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Rota9_Língua Portuguesa

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NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Língua Portuguesa I | Sentenças complexas – A subordinação | Aula 09 
 
Onde Chegar 
• Elencar os objetivos da Unidade Temática 
• Trabalhar em tópicos não numerados 
 
 
Esta Rota de Aprendizagem vai continuar o tema de sentenças complexas, mas desta vez, 
vai investigar a subordinação. Vamos analisar exemplos de orações subordinadas 
substantivas, subordinadas adjetivas e subordinadas adverbiais. 
• conceituar, exemplificar, definir, refletir, analisar 
O que Aprender 
• Período composto por subordinação 
 Subordinada substantiva 
 Subordinada adjetiva 
 Subordinada adverbial 
 
 Na aula anterior, começamos a estudar as sentenças complexas dando ênfase 
para as orações coordenadas, ou seja, em períodos compostos por coordenação. Nesse 
tipo de construção as sentenças são independentes e são agrupadas com ou sem o uso 
AULA 
09 
Sentenças complexas 
A Subordinação 
LÍNGUA PORTUGUESA I 
 
 
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Língua Portuguesa I | Sentenças complexas – A subordinação | Aula 09 
 
de conjunções. Quando juntadas por conjunções, estas podem indicar ideias de adição, 
contradição, conclusão ou alternância. Agora vamos estudar os períodos compostos por 
subordinação. Nesse caso há sempre uma oração principal, que se trata da informação 
principal do período, conjugada com pelo menos uma oração subordinada, isto é, uma 
oração dependente da principal, que exerce alguma função sintática em relação à oração 
principal. 
 O papel exercido pela oração subordinada é equivalente ao papel exercido por 
um sintagma na sentença simples. Vamos, ao longo da apresentação das possibilidades 
de orações subordinadas, analisar sentenças em período simples e em período 
composto. Vamos começar pelas substantivas. 
Orações Subordinadas Substantivas 
Essas orações funcionam como um substantivo, ou seja, como um nome. Vamos 
relembrar o papel do nome/substantivo, núcleo do sintagma nominal. 
 
 
 
 
 
 
 
E podemos analisar da mesma forma as subordinadas substantivas. 
 
O sintagma nominal constitui-se de um nome (núcleo), que juntamente 
com seus respectivos determinantes (que podem ser adjuntos 
adnominais ou orações adjetivas) podem exercer a função de sujeito, 
complementos do verbo ou complementos nominais. 
Exemplos: Aquela serpente prateada é perigosa. SUJEITO 
 Eu sei a resposta. OBJETO DIRETO 
 Eu gosto de queijo. OBJETO INDIRETO 
 Tenho desejo de mudança. COMPLEMENTO NOMINAL 
 
 
 
 
 
 
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Existem ainda outros dois tipos de orações subordinadas substantivas: as predicativas e 
as apositivas. Vejam estes exemplos: 
O triste é que ninguém apareceu. 
(Oração subordinada substantiva predicativa) 
 
Só tenho uma coisa a dizer: ninguém apareceu. 
(Oração subordinada substantiva apositiva) 
 
Orações Subordinadas adjetivas 
Existem dois tipos de subordinadas adjetivas, as restritivas e as explicativas e elas sempre 
se referem a um nome (que elas modificam) e começam pelo pronome relativo “que”. 
As subordinadas adjetivas funcionam como os adjetivos nas sentenças simples (que 
funcionam como adjuntos adnominais). Vejam esses exemplos: 
Contratamos apenas secretárias competentes. 
(adjunto adnominal) 
Contratamos apenas secretárias que tenham competência. 
(oração subordinada adjetiva restritiva) 
 
Adjetivas Restritivas: como o nome diz, restringe o sentido do sintagma nominal a que 
se refere. O exemplo acima indica que somente são contratadas as secretárias que sejam 
competentes. As que não são competentes não são contratadas. 
As orações subordinadas substantivas são sentenças que exercem uma função 
sintática própria do nome na oração principal. Ela pode exercer a função de sujeito, 
de objeto do verbo (direto ou indireto) ou de complemento nominal da oração 
principal. 
Exemplos: É conveniente que você fique em casa. 
 (Oração subordinada substantiva subjetiva) 
 Eu sei que ela saiu de casa. 
 (Oração subordinada substantiva objetiva direta) 
 Eu gosto de que os alunos fiquem quietos. 
 (Oração subordinada substantiva objetiva indireta) 
 Tenho desejo de que eles se mudem. 
 (Oração subordinada substantiva completiva nominal) 
 
 
 
 
 
 
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Adjetivas explicativas: expressam apenas uma informação a mais sobre o sintagma 
nominal, não são importantes no contexto geral. Geralmente aparece seguindo vírgula. 
Vejam o exemplo parecido com o acima, mas com uma adjetiva explicativa. 
Decidimos contratar as secretárias, que são muito competentes. 
(oração subordinada adjetiva explicativa) 
 
