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29/04/2017 1 REABILITAÇÃO DAS LESÕES MUSCULARES NO ESPORTE EPIDEMIOLOGIA NO ESPORTE Lesões musculares são comuns no esporte Tênis brasileiro – 23,8% Futebol brasileiro – 39,2% Atletismo brasileiro – 53,3% IQT – 60,4% QD – 19,8% TS – 5,5% Adutores da coxa – 4,4% Cohen et al, 2002 TECIDO MUSCULAR • Derivado do mesoderma • Capacidade de gerar altas forças • Formado por proteínas contráteis (miofibrilas) e uma rede de tecido conjuntivo • Capacidade de absorção de energia reduzida osso 55 vezes a mais tendão 65 vezes a mais Evans et al, 1971 TECIDO MUSCULAR Locais de lesão • Inserção muscular (avulsão) • Ventre muscular • Junção miotendínea (mais comum) – Cohen et al, 2002 Whiting et al, 1998 Andrews et al, 2000 JUNÇÃO MIOTENDÍNEA Estrutura Microscópica • Interface Músculo – Tendão • Pregueamento estrutural amplia a área superficial e reduz o estresse • Os sarcômeros próximos a junção são mais rígidos (extensibilidade limitada) Noonan et al, 1992 CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES I - CONTUSÃO II - ESTIRAMENTO III - DOR MUSCULAR INDUZIDA PELO EXERCÍCIO (DOMS) Cohen et al, 2002 29/04/2017 2 CONTUSÃO • Golpe direto que resulta em ruptura capilar, sangramento, edema e resposta inflamatória. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES I - CONTUSÃO • Trauma direto, força externa • Dor , edema e hematoma discreto • Limitação da mobilidade • Limitação da capacidade de gerar força • Comum em porção ântero-lateral da coxa • Complicação: Miosite Ossificante Cohen et al, 2002 MIOSITE OSSIFICANTE • Formação de tecido ósseo no interior do ventre de um músculo, envolvendo o tecido conjuntivo da fáscia e suas extensões intramusculares. • Causas: • formação genética de tecido anormal (MO progressiva) • doença neurológica • doença hematógena (MO circunscrita) • traumatismo (MO traumática). CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES II - ESTIRAMENTO • Comum em ísquiotibiais • Alongamento excessivo ou ação muscular excêntrica ou concêntrica • Geralmente devido a uma carga excêntrica brusca para desacelerar um movimento • Dor, edema e hematoma Cohen et al, 2002 ESTIRAMENTOS • Lesão indireta em músculos ou tendões causada pelo alongamento ou estresse excessivo em suas fibras DISTENSÃO •Alongamento excessivo, excesso de exercício, excesso de uso do tecido mole •Ocorre por trauma leve ou traumas não usuais repetidos de grau mínimo. 29/04/2017 3 RUPTURA • Parcial: dor no local quando o músculo é alongado ou quando contrai contra uma resistência. • Total: músculo não traciona o local lesado, de modo que o alongamento ou contração do músculo não causa dor. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES III - DOR MUSCULAR INDUZIDA PELO EXERCÍCIO • Dor muscular de 24 a 72 horas após o exercício • Geralmente associada a um treino excêntrico excessivo • Resulta da ruptura do tecido conjuntivo e contrátil após o exercício Leadbetter et al, 1994 Dor muscular tardia • Mais freqüente em atletas recreativos, preparo físico inadequado para o esporte • Também em profissionais de esportes de resistência e longa duração (movimentos de velocidade e explosão). • Tempo de reação motora ↓ substancialmente após série de exercícios excêntricos. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTUSÕES Graduadas conforme as restrições na ADM articular: • Contusão Leve: perda menor do que 1/3 da ADM articular normal ao redor da lesão • Contusão Grave: perda maior do que 1/3 da ADM articular normal ao redor da lesão Cohen et al, 2002 CLASSIFICAÇÃO DOS ESTIRAMENTOS • Primeiro Grau Poucas fibras estiradas, dor a contração Dor pontual, hemorragia mínima • Segundo Grau Dor mais intensa, moderada hemorragia, perda de função Edema presente, maior nº de fibras estiradas • Terceiro Grau Ruptura completa do músculo, defeito palpável Edema e hemorragia intensos, incapacidade funcional Cohen et al, 2002 29/04/2017 4 REFLEXO DE PROTEÇÃO MUSCULAR • Contração prolongada do músculo em resposta a um estímulo doloroso. • A lesão primária pode ser em um tecido próximo ou em uma fonte de dor referida. • Quando não é dor referida, o músculo em contração imobiliza funcionalmente o tecido lesado contra o movimento. A proteção cessa quando a dor é aliviada. ESPASMO MUSCULAR INTRÍNSECO • Contração prolongada de um músculo: resposta à mudanças circulatórias e metabólicas locais. A dor resulta dos meios alterados; contração muscular se torna autoperpetuada, independentemente da lesão que a provocou; Também resposta no músculo a infecção viral, frio, períodos prolongados de imobilização, tensão emocional ou trauma direto ao músculo. FATORES DE RISCO Ekstrand et al, 1982 • Num estudo prospectivo, verificou que os IQT foram os músculos mais comumente lesionados em jogadores de futebol • Verificou que Lesões Musculares leves (Prévias) dobravam o risco de lesões mais severas dentro de 2 meses Gabbe et