Desse modo, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, poisas definições estabelecidas pelo autor são construídas dentro de uma sequência coerente, relacionando-se entre si. A alternativa B está incorreta, pois a associação estabelecida entre conceitos e palavras se pauta pelas ações cotidianas que, segundo o autor, a elas se relacionam. A alternativa C está incorreta, pois as ideias comuns são dispostas dentro de um contínuo, que vai de aspectos individuais da moral passando por conceitos coletivos que culminam no termo mais amplo, a vida. A alternativa E está incorreta, pois o jogo de sentidos é estabelecido entre a definição do dicionário e uma definição mais próxima da experiência humana com essas palavras, estando todos os conceitos relacionados entre si por essa experiência. QUESTÃO 15 Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem-comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente [protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário [o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas [...] Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare – Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. BANDEIRA, M. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. [Fragmento] MJ5U Todo texto apresenta peculiaridades a fim de que o objetivo pretendido pelo autor seja alcançado. No fragmento do poema, identifica-se a função emotiva da linguagem, pois A. o travessão, no último verso, propõe uma reflexão num diálogo com o leitor. B. o eu lírico demonstra irritação ao negar os valores de poetas do passado. C. a estrutura do próprio poema reflete a crítica do autor a poetas de outrora. D. o gênero textual escolhido pelo autor é o que determina o objetivo do texto. E. a comparação entre o clássico e o moderno sensibiliza leitores de poesia. Alternativa B Resolução: No texto, o eu lírico se mostra indignado com a forma pragmática de compor poesia, em que elementos normativos e engessados impedem uma criação poética espontânea. É possível, assim, perceber a presença do emissor em trechos como “Estou farto do lirismo comedido”, “Quero antes o lirismo dos loucos”, “Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”, indicando uma necessidade de subverter a ordem do lirismo clássico e de fazer uma poesia livre, sem censuras de estilo. Assim, predomina, no texto, a função emotiva da linguagem, corretamente explicada na alternativa B. A alternativa A está incorreta porque o travessão representa a materialização do discurso do eu lírico após suas reflexões; além disso, a função da linguagem associada à interlocução com o leitor é a conativa. A alternativa C está incorreta porque a função da linguagem focada no próprio código linguístico é a metalinguística. A alternativa D está incorreta porque a função emotiva da linguagem não está limitada ao gênero literário lírico, logo não é o fato de o autor ter escolhido o gênero textual poema que define a função de seu texto. Por fim, a alternativa E está incorreta porque a sensibilização dos leitores, no poema, relaciona-se ao posicionamento do eu lírico a respeito do lirismo e de como deve ser o fazer poético; além do mais, a comparação entre termos está ligada ao uso objetivo da linguagem, comum à função referencial. QUESTÃO 16 A curiosidade de um ouvinte belo-horizontino foi despertada após escutar o slogan de uma estação de rádio de sua cidade natal. Ele pensou, então, que haveria duas possibilidades de escrita, grafadas a seguir: I. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe por que ouve. II. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe, porque ouve. A diferença na escrita das palavras em destaque implica à interpretação dos slogans A. duplicidade de sentidos, pois o texto I exprime a ideia de “razão”, e o II a de explicação. B. ideia de consequência de um fato no texto I, e noção de causa no texto II. C. incoerência, posto que os pronomes relativos nos textos I e II estão mal-empregados. D. redundância, já que existe certeza do informado nos dois textos. E. semelhança de sentido, mas classificações morfológicas diferentes. 