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Classes de Palavras

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NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Língua Portuguesa I | Gramática e a faculdade da linguagem | Aula 01 
Onde Chegar 
• Elencar os objetivos da Unidade Temática 
• Trabalhar em tópicos não numerados 
 
• Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos tratar um pouco mais da Morfologia. Como a 
unidade máxima de estudo da morfologia é a palavra, vamos começar discutindo o 
conceito de palavra. Vamos ver as três formas de definir as palavras, a partir das classes 
gramaticais, sob o critério semântico, o critério morfológico e o critério sintático. 
Passamos, então, a abordar as 10 classes de palavras do português: substantivo, 
adjetivo, verbo, advérbio, artigo, pronome, conjunção, preposição, numeral, 
interjeição, e vamos fazer uma análise morfológica. 
• Conceituar, exemplificar, definir, refletir, analisar. 
 
O que Aprender 
• A palavra; 
• As classes gramaticais; 
• Critérios para definições; 
AULA 
03 
A Morfologia 
A Palavra em Foco 
 
LÍNGUA PORTUGUESA I 
 
 
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• Flexões morfológicas. 
CONCEITOS DE PALAVRA 
“A palavra é uma dessas unidades linguísticas que são muito fáceis de reconhecer, mas 
bastante difíceis de definir, se tomarmos como base de definição a língua falada. Isso 
acontece porque na língua falada não fazemos pausas sistemáticas entre cada palavra 
pronunciada” (BASILIO, 2003). 
“A existência de palavras é assumida como uma realidade para a maioria de nós, 
linguistas ou não. No entanto, não é simples definir o que é uma palavra. Na Linguística, 
como em qualquer outra ciência, um dos problemas básicos é identificar critérios para 
definirmos as unidades básicas de estudo” (SANDALO, 2003). 
“Se para o leigo parece evidente reconhecer palavras, para o linguista não é tão simples 
caracterizar a entidade que representa, aproximadamente, a primeira articulação da 
linguagem, aquela que se manifesta por meio de unidades significativas” (PETTER, 2005). 
 
Desenvolvimento 
DISCUTINDO SOBRE “A PALAVRA” 
 
◦ Gramática Tradicional – dois significados. 
1. Quantas palavras há na frase “José contou muitas histórias”? 
 Ninguém hesitaria em responder que há quatro. 
2. Quantas palavras há nas seguintes sequências? 
1. Contou, contamos, contava, contasse 
2. Casa, casas 
3. Falam, falamos 
◦ Essa segunda acepção levaria em conta 
◦ A forma vocabular – forma da palavra 
◦ O lexema – palavra como unidade abstrata, com significado lexical – 
forma de citação em dicionários. 
◦ Par/pares – duas formas, singular e plural, da mesma palavra 
◦ Par/ímpar – duas palavras distintas 
◦ Perdido – forma do verbo perder ou outra palavra? – derivação ou flexão? 
 
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◦ Palavra é a unidade mínima que pode ocorrer livremente. É a unidade máxima 
da Morfologia. 
◦ Quais são, então, as unidades mínimas da Morfologia? 
◦ Os elementos que compõem a palavra e que carregam significado – os 
morfemas. 
MORFEMAS - Signos mínimos que indicam significado lexical e gramatical. 
ALOMORFES 
◦ Feliz, crível, grato, parcial, real, mortal, legal, adequado, hábil 
◦ Infeliz, incrível, ingrato, imparcial, irreal, imortal, ilegal, inadequado, inábil 
◦ [], [], [] 
◦ [] antes de vogal – inadequado, inábil 
◦ [] antes de [, , , ] – ilegal, irreal, imortal 
◦ [] antes de qualquer outra consoante – infeliz, ingrato, imparcial 
◦ Essas formas são variantes de um mesmo morfema; com várias configurações 
fonéticas, cada uma delas é um morfe do mesmo morfema. 
◦ Um conjunto de morfes de um mesmo morfema são seus alomorfes. 
 
CLASSES DE PALAVRAS – 3 CRITÉRIOS 
 
◦ Semântico – quando se estabelecem tipos de significado como base para 
atribuição de palavra a classes. 
◦ O substantivo é definido como a palavra com que se designam seres. 
◦ O adjetivo tem uma função nitidamente semântica, a de especificar um 
substantivo. Para sua definição, o adjetivo precisa do substantivo. 
◦ O verbo é uma palavra que exprime ações, estados e fenômenos. Não é 
uma definição suficiente, já que ações, estados e fenômenos também 
podem ser expressos por substantivos. Há que se acrescentar uma 
dimensão morfológica, devido à grande variação de formas flexionais 
características dos verbos, ou uma dimensão discursiva, relacionada a 
tempo, por exemplo. 
◦ O advérbio é análogo ao adjetivo, já que permite especificações da ação, 
estado ou fenômeno descritos pelo verbo. 
◦ Sendo assim, o critério semântico, apesar de fundamental para a definição das 
classes vocabulares, não é suficiente. 
◦ Morfológico – definição a partir das características de variação dadas as 
possibilidades de flexão. 
 