Indica que todas as secretárias são competentes e foram contratadas. A subordinada 
parece ser uma explicação para o fato de terem sido contratadas. 
Orações Subordinadas adverbiais 
As subordinadas adverbiais funcionam como os advérbios ou locuções adverbiais que 
formam sintagmas adverbiais nos períodos simples. Elas indicam as circunstâncias em 
que a ação ou estado da oração principal aconteceu. Essas circunstâncias podem ter 
vários sentidos como causa, tempo, condição, concessão, conformidade etc. 
• Subordinada adverbial causal 
o Ela correu porque estava sendo seguida. (causa de estar sendo seguida) 
• Subordinada adverbial final 
o O rapaz fez um check-up a fim de evitar problemas de saúde. (finalidade 
do check-up) 
• Subordinada adverbial consecutiva 
o O bebê chorou tanto que até perdeu o fôlego. (consequência) 
• Subordinada adverbial conformativa 
o Conforme o IBGE divulgou, a população teve um aumento significativo 
nos últimos anos. (conformidade, algo ocorre de acordo com alguma 
coisa) 
• Subordinada adverbial concessiva 
o Embora não estude, suas notas são ótimas. (ideia de oposição, uma 
concessão) 
• Subordinada adverbial comparativa 
o O menino fala como sua mãe. (ideia de comparação. O verbo fica 
subentendido) 
• Subordinada adverbial condicional 
o Se parar de chover, vamos viajar. (ideia de condição para que algo 
ocorra) 
• Subordinada adverbial temporal 
 
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o Logo que cheguei em casa, meu cachorro correu até mim. (indica o 
momento em que algo se passa) 
• Subordinada adverbial proporcional 
o O menino cresce à medida que come bem. (itens que ocorrem em uma 
mesma proporção) 
Orações reduzidas 
• As orações subordinadas podem ser formuladas de forma reduzida com uma 
forma nominal do verbo, ou seja, com o verbo na forma de infinitivo, gerúndio 
ou particípio. Compare estas formas de produzir uma mesma sentença, uma 
subordinada adverbial causal: 
o Pedro fugiu porque não pagou suas contas. 
(subordinada substantiva adverbial causal) 
 
o Pedro fugiu por não pagar suas contas. 
(subordinada substantiva adverbial causal reduzida de infinitivo) 
 
o Não pagando suas contas, Pedro fugiu. 
(subordinada substantiva adverbial causal reduzida de gerúndio) 
 
o Pedro fugiu por não ter pago suas contas. 
(subordinada substantiva adverbial causal reduzida de particípio) 
 
 
Desenvolvimento 
Vamos aqui analisar orações subordinadas em textos de letras de música, de 
fábulas, e da literatura. Vamos começar com um trecho da música Construção de Chico 
Buarque. Observe as sentenças sublinhadas, que se repetem ao longo da música até o 
final. Que tipo de subordinada é? 
Amou daquela vez como se fosse a última 
Beijou sua mulher como se fosse a última 
E cada filho seu como se fosse o único 
E atravessou a rua com seu passo tímido 
Subiu a construção como se fosse máquina 
 
 
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Vejam que há em cada sentença apresenta uma circunstância para que a primeira, 
que é a oração principal, aconteça. Que circunstância é essa? Temos em todas uma ideia de 
comparação introduzida pela conjunção como, que compara o segundo termo com o 
primeiro, por exemplo, Sou como você. Comparo-me a você. 
Nos trechos da música, pode haver uma dúvida em relação à conjunção se, que 
indica condição. Não seriam, então, as sentenças subordinadas adverbiais condicionais? Veja 
que na última delas, Subiu a construção como se fosse máquina, não se está 
condicionando a subida com a suposição de que ele fosse uma máquina, mas se está dizendo 
que ele subiu a construção como uma máquina, comparativa, portanto. 
 Vamos analisar mais uma vez uma subordinada adverbial em outra letra de Chico 
Buarque – A Banda. Que tipo de adverbial é essa sentença sublinhada? 
Estava à toa na vida 
O meu amor me chamou 
Pra ver a banda passar 
Cantando coisas de amor 
Para que o seu amor lhe chamou? Para ver a banda passar. Portanto é uma finalidade – 
oração subordinada adverbial final. 
 Vamos agora analisar um trecho de uma fábula de Esopo, A raposa e o corvo. 
Classifique as subordinadas sublinhadas: 
Um corvo, que passeava pelo campo, apanhou um pedaço de queijo, que estava no 
chão, e fugiu. 
Vejam que as orações principais se compõem em duas coordenadas: 
Um corvo apanhou um pedaço de queijo e fugiu. 
As duas orações retiradas apenas qualificam os nomes corvo e queijo, e são, 
portanto, subordinadas adjetivas. Elas são adjetivas explicativas, pois, como ficou 
provado na segunda sentença, sem as subordinadas, elas não fazem falta para o 
entendimento da oração principal. Elas apenas dão mais informações sobre os 
argumentos (sujeito e objeto), corvo e pedaço de queijo. São, dessa forma, subordinadas 
adjetivas explicativas. 
As subordinadas adverbiais e adjetivas são abundantes na língua. Temos 
também as subordinadas substantivas. Vamos analisar dois exemplos de subordinadas 
 