5FZN EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa A Resolução: A frase ouvida no rádio pode ser interpretada de duas maneiras diferentes, dependendo de como transcrita. Em “Você sabe por que ouve”, o “por que” é equivalente a “motivo pelo qual”, impondo uma razão para a ação de ouvir, ou seja, os ouvintes sabem o motivo de ouvir à rádio. Já em “Você sabe, porque ouve”, o “porque” é uma conjunção coordenativa explicativa, equivalendo-se a “pois”, ou seja, a explicação de o ouvinte saber das coisas do mundo é o fato de ele ouvir à rádio. A alternativa A, portanto, está correta. A alternativa B está incorreta porque interpreta erroneamente os “porquês” em ambas as frases. C, porque sequer foram empregados pronomes relativos; na primeira frase o “que” é um pronome indefinido, e na segunda o “porque” é uma conjunção. D e E estão incorretas, porque, como exposto, os sentidos das frases são diferentes, além disso, pode-se afirmar que há redundância apenas na primeira frase, em que o ouvinte já saberia de antemão a razão de ouvir à rádio. QUESTÃO 17 Disponível em: <https://sociotramas.wordpress.com>. Acesso em: 29 jul. 2016. Para que um texto seja compreendido com clareza, é fundamental que sejam percebidos alguns fatores externos à sua elaboração. Na imagem anterior, o principal elemento da textualidade para produção de sentido é a A. intencionalidade, pois é preciso notar a desconstrução do quadro como sugestão de novo padrão de beleza. B. intertextualidade, pois deve-se mobilizar conhecimentos de outro texto para perceber a mensagem transmitida. C. informatividade, pois os observadores devem adquirir informações inéditas sobre a obra de arte em análise. D. situacionalidade, pois a recepção do conteúdo etá condicionada ao local em que a obra for exposta. E. aceitabilidade, pois o conhecimento prévio é importante para perceber a crítica a um movimento artístico. Alternativa B Resolução: No texto em análise, é trabalhada a intertextualidade entre a famosa obra Mona Lisa e o hábito, na atualidade, de tirar selfies com o celular, fazendo “biquinho” com a boca. Para compreender adequadamente o texto, o leitor/espectador tem que dispor de conhecimentos prévios sobre esses dois dados – obra e hábito –, de modo a inferir o caráter humorístico do texto em questão, que parodia uma ação comum dos jovens, transpondo-a para um quadro de uma mulher cujo sorriso/lábio sempre despertou mistério e interesse. A alternativa correta é, portanto, a B. YF33 A alternativa A é incorreta, pois o texto não se compromete a desconstruir a famosa obra de arte para estabelecer um novo padrão de beleza, mas sim parodia uma situação cotidiana dos jovens da atualidade. A alternativa C é incorreta, pois o objetivo do texto não é fornecer informação inéditas sobre a obra de arte em análise, até porque ela foi alterada. A alternativa D é incorreta, pois a compreensão do texto é possibilitada a todos que tenham contato com ele e disponham dos conhecimentos prévios necessários para sua compreensão, não sendo o local onde está exposta um fator relevante para a análise da obra. A alternativa E também está incorreta. De fato, o conhecimento prévio é importante para a análise dessa obra; contudo, não é feita uma crítica a um movimento artístico em especial, mas sim a um comportamento dos jovens da atualidade. QUESTÃO 18 Parte enfim para os serros pertendidos, Deixando a Pátria transformada em fontes, Por termos nunca usados, nem sabidos, Cortando matos, e arrasando montes; Os rios vadeando mais temidos Em jangadas, canoas, balsas, pontes, Sofrendo calmas, padecendo frios Por montes, campos, serras, vales, rios. GRASSON, D. In: COSTA, C. M. A poesiados Inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. O trecho pertence a um poema que trata da busca de Fernão Dias pelas esmeraldas no interior do Brasil seiscentista. Para tal, explora-se a característica narrativa de apresentar A. impressões interiores sendo exteriorizadas. B. encenação orientada pelo próprio narrador. C. acontecimentos sucessivos em um espaço. D. história contada pela fala das personagens. E. expressão subjetiva das emoções experimentadas. Alternativa C Resolução: A questão solicita que o aluno identifique a característica que define o trecho do poema como pertencente ao gênero narrativo. O texto apresenta a narração da aventura iniciada pela personagem no Sertão do país, atravessando matas, montes e rios em condições nem sempre favoráveis. Há, portanto, a apresentação de uma sucessão de acontecimentos situados no espaço, o