al, Scand J Med Sci Sports, 2006 Woods et al, Br J Sports Med 2004 Verral et al, Br J Sports Med 2001 Lesões prévias Maior fator de risco para lesão muscular FATORES DE RISCO Burkett et al, 1970 • Num estudo prospectivo, previu 4 de 6 lesões musculares em ísquiotibiais (IQT) em jogadores profissionais de futebol • Desequilíbrio de Força entre quadríceps(QD) e ísquiotibiais (IQT) • Força dos IQT menor que 60% da força do QD Croiser et al, Am J Sports Med. 2008 Aug;36(8):1469-75 FATORES DE RISCO Dorman et al, 1971 • 140 lesões de IQT • Maioria das lesões ocorreu nos estágios iniciais ou nos estágios finais dos treinos e partidas • Concluiu que o Aquecimento Insuficiente e a Fadiga são fatores de risco FATORES DE RISCO Fadiga muscular: • Comprometimento da capacidade contrátil do músculo • Diminuição da capacidade de sustentação de carga Fu et al, 1999 • Diminuição da viscoelasticidade muscular Shrier et al, 2000 29/04/2017 5 FATORES DE RISCO Woods et al, Br J Sports Med 2004 • Maioria das lesões musculares ocorreram nos minutos finais do 1º ou do 2º tempo (significância estatística) FATORES DE RISCO Gabbe et al, Br J Sports Med 2005 Gabbe et al, J Sci Med Sports 2006 Witvrouw et al, Am J Sports Med 2003 • Flexibilidade reduzida de IQT e Quadríceps • Maior chance de lesão muscular FLEXIBILIDADE Segundo Lieber et al (1992), durante uma corrida o comprimento dos IQT atingem de 100% a 130% do comprimento em repouso FATORES DE RISCO IDADE • Redução de massa muscular • Redução da capacidade de gerar força e resistência muscular • Redução da capacidade de sustentação de carga Orchard et al, 2001 Gabbe et al, Br J Sports Med 2005 Gabbe et al, J Sci Med Sports 2006 Orchard et al, Am J Sports Med 2001 Idade aumentada maior chance de lesão muscular REABILITAÇÃO FASE I • Controle do processo inflamatório • Analgesia • Manutenção do condicionamento físico adaptado • T.E.N.S. • Correntes Interferenciais • CRIOTERAPIA • Auxiliar a reparação tecidual • Restaurar flexibilidade de forma progressiva • Ganho de força muscular • Melhorar o controle sensóriomotor • Manutenção da condição física REABILITAÇÃO FASE II REPARAÇÃO TECIDUAL US terapêutico, 1MHz (pulsado) • Melhora a qualidade tecidual da reparação muscular Menezes et al, 1999 US terapêutico, 1MHz (contínuo) • Aumento da circulação sanguínea Cohen et al, 2002 29/04/2017 6 REPARAÇÃO TECIDUAL Laser As-Ga • Acelera o processo de cicatrização dos tecidos moles Simunovic et al, 2000 • Estimula a proliferação de fibroblastos Young et al, 1989 REPARAÇÃO TECIDUAL Ondas Curtas pulsado • Reabsorção de hematomas • Redução de edemas e da inflamação Cohen et al, 2002 Ondas Curtas contínuo • Melhora a elasticidade do tecido muscular • Calor profundo estimula a circulação Lehman et al, 1982 FLEXIBILIDADE • De 2 a 7 dias após lesão (leves e moderados) • Respeitar a tolerância ao alongamento Andrews et al, 2000 • Tempo: 15 a 30 segundos Andrews et al, 2000 Cohen et al, 2002 Shrier et al, 2000 FORÇA MUSCULAR• Inicia-se logo que não haja dor com leve resistência • Início com exercícios de baixa intensidade • Adaptar programa de fortalecimento conforme atividade do atleta Andrews et al, 2000 • O aumento de força nas primeiras semanas está muito mais relacionada ao aprendizado motor do que com o aumento da secção transversal do músculo Hall et al, 2000 FASE III • Enfatizar o ganho de flexibilidade • Enfatizar o ganho de força muscular • Melhora do controle sensóriomotor • Manutenção da condição física • Melhora do automatismo de movimentos relacionados ao esporte FORÇA MUSCULAR • Treino excêntrico Gabbe et al, J Sci Med Sport 2006 Proske et al, 2004 29/04/2017 7 FORÇA MUSCULAR • Treino excêntrico • Pliometria • Treino Funcional FASE IV 5ª SEMANA Objetivo • Retorno ao esporte Critérios •Ausência de sintomas em atividades funcionais em plena velocidade • Força, potência e resistência acima de 70% do membro contralateral • Flexibilidade igual ao do membro contralateral Pesquisas • Comparação de 2 protocolos de reabilitação • 24 atletas • Lesão aguda de IQT • Grupo A: Fortalecimento e alongamento de IQT • Grupo B: Estabilização de tronco (CORE) e treinamento de agilidade Re-lesão em 2 sem Re-lesão em 1 ano Fortalecimento + alongamento 54,5% 70,0% CORE + agilidade 0,0% 1,0% LESÃO CRÔNICA • Presença de aderências (fibrose) palpável • Dor residual • Dor funcional Opções terapêuticas •Massagem transversa • US terapêutico contínuo • OC contínuo • Alongamento • Treino de Força muscular progressivo 29/04/2017 8 PREVENÇÃO PREVENÇÃO • Pré-aquecimento adequado Safran et al, 1988 • Equilíbrio de força, potência e resistência muscular entre agonista e antagonista IQT x QD (70% ou mais) Andrews, 2000 • Treinamento excêntrico Gabbe et al, 2006 PREVENÇÃO • Repouso quando em fadiga muscular • Técnica correta - Mann et al, 1998 • Alongamento ??? FIFA 11+ : arquivos 11pluscards_e.pdf O 11+
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