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MOVIMENTOS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE

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3/26/24, 1:58 PM wlldd_231_u1_res_soc_amb
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=natalileitesilveira%40gmail.com&usuarioNome=NATALI+DE+OLIVEIRA+LEITE+SILVEIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3923017&ati… 20/30
De forma recorrente, relatórios são editados para a divulgação de estudos e pesquisas sobre as
dimensões e implicações da desigualdade nos âmbitos global e brasileiro. Eles têm sido utilizados para
sensibilizar e contribuir na formulação de políticas públicas de combate à desigualdade. Um dos mais
importantes estudos foi editado pelas Nações Unidas em 2019 e trouxe um panorama global da
desigualdade econômica, social, racial e ambiental no século XXI. Você pode baixá-lo diretamente no site
da UNDP.
Outro relatório, também das Nações Unidas, editado em 2021, trouxe os dados da desigualdade na
Amárica Latina. Acesse-o também no site da UNDP.
INTRODUÇÃO
Estudante, nesta aula, estudaremos a importância dos movimentos sociais na promoção e proteção ao meio
ambiente. A�nal, muitas das pautas e discussões que temos sobre as questões ecológicas foram suscitadas
pelos movimentos sociais ao longo das últimas décadas, como é o caso do desmatamento das �orestas
tropicais, do aquecimento global, da perda da biodiversidade, da proteção aos animais, entre outras.
Além de conhecer a con�guração das principais entidades ambientais em nível nacional e internacional, o
conteúdo da aula destacará a importância das organizações não governamentais, conhecidas pela sigla ONG,
para a agenda ambiental. E nisso, você conhecerá as formas e o meio de atuação que, em breve, poderão
estar no âmbito de suas atividades pro�ssionais.
GÊNESE DO AMBIENTALISMO
O movimento ambiental tem origem na segunda metade do século XIX, com os grupos protecionistas criados
na Europa, que estavam preocupados com os efeitos das transformações advindas da Revolução Industrial,
como a perda de áreas selvagens e a poluição em cidades que se tornaram insalubres. Nessa perspectiva, a
primeira sociedade ambientalista privada foi criada na Inglaterra em 1863, chamada de Commons, Foot-paths
and Open Spaces Preservation Society (MCCORMICK, 1992).
Aula 4
MOVIMENTOS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE
O conteúdo da aula destacará a importância das organizações não governamentais, conhecidas pela
sigla ONG, para a agenda ambiental.
37 minutos
https://www.undp.org/pt/brazil/publications/relat%C3%B3rio-do-desenvolvimento-humano-2019
https://www.undp.org/pt/brazil/publications/relat%C3%B3rio-do-desenvolvimento-humano-2019
3/26/24, 1:58 PM wlldd_231_u1_res_soc_amb
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Já nos Estados Unidos, os primeiros grupos ambientalistas são da virada dos séculos XIX e XX, estabelecidos a
partir de duas compreensões sobre as relações do homem com a natureza: os preservacionistas, que
defendiam a manutenção de áreas virgens, intocadas, sem a interferências de atividades humanas; e os
conservacionistas, centrados na racionalização e compatibilização do uso dos recursos naturais com a
proteção ao ambiente (MCCORMICK, 1992). Essas leituras são re�exos das discussões da época, assentadas
ora na proteção da vida selvagem, ora nos efeitos da industrialização e da urbanização. Apesar de históricas,
essas duas visões, com variações e adequações – e, por vezes, em associação –, ainda são presentes na
compreensão contemporânea da proteção ao meio ambiente.
No �nal da década de 1950 e início da década de 1960, começa a surgir uma nova articulação de grupos e
entidades de proteção ao meio ambiente, in�uenciados pelos riscos da corrida nuclear, da explosão
demográ�ca, do aumento da degradação ambiental; fatores esses que foram exteriorizados por meio de
denúncias formuladas através da publicação de livros e artigos acadêmicos. Um caso emblemático é a obra
Primavera Silenciosa, de autoria da bióloga Rachel Carson, em 1962, que demonstrou os efeitos nocivos da
contaminação por pesticidas na agricultura e as consequências para o equilíbrio ecológico. Essa publicação
teve enorme repercussão nos meios acadêmicos e políticos, in�uenciando decisivamente o movimento
ambientalista e abrindo as discussões que levaram o governo norte-americano a criar a sua agência de
proteção ao meio ambiente nos anos de 1970.