que torna correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta porque propõe que o texto apresenta impressões interiores sendo exteriorizadas, o que está incorreto, pois se trata de uma narração objetiva em terceira pessoa. A alternativa B está incorreta porque sugere que há uma encenação orientada pelo narrador, o que está incorreto, pois não se trata de gênero dramático. A alternativa D está incorreta porque sugere que há uma história contada pela fala das personagens, o que também descreveria o gênero dramático. A alternativa E está incorreta porque propõe que há expressão subjetiva das emoções experimentadas, o que caracterizaria o gênero lírico. T8U3 LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 19 “Antes que seja tarde demais.” Disponível em: <http://wwf.org>. Acesso em: 30 ago. 2017. A peça publicitária de uma ONG que atua nas áreas de conservação, investigação e recuperação ambiental leva à reflexão de que A. os desmatamentos atacam indiretamente a vida humana. B. os habitantes da zona rural preservam o local onde vivem. C. a degradação à natureza é mais constante em áreas rurais. D. os depredadores escolhem maciços florestais para desmatar. E. o reflorestamento é uma prioridade em países desenvolvidos. Alternativa A Resolução: A publicidade da ONG WWF mostra um enorme bosque cuja imagem retratada lembra dois pulmões humanos. No canto inferior direito, vê-se que parte do bosque foi desmatado, constituindo em uma metáfora que simboliza a seguinte situação: quanto mais se ataca a natureza, mais se ataca o ser humano, já que este depende daquela. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque nada no texto aponta para uma suposta preservação da natureza por parte dos habitantes da zona rural. A alternativa C está incorreta, porque, mesmo que a afirmação esteja correta – uma vez que a zona urbana recebe este nome justamente por já ter desmatado as florestas locais para a construção da cidade –, não é essa informação que o texto privilegia, já que pretende trazer a mensagem de que é necessário preservar as florestas para preservar a vida. A alternativa D também está incorreta, ainda que sua afirmação seja verdadeira: é natural que sejam escolhidas grandes porções florestais para o desmatamento por motivos econômicos, logísticos etc., no entanto, não é objetivo do texto comunicar esse fato. Finalmente, a alternativa E está incorreta, porque o texto não traz dado algum que informe aos leitores o grau de prioridade do reflorestamento em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. QUESTÃO 20 Quais são as espécies mais ameaçadas de extinção no Brasil? O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio Ambiente realizada em 2008. O levantamento anterior, feito em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía peixes e outras espécies aquáticas. 2MWR TCFG O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Mas o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, e que levam milhares ou até mesmo milhões de anos para ocorrer, a exemplo do que aconteceu com os dinossauros. Porém, o homem vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente deste processo. “Os animais em risco estão muitas vezes sufocados pelo desmatamento provocado pela pecuária, pela abertura de terras, pela poluição e a expansão urbana”, diz a bióloga Ellen Augusta de Freitas. JOENCK, A. Disponível em: <https://www.terra.com.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento] A fala de uma bióloga é usada para reiterar um ponto de vista a respeito da extinção de animais no Brasil. Com base nisso, o texto defende que o A. processo é decorrente da própria cadeia evolutiva. B. agente responsável é principalmente o ser humano. C. evento ocorre lentamente e é inevitável aos humanos. D. levantamento exposto é pouco claro sobre a realidade. E. acontecimento é tão esperado como o dos dinossauros. Alternativa B Resolução: Considerando que a bióloga Ellen Augusta de Freitas aborda o fato de os animais muitas vezes serem sufocados por ações como a pecuária e a expansão urbana, percebe-se que sua fala reitera o posicionamento da autora de que o ser humano vem acelerando a taxa de extinção das espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente desse processo. Assim, no último parágrafo do texto, vê-se o posicionamento