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◦ O substantivo e o adjetivo são palavras que apresentam as flexões de 
gênero e número. 
◦ O verbo é uma classe privilegiada nesse critério, dada a riqueza e 
particularidade da flexão verbal. 
◦ O advérbio se distingue das demais classes por ser morfologicamente 
invariável. 
 
◦ Sintático – atribuição de classes a partir de propriedades distribucionais e/ou 
funcionais na estrutura sintática. 
◦ O substantivo é a palavra que pode exercer a função de núcleo de sujeito, 
objeto e agente da passiva. Outra possibilidade de caracterização é a 
posição de núcleo frente a determinantes, como artigos, 
demonstrativos e possessivos, ou modificadores, como adjetivos e 
sintagmas preposicionados. 
◦ O adjetivo é definido como palavra que acompanha, modifica ou 
caracteriza o substantivo. Mas essa definição se confunde com a função 
dos determinantes, que também acompanham substantivos. A 
diferença é que os adjetivos caracterizam e especificam, enquanto os 
determinantes estabelecem relações. Essa é uma diferença mais de 
natureza semântica e discursiva do que sintática. 
◦ O verbo é bastante difícil de definir em termos sintáticos, já que o 
predicado pode não ser verbal. 
◦ O advérbio exerce função de modificador junto ao verbo, análoga à 
função do adjetivo junto ao nome. Essa colocação não cobre todos os 
casos, já que as palavras que consideramos como advérbio podem se 
referir a várias possibilidades dentro da frase. 
 
◦ Um item lexical é um complexo de propriedades morfológicas, sintáticas e 
semânticas. Sendo assim, há que haver uma conjunção de critérios para uma boa 
definição das classes de palavras. 
 
 
Vá mais Longe 
Capítulo Norteador 
 
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Seção 1.1 – Morfologia (pp 19-33). GAVIOLI-PRESTES, C. M.; LEGROSKI, M. C. Introdução 
à sintaxe e à semântica da língua portuguesa. Curitiba: Intersaberes, 2015. 
Para praticar a morfologia, recomendo utilizar poemas, letras de música e buscar 
palavras com processo de formação lexical e palavras flexionadas. Aqui vai a sugestão da 
letra bem interessante de uma música de Pedro Luiz para que façam essa análise. Deixo 
o link para a letra e para a gravação do grupo Fato. Eu adoro essa música! Espero que 
gostem também! 
https://www.vagalume.com.br/fato/individua.html 
 
Agora é sua Vez! 
Interação 
Segundo o modelo gerativista, a Faculdade da Linguagem se dá pela capacidade do 
homem que, ao nascer, possui um tipo específico de organização e suporte da mente. 
Segundo Raposo (1992, p. 15), ela se define por ser "o resultado da interação complexa 
entre vários sistemas ou módulos autônomos de natureza diversa, caracterizados por 
regras e princípios específicos a cada um deles". A partir dessa citação de Raposo (1992), 
vamos debater sobre as ideias de Chomskysobre a faculdade da linguagem. 
 
Atividade 
 
A partir da sentença: “A moça dançou uma valsa no Teatro Municipal”, 
1. numere a segunda coluna de acordo com a primeira, classificando cada uma 
das palavras: 
 
(1) Substantivo ( ) A 
(2) Adjetivo ( ) moça 
(3) Verbo ( ) dançou 
(4) Artigo ( ) uma 
(5) Preposição ( ) valsa 
( ) em 
( ) o 
( ) Teatro 
( ) Municipal 
 
 
 
1. 4, 1, 3, 4, 1, 5, 4, 1, 2. 
 
https://www.vagalume.com.br/fato/individua.html
 
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REFERÊNCIAS 
BASILIO, Margarida. Teoria Lexical. São Paulo: Editora Ática, 2003. 
CRYSTAL, D. A Dictionary of Linguistics and Phonetics. Malden: Blackwell 
Publishing, 2008. 
DIAS, Luzia S.; GOMES, Maria Lúcia de C. Estudos Linguísticos: dos problemas 
estruturais aos novos campos de pesquisa. IBPEX: Curitiba, 2008. 
GAVIOLI-PRESTES, C. M.; LEGROSKI, M. C. Introdução à sintaxe e à semântica 
da língua portuguesa. Curitiba: Intersaberes, 2015. 
MATTOSO CAMARA JR, Joaquim. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: 
Editora Vozes, 1970. 
PETTER, Margarida M. T. Morfologia. In: FIORIN, J. L. (org.) Introdução à 
Linguística. I. Princípios de Análise. São Paulo: Editora Contexto, 2005, pp. 59-
79. 
RAPOSO, E. (1992) Teoria da Gramática: A faculdade da linguagem. Lisboa: 
Ed. Caminho, 527 p. 
SANDALO, Maria Filomena. S. Morfologia. In: MUSSALIM, F; BENTES, A. C. 
(Org.) Introdução à linguística – domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez 
Editora, 2003. pp. 181- 206.

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