A década de 1960 foi um período de efervescência em nível global, com a emergência de novos movimentos
sociais, pautados em reivindicações por direitos, inclusão, participação política e proteção ao ambiente, todos
em a�rmação de valores coletivos. Como exemplos, as exigências pelo exercício de direitos civis pela
população afro-americana nos Estados Unidos, liberados por Martin Luther King, e os protestos de “maio de
1968”, que eclodiu com as demandas culturais dos estudantes franceses em face das estruturas vigentes na
sociedade da época. Nesse período, o movimento ambientalista começa a se organizar não somente em
concepções preservacionistas e conservacionistas, mas assume a perspectiva crítica, na proposição de uma
ecologia política, conjugando aspectos materiais, como as implicações da poluição e da explosão demográ�ca
sobre a natureza, com aqueles enfoques de orientação ética, preocupados com a sobrevivência da vida
humana e não humana no planeta para as presentes e futuras gerações.
As décadas de 1970 e 1980 trouxeram uma nova con�guração na estrutura do movimento ambientalista. Se,
em um primeiro momento, os movimentos ambientalistas eram oriundos de pautas convergentes de
determinados setores da sociedade, o avanço das questões ecológicas no tabuleiro político e econômico da
governança global impuseram uma nova estruturação, em que começam a se organizar em nível institucional,
por meio de pessoas jurídicas de caráter não governamental, ora em organizações de âmbito internacional,
que traziam em seu bojo a premissa que os problemas ecológicos não eram somente locais, mas conjugavam
aspectos transfronteiriços e globais; ora como entidades nacionais, orientadas por pautas regionais e locais,
focadas nos projetos de desenvolvimento sustentável de acordo com a realidade em cada país. Em qualquer
dessas perspectivas, teríamos doravante a expansão de organizações de caráter não governamental,
estimuladas pelas Nações Unidas.
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No início do século XXI, surgiram novas formas de atuação em face dos problemas ambientais por meio de
ativismos impulsionados pelos avanços das novas tecnologias de informação e comunicação, especialmente
a internet e suas redes sociais. Uma das formas é o ciberativismo, em que comunidades virtuais de pessoas
com propósitos e pautas convergentes estimulam determinadas práticas. Um exemplo é o evento anual
chamado “Hora do Planeta”, organizado pela organização WWF, a qual é responsável por conjugar centenas
de cidades e quase 1 bilhão de pessoas em defesa das pautas patrocinadas pelo movimento, como a
emergência climática e a perda da biodiversidade.
Um importante ativismo, recente, que conjuga a atuação virtual e real, é o movimento de jovens suecos
iniciado pela jovem Greta Thunberg, que em maio de 2018 iniciou um protesto escolar às sextas-feiras em
frente ao Parlamento sueco, cobrando medidas contra a mudança climática. A princípio, sozinha, e depois
com a companhia de milhares de jovens que deixavam de participar das aulas para protestarem, Greta
inspirou um movimento que se espalhou pelo mundo com o nome de “sextas-feiras pelo clima”. O movimento
continua e é considerado um dos principais ativismos ambientais na contemporaneidade.
OS MOVIMENTOS AMBIENTAIS E AS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS
A compreensão dos movimentosambientalistas, como conhecemos atualmente, está diretamente ligada à
conversão de um número signi�cativo deles em pessoas jurídicas denominadas “organizações não
governamentais” – referenciadas pela sigla ONG –, com atuação destacada a partir da década de 1970. O
conceito de ONG é para aquelas pessoas que não se enquadram como governamentais ou empresariais de
�ns lucrativos; portanto, em sentido amplo, estão incluídos conceitualmente os sindicatos, as organizações
pro�ssionais e as entidades com pautas especí�cas, como de consumidores, de questões identitárias e outras
de promoção social. Entretanto, o conceito de ONGs na área ambiental é mais restrito, de�nidas como
pessoas privadas, não governamentais, sem �ns lucrativos, com propósitos de intervenção acerca de questões
globais às locais em prol das iniciativas de proteção e promoção do meio ambiente. Outras expressões são
utilizadas como equivalentes para caracterizar as ONGs ambientalistas, como “entidade do terceiro setor”, por
não fazer parte do governo (primeiro setor) ou do segundo setor (empresas privadas), ou ainda “organizações
da sociedade civil”.
As ONGs ambientalistas tiveram um forte estímulo e articulação a partir da Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, no ano de 1972. Diante das dinâmicas dos problemas
ecológicos, que são transfronteiriços, algumas das principais entidades ambientalistas estão organizadas em
nível internacional. Destacaremos algumas das principais organizações globais de proteção ambiental.