da autora e a fala da bióloga, citada como autoridade no assunto. A alternativa correta é, portanto, a B. Nesse sentido, a frequência com que espécies vêm sendo extintas não é considerada natural nem esperada dentro do processo evolutivo, o que invalida as alternativas A e E. A alternativa C está incorreta porque, por mais que a extinção natural das espécies seja lenta e inevitável, como pode ser inferido do texto, o posicionamento defendido é de que o ser humano agravou a situação, apressando eventos naturais. Por fim, o texto expõe que o levantamento atual sobre as espécies é completo e que o anterior não incluía peixes e outras espécies aquáticas, o que invalida a alternativa D, que o caracteriza como pouco claro. QUESTÃO 21 – Vai ser uma catástrofe! – O que eu podia fazer? – Você podia ter falado pra ela não vir. – Eu ia falar uma coisa dessas? – Por que não? – Uma pessoa me telefona falando que quer vir passar uns dias na minha casa: aí eu falo pra ela não vir? – Por que não? – Você falaria? – Claro que eu falaria. HUTF EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO – Pois eu não. – Eu falaria: “Escuta, fulana, eu fico muito feliz de você ter se lembrado de mim e da minha casa, mas seria melhor você não vir, porque meu marido não só não aprecia visitas, como também, e principalmente, não aprecia crianças, tanto é que nós não as temos.” – Muito engraçado... Já imaginou eu dizendo isso pra ela ou pra quem quer que seja? – Você não disse; o resultado aí está: eles vêm. – São só seis dias, Artur. – Só seis dias... VILELA, L. A cabeça. São Paulo: Cosac Naify, 2002. p. 85. Ao longo de sua existência, os seres humanos desenvolveram formas de narrar as suas experiências no mundo. Muitos modelos de narrativas foram produzidos em variadas épocas. O relato no fragmento se caracteriza por A. privilegiar um discurso em que a violência verbal explicita o conflito entre as partes. B. apresentar uma única personagem que explora o caráter ambíguo das reflexões alheias. C. construir-se em uma linguagem dinâmica que reproduz diálogos familiares no cotidiano. D. ser inverossímil ao denunciar o caráter absurdo da conversação entre as personagens. E. estruturar-se com o propósito de fomentar a encenação de uma peça teatral contemporânea. Alternativa C Resolução: No fragmento em análise, a narração se caracteriza por expor diálogos rápidos, dinâmicos, que ilustram uma conversação entre duas pessoas, que discutemsobre determinado assunto de conflito entre elas. Percebe-se um tom cotidiano, familiar, na conversa, que expõe a intimidade das personagens e colabora para o dinamismo do diálogo. Está correta, assim, a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois o discurso evidenciado no texto não expõe uma violência verbal, mas um mero confronto de argumentos sobre determinado assunto. A alternativa B está incorreta, pois, no diálogo, são evidenciadas duas personagens: o marido e a esposa. A alternativa D está incorreta, pois a conversa exposta no texto nada tem de inverossímil ou absurda, mas, ao contrário, representa uma discussão de casal possível e plenamente aceitável no contexto cotidiano. A alternativa E está incorreta, pois o propósito do texto não é fomentar a encenação de uma peça de teatro contemporâneo, mas sim evidenciar uma conversa dinâmica entre um casal no dia a dia, em um texto que se aproxima de um gênero narrativo como crônica, romance ou conto. QUESTÃO 22 Dos subúrbios do Rio à Antuérpia, Guilherme Paraense Disponível em: <https://odia.ig.com.br>. Acesso em: 25 fev. 2021. [Fragmento] 4MFS Na manchete retirada de uma reportagem, duas palavras recebem acentuação gráfica, pois configuram-se como paroxítonas A. terminadas em ditongo oral. B. terminadas em ditongo nasal. C. terminadas em hiatos tônicos. D. cujas sílabas tônicas terminam em “r”. E. cujas tonicidades estão na última sílaba. Alternativa A Resolução: As palavras “subúrbios” e “Antuérpia” são palavras paroxítonas (com a penúltima sílaba tônica) terminadas em ditongos orais – isto é, sílabas com duas vogais que têm o som produzido apenas pela boca, em oposição aos ditongos nasais, quando o som também é produzido pelo nariz. Por isso, a alternativa A é a correta. A alternativa B é incorreta, pois as palavras não apresentam ditongos nasais. A alternativa C é incorreta, pois