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Transtornos do Neurodesenvolvimento 1 Transtornos do Neurodesenvolvimento PREVALÊNCIA 3 Compreende o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, transtorno do espectro autista, transtornos específicos de aprendizagem, transtornos da comunicação, transtornos motores do neurodesenvolvimento e a deficiência intelectual. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade TDAH é o distúrbio neurocomportamental mais comum da infância. Caracteriza-se pela falta e a dificuldade de manter a atenção, o controle insatisfatório de impulsos e a hiperatividade com excessiva atividade motora. É apenas na entrada na escola que os sintomas se tornam mais evidentes, com predomínios dos sintomas de hiperatividade na pré-escola e de desatenção no ensino fundamental, prejudicando o rendimento escolar. Os fatores de risco para o desenvolvimento de TDAH incluem: muito baixo peso ao nascer, abuso infantil, negligência, múltiplos lares adotivos, infecções ou exposição ao álcool intraútero. Considera-se como “padrão persistenteˮ a presença de 6 ou mais sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade por, pelo menos, 6 meses e que interferem negativamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais. Desatenção: Não presta atenção a detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (durante as aulas, conversas ou leituras). Parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente, mesmo na ausência de qualquer distração. Não segue instruçõeos até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares e tarefas. Transtornos do Neurodesenvolvimento 2 Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (desorganizado, desleixado, dificuldade em cumprir prazos). Evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado. Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades. Facilmente distraído por estímulos externos. Esquece-se de realizar atividades cotidianas. HIperatividade e impulsividade: Remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira. “Não para ,ˮ não consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo. Levanta-se da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (sala de aula). É incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente. Corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. Interrompe ou se intromete nas conversas ou em brincadeiras dos outros. Deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída. Tem dificuldade para esperar a sua vez. Fala de mais. Deve-se especificar a gravidade do quadro atual (últimos 6 meses) em: Leve: poucos sintomas estão presentes além daqueles necessários para fazer o diagnóstico e os sintomas resultam em pequenos prejuízos no funcionamento social ou profissional. Moderada: sintomas ou prejuízo funcional entre “leveˮ e “graveˮ estão presentes. Grave: muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico estão presentes, ou vários sintomas particularmente graves Transtornos do Neurodesenvolvimento 3 estão presentes, ou os sintomas podem resultar em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional. Pode ser classificado nos subtipos apresentação combinada, predominantemente desatenta ou predominantemente hiperativa/impulsiva. O diagnóstico é clínico. Em relação ao tratamento, é indicada a TCC associada a medicamentos estimulantes, como o metilfenidato (inibidor da recaptação de dopamina) — ritalina. Os estimulantes podem cursar com efeitos colaterais leves, como redução no apetite, perda de peso transitória e distúrbios no sono, além do aumento de eventos cardiovasculares adveross — evitar o uso em crianças cardiopatas! O transtorno do espectro autista TEA em geral é diagnosticado antes dos 3 anos. As características essenciais para o diagnóstico são o prejuízo persistente na comunicação e interações social e a presença de padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades. Esses sintomas devem estar presentes desde o início da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário da criança. As manifestações clínicas variam de acordo com a gravidade do autismo, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica. O TEA é multifatorial, mas, dentre os fatores de risco conhecidos, podemos citar: idade parental avançada no momento da concepção, prematuridade, baixo peso ao nascer e exposição fetal ao ácido valproico. O diagnóstico pode ser feito na presença atual ou história prévia de déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos associados a pelo menos dois dos padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, presentes precocemente no período de desenvovimento e causando prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida no presente. Esses sintomas não devem ser mais bem explicados por deficiência intelectual ou por atraso global no desenvolvimento. Déficits na reciprocidade socioemocional: Abordagem social anormal. Dificuldade para estabelecer uma conversa normal. Transtornos do Neurodesenvolvimento 4 Comparitlhamento reduzido de interesses, emoções ou afetos. Dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais. Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais: Comunicação verbal e não verbal pouco integrada. Anormalidade no contato visual e linguagem corporal. Déficits na compreensão e uso de gestos. Ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal. Déficits para desenvolver, manter e compreneder relacionamentos: Dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos. Dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos. Ausências de interesse por amigos ou colegas. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos: Etereotipias motoras simples (como balançar o tronco). Alinhar brinquedos ou girar objetos. Ecolalia. Frases idiossincráticas (frases utilizadas em situações não habituais, tornando-se inexplicáveis para os ouvintes). Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões de comportamento: Sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições. Padrões rígidos de pensamento. Rituais de saudação. Necessidade de fazer o mesmo caminh ou ingerir os mesmos alimentos diariamente. Interesses fixos e altamente restritos: Forte apego ou preocupação com objetos incomuns. Transtornos do Neurodesenvolvimento 5 Interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos. Hiper ou hiporreatividade a etímulos sensoriais ou interesses incomuns por aspectos sensoriais do ambiente: Indiferença aparente à dor e temperatura. Reação contrária a sons ou texturas específicas. Cheirar ou tocar objetos de forma excessiva. Fascinação visual por luzes ou movimento. Até 70% dos pacientes com TEA têm algum outro transtorno mental associado. Os sinais de alerta no primeiro ano de vida para o TEA incluem: Atraso na aquisição do sorriso social. Desinteresse pela face humana. Olhar não sustentado ou ausente. Preferência por dormimr sozinho ou irritabilidade quando ninado no colo. Ausência de ansiedade de separação e indiferença quando os pais se ausentam. Não comunicar o que deseja e não olhar quando chamado. Platô ou regressão do desenvolvimento quanto ao comportamneto social e à linguagem. A SBP recomenda que toda criança seja submetida a uma triagem para o TEA entre 18 e 24 meses, mesmo na ausência de sinais de alerta e atrasos do DNPM. Os principais fatores prognósticos do TEA são a presença de deficiência intelectual e o comrpometimento da linguagem associados.
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