A primeira delas é o WWF, que é o Fundo Mundial para a Natureza, uma organização não governamental
criada em 1961, na cidade de Gland, Suíça. Com mais de cinco milhões de associados em todo o mundo, o
WWF tem “[...] como missão global conter a degradação do meio ambiente e construir um futuro no qual as
pessoas vivam em harmonia com a natureza” (WWF, 2020, [s. p.]). Tem linha centrada em projetos que atuam
na conservação da biodiversidade mundial, na garantia da sustentabilidade de recursos naturais renováveis e
na redução da poluição e do desperdício. O WWF se estabelece de forma transnacional por meio de uma rede
de entidades associadas e tem como símbolo um urso panda, uma vez que surgiu de uma ação para a
arrecadação de fundos para a proteção dessa espécie. O WWF-Brasil foi criado em 1996 e atua por meio de
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projetos no contexto econômico e social brasileiro, em especial, nos biomas brasileiros, como a Amazônia, o
Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal, e nos ecossistemas marinhos. Suas iniciativas “[...] buscam proteger e
restaurar a biodiversidade, fortalecer a agricultura familiar e a produção local, além de gerar estudos sobre o
impacto do desmatamento e das queimadas” (WWF, 2020, [s. p.]).
A segunda organização é o Greenpeace, criado em Vancouver, Canadá, em 1971. Trata-se de uma das mais
combativas organizações ambientalistas, que tem atuação por meio do ativismo ambiental e de mecanismos
de pressão sobre governos e empresas. O Greenpeace é mantido exclusivamente por seus associados,
recusando �nanciamento público ou empresarial. Entre as suas principais missões e valores, estão: (i)
proteger os ecossistemas e a biodiversidade em todas as suas formas; (ii) promover a paz, o desarmamento
global e a não violência; (iii) enfrentar as mudanças climáticas: (iv) promover soluções sustentáveis junto à
sociedade (GREENPEACE, 2022). O Greenpeace possui escritório no Brasil desde 1992 e desenvolve ações
ativistas em defesa da Amazônia e contra o desmatamento; na luta contra os agrotóxicos; no combate aos
efeitos danosos da mineração; entre outras.
A terceira organização internacional é a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos
Recursos Naturais – conhecida pela sigla em inglês IUCN –, criada na França, em 1948, com linha de
in�uência acadêmica e na busca de soluções ecológicas. Trata-se da maior rede de sociedades ambientais em
nível global, conjugando mais de 1.400 membros, entre órgãos governamentais e da sociedade civil (IUCN,
2019). A IUCN é reciprocamente um espaço de debates e de iniciativas para os projetos de conservação
ambiental em todo o planeta, conjugando a atuação de especialistas e populações locais em busca do
equilíbrio ecológico.
Além dessas estruturas ambientalistas internacionais, há aquelas de origem nacional, com atuação especí�ca
em áreas, regiões e povos na conjuntura brasileira. Relacionaremos três organizações do nosso país: S.O.S
Mata Atlântica, criada para a conservação do bioma de mesmo nome; Instituto Socioambiental (ISA), com
propósito de proteção aos povos originários; Instituto “O Direito por um Planeta Verde” (IDPV), de natureza
acadêmica, destinado às temáticas jurídicas ambientais.
A Fundação S.O.S Mata Atlântica é uma ONG brasileira criada em 1986 e que atua no fomento de políticas
públicas para a proteção e conservação da Mata Atlântica, um dos principais biomas brasileiros. Sua atuação
se dá por meio de estudos e monitoramento das intervenções antrópicas sobre o bioma, conscientização
pública e aprimoramento da legislação ambiental (SOS MATA ATLANTICA, 2021). Já o Instituto
Socioambiental (ISA) é uma organização criada em 1994 e que atua na defesa da diversidade socioambiental
brasileira, em especial, por projetos e iniciativas em conjunto com comunidades indígenas, quilombolas e
extrativistas, de modo a preservar e fortalecer a cultura e os saberes tradicionais (ISA, 2021). Em associação
com o acompanhamento de políticas públicas que in�uenciam direta e indiretamente os direitos das
populações originárias e tradicionais, o ISA desenvolve projetos de economia e soluções sustentáveis para
esses povos da sociodiversidade brasileira (ISA, 2021). Por �m, o Instituto “O Direito Por um Planeta Verde”
(IDPV), pessoa jurídica sem �ns lucrativos criada em 2005, reúne os principais especialistas na área do Direito
Ambiental no Brasil. O IDPV, uma das entidades �liadas à IUCN, é o responsável pela edição anual do
Congresso Brasileiro de Direito Ambiental, fórum de discussões com pesquisas e debates acadêmicos sobre
os principais desa�os e proposições sobre as demandas ecológicas em nível internacional e nacional.

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