o hiato ocorre quando há uma sílaba com apenas uma vogal, o que não ocorre na manchete. A alternativa D é incorreta, pois a terminação das sílabas tônicas em “r” não é o que define a acentuação das palavras. A alternativa E é incorreta, pois a tonicidade das palavras não está na última sílaba, mas sim na penúltima. QUESTÃO 23 Há 20 anos radicada no Brasil, a australiana Alison Entrekin já verteu para o inglês algumas obras importantes da literatura brasileira. Alguns exemplos são Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector, Cidade de Deus, de Paulo Lins, Estação Carandiru, de Drauzio Varella, Budapeste, Leite derramado e O irmão alemão, de Chico Buarque, entre outros. Agora está diante da missão mais desafiadora de sua carreira, traduzir Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, para a língua inglesa. Missão hercúlea diante da qual vários outros tradutores ingleses já jogaram a toalha. BORTOLOTI, M. Disponível em: <http://epoca.globo.com>. Acesso em: 04 set. 2017. O fragmento anterior foi retirado de um texto jornalístico, em que a linguagem figurada pode ser empregada como ferramenta linguística. Nesse sentido, apresenta sentido conotativo o vocábulo A. “obras”. B. “literatura”. C. “língua”. D. “tradutores”. E. “toalha”. Alternativa E Resolução: Considerando-se que a linguagem conotativa é figurada, opondo-se, portanto, à linguagem denotativa, que é literal, a análise dos cinco vocábulos expostos nas alternativas revela que somente a palavra “toalha”, na alternativa E, foi empregada fora de seu sentido objetivo. Q5XM LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A expressão “jogar a toalha” deriva de esportes de combate, como o boxe. O técnico ou a equipe do lutador jogam a toalha no ringue com a intenção de interromper a luta porque eles consideram que seu atleta não está apto para decidir se continua. Esse gesto, simbolicamente, indica a desistência pelo combate, ainda que o lutador discorde da decisão. Dessa forma, a expressão “jogar a tolha” apresenta o sentido figurado ou conotativo de “desistir”. No texto jornalístico em pauta, quando o autor emprega o vocábulo “toalha”, há noção de figuração, pois o intuito é afirmar que outros tradutores ingleses desistiram da tarefa de traduzir o romance Grande sertão: veredas. Os vocábulos nas alternativas de A a D, por outro lado, são usados em sentido denotativo. QUESTÃO 24 A importância da leitura para a sua vida profissional e pessoal Quando desenvolvemos o hábi to da le i tura, independentemente de que tipo de leitura estejamos falando, desenvolvemos e apuramos também o nosso senso crítico. Isso quer dizer que passamos a analisar de forma mais racional e inteligente os fatos que acontecem ao nosso redor, sem nos deixar levar pela opinião alheia, evitando, assim, nos tornarmos pessoas alienadas, que não conseguem formular opiniões, conceitos e dar sugestões por conta própria. Outro grande motivo, que faz com que a leitura seja verdadeiramente importante em todos os âmbitos de nossa vida, é o fato de que ela nos ajuda a conhecer novas palavras e termos, tornando, assim, o nosso vocabulário ainda mais amplo e rico. Com isso, temos cada vez mais desenvoltura e somos mais bem compreendidos em todas as nossas formas de nos expressarmos, ou seja, na oratória e também na escrita. Disponível em: <www.ibccoaching.com.br>. Acesso em: 8 maio 2021. [Fragmento adaptado] Conforme apontado pelo texto, a leitura é importante para a vida pessoal e profissional, pois A. melhora a forma do indivíduo de se comportar. B. colabora para a emissão de opiniões corretas. C. auxilia as pessoas que não sabem escrever. D. proporciona pensamentos mais inteligentes. E. permite apurar o senso crítico dos leitores. Alternativa E Resolução: O texto discute a importância da leitura para a vida pessoal e profissional, destacando que, por meio dela, os leitores têm seu senso crítico mais apurado, conseguindo desenvolver melhor sua capacidade de argumentação e emissão de opinião. Está correta, assim, a alternativa E. A alternativa A está incorreta, pois o texto menciona que a leitura ajuda na desenvoltura para se expressar, seja na oralidade, seja na escrita, e não que ela melhore a forma do indivíduo de se comportar. A alternativa B está incorreta, pois o texto não deixa entrever a ideia de que a leitura possibilite a emissão de opiniões corretas, mas sim que ela auxilia na formulação de opiniões próprias – o que não significa que estejam corretas. 