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substantivas, uma delas reduzida de infinitivo. Classifique as duas substantivas que estão 
grifadas. 
É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro na posse de uma 
bela fortuna deve estar necessitando de uma esposa. 
Matar não quer dizer a gente pegar revólver de Buck Jones e fazer bum! 
No primeiro trecho, do livro Orgulho e Preconceito de Jane Austin, temos uma 
oração subordinada substantiva subjetiva. É sujeito porque responde à pergunta: o que 
é uma verdade universalmente conhecida? 
O segundo trecho foi retirado de Meu pé de laranja lima, de José Mauro de 
Vasconcelos. Temos lá duas sentenças grifadas e as duas são reduzidas de infinitivo. A 
primeira é o sujeito e a segunda é o objeto. Então: 
Matar: oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. 
a gente pegar revólver de Buck Jones e fazer bum: oração subordinada 
substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Nesse caso são duas coordenadas 
sindéticas aditivas. 
Vá mais longe 
• Capítulos Norteadores: Capítulo 3 – Tipos de sentença e sua significação (pp 55-
72). GAVIOLI-PRESTES, C. M.; LEGROSKI, M. C. Introdução à sintaxe e à semântica 
da língua portuguesa. Curitiba: InterSaberes, 2015. 
 
Agora é sua vez! 
Interação 
 Convido vocês a analisarem letras músicas de grandes autores brasileiros, como 
Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Renato Russo, Lenine, Zeca 
Baleiro e muitos, muitos outros. Busquem orações coordenadas e subordinadas. 
 
Atividade 
 
 A partir das sentenças abaixo, classifique a oração grifada. 
 
 
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1. O cara da Marinha e eu dissemos que tinha sido um prazer conhecer um ao 
outro. (O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger) 
2. Uma raposa muito jovem, que nunca tinha visto um leão, estava andando 
pela floresta e deu de cara com um leão. (A Raposa e o Leão, fábula de 
Esopo) 
3. Se eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós. (Se eu quiser falar com 
Deus, Gilberto Gil) 
4. A namorada que contava as estrelas parou para ver, ouvir e dar passagem 
(A Banda, Chico Buarque) 
5. Depois que passar lá uma semana, você ficará admirado de ter suportado a 
vida no campo. (O camundongo da cidade e do campo, fábula de Esopo) 
 
( ) Oração subordinada adjetiva explicativa 
( ) Oração subordinada adverbial condicional 
( ) Oração subordinada adverbial final 
( ) Oração subordinada substantiva completiva nominal, reduzida de infinitivo 
( ) Oração subordinada substantiva objetiva direta 
 
Resposta: 2, 3, 4,5, 1 
1. O cara da Marinha e eu dissemos que tinha sido um prazer conhecer um ao 
outro. (O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger) – a sentença 
sublinhada responde à pergunte: O cara da Marinha e eu dissemos o quê? – 
objeto direto, portanto. 
2. Uma raposa muito jovem, que nunca tinha visto um leão, estava andando 
pela floresta e deu de cara com um leão. (A Raposa e o Leão, fábula de 
Esopo) – sentença que dá mais informações sobre o núcleo do sujeito, 
raposa. Então é uma adjetiva explicativa. 
3. Se eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós. (Se eu quiser falar com 
Deus, Gilberto Gil) – há uma condição para que ele fale com Deus, que ele 
fale com Deus – então, adverbial condicional. 
4. A namorada que contava as estrelas parou para ver, ouvir e dar passagem 
(A Banda, Chico Buarque) – para que a namorada parou? para ver, ouvir e 
dar passagem. É, então, uma finalidade. 
5. Depois que passar lá uma semana, você ficará admirado de ter suportado a 
vida no campo. (O camundongo da cidade e do campo, fábula de Esopo) – a 
oração sublinhada completa o sentido de admirado, é um argumento desse 
adjetivo, portanto, é um complemento nominal. 
 
Referências 
• GAVIOLI-PRESTES, C. M.; LEGROSKI, M. C. Introdução à sintaxe e à 
semântica da língua portuguesa. Curitiba: InterSaberes, 2015. 
Sites: 
https://www.letras.mus.br/chico-buarque/ 
https://www.letras.mus.br/chico-buarque/
 
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https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/ 
https://www.refletirpararefletir.com.br/fabulas-inteligentes-e-curtinhas 
https://www.revistabula.com/4600-os-15-trechos-mais-belos-da-historia-da-literatura/ 
https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/
https://www.refletirpararefletir.com.br/fabulas-inteligentes-e-curtinhas
https://www.revistabula.com/4600-os-15-trechos-mais-belos-da-historia-da-literatura/

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