5REW A alternativa C está incorreta, pois o texto também não menciona que a leitura ajude as pessoas que não sabem escrever; aborda apenas que ajuda no desenvolvimento das habilidades de oratória e escrita. A alternativa D está incorreta, pois também não se pode dizer que a leitura proporcione pensamentos inteligentes, mas sim que ela ajuda a pensar de forma mais racional e inteligente. QUESTÃO 25 Tragédia brasileira Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. BANDEIRA, M. In: Estrela da Manhã. São Paulo: Global Editora, 2012. [Fragmento] O que aproxima o conto de Manuel Bandeira a gêneros jornalísticos é o fatode o texto A. apresentar linguagem predominantemente objetiva. B. verificar o entendimento do leitor acerca da narrativa. C. persuadir o leitor a crer na versão apresentada do fato. D. expressar o conflito emocional da personagem criminosa. E. enfatizar questões subjetivas, como a cor do vestido da vítima. Alternativa A Resolução: Os gêneros jornalísticos têm foco na transmissão de informações de maneira objetiva e clara, o que se verifica no texto por meio da descrição objetiva, na qual não se identificam as impressões do narrador. Está correta, portanto, a alternativa A. A verificação do entendimento do leitor acerca da narrativa, sugerida em B, estaria presente no texto caso houvesse marcas de interlocução e / ou pressuposição de interlocutor – o que não acontece e invalida essa alternativa. Não pode ser identificada uma tentativa de persuasão do leitor, como proposto em C, pois não há marcas linguísticas de argumentação no texto – este apresenta-se no mundo narrado, com elementos concretos sobrepondo-se aos subjetivos. O5FZ EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa D propõe erroneamente que se expressa o conflito emocional da personagem criminosa, mas o conflito de Misael não é colocado de maneira explícita, em expressões, uma vez que somente o relato, objetivo e conciso, é colocado explicitamente – apenas fica subentendido, pelas mudanças de residência e pelas traições, seu sofrimento. Além disso, expor conflito emocional não é uma característica de gênero jornalístico. A alternativa E sugere que o texto enfatize questões subjetivas, como a cor do vestido da vítima, o que está incorreto, pois não se trata de algo subjetivo, uma vez que cores, apesar de simbólicas, aqui não apresentam explicitamente o significado de uma delas. QUESTÃO 26 CENA II TELMO (chegando ao pé de Madalena, que o não sentiu entrar) – A minha senhora está a ler? MADALENA (despertando) – Ah! Sois vós, Telmo. Não, já não leio: há pouca luz de dia já; confundia-me a vista. E é um bonito livro, este! O teu valido, aquele nosso livro, Telmo. GARRETT, A. Frei Luís de Sousa. Porto: Porto Editora, 2017. Considerando as informações presentes entre parênteses no trecho, sua função no gênero em pauta é A. contextualizar o espectador com um resumo dos fatos que serão encenados. B. explicar informações ambíguas do texto para evitar falhas na encenação. C. separar a fala emitida pelo coro e o diálogo principal entre as personagens. D. especificar atitudes e expressões das personagens com indicações cênicas. E. organizar o texto por meio da indicação de quem proferirá a fala seguinte. Alternativa D Resolução: A questão solicita que se indique qual é a função das informações presentes entre parênteses nos textos de gênero dramático. No trecho, as informações consistem em “(chegando ao pé de Madalena, que o não sentiu entrar)” e “(despertando)”, que especificam atitudes e expressões das personagens por meio de indicações cênicas. A alternativa correta é, portanto, D. As alternativas A e B estão incorretas porque, como são expressas apenas orientações cênicas, o objetivo dos parênteses não é especificar ou explicar informações ambíguas do texto, como expresso em B, ou resumir os fatos encenados como expresso em A, mas indicar as atitudes das personagens. As alternativas C e E estão incorretas porque essas informações não representam a fala do coro, como sugere a alternativa C, nem indicam quem proferirá a fala seguinte, como sugerido em E, pois se trata de observações do próprio autor da peça para dirigi-la, já que nesse gênero não há um narrador. S9HØ QUESTÃO 27 Araquém viu entrar em sua cabana o grande chefe da nação tabajara, e não se moveu. – Neste momento, Tupã não é contigo! replicou o chefe. O Pajé riu; e seu riso sinistro reboou pelo espaço como o regougo da ariranha. – Ouve seu trovão e treme em teu seio, guerreiro, como a terra em sua profundeza. Araquém proferindo essa palavra terrível, avançou até o meio da cabana; ali ergueu a grande pedra e calcou o pé com força no chão; súbito, abriu-se a terra. Do antro profundo saiu um medonho gemido, que parecia arrancado das entranhas do rochedo. Irapuã não tremeu, nem enfiou de susto; mas sentiu estremecer a luz nos olhos, e a voz nos lábios. ALENCAR, J. Iracema. São Paulo: Melhoramentos, 2012. Embora estruturada em prosa, a obra Iracema é permeada de construções líricas. O autor explicita isso ao A. narrar a relação entre humanos e a natureza por uma fábula. B. descrever as personagens como descendentes da floresta. C. caracterizar os nativos com profunda conexão com a natureza. D. apresentar um narrador-observador com linguagem denotativa. E. elaborar uma sequência temporal composta de lembranças. Alternativa C Resolução: As construções líricas são comuns no gênero poesia, mas podem ser encontradas em outros gêneros literários prosaicos. Entre as características dessas construções, estão o uso de figuras de linguagem e a recorrência da natureza como elemento que dá vida às imagens. Tendo isso em vista, a alternativa correta é a C, pois o excerto descreve as personagens a partir de uma relação estreita com a natureza, revelando seu caráter metafórico. A alternativa A é incorreta, pois a fábula pressupõe a humanização de animais, e não é isso que ocorre. A alternativa B é incorreta, pois a descrição não é feita por meio de uma construção lírica. A alternativa D é incorreta, pois a linguagem denotativa é aquela que se limita ao significado dicionarizado dos vocábulos, e isso é o avesso do lirismo. A alternativa E é incorreta, pois a sequência temporal, além de não ser a característica lírica, se justifica, nesse caso, pelo narrar, e não por uma lembrança em si. QUESTÃO 28 O bom marido Enquanto a mulher morria no trabalho, com oito filhos à cola, Teofrasto, o bom marido, procurava emprego. Teofrasto Pereira da Silva Bermudes. Magro, alto, arcado, feio. Bigodeira, orelhas cabanas, pastinha na testa. Dona Belinha casara-se contra a vontade dos seus, movida, quem sabe, menos de amor que de dó. Apiedou-a a humildade romântica de Téo, cujo palavrear de namoro feria habilmente uma tecla apenas – sua pobreza. LOBATO, M. Contos completos. São Paulo: Biblioteca Azul, 2014. [Fragmento] 6ØGY MH21 LCT – PROVA I – PÁGINA 16 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2023 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Na construção textual do fragmento do conto, a utilização de linguagem conotativa contribui para apresentar a imagem da personagem Belinha como A. preguiçosa no trabalho sem se preocupar com os cuidados dos filhos. B. iludida pelo marido, trabalhando excessivamente para manter sua casa. C. bondosa, pois considerava os caprichos dos filhos acima de seu marido. D. relapsa no sustento da própria casa, devido ao casamento por interesse. E. desapontada com a situação conjugal e os anseios materiais do parceiro. Alternativa B Resolução: Logo no início do conto, o fragmento “a mulher morria no trabalho” indica que dona Belinha era quem sustentava a casa através do seu trabalho em demasia, exagerado, sobremaneira. Além disso, infere-se que tenha sido iludida pela conversa de Teofrasto, “cujo palavrear de namoro feria habilmente uma tecla apenas – sua pobreza”. Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois não se pode dizer que dona Belinha era preguiçosa, visto que ela trabalhava demasiadamente. A alternativa C está incorreta, pois não se pode afirmar que dona Belinha considerava os caprichos dos filhos. A alternativa D está incorreta, pois, pelo texto, entende-se que era a mulher quem sustentava a casa, já que ela trabalhava em demasia, enquanto o marido procurava emprego. A alternativa E está incorreta, pois, no trecho em análise, não se indica que o casamento ia mal ou quais seriam os anseios materiais de Teofrasto. QUESTÃO 29
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